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11º Ano Filosofia - O que é a arte?

2022

Ficha de Trabalho

Capítulo 8 – A criação artística e a obra de arte

Indique, para cada questão, a opção correta.

1. De acordo com a teoria da arte como imitação…


A) Se uma coisa é arte, então é uma imitação.
B) Se uma coisa é uma imitação, então é arte.
C) A imitação é uma condição suficiente da arte.
D) A imitação é uma condição necessária e suficiente da arte.

2. Em qual dos seguintes comentários se pode encontrar um ponto de vista


expressivista da arte?
A) Aquela pintura é uma grande obra porque reproduz perfeitamente os tons
carregados do céu antes de uma tempestade.
B) Este romance é uma obra-prima, pois a história está muito bem contada e as suas
personagens são muito ricas e credíveis.
C) O filme que acabei de ver é comovente.
D) A peça a que assisti não é teatro nem é nada, pois nem sequer tem história.

3. O desespero de certas personagens de filmes e romances causa-nos pena e não


desespero.
Isto constitui um contraexemplo à teoria:
A) Da imitação.
B) Expressivista.
C) Formalista.
D) Da representação.

4. Uma das críticas apresentadas à teoria formalista da arte é que…


A) Há arte que não tem forma, como a música.
B) Há obras de arte cuja forma está ao serviço de objectivos morais, religiosos,
políticos e outros.
C) Há objectos de arte que não se distinguem visualmente de outros que não são arte
D) Todas as coisas, sejam arte ou não, têm uma forma.

5. Se pretendemos definir explicitamente a arte, precisamos de :


A) Indicar apenas as caraterísticas comuns a todas as obras de arte.
B) Indicar apenas as caraterísticas exclusivas das obras de arte.
C) Indicar as caraterísticas comuns e exclusivas de todas as obras de arte.
D) Nenhuma das alíneas anteriores.

6. A teoria formalista da arte defende que:


A) X só é uma obra de arte se for uma imitação.
B) X só é uma obra de arte se for uma representação.
C) X é uma obra de arte se, e só se, transmite as emoções do seu criador a um público.
D) X é uma obra de arte se, e só se, tiver uma forma significante.

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7. O artista português Pedro Cabrita Reis considera que «A arte é um comboio


ao qual cada um de nós chega num determinado momento. Recebemos uma
luz, levantamo-la na mão e continuamos até a passar a outros». Esta
caracterização

o da arte está de acordo com a perspectiva


(A) formalista da arte.
(B) expressivista da arte.
(C) institucional da arte.
(D) histórica da arte.

8. As definições essencialistas da arte distinguem-se das não essencialistas porque


(A) as essencialistas são mais importantes do que as não essencialistas.
(B) as essencialistas são as únicas que consideram que a arte é essencial.
(C) só as essencialistas definem a arte em termos de propriedades intrínsecas a todas
as obras de arte.
(D)só as essencialistas consideram haver condições necessárias e suficientes para que
algo seja arte.

9. De acordo com a teoria institucional da arte


(A) tudo é arte.
(B) rigorosamente tudo pode ser arte.
(C) toda a arte é boa.
(D) só os artefactos podem ser arte.

10. Qual das seguintes afirmações não pode ser utilizada para criticar a teoria
formalista da arte?
A) Há arte, como a música, que não tem forma.
B) Há obras de arte em que o conteúdo é relevante.
C) Há obras de arte que não se distinguem visualmente de objetos que não são arte.
D) Sem emoção estética, não há obra de arte.

11. «Não conheço ainda melhor definição da Arte que esta: a Arte é o homem
adicionado à Natureza que ele traz à luz; é a realidade, a verdade, mas com um
significado, a que o artista dá expressão.»
Vincent Van Gogh

- Indique, com base nesta afirmação, duas razões que poderão levar o artista à criação
das suas obras.
O artista pretende dar significado à natureza, pegando nela como musa para criar uma
obra de arte, criando uma junção entre o homem e a natureza. Pretende ainda que
todos vejam aquilo que ele vê, retratando-a como a sua própria realidade para que
todos a possam apreciar.

12. «As pessoas estimam e admiram o retrato e a pintura paisagística realistas. Mas
também supõem que os grandes artistas não se limitam a copiar o que veem e
esperam deles uma “interpretação” pessoal.»
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Gordon Graham (2001), Filosofia das Artes, Lisboa, Edições 70, p. 136.

12.1. Esclareça, com base na afirmação, em que consiste a teoria da arte como
imitação.
A teoria da arte como imitação diz que tudo o que é arte tem de imitar algo, caso
contrário não é considerado arte.

12.2. Exponha duas críticas a esta teoria.


Há objetos que são considerados arte, mas que não imitam nada, o que contradiz a
teoria da imitação. Por exemplo peças de música instrumental são consideradas arte,
mas não imitam nada. Por outro lado, ser uma imitação é uma condição necessária,
mas não suficiente para algo ser considerado arte.

13. «Cada obra de arte faz com que aquele que a recebe entre em um certo tipo de
comunhão com aquele que a produziu ou está produzindo e com todos aqueles que,
simultaneamente ou antes ou depois dele, receberam ou irão receber a mesma
impressão artística.»
Tolstoi (2002), O Que é Arte?, S. Paulo, Ediouro Publicações, p. 73.
13.1. Explique esta afirmação de Tolstoi.
Tolstoi defende que a arte surge quando alguém recorre a certas «indicações
externas» para exprimir sentimentos que quer partilhar com outras pessoas, unindo-se
desse modo a elas. Isto significa que não há arte se não houver expressão de
sentimento ou se tais sentimentos não contagiem outras pessoas. Ou seja, o artista
tem de ser autêntico no que sente e o publico tem de sentir o que o artista sentiu.

13.2. Exponha três críticas à teoria da arte apresentada por Tolstoi.


O artista tem de sentir sempre o que exprime. Por exemplo, na execução de uma obra
musical para orquestra parece muitíssimo implausível que os artistas sintam tristeza
quando criam obras consideradas tristes e alegria quando criam obras consideradas
alegres. Exigir isso implicaria excluir do domínio da arte numerosas obras que são
geralmente classificadas como arte.
Também há muitas vezes em que não sabemos realmente o que o artista pensou ou
sentiu então não podemos as suas criações são verdadeiras obras de arte.
Há ainda a ideia de que o artista clarifica emoções, a qual parece ser contrariada por
muitos artistas reconhecidos que afirmam que procuram nas suas obras transmitir
sentimentos em estado bruto, seguindo o primeiro impulso e sem qualquer tipo de
trabalho de clarificação.

14. «Um bom crítico pode ser capaz de me levar a ver, num quadro que me deixou
indiferente, coisas que me passaram ao lado até que, experimentando a emoção
estética, eu reconheça esse objeto como uma obra de arte.»
Clive Bell (2009), Arte, Lisboa, Edições Texto & Grafia, pp. 23-24.
- Explicite, com base no excerto de Clive Bell, a objeção que pode ser dirigida à teoria
formalista da arte no tocante ao papel do crítico.
A pessoa não achava que o quadro era arte num primeiro momento, ficando
indiferente para com ele e depois passou a ver o quadro como objeto de arte. Assim a
pessoa não teve um sentimento estético acerca da obra de arte. No entanto outra viu

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logo naquela obra uma peça de arte, tendo tido um sentimento estético. Isto diz-nos
que a teoria formalista da arte é incoerente ou implausível porque para uma pessoa o
quadro era algo significante e não significante para outra. Assim não sabemos de facto
se o quadro era uma obra de arte.

15. «Dantes, o que contava como arte parecia estar mais claramente definido. No
entanto, nos finais do século XX parece que chegámos a uma situação em que tudo e
mais alguma coisa pode ser arte. Se isto é assim, o que fará que um certo objeto – um
escrito ou uma peça musical –, e não outro, seja digno de se chamar arte?»
Nigel Warburton (1998), Elementos Básicos de Filosofia, Lisboa, Gradiva.

Após a análise do texto, aborde os seguintes aspetos:


- o modo como teoria institucional e histórica respondem à questão formulada no
texto;
- a possibilidade de definir ou não arte.
As definições não-essencialistas negam que haja uma essência de arte, mas que isso
não significa que não haja condições necessárias e suficientes da arte que permitam
defini-la. Essas condições necessárias e suficientes que permitem definir arte não
dependem das características observáveis nos próprios objetos, mas sim do contexto
social em que os objetos de arte estão inseridos O contexto social é dado por uma
determinada instituição, o chamado «mundo da arte».
De acordo com a definição institucional, algo é arte se, e só se, é um artefacto, o qual
alguém, agindo em nome de uma determinada instituição chamada mundo da arte,
propôs como candidato à apreciação.
A definição histórica diz que: algo é uma obra de arte se, e só se, há ou houve, da parte
do titular dessa obra, a intenção séria de que seja encarada como as obras de arte
preexistentes são ou foram corretamente encaradas.
FIM

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