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Filosofia – 11.

º B fevereiro 2022

Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento


David Hume

Alunos: Catarina Pinto | Letícia Campos

David Hume
Origem do Segundo David Hume o conhecimento tem origem na experiência. O
conhecimento empirismo é a doutrina epistemológica que diz que todo o conhecimento
se baseia ou deriva da experiência sensível. O conhecimento é a posteriori
pois “todos os nossos conceitos, incluindo os mais gerais e abstratos,
procedem da experiência”. A experiência sensível é o critério para o
conhecimento e a sua justificação.
Designação da A teoria é uma teoria empírica. Hume dedicou-se a “expor as limitações da
teoria razão” e a explicar, na ausência do ilusório apoio deste, como formamos
os nossos juízos.

Os conteúdos da Impressões(sensações): Podem ser impressões de sensações (cores, sons,


mente e sua relação etc) e impressões de reflexões (alegria, ódio, etc). Correspondem a
(dar exemplos) experiências, são mais vivas, fortes do que as ideias, isto é, mais claras e
mais pormenorizadas. Tomemos como exemplo quando um homem
sente a dor de um calor excessivo ou a antecipa mediante a sua
imaginação.
Ideias (imagens ou cópias): São um produto da memória ou da
imaginação. Da memória quando recordamos uma impressão do passado,
da imaginação quando formamos no nosso espírito a imagem de um
objeto existente ou possível. São cópias, representações e imagens das
impressões, são menos vívidas, menos fortes, são as imagens
enfraquecidas das impressões no pensamento e no raciocínio. Tomemos
como exemplo quando pensamos numa montanha de ouro, juntamos
unicamente duas ideias consistentes.
Hume sustenta que apenas o conhecimento sobre questões de facto nos
pode fornecer informações sobre o mundo, pois as relações de ideias,
embora expressem verdades necessárias, referem-se apenas às relações
entre o significado das ideias envolvidas, mas nada dizem acerca do que
existe. Assim, todo o nosso conhecimento do mundo baseia-se
necessariamente em impressões.
Tipos de ideias Ideias simples: são ideias que não podem ser decompostas, derivam de
(dar exemplos) impressões simples, por exemplo a ideia de cor ou de forma.
Ideias complexas: são combinações de ideias simples, por exemplo a
combinação da forma de um peixe com a forma de uma mulher, cria-se a
ideia de sereia.
O modo como Semelhança: se dois objetos se assemelham, então a ideia de um conduz o
associamos ideias pensamento ao outro. Exemplo: o retrato de alguém conhecido dirige o
(dar exemplos) nosso pensamento para essa pessoa imediatamente.
Contiguidade no espaço e/ou tempo: se dois objetos são contíguos no
espaço ou tempo, a ideia de um leva facilmente à ideia de outro. Exemplo:
se pensarmos em pirâmides grandes provavelmente iremos lembrarmo-
nos do Egito.
Causa ou efeito: pensamos os objetos em função da relação de um com o
outro. A causa traz-nos ao pensamento o efeito. O efeito transporta o
pensamento para a causa. Exemplo: se olharmos para uma cicatriz é
natural que nos recordemos da dor que a ferida nos causou.
Os dois tipos de Conhecimento de ideias (a priori): é o conhecimento que pode ser obtido
conhecimento apenas mediante a análise do significado dos conceitos envolvidos numa
(dar exemplos) proposição, são sempre verdadeiras, são as ciências da geometria, álgebra
e aritmética. Exemplo: três vezes cinco é igual á metade de trinta, expressa
uma relação entre estes números. Proposições deste tipo podem
descobrir-se pela simples operação do pensamento.
Conhecimento de facto (a posteriori): é o tipo de conhecimento que só
pode ser obtido através das impressões, ou seja, através da experiência e
que nos fornece informação verdadeira acerca do mundo. Podem ser
falsas, constituem os segundos objetos da razão humana e jamais podem
implicar uma contradição, é concebido pela mente com a mesma
facilidade e nitidez como se fosse idêntico á realidade. Exemplo: a neve é
branca.
Que informação acerca do mundo nos dão esses tipos de conhecimento?
David Hume diz que apenas o conhecimento sobre questões de facto nos pode fornecer
informações sobre o mundo, pois as relações de ideias expressam verdades necessárias, referem-
se apenas às relações entre o significado das ideias envolvidas, mas nada dizem acerca do que
existe.
Qual a posição de Hume relativamente à existência de Deus?
Segundo Hume, toda ideia é cópia de uma impressão(experiência), a ideia de Deus (ser
infinitamente inteligente, sábio e bom), é uma ideia complexa que procede das ideias simples de
seres inteligentes, bondosos e sábios, e como ele próprio afirma, “eleva sem limite essas
qualidades de bondade e sabedoria”. Hume recusa qualquer tipo de prova a priori pois para
provar a existência de Deus deve-se recorrer à experiência.

A relação causa-efeito e respetiva justificação


A ideia da relação causal é uma ideia da qual não temos qualquer impressão sensível.
Acreditamos na relação causa-efeito por causa do hábito/costume, estamos habituados a
constatar a relação constante entre factos que esperamos que ela continue a acontecer no futuro.
Entre A e B há uma conexão causal, como no passado B sucedeu a A acreditamos que no futuro

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continuará a haver essa relação.
A crença na indução pode ser justificada?
Se a conclusão de um argumento indutivo é racionalmente justificada pelas premissas, então
estas premissas têm de ser também racionalmente justificáveis.
O que conclui Hume da sua análise dos problemas da causalidade e da indução?
Os problemas da causalidade e da indução estão intimamente ligados. Hume crítica a relação
causa-efeito pois não podemos ter experiência do que ainda não aconteceu. Para Hume existe
uma sucessão temporal e contiguidade no espaço e tempo que se baseia no hábito e no costume,
estamos habituados a constatar a relação constante entre factos, por isso, esperamos que ela
continue no futuro. Hume não considera o PUN (Princípio da Uniformidade da Natureza) uma
crença justificada pois não há justificação racional nem empírica. A indução é um problema pois
não podemos induzir a todos algo que se constatou apenas numa parte. Hume dá o exemplo do
nascer do sol, o facto de o sol ter nascido todos os dias até agora não nos garante que ele irá
nascer amanhã.
Resposta ao desafio cético
Hume não aceita que justifiquemos o conhecimento com base num princípio que ainda não
foi fundamentado convenientemente. O princípio da causalidade, considerado um
princípio racional e objetivo é uma crença subjetiva, o produto de um hábito. Hume é um
cético moderado porque não podemos considerar o conhecimento como absolutamente
verdadeiro, mas é possível conhecer o mundo exterior. O nosso conhecimento do mundo
não tem um fundamento racional e objetivo, pois embora reconhecendo que não há
explicação para a causalidade, isso não significa que devamos abandonar a indução. O
facto de não se conseguir demonstrar o funcionamento da causalidade não prova a sua
inexistência. Afirma que devemos confiar no hábito, o “grande guia da vida humana”. Esta
confiança nesse instinto natural, a que Hume chama “sabedoria da natureza” depositada
em nós, parece-lhe suficiente para sustentar a presumível verdade das nossas crenças
sobre o mundo.
Objeções à teoria de Hume
Objeção ao princípio da cópia: embora Hume acreditasse que a maioria de nós estaria tentada a
afirmar que, nestas circunstâncias, a pessoa seria capaz de imaginar o matiz de azul em falta,
mesmo na ausência da impressão correspondente, desvaloriza o contraexemplo por considerá-
lo uma situação demasiado invulgar para que realmente possa por em causa o Princípio da
Cópia.

Objeção à conceção de causalidade proposta por Hume: O filósofo T. Reid rejeita a conceção
de causalidade como conjunção constante entre dois acontecimentos porque não é condição
suficiente pois existem acontecimentos que se sucedem no tempo, sem que um seja a causa do
outro, e não é necessária, porque existem acontecimentos que se encontram numa relação
causal, embora não surjam constantemente associados.

Objeção baseada na argumentação a favor da melhor Explicação: Bertrand Russell rejeita as


conclusões céticas de Hume porque considera que a ideia de “fundamento racional” é demasiado
restrita. Para Russsell, pode ser racional acreditar numa crença, mesmo na ausência deste tipo de
prova, pois pode simplesmente acontecer que de entre as alternativas disponíveis para explicar a
nossa experiência exista uma hipótese mais plausível do que todas as outras, pelo que é mais
racional acreditar na sua veracidade do que em qualquer uma das alternativas. Para B. Russell é
mais razoável aceitarmos que o mundo é regido por relações causais, do que assumir que a
existência de conjunções constantes é apenas acidental.

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