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DESCARTES HUME

AS TEORIAS DO CONHECIMENTO

- o conhecimento tem de ser indubitável - o conhecimento pode não ser indubitável


- há ideias que têm origem na experiência -há ideias que têm origem na experiência
(ideias adventícias)

A ORIGEM DAS IDEIAS QUE CONDUZEM AO CONHECIMENTO

- as ideias que conduzem ao conhecimento - as ideias que conduzem ao conhecimento têm


têm origem na razão humana (inatas) origem nas impressões
– explicação das ideias inatas, que têm origem – explicação da relação entre impressões e
na razão, e se caracterizam pela universalidade ideias e entre ideias simples e ideias complexa
e pela necessidade
– explicação do conhecimento a partir dos – explicação da necessidade de as ideias que
princípios da razão, que, em última análise, conduzem ao conhecimento terem
têm origem em Deus, fundamento do correspondência com uma impressão
conhecimento

INATISMO E VALOR DA IDEIA DE DEUS.

- o racionalismo inatista de Descartes, que - empirismo de Hume, segundo o qual o


reconhece um papel fulcral às ideias inatas conhecimento tem origem nas impressões -
consideradas como princípio do conhecimento relação entre ideias simples e ideias complexas
- caracterização das ideias inatas como ideias - ideia de Deus como ideia a que nenhum objeto
provenientes da razão, claras e distintas, da experiência sensível corresponde
garantindo a certeza e a universalidade do
conhecimento, e das ideias provenientes dos
sentidos como ideias falíveis, incertas e
confusas, que não conduzem ao conhecimento
- ideia de Deus, ideia inata do ser perfeito e
infinito, como garantia do valor do
conhecimento, fundamento da verdade

ORIGEM DAS IDEIAS E LIMITES DO CONHECIMENTO

- inatismo cartesiano, segundo o qual existem - todas as ideias têm origem nas impressões
na razão ideias que não têm origem nos
sentidos
- ideias inatas como ideias que proporcionam
um conhecimento claro e distinto – distinção entre impressões e ideias (simples e
complexas)
- crença cartesiana na certeza inabalável e no
conhecimento universal (fundamentado na
existência de Deus)

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- as impressões como limite ao conhecimento

DISCUSSÃO DA TESE «SÓ TEMOS IDEIA DO QUE DERIVA DE ALGUMA IMPRESSÃO»

- existência de ideias inatas, única fonte segura - origem empírica das ideias. As ideias são o
do conhecimento. As ideias inatas são resultado de impressões (sentimento exterior)
verdades universais necessárias, uma vez que enfraquecidas, ou a consequência da reflexão
são as únicas da mente sobre as impressões recebidas
(sentimento interior)
- impossibilidade de um conhecimento não
indubitáveis (claras e distintas) - caráter
fundamentado na experiência. A mente, na
duvidoso atribuído das ideias adventícias que
origem, nada transporta consigo. Todas as ideias
têm origem nos sentidos – que já nos
são resultado de operações sobre as
enganaram algumas vezes – o que as torna
impressões, meras perceções particulares
falíveis e sujeitas a erro

ORIGEM DO CONHECIMENTO HUMANO - RAZÃO; SENTIDOS; IDEIAS.

- teoria racionalista como resposta ao - teoria empirista como resposta ao problema


problema filosófico da origem do filosófico da origem do conhecimento.
conhecimento. - Formulação da tese empirista da afirmação dos
- Formulação da tese racionalista da afirmação sentidos como origem e critério do
da razão como origem e critério de todo o conhecimento acerca da realidade
conhecimento verdadeiro - rejeição do inatismo e consideração que não é
- existem ideias inatas, com origem na razão, possível extrair da razão um conhecimento
constituindo os princípios de todo o fundado, defendendo que o conhecimento da
conhecimento realidade só é possível a partir de uma base
empírica – as impressões sensíveis
- caracterização da experiência – impressões
sensíveis – como garantia da adequação entre
- Caracterização da evidência racional das
as ideias e a realidade, de modo que qualquer
ideias como garantia da certeza do
ideia – simples ou complexa – tem de poder ser
conhecimento
reconduzida a uma impressão sensível, à
experiência
- Caracterização do papel da razão e dos
sentidos no conhecimento da realidade
segundo a qual a razão sem os sentidos não
- Caracterização do papel da razão e dos
pode ajuizar ou fazer inferências sobre a
sentidos no conhecimento da realidade: as
realidade
operações da razão – intuição e dedução – são
a base do método racional através do qual se
pode alcançar e progredir no conhecimento da
realidade; as ideias com origem nos dados dos
sentidos (ideias adventícias) são incertas e
confusas, não podendo a experiência servir de

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ponto de partida para o conhecimento

FUNDAMENTAÇÃO DO CONHECIMENTO.

– para Descartes, o conhecimento – para Hume, o conhecimento fundamenta-se


fundamenta-se em verdades conhecidas a em verdades conhecidas a posteriori;
priori; – algumas verdades a posteriori (por exemplo, a
– as verdades a priori (por exemplo, a verdade verdade de ter sentido frio ao tocar um pedaço
de que eu sou uma coisa que pensa ou a de gelo) são, para Hume, os dados empíricos
verdade de que Deus existe) são, para básicos requeridos para o conhecimento do
Descartes, os primeiros princípios de todo o mundo;
conhecimento; – os dados empíricos básicos resultam de
– o raciocínio pelo qual são descobertos os impressões simples fornecidas pela experiência.
primeiros princípios de todo o conhecimento
segue o modelo da matemática e assegura a
certeza .

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO A PRIORI.

- Descartes defende que algum conhecimento - Hume defende que o conhecimento a priori
a priori é acerca do mundo; estabelece relações de ideias (ou relações entre
conceitos)

- Descartes defende que o conhecimento do – Hume considera que o conhecimento a priori


não tem importância como meio para descobrir
mundo mais importante é a priori;
o mundo – com esse tipo de conhecimento,
«não aprendemos nada de substancial acerca
do mundo»

- os racionalistas, como Descartes, consideram – os empiristas, como Hume, consideram que as


que as verdades conhecidas a priori são certas verdades conhecidas a priori são «não-
(ou evidentes, ou claras e distintas), são instrutivas», ou seja, não são informativas (ou
aspetos fundamentais do mundo e delas se não têm conteúdo factual).
deduzem outras verdades acerca do mundo.

ORIGEM DA IDEIA DE DEUS


‒ Descartes afirma que «o pensamento de ‒ Hume afirma que as ideias, «por mais
alguma coisa de mais perfeito do que eu [...] se compostas e sublimes que sejam», são
devia a alguma natureza que fosse, copiadas «de uma sensação ou sentimento
efetivamente, mais perfeita», ou seja, que a precedente», ou seja, que a ideia de Deus é
ideia de perfeição não pode ter tido origem uma ideia composta, formada pela associação e
num ser imperfeito como ele (porque duvidar é pela ampliação de ideias simples provenientes
uma imperfeição, e ele duvida); da observação das operações da nossa mente;

‒ segundo Descartes, a ideia de Deus não tem ‒ Hume considera que a ideia de Deus tem
origem empírica / é inata; origem empírica.

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DESCONFIANÇA A RESPEITO DE HAVER CONHECIMENTO SUBSTANCIAL A PRIORI

‒ Descartes defendeu que «pelo pensamento ‒ Hume defendeu que podemos descobrir a
puro»/de modo «independente da perceção priori relações de ideias; todavia, os raciocínios
sensorial»/a priori podemos ter conhecimento pelos quais descobrimos relações de ideias não
substancial, e não apenas de relações de ideias; permitem conhecer questões de facto
por exemplo, podemos conhecer a priori que (conhecimento substancial); por exemplo,
existimos enquanto coisas pensantes ou que saber a priori que nenhum solteiro é casado
Deus existe (ou que a extensão é uma não fornece qualquer indicação acerca do
propriedade do mundo físico). estado civil de quem quer que seja, o qual só
pode ser conhecido a posteriori/recorrendo à
experiência;

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