Você está na página 1de 5

DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO

DA ATIVIDADE COGNITIVA
- O que é o conhecimento?

ATO DE CONHECER:
- SUJEITO - Aquele que conhece

- OBJETO - Aquele que é conhecido

- CONHECIMENTO - Aquilo que acontece quando um sujeito apreende um


objeto

DIFERENTES TIPOS DE CONHECIMENTO:


- CONHECIMENTO PRÁTICO - Conhecimento de atividades, ligados à
capacidade ou aptidão para algo (saber-fazer)

- CONHECIMENTO PROPOSICIONAL - Conhecimento que tem por objeto


proposições ou pensamentos verdadeiros (saber-que)

- CONHECIMENTO POR CONTACTO - Conhecimento direto de alguma


realidade

DEFINIÇÃO DE CONHECIMENTO SEGUNDO PLATÃO:

“O conhecimento consiste em crenças verdadeiras justi cadas”

CRENÇA- Convicção por parte do sujeito de que algo corresponde à


realidade (“S acredita que P”)

VERDADE- Condição essencial para estabelecer a correspondência de uma


proposição com a realidade (“P é verdadeiro”)

JUSTIFICAÇÃO- Fundamentos sobre os quais uma proposição é


sustentada (“S está justi cado a acreditar que P”)

- Todas estas 3 condições são necessárias e su cientes para o


conhecimento se uma delas não for satisfeita não estamos perante
conhecimento !! No entanto, há contra exemplos que sugerem que ter
uma crença justi cada não é su ciente para ter conhecimento:

EDMUND GETTIER
- Mesmo que alguém tenha uma justi cação para acreditar em algo
verdadeiro, essa crença nem sempre é conhecimento

- Há crenças que são verdadeiras e justi cadas mas só acidentalmente

fi
fi
fi
fi
fi
fi
fi
- A verdade da crença é resultado da sorte ou coincidência

- Aquelas 3 condições são necessárias mas não su cientes para o


conhecimento

CONHECIMENTO “A POSTERIORI”- Depende da experiência; consiste em


crenças verdadeiras que não podem ser justi cadas sem dados empíricos
ex: “O tema deste trabalho é o conhecimento”

CONHECIMENTO “A PRIORI”- É independente da experiência; consiste


em crenças verdadeiras que podem ser justi cadas simplesmente pelo
pensamento ex “Tudo o que é branco tem cor” “2+2=4”

RACIONALISMO - O conhecimento “a priori” assenta em justi cações


infalíveis, ao contrário do conhecimento empírico; a razão é a principal fonte
de conhecimento.

EMPIRISMO - A experiência é a origem principal de todo o conhecimento;


todo o conhecimento factual é “a posteriori”, e o conhecimento “a priori”
não nos diz nada sobre o mundo.

- Será possível conhecermos alguma coisa?

DOGMATISMO- Sim! CETICISMO- Não!

DOGMATISMO- Não se coloca o problema do conhecimento; não considera


que o conhecimento é uma relação entre sujeito e objeto; julga que as
coisas são exatamente como as captamos.
CETICISMO - Dúvida de que o ser humano possa atingir conhecimento
certo.

- ABSOLUTO - Dúvida Absoluta

- MITIGADO - Dúvida que não exclui totalmente o conhecimento

- METAFÍSICO - Dúvida que incide sobre um determinado conhecimento

RENÉ DESCARTES (Racionalista)

- Atribui um grande valor á razão, e procura nela os fundamentos do


conhecimento

- É racionalista porque julga que basta o pensamento para obter


conhecimento factual

Segundo Descartes (que se serve da dúvida como instrumento da razão que


é posto ao serviço da verdade), é preciso um fundamento seguro para o
conhecimento, uma crença que não seja colocada em dúvida e, a partir
dela, justi camos todas as outras crenças

fi
fi
fi
fi
fi
- Através da dúvida, recusamos todas as crenças em que notarmos a
mínima suspeita de incerteza - Se uma crença resistir á dúvida, ela pode
ser fundamento para as restantes - É necessário colocar tudo em causa
na busca dos princípios fundamentais

DESCARTES

- Parece adotar a postura do cético, pois a rma que o conhecimento não


passa de uma ilusão, ou seja, nada sabemos realmente

- Porém, o ceticismo de Descartes é metódico, pois coloca o conhecimento


em causa apenas para chegar á verdade - DÚVIDA CARTESIANA - liberta
o espírito dos erros e preconceitos; abre o caminho á possibilidade de
reconstruir o saber; conduz a uma verdade incontestável

- Para Descartes há uma coisa que não podemos duvidar - Se colocamos


as nossas crenças em dúvida, estamos a duvidar - Dúvidas é uma forma
de pensar - Se estamos a pensar, então existimos - “PENSO, LOGO
EXISTO”. Esta a rmação é:

- Evidente e indubitável; certeza inabalável, obtida por intuição, de modo


racional e a priori; serve de ponto de partida seguro para o conhecimento

COGITO - Fornece o critério de verdade: clareza (presença da ideia no


espírito) e distinção (separação de uma ideia relativamente a outras)

- É verdadeiro e evidente, conseguimos concebe-lo muito claramente

- Serve de alicerce a todo o sistema do saber

- É claro e distinto porque o temos presente no espírito separado das


outras ideias

- Como é que, através de cogito, chegamos á ideia de um Deus que não nos
engane?

IDEIAS FACTÍCIAS - Resultam da imaginação, a partir da relação de ideias


(ex: sereias)

IDEIAS ADVENTÍCIAS - Ideias sobre as coisas que provém dos sentidos


(ex: teclado)

IDEIAS INATAS - Princípios que nascem connosco

- Se Deus é perfeito, ele não é enganador

- Deus é a garantia da verdade objetiva das ideias claras e distintas

- Deus garante a adequeção entre o pensamento e a realidade

- Deus é o princípio do ser e do conhecimento

fi
fi
Apoiado na ideia de Deus, Descartes prova a existência do corpo e de todas
as coisas exteriores

OBJEÇÃO Á PERSPETIVA CARTESIANA:

- Deus existe porque temos uma ideia clara e distinta Dele porque Deus
existe

DÚVIDA CARTESIANA
Suspensão do juízo, liberta o espírito dos erros que o podem perturbar ao
longo do processo de indagação da verdade e apresenta as seguintes
características:

- Metódica e Provisória: É um meio para atingir a certeza, não constituindo


um m em si mesma (esta última atitude seria típica dos lósofos céticos)

- Hiperbólica: É exagerada, rejeita como se fosse falso tudo aquilo em que


se note a mínima suspeita de incerteza

- Universal: Incide não só sobre o conhecimento em geral, como também


sobre os seus fundamentos, as suas raízes.

DAVID HUME (Empirista)

- Priveligia o conhecimento a posteriori, todas as ideias tÊm uma base


empírica

- Os conteúdos da nossa mente são “perceções” que podem ser ideias


(representações das impressões) ou impressões (sensações externas e
sentimentos internos)

PRINCIPIO DA CÓPIA - Todas as nossas ideias são cópias das nossas


impressões (Hume invoca aqueles que, estando privados de certas
impressões, são incapazes de formar ideias que lhes correspondam)

- IDEIAS SIMPLES - Cópias diretas das impressões

- IDEIAS COMPLEXAS - Combinações imaginativas de ideias simples

HUME defende 2 tipos conhecimento:

- Relações de Ideias - “a priori”, corresponde a proposições que são


verdades necessárias ex: “Tudo o que é verde tem cor”

- Questões de Facto - “a posteriori”, corresponde a proposições que são


verdades contingentes ex: “Vou ter boa nota a loso a” (a negação disto
não é logicamente impossível)

fi
fi
fi
fi
Conhecimento de Questões de Facto - baseia-se na relação da
causalidade
Racionar sobre Questões de Facto- fazer inferências causais (inferimos
uma causa que não observamos com base num efeito que experienciamos),
com base nessas inferências, esperamos que se concretizem muitos factos

- Como é que descobrimos as causas e os efeitos daquilo que


observamos?

“A partir da experiência!” Diz Hume

A relação causa-efeito é entendida por nós como uma conexão necessária,


porém, só a partir da experiência se pode conhecer a relação entre causa e
efeito veri cando que um dado fenómeno ocorre sempre a seguir a outro

- O conhecimento dos factos futuros, não sendo rigoroso, equivale a


suposição assente em expectativa. A certeza associada a este
conhecimento tem apenas um fundamento psicológico - HÁBITO (guia
prático, não é um princípio racional)

EM SUMA:

- O Empirismo de Hume reduz á realidade aos fenómenos. A existência de


algo para lá dos fenómenos carece de fundamento e a nossa capacidade
cognitiva limita-se ao provável

- O Ceticismo de Hume é moderado, está consciente das limitações do


entendimento humano, e rejeita as pretensões de conhecimento
demasiado distantes da experiência.
fi

Você também pode gostar