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o problema do

conhecimento(tema)
o que é o conhecimento?

essa questão provem/ origina de uma das disciplinas centrais


da filosofia, a epistemologia, que estuda os problemas da
natureza e da possibilidade do conhecimento.

questões da epistemologia:

o que é o conhecimento?

qual é a principal fonte de justificação das nossas


crenças?

será o conhecimento possível?

é possível conhecer?

Platão apresentou uma proposta de definição de


conhecimento proposicional que assenta na ideia de
que tem três condições necessárias para o
conhecimento: crença, verdade e justificação.
cada uma sozinha não é suficiente, mas necessária para
possuir conhecimento.

conhecer é ter uma crença verdadeira justificada, essa é a


definição tradicional de conhecimento.

definição tripartida.

crença:
estado mental de convicção a algo, todo o conhecimento
envolve uma crença, essa é uma condição necessária para

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haver conhecimento.

mas saber algo não é o mesmo que acreditar

verdade:
o conhecimento é factivo, isto é, não podemos saber de algo
que é falso

saber implica a verdade daquilo que sabemos.

justificação:
tem de ter boas razões a favor da verdade dessa crença

mas ter boas razões não garante que essa crença seja
verdadeira.

tipos de conhecimento:
pratico: de saber fazer algo, como saber cozinhar

proposicional, ou seja, saber que 2+2=4, essa e a única que


importa a filosofia, já que e capaz de ser diretamente
transmitido e se baseia em proposições que podem ser
verdadeiras ou falsas.

por contacto: conhecimento direto de alguma realidade, como


por exemplo: conheço paris

Gettier:
criticou a definição tripartida do conhecimento, e criou
contraexemplo/ objeções contra, estas sendo:

apesar da crença ser verdadeira e justificada, a


justificação que o sujeito tem, não se baseia em fatos
relevantes a realidade, tornando a verdadeira, pois pode
resultar de um acaso ou mera coincidência.

tese: ter crença, justificação e verdade e necessário, mas


não suficiente para possuir conhecimento sobre algo, pois a
justificação poder ser proveniente de um acaso ou
coincidência

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fontes de justificação do conhecimento:

juízo aposteriori-

provém da experiência sensível, isto é, só o podemos


adquirir pela experiência e obtemos a partir dos
sentidos.

também denominado como conhecimento empírico.

não pode ser obtido através do pensamento ou do


raciocínio lógico.

exemplos: a neve é branca; o Pedro é solteiro; a chuva


molha;

juízo a priori-

provém da razão e/ou do pensamento.

é independente dos sentidos e da experiência.

exemplos:2+2=4; casados não são solteiros; o triangulo


tem 3 lados

de onde vem o conhecimento?


racionalismo-
usa a razão como fonte do conhecimento

o conhecimento tem um fundamento racional: as crenças


básicas provêm da razão

para os racionalistas o empirismo não deve ser nem


necessário e nem universal, pois “os sentidos são
incertos”.

as ideias fundamentais são inatas ( inerentes ao


conhecimento).

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empirismo:
fonte do conhecimento é a experiência e os sentidos.

o conhecimento a priori não é substancial( sobre o mundo)

as crenças básicas provêm da experiência

as ideias não são inatas

o conhecimento está limitado pela experiência

fundacionalismo
o que é?
é a perspectiva segundo a qual o conhecimento está
alicerçado em fundamentos certos, seguros e indubitáveis -
as crenças básicas

isto é, diz respeito a qualquer teoria epistemológica


que se baseia no conceito de crenças básicas ou
fundamentos para a construção do conhecimento

tanto o racionalismo como o empirismo são teorias


fundamentalistas

tese:
o conhecimento está fundado em crenças básicas( racionais
ou empíricas)

crenças básicas, o que é?


são crenças que se auto justificam, isto é, que justificam
a si mesma sem a necessidade de outras crenças.

crenças não básicas, o que é?


crenças que são justificadas por outras crenças

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é possível conhecer ? (desafio
cético)
respostas:
resposta dos céticos:
não é possível conhecer

tese- não podemos afirmar que temos o conhecimento, porque


nenhuma fonte de justificação das nossas crenças é
satisfatória, quer seja a razão, quer seja a experiência

não afirmam que nada sabemos, mas desafiam a possibilidade


de podemos afirmar que temos conhecimento ao negarem que as
nossas crenças estejam devidamente justificadas

suspensão do juízo- epoché, isto é, suspender o juízo em


relação à verdade ou falsidade de qualquer proposição

uma vez que geralmente nossas pretensões de conhecimento


não tem justificação

principais argumentos céticos para duvidar e


suspender o juízo:
argumento da divergência de opiniões- se fosse possível
justificar as nossas crenças, não haveria lugar para
divergências de opinião. há divergência de opinião. logo, é
impossível justificar as nossas crenças

Frequentemente, especialistas da mesma área discordam


entre si, o que significa que nenhum deles considera
boas as razões que justificam a opinião do outro. Logo
nenhuma crença está devidamente justificada, o mais
certo é suspender o juízo, ao invés de considerar que
algum deles sabe seja o que for

argumento da ilusão- tudo que é uma fonte de justificação


segura do conhecimento não nos engana. os sentidos enganam.
logo, os sentidos não são uma fonte segura de conhecimento.

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normalmente, confiamos nos nossos sentidos, mas
por vezes, eles enganam-nos.

Por exemplo, quase todos nós já tivemos a experiência


embaraçosa de parecer reconhecer um amigo à distância,
para descobrir depois que estamos a acenar a um
desconhecido.

estas ilusões questionam a fiabilidade dos


sentidos:
parecem mostrar-nos que os sentidos não são uma fonte de
justificação segura do conhecimento. Parece pouco
provável
que o mundo exterior seja exatamente como parece ser.

argumento da regressão infinita da justificação- a


justificação de qualquer crença é inferida de outras
crenças. se a justificação de qualquer crença é inferida de
outras crenças, então dá-se uma regressão infinita. se há
uma regressão infinita, as nossas crenças não estão
justificadas. logo, as nossas crenças não estão
justificadas

os céticos defendem que as nossas crenças


remetem sempre para outras crenças anteriores, onde
vão buscar a justificações em a qual não há
conhecimento, sendo que não há uma
primeira que possa fundamentar verdadeiramente todas as
outras.

descartes e a resposta racionalista:


tese: -o conhecimento é possível.
a razão é a principal fonte de justificação das nossas
crenças

descartes é um fundacionalista racionalista

descartes tem como objetivo demonstrar que os céticos


estavam enganados, mesmo não negando os principais

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argumentos deles

o fundacionalismo cartesiano- tem como objetivo


construir um sistema filosófico assente em
fundamentos absolutamente seguros e inabaláveis,
isto é, um ponto de partida sólido, do qual não
haveria dúvida (irrepreensível)

para fundamentar sua tese apoiou-se num modelo matemático:

universal

verdadeiro

necessário

Dúvida: o método que Descartes


descobriu ser infalível para pôr à
prova todas as nossas crenças foi
a dúvida

todas as crenças terão de ser submetidas à dúvida e passar


no teste da dúvida, que consiste em não encontrar nenhuma
incerteza sobre as mesmas

considerar provisoriamente falsas as crenças que não


passarem no teste

o objetivo:

encontrar encontrar crenças indubitáveis (que não seja


possível duvidar) e fundacionais, isto é, que sirvam de
fundamento e ponto de partida para outras crenças

eliminar falsas crenças e preconceitos

construir um saber certo e evidente

vencer os céticos

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características da dúvida de descartes:

metódica- porque é um meio para alcançar um conhecimento


certo e indubitável. é um instrumento da razão que permite
evitar o erro

provisória- porque o objetivo não é concluir que tudo é


duvidoso, mas que há crenças indubitáveis. como tal é
abandonada uma vez que alcançado o objetivo de encontrar
crenças fundacionais

universal- porque todas as crenças são submetidas à duvida


( a priori e a posteriori)

hiperbólica- porque é exagerada: leva a supor que é falso


tudo que possa levantar a mais pequena duvida

sistemática- exercita de modo constante até encontrar algo


indubitável

razões para duvidar:

🤔 Descartes decide analisar os princípios fundamentais de


cada um dos domínios do conhecimento dado que a tarefa
de analisar todas as nossas crenças seria interminável.
se esses princípios se revelarem falsos, todas as
crenças que são baseadas neles serão rejeitadas

argumento do sonho: os sonhos às vezes parecem tão reais


quanto a realidade, podendo tudo não passar de uma ilusão

ilusão dos sentidos: os sentidos nos enganam com frequência


e já nos fizeram acreditar/assumir algo como verdadeiro e
depois verificar que era falso

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tendo em conta que as crenças aposteriori (1 e
2) não podem ser o fundamento do conhecimento,
já que são dubitáveis

hipótese do génio maligno (erro de raciocínio): Descartes


faz uma experiência mental que consiste em imaginar que
existe uma espécie de Deus enganador que se diverte em nos
manipular, nos fazendo acreditar em falsas realidades (a
priori), como uma proposição matemática , nos fazendo
cometer :

erros de raciocínio- há homens que se enganam nos


raciocínios, mesmo a propósito do termo mais simples da
geometria

assim as crenças a priori também não podem ser o


fundamento do conhecimento, pois não são
indubitáveis

o cogito
primeira verdade/certeza incontestável que procura
que é o cogito (“penso, logo existo”)[cogito, ergo
sum], resulta do próprio ato de duvidar, pois se
está a duvidar , está a exercer um ato de
pensamento e, ao pensar, tem claramente de existir.
Entretanto não afirma ter corpo, mas sim ser um ser
pensante.
duvido » penso » existo

pensamento é substância puramente pensante

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o que é o cogito?
uma crença fundamental, uma crença básica que
autojustifica-se e pode justificar outras crenças(refutando
o argumento da regressão infinita)

uma crença indubitável, pois não conseguimos duvidar da sua


verdade, sendo uma intuição racional

uma verdade racional e a priori, pois foi descoberta


através da intuição racional e não da dedução

é evidente, impõem-se ao pensamento de forma clara e


distinta

uma substância pensante (res cogitans= alma), distinta e


independente da existência do corpo

o cogito é um principio indubitável, porque apresenta de


forma clara e distinta, ou seja, evidente. assim é
possível distinguir as ideias verdadeiras das falsas pela
evidência

existência de Deus
a análise das ideias inatas e evidentes revela a ideia
inata de um ser perfeito ( omnisciente, omnipresente,
omnipotente e sumamente bom) , sendo esse ser Deus.

argumento ontológico-
se Deus é um ser que possuiu todas as perfeições , então a
existência é uma dessas perfeições, ou seja, se Deus é
perfeito, tem que existir ( res divina)

argumento a priori- a existência de Deus é a conclusão


necessária da ideia de ser perfeito

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argumento da marca impressa-
a ideia de perfeição não pode ter origem nos meus sentidos,
pois não é visível

a ideia de perfeição não pode ter origem em descartes


porque ele duvida e essa é uma imperfeição “se duvido não
sou perfeito”

a ideia de perfeição não pode surgir de mim mesmo, pois sou


imperfeito

a ideia de perfeição só pode ter sido colocada em mim


(ideia inata) por um ser perfeito ( Deus)

as ideias em Descartes:
ideias inatas-
claras e distintas

evidente

a priori( atingidas sem recurso da experiência)

ideias que já nascem conosco e que são descobertas


racionalmente

exemplos: cogito, Deus e outros

ideias adventícias-
sobre as coisas que provêm do sentido

decorrem da experiência sensível

a posteriori (provêm da experiência)

exemplos: animais, oceano, plantas

ideias factícias-
resultam da imaginação

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irreais

ideias criadas/imaginadas pela imaginação

exemplos: fadas, dragões, sereias cavalo alado e etc.

críticas a descartes
1- o argumento do cogito não é convincente
“nada diz quanto ao que sou, exceto que sou uma coisa
pensante”

para existir pensamento não é preciso necessariamente de um


pensador

a partir do cogito só é possível concluir que “ há


pensamentos” e não de que há um pensador

ou seja, a frase “ penso, logo existo” é duvidosa, pois há


o pensamento de fato, mas não a certeza de um pensador

2. circulo cartesiano
descartes usa da falácia da petição do princípio, quando
diz que “Deus existe porque concebo clara e distintamente a
sua existência” e que “aquilo que concebo clara e
distintamente é verdadeiro porque Deus existe”, visto que o
argumento para justificar e provar a existência de Deus é
circular.

isso significa que ele usa o critério da evidência para


provar a existência de Deus e, simultaneamente, usar
Deus para fundamentar o critério da evidência.

David Hume e sua resposta


empirista

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o conteúdo da mente:

“ existe uma diferença considerável entre as


percepções da mente, quando um homem sente a dor
de um calor excessivo ou o prazer de um ardor
moderado, e quando ele depois traz a memória a
sua sensação ou a antecipa mediante a sua
imaginação” “ o mais vivo pensamento é ainda
inferior à mais baça sensação.”

tendo em conta que David Hume é um empirista, o


conhecimento provêm da experiência sensível (a posteriori)
e pra ele o ponto de partida para obter o conhecimento são
as percepções( a partir dos sentidos é adquirido informação
sobre o mundo) que são tudo que há na nossa mente.

tese:

o conhecimento é possível

a experiência é a fonte de justificação ÚLTIMA das


nossas crenças.

percepções
podem ser de dois tipos:

impressões e ideias

as impressões e as ideias diferenciam-se na vivacidade,


enquanto as impressões são as percepções mais vivas e
fortes, como um corte e a dor instantânea ou algo que
esteja acontecendo naquele momento, já as ideias são
percepções menos vivas e mais fracas, tendo em conta que
são lembranças e recordações de uma impressão, ou seja, uma
cópia mais fraca e menos viva das impressões e sensações,
podendo também derivar da imaginação.

todas as nossas ideias derivam das impressões!!!

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impressões:
derivam das sensações externas, como: audição, visão, tato,
olfato e paladar

derivam de sensações internas, como: medo, alegria,


tristeza, raiva, nojo

podem ser simples ou complexas, isso é:

simples: não podem ser decompostas e derivam de uma


ideia simples, como cor

associação de ideias:
por semelhança: se dois objetos se parecem, então a ideia
de um objeto vai levar a ideia do outro

ex: um cosplay de um personagem, me faz lembrar do


original

por contiguidade no tempo e no espaço: quando duas ou mais


ideias são contíguas(unidas ou juntas) no tempo e no
espaço, lembrar ou pensar de uma ideia leva imediatamente a
outra

ex: pensar no natal, me faz lembrar da minha viagem pra


Disney no natal com a minha família

relação entre causa e efeito: lembrar de dois objetos ou


acontecimentos, sendo um a causa e outro o efeito.

lembrar de quando tirei sangue também penso na dor da


agulha

relações de ideias e questões de facto


relações de ideias:

provêm do pensamento(lógico, geométrico, matemático..),


isto é, um conhecimento a priori(evidentes)

não depende da experiência sensível

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verdades necessárias, isto é,

nega-las implicaria uma contradição, pois não pode


negar que 2+2=4, visto que, é uma verdade necessária
e incontingente e levaria a uma contradição

ex:

3x5 é igual a metade de 30

tudo que nasce morre

(nada de substancial nos diz sobre o mundo)

questões de facto:

provêm da experiência, isto é, um conhecimento a


posteriori

(não depende da razão)

ou seja, depende das experiências e é de lá que se


encontra o conhecimento sobre mundo

verdades contingentes

nega-las não implicaria contradição

a sua negação é logicamente cabível

ex:

todos os cães latem

todos rios tem peixe

acrescentam-se informações substancial sobre o mundo,


através das impressões ,isto é, com contacto com a
realidade

princípio da causalidade em David Hume


de onde vêm a IDEIA DE CAUSALIDADE?
suposição da existência de conexão entre acontecimentos

mas… que vemos 2 acontecimentos associados = conjunção,

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não temos a impressão da CONEXÃO

portanto…o conhecimento dos fatos reduz-se a impressões,


atuais ou passadas

não podemos ter conhecimento do que não foi


experienciado, logo, não podemos conhecer fatos
futuros pq não podemos ter impressão sensível
do que ainda não aconteceu

a ideia de “relação causal” é uma ideia da qual não temos


qualquer impressão sensível

então, de onde vêm a ideia de causalidade (relação causa-


efeito)

é apenas suposição com probabilidade, assentado na


expectativa

as certezas relativas aos factos futuros têm só um


fundamento psicológico: os hábitos ou costumes
(quando se observa repetidamente uma conjunção
constante entre acontecimentos)

📌 o hábito é um guia imprescindível da vida prática, mas


não constitui um princípio racional

o problema da indução

📌 o sol nasce todas as manhãs, hoje o sol nasceu, amanhã


o sol irá nascer

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📌 problema »» COMO JUSTIFICAR QUE O FUTURO OCORRERÁ COMO
NO PASSADO ?? ««

futuro- o problema sobre a natureza baseada em experiencias


indutivas e na crença da uniformidade da natureza.

o problema do conhecimento do mundo


o empirismo de Hume traduz-se nas seguintes consequências:

fenomenismo

só conhecemos as percepções ( a realidade do mundo


reduz-se aos fenômenos, isto é, aquilo que aparece
ou que se mostra aos sentidos)

assim…
a ideia de um eu imutável e permanente não faz sentido, o
eu resulta de um conjunto de impressões particulares

a ideia de Deus é uma ideia complexa que resulta da nossa


imaginação, não temos qualquer impressão que corresponde a
ideia de Deus

ceticismo
só conhecemos aquilo que percepcionamos(percebemos através
dos sentidos).Para além disso a capacidade cognitiva junta-
se ao âmbito do provável

ceticismo relativamente à metafísica


esta ultrapassa o âmbito da experiência e da observação;
Deus resulta de uma conjugação de ideias simples

ceticismo moderado relativamente ao


conhecimento do mundo físico

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PORQUE?
há uma limitação das nossas capacidades cognitivas

existem crenças inabdicáveis sem as quais não é possível


viver, pensar e agir ( princípio da uniformidade da
natureza e existência de um mundo exterior )

criticas ao empirismo de David Hume

o problema do conhecimento(tema) 18

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