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DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA.
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UNIDADE I. Conhecimento
A definição clássica de conhecimento, originada em Platão, diz que ele consiste de crença
verdadeira e justificada.
O tema "conhecimento" inclui, mas não está limitado a, descrições, hipóteses, conceitos,
teorias, princípios e procedimentos que são úteis ou verdadeiros. O estudo do
conhecimento é a gnoseologia. Hoje existem vários conceitos para esta palavra e é de
ampla compreensão que conhecimento é aquilo que se sabe de algo ou alguém. Isso em
um conceito menos específico. Contudo, para falar deste tema é indispensável abordar
dado e informação.
A definição clássica de conhecimento, originada em Platão, diz que este consiste numa
crença verdadeira e justificada. Aristóteles divide o conhecimento em três áreas: científica,
prática e técnica.
Índice
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O conhecimento pode ser compreendido como uma crença verdadeira justificada, isto
é, um dado sujeito tem uma crença – opinião, – essa crença é verdadeira e o sujeito
tem boas razões para a justificarem. Assim sendo, crença, verdade e justificação são
condições necessárias para que se constitua conhecimento, mas apenas no seu
conjunto são suficientes. Crença é uma condição necessária poisnão é possível
conhecer sem acreditar. Por outro lado, esta não constitui uma condição suficiente
poisesta não passa de uma opinião, podendo, então, ser falsa, saber/conhecer é,
portanto, diferente de acreditar. Verdade é uma condição necessária uma vez que o
conhecimento é factivo, ou seja, não se podem conhecer falsidades. No entanto esta
não é por si só uma condição suficiente, dado que podemos acreditar em alguma coisa
que é verdadeira sem que saibamos que esta é verdadeira. Justificação é uma
condição necessária já que é necessário haver boas razões nas quais apoiar a
verdade de uma crença. Contudo a justificação não é por si uma condição suficiente,
porque ter razões para acreditar em algo não garante que essa crença seja
verdadeira.
Edmund Gettier discorda, todavia, com esta teoria, na medida em que defende que crença,
verdade e justificação não constituem, juntas, a condição suficiente para que haja
conhecimento. Este apresenta a sua oposição sobre a forma de contra-exemplos. Nos
seus contra-exemplos Gettier mostra que apesar da crença ser verdadeira e estar
justificada, a justificação que o sujeito tem para essa crença não decorre dos aspetos
relevantes da realidade que a tornam verdadeira. Assim, Gettier afirma que se as crenças
forem acidentalmente ou por mera sorte verdadeiras não se constitui conhecimento.
5. Modos de Conhecer
6. A intuição
A intuição (do latim intuitio, do verbo intueor, "olhar atentamente", "observar". Intuição
é portanto uma "visão", uma percepção sem conceito) é um conhecimento imediato -
alcançado sem intermediários -, um tipo de pensamento direto, uma visão súbita. Por isso
é inexprimível: Como poderíamos explicar em palavras a sensação do vermelho? Ou a
intensidade do meu amor ou ódio? É também um tipo de conhecimento impossível de ser
provado ou demonstrado. No entanto, a intuição é importante por possibilitar a invenção,
a descoberta, os grandes saltos do saber humano.
Sensível, quando percebemos pelos órgãos dos sentidos: o calor do verão (tato), as cores
da primavera (visão), o som do violino (audição), o odor do café (olfato), o sabor doce
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(paladar/gustação); Psicológica, quando temos a experiência interna imediata de nossas
percepções, emoções, sentimentos e desejos.
7. Conhecimento discursivo
Discurso (do latim discursus, literalmente "ação de correr para diversas partes, de tomar
várias direções".) Para compreender o mundo, a razão supera as informações concretas
e imediatas recebidas por intuição e organiza-as em conceitos ou ideias gerais que,
devidamente articulados pelo encadeamento de juízos e raciocínios, levam à
demonstração e a conclusões. Portanto, o conhecimento discursivo, ao contrário da
intuição, precisa da palavra, da linguagem. Por ser mediado pelo conceito, o
conhecimento discursivo é abstracto. Abstrair significa "isolar", "separar de". Fazemos
abstração quando isolamos um elemento que não é dado separadamente na realidade.
8. Tipos de Conhecimento
Principais
Conhecimento científico: Preza pela apuração e constatação. Busca por leis e sistemas,
no intuito de explicar de modo racional aquilo que se está observando. Não se contenta
com explicações sem provas concretas; seus alicerces estão na metodologia e na
racionalidade. Análises são fundamentais no processo de construção e síntese que o
permeia, isso, aliado às suas demais características, faz do conhecimento científico quase
uma antítese do popular.
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Conhecimento filosófico: Mais ligado à construção de ideias e conceitos. Busca as
verdades do mundo por meio da indagação e do debate; do filosofar. Portanto, de certo
modo assemelha-se ao conhecimento científico - por valer-se de uma metodologia
experimental -, mas dele distancia-se por tratar de questões imensuráveis, metafísicas. A
partir da razão do homem, o conhecimento filosófico prioriza seu olhar sobre a condição
humana.
Submissos
9. Etimologia
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Francis bacon, "O conhecimento é poder".
Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos capazes de criar e
transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de aplicar o que aprendemos, por
diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento; somos os únicos capazes
de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias
experiências e passar para outros seres humanos. Essa característica é o que nos permite
dizer que somos diferentes dos gatos, dos cães, dos macacos e dos leões.
Ao criarmos este sistema de símbolos, através da evolução da espécie humana,
permitimo-nos também ao pensar e, por conseqüência, a ordenação e a previsão dos
fenômenos que nos cerca.
Exemplo:
A chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta,
acabamos por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar.
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É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre
fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do
universo, ultrapassando os limites formais da ciência.
Exemplo:
"O homem é a ponte entre o animal e o além-homem" (Friedrich Nietzsche)
Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem,
ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo.
Exemplo:
Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duende; acreditar
em reencarnação; acreditar em espírito etc.
✓ É racional e objectivo.
✓ Atém-se aos fatos.
✓ Transcende aos fatos.
✓ É analítico.
✓ Requer exactidão e clareza.
✓ É comunicável.
✓ É verificável.
✓ Depende de investigação metódica.
✓ Busca e aplica leis.
✓ É explicativo.
✓ Pode fazer predições.
✓ É aberto.
✓ É útil (GALLIANO, 1979, p. 24-30).
Exemplo:
Descobrir uma vacina que evite uma doença; descobrir como se dá a respiração dos
batráquios.
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UNIDADE 2. Ciência e Métodos Científicos
Este artigo foca o sentido mais estrito da palavra. Embora as duas estejam fortemente
interconectadas, a ciência tal como enfatizada neste artigo é muitas vezes referida como
ciência experimental a fim de diferenciá-la da ciência aplicada, que é a aplicação da
pesquisa científica a necessidades humanas específicas.
Da correta compreensão é fato que a ciência não exclui os crentes, teístas ou religiosos
do seu leque de cientistas; contudo é também fato que a ciência, graças aos pré-requisitos
do método científico, exclui por completo, dela e de suas teorias científicas, as convicções
não testáveis frente ou mesmo tanscendentes ao factualmente real; sendo a ciência, por
parágrafo constitutivo explícito em sua definição stricto sensu - e por ausência de fato
contraditório - expressamente cética e secular no que lhe cabe.
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Definições filosóficas
O físico e filósofo das ciências Léna Soler, no seu manual de epistemologia, começa
igualmente por sublinhar pelos limites da operação de definição.
Os dicionários propõem certamente algumas definições. Mas, como recorda Léna Soler,
estas definições não são satisfatórias, como quase nunca são quanto o assunto são
verbetes ligados às cadeiras científicas. As noções de universalidade, de objetividade ou
de método científico (sobretudo quando este último é concebido como a uma única noção
em vigor) é objeto de numerosas controvérsias para que possam constituir o pedestal de
uma definição aceitável. É necessário, por conseguinte, ter em conta estas dificuldades
para descrever a ciência. E esta descrição continua a ser possível tolerando-se certa
vaporosidade epistemológica.
Origens da Ciência
Em uma visão cronológica a ciência nasceu como uma tentativa de se achar respostas
para os questionamentos humanos, questionamentos como "o que há lá fora?", "do que o
mundo é feito?", "qual é o segredo da vida?" e "como chegamos até aqui?". Mais do que
capaz de satisfazer a curiosidade, mostrou-se gradualmente como uma verdadeira
ocupação, inspirando trabalhos de vidas inteiras. Isso porque percebeu-se que, por meio
da observação e experimentação - do método científico - era possível não só compreender
o mundo que nos cerca mas também a nós mesmos, isso de forma a impelir o
desenvolvimento de novas tecnologias e, assim, melhorar a qualidade de vida das
pessoas. Nesse sentido, embora não exista por si só e sim como uma produção humana,
a ciência é, de longe, a ferramenta mais indispensável à manutenção do progresso.
Com um longo caminho ainda a trilhar antes de atingir a definição e status atual, o aqui
com ressalvas chamado "pensamento científico" surgiu na Grécia Antiga com os
pensadores pré-socráticos que foram chamados de Filósofos da Natureza e também Pré-
cientistas. Nesse período a sociedade ocidental pela primeira vez ousou abandonar a
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forma de pensar baseada em mitos e dogmas para estabelecer uma nova forma de
pensar, uma forma de pensar naturalista baseada no ceticismo.
Método científico
O modelo de Bohrdo átomo. A evolução do modelo atômico da matéria - desde sua
proposição por Leucipo e Demócrito até o paradigma mais atual, o modelo atômico dos
orbitais - fornece bom exemplo de como a ciência trabalha, e de que as teorias - quando
em acordo com o método científico - evoluem com o tempo.
Ao falar-se de modelo é importante ressaltar que, por mais trabalhado e elaborado que
seja um modelo, um modelo não é o objeto que se modela, e há sempre o nele se
melhorar, sendo o trabalho de modelagem, em verdade, um trabalho sem fim. Ao fim do
raciocínio é possível até mesmo interpretar as teorias científicas como grandes e
sofisticados modelos acerca da natureza. O eterno trabalho de aperfeiçoá-los cada vez
mais - quer em detalhes quer em abrangência - constitui o principal objetivo da ciência e
a labuta diária dos cientistas.
Objetivos da Ciência
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A ciência tem objetivos definidos, e embora nem sempre acerte na mosca, ela esforça-se
ao máximo para fazê-lo, e mantém-se sob intenso e constante treino.
Filosofia da ciência
A eficácia da ciência a tornou assunto de questionamento filosófico. A filosofia da ciência
busca entender a natureza e a justificação do conhecimento científico e suas implicações
éticas. Tem sido difícil fornecer uma explicação do método científico definitiva que possa
servir para distinguir a ciência da não-ciência, e, mesmo que para um cientista a fronteira
mostre-se precisa e clara, há em princípio argumentos filosóficos legítimos sobre
exatamente onde estão os limites da ciência, e tais são traduzidos no que é conhecido
como problema da demarcação. Há, no entanto, um conjunto de preceitos principais que
possuem um consenso entre os filósofos da ciência e dentro da comunidade científica.
Por exemplo, é universalmente aceito que deve ser possível testar independentemente as
hipóteses e teses científicas de outros cientistas para que sejam aceitas pela comunidade
científica.
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Classificações
Ao se falar em classificações da ciência não se deve jamais esquecer, antes de tudo, que
a ciência tem pilares muito bem definidos sobre os quais esta se constrói, e que entre eles
têm-se pilares os quais afirmam que a ciência é uma só, e que ela tem fronteiras muito
bem definidas.
Segue-se que as classificações são feitas apenas por mera questão de sistematização ou
referência, o mesmo valendo para a divisão das "classes" nas respectivas subáreas - a
exemplo em cadeiras científicas como física, química, e outras - e até mesmo para as
subáreas específicas à cada subárea - a exemplo a termodinâmica, o eletromagnetismo
ou a ótica, subáreas da física, esta por sua vez uma subárea das ciências naturais, que é
subárea das ciências empíricas, correspondendo a última, em mesmo nível das ciências
formais, a uma das duas grandes classes na qual a ciência é geralmente separada.
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Sobre as ciências formais é contudo importante lembrarem-se aqui os pilares e limites da
ciência bem como a questão de a matemática ser ou não ciência, questão já debatida e
adequadamente respondida em seções anteriores. Considerações pertinentes e similares
cabem também a todas as ciências formais, certamente.
Por sua vez as ciências empíricas se dividem em duas classificações: ciências naturais,
cujo alvo principal de estudo é a natureza como um todo aparte o comportamento humano
em específico, e ciências sociais, que estudam o comportamento do Homem e suas
sociedades.
As ciências sociais estudam os aspectos sociais do mundo humano, ou seja, a via social
de indivíduos e grupos humanos. Isso inclui Antropologia, estudos da comunicação,
Economia,Geografia humana, História, Linguística, ciências políticas, Psicologia e
Sociologia.
Embora o alvo de estudo das ciências sociais seja um alvo científico legítimo, a
metodologia específica empregadas por muitas subáreas de estudo neste grupo
encerradas muitas vezes exigem importantes considerações a respeito dos pilares da
ciência, principalmente quanto ao associado às suas fronteiras. Ao se considerarem as
ciências sociais não é raro encontrarem-se estudos no limite do que se considera
científico.
As ciências naturais estudam o universo, que é entendido como regulado por regras ou
leis de origem natural, ou seja, os aspectos físicos, ficando os aspectos humanos
geralmente em segundo plano - estes deixados estes para as ciências sociais. Isso é
válido para praticamente para todas as subáreas - todas as cadeiras científicas - a saber
a Astronomia, Biologia, Física, Química, Geografia e e outras. As cadeiras que visam
estudar diretamente os fenômenos ligados ao planetaTerra, entre elas a geografia,
geologia, e outras, geralmente são classificadas em um grupo nomeado ciências da terra,
e não obstante fala-se com frequência em ciências naturais e da terra.
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fundamentais, e as leis que os governam; seguindo a lógica doreducionismo científico de
forma muito difundida, geralmente pressupõe-se nesta classe que todos os outros
fenómenos podem ser em princípio compreendidos a partir dos fundamentais. Há uma
diferença marcante entre ciência pura e ciência aplicada, portanto: as ciências puras, em
contraste com as ciências aplicadas, são marcadas por buscarem as minúcias do
conhecimento básico que desenvolvem, a compreensão a mais completo possível acerca
do objeto em estudo. A ciência básica é o coração de todas as descobertas, e o progresso
científico é feito geralmente tendo a mesma por catapulta. A ciência pura é independente
da preocupação com aplicações práticas.
Esta classificação divide as ciências de acordo com o grau de precisão das descrições e
previsões realizadas com base nos modelos - nas teorias - científicas pertinentes. As
ciências exatas são em princípio capazes de fornecer resultados com elevado grau de
precisão acerca dos sistemas abrangidos - envolvendo sempre modelos matemáticos
geralmente acurados - enquanto as ciências inexatas as previsões são geralmente
direcionais, e não exatas. A exemplo, pegando-se dois casos situados em extremidades
opostas em temos de precisão, é possível prever-se com precisão "exata" e confirmar-se
com certeza experimental na casa dos milímetros qual será a trajetória da Lua ao redor
da Terra, contudo embora se possa descrever, com base na psicologia , o "modus
operandi" de um maníaco e a partir dela se cogitar as ações futuras deste, não é possível
prever-se com precisão qual será seu próximo passo, onde este se dará, ou mesmo se
ele vai realmente dá-lo.
Toda medida experimental traz consigo uma incerteza inerente, e esta também deve
constar no relatório associado. Na figura, gráfico relacionado à física do estado
sólidoapresentando os resultados experimentais pertinentes em forma adequada: repare
as barras de incerteza vertical acompanhando o "valor medido" em cada ponto. A
incerteza horizontal confunde-se em princípio com a largura do ponto. Apresenta-se
também uma modelagem matemático-analítica dos resultados.
Uma ciência que não classifica-se como ciência exata é por tal inexata.
Os oponentes dessa divisão das ciências respondem que as "ciências sociais" geralmente
fazem sistemáticos estudos estatísticos em ambientes estritamente controlados, ou que
essas condições não são aderidas nem sequer pelas ciências naturais, a citar-se que a
Biologia Comportamental depende do trabalho de campo em ambientes não controlados,
e que a Astronomia não pode realizar experimentos, apenas observar condições limitadas.
Os oponentes dessa divisão também enfatizam que cada uma das atuais "ciências duras"
sofreram uma similar "falta de rigor" em seus primórdios.
O fato é que para uma teoria classificar-se como científica a mesma têm de obedecer a
todos os rigores do método científico sem contudo transcendê-lo. Ao tomarem-se para
comparação as "ciências sociais" e as "ciências empíricas", há certamente um número
muito maior de teorias à beira do "abismo" que separa as teorias científicas das não
científicas no primeiro caso. O leitor deve sempre verificar por si mesmo, ao lidar com as
teorias encontradas nas ciências sociais, se estas realmente são teorias científicas, ou
não.
Uma outra classificação das ciências se apoia nos métodos empregados. O primeiro
esboço desta distinção é atribuído ao filósofo alemão do século XIX Wilhelm Windelband.
Uma primeira distinção desta ordem pode ser feita entre as ciências nomotéticas e as
ciências ideográficas
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A Expulsão de Adão e Eva do Jardim de Eden, antes e depois de sua restauração.
O cientificismo é uma ideologia que surgiu no século XVIII, segundo a qual o conhecimento
científico permitiria escapar da ignorância e por conseguinte, de acordo com a fórmula de
Ernest Renan no livro Futuro da ciência, de "organizar cientificamente a humanidade".
Por último, foi sobretudo a Sociologia do conhecimento, nos anos 1940 à 1970, que pôs
termo à hegemonia cientificismo. Os trabalhos de Ludwig Wittgenstein, Alexandre Koyré
e Thomas Kuhn, demonstraram a incoerência do positivismo do século XIX. As
experiências não constituem, com efeito, provas absolutas das teorias, e os paradigmas
estão destinados à evoluir.
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Ciência e religião
No entanto, para alguns sociólogos e etnólogos, como Emile Durkheim, a fronteira que
separa a ciência do pensamento religioso não é impermeável. No livro Nas Formas
elementares da vida religiosa (1912), Durkheim mostra que os quadros de pensamento
científico como a lógica ou as noções de tempos e de espaço encontram a suas origens
nos pensamentos religiosos e mitológicos.
Na maioria das outras religiões, a ciência também não é oposta à religião. No Islamismo,
a ciência é favorecida porque ela não existe clero instituído; além disso, o mundo é visto
como um código a decifrar para compreender as mensagens divinas. Assim, na Idade
Média, a ciência árabe-muçulmana prosperou e desenvolveu a Medicina, a Matemática e
principalmente a Astronomia.
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MÉTODO CIENTÍFICO
Não apenas recentemente mas desde os primórdios a metodologia científica tem sido alvo
de inúmeros debates de ordem filosófica, sendo críticada por vários pensadores aversos
ao pensamento cartesiano , a citarem-se as críticas elaboradas pelo filósofo francês Edgar
Morin. Morin propõe, no lugar da divisão do objeto de pesquisa em partes, uma visão
sistêmica, do todo. Esse novo paradigma é chamado de Teoria da complexidade
(complexidade entendida como abraçar o todo). Embora tal paradigma não implique a
rigor na invalidade do método científico em sua forma geral, este certamente propõe uma
nova forma de se aplicá-lo no que se refere às particularidades de cada área quanto ao
objetivo é compreender a realidade na melhor forma possível.
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➢ Método indutivo, método dedutivo, método hipotético-dedutivo,método dialético,
método fenomenológico, etc.
Além disso, o procedimento precisa ser documentado, tanto no que diz respeito à fonte
de dados como às regras de análise, para que outros cientistas possam re-analisar,
reproduzir e verificar a confiabilidade dos resultados. Assim se distinguem os relatos
científicos (artigos, monografias, teses e dissertações) de um simples estilo (padrão) ou
arquitetura de texto orientados pelo que caracterizam as normas da Retórica ou o estudo
do uso persuasivo da linguagem, em função da eloqüência.
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Contudo pensadores contemporâneos vêem nessas duas abordagens uma oposição
complementar, enquanto que as pesquisas quantitativas que visam descrever e explicar
fenómenos que produzem regularidades mensuráveis são recorrentes e exteriores ao
sujeito (objetivos), na pesquisa qualitativa o observador (sujeito) é da mesma natureza
que o objeto de sua análise e, ele próprio, uma parte da sua observação (o subjetivo).
É importante ter em mente que as pesquisas científicas se relacionam com modelos, com
uma constelação de pressupostos e hipóteses, escalas de valores, técnicas e conceitos
compartilhados pelos membros de uma determinada comunidade científica num
determinado momento histórico, ou seja, a um paradigma válido à época em
consideração. Ciências humanas
"Ciência é muito mais uma maneira de pensar do que um corpo de conhecimentos." - Carl
Sagan
"...ciência consiste em agrupar factos para que leis gerais ou conclusões possam ser
tiradas deles." - Charles Darwin
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• Observação - Uma observação pode ser feita de forma simples, ou seja, é
realizada a olho nu, ou pode utilizar-se de instrumentos apropriados. Todavia, deve
ser controlada com o objetivo de que seus resultados correspondam à verdade e
não a ilusões advindas das deficiências inerentes próprias dos sentidos humanos
em obter a realidade.
• Descrição - O experimento necessita ser replicável (capaz de ser reproduzido). É
importante especificar que fala-se aqui dos procedimentos necessários para
testarem-se as hipóteses, e não dos fatos em si, que não precisam ser
antropogenicamente reproduzidos, mas apenas verificáveis.
• Previsão - As hipóteses precisam ser tidas e declaradas como válidas para
observações realizadas no passado, no presente e no futuro.
• Controle - Para maior segurança nas conclusões, toda experiência deve ser
controlada. Experiência controlada é aquela que é realizada com técnicas que
permitem descartar as variáveis passíveis de mascarar o resultado.
• Falseabilidade - toda hipótese deve conter a testabilidade, e por tal falseabilidade
ou refutabilidade. Isso não quer dizer que a hipótese seja falsa, errada ou tão pouco
dúbia ou duvidosa, mas sim que ela pode ser verificada, contestada. Ou seja, ela
deve ser proposta em uma forma que a permita atribuir-se a ela ambos os valores
lógicos, falso e verdadeiro, de forma que se ela realmente for falsa, a contradição
com os fatos ou contradições internas com a teoria venha a demonstrá-lo.
• Explicação das Causas - Em todas as áreas da ciência a causalidade é fator
chave , e não tem-se teoria científica - ao menos até a presente data - que viole a
causalidade . Nessas condições os seguintes requisitos são vistos como
importantes no entendimento científico:
Na área da saúde a natureza da associação causal foi formulada por Hence e adaptada
por Robert Koch em 1877 para demonstração da relação causal entre microrganismos e
patologias, fundando-se a proposta de Koch basicamente nos mesmos princípios
enunciado acima, ou seja: força da associação, ou conectividade (correlação nem sempre
implica causalidade); seqüência temporal (assimetria); transitividade (evidência
experimental); previsibilidade e estabilidade dos resultados.
• Definir o problema.
• Formular o tema.
• Recolhimento de dados.
• Proposta de uma ou mais hipóteses.
• Realização de uma experiência controlada, para testar a validade da(s) hipótese(s).
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• Análise dos resultados
• Interpretar os dados e tirar conclusões, o que serve para a formulação de novas
hipóteses.
• Publicação dos resultados em monografias, dissertações, teses, artigos ou livros
aceitos por universidades e ou reconhecidos pela comunidade científica.
Observe-se que nem todas as hipóteses podem ser facilmente confirmadas ou refutadas
por experimentos ou evidências e que em muitas áreas do conhecimento o recolhimento
de dados e a tentativas de interpretá-los já é uma grande tarefa como nas ciências
humanas e jurídicas (criminologia), contudo a necessidade de fazê-lo é inerente à ciência.
A hipótese
A Hipótese (do grego Hypóthesis) é uma proposição que se admite de modo provisório
como verdadeira e como ponto de partida a partir do qual se pode deduzir, pelas regras
da lógica, um conjunto secundário de proposições, que têm por objetivo elucidar o
mecanismo associado às evidências e dados experimentais a se explicar.
Uma hipótese científica é uma proposição falseável e testável acerca de algum fato,
conjunto de fatos ou fenômenos naturais, esta teoria permite fazer predições sobre novas
ocorrências Em princípio, embora nem toda hipótese seja científica, todas as ideias
científicas são hipóteses, o que equivale a dizer que a ciência é cética, por definição. Há
contudo uma "hierarquização" das hipóteses dentro da ciência em função de sua
relevância e em função do nível de corroboração por evidências que as mesmas possuam.
As hipóteses nascem como simples conjecturas, geralmente carecendo ainda dos testes
experimentais (e similares) pertinentes ao método científico. Recebendo a corroboração
por parte dos primeiros testes, e nenhuma contradição, esta eleva-se ao nível de
"hipótese" plausível, e na sequência, à medida que a abrangência e o nível de
corroboração aumentam, esta pode elevar-se ao nível de postulado.
Uma lei física ou uma lei da natureza consiste em uma hipótese que conseguiu, após
exaustivos, variados e abrangentes testes, todos favoráveis à sua veracidade, alcançar
um patamar que lhe permite ser usada como uma descrição científica generalização de
uma ampla gama de observações empíricas. O poder de uma lei científica geralmente
reside em sua simplicidade e abrangência, contudo não se deve esquecer que esta é,
antes de tudo, assim como as demais ideias científicas, uma hipótese.
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Os cientistas nunca falam em conhecimento absoluto. Diferentemente da prova
matemática, uma teoria científica "provada" está sempre aberta à falseabilidade se novas
evidências forem apresentadas. Até as teorias mais básicas e fundamentais podem tornar-
se superadas se novas observações mostrarem-se inconsistentes com suas ideias.
Notas
1. "A ciência só pode determinar o que é, não o que deve ser, e fora de seu domínio
permanece a necessidade de juízos de valor de todos os tipos" (Albert Einstein).
Conforme relatado por Singh, Simon - Big Bang (pág. 459)
2. Trata-se da metodologia reducionista, certamente em larga escala difundida em
várias áreas científicas modernas: compreenda primeiro cada uma das partes e
como estas interagem entre si para então compreender o todo. Embora o alicerce
de muitas cadeiras científicas, com destaque certamente para as ciências naturais
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como física, química e biologia, esta metodologia não é em absoluto necessária à
definição do método científico, havendo metodologias de trabalho não
reducionistas que também mostram-se completamente compatíveis com o método
científico em sua forma geral, a citar-se a metodologia atrelada às teorias
complexas, como a teoria do caos.
Referências Bibliográficas
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