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2. Conhecer, em sentido restrito, apenas aplicável aos seres humanos, pode ser entendido
como a construção de representações mentais que o sujeito organiza ao longo da vida na sua
relação com os objectos. É esta a perspectiva que seguiremos nestas páginas.
3. Nesta perspectiva restrita, alguns conceitos foram sendo consagrados para descrever a
estrutura envolvida na actividade cognitiva.
- Sujeito (aquele que conhece). Falar do sujeito é falar de algo que é único, com interesses,
perspectivas próprias.
- Objecto (o que é conhecido). Aquilo que se apresenta aos sujeitos, e como tal é apreendido
sempre de modo diverso. O objecto está fora do sujeito, transcende-o.
4. Tipos de Conhecimento
5. Conhecimento e Crença
A teoria tradicional sustenta que para que haja conhecimento é necessário que estejam
reunidas três condições:
a) Crença (ou Convicção). Ninguém conhece nada, se não acreditar naquilo que lhe dado
conhecer. Desta afirmação não se pode inferir que saber e acreditar sejam mesma coisa.
b) Verdade. Não basta acreditar para que haja conhecimento, é necessário que aquilo em que
acreditamos corresponda a algo real. O conhecimento é inseparável da verdade. As nossas
crenças têm que corresponder a algo que possa ser visto, verificado, provado. Daqui não
podemos inferir que todas as crenças que se revelem verdadeiras, e por consequência as
possamos considerar conhecimento.
Exemplo: Posso estar convencido que um dado número irá sair na lotaria, mas se tal por
hipótese ocorrer, isto não significa que possamos falar em conhecimento.
c) Justificação. Uma "crença" que se revela "verdadeira" não é nenhum conhecimento. Para
que possamos considerar algo como conhecimento é necessário também que este se seja
justificado por um conjunto de bons argumentos racionais, capazes de nos convencer que não
se trata de um mero acaso ou coincidência.
Não podemos por último concluir uma "crença justificada" seja um conhecimento, é necessário
que também seja verdadeira. Neste sentido, podemos definir o conhecimento como uma
"crença verdadeira justificada".
A principal objecção a esta Teoria radica no facto destes conceitos aplicados ao conhecimento
não serem tomados de forma absoluta, o que pode dar origem a falsidades. A crença pode ser
mais ou menos forte; a verdade questionável; a justificação mais ou menos conclusiva.