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O conhecimento significa captação conjunta e compreensão, ou seja, conhecer vai dizer respeito à
capacidade que o sujeito vai adquirir para organizar os dados sobre um determinado objeto, de maneira a ser
capaz de pensar nele e produzir juízos sobre ele. Assim chegamos à atividade cognoscitiva. A atividade
cognoscitiva é um processo em que, inicialmente, o sujeito vai aprender as determinações de um determinado
objeto e de seguida vai integrar nas suas estruturas mentais o conhecimento que adquiriu.
Para que haja conhecimento é essencial que exista um sujeito (alguém que conheça) e um objeto (algo
que vai ser conhecido). Caso não exista o sujeito, não existirá ninguém para conhecer logo a atividade
cognoscitiva não tem um começo, e sem objeto, o sujeito não vai ter acesso à realidade e não vai conseguir
reproduzi-lo porque não exista nada para ser conhecido. Com isto, podemos dizer que o sujeito e o objeto têm
uma correlação, um implica necessariamente a existência do outro. O sujeito vai ser sujeito em relação a um
determinado objeto, do mesmo modo que o objeto só é objeto em relação a um determinado sujeito. Contudo, o
sujeito e o objeto não podem trocar funções.
O conhecimento que o sujeito adquire vai ser influenciado pelas suas experiências, motivações e do
ambiente físico, cultural e social onde se encontra. Mas o objeto também vai influenciar, o objeto em si mesmo e
o contexto espácio-temporal onde se encontra vai refletir a forma como o sujeito perceciona o objeto. Assim
concluímos que existem duas conceções: a forma como o objeto é (por exemplo, uma maçã, a forma real da
maçã em si); e a maneira como o objeto será interpretado e compreendido pelo sujeito.
No ato de conhecer, o sujeito vai admitir um papel ativo. A função do sujeito será aprender as
características (determinações) do objeto. Para isso o sujeito vai transcender-se (sair de si) e dirigir-se à esfera
do objeto. Quando regressar à sua esfera, ele será capaz de reproduzir as determinações do objeto em si,
criando uma imagem e ganhar consciência do mesmo (“tê-lo presente mesmo quando ausente”). Só agora é que
o sujeito conhece o objeto, mas o conhecimento retido não é como objeto o é, mas sim como o sujeito o vê. O
sujeito, no ato de conhecer, enriquece, pois adquire conhecimento, logo o sujeito é o elemento determinado (saí
modificado). Passando para o objeto, este tem um papel passivo e a sua função será sê-lo efetivamente e ser
aprendido. O sujeito fará a sua função já explicada e só vai adquirir conhecimento quando o sujeito regressar à
sua esfera. Deste modo, o objeto é o elemento determinante, porque a sua existência é fundamental para que o
sujeito se altere, além do objeto não se alterar.
Concluindo, o conhecimento realiza-se em três tempos: 1) o sujeito saí de si; 2) está fora de si; 3)
regressa à sua esfera.
RACIONALISMO
No racionalismo chamamos a razão, com isto a distinguimos o certo do errado, o verdadeiro do ilusório,
onde se coloca a dúvida dos sentidos e das experiências sensíveis como fonte de justificação de conhecimento.
Os racionalistas defendem que todos nós já nascemos com ideias comuns, temos representações e ideias inatas.
Além do mais, todo o conhecimento tem de ser necessariamente verdadeiro e universalmente válido, por
exemplo, todos os seres vivos são mortais. Neste exemplo, o juízo é verdadeiro e universal. Como nesta fonte de
conhecimento tem de ser universal e verdadeiro, é recorrente terem como modelo de conhecimento as Ciências
Lógico-Matemáticas, 2+2 vai ser sempre 4. Não há nenhum lugar no mundo onde isto não seja verdade, daí ser
universal e verdadeiro.
Por fim, quaisquer fontes de conhecimento proveniente das experiências só são válidos dentro de limites
determinados, pois nem sempre são universalmente válidos pois não possuem necessidade lógica e assim não
permitem um conhecimento verdadeiro.
O racionalismo apresenta como críticas: demasiado exclusivista porque utiliza apenas a razão
como fonte de conhecimento; e respira o espírito dogmatismo (acreditar que tudo se prova com a razão).