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FOLHETIM 17/18
FOLHETIM 17/18
Fórum do Campo Lacaniano do Rio de Janeiro ISSN 1982-5986
Ficha catalográfica
Semestral
ISSN 1982-5986
CDD 150.195
Editorial
Vera Pollo ......................................................................................9
RESENHA ...............................................................................173
O Inconsciente Teatral: do divã ao palco
Cinara Santos ...........................................................................174
Contents
Editorial
Vera Pollo ......................................................................................9
REVIEW ..................................................................................173
The Theatrical Unconscious: from the couch to the stage
Cinara Santos ...........................................................................174
EDITORIAL
Editorial
10 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.9-14
EDITORIAL
12 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.9-14
EDITORIAL
Vera Pollo
14 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.9-14
CARTEL E PASSE
CARTEL E PASSE
Testemunho do passe 1
Marcelo Mazzuca
16 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.16-36
CARTEL E PASSE
18 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.16-36
CARTEL E PASSE
20 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.16-36
CARTEL E PASSE
22 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.16-36
CARTEL E PASSE
24 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.16-36
CARTEL E PASSE
26 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.16-36
CARTEL E PASSE
28 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.16-36
CARTEL E PASSE
ele teria escutado algo que ressoou durante o impasse... passe, im-
passe, passo, passa, não passa...
Há algo desse significante, que é do discurso lacaniano, que
acredito ser um chiste. Em algum momento, algum desses ter-
mos produziu um chiste. Essa é a minha fantasia, a de que Lacan,
em algum momento, escutou, afetou-se, esteve em um impasse ao
pensar o complexo de castração: Pode-se passar por isso ou não?
Por que Freud disse que não se passa daí? Essa que é uma expe-
riência de perda, de castração, depressiva, do que se perdeu; disso
não se pode passar? Isso é um obstáculo insuperável ou é um im-
passe? E se é um impasse que impassa, no entanto, passa, passou.
Acredito que Lacan produziu esse chiste, que nós o estamos
reverberando, e que essa é a estrutura da experiência do passe. Um
analisante faz esse chiste, ele se produziu enquanto ato, e não vo-
luntariamente, conscientemente. Mas o fez também ao adiantar-
-se um pouco ao inconsciente. Agora é preciso reproduzi-lo aos
dois passadores, tem que contá-lo de novo, e os dois passadores
têm que contar isso como se fossem reproduzir um chiste. Há
bons contadores de chistes e há maus contadores de chistes. Mas,
além de bom ou mau, há que se produzir o encontro para que algo
desse chiste reverbere e funcione como uma transmissão no social.
É notável que, em seus relatos, os passadores se mostrem
afetados e que produzam sonhos e lapsos; por exemplo, no
momento do relato para os cartéis do passe, sintomatizam um
pouco, como eu estava dizendo. Nisso, os passadores são o passe,
a experiência do inconsciente, são o impasse. Os passadores são
o impasse; na maioria das vezes são o impasse, e não o passe. E
isso porque a experiência se apresenta assim. E convém entender
“impasse” não apenas como obstáculo, mas na outra de suas
acepções, que é compasso de espera.
A coisa fica aí em um tempo que não encontra a pressa para
concluir, seja pelo lado do secretariado ou pelo lado do próprio
passante. Na maioria das vezes, acho que os passadores demoram
nesse tempo para compreender, e eles querem compreender, e isso
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CARTEL E PASSE
32 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.16-36
CARTEL E PASSE
Transcrição e tradução:
Elena Pérez Alonso
Leonardo Pimentel
34 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.16-36
CARTEL E PASSE
36 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.16-36
CARTEL E PASSE
No more bricks on the wall! O cartel e a letra – Luis Achilles Rodrigues Furtado 37
CARTEL E PASSE
38 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.37-44
CARTEL E PASSE
No more bricks on the wall! O cartel e a letra – Luis Achilles Rodrigues Furtado 39
CARTEL E PASSE
40 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.37-44
CARTEL E PASSE
No more bricks on the wall! O cartel e a letra – Luis Achilles Rodrigues Furtado 41
CARTEL E PASSE
42 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.37-44
CARTEL E PASSE
Referências bibliográficas
No more bricks on the wall! O cartel e a letra – Luis Achilles Rodrigues Furtado 43
CARTEL E PASSE
44 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.37-44
CARTEL E PASSE
Joseane Garcia
1 Uma versão resumida deste trabalho foi apresentada na plenária “A política do passe”
no XIX Encontro Nacional da EPFCL-Brasil, em 11 de novembro de 2018, em São
Paulo.
2 International Psychoanalytical Association.
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CARTEL E PASSE
48 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.45-56
CARTEL E PASSE
4 Inconsciente real.
50 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.45-56
CARTEL E PASSE
Sou branco, e eis como sei disso. Dado que meus companheiros eram
brancos, achei que, se eu fosse preto, o outro, devendo reconhecer ime-
diatamente que era branco, teria saído na mesma hora, logo, não sou
preto. E os dois teriam saído juntos, convencidos de ser brancos. Se não
estava fazendo nada, é que eu era branco como eles. Ao que saí porta
afora, para dar a conhecer minha conclusão (Lacan, 1945/1998, p.198).
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CARTEL E PASSE
54 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.45-56
CARTEL E PASSE
Referências Bibliográficas
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Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
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bro de 2018. Disponível em: <https://www.champlacanien.net/public/docu/4/
rdv2018pre9.pdf>. Acesso em: 13/10/2018.
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CARTEL E PASSE
Agnes Meneguelli
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CARTEL E PASSE
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CARTEL E PASSE
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CARTEL E PASSE
Referências bibliográficas
Résumé: Le présent article vise à reflé- Resumen: El presente artículo tiene como
ter la dimension politique de la clinique objetivo reflejar la dimensión política de
psychanalytique à partir du caractère la clínica psicoanalítica desde el carácter
subversif de l’acte analytique. L’analyste, subversivo del acto analítico. El analista,
dans la fonction de l’objet a, cause du dé- en función del objeto a, causa del deseo,
sir, ne s’adresse pas au moi, au maître, à no se dirige al yo, al amo, al Uno, sino al
l’Un, mas au sujet de l’inconscient. Pour sujeto del inconsciente. Depende del ana-
l’analysant, c’est la formalisation d’une de- lizante la formalización de una demanda
manda basée sur une supposition de savoir desde la suposición de saber al analista,
dans l’analyste qui lui donnera le pouvoir qué le dará al analista el poder de cura,
de guérison que l’on délègue d’abord le que, en un primer momento, delegamos
maître, à l’illusion de l’existence de l’Un, al amo, la ilusión de la existencia del Uno,
mais qui contraste avec la dimension réelle pero que se opone a la dimensión real del
de l’inconscient, l’Un royal. Il y a de l’Un. inconsciente, el Uno real. “Il y a de l’Un”.
Mots-clés: Politique. Psychanalyse. Lo- Palabras-clave: Política. Psicoanálisis.
gique. Un. Logica. Uno.
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CARTEL E PASSE
Rosanne Grippi
agente outro
--------- ---------
verdade produção
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CARTEL E PASSE
(...) que não há verdade que não esteja inscrita em alguma proposição
e de articular o que, do saber como tal — sendo o saber constituído
por um fundamento da proposição —, pode funcionar rigorosamente
como verdade. (...) A estrutura gramatical constitui, para esse autor, o
que ele identifica com o mundo (Lacan, 1969-70/1992, p. 55-6).
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CARTEL E PASSE
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CARTEL E PASSE
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CARTEL E PASSE
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CARTEL E PASSE
Referências bibliográficas
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CARTEL E PASSE
Vérité, soit fait soit fausse: Vé- Verdade, ou fato ou fake: Verda-
rité, sœur de la jouissance et le de, irmã de gozo e o Tractatus
Tractatus Logico-Philosophicus Lógico-Philosophicus
Résumé: Ce travail est le produit d’un Resumen: Este trabajo es producto de un
cartel qui lit Le Séminaire, livre 17: l’envers cartel, que lee El Seminario, libro 17: el
de la psychanalyse, par Jacques Lacan. reverso del psicoanálisis, de Jacques La-
Dans le chapitre IV de ce séminaire, can. En el capítulo IV de este seminario,
l’auteur s’est senti provoquée lorsque, la autora se sintió provocada cuando, al
en travaillant sur le thème de la vérité, trabajar sobre el tema de la verdad, La-
Lacan reprend les travaux du philosophe can toma la obra del filósofo Ludwig
Ludwig Wittgenstein, Tractatus Logico- Wittgenstein, Tractatus Logico-Philoso-
Philosophicus, et déclare: «C’est facile phicus, y afirma: “es fácil de leer. Cierta-
à lire. Certainement. Essayez. » Ainsi, mente. Apenas inténtalo”. Por lo tanto, la
l’auteur s’est penchée sur cette étude et l’a autora se dedicó a este estudio y lo pre-
présentée, dans un format plus petit, à la sentó, en un formato más pequeño, en la
XX réunion nationale de l’EPFCL, à Ara- XX Reunión Nacional de la EPFCL, en
cajú-SE, en 2019. Aracajú-SE, en 2019.
Mot-clé: Discours. Vérité. Logique Palabras-clave: Discursos. Verdad. Ló-
propositionnelle. gica proposicional.
Lugar de fala
Carol Leão
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A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
82 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.79-84
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
Referências bibliográficas
84 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.79-84
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
Dyhalma N. Ávila-López
86 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.85-96
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
88 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.85-96
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
90 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.85-96
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
92 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.85-96
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
Além do mais, requer que cada um esteja à altura dos seus atos, e assu-
ma responsabilidade pelos mesmos. Neste sentido, o Fórum Psicanalí-
tico de Porto Rico reafirma que a prática da psicanálise ressoa com os
fundamentos da democracia. Com esta postura, não há espaço para o
desdobramento obsceno de excessos nas posições de poder, o menos-
prezo pela vida, pelo padecimento dos sujeitos, nem para a trincheira
narcísica (Fórum Psicanalítico de Porto Rico, 20 jul. 2019).
Referências bibliográficas
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A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
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A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
Silvana Pessoa
Política, um tonel das Danaides, uma discordância sem fim – Silvana Pessoa 97
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
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A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
Política, um tonel das Danaides, uma discordância sem fim – Silvana Pessoa 99
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
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A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
pelo fato de seus efeitos serem difíceis de calcular” (p. 550). Mas,
apesar disso...
Política, um tonel das Danaides, uma discordância sem fim – Silvana Pessoa 101
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
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A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
Referências bibliográficas
Política, um tonel das Danaides, uma discordância sem fim – Silvana Pessoa 103
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
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A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
Introdução
Tenho dois filhos que nasceram na Bélgica, dois no Congo e meu caçula
é brasileiro. Quantas vezes, quando estavam sozinhos na rua, sem defesa,
se depararam com a polícia? Meus filhos estudaram em escola particular,
Colégio Equipe, onde estudavam filhos de alguns colegas professores.
Eu não ia buscá-los na escola, e quando saíam para tomar ônibus e vol-
tar para casa com alguns colegas que eram brancos, eles eram os únicos
a ser revistados. No entanto, a condição social era a mesma e estudavam
no mesmo colégio. Por que só eles podiam ser suspeitos e revistados
pela polícia? Lembro que meu filho mais velho, que hoje é ator, quando
comprou o primeiro carro dele, não sei quantas vezes ele foi parado pela
polícia. Sempre apontando a arma para ele para mostrar o documento.
Ele foi instruído para não discutir e dizer que os documentos estão no
porta-luvas, senão podem pensar que ele vai sacar uma arma. Na reali-
dade, era suspeito de ser ladrão do próprio carro que ele comprou com
o trabalho dele. Meus filhos até hoje não saem de casa para atravessar a
rua sem documento, são adultos e criaram esse hábito, porque até você
provar que não é ladrão… A geografia do seu corpo não indica isso2.
Narcisismo e violência contra jovens negros e pobres no Brasil – Katia Sento Sé Mello 105
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Narcisismo e violência contra jovens negros e pobres no Brasil – Katia Sento Sé Mello 107
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
centam que ela não é a vilã dos nossos males. Ela está na base da
compulsão humana pela repetição em direção ao gozo e à morte.
As autoras renovam a importante lição de Freud e Lacan de que
pulsão de morte e pulsões de vida são amalgamadas. Desconsiderar
este fato, portanto, nos conduz a uma “desfusão” e à “desintrica-
ção das pulsões” (Freud, 1923/2004 apud Bastos e Alberti, 2018).
Isto parece nos trazer de novo à emergência da preocupação de
Einstein, que se atualiza quase um século depois nas práticas de
intolerâncias, nos sentimentos de medos, ódios e na negação da di-
versidade, que levam à transformação de determinados sujeitos em
objetos de segregação e, mesmo, ao seu extermínio. Em particular,
homens jovens pobres, pretos e favelados.
A epígrafe de abertura deste artigo relata experiências coti-
dianas do que é denominado racismo institucional praticado pela
polícia contra jovens negros pobres. Mas, antes mesmo do racismo
institucional, toda nossa sociedade parece atravessada pela ideolo-
gia racista que decorre de um traço significante da nossa história,
que foi a escravidão, com toda sua estrutura hierárquica, escravo-
crata, aristocrática, punitivista. Compreender como isto é operado
na atualidade naquilo que denominamos violência é um dos ob-
jetivos de diversas pesquisas no âmbito das Ciências Humanas e
Sociais. A literatura sociológica tem explicado as violências a partir
das desigualdades sociais. No entanto, continuamos a nos indagar
sobre o porquê de determinados grupos sociais serem mais vulne-
ráveis devido a sua condição de sujeitos subalternizados. Exem-
plo disto são as violências praticadas contra mulheres, a população
LGBTIQ e a população negra, entre outros grupos. Mais do que
nunca, há uma dificuldade de convivermos com a diversidade so-
cial, que chega a números extremos de homicídios e encarcera-
mento em massa, por exemplo, do segmento específico de jovens,
pobres, negros, moradores de favelas.
Neste trabalho pretendemos analisar a violência do racismo
contra este segmento da população a partir da teoria do narcisismo
das pequenas diferenças (Freud, 1921/2011), em que um grupo
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Narcisismo e violência contra jovens negros e pobres no Brasil – Katia Sento Sé Mello 109
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A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
8 Adoto aqui o sentido sociopolítico conforme Jorge da Silva (2003), quando emprega
raça, racial e racismo. O sentido biológico que sustentou por muito tempo a categoria
racismo e suas variantes é arbitrário e já foi contestado pelas Ciências Sociais, em especial
a Antropologia; e mesmo pela genética com o mapeamento do genoma humano.
9 As fotos utilizadas neste artigo foram trabalhadas para manterem a privacidade das
pessoas retratadas.
Narcisismo e violência contra jovens negros e pobres no Brasil – Katia Sento Sé Mello 111
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
Foto 1
Foto 2
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A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
10 Utilizo a palavra Genocídio como categoria expressa pelas pessoas que têm sido
vitimadas pelo massacre realizado pelo Estado por intermédio de seus agentes da
manutenção da ordem social e da Segurança Pública. Ela parece se opor a ideia de
que vivemos uma “guerra”, que supostamente tem sido utilizada pelas autoridades do
Estado para justificar as intervenções militares em espaços moralmente considerados
perigosos e violentos. Segundo relato de uma pessoa por mim entrevistada, a palavra
“genocídio” no lugar de guerra é uma forma política que chama atenção para o fato
de que as mortes provocadas pela polícia fazem parte de uma estrutura de Estado que
se baseia na seletividade racial para “eliminar” pessoas. Tem a ver com a segurança
pública, mas também com a precariedade ou falta de acesso à saúde, à educação. É um
processo que, por exemplo, quando um jovem morre, a mãe adoece, às vezes os filhos
perdem o sustento, a família toda sofre, as pessoas do entorno. Dependendo de como
foi a morte a comunidade é afetada de certa maneira. É para além daquele corpo.
Por isso é genocida, disputando mesmo o conceito internacionalmente reconhecido
(Mestranda em Serviço Social, ativista e pesquisadora em ONG de Direitos Humanos,
residente em favela no Rio de Janeiro – setembro de 2018).
Narcisismo e violência contra jovens negros e pobres no Brasil – Katia Sento Sé Mello 113
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
114 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.105-117
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Narcisismo e violência contra jovens negros e pobres no Brasil – Katia Sento Sé Mello 115
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
Referências Bibliográficas
116 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.105-117
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Outro aspecto que não pode ser ignorado sob o risco de escor-
regar na casca de banana das “variantes”, como um “especialismo”
à realidade institucional, é o fato de que os casos são compartilha-
dos em equipe. Isso ocorre na supervisão. Pode levar a compreen-
der que a perda de gozo está no fato de que se perdeu o controle
sobre o paciente, mas esse tal controle nunca houve. Portanto, o
ponto central está no fato de que é preciso tomar o caso sem exper-
tises, mas enquanto “aprendizes da clínica”, em que a construção
dos casos se dá pelo que o sujeito disponibiliza, por seu estilo, nas
produções de seus sintomas e não nos saberes que “sabem” sobre o
sujeito. Eis aí mais um desafio diante do qual cabe não recuar. Em
nossa experiência, o trabalho de supervisão tem possibilitado que o
sintoma não seja eliminado ou extirpado, mas que seja dito. Como
nos ensinam Santos e Elia (2005), que ele seja “bem dito” não tem
nada a ver com a intenção de fazer o bem, mas visando mudar a
posição do sujeito no sintoma. Assim, “a ética da psicanálise não
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Referências bibliográficas
128 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.118-130
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134 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.131-139
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136 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.131-139
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Referências Bibliográficas
138 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.131-139
A POLÍTICA DA PSICANÁLISE EM INSTITUIÇÕES E DISPOSITIVOS PÚBLICOS
O suporte é o corpo
Vera Pollo
Dizer que uma vida não é passível de luto significa que, quem
quer que seja que a destrua, não poderá ser julgado, tampouco
poderá ser condenado. No estado permanente de exceção, há quem
diga, a meu ver com razão, que não vivemos mais na “sociedade
disciplinar” descrita por Foucault, pois já demos um passo adiante
daquele modo de governo que consistia apenas em produzir “corpos
dóceis”. Refiro-me, sobretudo, às análises de Achille Mbembe
(2003/2018)3, e de Giogio Agamben (1995/2010)4.
Não por acaso, em seus esforços por analisar a contempora-
neidade, Mbembe e Agamben forjaram, quase à mesma época,
termos bastante semelhantes. Enquanto o primeiro mencionou a
existência de um “necropoder” e uma “necropolítica”, o segundo
lançou o vocábulo “tanatopolítica”. Para um, como para o outro,
não se trata propriamente de uma sociedade sem lei, porém - o que
certamente é ainda mais grave -, é que a lei, embora reconhecida
válida, não tem vigência.
Mbembe concorda com Foucault em que o direito soberano
de matar (droit de glave) é um elemento constitutivo do poder em
todos os Estados modernos, mas acredita que a noção de biopoder
é insuficiente para explicar as formas contemporâneas de subjuga-
ção da vida ao poder da morte, pois esta subjugação – justamente
o que ele chama de necropolítica – reconfigura profundamente as
relações entre resistência, sacrifício e poder: “Às execuções a céu
aberto, somam-se matanças invisíveis” (2018, p. 49). Entre os fe-
3 Professor de história e ciências políticas e pesquisador sênior do Instituto de Investigação
Ecconõmica e Social na Universidade de Witwastersrand, Joanesburgo, África do Sul.
4 Filósofo e ensaísta italiano, autor de inúmeras obras cujos temas vão da estética à
política, em sua maior parte já traduzidas em português, entre elas, “O homem sem
conteúdo” (1970) “Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua I” (1995), “O que resta
de Auschwitz” (1998) e outras.
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CORPO E CLÍNICA
Interpretações coincidentes
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instaura o ato que ele mesmo enuncia, gerando, assim, uma verda-
de puramente factual. Na lógica proposicional, é suficiente que o
encadeamento entre as proposições se mostre coerente, para que o
enunciado conclusivo seja considerado verdadeiro. Disto se conclui
que uma proposição verdadeira pode ser bem diferente do semi-
-dizer da verdade, esta que é, como ensinou Lacan (1969), irmã do
gozo e, portanto, do real.
Tal conclusão nos remete à proliferação de fake news que vie-
mos presenciando nestes últimos tempos. É o retorno no real desta
paixão não inscrita no simbólico, em tudo semelhante à propa-
ganda fascista, tal como a descreveu Adorno (1951) em “A teoria
freudiana e o padrão da propaganda fascista”, uma leitura do texto
freudiano da “Psicologia das massas”.
No XIX Encontro da EPFCL-Brasil, realizado em São Pau-
lo, em 2018, Raul Pacheco recordava a lógica coletiva proposta por
Lacan (1945/1998, p. 212) em seu ensaio sobre “O tempo lógico e
a asserção de certeza antecipada”, no qual se afirma que, “se é so-
zinho que se atinge o verdadeiro, todavia, ninguém pode atingi-lo
a não ser através dos outros”, o que traz como consequência que “a
verdade depende, para todos, do rigor de cada um”.
Assim como Lacan em seu escrito sobre “O tempo lógico”,
Mészaros (2001/2003)6 também enfatiza o laço inevitável entre a
verdade e o tempo. Ele afirma que o capital, “estruturalmente in-
capaz”7 de solucionar as suas próprias contradições, adia8 o “mo-
mento de verdade” e tende à “representação equivocada do tempo
histórico, tanto em direção ao passado quanto ao futuro, no inte-
resse da eternização do presente.” (Mészaros, 2001/2003, p. 75).
que correspondem ao que um sujeito faz quando diz algo (como quando alguém diz
olá!, ele está saudando uma outra pessoa); e os atos perlocutórios (perlocutionary
act) que envolvem as consequências da fala (como quando se assusta alguém,
amedrontando, persuadindo ou surpreendendo, o que implica numa outra ação que
será realizada).
6 István Mészáros, graduado em filosofia, é Professor Emérito na Universidade de Sussez,
Inglaterra; considerado um dos mais importantes intelectuais marxistas da atualidade.
7 Grifo do autor.
8 Grifo do autor.
9 Por isso mesmo ele intitulou sua obra de “Século XXI: socialismo ou barbárie”.
10 Filósofa marxista polaco-alemã, tornou-se mundialmente reconhecida por sua mili-
tância revolucionária no Partido Socialista.
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CORPO E CLÍNICA
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CORPO E CLÍNICA
Referências Bibliográficas
150 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.141-150
CORPO E CLÍNICA
Corpos em sacrifício 1
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CORPO E CLÍNICA
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CORPO E CLÍNICA
Concluindo
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CORPO E CLÍNICA
Referencias bibliográficas
158 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.151-158
CORPO E CLÍNICA
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CORPO E CLÍNICA
das. Mal sabiam que ele estava com a sua prostituta. Os três eram
na verdade quatro, assim como os três mosqueteiros” (Lispector,
1974).
Pode-se então pensar que a instituição de um corpo somente
pode se dar pelo atravessamento do imaginário, o qual, na posteri-
dade, suportará fenômenos intersubjetivos regidos por este mesmo
registro, bastante comuns nas relações amorosas. Mas, além disso,
há de se pensar em uma condição simbólica, em formas de repre-
sentar e de poder falar deste corpo, pois não há acesso possível a
ele, a não ser pela referência à estrutura da linguagem. Desta for-
ma, imaginário e simbólico se apresentam como recobrimento de
um real que se faz corpo no próprio corpo.
Referências bibliográficas
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CORPO E CLÍNICA
Raquel Puga
1 Este texto surge da reelaboração do trabalho apresentado nas XXI Jornadas de Forma-
ções Clínicas do Campo Lacaniano (FCCL-Rio) / VII Jornadas do Fórum do Campo
Lacaniano do Rio de Janeiro (FCL-RJ) / I Jornadas do Fórum do Campo Lacaniano
Região dos Lagos (FCLLAGOS), sob o mesmo título.
2 Franja de território que rodeia a Capital Federal da Argentina, também chamado Gran
Buenos Aires.
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CORPO E CLÍNICA
Mundo Pablo
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CORPO E CLÍNICA
168 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.164-172
CORPO E CLÍNICA
Para concluir
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CORPO E CLÍNICA
Referências bibliográficas
172 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.164-172
RESENHA
RESENHA
Cinara Santos
Resenha de:
QUINET, Antonio. O Inconsciente Teatral – psicanálise e teatro: homo-
logias. Rio de Janeiro: Atos e Divãs Edições, 2019.
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RESENHA
176 FOLHETIM, Rio de Janeiro, ano XVI/XVII, n. 17/18, dez. 2018/jun. 2019, p.174-179
RESENHA
(...) Essa relação nunca foi abandonada nem por Freud nem por Lacan,
que não só se serviram das peças de teatro como utilizaram concei-
tos e termos dos vocabulários teatrais para elaborarem suas teorias e
abordarem a clínica psicanalítica”. Freud deixou-se ensinar por “Édipo
Rei, Hamlet”, “O mercador de Veneza”, “Macbeth”, “Rei Lear”, as-
sim como pelas peças de Ibsen e Schnitzler, entre outras. E Lacan
por Antígona e Édipo em Colona de Sófocles, por Hamlet em seu
longo estudo no Seminário VI e por diversas peças de Moliére como
“O avarento”, “O misantropo, Anfitrião”, além da trilogia de Claudel,
“O balão de Jean Genet” e “O despertar da primavera” de Wedekind
(Quinet, 2019, p. 19).
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RESENHA
Alba Abreu
AME da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano-Brasil. Psicóloga – Es-
pecialista em Psicologia Jurídica.
E-mail: albabreulima@hotmail.com
Agnes Meneguelli
Psicanalista. Psicóloga com especialização em psicanálise. Membro da Internacional dos
Fóruns - Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano-IF-EPFCL e membro
do Fórum do Campo Lacaniano de Juiz de Fora.
E-mail: agnesmeneguelli@hotmail.com
Carol Leão
Psicanalista. Doutora pelo Programa de Pós graduação em Teoria Psicanalítica (UFRJ).
Professora adjunta da graduação em Psicologia (UFC) – Sobral. Professora do Mestrado
Profissional em Psicologia e Políticas Públicas (UFC).
E-mail: carolinablmartins@gmail.com
Cinara Santos
Jornalista graduada pela (PUC-RS). Especialista em Marketing pela Fundação Getúlio
Vargas (FVG). Psicanalista. Mestrado em Psicanálise, Saúde e Sociedade pela Universi-
dade Veiga de Almeida (UVA). Participante de Formações Clínicas do Fórum do Cam-
po Lacaniano do Rio de Janeiro (FCCL-RIO).
E-mail: gmcinara@gmail.com
Dyhalma N. Ávila-López
Psicanalista. Membro do Forum Psicanalítico de Porto Rico (FP-PR). Doutora em
Filosofia pela Universidad de Puerto Rico. Práctica privada como psicóloga clínica e
psicoanalista. Supervisora clínica de internado de estudiantes doctorales de psicología
de la UPR. Enseñante del Colegio Clínico del FP-PR. Representante ALN al CRIF
2018-2020.
E-mail: dnavila@psicoa.com
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SOBRE AUTORES E TRADUTORES
Joseane Garcia
Psicanalista. Membro do Fórum do Campo Lacaniano do Rio de Janeiro. Doutora e
mestre em Psicanálise pela UERJ. Professora, supervisora e pesquisadora do curso de
Psicologia e coordenadora geral do curso de Pós-graduação Lato Sensu em Teoria e
Clínica em Psicanálise da Universidade Católica de Petrópolis.
E-mail: josie.garcia2@gmail.com
Leonardo Pimentel
Psicanalista. Doutor em Psicanálise pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Membro de Escola e membro do Fórum Rio.
E-mail: leonardoptl@icloud.com
Marcelo Mazzuca
AME da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano. Doutor em Psicologia.
Licenciado em Psicologia (UBA). Membro do Foro Analítico del Río de La Plata -
(Farp) e professor do Colégio Clínico.
E-mail: memazzuca@gmail.com
Raquel Puga
Psicóloga. Psicanalista. Mestre em Psicanálise pelo Programa de Pós-graduação em Psi-
canálise (UERJ). Especializações em Psicologia Clínico Institucional modalidade Resi-
dência Hospitalar (HUPE/UERJ). Bacharel em Psicologia na Universidad de Buenos
Aires (UBA).
E-mail: raquel_puga@hotmail.com
Rosanne Grippi
Psicóloga. Psicanalista. Membro do Fórum do Campo Lacaniano Região dos Lagos.
Psicóloga na Policlínica Municipal da Prefeitura de Saquarema-RJ.
E-mail: rogrippi@yahoo.com.br
Silvana Pessoa
Psicanalista. Mestre em Educação (USP). AME da Escola de Psicanálise dos Fóruns
do Campo Lacaniano–Brasil. Membro e atual diretora da sua Comissão de Gestão do
Fórum do Campo Lacaniano-SP. Coordenadora da Rede de Pesquisa Psicanalise, Edu-
cação e Cultura e Participante do Projeto Abracadabra.
E-mail: silvanapessoa@uol.com.br
Vera Pollo
Psicanalista. Professora titular dos programas de Mestrado e de Doutorado em Psica-
nálise, Saúde e Sociedade da Universidade Veiga de Almeida- campus Tijuca. AME da
Internacional dos Fóruns e da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano
(IF-EPFCL-Brasil).
E-mail: verapollo8@gmail.com
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INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Objetivo da revista
Normas de publicação
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INSTRUÇÕES AOS AUTORES
- Livros:
SOBRENOME do autor, Prenomes sem Abreviatura. Título do livro: subtítulo.
Local de publicação: Editora, ano de publicação.
- Capítulo de livros:
SOBRENOME do autor, Prenomes sem Abreviatura. Título do capítulo: sub-
título. In: SOBRENOME do autor, Pronomes sem Abreviatura. Título do livro.
Local de publicação: Editora, ano de publicação. Páginas inicial e final.
- Periódicos:
SOBRENOME do autor, Prenomes sem Abreviatura. Título do artigo: sub-
título. Título do periódico, Local de publicação, Instituição, número do volume,
número do fascículo, páginas inicial e final do artigo, mês e ano de publicação.
- Teses e dissertações:
SOBRENOME do autor, Prenomes sem Abreviatura. Título. Local: Programa
de Pós-Graduação/Universidade, ano de publicação. Dissertação (Mestrado em
x) ou Tese (Doutorado em x).
- Documento eletrônico:
SOBRENOME do autor, Prenomes sem Abreviatura. Título. Edição. Local:
ano, número de páginas ou volume (série) (se houver). Disponível em: <http://
www....>. Acesso em: dia mês (abreviados) ano.
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INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Direitos autorais
n. 0 | Ano III
n. 1 | Ano III
n. 1 | Ano IV – A supervisão
n. 2 | Ano V – Formação e Garantia, Sessão Clínica e Campo Lacaniano
n. 3 | Ano VI – Formação e Garantia, Sessão Clínica e Campo Lacaniano
n. 4 | Ano VII – Conceitos, Clínica, Escola e Conexões
n. 5 | Ano VIII – Freud – 150 anos
n. 6 | Ano IX – “40 anos da Proposição sobre o psicanalista da Escola”
n. 7 | Ano X – 10 Anos do Campo Lacaniano
n. 8 | Ano XI – Escola, passe, cartel, arte e clínica
n. 9 | Ano XII – Escola, passe, cartel, arte e clínica
n. 10 | Ano XIII – Escola, passe, cartel, arte e clínica
n. 11 | Ano XIII – Desafios da Escola e laço social
n. 12 | Ano XIV – O amor, signo de que trocamos de discurso
n. 13| Ano XIV – Da infância ao infantil
n. 14 | Ano XV – Sexualidade e Sexuação
n. 15 | Ano XV – Sexualidades contemporâneas
n. 16 | Ano XVI – O real e o psicanalista
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