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Águas vivificadoras
Charles Finney (1792-1875) chegou a ser contemporâneo de Moody e de George Müller.
Depois que Finney e Moody foram tocados pela glória de Deus é que o rio do avivamento nasceu.
John Haggai conta em seu livro Ouse Pedir uma Decisão, que Charles G. Finney foi um dos
pregadores mais eficazes na história norte-americana. “Um advogado convertido aos trinta e poucos
anos. Serviu como evangelista por dez anos. Somente dez! Em um período de seis semanas do seu
ministério, houve 30 mil decisões por semana! Não me consta que isto tenha sido igualado ou
superado na história evangélica da América do Norte. E veja que isto antecedeu o tempo do rádio,
TV e as igrejas com o conforto do ar condicionado”.
As Manifestações do poder de Deus
Finney tinha muito bem definido em sua mente qual era o propósito das suas pregações:
conduzir homens ao arrependimento. Ele sempre convergia a conclusão do sermão para o apelo de
salvação. Em seu livro Em Chamas Para Deus, Wesley Duewel conta que: “Enquanto Finney
pregava durante alguns meses na Filadélfia, em 1829, Deus começou a operar entre os madeireiros
que transportavam seus troncos pelo rio Delaware para vendê-los. Muitos tiveram um encontro com
Deus e voltaram rio acima para suas casas, começando a orar pela salvação de outros. Foram
relatados muitos casos de dois ou três cortadores de madeira que viviam sozinhos em pequenas
cabanas e que não haviam ido a nenhuma reunião nem sabiam quase nada de Deus. Eles eram
subitamente convencidos em suas cabanas, saíam e iam perguntar para o outro o que fazer, e depois
eram maravilhosamente salvos. Mais de 5 mil pessoas, numa extensão de 80 milhas, foram
convertidas desta forma”.
Charles Finney mesmo escreve que se preparava o melhor que podia, em oração, jejum e
estudo, a fim de dar o melhor em sua mensagem. Como consequência, ele descreve a reação das
pessoas enquanto pregava: “Depois de falar-lhes nesse tom de autoridade por não mais que quinze
minutos, uma terrível impressão de solenidade fixou-se neles e alguma coisa cintilava sobre a
congregação — um tipo de luz difusa, como se a própria atmosfera se agitasse. As pessoas
começaram a cair dos assentos, clamando por misericórdia. Se eu tivesse uma espada em cada mão,
não poderia tê-los abatido tão rapidamente. Quase a totalidade da congregação estava de joelhos ou
prostrada e penso que tudo isso aconteceu em menos de dois minutos. Os que conseguiam dizer
alguma coisa oravam por si próprios. A pouca distância de onde eu estava, havia uma lareira aberta.
Lembro-me muito bem de que minha alegria era tão grande que eu não conseguia controlar o riso.
Ajoelhei-me e coloquei a cabeça - depois de cobri-la com um lenço - na lareira, para que eles não
me vissem rindo. Sabia que não entenderiam que meu riso era fruto de uma alegria santa e
irreprimível. Com muita dificuldade controlei-me para não gritar Glórias a Deus!”.
Os Frutos do avivamento
Como fruto dos avivamentos de Rome e Utica ocorridos em 1826, cerca de 3 mil convertidos
foram incorporados às igrejas presbiterianas do Presbitério de Oneida. De Utica, Finney partiu para
outras cidades: Auburn, Troy, New Lebanon, Stephentown, Wilmington e Filadélfia. Nas cidades
onde a influência de Finney era mais fortemente sentida, a maioria da população adulta era
regenerada. Em alguns povoados dos arredores de Boston, não existia nenhum incrédulo. E Finney
continuou trabalhando, dentro do que lhe permitia a saúde, até quase o dia de sua morte, que
ocorreu na manhã do dia 16 de agosto de 1875. Ele contava, então, com quase oitenta e três anos.
Em 50 anos de ministério, Charles G. Finney ganhou aproximadamente meio milhão de
pessoas para Jesus Cristo. Livros e mais livros têm sido escritos sobre a sua vida e ministério
admiráveis; sobre a época em que ele pregou o evangelho, e sobre a sua grande influência na
América do século XIX.
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QUANDO O CÉU SE ABRE
William Booth nasceu na cidade de Nottingham, na Inglaterra, no dia 10 de abril de 1827. Foi
contemporâneo de Moody, Finney, C. H. Spurgeon e George Müller. Em 1852 foi ordenado a
pregador. Ele se casou com Catherine Mumford em 16 de junho de 1855. Inicialmente ligado a uma
igreja em Londres, nesse mesmo ano de 1855 Booth assumiu o ministério de evangelista itinerante.
A Missão Cristã de William Booth, a missão original que deu origem ao Exército da Salvação,
realizava cultos especiais chamados “Reuniões de Santidade”, onde a chuva do avivamento
começou a cair. “Porque derramarei água sobre o sedento, e rios sobre a terra seca; derramarei o
meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre os teus descendentes. E brotarão
como a erva, como salgueiros junto aos ribeiros das águas” (Is 44.3-4). A Presença de Deus tocou
muitas vidas de modo especial. Há relatos de pessoas que caíam no chão, permanecendo em estado
de arrebatamento por horas. Estas mesmas pessoas se levantavam tão cheias de alegria, que muitas
gritavam de júbilo e cantavam em êxtase. O chão por vezes ficava lotado de homens e mulheres
caídos, e os obreiros da Missão pegavam esses corpos e os levavam para outras salas, assim a
reunião poderia continuar sem distração.
Encontros de glória
Bramwell Booth, seu irmão, descreve como homens e mulheres caíam de repente ao chão, e
permaneciam em estado de desmaio durante muitas horas, experimentando profundas
transformações. Ele relata o que ocorria durante as reuniões como testemunha ocular: “Vi exemplos
de levitação, pessoas sendo levantadas e jogadas para a frente, no ar. Homens e mulheres ruins, de
repente ficavam feridos com um desespero irresistível, levantando seus braços, proferindo os gritos
mais terríveis, e caindo para trás, como se fossem mortos, convencidos sobrenaturalmente da sua
condição pecaminosa. O chão às vezes ficava cheio com homens e mulheres derrubados por uma
revelação da realidade espiritual, e os obreiros da Missão levantavam seus corpos caídos e os
levavam para outras salas, para que as Reuniões pudessem continuar sem distrações”.
George Railton relata o ocorrido num culto de adoração de agosto de 1878: “A visão dos
rostos no palco nunca será esquecida - foi mais que alegria que iluminou todos - foi o êxtase de
bêbados espirituais. Quando nós vimos um irmão, avançado em anos e endurecido pelo longo hábito
de ordenações religiosas solenes, dançando, sim, realmente dançando a música, enquanto outros,
menos constrangidos, estavam levantando os braços descobertos e girando para cá e para lá
enquanto cantavam; nós percebemos como nunca antes, que a graça de Deus pode fazer as pessoas
livres e libertas. Aqui está, mais uma vez, a religião velha, despreocupada com a opinião pública e
cheia de glória e de Deus, motivo pelo qual os apóstolos foram obrigados a recomendar
sobriedade”.
Ballington Booth, filho de William, descreveu um culto de oração no mês seguinte: “No dia 13
de setembro tivemos um tempo maravilhoso. Nunca vou esquecê-lo. Oh! Deus sondou todos os
corações naquela noite. Depois de falar sobre entregar tudo e ser sustentado pelo poder de Deus, e
cantando “Eu estou confiando, Senhor, em Ti”, nós caímos de joelhos para fazer uma oração
silenciosa. Então o Deus Todo-Poderoso começou a convencer do pecado e chamar para o
arrependimento. Alguns começaram a chorar, alguns gemeram, alguns clamaram em voz alta para
Deus. Um homem disse: ‘Se eu não puder adquirir esta bênção, não poderei viver’; outro disse, ‘Há
algo, há algo, oh, meu Deus, meu Deus, me ajuda; santifique-me; endireite meu coração’... Muitos
mais foram tocados. Nós caímos novamente de joelhos. Cinco ou seis mais vieram à frente. Um
homem tirou seu cachimbo do seu bolso, e o pôs na mesa, resolvido que este nunca mais ficaria
entre a sua alma e Deus. Então seis ou sete mais vieram à frente. Então quase não pudemos nem
cantar nem orar mais. Todos foram dominados pelo Espírito. Um jovem, depois de lutar e lutar
durante quase uma hora, gritou ‘Glória, glória, glória, alcancei. Oh, Glória a Deus!’. Uma jovem
balançou a sua cabeça, dizendo: ‘Não, hoje não’, mas logo foi vista no chão intercedendo
poderosamente com Deus... E um irmão disse: ‘Oh, oh! Se este aí não é o céu, como será o céu?’.
Outro irmão disse: ‘Eu tenho que pular’; Eu disse: ‘Então pule’, e ele pulou por todo lado. Assim
nós cantamos, choramos, rimos, gritamos, depois que vinte e três tinham se entregado ao Mestre.”
Os Frutos
Hoje, existem mais de 25 mil ministros no Exército da Salvação, servindo em 125 idiomas.
Mais de 500 mil crianças estão matriculadas em suas escolas dominicais. Com o correr dos anos,
centenas de milhares de pessoas foram ganhas para Cristo e milhões foram ajudadas em sua hora de
necessidade. Booth levou a sério a sua visão! Ele disse, certa vez: “Os melhores homens do
Exército da Salvação são as mulheres. Em 1909 Booth, com 80 anos de idade, mas sempre um
evangelista, começou suas “Campanhas Motorizadas”, quando então viajou pela Inglaterra, de
carro, evangelizando: Em 60 anos como evangelista, William Booth viajou cerca de 5 milhões de
milhas, pregando quase 60 mil sermões – e seu espírito hipnótico atraiu 16 mil oficiais para seguir a
bandeira em 58 países, para pregar o evangelho em 34 idiomas. O Exército da Salvação, liderado
por William Booth no século 19, contribuiu com avanços sociais tais como: a abolição do trabalho
infantil e a prostituição infantil da Inglaterra, e inspirou outros pioneiros, como o Dr. Thomas
Barnado, que trabalhou com as crianças de rua de Londres, resolvendo completamente o problema
durante a sua vida (trechos do livro de Richard Collier, The General Next To God / O General Perto
de Deus).
O tempo na Presença é uma terra fértil. Ele trará uma grande colheita nos empreendimentos da
vida diária em prazer, satisfação e alegria em Deus. George Müller, o grande guerreiro de oração,
disse: “Percebi, mais claramente do que nunca, que a mais importante e primeira atividade que
deveria observar a cada dia era alegrar a minha alma no Senhor”. Desta forma, seremos capazes de
sofrer a perda de todas as coisas, nos sacrifícios de amor, e ‘considerando motivo de grande
alegria’.”.
Falando a Deus em Sua Presença para falar de Deus na presença dos homens
George Müller começava cada dia com várias horas de oração a Deus para que cuidasse das
necessidades práticas de seu orfanato. “Ele estabeleceu para si uma hora para orar diariamente. E
pontualmente, como um relógio suíço, ele se dirigia para o seu quarto no momento determinado. De
joelhos, ele se concentrava em buscar ao Senhor e derramar perante Ele seus anseios, aspirações e
desejos com relação à obra e às necessidades dos órfãos. Uma vez por semana, ele se reunia com
seus associados para uma hora de oração, também a portas fechadas. E havia um elemento tão
irresistivelmente desafiante nessa fórmula de Müller que, apesar de toda a sua aversão pela
publicidade, as notícias se espalhavam, e as bolsas se abriam prontamente”. Começando com uma
casa alugada, dois obreiros e 43 crianças, tempos depois ele contava com cinco prédios novos, cento
e dez obreiros e 2.050 órfãos. Ao todo, durante sua vida, ele abrigou, alimentou e educou 121 mil
órfãos, com um movimento de cerca de um milhão e meio de libras esterlinas. (Müller mantinha
uma escrituração detalhada de cada transação financeira). A obra de George Müller ainda continua
hoje, como um tributo à sua fé. E no âmago dela estava a oração secreta.
Falando a Deus
Certo pregador, pouco tempo antes da morte de George Müller, perguntou-lhe se orava muito.
A resposta foi esta: “Algumas horas todos os dias. E ainda, vivo no espírito de oração; oro enquanto
ando, enquanto deitado e quando me levanto. Estou constantemente recebendo respostas. Uma vez
persuadido de que certa coisa é justa, continuo a orar até a receber. Nunca deixo de orar!... Milhares
de almas têm sido salvas em respostas às minhas orações... Espero encontrar dezenas de milhares
delas no Céu... O grande ponto é nunca cansar de orar antes de receber a resposta. Tenho orado
durante 52 anos, diariamente, por dois homens, filhos de um amigo da minha mocidade. Não são
ainda convertidos, porém, espero que o venham a ser. Como pode ser de outra forma? Há promessas
inabaláveis de Deus e sobre elas eu descanso”.
Falando de Deus
Com o aumento do orfanato e do serviço de pastorear os 400 membros de sua igreja, George
Müller achou-se demasiadamente ocupado para orar. Foi nesse tempo que chegou a reconhecer que
o crente podia fazer mais em 4 horas, depois de 1 hora em oração, do que em 5 horas sem oração.
Essa regra ele a observou fielmente durante 60 anos. Quando alugou a segunda casa, para os órfãos
do sexo masculino, disse: “Ao orar, estava lembrado de que pedia a Deus o que parecia impossível
receber dos irmãos, mas que não era demasiado para o Senhor conceder”. Ele orava com 90 pessoas
sentadas às mesas: “Senhor, olha para as necessidades do teu servo...” Essa foi uma oração a que
Deus abundantemente respondeu. Antes de morrer, testificou que, pela fé, alimentava centenas de
órfãos, e nenhuma refeição se fez com atraso de mais de 30 minutos.
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IGREJA EM CHAMAS
Ao lado da igreja morava um ateu que nunca fora atraído por ela. Certo dia, aquela igreja ficou
em chamas, literalmente. O templo estava ardendo em chamas. Voavam cinzas por todos os lados, e
o povo da cidade foi convocado para ajudar a apagar o incêndio. E, no meio da multidão, lá estava o
ateu, jogando água com um balde. De repente, sua vizinha, muito surpresa, disse-lhe: “Mas o
senhor, aqui? É a primeira vez que o vejo nesta igreja!” E o ateu, de pronto respondeu: “Mas
também é a primeira vez que esta igreja pega fogo!”. Certa feita, perguntaram a Moody: “Como
uma Igreja pode começar a experimentar um avivamento?”. Ao que ele respondeu: “Acenda uma
fogueira no púlpito”. Reinhard Bonnke diz em seu livro Evangelismo por Fogo que: “Deus é um
fogo consumidor. Ele é todo amor, uma fornalha ardente para as Suas criaturas”. Deuteronômio 5:4
declara: “Face a face o Senhor falou conosco no monte, do meio do fogo.” “E falou ao homem
vestido de linho, dizendo: Vai por entre as rodas, até debaixo do querubim, e enche as tuas mãos de
brasas acesas dentre os querubins e espalha-as sobre a cidade” (Ez 10:2).
Fogo de santidade
Charles Finney, George Müller e William Booth propagaram o fogo da santidade. Billy
Graham disse: “Todo avivamento que já aconteceu na história do mundo ou na história da igreja
deu grande ênfase à santidade de Deus”, que é alcançada pela intimidade com a Presença. A
santidade nos torna pessoas segundo o coração de Deus. Ela é o mel que sai da rocha. Matthew
Henry diz que “sempre que Deus tenciona exercer misericórdia para com seu povo, a primeira coisa
que faz é levá-lo a orar”. Quando as brasas se juntam, o céu se abre e o fogo cai. Billy Graham
conta que, há alguns anos, ele e sua esposa passaram alguns dias na Suíça, hóspedes do Dr. Karl
Barth, o eminente teólogo suíço: “Em uma das nossas conversas, eu lhe perguntei qual seria a
próxima ênfase da teologia. Ele respondeu, sem hesitação: ‘O Espírito Santo’ ”. Dois cientistas
britânicos revelaram a existência de um vulcão ativo nas Montanhas Hudson na Antártida. A
descoberta de irrupções subglaciais é algo incrível. Por estar situado abaixo da camada de gelo, ele
está, aos poucos, derretendo as placas de gelo, que estão virando água. Esse fato ilustra bem o poder
do Espírito Santo que habita em nós. Deus quer arrancar toda frieza espiritual dos nossos corações e
nos incendiar com o fogo do Seu poder. E isso se dá através da oração (At 1:15; 2:42-47; 4, 5, 10,
11, 13). Avivamentos são encontros entre o Céu e a terra. O encontro de corações humanos com o
coração de Deus. Por isso, só é possível através da oração de rendição. John Wesley declarou:
“Deus não faz nada senão em resposta à oração.”
Ole Hallesby explica que muitos de nós, inconscientemente, fazemos uso da oração para tentar
convencer a Deus. “É essa luta com Deus, que nos torna tão inquieto e ansioso quando oramos”, diz
Hallesby. “Estamos com medo de que Deus não permitirá a Si mesmo ser convencido por nossas
orações, mas vai fazer como Ele quer, independentemente das nossas súplicas”. Por causa do
pecado, foi plantado uma desconfiança em nossos corações sobre a bondade de Deus. Jesus, porém,
veio expressar como é verdadeiramente o coração do Pai. Ele está pronto para responder
amorosamente com um grande avivamento as nossas orações. Avivamento é uma obra celestial. É o
Reino em ação. É Jesus ressurreto caminhando entre o seu povo.
Jesus aqueceu corações congelados pelo ceticismo com o cobertor da graça. Alimentou a fome
dos doentes por cura com pratos cheios de milagres preparados no fogo de Deus (Mc 1). Ele não
ofereceu lenço para limpar as lágrimas de rostos nublados pela tristeza, Ele as enxugou com o riso
que deixa a face ensolarada; Ele não fez curativo nas feridas dos leprosos, Ele as suturou e as
cicatrizou com o seu toque de poder. Ele não velou os mortos, Ele os ressuscitou (Jo 11). Ele não
ignorou as crianças, Ele as abraçou. Transformou paralíticos em atletas, mudos em cantores e cegos
em visionários. Jamais duvide do amor e da bondade de Deus. “A fé vê o invisível, acredita no
inacreditável e recebe o impossível”, disse o Dr. Samuel Zewmer.