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RIOS DE GLÓRIA E PODER

M. Lloyd-Jones diz que “o resultado principal de um Avivamento é que milhares de pessoas


são convertidas ao Senhor Jesus Cristo e tornam-se verdadeiros cristãos”, em curto período de
tempo. “As igrejas tornam-se muito pequenas e novas igrejas precisam ser construídas. Homens e
mulheres lotam-nas e oferecem-se para o ministério, e o Evangelho se espalha de maneira
assombrosa”. Houve um acréscimo de meio milhão de pessoas ao Reino, durante o ministério de
Charles Finney.
Wesley L. Duewel diz no livro Toque o Mundo Através da Oração, que Finney: “É
considerado por alguns o maior evangelista desde o apóstolo Paulo. Calcula-se que entre os anos de
1857-58 apenas, mais de 100 mil pessoas encontraram Cristo direta ou indiretamente através do
ministério dele e que 85% dos convertidos nas reuniões de Finney permaneceram fiéis ao seu
compromisso original e continuaram, filiando-se à igreja e crescendo espiritualmente. Hoje, porém,
se 6% dos que fazem profissão de fé nas cruzadas passassem depois a fazer parte de uma igreja,
ficaríamos satisfeitos! Qual a diferença? Finney era um homem marcado pela Presença. Este
homem mergulhava nas águas profundas do coração de Deus.

O Fluir da unção no lugar secreto


Estou convencido de que a vida de oração em secreto, a sós com Deus, e a aliança de oração
com outros que estão sedentos por mais de Deus é o grande segredo para que o rio da unção flua em
nossas vidas. Invista tempo em oração. Faça vigílias para aprofundar o seu relacionamento com o
Espírito Santo. O segredo dos grandes homens de Deus, que foram usados de maneira especial, é a
sua vida de oração perseverante. Charles Finney, que foi um desses homens, fala sobre o valor da
intimidade com a Presença, para se experimentar permanentemente das manifestações da glória de
Deus. Finney declara: “Há alguns anos conheci um ministro do Evangelho que promoveu
reavivamentos por catorze invernos sucessivos. Eu não sabia como explicar esse fenômeno
espiritual, até que vi um dos membros de sua congregação levantar-se em um culto de oração, e
fazer uma confissão. Disse ele: ‘Irmãos, há muito tempo que tenho o hábito de orar cada sábado à
noite, até depois da meia-noite, pedindo a descida do Espírito Santo sobre nós. E agora irmãos’, e
nesse ponto ele começou a soluçar, ‘confesso que tenho negligenciado essa prática há duas ou três
semanas’. O segredo fora revelado. Aquele ministro possuía uma congregação dedicada à oração”.
“A oração prevalecente ou eficaz é aquela que consegue a benção que busca. É aquela oração
que move a Deus realmente. A própria ideia envolvida na expressão oração eficaz é que ela atinge
os seus objetivos”, diz Finney.

Retirando-se para estar a sós com o Senhor


Finney se retirava para passar longas horas com o Senhor. Os rios que correram da Rocha, que
é Cristo, inundaram o coração desse homem sedento pela Presença. No livro de Números 20.8 fala
que águas saíram da rocha: “Falai à rocha, perante os seus olhos, e dará a sua água; assim lhes
tirarás água da rocha...”. E em Ezequiel 47 descreve-se as águas que saem da Presença, como
águas que saram. Flui cura da Presença. À medida que você avançar rio adentro no lugar secreto,
elas atingirão os lugares mais secretos do seu coração. Elas sararão as fraturas, lesões internas e
feridas que o acompanham. Assim, você suportará a sequidão externa da existência: “Porque será
como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia
quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de
dar fruto” (Jr 17:8). Sua estrutura emocional será restaurada. Essas águas entram, limpam o seu
interior, e depois saem em forma de lágrimas, trazendo seus traumas, manchas e impurezas diluídos
nelas, pondo para fora tudo o que contaminou e adoeceu o seu coração. Cada lágrima derramada na
Presença será um registro de dor que estará sendo apagado da sua memória emocional, até que
venham as lágrimas da paixão por Ele. Lágrimas que brotam espontaneamente do seu amor por Ele.
Essas novas lágrimas são as gotas do avivamento. O Salmo 56.8 diz: “Tu... pões as minhas lágrimas
no teu odre”. Conforme elas forem sendo derramadas pelas milhares de pessoas que amam a
Presença, essa chuva aumentará no Céu e invadirá a terra.

Mergulhando em águas remotas


Finney tinha uma rotina de mergulhos diários na Presença, em lugares retirados, para
desconectar-se da terra e ligar-se ao céu. Ele declara no livro Uma Vida Cheia do Espírito: “Na
manhã de domingo levantei-me cedo e me refugiei num bosque fora da vila, a fim de derramar o
coração diante de Deus suplicando-Lhe uma bênção sobre os trabalhos do dia. Não pude exprimir
em palavras a angústia da minha alma, mas lutei com gemidos e, creio, muitas lágrimas, durante
uma ou duas horas, sem encontrar alívio. Voltei para o meu quarto no hotel, mas quase em seguida
fui de novo para o bosque. Fiz isso por três vezes. Da última vez obtive completo alívio, já na hora
da reunião”.
Finney foi envolvido pela Presença, e experimentou um tremendo batismo de poder, ao
retirar-se em oração. Esta experiência está relatada em Memórias de Charles Finney: “...em vez de
me direcionar para os escritórios, fui para o bosque, sentindo que deveria estar só, bem distante de
qualquer ser humano, longe dos olhos e ouvidos das pessoas, num lugar onde pudesse derramar todo
o meu coração diante de Deus em pessoa. Mas o meu orgulho resolveu dar sinais grosseiros.
Enquanto caminhava, ocorreu-me que alguém poderia estar a ver-me e a suspeitar sobre aquilo que
estaria na eminência de fazer. Não queria que alguém suspeitasse sequer que ia orar. Ninguém,
provavelmente suspeitaria de algo assim, caso fosse visto a ir em direção ao bosque. Tão grande era
o meu orgulho e tão violento era aquele temor ao homem que me possuiu, que recordo haver-me
esgueirado por baixo da vedação o mais rápido que pude para embrenhar no bosque o mais longe
possível da vista de humanos, para que ninguém tivesse como me ver a partir da vila. Penetrei na
mata meio quilometro, passei para o outro lado do monte que havia depois da vila e achei um local
de oração. Umas árvores grandes haviam caído cruzando-se umas sobre as outras, criando uma
espécie de aposento no meio delas. Entrei nesse aposento e ajoelhei-me para orar a Deus. Recordo
que dissera a mim mesmo a caminho daquele bosque, que entregaria todo o meu coração a Deus,
custasse o que custasse. Disse vezes sem conta, repetindo para mim mesmo esta promessa:
‘entregarei todo o meu coração a Deus, ou nunca mais sairei do bosque; não sairei daqui sem haver
resolvido a minha vida com Deus! ’. Logo ali uma certa passagem das Escrituras parecia penetrar a
minha mente com uma tempestuosa luminosidade. ‘Mas de lá buscarás ao Senhor teu Deus, e o
acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma’, (Dt 4:29). Continuei
assim em oração, apropriando-me de promessas atrás de promessas durante muito tempo, quanto
não o sei. Orei até que mentalmente me havia saturado...” . Após retornar e retirar-se para estar
internamente junto à lareira, a sós na Presença, Finney descreve o que lhe aconteceu: “...um
poderoso batismo do Espírito Santo caiu sobre mim inesperadamente. Nada esperava, tudo
desconhecia daquilo que se estaria passando comigo. Nunca havia sequer imaginado que tal coisa
existisse para mim, nunca me recordo de alguma vez haver ouvido uma pequena coisa sobre tal
coisa. Foi de todo algo absolutamente inesperado. O Espírito Santo desceu sobre mim de maneira
que mais me parecia trespassar-me e atravessar-me de todos os lados, tanto física como
espiritualmente. Mais me parecia uma corrente eletrificada de ondas de amor. Passavam em e por
mim, atravessando-me todo. Mais me pareciam ondas e ondas de amor em forma líquida, uma
torrente de vida e amor, pois não acho outra maneira de descrever tudo aquilo que se passou
comigo. Parecia-me o próprio sopro de vida vindo de Deus. Lembro-me distintamente que me
parecia que esse amor soprava sobre mim, como com grandes asas”.
Finney segue dizendo: “Não existem palavras que possam sequer descrever com a
preciosidade e com a quantidade de amor que fora derramando em meu coração. Eu chorava de
alegria profunda, urrava de amor e alegria! O meu coração muito dificilmente teria como poder se
expressar de outra forma. Aquelas ondas sem fim passavam por mim, em mim, através de todo o
meu ser. Recordo-me apenas de exclamar em alta voz que pereceria de amor se aquilo continuasse
assim por muito mais tempo. Mas mesmo que morresse, não tinha qualquer receio de qualquer
morte em mim presente. Quanto tempo permaneci neste estado de coisas, não sei precisar. ”
Finney encorajava a oração a sós em casa
“Propus que celebrássemos um pacto de orar em nossos aposentos, pedindo o
avivamento sobre a obra de Deus; que orássemos ao nascer do sol, ao meio-dia e ao
escurecer , em nossos quartos, todos os dias durante uma semana. Depois disso, nós nos
reuniríamos novamente para ver o que mais deveríamos fazer . Não foram utilizados outros
meios. Mas o desejo de oração imediatamente se derramou sobre os novos convertidos.
Antes do término daquela semana, soube da parte de alguns deles que, quando
tentavam observar esses períodos de oração, perdiam de tal maneira as forças que se
tornavam incapazes de se levantar sobre os próprios pés, ou mesmo de ficar eretos
sobre os joelhos, em seus quartos. E que alguns deles se prostravam no assoalho, e
oravam com gemidos inexprimíveis, implorando pelos derramamentos do Espírito de
Deus. O Espírito se derramava, e assim, antes de terminar aquela semana, todas as
reuniões contavam com um grande número de pessoas. Houve intenso interesse pelas
questões religiosas, na minha opinião, tanto quanto houvera em qualquer outro período durante o
reavivamento”. (Charles G. Finney)
O Avivamento se espalha
“Em certa cidade não tinha havido reavivamento por muitos anos; a congregação evangélica
estava quase extinta, os jovens não eram convertidos, e reinava uma desolação geral invencível.
Morava numa parte remota da cidade um homem idoso, ferreiro de profissão, tão gago que dava dó
ouvi-lo. Estava sozinho em sua oficina, em certa sexta-feira, quando sua mente se preocupou demais
com o estado espiritual da Igreja e das pessoas impenitentes. A sua agonia se tornou tão intensa que
o velho se sentiu induzido a deixar de lado o seu trabalho e a fechar a oficina, a fim de passar a tarde
em oração”. “Prevaleceu em oração, e no sábado visitou o ministro e lhe expressou o desejo de que
este realizasse uma conferência evangelística, isto é, um culto evangelístico. Após alguma hesitação
o ministro concordou, não sem antes observar que temia que poucos comparecessem. Marcou-se o
culto para aquela mesma noite, em uma espaçosa moradia particular. Chegada a noite, reuniram-se
mais pessoas do que poderiam acomodar-se na casa. Todos estavam silenciosos, até que passado
algum tempo, alguém prorrompeu em lágrimas, e pediu que se alguém soubesse orar, orasse por ele.
Seguiu-se outro, e depois outro, e outro ainda, até que muitas pessoas de todas as áreas da cidade se
encontravam sob a convicção de pecado. E o mais notável de tudo é que todas assinalavam o
momento dessa convicção na hora exata em que o homem orava em sua oficina. Seguiu-se daí
poderoso reavivamento. Foi dessa forma que aquele homem idoso e gago prevaleceu e, como
príncipe, manifestou o poder de Deus”. (Charles G. Finney)
John Newton declarou: “Se passares várias horas em oração, diariamente, verás grandes
coisas”. Você verá a glória de Deus, e um rio de cura fluirá das suas mãos e tocará multidões.

Águas vivificadoras
Charles Finney (1792-1875) chegou a ser contemporâneo de Moody e de George Müller.
Depois que Finney e Moody foram tocados pela glória de Deus é que o rio do avivamento nasceu.
John Haggai conta em seu livro Ouse Pedir uma Decisão, que Charles G. Finney foi um dos
pregadores mais eficazes na história norte-americana. “Um advogado convertido aos trinta e poucos
anos. Serviu como evangelista por dez anos. Somente dez! Em um período de seis semanas do seu
ministério, houve 30 mil decisões por semana! Não me consta que isto tenha sido igualado ou
superado na história evangélica da América do Norte. E veja que isto antecedeu o tempo do rádio,
TV e as igrejas com o conforto do ar condicionado”.
As Manifestações do poder de Deus
Finney tinha muito bem definido em sua mente qual era o propósito das suas pregações:
conduzir homens ao arrependimento. Ele sempre convergia a conclusão do sermão para o apelo de
salvação. Em seu livro Em Chamas Para Deus, Wesley Duewel conta que: “Enquanto Finney
pregava durante alguns meses na Filadélfia, em 1829, Deus começou a operar entre os madeireiros
que transportavam seus troncos pelo rio Delaware para vendê-los. Muitos tiveram um encontro com
Deus e voltaram rio acima para suas casas, começando a orar pela salvação de outros. Foram
relatados muitos casos de dois ou três cortadores de madeira que viviam sozinhos em pequenas
cabanas e que não haviam ido a nenhuma reunião nem sabiam quase nada de Deus. Eles eram
subitamente convencidos em suas cabanas, saíam e iam perguntar para o outro o que fazer, e depois
eram maravilhosamente salvos. Mais de 5 mil pessoas, numa extensão de 80 milhas, foram
convertidas desta forma”.
Charles Finney mesmo escreve que se preparava o melhor que podia, em oração, jejum e
estudo, a fim de dar o melhor em sua mensagem. Como consequência, ele descreve a reação das
pessoas enquanto pregava: “Depois de falar-lhes nesse tom de autoridade por não mais que quinze
minutos, uma terrível impressão de solenidade fixou-se neles e alguma coisa cintilava sobre a
congregação — um tipo de luz difusa, como se a própria atmosfera se agitasse. As pessoas
começaram a cair dos assentos, clamando por misericórdia. Se eu tivesse uma espada em cada mão,
não poderia tê-los abatido tão rapidamente. Quase a totalidade da congregação estava de joelhos ou
prostrada e penso que tudo isso aconteceu em menos de dois minutos. Os que conseguiam dizer
alguma coisa oravam por si próprios. A pouca distância de onde eu estava, havia uma lareira aberta.
Lembro-me muito bem de que minha alegria era tão grande que eu não conseguia controlar o riso.
Ajoelhei-me e coloquei a cabeça - depois de cobri-la com um lenço - na lareira, para que eles não
me vissem rindo. Sabia que não entenderiam que meu riso era fruto de uma alegria santa e
irreprimível. Com muita dificuldade controlei-me para não gritar Glórias a Deus!”.

O Rio de Deus flui com poder


Finney conta de casos de pessoas tão impactadas com a Presença de Deus que elas eram
instantaneamente transformadas pelo poder do Espírito Santo. “Tão logo a congregação começou a
cantar o hino, aquela senhora fez um grande esforço para sair. Quando comecei a pregar... ela
praticamente atirou-se ao chão, com a cabeça abaixada e o corpo inteiro a tremer. As senhoras que a
acompanhavam continuavam a segurá-la, vigiando-a com zelo e simpatia, em oração. Continuei
pregando e ela começou a levantar os olhos de novo, aprumando-se outra vez na cadeira, com as
feições maravilhosamente transformadas, denotando alegria triunfante e paz. Havia um grande
brilho cobrindo o seu rosto. Raras vezes presenciei num ser humano coisa igual àquela. Seu júbilo
era tão grande que foi difícil ela controlar-se até o fim do culto, quando deixou que todos ao seu
redor percebessem que ela fora libertada. Ela glorificava a Deus, dando total vazão à sua alegria.
Cerca de dois anos depois, descobri que continuava transbordando de júbilo. Os avivamentos as
restauraram da loucura…”

A Multiplicação das conversões


Ezequiel fala da grande pesca: “Haverá lugar para estender as redes; o seu peixe, segundo a
sua espécie, será como o peixe do mar grande, em multidão excessiva” (Ez 47.10). As conversões
se multiplicavam nos dias de Finney. O rio e as chuvas do avivamento atingiram uma pequena
localidade de Antuérpia, de formação germânica, e depois para a de Perch River, e Brownville, e
LeRayville, DeKalb, Governeur e Western. Em alguns casos, comunidades inteiras se rendiam ao
Senhor Jesus Cristo. Algumas das conversões foram dramáticas. E à medida que o povo ia-se
despertando, moral e espiritualmente, o número de convertidos crescia. O Espírito Santo estava
operando poderosamente.
“Todos os pregadores devem ser ministros de avivamento, e toda pregação deve ser pregação
de avivamento, ” declarou Charles G. Finney.
Em um certo lugar chamado Utica, Finney foi convidado a visitar as dependências de uma
fábrica de tecidos situada a alguns quilômetros da cidade. Aceitou o convite, pois iria pregar à noite
num povoado próximo, e, assim, no dia seguinte poderia visitar a fábrica. Deixemos que o próprio
Finney relate o acontecido.
“No dia seguinte, após o café, fui à fábrica para conhecê-la. Enquanto caminhava por ela,
percebi que havia muita agitação entre as pessoas que ali estavam trabalhando nos teares, fiadeiras e
outros instrumentos de trabalho. Ao passar por um dos compartimentos onde um grande número de
moças estava cuidando de sua tecelagem, notei que duas delas me olhavam muito e conversavam
entre si nervosamente; senti que estavam muito agitadas, embora ambas se pusessem a rir.
Aproximei-me delas lentamente. Como vissem que eu me aproximava cada vez mais, ficaram ainda
mais nervosas. Uma delas estava tentando emendar um fio que havia rebentado. Notei que suas
mãos tremiam muito, e não conseguia fazê-lo. Aproximei-me mais, devagar, e ia observando o
maquinário de um lado e de outro. Percebi que a moça foi-se tornando cada vez mais agitada e
nervosa, a ponto de não conseguir continuar o trabalho. Quando cheguei a uns dois ou três metros
dela, olhei-a com muita seriedade. Ela notou e ficou bastante emocionada. Abaixou a cabeça e
rompeu em lágrimas. A sensação alastrou-se pelo lugar como se fosse pólvora, e daí a poucos
instantes quase todos no aposento estavam em prantos. O mesmo sentimento espalhou-se por toda a
fábrica. O Sr. W., proprietário do estabelecimento, que estava presente, percebendo o que estava
acontecendo, disse ao superintendente: ‘Mande parar tudo, para deixar que essas pessoas resolvam
seu problema espiritual. Pois é mais importante que sejamos salvos do que a fábrica funcionar’.
Imediatamente fecharam-se os portões, e a indústria parou. Mas aonde iríamos nos reunir? O
superintendente lembrou que o salão da fiação era grande, e, erguendo-se as fiadeiras, poderíamos
nos reunir ali. Foi o que fizemos, e poucas vezes participei de um culto tão poderoso como aquele.
O prédio da fábrica era bem grande, e comportava muitas pessoas, desde o porão até o sótão. O
avivamento espalhou-se por ela toda, com assombroso poder, e em poucos dias quase todos os
operários estavam convertidos”.

Os Frutos do avivamento
Como fruto dos avivamentos de Rome e Utica ocorridos em 1826, cerca de 3 mil convertidos
foram incorporados às igrejas presbiterianas do Presbitério de Oneida. De Utica, Finney partiu para
outras cidades: Auburn, Troy, New Lebanon, Stephentown, Wilmington e Filadélfia. Nas cidades
onde a influência de Finney era mais fortemente sentida, a maioria da população adulta era
regenerada. Em alguns povoados dos arredores de Boston, não existia nenhum incrédulo. E Finney
continuou trabalhando, dentro do que lhe permitia a saúde, até quase o dia de sua morte, que
ocorreu na manhã do dia 16 de agosto de 1875. Ele contava, então, com quase oitenta e três anos.
Em 50 anos de ministério, Charles G. Finney ganhou aproximadamente meio milhão de
pessoas para Jesus Cristo. Livros e mais livros têm sido escritos sobre a sua vida e ministério
admiráveis; sobre a época em que ele pregou o evangelho, e sobre a sua grande influência na
América do século XIX.
2
QUANDO O CÉU SE ABRE

William Booth nasceu na cidade de Nottingham, na Inglaterra, no dia 10 de abril de 1827. Foi
contemporâneo de Moody, Finney, C. H. Spurgeon e George Müller. Em 1852 foi ordenado a
pregador. Ele se casou com Catherine Mumford em 16 de junho de 1855. Inicialmente ligado a uma
igreja em Londres, nesse mesmo ano de 1855 Booth assumiu o ministério de evangelista itinerante.
A Missão Cristã de William Booth, a missão original que deu origem ao Exército da Salvação,
realizava cultos especiais chamados “Reuniões de Santidade”, onde a chuva do avivamento
começou a cair. “Porque derramarei água sobre o sedento, e rios sobre a terra seca; derramarei o
meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre os teus descendentes. E brotarão
como a erva, como salgueiros junto aos ribeiros das águas” (Is 44.3-4). A Presença de Deus tocou
muitas vidas de modo especial. Há relatos de pessoas que caíam no chão, permanecendo em estado
de arrebatamento por horas. Estas mesmas pessoas se levantavam tão cheias de alegria, que muitas
gritavam de júbilo e cantavam em êxtase. O chão por vezes ficava lotado de homens e mulheres
caídos, e os obreiros da Missão pegavam esses corpos e os levavam para outras salas, assim a
reunião poderia continuar sem distração.

Um Homem envolvido pela Presença


William Booth era um homem da Presença. Ele investia dias para jejuar e se retirar para a
Presença, inegociavelmente. Andrew Murray diz em seu livro Sê Perfeito, que: “O Senhor tenta
nos atrair para o pavilhão secreto, e ali existem maravilhas e riquezas que nos são reveladas”. A.
W. Tozer diz que: “Nós, cristãos, temos de simplificar as nossas vidas, ou teremos de perder
tesouros incontáveis, na terra e na eternidade. A civilização moderna é tão complexa que torna a
vida de devoção quase impossível, multiplicando distrações e nos prostra destruindo a nossa
solidão”. Ele diz que: “Os brinquedos modernos, como filhotes de tigre de estimação, cresceram e
ficaram tão grandes e perigosos, que ameaçam devorar a todos nós. Lugar nenhum está a salvo,
agora, da intrusão do mundo”. Você está iniciando uma jornada apaixonante rumo ao coração de
Deus. O primeiro passo que você precisa dar no processo de crescer na intimidade com o Senhor é
ter um local adequado para os seus encontros diários com Ele. Partimos do princípio de que, se
desejamos buscar intimidade com alguém, precisamos de privacidade com essa pessoa. Jesus disse
que o quarto pode ser esse local: “Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a tua porta,
ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt 6.6). Um lugar
onde a glória de Deus venha a habitar.
Você só poderá mergulhar em profundidade na Presença se separar um tempo de qualidade
para estar diariamente a sós com Deus. Você pode começar com meia hora por dia. Philip Yancey
conta em seu livro Oração, que durante o período em que o professor Henri Nouwen esteve na
faculdade em Yale, ele transformou o closet (quarto de vestir) num canto de oração, e fez o
propósito de dar um tempo de qualidade ao Senhor. “Posso ter mil coisas para pensar enquanto
estou lá dentro, mas o fato de estar sentado naquele espaço físico significa que estou com tempo
para permanecer orando”, disse Nouwen. Ele não negociou seu tempo com o Senhor durante todos
os anos em que esteve envolvido na vida acadêmica. Nouwen fez o propósito de retirar-se, nem que
isso lhe custasse alguns sacrifícios. “Obrigo-me a ficar lá dentro por quinze minutos” dizia ele.
“Faço o que posso para me concentrar e afastar da minha mente as distrações. Ponho-me então a
orar, mas, se passados quinze minutos não consegui sucesso total, digo: Senhor, essa foi a minha
oração, apesar da balbúrdia. Agora vou voltar para o mundo”. O mesmo fazia William Booth.

Encontros de glória
Bramwell Booth, seu irmão, descreve como homens e mulheres caíam de repente ao chão, e
permaneciam em estado de desmaio durante muitas horas, experimentando profundas
transformações. Ele relata o que ocorria durante as reuniões como testemunha ocular: “Vi exemplos
de levitação, pessoas sendo levantadas e jogadas para a frente, no ar. Homens e mulheres ruins, de
repente ficavam feridos com um desespero irresistível, levantando seus braços, proferindo os gritos
mais terríveis, e caindo para trás, como se fossem mortos, convencidos sobrenaturalmente da sua
condição pecaminosa. O chão às vezes ficava cheio com homens e mulheres derrubados por uma
revelação da realidade espiritual, e os obreiros da Missão levantavam seus corpos caídos e os
levavam para outras salas, para que as Reuniões pudessem continuar sem distrações”.
George Railton relata o ocorrido num culto de adoração de agosto de 1878: “A visão dos
rostos no palco nunca será esquecida - foi mais que alegria que iluminou todos - foi o êxtase de
bêbados espirituais. Quando nós vimos um irmão, avançado em anos e endurecido pelo longo hábito
de ordenações religiosas solenes, dançando, sim, realmente dançando a música, enquanto outros,
menos constrangidos, estavam levantando os braços descobertos e girando para cá e para lá
enquanto cantavam; nós percebemos como nunca antes, que a graça de Deus pode fazer as pessoas
livres e libertas. Aqui está, mais uma vez, a religião velha, despreocupada com a opinião pública e
cheia de glória e de Deus, motivo pelo qual os apóstolos foram obrigados a recomendar
sobriedade”.
Ballington Booth, filho de William, descreveu um culto de oração no mês seguinte: “No dia 13
de setembro tivemos um tempo maravilhoso. Nunca vou esquecê-lo. Oh! Deus sondou todos os
corações naquela noite. Depois de falar sobre entregar tudo e ser sustentado pelo poder de Deus, e
cantando “Eu estou confiando, Senhor, em Ti”, nós caímos de joelhos para fazer uma oração
silenciosa. Então o Deus Todo-Poderoso começou a convencer do pecado e chamar para o
arrependimento. Alguns começaram a chorar, alguns gemeram, alguns clamaram em voz alta para
Deus. Um homem disse: ‘Se eu não puder adquirir esta bênção, não poderei viver’; outro disse, ‘Há
algo, há algo, oh, meu Deus, meu Deus, me ajuda; santifique-me; endireite meu coração’... Muitos
mais foram tocados. Nós caímos novamente de joelhos. Cinco ou seis mais vieram à frente. Um
homem tirou seu cachimbo do seu bolso, e o pôs na mesa, resolvido que este nunca mais ficaria
entre a sua alma e Deus. Então seis ou sete mais vieram à frente. Então quase não pudemos nem
cantar nem orar mais. Todos foram dominados pelo Espírito. Um jovem, depois de lutar e lutar
durante quase uma hora, gritou ‘Glória, glória, glória, alcancei. Oh, Glória a Deus!’. Uma jovem
balançou a sua cabeça, dizendo: ‘Não, hoje não’, mas logo foi vista no chão intercedendo
poderosamente com Deus... E um irmão disse: ‘Oh, oh! Se este aí não é o céu, como será o céu?’.
Outro irmão disse: ‘Eu tenho que pular’; Eu disse: ‘Então pule’, e ele pulou por todo lado. Assim
nós cantamos, choramos, rimos, gritamos, depois que vinte e três tinham se entregado ao Mestre.”

Os Frutos
Hoje, existem mais de 25 mil ministros no Exército da Salvação, servindo em 125 idiomas.
Mais de 500 mil crianças estão matriculadas em suas escolas dominicais. Com o correr dos anos,
centenas de milhares de pessoas foram ganhas para Cristo e milhões foram ajudadas em sua hora de
necessidade. Booth levou a sério a sua visão! Ele disse, certa vez: “Os melhores homens do
Exército da Salvação são as mulheres. Em 1909 Booth, com 80 anos de idade, mas sempre um
evangelista, começou suas “Campanhas Motorizadas”, quando então viajou pela Inglaterra, de
carro, evangelizando: Em 60 anos como evangelista, William Booth viajou cerca de 5 milhões de
milhas, pregando quase 60 mil sermões – e seu espírito hipnótico atraiu 16 mil oficiais para seguir a
bandeira em 58 países, para pregar o evangelho em 34 idiomas. O Exército da Salvação, liderado
por William Booth no século 19, contribuiu com avanços sociais tais como: a abolição do trabalho
infantil e a prostituição infantil da Inglaterra, e inspirou outros pioneiros, como o Dr. Thomas
Barnado, que trabalhou com as crianças de rua de Londres, resolvendo completamente o problema
durante a sua vida (trechos do livro de Richard Collier, The General Next To God / O General Perto
de Deus).

Manifestações da glória na Bíblia


Houve vários momentos na Bíblia em que a glória de Deus se manifestou de forma especial.
2 Crônicas 5.13-14 diz: “...e louvando ao Senhor, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua
benignidade dura para sempre, então a casa se encheu de uma nuvem, a saber, a casa do Senhor; E
os sacerdotes não podiam permanecer em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória
do Senhor encheu a casa de Deus”.
O livro de Daniel 10.6-9 declara o que aconteceu a Daniel: “O seu rosto parecia um
relâmpago, e os seus olhos como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés brilhavam como
bronze polido; e a voz das suas palavras era como a voz de uma multidão. E só eu, Daniel, tive
aquela visão... Fiquei, pois, eu só, a contemplar esta grande visão, e não ficou força em mim; ...não
tive força alguma. ...eu caí sobre o meu rosto num profundo sono, com o meu rosto em terra”.
João 18:5-6 narra o que ocorreu quando foram prender Jesus: “Disse-lhes Jesus: Sou eu.
...Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra”.
Atos 2.2-4 relata como se deu a descida do Espírito Santo: “E de repente veio do céu um som,
como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram
vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E
todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito
Santo lhes concedia que falassem”.
Atos 4.31 mostra o que aconteceu durante uma reunião de oração: “E, tendo orado, moveu-se
o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com
ousadia a palavra de Deus”.
Ap 1.15, 17 conta como João foi impactado com a visão que teve do Senhor Jesus em glória:
“E eu, quando vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não
temas; Eu sou o primeiro e o último”.
Se tais manifestações são visíveis nos casos dos principais avivamentos da história da igreja, e
na própria Bíblia, logo, não deveríamos aguardá-las como parte natural de Deus operar o
sobrenatural? Por que deveríamos estranhar se as mesmas manifestações se repetissem em nosso
meio hoje? Não incorreríamos num grave erro de rejeitar o próprio modo de Deus trabalhar, caso as
rejeitássemos? Se tais avivamentos romperam paradigmas e trouxeram grandes colheitas, então não
precisamos aprender com eles e perguntar o que nos falta para que se repitam em nosso tempo?
A Visitação do Céu
Um Avivamento é um toque da glória de Deus na terra. Tentar recriar a sua beleza, sem o
poder do Espírito Santo com as suas manifestações, é o mesmo que tentar pintar o céu usando um
pincel com tinta guache; é o mesmo que pedir para um cego recriar o esplendor do amanhecer numa
tela em branco, usando lápis preto, ou pedir que um surdo reproduza a 9o Sinfonia de Beethoven
usando cordas de náilon; é o mesmo que achar que você pode reproduzir o encanto do som dos
ventos misturado ao barulho das ondas do mar, soprando uma sopa de legumes; é o mesmo que
achar que um bando de cinco pardais pode reproduzir a sinfonia do canto das aves da floresta
amazônica. Tentar fazer a obra de Deus, sem avivamento, é o mesmo que tentar fazer um tufão com
um canudinho de refrigerante; ou mesmo criar um maremoto numa tampa de garrafa de refrigerante.
É pura perda de tempo!

A paixão de um homem de Deus


Conta-se que quando William Booth foi inquirido pelo rei da Inglaterra sobre qual a força que
dirigia a sua vida, ele respondeu: “Majestade, alguns homens têm paixão pelo ouro; outros, pela
fama; mas a minha paixão é pelas almas”. Estas foram as últimas palavras de William Booth,
pregadas em junho de 1912: “Enquanto as mulheres chorarem, como choram agora, eu lutarei;
enquanto criancinhas passarem fome, como passam agora, eu lutarei; enquanto homens passarem
pelas prisões, entrando e saindo, como o fazem agora, eu lutarei; enquanto houver um bêbado
remanescente, enquanto houver uma pobre menina perdida nas ruas, enquanto restar uma alma que
esteja nas trevas, sem a luz de Deus -- eu lutarei, eu lutarei até o último instante”.
3
TRANSMITINDO
A PRESENÇA

O tempo na Presença é uma terra fértil. Ele trará uma grande colheita nos empreendimentos da
vida diária em prazer, satisfação e alegria em Deus. George Müller, o grande guerreiro de oração,
disse: “Percebi, mais claramente do que nunca, que a mais importante e primeira atividade que
deveria observar a cada dia era alegrar a minha alma no Senhor”. Desta forma, seremos capazes de
sofrer a perda de todas as coisas, nos sacrifícios de amor, e ‘considerando motivo de grande
alegria’.”.

Falando a Deus em Sua Presença para falar de Deus na presença dos homens
George Müller começava cada dia com várias horas de oração a Deus para que cuidasse das
necessidades práticas de seu orfanato. “Ele estabeleceu para si uma hora para orar diariamente. E
pontualmente, como um relógio suíço, ele se dirigia para o seu quarto no momento determinado. De
joelhos, ele se concentrava em buscar ao Senhor e derramar perante Ele seus anseios, aspirações e
desejos com relação à obra e às necessidades dos órfãos. Uma vez por semana, ele se reunia com
seus associados para uma hora de oração, também a portas fechadas. E havia um elemento tão
irresistivelmente desafiante nessa fórmula de Müller que, apesar de toda a sua aversão pela
publicidade, as notícias se espalhavam, e as bolsas se abriam prontamente”. Começando com uma
casa alugada, dois obreiros e 43 crianças, tempos depois ele contava com cinco prédios novos, cento
e dez obreiros e 2.050 órfãos. Ao todo, durante sua vida, ele abrigou, alimentou e educou 121 mil
órfãos, com um movimento de cerca de um milhão e meio de libras esterlinas. (Müller mantinha
uma escrituração detalhada de cada transação financeira). A obra de George Müller ainda continua
hoje, como um tributo à sua fé. E no âmago dela estava a oração secreta.

Falando a Deus
Certo pregador, pouco tempo antes da morte de George Müller, perguntou-lhe se orava muito.
A resposta foi esta: “Algumas horas todos os dias. E ainda, vivo no espírito de oração; oro enquanto
ando, enquanto deitado e quando me levanto. Estou constantemente recebendo respostas. Uma vez
persuadido de que certa coisa é justa, continuo a orar até a receber. Nunca deixo de orar!... Milhares
de almas têm sido salvas em respostas às minhas orações... Espero encontrar dezenas de milhares
delas no Céu... O grande ponto é nunca cansar de orar antes de receber a resposta. Tenho orado
durante 52 anos, diariamente, por dois homens, filhos de um amigo da minha mocidade. Não são
ainda convertidos, porém, espero que o venham a ser. Como pode ser de outra forma? Há promessas
inabaláveis de Deus e sobre elas eu descanso”.
Falando de Deus
Com o aumento do orfanato e do serviço de pastorear os 400 membros de sua igreja, George
Müller achou-se demasiadamente ocupado para orar. Foi nesse tempo que chegou a reconhecer que
o crente podia fazer mais em 4 horas, depois de 1 hora em oração, do que em 5 horas sem oração.
Essa regra ele a observou fielmente durante 60 anos. Quando alugou a segunda casa, para os órfãos
do sexo masculino, disse: “Ao orar, estava lembrado de que pedia a Deus o que parecia impossível
receber dos irmãos, mas que não era demasiado para o Senhor conceder”. Ele orava com 90 pessoas
sentadas às mesas: “Senhor, olha para as necessidades do teu servo...” Essa foi uma oração a que
Deus abundantemente respondeu. Antes de morrer, testificou que, pela fé, alimentava centenas de
órfãos, e nenhuma refeição se fez com atraso de mais de 30 minutos.
4
IGREJA EM CHAMAS

Ao lado da igreja morava um ateu que nunca fora atraído por ela. Certo dia, aquela igreja ficou
em chamas, literalmente. O templo estava ardendo em chamas. Voavam cinzas por todos os lados, e
o povo da cidade foi convocado para ajudar a apagar o incêndio. E, no meio da multidão, lá estava o
ateu, jogando água com um balde. De repente, sua vizinha, muito surpresa, disse-lhe: “Mas o
senhor, aqui? É a primeira vez que o vejo nesta igreja!” E o ateu, de pronto respondeu: “Mas
também é a primeira vez que esta igreja pega fogo!”. Certa feita, perguntaram a Moody: “Como
uma Igreja pode começar a experimentar um avivamento?”. Ao que ele respondeu: “Acenda uma
fogueira no púlpito”. Reinhard Bonnke diz em seu livro Evangelismo por Fogo que: “Deus é um
fogo consumidor. Ele é todo amor, uma fornalha ardente para as Suas criaturas”. Deuteronômio 5:4
declara: “Face a face o Senhor falou conosco no monte, do meio do fogo.” “E falou ao homem
vestido de linho, dizendo: Vai por entre as rodas, até debaixo do querubim, e enche as tuas mãos de
brasas acesas dentre os querubins e espalha-as sobre a cidade” (Ez 10:2).

Fogo de santidade
Charles Finney, George Müller e William Booth propagaram o fogo da santidade. Billy
Graham disse: “Todo avivamento que já aconteceu na história do mundo ou na história da igreja
deu grande ênfase à santidade de Deus”, que é alcançada pela intimidade com a Presença. A
santidade nos torna pessoas segundo o coração de Deus. Ela é o mel que sai da rocha. Matthew
Henry diz que “sempre que Deus tenciona exercer misericórdia para com seu povo, a primeira coisa
que faz é levá-lo a orar”. Quando as brasas se juntam, o céu se abre e o fogo cai. Billy Graham
conta que, há alguns anos, ele e sua esposa passaram alguns dias na Suíça, hóspedes do Dr. Karl
Barth, o eminente teólogo suíço: “Em uma das nossas conversas, eu lhe perguntei qual seria a
próxima ênfase da teologia. Ele respondeu, sem hesitação: ‘O Espírito Santo’ ”. Dois cientistas
britânicos revelaram a existência de um vulcão ativo nas Montanhas Hudson na Antártida. A
descoberta de irrupções subglaciais é algo incrível. Por estar situado abaixo da camada de gelo, ele
está, aos poucos, derretendo as placas de gelo, que estão virando água. Esse fato ilustra bem o poder
do Espírito Santo que habita em nós. Deus quer arrancar toda frieza espiritual dos nossos corações e
nos incendiar com o fogo do Seu poder. E isso se dá através da oração (At 1:15; 2:42-47; 4, 5, 10,
11, 13). Avivamentos são encontros entre o Céu e a terra. O encontro de corações humanos com o
coração de Deus. Por isso, só é possível através da oração de rendição. John Wesley declarou:
“Deus não faz nada senão em resposta à oração.”
Ole Hallesby explica que muitos de nós, inconscientemente, fazemos uso da oração para tentar
convencer a Deus. “É essa luta com Deus, que nos torna tão inquieto e ansioso quando oramos”, diz
Hallesby. “Estamos com medo de que Deus não permitirá a Si mesmo ser convencido por nossas
orações, mas vai fazer como Ele quer, independentemente das nossas súplicas”. Por causa do
pecado, foi plantado uma desconfiança em nossos corações sobre a bondade de Deus. Jesus, porém,
veio expressar como é verdadeiramente o coração do Pai. Ele está pronto para responder
amorosamente com um grande avivamento as nossas orações. Avivamento é uma obra celestial. É o
Reino em ação. É Jesus ressurreto caminhando entre o seu povo.
Jesus aqueceu corações congelados pelo ceticismo com o cobertor da graça. Alimentou a fome
dos doentes por cura com pratos cheios de milagres preparados no fogo de Deus (Mc 1). Ele não
ofereceu lenço para limpar as lágrimas de rostos nublados pela tristeza, Ele as enxugou com o riso
que deixa a face ensolarada; Ele não fez curativo nas feridas dos leprosos, Ele as suturou e as
cicatrizou com o seu toque de poder. Ele não velou os mortos, Ele os ressuscitou (Jo 11). Ele não
ignorou as crianças, Ele as abraçou. Transformou paralíticos em atletas, mudos em cantores e cegos
em visionários. Jamais duvide do amor e da bondade de Deus. “A fé vê o invisível, acredita no
inacreditável e recebe o impossível”, disse o Dr. Samuel Zewmer.

Uma obra celestial


Como um pintinho que vive num simples quintal pode saber o que significa voar como uma
águia nas ondas dos ventos? Como ele pode saber qual é a sensação da claridade do sol no
entardecer banhando suas asas a quilômetros de altura, acima das montanhas? Como pode falar de
algo que jamais experimentou? E se lhe fosse dada a chance de voar como as águias? Quando os
avivamentos chegam nós voamos na dinâmica do vento de Deus. Deixamos o quintal dos
condicionamentos terrenos e alçamos voo na presença de Deus. Em seu livro Avivamento, Martyn
Lloyd-Jones explica que em tempos de avivamento “há consciência de um poder, e de uma
presença. Às vezes pode ser física... Mas, nem sempre é físico, porém tem sido assim
frequentemente em avivamentos - vocês podem ler isso nas histórias e nos registros. Não importa
quem os tenha escrito, eles sempre testemunham a mesma coisa. Todavia, aquilo de que todos se
conscientizam, sempre, é a súbita consciência de uma gloriosa presença em seu meio, tal como
nunca experimentaram antes - um senso de poder e um senso de glória. E sempre tem sido assim.
Pode ser acompanhado de fenômenos.... Estas coisas nem sempre se repetem. Às vezes este senso
de poder e de glória é tão grande que as pessoas acabam prostradas no chão por causa dele” (p.
208).
Achar que um encontro genuíno com a glória de Deus não lhe afetará é o mesmo que achar
que a explosão de uma bomba atômica a um metro de distância não lhe causará nada.

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