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I Introdução

Querido leitor, nesta lição faremos o estudo de um dos textos mais


conhecidos do mundo, mas, por sua vez, um dos menos aprofundados. Este é o
Decálogo, ou seja, os Dez Mandamentos que Moisés entregou à humanidade.
Nesta lição recordaremos aquilo que estudamos anteriormente: a Doutrina
do Olho e a Doutrina do Coração, já que estas têm uma íntima relação com o
que se desenvolverá no estudo do Decálogo. Tal estudo se fará através da Letra
Viva, por meio da Doutrina do Coração e do esoterismo profundo.

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O Origem dos Mandamentos
Como todos sabemos, os mandamentos são de origem divina. São um có-
digo de ética e moral que ainda não pôde ser igualado, ainda que tenham pas-
sado milhares de anos.
A história da origem das leis de Deus está explicada em: Êxodo: Cap. 19 e 20;
Cap. 31. Versículo 18; Cap. 32. Versículo 15 ao 19; Cap. 34. Versículo 27 ao 34.

O
Os Dez Mandamentos
- O que é a Letra Viva e a Letra Morta -
O ser humano não quis submeter-se às exigências da Lei de Deus, senão
que quis submeter a Lei de Deus às suas condições humanas, desconhecendo,
desta forma, que as leis que geraram a Criação seguem vigentes; cada dia se
nota mais a necessidade de cumpri-las para que, através destas, o ser humano
possa ser resgatado das garras deste convulsionado mundo, onde impera a
crueldade, o desequilíbrio mental, emocional e psicológico.
É necessário compreender que o código de ética mais perfeito que foi
escrito através da história da humanidade é o dos Dez Mandamentos da Lei
de Deus. Nenhum escritor humanista ou profeta teve a potestade de derrogar
estas leis, muito menos poderia fazê-lo o ser humano com o conjunto de
agregados psicológicos que leva dentro, que sempre o fazem fazê-lo a Lei.
Devemos, assim, reconhecer o que é a Letra Viva e a Letra Morta.
A Letra Morta é simplesmente a leitura do texto escrito sobre as páginas dos
livros sagrados, sem a interpretação da consciência. Tal leitura está portanto
manejada pelo ego. É uma interpretação sem embasamento vivo em nós, a
letra pela letra, sem poder desvelar os mistérios imersos em seu conteúdo.
A Letra Viva é aquela que se sente e se entende com o coração. Os
ensinamentos mais valiosos se captam através da inspiração e esta tem seu
embasamento no coração. A Letra Viva é ver mais além do que explicitamente
está escrito, é poder desvelar o oculto através das chaves que nos levam a
descobrir a verdadeira sabedoria.
Para compreender o que é a Letra Viva e a Letra Morta, recordemos
quando Jesus conta às pessoas a parábola do semeador e seus discípulos lhe
perguntam: “Por que lhes fala em parábolas? E Jesus, respondendo, lhes
disse: porque a vós é dado saber os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles
(as pessoas) não lhes é dado... Por isso lhes falo em parábolas, porque vendo
não veem e ouvindo não ouvem, nem entendem... Para que não vejam com os
olhos e ouçam com os ouvidos mas com o coração entendam e se convertam e
eu os sane” (Mateus 13: 10-a).

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O O Esoterismo dos Dez Mandamentos
A humanidade conhece a história dos Dez Mandamentos que o Senhor
Jehová deu a Moisés em duas tábuas de pedra, mas não se conhece realmente a
essência dos Dez Mandamentos, muito menos no que sua consiste.
Veremos em termos gerais o que nos mostra, à Letra Viva, cada
Mandamento, a fim de saber o que acontece quando, cegados por nossos
agregados psicológicos, rechacemos agir eticamente, corretamente, no nosso
dia a dia.

P
Primeiro Mandamento
AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS
Facilmente o ser humano infringe a lei divina por não saber quem é Deus,
onde está e como se manifesta.
Deus está em cada ser vivo, em cada ser humano, em cada animalzinho, por
pequeno que seja, em cada planta; assim o homem, para amar a Deus sobre
todas as coisas, necessita amar ao próximo, ou seja, a todos os seres da terra sem
exceção, sejam inimigos, amigos ou desconhecidos. Deus é amor, o amor está
latente em todo o criado, visível ou invisível.
Em outras palavras, amar a Deus sobre todas as coisas significa sentir e
descobrir em nós esse princípio criador, esse Buddhata ou Essência Divina,
apreciá-la e intensificá-la, reverenciando a Deus em adoração e respeito e
vendo-o em tudo e em todos. Se deve começar por amar em nós mesmos esse
princípio vital para depois vê-lo e amá-lo nos demais.

S
Segundo Mandamento
NÃO JURAR O NOME DE DEUS EM VÃO
Antes de tudo é necessário saber o que é o “nome de Deus”.
“No princípio era o verbo e o verbo estava com Deus e o verbo era Deus. Este
era no princípio com Deus. Todas as coisas por ele foram feitas e sem ele nada do
que foi feito teria sido feito.” (João 1:1-3).
Este texto bíblico nos ilustra a importância do verbo, ou seja, a palavra.
Assim, este mandamento não se refere simplesmente a não jurar, senão que vai
mais além. Deus é a palavra, a fala, em nós.
É notório que o verbo, a palavra, tem uma íntima relação com as energias
criadoras. Quando o jovem transita pela puberdade, sua voz muda. A energia
criadora é uma energia divina, com o poder de criar. A palavra também cria.

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Uma palavra passiva, construtora, um bom conselho, etc., pode aliviar a
discórdia. Por outro lado uma palavra iracunda, orgulhosa, etc., pode fazer surgir
mais discórdia e guerra.
A palavra é sagrada e, portanto, não se deve utilizar em vão com expressões
degeneradas, fofocando, falando mal dos demais, mentindo, fomentando
guerras, discórdias, etc. Para poder cumprir com este mandamento, devemos
cuidar de tudo o que saia de nossa boca, de nossa laringe.
Devemos utilizar nosso verbo com altruísmo, para o bem, ajudando aos
demais com um sábio conselho, etc.

T Terceiro Mandamento
SANTIFICAR AS FESTAS
Os feriados de datas religiosas como o Natal e a Páscoa devem ser
santificados, ou seja, aproveitados espiritualmente por cada pessoa através da
integração com a consciência, com Deus.
Assim, santificar as festas tem um sentido profundo e individual; significa
conservar a pureza e perfeição de nosso Espírito, sem cair ante os vícios e egos.
A santidade se conquista acabando com os defeitos, erros e maus costumes
que cada um de nós expressamos. O estado de total consciência nos leva à
santidade física, espiritual e mística.
O homem deve viver sempre em paz e em harmonia com sua própria
consciência, dever estar desperto.
Isto demonstra que as festas às quais as Sagradas Escrituras se referem, e
que devemos guardar e celebrar, são as festas da Alma; são os momentos
de meditação, oração, êxtase, integração com o Ser. Nesses momentos nos
sentimos com a mente limpa e o coração cheio de amor.
Seja em casa, no escritório, no campo, em todo lugar e a toda hora, devemos
santificar a festa da alma.

Q Quarto Mandamento
HONRAR PAI E MÃE
Honrar é respeitar, servir, apreciar. Mas é necessário distinguir a qual pai e a
qual mãe se refere este mandamento.
Devemos honrar a nossos pais biológicos, que nos geraram e ajudaram em
tantas ocasiões. Independente dos defeitos que possuam, eles merecem o res-
peito, o amor, e sobretudo a gratidão de seus filhos.
Mas o mandamento também se refere aos pais que estão em segredo em
nosso interior. O homem poucas vezes honra a seu pai ou mãe biológicos, menos
ainda honra ao Pai Interno (Ser) e à Mãe Divina Kundalini.

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Pai espiritual só há um, o Ser Interno de cada pessoa, o Pai que está nos céus.
Mãe divina só há uma, a Mãe Bendita Devi Kundalini, a Mãe Celestial de cada
pessoa, representada em todas as culturas antigas e sobretudo no Cristianismo
como Maria.

Q Quinto Mandamento
NÃO MATAR
Matar é cortar a vida ou sopro divino. Morte é o contrário da vida. Matar é
destruir a vida que palpita em todo ser vivo da natureza.
Assim como nenhum mortal é capaz de infundir esse sopro divino,
tampouco deve tirá-lo de nada, nem de ninguém, nem de uma planta, nem de
uma flor, nem de nenhum outro ser pertencente a qualquer outra espécie.
Não matar é colaborar com a Grande Vida Universal. Não somente se
mata com veneno, com uma bala ou um punhal; também se mata com o
pensamento, as palavras e as obras. Desta maneira uma palavra torpe,
imprudente ou sarcástica fere e mata os sentimentos e as boas intenções nos
seres humanos.
Já dissemos que em todo corpo vivente está Deus como manifestação de
vida, portanto tirar a vida de um ser vivo, seja vegetal, animal ou humano, é
despojar a Deus de seu templo; os seres vivos são o templo de Deus, portanto,
onde há vida está Deus manifestado.

S Sexto Mandamento
NÃO FORNICAR
Fornicação é a perda da energia sexual em todas as suas formas. Se fornica
com a mente, com o verbo e com os órgãos criadores.
Os dicionários, os educadores e a maioria dos religiosos confundem a
fornicação com o adultério e isto é um grave erro que tem custado muito caro
ao ser humano.
Não nos confundamos, a fornicação é a perda da energia e o adultério é outra
coisa.
Quando nos referimos ao adultério, falamos de unir-se sexualmente com
alguém que não é nosso cônjuge ou companheiro.
... “E manifestas são as obras da carne: que são, adultério, fornicação,
imundice, lascívia”..(Gálatas 5:19).
(Consultar também Hebreus 13:4; Mateus 5:27-32; Levítico 15)
O cumprimento do sexto mandamento do decálogo do Senhor Jehová é
a melhor fórmula para o controle da concepção, a fórmula infalível e precisa,
entregada ao homem pelo próprio Deus.
Existe a ciência da transmutação científica o Arcano AZF, sendo esta ciência a

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que praticaram os alquimistas medievais. Em Daniel 2:19 diz-se: “Então o Arcano
foi revelado em visão de noite; pelo qual bendisse Daniel a Deus no céu.”.
Estudaremos mais adiante, nas lições de Transformação da Energia, mais
técnicas para a transmutação da energia ou mudança da energia.
Aprenderemos também acerca dos mistérios do sexo, o matrimônio e o amor,
o Arcano AZF, a concepção, o controle da natalidade, entre outros temas.

S Sétimo Mandamento
NÃO FURTAR
Furtar ou roubar, é apoderar-se do alheio sem consentimento de seu
dono, com ou sem violência. Por exemplo, quando ganhamos excessivamente
nos negócios já é furto, dado que a acumulação de riquezas é um atentado
contra o patrimônio da sociedade; a Lei Divina permite a utilidade ou lucro nos
negócios, mas fazê-los de forma desmedida é reprovável. Não só se rouba
economicamente, também se rouba a honra das pessoas, a dignidade e as
virtudes, as ideias, a vontade das pessoas, para mencionar alguns valores.

O
Oitavo Mandamento
NÃO LEVANTAR FALSOS TESTEMUNHOS NEM MENTIR
O Verbo, ou seja, as palavras que dizemos, seja falando ou escrevendo, devem
manejar-se sabiamente, não utilizando-se para caluniar nem difamar a ninguém.
Afirmar o que ignoramos ou desconhecemos é falsidade.
Acusar alguém de um erro sem conhecimento de causa é um delito e gera
karma.
A mentira é oposta à verdade. Negar a realidade das coisas é mentir.
O engano, a traição, a hipocrisia e a fraude são a mesma mentira disfarçada
com a aparência de verdade, com justificativas para esconder a falta de
sinceridade e valor. A mentira é o meio mais fácil para evadir-se de qualquer
responsabilidade.
Aquele que nega a verdade e despreza a justiça ama a mentira e se torna
um covarde. As calúnias agem diretamente contra este mandamento, assim
como a maldade, o ódio, o rancor, a soberba e a vingança; tais delitos ofendem
diretamente o Pai, que é a Verdade.

N Nono Mandamento
NÃO ADULTERAR
A promiscuidade é uma forma de degeneração humana e espiritual que gera

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muitos karmas e sofrimentos, afastando-nos do amor verdadeiro.
A união sexual conecta as pessoas num nível energético e espiritual
profundo, mais além do plano físico. Assim, quando um homem e uma mulher
se unem sexualmente, seu destino fica interligado por um vínculo kármico.
Todo homem ou mulher que trai seu cônjuge, que adultera ou deseja a quem
não lhe corresponde, está no caminho que conduz ao abismo, porque escrito
está que nenhum adúltero verá a face de Deus, muito menos entrará no Reino
dos Céus.
É necessário compreender as consequências do adultério.

D
Décimo Mandamento
NÃO COBIÇAR OS BENS ALHEIOS
Cobiça é o apetite desordenado por adquirir riquezas ou bens, é ânsia de
acumulação, desejo desenfreado, ambição desmedida de possuir o que outros
possuem.
A sabedoria cósmica ensina que cada qual tem o que merece e o que por
Lei deve ter. O homem vem ao mundo para receber o que ganhou por seu
comportamento em vidas passadas, seja bom ou mau. Por este motivo é um
erro desejar ou cobiçar o que ganhamos, o que não é nosso e que não nos
corresponde de acordo com a Lei Divina.
Devemos cumprir a Lei, cumprir os Mandamentos e aceitar os desígnios
traçados por nós mesmos em existências anteriores em conformidade com
nossos próprios atos.

O Os Dez Mandamentos, do Imanente ao Transcendente


(desde nossos pais físicos até nossos Princípios Criadores)
Se fazemos uma análise do Decálogo, veremos que ele tem dois aspectos
bem definidos:
O primeiro aspecto é que nos transmite as leis que temos que respeitar, para
com a Divindade.
O segundo aspecto é que nos transmite as leis que temos que respeitar
para com os homens, para poder nos desenvolver e conviver em harmonia com
nossos semelhantes.
Desta maneira vemos que os quatro primeiros mandamentos nos indicam as
leis que devemos respeitar para relacionar-nos em harmonia com a Divindade.
E os seis restantes para relacionar-nos como seres humanos.

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E Epílogo
Querido leitor, acabamos de estudar o sentido esotérico dos Dez
Mandamentos, os quais só se podem desvelar através da Doutrina do Coração,
a Letra Viva que nos dá um sentido mais profundo da vida e, naturalmente, do
Caminho.
Lamentavelmente, se tem dado à humanidade um conhecimento espiri-
tual através da Letra Morta, através da Doutrina do Olho; incapacitando-a,
assim, para encarnar esse ensinamento, fazê-lo vivo dentro de si. Os estudos
gnósticos proveem este ensinamento à Letra Viva, capaz de transformar aquele
que está decidido a realizar um caminho de regeneração de si mesmo e de sua
própria realidade, de uma forma prática e simples que o levará a despertar a
particularidade de sua Essência.

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Ciclo de Conferências

Primeira Câmara
As lições da Primeira Câmara vão nesta ordem e desenvolvimento:

01. O que é Gnosis


02. Personalidade, Essência e Ego
03. O Despertar da Consciência
04. O Eu Psicológico
05. Luz, Calor e Som
06. A Máquina Humana
07. O Mundo das Relações
08. O Caminho e a Vida
09. O Nível do Ser
10. O Decálogo
11. Educação Fundamental
12. A Árvore Genealógica das Religiões
13. Evolução, Involução e Revolução.
14. O Raio da Morte
15. Reencarnação, Retorno e Recorrência.
16. A Balança da Justiça
17. Os Quatro Caminhos
18. Diagrama Interno do Homem
19. Transformação da Energia
20. Os Elementais.
21. Os Quatro Estados de Consciência
22. A Iniciação

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