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APOSTILA / 2023
Parte 1
PEÇAS JURÍDICAS
Profa. Bruna Souza
SUMÁRIO
CURSO ALEXANDRE TEIXEIRA – Av. Santos Dumont, 2626 – Loja 30 – Fortaleza/CE – Fone: (85) 99681.5000
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OAB 2ª FASE / 2023
Parte 2
DIREITO PENAL E
PROCESSUAL PENAL
Profa. Bruna Souza
SUMÁRIO
DIREITO PENAL
I– PRINCÍPIOS...................................................................................................................................................72
II – TEORIA DA NORMA PENAL..........................................................................................................................75
III – TEORIA DO DELITO.......................................................................................................................................81
IV – FATO TÍPICO.................................................................................................................................................81
V– ILICITUDE......................................................................................................................................................92
VI – CULPABILIDADE............................................................................................................................................93
VII – ERRO DE TIPO...............................................................................................................................................96
TEORIA GERAL DA PENA......................................................................................................................................99
VIII – CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS DA PENA..............................................................................................99
IX – DOSIMETRIA DA PENA – APLICAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE...............................................103
X– REGIME INICIAL DO CUMPRIMENTO DA PENA.........................................................................................115
XI – PENAS ALTERNATIVAS À PRISÃO – SUBSTITUTIVAS..................................................................................124
XII – PENA DE MULTA.......................................................................................................................................128
XIII – AÇÃO PENAL.............................................................................................................................................130
XIV – SURSIS – SUSPENSÃO CONDICIONAL DA EXECUÇÃO DA PENA................................................................131
XV – MEDIDAS DE SEGURANÇA.........................................................................................................................134
XVI – EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE....................................................................................................................137
XVII – PRESCRIÇÃO..............................................................................................................................................139
XVIII – CONCURSO DE CRIMES.............................................................................................................................142
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE...........................................................................................................................240
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Parte 3
CADERNO DE EXERCÍCIOS
Profa. Bruna Souza
SUMÁRIO
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Parte 1
PEÇAS JURÍDICAS
OAB SEGUNDA FASE
a
Prof . Bruna Souza
2023
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A – NOÇÕES GERAIS
A.1 PEÇAS COBRADAS NAS ÚLTIMAS PROVAS
XXXVII – ALEGAÇÕES FINAIS
XXXVI – RESPOSTA À ACUSAÇÃO
XXXV - APELAÇÃO
XXXIV - RESE
XXXIII - APELAÇÃO
XXXII – ALEGAÇÕES FINAIS
XXXI - RESE
XXX EXAME DA ORDEM - APELAÇÃO A.3 DICAS DE ESTUDO
XXIX EXAME DA ORDEM – AGRAVO EM EXECUÇÃO i. MÉTODO CARTESIANO
XXVIII EXAME DA ORDEM – RESE NO JURI
XXVII EXAME DA ORDEM - CONTRARRAZÕES DE
APELAÇÃO
ii. 2ª FASE – VADE MECUM - ESPELHO - ESTUDO
XXVI EXAME DA ORDEM – ALEGAÇÕES FINAIS
DIFERENTE DA 1ª (NÃO TEM TUDO)
XXV EXAME DA ORDEM – APELAÇÃO
TÉCNICA ≠ ESTILO - PEÇA OU QUESTÃO? - TEMPO?
* XXV REAPLICAÇÃO PORTO ALEGRE - APELAÇÃO
Motivos que atrapalham sua aprovação: tempo; ansiedade;
XXIV EXAME DA ORDEM – AGRAVO EM EXECUÇÃO uso do material; interpretação do problema; ausência de
XXIII EXAME DA ORDEM – ALEGAÇÕES FINAIS resposta;
XXII EXAME DA ORDEM -APELAÇÃO
XXI EXAME DA ORDEM – RESPOSTA À ACUSAÇÃO
XX EXAME DA ORDEM – ALEGAÇÕES FINAIS
* XX REAPLICAÇÃO PORTO VELHO – ALEGAÇÕES FINAIS
XIX EXAME DE ORDEM – CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO iii. PONTOS PRINCIPAIS PARA FAZER A PROVA:
XVIII EXAME DA ORDEM -APELAÇÃO A) INTERPRETAÇÃO;
XVII EXAME DA ORDEM – ALEGAÇÕES FINAIS B) ESTRUTURA DAS PEÇAS (ESTRUTURA – DETALHE DAS
XVI EXAME DA ORDEM – AGRAVO EM EXECUÇÃO PEÇAS);
XV EXAME DA ORDEM – QUEIXA-CRIME C) MAPEAMENTO DE TESES (EXERCÍCIO);
XIV EXAME DA ORDEM – ALEGAÇÕES FINAIS D) MATERIAL;
XIII EXAME DA ORDEM – APELAÇÃO E) TEMPO (2H30 PARA A PEÇA; 30 MIN PARA CADA
QUESTÃO).
XII EXAME DE ORDEM - APELAÇÃO
XI EXAME DE ORDEM - APELAÇÃO
X EXAME DE ORDEM – REVISÃO CRIMINAL I – QUEIXA-CRIME
IX EXAME DE ORDEM - ALEGAÇÕES Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para
VIII EXAME DE ORDEM – RESPOSTA A ACUSAÇÃO representá-lo caberá intentar a ação privada.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do
VII EXAME DE ORDEM - APELAÇÃO
fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a
VI EXAME DE ORDEM - RELAXAMENTO qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos
V EXAME DE ORDEM - APELAÇÃO quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e,
quando necessário, o rol das testemunhas.
IV EXAME DE ORDEM – APELAÇÃO
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador
III EXAME DA ORDEM – RESE com poderes especiais, devendo constar do
instrumento do mandato o nome do querelante e a
II EXAME DA ORDEM – RESPOSTA A ACUSAÇÃO
menção do fato criminoso, salvo quando tais
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**QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA
Fundamentação: Artigo 5º, Inciso LIX da CRFB, Art. 100, §3º do CP
e Art. 29 e 41 do CPP.
Após o cabeçalho: “Cuida-se de crime descrito no artigo xxx do
Código Penal, o qual comporta Ação Penal Pública Incondicionada
(Condicionada), de titularidade do Ministério Público, apesar disso,
verificada a inércia do “parquet” surge para o querelante o direito
de oferecer queixa-crime subsidiária.”
*** No caso do Juizados especiais, acrescentar o pedido da
designação da audiência preliminar.
**** NÃO ASSINAR. Não identificar a peça.
8. PROCEDIMENTO DO JECRIM
PROVA
(XV.OAB) Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da
construção civil, possui um perfil em uma das redes sociais
existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar
em contato com seus amigos, parentes e colegas de
trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da
Internet para contatos profissionais e lazer, como o fazem
milhares de pessoas no mundo contemporâneo.
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especificar as provas pretendidas e arrolar b) preliminares (art. 95, CPP – autos apartados –
testemunhas, qualificando-as e requerendo sua instrumento autônomo)
intimação, quando necessário. (...)
* Na prática, os autos da exceção devem vir em apartado,
(JÚRI) Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a
queixa, ordenará a citação do acusado para
todavia na elaboração deve-se incluir antes das preliminares.
responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 c) momento das nulidades (art. 564, CPP – pedido de
(dez) dias. § 1o O prazo previsto no caput deste anulação);
artigo será contado a partir do efetivo
cumprimento do mandado ou do comparecimento, d) Pedido de rejeição da denúncia (art. 395, CPP) – apesar
em juízo, do acusado ou de defensor constituído, de questionável – em informativo (2013) do STJ conclui que
no caso de citação inválida ou por edital. § 2o A é admissível o pedido do não recebimento da inicial
acusação deverá arrolar testemunhas, até o acusatória na PRELIMINAR DA resposta acusação.
máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. § 3o
Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares
e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer II. MÉRITO: ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
documentos e justificações, especificar as provas
Introduzir a defesa técnica – todavia limitar as hipóteses do
pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo
de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua art. 397, CPP – ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (aprofundar as teses
intimação, quando necessário. defensivas nas alegações finais)
* A absolvição sumária do artigo 397 por depender apenas
dos elementos de informação (provas inquisitoriais) do IP e
1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
dos documentos acostados na defesa inicial é opção pouco
- ART. 396, CPP; ART. 396-A, CPP (PEÇA OBRIGATÓRIA) utilizada pelo juiz, pois ele é feito antes da instrução da
*Art. 406, §3º (PARA JÚRI) ação penal.
Lembre-se que esta absolvição sumária é distinta da
prevista no artigo 415, CPP realizada no Júri e feita após a
2. PRAZO
instrução NAS ALEGAÇÕES FINAIS do Júri.
- 10 DIAS – exclui o dia do começo e inclui o início;
- A partir da citação e não da juntada do mandado – Súmula
1
710, STF - por edital conta-se do comparecimento do (CPP) Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art.
396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver
acusado ou defensor (art. 396, CPP).
sumariamente o acusado quando verificar:
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do
3. MOMENTO PROCESSUAL fato;
- CITAÇÃO: Após recebida a denúncia ou queixa; II - a existência manifesta de causa excludente da
* “SÚMULA 523 - NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
DEFESA CONSTITUI NULIDADE ABSOLUTA, MAS A SUA III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime;
DEFICIÊNCIA SÓ O ANULARÁ SE HOUVER PROVA DE ou
PREJUÍZO PARA O RÉU.”
IV - extinta a punibilidade do agente.
- Procedimentos ordinários e sumários (INCLUI O JÚRI);
* No JECRIM, a resposta chama-se defesa preliminar e trata-se
de peça não obrigatória, pode ser oferecida na forma oral ou * Fundamentos da absolvição sumária:
escrita, na audiência de instrução e julgamento, objetiva a INCISO I – excludente de ilicitude (art. 23, CP – legítima
rejeição da denúncia ou queixa e a introdução de matéria defesa; estado de necessidade; exercício regular do direito
técnica. (LEMBRE-SE QUE CABE APELAÇÃO PELA REJEIÇÃO DA e estrito cumprimento do dever legal, consentimento);
INICIAL). E tem fundamento legal no artigo 81 da Lei 9.099/95 INCISO II – excludente de culpabilidade (art. 20, §1º, 21, 22, 28,
2
e não no artigo 396,CPP. CP) (Ex.: descriminantes putativas, erro de proibição, coação
moral irresistível, obediência hierárquica, embriaguez
3
4. FINALIDADE completa e involuntária – salvo a inimputabilidade );
I. PRELIMINARES: (OLHAR O MATERIAL ESPECÍFICO) INCISO III – o fato não constitui crime (fato atípico – crime
impossível, erro de tipo, princípio da insignificância,
a) Arguir questões prejudiciais (art. 92 e 93, CPP);
3
O art. 397 faz ressalva em relação ao inimputável, e a razão é a seguinte: caso o réu
seja, por exemplo, esquizofrênico, a ponto de não ter discernimento do que fez, o juiz
o absolverá (absolvição imprópria). No entanto, ele será submetido a medida de
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S. 710, STF – “No processo penal, contam-se os prazos para a data da intimação e segurança. Para que se conclua pela inimputabilidade, é necessário o prosseguimento
não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.”. da ação para o julgamento do respectivo incidente (veja o art. 149 do CPP). Por esse
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Enunciado nº 108 – O artigo 396 do CPP não se aplica ao Juizado Especial Criminal motivo, não é possível absolvê-lo sumariamente, com imposição de medida de
regido por lei especial (Lei nº 9.099/95) que estabelece regra própria”. (XXV FONAJE) segurança, com fundamento em inimputabilidade
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OBS.: Desclassificação: o STJ tem aceitado que o magistrado (No dia xx, o ...)
altere a classificação do crime no momento do recebimento
da denúncia. Portanto, é possível, em resposta, pedir a PRELIMINARES
desclassificação de um crime para outro menos grave– por
(Nulidade, art. 564, CPP) (Rejeição da Denúncia, art. 395, CPP)
exemplo, de homicídio para lesão corporal. (Exceções, Art. 95, CPP)
OAB/UF
ROL DE TESTEMUNHAS.
1. Nome e qualificação
2. Nome e qualificação
(...)
8. Nome e qualificação
* EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA _ VARA
CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _VARA DO
JÚRI DA COMARCA DE __
PROVA
5. ESTRUTURA DA PEÇA
(XXXVI.OAB) No dia 31 de dezembro de 2019, Matheus,
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE _*
nascido em 10 de fevereiro de 2000, compareceu a uma
festa de Ano Novo, em Vitória, Espírito Santo, juntamente
(espaço de 3 linhas)
com seus amigos. Animados com o evento, os amigos de
REPOSTA À ACUSAÇÃO Matheus ingeriram grande quantidade de bebida alcoólica,
enquanto Matheus permaneceu bebendo somente água
CABEÇALHO** tônica, pois sabia que tinha intolerância ao álcool e que
qualquer pequena quantidade de bebida alcoólica já o
NOME DO ACUSADO, já qualificado nos autos, vem por intermédio
colocaria em situação de embriaguez. Ocorre que, em
de seu procurador judicial, a presença de Vossa Excelência,
apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fundamento legal nos determinado momento, solicitou água tônica ao funcionário
artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal (CPP), pelos do bar, que, contudo, em erro, entregou a Matheus o drink
motivos a seguir expostos. “gin tônica”, que é feito com uma dose de gin misturada
com água tônica. Matheus, com sede, deu um grande gole
na bebida, vindo a ficar completamente embriagado, em
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razão da intolerância ao álcool. Sentindo-se mal, quando Endereçamento 1. A resposta à acusação deve ser encaminhada à
deixava o local dos fatos, Matheus é surpreendido com a 2ª Vara Criminal da Comarca de Vitória/ES (0,10). 0,00/0,10 2.
presença de Caio, 25 anos, com quem já discutira em Fundamento legal: Art. 396 ou 396-A, ambos do CPP (0,10).
diversas oportunidades em jogos de futebol. Caio, ao 0,00/0,10 Tempestividade 3. Prazo de 10 (dez) dias, na forma do
verificar a situação de completa embriaguez de seu rival, Art. 396 do CPP (0,10). 0,00/0,10 Fundamentação 4.1. Pedido de
nulidade do recebimento da denúncia ou rejeição da denúncia por
começa a rir, momento em que Matheus usa a garrafa de
ausência de justa causa (0,30), nos termos do Art. 395, inciso III, do
refrigerante, de vidro, que estava em suas mãos, para CPP ou Art. 564, inciso III, alínea b, do CPP (0,10). 0,00/0,30/0,40
desferir um golpe na cabeça de Caio. Caio é imediatamente 4.2. A infração penal imputada deixa vestígios (0,35) e não consta
encaminhado para o hospital e, após atendimento médico, do procedimento qualquer prova pericial ou boletim de
comparece à Delegacia, narra o ocorrido e informa que teve atendimento médico (0,20). 0,00/0,20/0,35/0,55 4.3. Nulidade em
de levar 15 pontos na cabeça, razão pela qual ficaria razão da ausência de exame de corpo de delito, direto ou indireto
incapacitado de trabalhar por 45 dias. Em razão da dor que (0,40), nos termos do Art. 158 do CPP (0,10). 0,00/0,40/0,50 5.1.
sentia na cabeça, deixou de comparecer, naquele Cabimento de proposta de suspensão condicional do processo
momento, para a realização de exame de corpo de delito, (0,50), nos termos do Art. 89 da Lei nº 9.099/95 (0,10).
0,00/0,50/0,60 5.2. O sursis processual é admitido mesmo a
informando, ainda, que não teve acesso ao Boletim de
infração não sendo de menor potencial ofensivo ou relevante é
Atendimento Médico (BAM) no hospital, não sabendo se ele que a pena mínima seja fixada em até 01 ano e não a pena
foi, efetivamente, realizado. Concluído o procedimento, o máxima (0,20). 0,00/0,20 5.3. A condenação anterior por
inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que, com contravenção penal não impede a concessão do benefício ou a lei
base apenas nas declarações de Caio, ofereceu denúncia em somente proíbe a proposta quando houver condenação por crime
face de Matheus, perante a 2ª Vara Criminal de Vitória/ES, (0,20). 0,00/0,20 6.1. A conduta do agente não configura crime
imputando-lhe a prática do crime do Art. 129, § 1º, inciso I, (0,20), em razão da ausência de culpabilidade (0,40).
do Código Penal. Informou o Parquet que deixou de 0,00/0,20/0,40/0,60 6.2. A embriaguez de Matheus era completa e
oferecer proposta de suspensão condicional do processo, decorrente de caso fortuito ou força maior (0,45), nos termos do
Art. 28, §1º, do CP (0,10). 0,00/0,45/0,55 Pedidos 7. Pedido de
em razão da significativa pena máxima prevista para o
acolhimento das alegações para reconhecer a nulidade no ato de
delito (05 anos de reclusão), bem como diante da Folha de recebimento da denúncia ou rejeição da denúncia pela ausência
Antecedentes Criminais, que registrava apenas uma de justa causa (0,20). 0,00/0,20 8.1. Oferecimento de proposta de
condenação anterior de Matheus, com trânsito em julgado suspensão condicional do processo (0,10). 0,00/0,10 8.2.
no ano de 2018, pela prática da infração prevista no Art. 42 Absolvição sumária (0,30), nos termos do Art. 397, inciso II, do CPP
do Decreto-lei no 3.688/41. Como documentação, o (0,10). 0,00/0,30/0,40 9. Apresentação de rol de testemunhas
Ministério Público apresentou apenas imagens da câmera (0,20). 0,00/0,20 10. Prazo: 28 de novembro de 2022 (0,10).
de segurança do local da festa e a Folha de Antecedentes 0,00/0,10 Fechamento 11. Local, data, advogado e OAB (0,10).
Criminais. Após recebimento da denúncia, Matheus foi 0,00/0,10
pessoalmente citado e intimado para adoção das medidas
cabíveis, em 16 de novembro de 2022, quarta-feira, data (XXI.OAB) Gabriela, nascida em 28/04/1990, terminou
em que os mandados foram juntados aos autos, vindo a relacionamento amoroso com Patrick, não mais suportando
procurar seu advogado para assistência técnica. Informou as agressões físicas sofridas, sendo expulsa do imóvel em
ao patrono que, na data dos fatos, realizou exame de que residia com o companheiro em comunidade carente na
alcoolemia e atendimento médico, que constatou que ele cidade de Fortaleza, Ceará, juntamente com o filho do casal
se encontrava completamente embriagado em razão da de apenas 02 anos. Sem ter familiares no Estado e nem
ingestão de bebida alcóolica (gin) e sua intolerância, bem outros conhecidos, passou a pernoitar com o filho em
como, que era inteiramente incapaz de determinar-se sobre igrejas e outros locais de acesso público, alimentando-se a
o caráter ilícito do fato. Forneceu, ainda, o nome do partir de ajudas recebidas de desconhecidos. Nessa época,
funcionário do bar que teria lhe atendido (Carlos) e dos seus Gabriela fez amizade com Maria, outra mulher em situação
amigos José e Antônio, que teriam presenciado os fatos. de rua que frequentava os mesmos espaços que ela. No dia
Confirmou, todavia, que desferiu o golpe de garrafa na 24 de dezembro de 2010, não mais aguentando a situação e
cabeça de Caio, que deixou o local com sangramento. vendo o filho chorar e ficar doente em razão da ausência de
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade alimentação, após não conseguir emprego ou ajuda,
de advogado de Matheus, a peça jurídica cabível diferente Gabriela decidiu ingressar em um grande supermercado da
de habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas região, onde escondeu na roupa dois pacotes de macarrão,
as teses jurídicas de direito material e direito processual cujo valor totalizava R$18,00 (dezoito reais). Ocorre que a
pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do conduta de Gabriela foi percebida pelo fiscal de segurança,
prazo, considerando que de segunda a sexta-feira são dias que a abordou no momento em que ela deixava o
úteis em todo o país. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve estabelecimento comercial sem pagar pelos bens, e
abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser apreendeu os dois produtos escondidos. Em sede policial,
utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção Gabriela confirmou os fatos, reiterando a ausência de
ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. recursos financeiros e a situação de fome e risco físico de
seu filho. Juntado à Folha de Antecedentes Criminais sem
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outras anotações, o laudo de avaliação dos bens subtraídos Pedidos: 6. Absolvição Sumária (0,50), com fundamento no Art.
confirmando o valor, e ouvidos os envolvidos, inclusive o 397, inciso I, (0,10), no Art. 397, inciso III, (0,10) e no Art. 397,
fiscal de segurança e o gerente do supermercado, o auto de inciso IV, todos do CPP (0,10). 0,00/0,50/0,60/ 0,70/0,80 7. Rol de
testemunhas (0,30) 0,00/0,30 Fechamento 8. Prazo: 26 de março
prisão em flagrante e o inquérito policial foram
de 2015 (0,10) 0,00/0,10 9. Local, data, advogado(a) e OAB (0,10)
encaminhados ao Ministério Público, que ofereceu
0,00/0,10
denúncia em face de Gabriela pela prática do crime do Art.
155, caput, c/c Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal,
além de ter opinado pela liberdade da acusada. O 6. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
magistrado em atuação perante o juízo competente, no dia
6.1 DEFESA PRÉVIA DA LEI DE DROGAS
18 de janeiro de 2011, recebeu a denúncia oferecida pelo
Ministério Público, concedeu liberdade provisória à - Art. 55 da Lei 11.343/06 – peça obrigatória apresentada
acusada, deixando de converter o flagrante em preventiva, após o oferecimento da denúncia, prazo de 10 dias, antes
e determinou que fosse realizada a citação da denunciada. do recebimento da denúncia. Não há ação penal ainda, pois
Contudo, foi concedida a liberdade para Gabriela antes de o juiz ainda não recebeu a inicial, por isso que não se pede
sua citação e, como ela não tinha endereço fixo, não foi absolvição neste momento.
localizada para ser citada. No ano de 2015, Gabriela OBJETIVO: rejeição da inicial acusatória – art. 395, CPP.
consegue um emprego e fica em melhores condições. Em
Art.55 . Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a
razão disso, procura um advogado, esclarecendo que nada notificação do acusado para oferecer defesa
sabe sobre o prosseguimento da ação penal a que prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
respondia. Disse, ainda, que Maria, hoje residente na rua X,
- Tese de defesa: art. 395, CPP - PEDIDOS: carência da ação;
na época dos fatos também era moradora de rua e tinha
inépcia da exordial; meios de prova (rol de testemunhas) e
conhecimento de suas dificuldades. Diante disso, em 16 de
exceções. (defesa formal)
março de 2015, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil em
todo o país, Gabriela e o advogado compareceram ao DENÚNCIA - NOTIFICAÇÃO - DEFESA PRÉVIA (10 DIAS) –
cartório, onde são informados que o processo estava em RECEB. OU REJEIÇÃO DA DENÚNICA.
seu regular prosseguimento desde 2011, sem qualquer OBS¹: defesa preliminar dos crimes funcionais – art. 514 do
suspensão, esperando a localização de Gabriela para CPP, e só é aplicável na hipótese de crime funcional – delito
citação. Naquele mesmo momento, Gabriela foi citada, praticado por funcionário público contra a administração
assim como intimada, junto ao seu advogado, para pública (CP, arts. 312/326). Como ela deve ser oferecida
apresentação da medida cabível. Cabe destacar que a ré, antes do recebimento da petição inicial, não há como pedir
acompanhada de seu patrono, já manifestou desinteresse a absolvição do cliente, pois não há ação penal em trâmite.
em aceitar a proposta de suspensão condicional do Nela, você estará limitado a demonstrar ao juiz que a
processo oferecida pelo Ministério Público. denúncia oferecida pelo MP não merece ser recebida, com
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade fundamento no art. 395 do CPP. “Art. 395. A denúncia ou
de advogado(a) de Gabriela, a peça jurídica cabível, queixa será rejeitada quando: I – for manifestamente
diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses inepta; II – faltar pressuposto processual ou condição para o
jurídicas de direito material e processual pertinentes. A exercício da ação penal; ou III – faltar justa causa para o
peça deverá ser datada no último dia do prazo. (Valor: 5,00) exercício da ação penal.”. Exemplo: o MP ofereceu
denúncia quando já prescrito o crime (falta de justa causa).
Mas, nesse caso, o correto não seria pedir a declaração da
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 1. Endereçamento: Vara Criminal da extinção da punibilidade? Se estivéssemos na fase
Comarca de Fortaleza, Ceará (0,10) 0,00/0,10 2. Fundamento legal: processual, sim. Mas, na peça em estudo, só poderá existir
Art. 396-A OU Art. 396, ambos do Código de Processo Penal (0,10) uma decisão favorável: o não recebimento da inicial. É o
0,00/0,10 Teses jurídicas de direito processual e material: 3.
que deve ser pedido. Na prática: o problema descreverá a
Reconhecimento da causa de extinção da punibilidade (0,25), em
razão da ocorrência de prescrição da pretensão punitiva estatal prática de um crime funcional e dirá que o MP OFERECEU a
(0,30). Citação do art. 107, IV, do CP (0,10) 0,00/0,25/0,30/ denúncia contra o seu cliente. Como ainda não há ação
0,35/0,40/0,55/0,65 3.1. Prescrição em razão de entre a data do penal, o enunciado dirá que o acusado foi NOTIFICADO, e
recebimento da denúncia e a manifestação do advogado ter sido não CITADO.
ultrapassado o prazo prescricional de 04 anos (0,20), já que
Gabriela era menor de 21 anos na data dos fatos, devendo o prazo
ser computado pela metade (0,15). Citação do art. 109, IV E do art. 6.2 DEFESA PRELIMINAR DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO (ou
115 do CP (0,10) 0,00/0,15/0,20/0,25/ 0,30/0,35/0,45 4. Arguição resposta por escrito)
de que a conduta narrada evidentemente não constituir crime em
- Art. 514, CPP – peça apresentada após o oferecimento da
razão da atipicidade (0,40), diante da aplicação do princípio da
bagatela/insignificância (0,80) 0,00/0,40/0,80/1,20 5. Arguição da
denúncia, no prazo de 15 dias, mas antes do recebimento
existência de manifesta causa de exclusão da ilicitude (0,40), pois da denúncia, NOS CRIMES AFIANÇAVEIS.
Gabriela agiu em estado de necessidade diante da situação de Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a
fome e risco para a saúde de seu filho (0,70), nos termos do Art. 24 denúncia ou queixa em devida forma, o juiz
do Código Penal (0,10). 0,00/0,40/0,50/0,70/ 0,80/1,10/1,20 mandará autuá-la e ordenará a notificação do
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Súmula 523, STF “No processo penal, a falta da defesa j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença
constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o em número legal e sua incomunicabilidade;
anulará se houver prova de prejuízo para o réu” k) os quesitos e as respectivas respostas;
Exemplos: l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
a) falta de denúncia, queixa ou representação (Art. m) a sentença;
564, III, a, do CPP); n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o
b) ausência de exame de corpo de delito (Art. 564, tenha estabelecido;
III,b, do CPP/ Art. 158, CPP); o) a intimação, nas condições estabelecidas pela
lei, para ciência de sentenças e despachos de que
c) falta de intervenção do MP na ação privada (Art. caiba recurso;
564, III, d, do CPP);
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de
d) falta (ou irregularidade) na citação (Art. 564, III, e, Apelação, o quorum legal para o julgamento;
do CPP/ Art. 570, CPP); IV - por omissão de formalidade que constitua
e) falta de defesa prévia da lei de drogas (Art. 55 da elemento essencial do ato.
Lei 11.343/06) ou defesa preliminar (art. 514 do V - em decorrência de decisão carente de
CPP - observar que a súmula 330 do STF encontra- fundamentação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
se superada - Inf. 457/STF) ANTES DO 2019) (Vigência)
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA;
f) Outras nulidades deverão enquadrar-se no art. 5. Rejeição da denúncia (Art. 395, CPP) - preliminar da
564, IV, CPP - qualquer erro no devido processo resposta à acusação
legal como: i) nulidade da citação (art.396, CPP);
I) Inépcia: ausência dos requisitos do art. 41, CPP (exposição
nulidade da instrução (Art. 400, CPP); cerceamento
do fato criminoso com todas as suas circunstâncias -
de defesa (Art. 5º, CRFB); nulidade de não
denúncia genérica, superficial ou resumida) - fatos,
observância do procedimento.
acusados, vítimas - ficção ou imaginação do MP);
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
II - Ausência de pressupostos processuais ou das condições
I - por incompetência, suspeição ou suborno do da ação;
juiz;
III - Ausência de justa causa (indícios de autoria e
II - por ilegitimidade de parte;
materialidade do crime) - lastro probatório mínimo
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: presentes nas peças de informação (quarta condição da
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos ação).;
processos de contravenções penais, a portaria ou o
PRESSUPOSTOS CONDIÇÕES DA AÇÃO
auto de prisão em flagrante;
PROCESSUAIS
b) o exame do corpo de delito nos crimes que
deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. DE EXISTÊNCIA: órgão GERAIS:
167; jurisdicional e capacidade A) INTERESSE DE AGIR: parte
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o de ser parte (subjetivos); da prática do crime
não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de ato de provocação
(objetivo) B) LEGITIMIDADE DAS
21 anos;
PARTES: MP (ação pública) e
d) a intervenção do Ministério Público em todos os Vítima (privada) /
termos da ação por ele intentada e nos da
Concorrente: subsidiária da
intentada pela parte ofendida, quando se tratar de
crime de ação pública;
pública e nos crimes contra a
honra do funcionário público
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu
(Súmula 714, STF)
interrogatório, quando presente, e os prazos
concedidos à acusação e à defesa; C) POSSIBILIDADE JURÍDICA
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da DO PEDIDO: conduta típica e
respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos pedido legal (art. 5ª, XXXIX,
processos perante o Tribunal do Júri; CRFB) - exemplo: atipicidade
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, formal ou pedido de pena de
pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o morte.
julgamento à revelia; DE VALIDADE: ESPECÍFICAS:
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo a)subjetivos: competência a) representação do
e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela e imparcialidade do juiz; ofendido(art. 24, §1º, CP) -
lei; capacidade processual dentro do prazo de 6 meses e
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a das partes; capacidade não precisa ser formal;
constituição do júri;
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postulatória - advogado; b) requisição do MJ; * No caso de ter sido transformado os debates orais por
b) Objetivos: ausência de c) laudo de constatação nos memoriais sem as circunstâncias cabíveis – cabe correição
coisa julgada ou crimes da Lei de Drogas (art. parcial (error in procedendo)
litispendência 50, §1º, Lei 11.343/06);
(extrínsecos) ; dentro do
processo (intrínsecos) d) sentença definitiva de 2. PRAZO Orais – 20 mim Memoriais: 5 dias
anulação de casamento
anterior (art. 236, CP)
3. MOMENTO PROCESSUAL FIM DA INSTRUÇÃO PENAL -
AO FINAL DA AUDIÊNCIA UMA DE INSTRUÇÃO E
Obs: Legitimidade ad causam passiva: inquérito policial JULGAMENTO. Em regra, serão apresentadas oralmente.
mostra prova idónea contra uma pessoa e o MP denuncia Serão apresentados memoriais (escrito) no caso:
pessoa diversa. a) A critério do juiz - complexidade do caso;
Obs.: Súmula 24, STF: “Não se tipifica crime material contra b) A critério do juiz - número de acusados;
a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei
c) Ordenada nova diligência.
8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo.” -
Crimes contra a ordem tributária precisa da finalização do * No procedimento sumário não há previsão legal da
processo administrativo (ou seja, o parcelamento obsta o substituição das alegações orais pelos memoriais. Todavia, a
oferecimento denúncia) praxe forense é de que em havendo acordo na substituição
dos debates orais por memoriais, estes poderão ser
6. Ausência de proposta de suspensão condicional do
apresentados. * No tribunal do Júri, as alegações serão orais
processo - Art. 89, Lei 9.099/95
e não gera nulidade sua ausência, pois poderá ser estratégia
- Crime com pena mínima de 1 ano, mesmo que não da defesa. Mas na prática, dada a complexidade
seja de menor potencial ofensivo.
Súmula 523, STJ – “No processo penal, a falta da defesa
- Súmula 696, STF constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o
anulará se houver prova de prejuízo para o réu.”.
Obs: Ele se aplica aos outros benefícios do JECRIM - Art. 74
e 76, Lei 9.099/95. 4. FINALIDADE
# PEDIDOS para a DEFESA:
Objetivo dos memoriais no Júri: evitar que o juiz pronuncie o acusado – evitar que chegue a segunda fase – o julgamento
perante o Conselho de Segurança:
a) Demonstrar que não materialidade ou autoria – resultado: impronúncia;
b) Desclassificar para outro crime, que não seja de competência do Júri;
c) Absolver sumariamente, nos termos do art. 415, CPP (≠ Art. 397, CPP)
** Pedidos alternativos – (68; 59; 61; 65; 33; 44; 77. CP)
geralmente pede-se para enquadrar em um tipo penal mais brando, também se requere:
a) Afastamento de agravante;
b) Afastamento de qualificadora ou causa de aumento;
c) Aplicação da pena no mínimo, com base no artigo 59, CP.
d) Pedido de concessão de benefício, como a substituição para pena privativa de liberdade por restritiva de direito, outro
regime que não o fechado;
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MÉRITO 5. No mérito, reconhecimento do estado de necessidade criminalmente. Após receber os autos e considerando que o
(0,40), que é causa excludente da ilicitude (0,20), na forma do Art. detido possuía autorização para portar arma de fogo, o
24 ou do Art. 23, inciso I, ambos do CP (0,10) 0,00/0,20/0,30/0,40/ Ministério Público denunciou Lauro apenas pela prática do
0,50/0,60/0,70 5.1. Luiz agiu diante de perigo atual para sua
crime de estupro qualificado, previsto no Art. 213, §1º c/c
integridade física (0,20), utilizando meios disponíveis, não sendo
Art. 14, inciso II, c/c Art. 61, inciso II, alínea f, todos do
razoável a exigência do sacrifício (0,10) 0,00/0,10/0,20/0,30 6.
Aplicação da pena base no mínimo legal, já que circunstâncias do Código Penal. O processo teve regular prosseguimento,
art. 59 do CP são favoráveis (0,10) 0,00/0,10 7. Afastamento da mas, em razão da demora para realização da instrução,
agravante da reincidência OU afastamento da agravante do art. Lauro foi colocado em liberdade. Na audiência de instrução
61, I, do CP (0,20), tendo em vista que a condenação anterior se e julgamento, a vítima Maria foi ouvida, confirmou suas
refere à contravenção ou tendo em vista que não ostenta declarações em sede policial, disse que tinha 17 anos,
condenação anterior definitiva pela prática de crime (0,10) apesar de ter esquecido seu documento de identificação
0,00/0,10/0,20/0,30 8. Reconhecimento da atenuante prevista no para confirmar, apenas apresentando cópia de sua
Art. 65, inciso I, do CP (0,20), tendo em vista que o réu era maior
matrícula escolar, sem indicar data de nascimento, para
de 70 anos na data da sentença (0,10) 0,00/0,10/0,20/0,30 9.
demonstrar que, de fato, era Maria. José foi ouvido e
Reconhecimento da atenuante prevista no Art. 65, inciso III, alínea
b, do CP (0,20), pois Luiz procurou reduzir as consequências de também confirmou os fatos narrados na denúncia, assim
seus atos levando Igor para o hospital e pagando por seu como os policiais. O réu não estava presente na audiência
tratamento (0,10) 0,00/0,10/0,20/0,30 10. Fixação do regime por não ter sido intimado e, apesar de seu advogado ter-se
aberto para início do cumprimento da pena (0,20), considerando a mostrado inconformado com tal fato, o ato foi realizado,
pena a ser aplicada ou considerando que o delito é punido apenas porque o interrogatório seria feito em outra data. Na
com pena de detenção (0,10) 0,00/0,10/0,20/0,30 11. segunda audiência, Lauro foi ouvido, confirmando
Requerimento de suspensão condicional da pena (0,20), nos integralmente os fatos narrados na denúncia, mas
termos do Art. 77 do CP (0,10) 0,00/0,20/0,30 Pedidos 12.
demonstrou não ter conhecimento sobre as declarações das
Preliminar de nulidade do processo OU reconhecimento da
testemunhas e da vítima na primeira audiência. Na mesma
extinção da punibilidade OU decadência OU oferecimento de
proposta de suspensão condicional do processo (0,10) 0,00/0,10 ocasião, foi, ainda, juntado o laudo de exame do material
13. Absolvição (0,20), na forma do Art. 386, VI, do CPP (0,10) apreendido, o laudo da arma de fogo demonstrando o
0,00/0,20/0,30 14. Aplicação da pena no mínimo legal OU potencial lesivo e a Folha de Antecedentes Criminais, sem
reconhecimento das atenuantes (0,10) 0,00/0,10 15. Fixação do outras anotações. Encaminhados os autos para o Ministério
regime aberto OU concessão de suspensão condicional da pena Público, foi apresentada manifestação requerendo
(0,10) 0,00/0,10 Fechamento 16. Data: 25 de janeiro de 2021 condenação nos termos da denúncia. Em seguida, a defesa
(0,10) 0,00/0,10 17. Local, data, advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10 técnica de Lauro foi intimada, em 04 de setembro de 2018,
terça-feira, sendo quarta-feira dia útil em todo o país, para
apresentação da medida cabível. Considerando apenas as
(XXVI) Em 03 de outubro de 2016, na cidade de Campos, no
informações narradas, na condição de advogado(a) de
Estado do Rio de Janeiro, Lauro, 33 anos, que é obcecado
Lauro, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas
por Maria, estagiária de uma outra empresa que está
corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A
situada no mesmo prédio em que fica o seu local de
peça deverá ser datada do último dia do prazo para
trabalho, não mais aceitando a rejeição dela, decidiu que a
interposição. (Valor: 5,00
obrigaria a manter relações sexuais com ele,
independentemente da sua concordância. Confiante em sua Endereçamento: 1) Vara Criminal da Comarca de Campos/RJ
decisão, resolveu adquirir arma de fogo de uso permitido, (0,10). 0,00/0,10 Cabimento: 2) Fundamento legal para
considerando que tinha autorização para tanto, e a apresentação de Alegações Finais por Memoriais: Art. 403, § 3º do
CPP (0,10). 0,00/0,10 Fundamentação: 3) Preliminarmente,
registrou, tornando-a regular. Precisando que alguém o
reconhecimento da nulidade dos atos da instrução (0,20).
substituísse no local do trabalho no dia do crime, narrou sua 0,00/0,20 4) A nulidade decorre da ausência de intimação do réu
intenção criminosa para José, melhor amigo com quem para realização da audiência de instrução e julgamento (0,40), o
trabalha, assegurando-lhe que comprou a arma que representa cerceamento de defesa OU configurando violação
exclusivamente para ameaçar Maria a manter com ele ao princípio da ampla defesa (0,15), nos termos do Art. 5º, LV,
conjunção carnal, mas que não a lesionaria de forma CRFB/88 OU Art. 564, IV, do CPP (0,10).
alguma. Ainda esclareceu a José, que alugara um quarto em 0,00/0,15/0,25/0,40/0,50/0,55/0,65 5) No mérito, absolvição de
um hotel e comprara uma mordaça para evitar que Maria Lauro (0,30). 0,00/0,30 6) Não foram iniciados atos executórios do
gritasse e os fatos fossem descobertos. Quando Lauro saía crime de estupro (0,60), sendo certo que os atos preparatórios são
impuníveis (0,20). 0,00/0,20/0,60/0,80 7) Subsidiariamente,
de casa, em seu carro, para encontrar Maria, foi
afastar a qualificadora pois não há prova nos autos da idade da
surpreendido por viatura da Polícia Militar, que havia sido vítima (0,50), nos termos do Art. 213, §1º do CP (0,10)
alertada por José sobre o crime prestes a acontecer, sendo 0,00/0,50/0,60 8) Aplicação da pena base no mínimo legal, já que
efetuada a prisão de Lauro em flagrante. Em sede policial, as circunstâncias do Art. 59 do CP são favoráveis (0,20). 0,00/0,20
Maria foi ouvida, afirmando, apesar de não apresentar 9) Afastamento da agravante do Art. 61, inciso II, alínea ´f´, do CP
documentos, que tinha 17 anos e que Lauro sempre (0,20), pois o crime não foi praticado em situação de violência
manteve comportamento estranho com ela, razão pela qual doméstica, familiar ou de coabitação contra mulher (0,10).
tinha interesse em ver o autor dos fatos responsabilizado 0,00/0,10/0,20/0,3010) Reconhecimento da atenuante da
confissão espontânea (0,30), nos termos do Art. 65, III, ´d´, CP
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(0,10). 0,00/0,30/0,40 11) Aplicação do quantum máximo de excluída a possibilidade de Habeas Corpus, no último dia do
redução de pena em razão da tentativa (0,15), tendo em vista que prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes.
o crime ficou longe da consumação OU tendo em vista que o (Valor: 5,00 pontos)
critério a ser observado é do iter criminis percorrido (0,10).
0,00/0,10/0,15/0,25 12) Aplicação do regime aberto ou Obs.: O examinando deve indicar todos os fundamentos e
semiaberto, considerando a pena mínima a ser aplicada (0,20), nos dispositivos legais cabíveis. A mera citação do dispositivo
termos do Art. 33, §2º, alíneas b ou c, do CP (0,10) OU Aplicação legal não confere pontuação.
da suspensão condicional da pena (0,20), nos termos do Art. 77 do
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 1) Endereçamento :Vara
CP (0,10) 0,00/0,20/0,30 Pedidos: 13) Nulidade dos atos da
Criminal da Comarca de Belo Horizonte/MG.(0,10). 0,00/0,10 2)
instrução (0,05). 0,00/0,05 14) Absolvição de Lauro (0,20), nos
Fundamento legal: 403, §3º, do CPP(0,10). 0,00/0,10 3) No mérito:
termos do Art. 386, inciso III, do CPP (0,10). 0,00/0,20/0,30 14.1)
absolvição do crime de furto (0,50), pois a coisa perdida (res
Afastamento da qualificadora do Art. 213, § 1º, do CP (0,05).
desperdicta) não pode ser objeto de tal crime (0,70). Deve, ainda,
0,00/0,05 14.2) Aplicação da pena base no mínimo legal ou
ser mencionado que a hipótese não é de desclassificação para o
reconhecimento da atenuante da confissão (0,05). 0,00/0,05 14.3)
crime de apropriação de coisa achada, pois a elementar de
Afastamento da agravante do Art. 61, II, ´f´, do CP (0,05). 0,00/0,05
apropriação pelo prazo de 15 dias não foi realizada (0,10). 0,00 /
14.4) Redução do máximo em razão da tentativa (0,05). 0,00/0,05
0,10 / 0,50 / 0,60 / 0,70 / 0,80 / 1,20 / 1,30 4) Aplicação do
14.5) Aplicação de regime inicial aberto ou semiaberto (0,05).
princípio da bagatela ou insignificância (0,40), afastando a
0,00/0,05 Tempestividade: 15) Prazo: 10 de setembro de 2018
tipicidade material (0,20) 0,00/0,20/0,40/0,60 5)
(0,10). 0,00/0,10 Fechamento: Data, local, assinatura, OAB (0,10).
Subsidiariamente, em caso de condenação: aplicação da pena base
0,00/0,10
no mínimo legal(0,20), destacando que a condenação em ação
(XX. REAPLICAÇÃO) Bruno Silva, nascido em 10 de janeiro de socioeducativa não gera maus antecedentes ou circunstância
1997, enquanto adolescente, aos 16 anos, respondeu judicial desfavorável (0,10). 0,00/0,10/0,20/0,30 6)
perante a Vara da Infância e Juventude pela prática de ato Reconhecimento da atenuante da menoridade relativa (0,20),na
infracional análogo ao crime de tráfico, sendo julgada forma do Art. 65, inciso I, do CP (0,10). 0,00/0,20/0,30 7)
Reconhecimento da atenuante da confissão espontânea (0,20),na
procedente a ação socioeducativa e aplicada a medida de
forma do Art. 65, inciso III, alínea d, do CP(0,10). 0,00/0,20/0,30 8)
semiliberdade. No dia 10 de janeiro de 2015, na cidade de Requerimento de aplicação do furto privilegiado, pleiteando a
Belo Horizonte, Minas Gerais, Bruno se encontrava no adoção de alguma das medidas previstas em lei (ou substituição
interior de um ônibus, quando encontrou um relógio caído da reclusão por detenção ou causa de diminuição de pena ou
ao lado do banco em que estava sentado. Estando o ônibus aplicação exclusivamente da pena de multa) (0,20), na forma do
vazio, Bruno aproveitou para pegar o relógio e colocá-lo Art. 155, §2º, do CP(0,10). 0,00/0,20/0,30 9) Substituição da pena
dentro de sua mochila, não informando o ocorrido ao privativa de liberdade por restritiva de direitos (0,20),pois
motorista. Mais adiante, porém, 15 minutos após esse fato, preenchidos os requisitos do Art. 44 do CP(0,10). 0,00/0,20/0,30
o proprietário do relógio, Bernardo, já na companhia de um 10) Aplicação do regime aberto para início do cumprimento da
pena (0,20), na forma do Art. 33, §2º, alínea c, do Código Penal
policial, ingressou no coletivo procurando pelo seu
(0,10). 0,00/0,20/0,30 11) Caso não seja substituída a pena
pertence, que havia sido comprado apenas duas semanas privativa de liberdade por restritiva de direitos, aplicação da
antes por R$ 100,00 (cem reais). Verificando que Bruno suspensão condicional da pena, na forma do Art. 77 do CP (0,10).
estava sentado no banco por ele antes utilizado, revistou 0,00/0,10 12) Pedidos: absolvição do crime de furto (0,10), na
sua mochila e encontrou o relógio. Bernardo narrou ao forma do artigo 386, III, CPP (0,10);subsidiariamente, aplicação da
motorista de ônibus o ocorrido, admitindo que Bruno não pena base no mínimo legal (0,10);reconhecimento das atenuantes
estava no coletivo quando ele o deixou. Diante de tais da confissão espontânea e da menoridade relativa
fatos, Bruno foi denunciado perante o juízo competente (0,10);reconhecimento da forma privilegiada do furto
pela prática do crime de furto simples, na forma do Art. (0,10);substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos (0,10);fixação do regime aberto (0,10); sursis da
155, caput, do Código Penal. A denúncia foi recebida e foi
pena(0,10). 0,00/0,10/0,20/0,30/ 0,40/0,50/0,60/ 0,70/0,80 13)
formulada pelo Ministério Público a proposta de suspensão Indicação da data correta: 30 de março de 2015(0,10). 0,00/0,10
condicional do processo, não sendo aceita pelo acusado, 14) Estrutura – endereçamento, local, data, assinatura e
que respondeu ao processo em liberdade. No curso da OAB(0,10). 0,00/0,10
instrução, o policial que efetivou a prisão do acusado,
Bernardo, o motorista do ônibus e Bruno foram ouvidos e
todos confirmaram os fatos acima narrados. Com a juntada IV– RELAXAMENTO. REVOGAÇÃO.
do laudo de avaliação do bem arrecadado, confirmando o
LIBERDADE
valor de R$ 100,00 (cem reais), os autos foram
encaminhados ao Ministério Público, que se manifestou Art. 5º (...)LXV - a prisão ilegal será imediatamente
pela procedência do pedido nos termos da denúncia, relaxada pela autoridade judiciária;
pleiteando reconhecimento de maus antecedentes, em
razão da medida socioeducativa antes aplicada. Você,
advogado(a) de Bruno, foi intimado(a), em 23 de março de 1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
2015, segunda-feira, sendo o dia subsequente útil. 1.1 NOÇÕES GERAIS – MEDIDAS CAUTELARES
Com base nas informações acima expostas e naquelas que MEDIDAS CAUTELARES:
podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível,
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A. Medidas cautelares privativa de liberdade: prisão ** Prisão preventiva será sempre o último recurso. Ela
temporária; preventiva e a domiciliar; poderá ser propriamente dita; oriunda em flagrante;
B. Medidas cautelares de contracautela: liberdade decorrente de pronúncia ou de sentença condenatória
provisória com ou sem fiança recorrível.
(CPP) Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso
no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não
realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de realização de audiência de custódia sem motivação idônea
custódia com a presença do acusado, seu advogado ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada
constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro pela autoridade competente, sem prejuízo da
do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva.
fundamentadamente: DURAÇÃO: 24 HORAS – a autoridade policial deve
I - relaxar a prisão ilegal; ou comunicar em 24 horas a prisão a autoridade judiciária.
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando Art. 306, CPP – COMUNICAÇÃO; JUIZ, MP, FAMÍLIA, DP.
presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, Obs.: Apesar da maioria da doutrina entender que o
e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas flagrante se torna ilegal se não houver a comunicação no
cautelares diversas da prisão; ou prazo determinado, o STF entende que trata- se mera
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. responsabilidade funcional.
1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que Art. 301, CPP. Qualquer do povo poderá e as autoridades
o agente praticou o fato em qualquer das condições policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja
constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do encontrado em flagrante delito.
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento 1. ESTADO DE FLAGRÂNCIA (TIPOS)
obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de (CPP) Art. 302. Considera-se em flagrante delito
revogação. quem:
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que I - está cometendo a infração penal;
integra organização criminosa armada ou milícia, ou que II - acaba de cometê-la;
porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que
faça presumir ser autor da infração;
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à
não realização da audiência de custódia no prazo IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos,
estabelecido no caput deste artigo responderá armas, objetos ou papéis que façam presumir ser
administrativa, civil e penalmente pela omissão. ele autor da infração. (presumido)
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os tribunais uma ausência momentânea, seja para evitar # Duração e o excesso de prazo na formação da culpa: AO
uma prisão em flagrante, seja para evitar uma prisão CONTRÁRIO DA PRISÃO TEMPORÁRIA, A PRISÃO
decretada arbitrariamente, não autoriza a decretação da PREVENTIVA NÃO POSSUI PRAZO PRÉ-DETERMINADO, por
prisão preventiva. conta desta indeterminação, os tribunais consolidaram o
b.4) conveniência da instrução criminal: visa impedir que o entendimento, segundo o qual estando o acusado preso os
agente cause prejuízos a produção da prova. prazos processuais previstos no CPP deviam ser observados,
sob pena de caracterização do excesso de prazo na
b.5) descumprimento das cautelares diversas da prisão: em formação da culpa, autorizando o relaxamento da prisão
último caso. (Art. 282, §4º, CPP) sem prejuízo da continuidade do processo.
Obs.: É um prazo limite, significa que o juiz pode decretar a e) Não configuração do estado de flagrante delito – art.
prisão por um período menor. Decorrido o prazo, o preso 302, CPP -
deverá ser colocado imediatamente em liberdade, salvo Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I
tiver sido decretada a sua prisão preventiva. - está cometendo a infração penal; II - acaba de
cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela
autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa,
2. ILEGALIDADE – Se a prisão for ilegal, deve o juiz relaxá- em situação que faça presumir ser autor da
la infração; IV - é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam
2.1 VICIOS FORMAIS presumir ser ele autor da infração.
ART. 304 A 308, CPP PRISÃO CAUTELAR
ART. 5º, LXII A LXIV TEMPORÁRIA PREVENTIVA
Art. 5º (...) LXII - a prisão de qualquer pessoa e o Natureza: Prisão cautelar Prisão cautelar
local onde se encontre serão comunicados
Previsão Legal: artigos 311 a 316 do
imediatamente ao juiz competente e à família do Previsão Legal: Lei
CPP, alterados pela Lei 12.403/11 e
preso ou à pessoa por ele indicada; 7.960/89.
Lei 13.964/2019
LXIII - o preso será informado de seus direitos,
Momento: fase
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
investigatória. Não se
assegurada a assistência da família e de advogado;
admite prisão temporária Momento: tanto na fase
LXIV - o preso tem direito à identificação dos durante a fase investigatória ou processual. Parte
responsáveis por sua prisão ou por seu processual. Por fase da doutrina sustenta que não se
interrogatório policial; investigatória podemos admite prisão preventiva na fase
entender tanto o investigatória em relação aos delitos
inquérito policial como que admitem a prisão temporária.
Geram a nulidade do ato: outros procedimentos
investigatórios.
a) Art. 304, 1ª parte – “apresentado o preso à autoridade
competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde Decretação ex officio:
como se trata de prisão
logo, sua assinatura, entregando a esta cópia do termo e
cautelar passível de
recibo de entrega do preso; decretação
Decretação ex officio: com a
b) Art. 304, 2ª parte e §2º - Oitiva de duas testemunhas exclusivamente durante
entrada em vigor do Pacote
que assistiram aos fatos ou que presenciaram a entrega a fase investigatória, a
Anticrime, já não pode mais ser
dos presos (geralmente o condutor e autoridade que prisão temporária não
decretada de ofício, seja na fase
pode ser decretada de
auxiliou); investigatória, seja na fase
ofício pelo juiz. Depende
c) Art. 304, parte final – Lavratura do auto pelo escrivão; processual; (CPP, art. 311).
de provocação da
d) Presidência da autoridade policial – não pode delegar a autoridade policial ou do
Ministério Público (Lei n.
presidência ao escrivão;
7.960/89, art. 2º);
e) Presença do defensor público – para assisti-lo no
Hipóteses de admissibilidade:
momento da lavratura do APF; Devem ser observados os
f) Requisitos formais constitucionais. pressupostos alternativos dos
incisos e §1º do art. 313 do CPP
A) CRIME DOLOSO + PENA MÁXIMA
2.2 VICIOS MATERIAIS DE 4 ANOS;
RELATIVOS: TIPICIDADE DA CONDUTA E AO ESTADO DE Hipóteses de B) reincidente específico de crime
FLAGRÂNCIA ART. 302, CPP admissibilidade: art. 1º, doloso (não importa a pena);
III, da Lei 7.960/89 (rol
a) Atipicidade da conduta delituosa – a própria autoridade C) crime doloso + violência
taxativo), conjugado com doméstica (não importa a pena);
policial pode relaxar;
o artigo 2º, § 4º da Lei
b) Falta de autorização legal para a lavratura do APF 8.072/90 (crimes §1º Condução coercitiva para
(juizados especiais); hediondos e efeitos de identificação (nunca
equiparados) interrogatório) – crimes dolosos ou
c) Ausência da manifestação expressa da vítima ou de seu culposos (contravenções);
representante legal – nos delitos de ação penal privada § § 2º Não será admitida a
ou pública condicionada à representação criminal – decretação da prisão preventiva
manifestação expressa da vítima; com a finalidade de antecipação de
d) Apresentação espontânea do agente à Delegacia de cumprimento de pena ou como
decorrência imediata de
Polícia;
investigação criminal ou da
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4. FINALIDADE
ANULAR O AUTO DE PRISÃO � RELAXAR A PRISÃO � EXPEDIR ALVARÁ DE SOLTURA
PEDIDO DE REVOGAÇÃO
PRISÃO /REMÉDIO RELAXAMENTO DE PRISÃO (ILEGAL) LIBERDADE PROVISÓRIA
(DESNECESSÁRIA)
Fundamentação legal: Art. 5º,
Fundamentação legal: Art. 5º, LXV, CF LXVI, CF e Art. 310, III, CPP
e Art. 310, I, CPP * Prisão em flagrante regular,
PRISÃO EM * Vícios Materiais (Art.302, CPP) e mas desnecessária (Art. 321,CPP)
FLAGRANTE Formais (art. 304 a 306, CPP) Pedido: Concessão da liberdade
Pedido: Relaxamento e a expedição do provisória com imposição, se for
alvará de soltura o caso, de medida cautelar
diversa da prisão.
Fundamentação legal: Art. 316, CPP
* Art. 312, CPP (Ordem Pública, Ordem
Econômica, por conveniência da
Fundamentação legal: Art. 5º, LXV, CF. instrução criminal, assegurar a
aplicação da lei penal) e Art. 282, §4º
* Art. 313, CPP (Cabimento da Prisão
PRISÃO (descumprimento das obrigações de
Preventiva)
PREVENTIVA outras medidas cautelares)
Pedido: Relaxamento e expedição do
Pedido: Revogação da prisão, e caso
alvará de soltura.
não entenda, a concessão da liberdade
provisória e impondo-se outras
medidas cautelares previstas no art.
319, CPP.
Fundamentação legal: Art. 1º, Lei
7960/89.
Fundamentação legal: Art.5º, LXV, CF
* Desnecessidade quando ausentes a
* Crimes do art. 1º, III da Lei 7.960/89 –
necessidade do art. 1º, I e II da Lei
PRISÃO Excesso de Prazo – outros vícios
7960/89 – Quando comprovada
TEMPORÁRIA formais
necessidade para as investigações.
Pedido: Relaxamento e expedição do Periculum libertatis.
alvará de soltura.
Pedido: Revogação da prisão com a
expedição do alvará de soltura.
ESPÉCIE DE ILEGALIDADE
6. ESTRUTURA DA PEÇA RELAXAMENTO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _VARA Dessa forma, a prisão em flagrante é ilegal por tais razões: xxx.
CRIMINAL DA COMARCA_
(VICIOS MATERIAIS OU FORMAIS)
(Espaço de 3 linhas)
PEDIDO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
REQUERIMENTO FINAL - PEDIDO
Diante do exposto, requer seja reconhecida a ilegalidade da prisão,
Nome do preso, qualificação civil completa, vem, por meu de seu para que se conceda o relaxamento da prisão em flagrante, para
procurador judicial(procuração anexa) a presença de Vossa que seja restaurada a liberdade de locomoção do agente,
Excelência, apresentar Pedido de Relaxamento de Prisão em expedindo-se pra tanto o respectivo alvará de soltura. Caso V. Exa
Flagrante, com fundamento no art. 5º, inciso LXV da Constituição não entenda pelo relaxamento, requer que seja concedida a
Federal de 1988 e artigo 310, inciso I do CPP, alegando em síntese, Liberdade Provisória, nos termos do artigo 310, §1] do CPP.
o seguinte:
(NÃO TEM PRAZO)
Nestes termos, pede deferimento.
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1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
O prazo de interposição do presente recurso, nos termos do artigo
Art. 593, CPP – Art. 416, CPP (JÚRI) 593, caput, do CPP, é de 5 dias, sendo que a intimação do réu
Art. 76, §5º - Art. 82, Lei 9.099/99 (JECRIM) ocorreu em xxx (data), iniciando-se o prazo em xx/xx/xx e
terminando em xx/xx/xx, estando assim tempestivo.
* DIFICULDADE: infinidade de teses – cabem teses de
nulidade; de falta de justa causa; extinção de punibilidade Requer seja recebida, processada e encaminhada a apelação, com
etc. as razões ao Egrégio Tribunal de Justiça.
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(Arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código “O MM Juiz da _ Vara Criminal condenou o ora acusado pelos
Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua crimes xxx, a pena de xxx”
existência;
Presentes as hipóteses de exclusão de ilicitude ou de
culpabilidade, ou existindo causa de isenção de pena, o REFORMA - Em que pese a mencionada decisão do Meritíssimo
acusado deverá ser absolvido. Em razão do final do Juiz de Direito da xxx Vara Criminal, no entanto não merece
dispositivo, se o juiz tiver dúvida sobre a existência de prosperar, elas razões a seguir expostas.
uma das causas, deverá absolver.
ninguém costumava passar pelo local, o crime demorou dia do prazo para interposição, considerando que todos os
algumas horas para ser identificado. Júlio foi localizado, dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país.
confessou a prática delitiva e, realizado exame de (Valor: 5,00)
alcoolemia, foi constatado que se encontrava Petição de Interposição 1. Endereçamento: Juízo de Direito da 2ª
completamente embriagado, sem capacidade de Vara Criminal da Comarca de Florianópolis/SC (0,10). 0,00/0,10 2.
determinação do caráter ilícito do fato, em razão de Fundamento legal: Art. 593, inciso I, do CPP (0,10). 0,00/0,10 3.
situação não esperada, já que ele solicitou uma água com Tempestividade: Prazo de 5 dias na forma do Art. 593, caput, do
gás e limão em determinado bar, mas o proprietário, sem CPP (0,10). 0,00/0,10 Razões de Apelação 4. Endereçamento:
que Júlio soubesse, misturou cachaça na bebida, que Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina (0,10). 0,00/0,10 5.
ingerida junto com o remédio que vinha tomando para Preliminarmente, nulidade na oitiva das vítimas (0,35), tendo em
combater a dependência química, causou sua embriaguez. vista que o mero decurso de tempo não é fundamento idôneo
para produção antecipada de provas (0,15), nos termos do Art.
Foi, ainda, realizado exame de local, constando da
225 do CPP, ou Art. 564, inciso IV, do CPP, ou Súmula 455 do STJ
conclusão que o imóvel foi destruído, havendo prejuízo (0,10). 0,00/0,15/0,25/0,35/ 0,45/0,50/0,60 6. No mérito,
considerável aos proprietários, mas que não havia ninguém absolvição de Júlio (0,20), na forma do Art. 386, incisos III ou VI, do
no local no momento do crime e nem outras pessoas ou CPP (0,10). 0,00/0,20/0,30 7. Atipicidade da conduta ou
bens de terceiros a serem atingidos. Com base em todos os desclassificação para crime de dano qualificado (0,25), tendo em
elementos informativos produzidos, o Ministério Público vista que a conduta de Júlio de colocar fogo no imóvel não gerou
ofereceu denúncia em face de Júlio, perante a 2ª Vara perigo a número indeterminado de pessoas (0,15) e o crime de
Criminal da Comarca de Florianópolis/SC, juízo competente, incêndio é crime de perigo comum, exigindo prova de perigo
imputando-lhe a prática do crime do Art. 250 do Código concreto (0,35). 0,00/0,15/0,25/0,35/0,40 /0,50/0,60/0,75 8.1
Excludente de culpabilidade (0,30), em razão da inimputabilidade
Penal. Foi concedida liberdade provisória. Após citação e
(0,20). 0,00/0,20/0,30/0,50 8.2 Pois a embriaguez era completa e
apresentação de defesa, entendeu o magistrado por realizar proveniente de caso fortuito ou de força maior (0,25), na forma do
produção antecipada de provas, ouvindo as vítimas antes da Art. 28, §1º, do CP (0,10). 0,00/0,25/0,35 9. Subsidiariamente:
audiência de instrução e julgamento, motivando sua aplicação da pena base no mínimo legal (0,15), tendo em vista que
decisão no risco de esquecimento, já que a pauta de o fato posterior ao crime julgado não pode ser considerado maus
audiência de processos de réu solto estava para data antecedentes (0,20). 0,00/0,15/0,20/0,35 10. Afastamento da
longínqua, tendo a defesa questionado a decisão. Após agravante do Art. 61, inciso II, alínea d (ou b), do CP (0,15), pois a
oitiva das vítimas, foi agendada audiência de instrução e situação de perigo comum é elementar do tipo imputado ou por
julgamento, que foi realizada em 05 de março de 2021, configurar bis in idem ou por não haver a intenção de ocultação,
vantagem ou impunidade de outro crime (0,25).
ocasião em que os fatos acima narrados foram confirmados.
0,00/0,15/0,25/0,40 11. Reconhecimento da atenuante da
Em seu interrogatório, o réu confirmou a autoria delitiva, confissão espontânea (0,15), na forma do Art. 65, inciso III, alínea
destacando que pouco, porém, se recordava sobre o d, do CP (0,10). 0,00/0,15/0,25 12. Aplicação do regime inicial
ocorrido. Após apresentação da manifestação cabível pelas aberto para cumprimento da pena (0,15), na forma do Art. 33, §
partes, o juiz proferiu sentença condenando o réu nos 2º, alínea c, do CP (0,10). 0,00/0,15/0,25 13. Substituição da pena
termos da denúncia. No momento de aplicar a pena base, privativa de liberdade por restritiva de direitos (0,15), nos termos
reconheceu a existência de maus antecedentes, do Art. 44 do CP (0,10). 0,00/0,15/0,25 14. Pedido: Conhecimento
aumentando a pena em 03 meses, tendo em vista que, na (0,10) e provimento do recurso (0,30). 0,00/0,10/0,30/0,40 15.
Folha de Antecedentes Criminais, acostada ao Prazo: 18 de julho de 2022 (0,10). 0,00/0,10 16. Fechamento: local,
data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10
procedimento, constava uma condenação de Júlio pela
prática do crime de tráfico, por fato ocorrido em 20 de abril (XXX) Carlos, primário e de bons antecedentes, 45 anos, foi
de 2019, cujo trânsito em julgado ocorreu em 10 de março denunciado como incurso nas sanções penais dos artigos
de 2020. Na segunda fase, reconheceu a presença da 302 da Lei nº 9.503/97, por duas vezes, e 303, do mesmo
agravante do Art. 61, inciso II, alínea b, do Código Penal, diploma legal, todos eles em concurso material, porque, de
aumentando a pena em 05 meses, já que o meio acordo com a denúncia, “no dia 08 de julho de 2017, em
empregado por Júlio poderia resultar perigo comum. Não São Gonçalo, Rio de Janeiro, na direção de veículo
foram reconhecidas atenuantes da pena. Na terceira fase, automotor, com imprudência em razão do excesso de
não foram aplicadas causas de aumento ou de diminuição velocidade, colidiu com o veículo em que estavam Júlio e
de pena, sendo mantida a pena de 03 anos e 8 meses de Mário, este com 9 anos, causando lesões que foram a causa
reclusão e multa de 15 dias, a ser cumprida em regime eficiente da morte de ambos”. Consta, ainda, da inicial
semiaberto, não sendo substituída a privativa de liberdade acusatória que, “em decorrência da mesma colisão, ficou
por restritiva de direitos com base no Art. 44, III, do CP. lesionado Pedro, que passava pelo local com sua bicicleta e
Intimado da sentença, o Ministério Público se manteve foi atingido pelo veículo em alta velocidade de Carlos”. As
inerte, sendo a defesa técnica de Júlio intimada em 11 de mortes de Júlio e Mário foram atestadas por auto de exame
julho de 2022, segunda-feira. Considerando apenas as cadavérico, enquanto Pedro foi atendido em hospital
informações narradas, na condição de advogado(a) de Júlio, público, de onde se retirou, sem ser notado, razão pela qual
redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e foi elaborado laudo indireto de corpo de delito com base no
embargos de declaração, apresentando todas as teses boletim de atendimento médico. Pedro nunca compareceu
jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último em sede policial para narrar o ocorrido e nem ao Instituto
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Médico Legal, apesar de testemunhas presenciais princípio da correlação (0,30). 0,00/0,15/0,30/0,45 6. Afastamento
confirmarem as lesões sofridas. No curso da instrução, da agravante em razão da idade da vítima (0,30), já que tal
foram ouvidas testemunhas presenciais, não sendo Pedro agravante somente pode ser aplicada aos crimes dolosos OU não
pode ser aplicada aos crimes culposos OU sob pena de
localizado. Em seu interrogatório, Carlos negou estar em
configuração de responsabilidade penal objetiva (0,15).
excesso de velocidade, esclarecendo que perdeu o controle
0,00/0,15/0,30/0,45 7. Afastamento do concurso material de
do carro em razão de um buraco existente na pista. Foi crimes (0,25), devendo ser reconhecido o concurso formal de
acostado exame pericial realizado nos automóveis e no delitos (0,20), nos termos do Art. 70 do CP (0,10).
local, concluindo que, realmente, não houve excesso de 0,00/0,20/0,25/0,30/ 0,35/0,45/0,55 7.1. Com uma única ação o
velocidade por parte de Carlos e que havia o buraco réu causou mais de um resultado (0,15). 0,00/0,15 8. Afastamento
mencionado na pista. O exame pericial, todavia, apontou do regime inicial fechado (0,30), tendo em vista que tal regime
que possivelmente haveria imperícia de Carlos na condução inicial não pode ser fixado aos crimes punidos exclusivamente com
do automóvel, o que poderia ter contribuído para o pena de detenção OU considerando a pena aplicada (0,15), nos
termos do Art. 33 do CP (0,10). 0,00/0,15/0,25/0,30/
resultado. Após manifestação das partes, o juiz em atuação
0,40/0,45/0,55 9. Possível a substituição da pena privativa de
perante a 3ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo/RJ,
liberdade por restritiva de direitos (0,30), pois o limite do quantum
em 10 de julho de 2019, julgou totalmente procedente a de pena do Art. 44, I, do CP é aplicável exclusivamente aos crimes
pretensão punitiva do Estado e, apesar de afastar o excesso dolosos OU porque não existe limite de pena quando o crime for
de velocidade, afirmou ser necessária a condenação de de natureza culposa (0,25). 0,00/0,25/0,30/0,55 Pedidos 10.
Carlos em razão da imperícia do réu, conforme mencionado Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,30).
no exame pericial. No momento da dosimetria, fixou a pena 0,00/0,10/0,30/0,40 11. Prazo: 23 de setembro de 2019 (0,10).
base de cada um dos crimes no mínimo legal e, com relação 0,00/0,10 Fechamento 12. Local, data, advogado e OAB (0,10).
à vítima Mário, na segunda fase, reconheceu a agravante 0,00/0,10
prevista no Art. 61, inciso II, alínea h, do CP, pelo fato de ser Durante o carnaval do ano de 2015, no mês de fevereiro, a
criança, aumentando a pena base em 3 meses. Não família de Joana resolveu viajar para comemorar o feriado,
havendo causas de aumento ou diminuição, reconhecido o enquanto Joana, de 19 anos, decidiu ficar em sua
concurso material, a pena final ficou acomodada em 04 residência, na cidade de Natal, sozinha, para colocar os
anos e 09 meses de detenção. Não houve substituição da estudos da faculdade em dia. Tendo conhecimento dessa
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em situação, Caio, vizinho de Joana, nascido em 25 de março de
razão do quantum final, nos termos do Art. 44, inciso I, do 1994, foi até o local, entrou sorrateiramente no quarto de
CP, sendo fixado regime inicial fechado de cumprimento da Joana e, mediante grave ameaça, obrigou-a a praticar com
pena, com fundamento na gravidade em concreto da ele conjunção carnal e outros atos libidinosos diversos,
conduta. O Ministério Público foi intimado e manteve-se deixando o local após os fatos e exigindo que a vítima não
inerte. A defesa técnica de Carlos foi intimada em 18 de contasse sobre o ocorrido para qualquer pessoa. Apesar de
setembro de 2019, quarta-feira, para adoção das medidas temerosa e envergonhada, Joana contou o ocorrido para
cabíveis. Considerando apenas as informações narradas, na sua mãe. A seguir, as duas compareceram à Delegacia e a
condição de advogado(a) de Carlos, redija a peça jurídica vítima ofertou representação. Caio, então, foi denunciado
cabível, diferente de habeas corpus e embargos de pela prática como incurso nas sanções penais do Art. 213 do
declaração, apresentando todas as teses jurídicas Código Penal, por duas vezes, na forma do Art. 71 do
pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do Estatuto Repressivo. Durante a instrução, foi ouvida a
prazo para interposição, considerando que de segunda a vítima, testemunhas de acusação e o réu confessou os
sexta-feira são dias úteis em todos os locais do país. (Valor: fatos. Foi, ainda, juntado laudo de exame de conjunção
5,00). carnal confirmando a prática de ato sexual violento recente
Petição de interposição 1. Endereçamento: 3ª Vara Criminal da com Joana e a Folha de Antecedentes Criminais (FAC) do
Comarca de São Gonçalo/RJ (0,10). 0,00/0,10 2. Fundamento legal: acusado, que indicava a existência de duas condenações,
Art. 593, inciso I, do CPP (0,10). 0,00/0,10 Razões de recurso de embora nenhuma delas com trânsito em julgado. Em
apelação 3. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado do Rio alegações finais, o Ministério Público requereu a
de Janeiro (0,10). 0,00/0,10 4. Extinção da punibilidade em relação condenação de Caio nos termos da denúncia, enquanto a
ao crime de lesão corporal (0,15), em razão da decadência (0,20), defesa buscou apenas a aplicação da pena no mínimo legal.
nos termos do Art. 107, IV, do CP OU 38 do CPP (0,10).
No dia 25 de junho de 2015 foi proferida sentença pelo
0,00/0,15/0,20/0,25/0,30/ 0,35/0,45 4.1. Não houve
juízo competente, qual seja a 1ª Vara Criminal da Comarca
representação do ofendido (0,20), sendo que essa seria
indispensável OU e o crime era de ação penal pública de Natal, condenando Caio à pena privativa de liberdade de
condicionada à representação (0,15), nos termos do Art. 291, §1º, 10 anos e 06 meses de reclusão, a ser cumprida em regime
do CTB OU do Art. 88 da Lei 9.099/95 (0,10). inicial fechado. Na sentença consta que a pena base de cada
0,00/0,15/0,20/0,25/0,30/ 0,35/0,45 5. Absolvição de Carlos em um dos crimes deve ser aumentada em seis meses pelo fato
relação aos crimes de homicídio culposo (0,30), já que de Caio possuir maus antecedentes, já que ostenta em sua
comprovado que não houve imprudência e nem excesso de FAC duas condenações pela prática de crimes, e mais 06
velocidade (0,20). 0,00/0,20/0,30/0,50 5.1. Não poderia o meses pelo fato de o acusado ter desrespeitado a liberdade
magistrado ter condenado em razão de imperícia (0,15), já que
sexual da mulher, um dos valores mais significativos da
esta não foi narrada na denúncia OU em razão da violação ao
sociedade, restando a sanção penal da primeira fase em 07
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RAZÕES DE FATO/DIREITO DO INCONFORMISMO que era a primeira vez que venderia drogas e que tinha a
(Rebater as teses das razões recursais) intenção de praticar o ato junto com o adolescente
somente aquela vez, com o objetivo de conseguir dinheiro
para comprar uma moto. Foi acostado o laudo de exame
REQUERIMENTO FINAL - PEDIDO definitivo de material entorpecente confirmando o laudo
preliminar e a Folha de Antecedentes Criminais de João,
Diante do exposto, requer NÃO SEJA CONHECIDO o recurso e, se o
for, requer SEJA IMPROVISO O RECURSO INTERPOSTO pelo onde constava uma anotação referente a crime de furto,
Ministério Público, MANTENDO-SE a respeitável sentença ainda pendente de julgamento. O juiz, após a devida
absolutória. manifestação das partes, proferiu sentença julgando
Nestes termos, pede deferimento.
parcialmente procedente a pretensão punitiva estatal. Em
um primeiro momento, absolveu o acusado do crime de
associação para o tráfico por insuficiência probatória. Em
Local, data. seguida, condenou o réu pela prática do crime de tráfico de
drogas, ressaltando que o réu confirmou a destinação das
Assinatura do advogado drogas à ilícita comercialização. No momento de aplicar a
pena, fixou a penabase no mínimo legal, reconhecendo a
OAB/UF
existência da atenuante da confissão espontânea;
(XXVII) João, 22 anos, no dia 04 de maio de 2018, aumentou a pena em razão da causa de aumento do Art.
caminhava com o adolescente Marcelo, cada um deles 40, inciso VI, da Lei nº 11.343/06 e aplicou a causa de
trazendo consigo uma mochila nas costas. Realizada uma diminuição de pena do Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06,
abordagem por policiais, foi constatado que, no interior da restando a pena final em 1 ano, 11 meses e 10 dias de
mochila de cada um, havia uma certa quantidade de drogas, reclusão e 195 dias multa, a ser cumprida em regime inicial
razão pela qual elas foram, de imediato, encaminhadas para aberto. Entendeu o magistrado pela substituição da pena
a Delegacia. Realizado laudo de exame de material privativa de liberdade por duas restritivas de direitos. O
entorpecente, constatou-se que João trazia 25 g de cocaína, Ministério Público, ao ser intimado pessoalmente em 22 de
acondicionados em 35 pinos plásticos, enquanto, na outubro de 2018, apresentou o recurso cabível, em25 de
mochila do adolescente, foram encontrados 30 g de outubro de 2018, acompanhado das respectivas razões
cocaína, quantidade essa distribuída em 50 pinos. Após a recursais, requerendo: a) nulidade da instrução, porque o
oitiva das testemunhas em sede policial, da juntada do interrogatório não foi o primeiro ato, como prevê a Lei nº
laudo e da oitiva do adolescente e de João, que 11.343/06; b) condenação do réu pelo crime de associação
permaneceram em silêncio com relação aos fatos, foram para o tráfico, já que ele estaria agindo em comunhão de
lavrados o auto de prisão em flagrante em desfavor do ações e desígnios com o adolescente no momento da
imputável e o auto de apreensão em desfavor do prisão, e o Art. 35 da Lei nº 11.343/06 fala em
adolescente. Toda a documentação foi encaminhada aos “reiteradamente ou não”; c) aumento da pena-base em
Promotores de Justiça com atribuição. O Promotor de relação ao crime de tráfico diante das consequências graves
Justiça, junto à 1ª Vara Criminal de Maceió/AL, órgão que vem causando para a saúde pública e a sociedade
competente, ofereceu denúncia em face de João, brasileira; d) afastamento da atenuante da confissão, já que
imputando-lhe a prática dos crimes previstos nos artigos 33 ela teria sido parcial; e) afastamento da causa de
e 35, ambos com a causa de aumento do Art. 40, inciso VI, diminuição do Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06,
todos da Lei nº 11.343/06. Foi concedida a liberdade independentemente da condenação pelo crime do Art. 35
provisória ao denunciado, aplicando-se as medidas da Lei nº 11.343/06, considerando que o réu seria portador
cautelares alternativas. Após a notificação, a apresentação de maus antecedentes, já que responde a ação penal em
de resposta prévia e o recebimento da denúncia e da que se imputa a prática do crime de furto; f) aplicação do
citação, foi designada a audiência de instrução e regime inicial fechado, diante da natureza hedionda do
julgamento, ocasião em que foram ouvidas as testemunhas delito de tráfico; g) afastamento da substituição da pena
de acusação. Estas confirmaram a apreensão de drogas em privativa de liberdade por restritiva de direitos, diante da
poder de Marcelo e João, bem como que eles estariam vedação legal do Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06. Já o
juntos, esclarecendo que não se conheciam anteriormente acusado e a defesa técnica, intimados do teor da sentença,
e nem tinham informações pretéritas sobre o adolescente e mantiveram-se inertes, não demonstrando interesse em
o denunciado. O adolescente, ouvido, disse que conhecera questioná-la. O magistrado, então, recebeu o recurso do
João no dia anterior ao de sua apreensão e que nunca o Ministério Público e intimou, no dia 05 de novembro de
tinha visto antes vendendo drogas. Em seguida à oitiva das 2018 (segunda-feira), sendo terça-feira dia útil em todo o
testemunhas de acusação e defesa, foi realizado o país, você, advogado(a) de João, a apresentar a medida
interrogatório do acusado, sendo que nenhuma das partes cabível. Com base nas informações expostas na situação
questionou o momento em que este foi realizado. Na hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso
ocasião, João confirmou que o material que ele e Marcelo concreto, redija a peça cabível, excluídas as possibilidades
traziam seria destinado à ilícita comercialização. Ele ainda de habeas corpus e embargos de declaração, no último dia
esclareceu que conhecera o adolescente no dia anterior,
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do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. 2. PRAZO – art. 586, CPP
(Valor: 5,00) Regra: 5 dias. (para interposição) Para as razões: 2 dias.
Petição de Juntada 1) Endereçamento: 1ª Vara Criminal da Inc. XIV: 20 dias.
Comarca de Maceió/AL (0,10). 0,00/0,10 2) Fundamento legal: Art.
600 do CPP (0,10). 0,00/0,10 Razões do Apelado ou Contrarrazões
de Apelação 3) Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado de 3. TERMO DE INTERPOSIÇÃO –
Alagoas (0,10). 0,00/0,10 4) Afastamento da nulidade requerida
(0,20), considerando que não foi arguida em momento adequado TEM JUÍZO DE RETRATAÇÃO
(0,15). 0,00/0,15/0,20/0,35 5) O interrogatório, como instrumento Pedido de reconsideração feito no termo de interposição
de defesa, poderá ser realizado como último ato da instrução OU o
feito ao juiz que emitiu a decisão – oportunidade para rever
procedimento da Lei nº 11.343/06 deve se adequar àquele
previsto no CPP (0,25). 0,00/0,25 6) Manutenção da absolvição em
seu posicionamento.
relação crime de associação para o tráfico (0,20), tendo em vista Será pedida na interposição.
que não restou provada situação de permanência/estabilidade
entre o adolescente e o acusado (0,40). 0,00/0,20/0,40/0,60 7) Termo de interposição – direcionado para o prolator da
Manutenção da pena base no mínimo legal (0,20), uma vez que o decisão.
argumento utilizado pelo Ministério Público considera a gravidade (ENDEREÇAMENTO - Juízo que prolatou a sentença.)
em abstrato do delito OU tendo em vista que haveria bis in idem
no aumento da pena em razão de violação ao bem jurídico EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA
protegido pela norma (0,40). 0,00/0,20/0,40/0,60 8) Manutenção CRIMINAL DA COMARCA XXX.
do reconhecimento da atenuante da confissão espontânea (0,20),
considerando que foi a confissão utilizada como argumento/para
formação da convicção do juiz (0,35), nos termos da Súmula 545 Recurso em sentido em estrito
do STJ (0,10). 0,00/0,20/0,30/0,35/ 0,45/0,55/0,65 9) Manutenção
do reconhecimento da causa de diminuição do Art. 33, § 4º, da Lei
"NOME DO RECORRENTE, já qualificado no caderno processual a
nº 11.343 (0,15), eis que o fato de o réu responder à ação penal
presença de Vossa Excelência por intermédio de seu procurador
por crime de furto não justifica o reconhecimento de maus
judicial, inconformado com a decisão que xxxxx, interpor RECURSO
antecedentes (0,35), nos termos da Súmula 444 do STJ, por
EM SENTIDO ESTRITO, com fundamento no artigo 581, inciso xx do
analogia OU conforme o Art. 5º, LVII, da CRFB/88 (princípio da não
Código do Processo Penal. "
culpabilidade ou da presunção de inocência) (0,10).
0,00/0,15/0,25/ 0,35/0,45/0,50/0,60 10) Afastamento do pedido
de aplicação do regime inicial fechado (0,20), pois o crime de O prazo de interposição do presente recurso, nos termos do artigo
tráfico privilegiado não é considerando hediondo pelo STF OU 586 do CPP, é de 5 dias, sendo que a intimação do réu ocorreu em
porque é inconstitucional a previsão do Art. 2º, § 1º, da Lei nº xxx (data), iniciando-se o prazo em xx/xx/xx e terminando em
8.072/90 de aplicação obrigatória do regime inicial fechado aos xx/xx/xx, estando assim tempestivo
crimes hediondos (0,40). 0,00/0,20/0,40/0,60 11) Manutenção da
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de "Em face do efeito retroativo previsto no artigo 589 do Código de
direitos (0,20), já que a vedação em abstrato viola o princípio da Processo Penal, pugna o recorrente pela retratação da decisão
individualização da pena OU porque o STF declarou a recorrida, com o fim de xxxx.
inconstitucionalidade da vedação trazida pelo Art. 33, § 4º, da Lei Caso seja mantida a decisão, requer a defesa o recebimento e a
nº 11.343/06 OU porque a Resolução 05 do Senado suspendeu a juntada das razões de inconformidade, e posterior remessa à
eficácia da expressão que vedava a substituição (0,40). apreciação da Instância Superior."
0,00/0,20/0,40/0,60 Pedido 12) Não provimento do recurso OU
manutenção da sentença (0,25). 0,00/0,25 13) Prazo: 13 de
novembro de 2018 (0,10). 0,00/0,10 Fechamento 14) Local, data, Nestes termos, pede deferimento.
advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10
Local, data.
NULIDADE = VOLTA PARA FAZER NOVAMENTE – tem que hipótese, da decisão que conceder a exceção cabe RESE.
dizer onde está a nulidade e que parte do processo será Quanto à incompetência, atenção: se a competência
anulado. ocorrer por força de desclassificação, a fundamentação será
Ex.: RESE para decisão que rejeita Denúncia. Motivo: não a do inciso II.
motivou – nulidade.
O PEDIDO É A RAZÃO QUE ENSEJOU O RECURSO. O PEDIDO IV – que pronunciar o réu;
PODERÁ TER MAIS DE UMA TESE. Encerrada a primeira fase do rito do júri, caso o juiz fique
convencido da materialidade do fato e da existência de
6. CONSIDERAÇÕES indícios suficientes de autoria ou de participação, deverá
pronunciar, em decisão fundamentada, o réu. A pronúncia
# RESE X APELAÇÃO – ART. 593, §4º faz com que o julgamento seja submetido ao Tribunal do
O RESE cabe para decisão interlocutória e terminativa. Na Júri. Contra a decisão de pronúncia, cabe RESE. No último
dúvida, caso o problema não se encaixe nas hipóteses do Exame de Ordem, a OAB trouxe uma situação em que o
art. 581, CPP, deve-se interpor APELAÇÃO. acusado foi absolvido sumariamente. Neste caso, e na
# RESE X AGRAVO DE EXECUÇÃO hipótese de impronúncia, a peça cabível é a apelação.
Agravo – art. 197, LEP. Cabe contra as decisões do juiz da
execução. Pronúncia: RESE
Inciso: XI, XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII. Impronúncia: APELAÇÃO
# EFEITO SUSPENSIVO: PERDA DE FIANÇA E QUANDO Desclassificação: RESE
DENEGAR OU JULGAR DESERTA A APELAÇÃO. Absolvição Sumária: APELAÇÃO
7. HIPÓTESES – ART. 581, CPP V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea
a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou
ATENÇÃO! Alguns incisos do artigo 581, CPP serão
revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a
hipóteses de AGRAVO EM EXECUÇÃO OU APELAÇÃO.
prisão em flagrante;
LEMBRE-SE SE FAZER A SEPARAÇÃO NO SEU CÓDIGO.
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
Incisos V e VII: decisões interlocutórias, recorríveis por
Trata-se de decisão terminativa do processo, e não de RESE. Como as hipóteses estão bem claras, não há motivo
decisão interlocutória, provando que a máxima “o RESE é o para um estudo aprofundado.
agravo do processo penal”, dita, com frequência, em
faculdades por aí, não é verdadeira.
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo,
As hipóteses de rejeição da renúncia ou da queixa estão extinta a punibilidade;
previstas no art. 395 do CPP. Da decisão que recebe a
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da
inicial, não há recurso previsto. No entanto, nada impede
prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
que a decisão seja atacada por habeas corpus.
As hipóteses de extinção da punibilidade estão previstas no
Obs: No JECRIM a rejeição da denúncia é atacada com
art. 107 do Código Penal. Da decisão que as reconhece ou
Apelação, prazo de 10 dias.
as indefere, cabe RESE. São extinções de punibilidade que o
juiz reconhece de ofício ao longo do processo.
II - que concluir pela incompetência do juízo; Cuidado!! O juiz da execução penal também reconhece
É hipótese de decisão interlocutória, que não põe fim ao extinção de punibilidade, sendo a extinção feita pelo JUIZ
processo, mas apenas modifica a competência. Quando DA EXECUÇÃO PENAL, o recurso será AGRAVO EM
declarada por exceção, a fundamentação será a do inciso III. EXECUÇÃO!
No júri, se, após terminada a instrução do processo, o juiz
desclassificar a conduta para outra que não seja de
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
competência do Tribunal do Júri (ex.: de homicídio para
lesão corporal), o embasamento legal será o inciso II. É cabível, somente, quando a decisão for proferida por juiz
de primeira instância.
Obs: Se o HC for impetrado diretamente no tribunal, em
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de
caso de ordem negada, a peça cabível será o recurso
suspeição;
ordinário constitucional (ROC), e não o RESE.
As exceções estão previstas no art. 95 do CPP. São elas: a)
suspeição; b) incompetência de juízo; c) litispendência; d)
ilegitimidade de parte; e) coisa julgada. Exceto na primeira
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XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
da pena; Trata-se de decisão interlocutória, pois não põe fim ao
NÃO SERÁ RESE! processo. Os incidentes de falsidade estão previstos nos
arts. 145/148 do CPP, e, sobrevindo decisão, o recurso
cabível será o RESE.
Segundo o art. 157 da LEP, a concessão ou não de sursis
(art. 77 do CP) deve ser apreciada na sentença
condenatória, recorrível POR APELAÇÃO, e não por RESE. XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar
Entretanto, caso a decisão a respeito do assunto seja do juiz a sentença em julgado;
da vara de execução, a peça cabível é o agravo em XX - que impuser medida de segurança por transgressão de
execução. outra;
Portanto, tanto em uma hipótese quanto em outra, a peça XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos
não será o RESE. casos do art. 774;
XXII - que revogar a medida de segurança;
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos
Trata-se de matéria pertinente à execução. Como já casos em que a lei admita a revogação;
comentado, qualquer decisão do juiz da execução é Todas as questões são pertinentes à execução penal.
atacável por AGRAVO EM EXECUÇÃO, e não RESE. Portanto, agravo em execução como recurso, e não RESE.
NÃO SERÁ RESE! NÃO SERÁ RESE!
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão
ou em parte; simples.
Pode ocorrer de uma das partes não ter interesse na Não é mais possível a conversão de multa em detenção ou
anulação do processo, total ou parcial. Sendo o caso, a peça prisão simples. Por isso, o inciso XXIV não é mais aplicável.
cabível é o RESE. As causas de nulidade estão previstas no XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de
art. 564 do CPP. não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei.
Obs: Anulação da segunda fase do Júri será apelação, (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
conforme o artigo 593, I, CPP. O ANPP está previsto no Art. 28-A, CPP, instituto trazido
pelo Pacote Anticirme. Trata-se de um negócio extrajudicial
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; entre o MP e o autor do crime que depende de confissão.
Considerada a clareza da redação, não há motivo para Após o acordo realizado, este deverá ser homologado pelo
análise. A única peculiaridade é o prazo, que é de vinte dias. JUIZ para ser executado. Caso o Juiz não homologue o
acordo, cave RESE.
NULIDADE – “A citada decisão todavia encontra-se eivada constatando que estaria completamente embriagado em
de atipicidade processual impondo-se a decretação de razão da ingestão daquela substância entorpecente que
nulidade da mesma. A partir de xxx, pelas razões a seguir: teria sido colocada em sua bebida, bem como que, naquele
momento, era inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito dos fatos. Após recebimento da denúncia, citação e
RAZÕES DE FATO/DIREITO DO INCONFORMISMO apresentação de defesa, foi designada audiência de
instrução e julgamento, na primeira fase do procedimento
do Tribunal do Júri, para oitiva das testemunhas de
REQUERIMENTO FINAL - PEDIDO acusação e defesa, além do interrogatório do réu. Os
REFORMA - Diante do exposto, pugna o recorrente pelo policiais responsáveis pelas investigações e pela oitiva dos
CONHECIMENTO E PROVIMENTO do presente recurso em envolvidos, arrolados como testemunhas pelo Ministério
sentido estrito para que seja reformado o ato jurisdicional Público, informaram ao magistrado que se atrasariam para
recorrido com o fim de xxx. o ato judicial, pois estavam em importante diligência. Não
querendo fracionar a colheita da prova, o magistrado
determinou a oitiva das testemunhas de defesa antes das
NULIDADE - "Diante... para que seja reconhecido o vício de acusação, apesar do registro do inconformismo da
processual aduzido decretando-se a nulidade da defesa. Ao final, o réu foi interrogado. As provas colhidas
decisão/processo a partir xxx. indicaram que a versão apresentada por Rodrigo ao seu
advogado era totalmente verdadeira. Considerando que foi
constatado o desferimento do soco e do empurrão por
Nestes termos, pede PROVIMENTO. parte de Rodrigo em João, após manifestação das partes, o
juiz pronunciou o acusado nos termos da denúncia.
Local, data, assinatura. Intimado, o Ministério Público se manteve inerte. Rodrigo e
sua defesa técnica foram intimados da decisão em 05 de
OAB/UF abril de 2021, segunda-feira. Considerando apenas as
informações expostas, apresente, na condição de
advogado(a) de Rodrigo, a peça jurídica cabível, diferente
PROVA
de habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas
(XXXIV) Rodrigo foi denunciado pelo crime de homicídio as teses jurídicas de direito material e processual aplicáveis.
simples consumado, com a causa de aumento prevista na A peça deverá ser datada do último dia do prazo para
primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP, perante o Tribunal interposição, devendo ser considerado que segunda a
do Júri da Comarca de São Paulo. De acordo com o que sexta-feira são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00)
consta na denúncia, no dia 26 de dezembro de 2019, em
Petição de interposição 1. Endereçamento: Juízo do Tribunal do
uma boate localizada na cidade de São Paulo, Rodrigo teria
Júri da Comarca de São Paulo/SP (0,10) 0,00/0,10 2. Fundamento
desferido um soco na barriga de João, além de ter lhe dado legal: Art. 581, inciso IV, do CPP (0,10) 0,00/0,10 3. Requerimento
um empurrão, que fez com que a vítima caísse em cima da do juízo de retratação ou exercício do efeito regressivo (0,30), nos
garrafa de vidro que segurava. O corte gerado foi a causa termos do Art. 589 do CPP (0,10) 0,00/0,30/0,40 Razões de recurso
eficiente da morte de João, conforme consta do laudo em sentido estrito 4. Endereçamento: Tribunal de Justiça do
acostado ao procedimento. Rodrigo teria sido encaminhado Estado de São Paulo (0,10) 0,00/0,10 5. Preliminarmente, nulidade
por seus amigos ao hospital após os fatos, pois se mostrava da pronúncia ou nulidade da instrução (0,30), por violação ao
descontrolado, não tendo prestado socorro à vítima, por princípio da ampla defesa e contraditório ou devido processo legal
(0,15), nos termos do Art. 5º, inciso LIV ou LV, da CRFB/88 ou do
isso, sendo imputada a causa de aumento da primeira parte
Art. 564, inciso IV, do CPP (0,10) 0,00/0,15/0,25/0,30/
do Art. 121, § 4º, do CP. Diante da inicial acusatória,
0,40/0,45/0,55 5.1. Houve inadequada inversão da ordem de
Rodrigo procurou seu (sua) advogado (a), narrando que, no oitiva das testemunhas ou as testemunhas de defesa foram
dia dos fatos, câmeras de segurança registraram o ouvidas antes das testemunhas de acusação (0,30), em
momento em que uma pessoa desconhecida, de maneira desrespeito à previsão do Art. 411 do CPP (0,10) 0,00/0,30/0,40 6.
furtiva, teria colocado substâncias entorpecentes em sua No mérito, pedido de absolvição sumária (0,30), diante da
bebida, o que teria causado uma embriaguez completa. manifesta causa de isenção de pena ou excludente de
Rodrigo teria ficado descontrolado e, em razão disso, sem culpabilidade (0,15), nos termos do Art. 415, inciso IV, do CPP
motivação, teria desferido um soco na barriga de João, (0,10) 0,00/0,15/0,25/0,30/ 0,40/0,45/0,55 6.1. A imputabilidade
penal restou afastada em razão da embriaguez (0,30), que foi
empurrando-o em seguida apenas para que, dele, se
completa, decorrente de caso fortuito ou força maior, e que
afastasse, nem mesmo percebendo que a vítima estaria
tornou o réu inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
com uma garrafa de cerveja nas mãos. Destacou sequer fato (0,15), conforme o Art. 28, §1º, do CP (0,10)
saber por que quis lesionar João, mas assegurou que o 0,00/0,15/0,25/0,30/ 0,40/0,45/0,55 7. Subsidiariamente,
resultado morte não foi pretendido e nem aceito pelo desclassificação para crime não doloso contra a vida (0,30), nos
mesmo, que precisou, inclusive, ser submetido a termos do Art. 419 do CPP (0,10), pois Rodrigo pretendia desferir
tratamento psicológico em razão dos fatos. Apresentou um soco na barriga da vítima e um empurrão, tendo apenas
laudo do hospital, elaborado logo após o ocorrido, intenção de causar lesão, mas não o resultado morte ou houve
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dolo na lesão e culpa em relação ao resultado morte (0,25) considerando-se que todos os dias de segunda a sexta-feira
0,00/0,25/0,30/ 0,35/0,40/0,55/0,65 7.1. Deveria Rodrigo são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)
responder, caso reconhecida a imputabilidade, pelo crime de lesão
corporal seguida da morte (0,30), previsto no Art. 129, §3º, do CP Petição de interposição 1. Endereçamento: Juízo de Direito do
(0,10) 0,00/0,30/0,40 8. Ainda de maneira subsidiária, Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS (0,10). 0,00/0,10
afastamento da causa de aumento imputada na denúncia (0,30), 2. Fundamento legal: Art. 581, inciso IV, do CPP (0,10). 0,00/0,10 3.
tendo em vista que somente aplicável ao homicídio culposo ou Requerimento do exercício do juízo de retratação (0,30), nos
tendo em vista que foi imputada a prática do crime de homicídio termos do Art. 589 do CPP (0,10). 0,00/0,30/0,40 Razões de
doloso (0,40) 0,00/0,30/0,40/0,70 Pedidos 9. Conhecimento (0,10) Recurso 4. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado do Rio
e provimento do recurso (0,20) 0,00/0,10/0,20/0,30 10. Prazo: 12 Grande do Sul (0,10). 0,00/0,10 5. Requerimento de
de abril de 2021 (0,10) 0,00/0,10 Fechamento 11. Local, data, reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do Estado
advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10 (0,30), com consequente extinção da punibilidade do agente
(0,15), nos termos do Art. 107, inciso IV, do CP (0,10).
(XXVIII) Túlio, nascido em 01/01/1996, primário, começa a 0,00/0,15/0,25/0,30/ 0,40/0,45/0,55 6. A prescrição ocorreu
namorar Joaquina, jovem que recém completou 15 anos. porque, entre a data do recebimento da denúncia e da pronúncia
Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é foi ultrapassado o prazo de 4 anos OU o prazo de 4 anos foi
surpreendido pela informação de que Joaquina estaria ultrapassado porque o prazo prescricional deveria ser computado
grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com pela metade, já que o réu era menor de 21 anos (0,15). 0,00/0,15
7. Preliminarmente, nulidade da decisão de pronúncia: (0,30).
quem mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda
0,00/0,30 7.1. Nulidade em razão do não oferecimento de
a sua preocupação com a reação de seus pais diante desta
proposta de suspensão condicional do processo (0,30), nos termos
gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda do Art. 89 da Lei 9.099 (0,10), já que a pena mínima do delito
de Túlio para realizar um aborto. Diante disso, no dia imputado é de 1 ano (0,15). 0,00/0,15/0,25/0,30/ 0,40/0,45/0,55
03/01/2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio 7.2. Nulidade em razão do cerceamento de defesa OU violação ao
abortivo cuja venda era proibida sem prescrição médica e o princípio da ampla defesa OU violação ao princípio do
entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer contraditório (0,30), já que o juiz proferiu decisão após juntada de
uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela documentação, sem dar vista às partes (0,15). 0,00/0,15/0,30/0,45
vagina, que ela acredita ser o feto. Os pais presenciam os 8. No mérito, absolvição sumária (0,20) em razão de o fato
evidentemente não constituir crime OU diante da atipicidade da
fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em
conduta (0,25), nos termos do Art. 415, III, CPP (0,10)
seguida, comparecem à Delegacia e narram o ocorrido. No
0,00/0,20/0,25/0,30/ 0,35/0,45/0,55 9. A conduta de Túlio
hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade, configura crime impossível (0,80), nos termos do Art. 17 do CP
Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o (0,10). 0,00/0,80/0,90 10. Houve absoluta impropriedade do
que fora expelido não era um feto. Após investigação, no objeto (0,15), tendo em vista que Joaquina não estava grávida
dia 20/01/2014, Túlio vem a ser denunciado pelo crime do quando da ação visando causar aborto (0,10). 0,00/0,10/0,15/0,25
Art. 126, caput, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Pedidos 11. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,30).
Penal, perante o juízo do Tribunal do Júri da Comarca de 0,00/0,10/0,30/0,40 12. Prazo: 25 de junho de 2018 (0,10).
Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto 0,00/0,10 Fechamento 13. Local, data, advogado e OAB (0,10).
0,00/0,10
despenalizador, apesar do reclamo defensivo. A inicial
acusatória foi recebida em 22/01/2014. Durante a instrução
da primeira fase do procedimento especial, são ouvidas as
testemunhas e Joaquina, assim como interrogado o réu,
VII – AGRAVO EM EXECUÇÃO
todos confirmando o ocorrido. As partes apresentaram Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá
alegações finais orais, e o juiz determinou a conclusão do recurso de agravo, sem efeito suspensivo. (Lei
feito para decisão. Antes de ser proferida decisão, mas após 72100/84)
manifestação das partes em alegações finais, foram Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da
juntados aos autos o boletim de atendimento médico de decisão, despacho ou sentença: (CPP) (Hipóteses
Joaquina, no qual consta a informação de que ela não do artigo do RESE que dizem respeito ao Agravo.)
estivera grávida no momento dos fatos, a Folha de XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão
Antecedentes Criminais de Túlio sem outras anotações e condicional da pena; (Quando for concedida na
um exame de corpo de delito, que indicava que o remédio sentença caberá apelação; no Juízo de Execução –
utilizado não causara lesões na adolescente. Com a juntada Agravo)
da documentação, de imediato, sem a adoção de qualquer XII - que conceder, negar ou revogar livramento
medida, o magistrado proferiu decisão de pronúncia nos condicional;
termos da denúncia, sendo publicada na mesma data, qual XVII - que decidir sobre a unificação de penas; (Na
seja, 18 de junho de 2018, segundafeira, ocasião em que as Sentença – Apelação; Juizo de Execução-Agravo)
partes foram intimadas. Considerando apenas as XIX - que decretar medida de segurança, depois de
informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, transitar a sentença em julgado; XXI - que mantiver
redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, ou substituir a medida de segurança, nos casos do
apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça art. 774;
deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, XXII - que revogar a medida de segurança;
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4. COMPETÊNCIA
6. FINALIDADE
SUMULA 192, STJ - Compete ao Juízo das Execuções Penais
do Estado a execução das penas impostas a sentenciados REFORMA = ACÓRDÃO SUBSTITUI A DECISÃO RECORRIDA
pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos NULIDADE = VOLTA PARA FAZER NOVAMENTE – tem que
a estabelecimentos sujeitos à administração estadual. dizer onde está a nulidade e que parte do processo será
A competência é determinada pela unidade prisional em anulado.
que o apenado cumpre sua pena. Assim, caso tenha sido OBS.: DA DECISÃO DENEGATÓRIA CABE CARTA
condenado pela justiça federal, mas cumpre pena em TESTEMUNHÁVEL.
presídio estadual, a competência será no juiz estadual.
7. HIPÓTESES
5. TERMO DE INTERPOSIÇÃO - JUÍZO DE RETRATAÇÃO Competência do juiz de execução: art. 66, LEP. ROL NÃO
Para o juiz de execução que emitiu a decisão – TAXATIVO.
oportunidade para rever seu posicionamento. Será pedida Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
na interposição. Termo de interposição – direcionado para
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de
o prolator da decisão. qualquer modo favorecer o condenado;
II - declarar extinta a punibilidade;
III - decidir sobre: a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes; c)
detração e remição da pena; d) suspensão
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Cabimento: Art. 581, XI, XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII E XXII, RAZÕES DO INCONFORMISMO - FATOS/DIREITO
CPP.
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão
condicional da pena; REQUERIMENTO FINAL - PEDIDO
Segundo o art. 157 da LEP, a concessão ou não de REFORMA - Diante do exposto, pugna o agravante pelo
sursis (art. 77 do CP) deve ser apreciada na CONHECIMENTO E PROVIMENTO da presente irresignação, para
sentença condenatória, recorrível por apelação, e que seja reformada a decisão agravada, com o fim de conceder xxx
não por RESE. Entretanto, caso a decisão a respeito (PEDIR O BENEFÍCIO NEGADO).
do assunto seja do juiz da vara de execução, a peça
cabível é o agravo em execução. Portanto, tanto Nestes termos, pede PROVIMENTO.
em uma hipótese quanto em outra, a peça não
será o RESE.
XII - que conceder, negar ou revogar livramento Local, data
condicional; Assinatura do Advogado.
Trata-se de matéria pertinente à execução. Como OAB/UF
já comentado, qualquer decisão do juiz da
execução é atacável por agravo, e não RESE.
XVII - que decidir sobre a unificação de penas; 9. SÚMULAS relacionadas a Execução Penal.
Questão referente à execução da pena. Portanto, STF – SÚMULAS VINCULANTES
hipótese de agravo em execução. 26. Para efeito de progressão de regime no cumprimento
XIX - que decretar medida de segurança, depois de de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da
transitar a sentença em julgado; execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º
XX - que impuser medida de segurança por da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo
transgressão de outra; de avaliar se o condenado preenche, ou não, os
XXI - que mantiver ou substituir a medida de requisitos objetivos e subjetivos do benefício,
segurança, nos casos do art. 774; podendo determinar, para tal fim, de modo
XXII - que revogar a medida de segurança; fundamentado, a realização de exame criminológico.
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35. A homologação da transação penal prevista no artigo 533. Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar
76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, no âmbito da execução penal, é imprescindível a
descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação instauração de procedimento administrativo pelo
anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a diretor do estabelecimento prisional, assegurado o
continuidade da persecução penal mediante direito de defesa, a ser realizado por advogado
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito constituído ou defensor público nomeado.
policial. 527. O tempo de duração da medida de segurança não
56. A falta de estabelecimento penal adequado não deve ultrapassar o limite máximo da pena
autoriza a manutenção do condenado em regime abstratamente cominada ao delito praticado.
prisional mais gravoso, devendo-se observar, 526. O reconhecimento de falta grave decorrente do
nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE cometimento de fato definido como crime doloso no
641.320/RS. cumprimento da pena prescinde do trânsito em
julgado de sentença penal condenatória no processo
STJ penal instaurado para apuração do fato.
617. A ausência de suspensão ou revogação do livramento 439. Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades
condicional antes do término do período de prova do caso, desde que em decisão motivada.
enseja a extinção da punibilidade pelo integral 441. A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de
cumprimento da pena. livramento condicional.
605. A superveniência da maioridade penal não interfere na 471. Os condenados por crimes hediondos ou
apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de assemelhados cometidos antes da vigência da Lei
medida socioeducativa em curso, inclusive na 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei
liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão
21 anos. de regime prisional.
588. A prática de crime ou contravenção penal contra a 491. É inadmissível a chamada progressão per saltum de
mulher com violência ou grave ameaça no ambiente regime prisional.
doméstico impossibilita a substituição da pena
privativa de liberdade por restritiva de direitos.
PROVA
587. Para a incidência da majorante prevista no art. 40, V,
da Lei n. 11.343/2006, é desnecessária a efetiva (XXIX) Guilherme foi condenado definitivamente pela
transposição de fronteiras entre estados da Federação, prática do crime de lesão corporal seguida de morte, sendo-
sendo suficiente a demonstração inequívoca da lhe aplicada a pena de 06 anos de reclusão, a ser cumprida
intenção de realizar o tráfico em regime inicial fechado, em razão das circunstâncias do
fato. Após cumprir 01 ano da pena aplicada, Guilherme foi
interestadual. beneficiado com progressão para o regime semiaberto. Na
562. É possível a remição de parte do tempo de execução unidade penitenciária, o apenado trabalhava internamente
da pena quando o condenado, em regime fechado ou em busca da remição. Durante o cumprimento da pena
semiaberto, desempenha atividade laborativa, ainda nesse regime, veio a ser encontrado escondido em seu
que extramuros. colchão um aparelho de telefonia celular. O diretor do
545. Quando a confissão for utilizada para a formação do estabelecimento penitenciário, ao tomar conhecimento do
convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante fato por meio dos agentes penitenciários, de imediato
prevista no art. 65, III, d, do Código Penal. reconheceu na ficha do preso a prática de falta grave,
apenas afirmando que a conduta narrada pelos agentes, e
542. A ação penal relativa ao crime de lesão corporal que teria sido praticada por Guilherme, se adequava ao Art.
resultante de violência doméstica contra a mulher é 50, inciso VII, da Lei nº 7.210/84. O reconhecimento da falta
pública incondicionada. pelo diretor foi comunicado ao Ministério Público, que
536. A suspensão condicional do processo e a transação apresentou promoção ao juízo da Vara de Execuções Penais
penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao de São Paulo, juízo este competente, requerendo a perda
rito da Lei Maria da Penha. de benefícios da execução por parte do apenado. O juiz
535. A prática de falta grave não interrompe o prazo para competente, analisando o requerimento do Ministério
fim de comutação de pena ou indulto. Público, decidiu que, “considerando a falta grave
reconhecida pelo diretor da unidade, impõe-se: a) a
534. A prática de falta grave interrompe a contagem do regressão do regime de cumprimento de pena para o
prazo para a progressão de regime de cumprimento de fechado; b) perda da totalidade dos dias remidos; c) reinício
pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa da contagem do prazo de livramento condicional; d) reinício
infração. da contagem do prazo do indulto.” Ao ser intimado do teor
da decisão, em 09 de julho de 2019, terça-feira, Guilherme
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entra em contato, de imediato, com você, na condição de comarca do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente
advogado(a), esclarecendo que nunca fora ouvido sobre a competente. O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de,
aplicação da falta grave, apenas tendo conhecimento de em tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob
que a Defensoria se manifestou no processo de execução os seguintes argumentos: a) o crime de roubo é crime
após o requerimento do Ministério Público. Considerando hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do
apenas as informações narradas, na condição de requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade; b) ainda
advogado(a) de Guilherme, redija a peça jurídica cabível, que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os
diferente de habeas corpus e embargos de declaração, requisitos objetivos para o benefício, tendo em vista que
apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria
deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, cumprir metade da pena imposta para obtenção do
considerando que, em todos os locais do país, de segunda a livramento condicional; c) indispensabilidade da realização
sexta-feira são dias úteis. (Valor: 5,00). de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de
Petição de interposição 1. Endereçamento: Juízo da Vara de
roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e
Execução Penal da Comarca de São Paulo/SP (0,10). 0,00/0,10 2. causam severos prejuízos para a sociedade. Você,
Fundamento legal: Art. 197 da LEP (0,10). 0,00/0,10 3. Pedido de advogado(a) de Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23
retratação pelo juízo a quo (0,30). 0,00/0,30 Razões de recurso 4. de março de 2015, uma segunda-feira.
Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (0,10). Com base nas informações acima expostas e naquelas que
0,00/0,10 5. Invalidade no reconhecimento da prática de falta
podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível,
grave (0,40), não permitindo a regressão para o regime fechado de
cumprimento de pena (0,25). 0,00/0,25/0,40/0,65 5.1. O excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do
reconhecimento de falta grave depende de prévio procedimento prazo para sua interposição, sustentando todas as teses
administrativo (0,30), garantido o direito de defesa (0,25), jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)
conforme a Súmula 533 do STJ (0,10) 0,00/0,25/0,30/0,35/0,40/ PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO Item 1 - Endereçamento correto: Juízo
0,55/0,65 6. Não é possível a perda da totalidade dos dias remidos da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro/RJ (0,10). 0,00/0,10
(0,50), conforme Art. 127 da LEP (0,10). 0,00/0,50/0,60 6.1. Ainda Item 2 – Fundamento legal: Art. 197 da Lei nº 7.210/84 (0,10).
que válido o reconhecimento da falta grave, o juiz somente 0,00/0,10 Item 3 - Pedido de retratação (0,30). 0,00/0,30 RAZÕES
poderia decretar a perda de até 1/3 dos dias remidos (0,40) DO RECURSO Item 4 – Endereçamento correto: Tribunal de Justiça
0,00/0,40 7. A prática de falta grave não gera o reinício da do Rio de Janeiro (0,10). 0,00/0,10 Item 5 – Desenvolvimento
contagem do prazo do livramento condicional (0,50), nos termos jurídico acerca da concessão do livramento condicional, pois a
da Súmula 441 do STJ (0,10). 0,00/0,50/0,60 8. A prática de falta fundamentação trazida pelo magistrado é equivocada (0,40).
grave não gera o reinício da contagem do prazo de indulto (0,50), 0,00/0,40 Item 6 - Afastamento da hediondez do crime de roubo
nos termos da Súmula 535 do STJ (0,10). 0,00/0,50/0,60 9. simples (0,50), pois este não está no rol dos crimes hediondos ou
Incabível o reinício da contagem dos prazos do indulto e por violação ao princípio da taxatividade (0,20). 0,00/0,20/
livramento condicional em razão do princípio da legalidade, que 0,50/0,70 Item 7.1 - O requisito objetivo para a concessão do
também é aplicável na execução penal (0,30). 0,00/0,30 Pedidos livramento condicional de condenado não reincidente portador de
10. conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,30). maus antecedentes é de 1/3 e não de metade (0,50); 0,00/0,50
0,00/0,10/0,30/0,40 Prazo e Fechamento 11. 15 de julho de 2019 Item 7.2 - Aplicação do Art. 83, I, do CP (OU não aplicabilidade do
(0,10). 0,00/0,10 12. Local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10 Art. 83, II, do CP) (0,20), diante do princípio da legalidade, que
(XVI.OAB) Gilberto, quando primário, apesar de portador de veda a aplicação de analogia in malam partem (OU aplicação da
maus antecedentes, praticou um crime de roubo simples, interpretação mais favorável ao apenado) (0,50). 0,00/0,20/
0,50/0,70 Item 8 – A realização do exame criminológico não é
pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata,
indispensável (0,50), porque a decisão que determina o exame
mediante grave ameaça, um aparelho celular. Apesar de o criminológico deve ser devidamente fundamentada em fatores
crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado concretos (OU a mera gravidade em abstrato do delito não é
pela vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro suficiente para a exigência do exame criminológico) (0,40),
de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto denunciado e conforme Súmula 439 do STJ (0,10). 0,00/0,40/0,50/
condenado como incurso nas sanções penais do Art. 157, 0,60/0,90/1,00 Item 9 – Dos Pedidos: Conhecimento e provimento
caput, do Código Penal a uma pena privativa de liberdade do recurso OU concessão do livramento condicional (0,50); com a
de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial consequente expedição do alvará de soltura (0,20) 0,00/0,20/
fechado e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em 0,50/0,70 Item 10 - Prazo: 30.03.2015 (0,30). 0,00/0,30 Item 11 -
Estrutura – duas petições (interposição e razões); aposição de
julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013.
local, data, assinatura e OAB (0,10). 0,00/0,10
Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas,
desde o dia 15 de setembro de 2013, vem cumprindo a (XI.OAB.QUESTÃO SUBJETIVA) Marcos, jovem inimputável
sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive conforme o Art. 26 do CP, foi denunciado pela prática de
obtendo progressão de regime. Nunca foi punido pela determinado crime. Após o regular andamento do feito, o
prática de falta grave e preenchia os requisitos subjetivos magistrado entendeu por bem aplicar medida de segurança
para obtenção dos benefícios da execução penal. consistente em internação em hospital psiquiátrico por
No dia 25 de fevereiro de 2015, você, advogado(a) de período mínimo de 03 (três) anos. Após o cumprimento do
Gilberto, formulou pedido de obtenção de livramento período supramencionado, o advogado de Marcos requer
condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da ao juízo de execução que seja realizado o exame de
cessação de periculosidade, requerimento que foi deferido.
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Regra: 10 dias (da publicação do acórdão) Razões – MESMO TRIBUNAL QUE PROFERIU A DECISÃO
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PROVA 2. PRAZO
John, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pela ROC ao STJ: HC: 5 dias MS: 15 dias
prática do crime de tráfico de drogas. Após a instrução,
inclusive com realização do interrogatório, ocasião em que ROC ao STF: HC: 5 dias MS: 15 dias
o acusado confessou os fatos, John foi condenado, na forma Art. 30 e 33 da Lei 8.038/90
do Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06, à pena de 1 ano e 08
meses de reclusão, a ser cumprido em regime inicial aberto.
O advogado de John interpôs o recurso cabível da sentença 3. TERMO DE INTERPOSIÇÃO
condenatória. Em julgamento pela Câmara Criminal do Termo de interposição – ao Presidente do Tribunal que
Tribunal de Justiça, a sentença foi integralmente mantida denegou a ordem.
por maioria de votos. O Desembargador revisor, por sua EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR
vez, votou no sentido de manter a pena de 01 ano e 08 PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO
meses de reclusão, assim como o regime, mas foi favorável ___
à substituição da pena privativa de liberdade por duas Recuso Ordinário Constitucional
restritivas de direitos, no que restou vencido. O advogado
de John é intimado do acórdão. Considerando a situação
narrada, responda aos itens a seguir. A) Qual medida NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos do Habeas
processual, diferente de habeas corpus, deverá ser Corpus nº xxx, vem, por intermédio de seu procurador judicial, a
presença de Vossa Excelência, inconformado com o acórdão que
formulada pelo advogado de John para combater a decisão
denegou a ordem, interpor para Superior Tribunal de Justiça (ou
da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça? (Valor: 0,65) B)
STF) RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL, com base no artigo
Qual fundamento de direito material deverá ser 105, II, a (Art. 102, II, a ) da Constituição da República Federativa
apresentado para fazer prevalecer o voto vencido? (Valor: do Brasil, combinado com os artigos 30 e 32 da Lei 8.038/1990.
0,60)
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A) Qual o recurso que o advogado de Cristiano deve JUIZ ESTADUAL E FEDERAL� TJ OU TRF � STJ � STF
manejar visando à reforma do acórdão? (Valor: 0,65) B) JUIZADO � TURMA RECURSAL � TJ OU TRF
Qual o prazo e para qual Tribunal deverá ser dirigido?
(Valor: 0,65)
4. CABIMENTO/HIPÓTESES
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
X – HABEAS CORPUS I - quando não houver justa causa;
Art. 5º (...) LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" - Indeferimento do relaxamento de prisão em
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado flagrante, do pedido de revogação de prisão
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de preventiva;
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; II - quando alguém estiver preso por mais tempo
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que do que determina a lei;
alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer Excesso de prazo na prisão da prisão provisória. OU
violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e demora no IP. Obs. Súmula 697, STF - A proibição
vir, salvo nos casos de punição disciplinar. de liberdade provisória nos processos por crimes
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: hediondos não veda o relaxamento da prisão
I - quando não houver justa causa; processual por excesso de prazo.
II - quando alguém estiver preso por mais tempo III - quando quem ordenar a coação não tiver
do que determina a lei; competência para fazê-lo;
III - quando quem ordenar a coação não tiver Prisão decretada por juiz incompetente (material
competência para fazê-lo; ou territorial).
IV - quando houver cessado o motivo que IV – quando houver cessado o motivo que
autorizou a coação; autorizou a coação;
V - quando não for alguém admitido a prestar Cumprimento da pena; concessão de livramento
fiança, nos casos em que a lei a autoriza; condicional;
VI - quando o processo for manifestamente nulo; V – quando não for alguém admitido a prestar
fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
VII - quando extinta a punibilidade.
Condições do art. 314.
Atenção: crimes inafiançáveis: racismo, terrorismo,
1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL tráfico ilícito de entorpecentes, hediondos,
cometidos por grupos armados.
Art. 5°, inc. LXVIII, CRFB – ART. 647, CPP
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
Remédio constitucional – liberdade de ir e vir Nulidade processual – mesmo após o trânsito em
QUALQUER PESSOA É LEGITIMADA (PACIENTE) – julgado.
ANALFABETO; ESTRANGEIRO; PESSOA JURÍDICA; MP VII - quando extinta a punibilidade.
Paciente: SOFRE OU ESTÁ AMEAÇADA Prescrição – decadência, art. 107, CP
Impetrante: pede a ordem de HC
Impetrada: a quem é dirigido o pedido 5. FINALIDADE
Coator: é a pessoa que exerce ou ameaça exercer coação SOFRER OU ACHAR AMEAÇADO DE SOFRER VIOLÊNCIA OU
ilegal COAÇÃO ILEGAL A SUA LIBERDADE – POR ILEGALIDADE OU
ABUSO DE PODER;
Art.648
2. PRAZO – art. 586, CPP
I – TRANCAMENTO DO IP OU AÇÃO PENAL – FALTA
QUALQUER FASE - NÃO HÁ LIMITAÇÃO DE PRAZO DE JUSTA CAUSA DO IP OU AÇÃO PENAL;
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ATENÇÃO!! HC PREVENTIVO – contra ameaça de liberdade " Ocorre que a referida condenação (ou ação penal) constitui
– prevenir coação futura – adicionará ao pedido a coação ilegal contra o paciente, por falta de justa causa (ou por ter
sido proferida quando já estava extinta a punibilidade). Com
expedição de SALVO-CONDUTO.
efeito,xxx"
* É POSSÍVEL LIMINAR
DO PEDIDO
6. CONSIDERAÇÕES Pelo exposto, requer que sejam requisitadas informações, com a
* Não é cabível: durante estado de sítio; prisão disciplinar máxima urgência, perante a autoridade coatora, para que ao final
conceda-se a ordem impetrada, com fulcro no artigo 648, xxx do
militar;
CPP, decretando o trancamento da ação penal (ou do inquérito
SÚMULA 691, STF - Não compete ao Supremo Tribunal policial) + relaxamento ou revogação da prisão imposta ao
Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra paciente e consequente expedição de lavará de soltura (expedição
decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a de contramando de prisão em seu favor)
tribunal superior, indefere a liminar;
SÚMULA 692,STF - Não se conhece de habeas corpus contra * pedido com liminar:
omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou Diante do exposto, postula-se seja concedia a ordem impetrada
direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem com o fulcro no art. 648, xxx do Código de Processo Penal,
foi ele provocado a respeito; requerendo, desta forma, que V. EXA conceda LIMINAR DE
ORDEM, ordenando de plano o relaxamento da prisão ilegal e a
SUMULA 693, STF - Não cabe habeas corpus contra decisão
expedição do competente alvará de soltura. Por fim, aguarda-se a
condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em
colheita das informações perante a autoria coatora e julgamento
curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a favorável do presente pedido, com a definitiva concessão do writ.
única cominada.
SÚMULA 694, STF - Não cabe habeas corpus contra a
Nestes termos, pede deferimento.
imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de
patente ou de função pública. Local, data
Assinatura do Advogado
SÚMULA 695, STF - Não cabe habeas corpus quando já
extinta a pena privativa de liberdade. OAB/UF
- Decisão recorrida; intimação da decisão recorrida; petição do Nestes termos, pede PROVIMENTO.
recurso; despacho denegatório do recurso
Local e data
4. ENDEREÇAMENTO
Interposição – ao escrivão diretor do cartório Assinatura do Advogado
5. FINALIDADE PROVA
- promover o PROSSEGUIMENTO de outro recurso e a (37ºOAB) Marcelo, condenado em regime semiaberto,
REMESSA à instância superior para que possa ser julgado. formulou, por meio de sua defesa técnica, pedido de
INTERPOSIÇÃO – escrivão irá formar o instrumento – remição de penas em razão de trabalho realizado no curso
TESTEMUNHANTE APRESENTA RAZÕES (2 dias) – JUIZ da execução, o qual é executado mediante supervisão de
PODERÁ: seu empregador e com autorização do Juiz da Vara de
Execuções Penais. O Juízo, contudo, indeferiu o pedido, sob
A) RETRATAR – dar processamento do recurso - os
o argumento de que Marcelo está em prisão domiciliar,
autos do processo originário será remetidos ao
ante a ausência de vagas do regime semiaberto do Estado.
Tribunal para o conhecimento do recurso antes
Assim, por analogia com o regime aberto, Marcelo não
não recebido.
pode usufruir da remição por trabalho, indeferindo o
B) MANTER a decisão de denegar o recurso - o pedido. A defesa interpôs Agravo em Execução no prazo de
Tribunal julgará a carta testemunhável – com a cinco dias da intimação da decisão, o qual foi inadmitido,
possibilidade do Tribunal julgar o próprio mérito sob o fundamento de não estar acompanhado das razões
do recurso obstado. respectivas. Na qualidade de advogado de Marcelo,
responda às perguntas a seguir. A) Qual o recurso cabível
contra a decisão do Juiz que inadmitiu o recurso interposto?
6. ESTRUTURA
Justifique. (Valor: 0,65) B) Qual o direito material a ser
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO XXX. pleiteado por Marcelo? Justifique. (Valor: 0,60) Obs.: o(a)
(2 linhas) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera
RAZÕES RECURSAIS citação do dispositivo legal não confere pontuação.
(2 linhas)
Egrégio Tribunal de Justiça, GABARITO
Colenda Câmara, A) Nota-se que a decisão que inadmite o Agravo em Execução
desafia Carta Testemunhável, na forma do Art. 639, inciso I, do
Douto Procurador de Justiça, CPP. B) Quanto ao direito material, apenas o regime aberto
inadmite a remição de penas por trabalho, sendo inviável, em
(TERMOS DA DECISÃO RECORRIDA) direito penal, a aplicação de analogia prejudicial ao réu. Assim,
conclui-se que há expressa previsão legal de admissibilidade da
remissão por trabalho no regime semiaberto, na forma do Art.
A mencionada decisão que negou seguimento ao Recurso em 126, caput, da LEP, a qual deve ser admitida.
Sentido Estrito (ou ao Agravo em Execução), no entanto, não deve
subsistir.
XII – REVISÃO CRIMINAL
RAZÕES DE FATO/DIREITO DO INCONFORMISMO Art. 621. A revisão dos processos findos será
(Rebater os argumentos que inadmitiram o recurso – enumerar os admitida:
pressupostos presentes: cabimento, adequação, tempestividade, I - quando a sentença condenatória for contrária ao
regularidade, interesse e legitimidade) texto expresso da lei penal ou à evidência dos
autos;
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Trata-se de uma ação penal autônoma que permite após o - Não se discute o conteúdo da prova, mas sua legalidade;
trânsito em julgado de sentença penal condenatória ou Ex.: Perícia – 1 perito – contraditório
absolutória imprópria voltar ao mérito da ação nas
hipóteses específicas do artigo 621, CPP. c) quando, após a sentença, se descobrirem novas provas
- SOMENTE EM FAVOR DO CONDENADO, não cabe pro de inocência do condenado ou de circunstância que
societate. determine ou autorize a diminuição da pena (inciso III)
Terminologia: revisionando. É preciso que sejam novas provas e que não tenham sido
apreciadas no processo transitado em julgado. É cabível a
NÃO É RECURSO
revisão para que se demonstre a inocência, a não
NÃO TEM TERMO DE INTERPOSIÇÃO culpabilidade ou a existência de circunstância que possa
É UMA AÇÃO AUTÔNOMA diminuir a pena aplicada.
PROVA – substancialmente – prova inéditas,
desconhecidas – SIM.
2. PRAZO
PROVA – formalmente – ganharam nova roupagem, mas já
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer
conhecidas – NÃO.
tempo, antes da extinção da pena ou após.
Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do
pedido, salvo se fundado em novas provas. 4. ENDEREÇAMENTO
DENÚNCIA – SENTENÇA TJ � REVISÃO (TRIBUNAL)
3. HIPÓTESES DENÚNCIA – SENTENÇA � APELAÇÃO – ACORDÃO TJ �
REVISÃO (MESMO TRIBUNAL)
ART. 621, CPP
DENÚNCIA – SENTENÇA � APELAÇÃO – ACORDÃO �
a) quando a sentença condenatória for contrária ao texto
REXT/RESP – ACORDÃO TJ (STF/STJ) � REVISÃO (CONTRA O
expresso da Lei penal ou à evidência dos autos(inciso I):
STJ/STF)
- Referência à lei vigente na época.
DENÚNCIA (PREFEITO - TRIBUNAL) – ACORDÃO TJ –
- Em caso de lei posterior mais benéfica (abolitio criminis ou REVISÃO (DO PRÓPRIO FORO DE PRERROGATIVA DE
novatio legis in mellius), a revisão criminal não é a via FUNÇÃO)
adequada, devendo o condenado requerer a aplicação da
4
nova lei por requerimento ao juiz das execuções ou por HC.
Ex.: Crime de Sedução. 5. FINALIDADE
- EVIDÊNCIA: conjunto probatório colhido. Ex.: O réu foi REFORMA = A RETIFICAÇÃO DO JULGADO DEVERÁ SER
condenado sem prova suficiente, não tem amparo de CLARA, POR SER MEIO EXCEPCIONAL DE AFASTAMENTO DA
prova. COISA JULGADA, NÃO COMPORTA INTERPRETAÇÃO
DUVIDOSA.
A revisão só é cabível quando existir certeza aferível de
plano de que a sentença é contrária às provas dos autos – Art. 626, CPP – PEDIDO
assim, o tribunal no caso de dúvida, preserva a coisa Art. 626. Julgando procedente a revisão, o
julgada. tribunal poderá alterar a classificação da
OBS.; A REVISÃO CRIMINAL REDISCUTE A QUESTÃO FÁTICA infração, absolver o réu, modificar a pena ou
(É HIPÓTESE EXCEPCIONAL POR FERIR O PRECEITO anular o processo.
CONSTITUCIONAL DA COISA JULGADA) Parágrafo único. De qualquer maneira, não
OBS: JÚRI – APELAÇÃO X REVISÃO – O veredito foi poderá ser agravada a pena imposta pela
manifestamente contrário a prova nos autos – pedido na decisão revista.
apelação: novo júri. Pedido na revisão: reforma do veredito.
6. CONSIDERAÇÕES
b) quando a sentença se fundar em depoimentos, exames
ou documentos comprovadamente falsos(inciso II). REVISÃO CRIMINAL X HABEAS CORPUS
A prova de falsidade é pressuposto para o ajuizamento da HC – é possível desconstituir sentença condenatória TJ –
revisão, não podendo ser ela produzida no curso da ação. arguir extinção de punibilidade (art. 107, CP); nulidade com
impacto processual e o qual mais for favorável ao
condenado – desde que não dependa de produção de
4
SUMULA 611, Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das prova. NÃO É CABÍVEL A QUALQUER TEMPO, somente
execuções a aplicação de lei mais benigna.
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enquanto houver violência ou coação à liberdade de Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá –
locomoção (não cabe quando extinta a pena privativa de MT, subtraiu veículo automotor de propriedade de
liberdade ou multa). Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a
vítima saltou do carro para buscar um pertence que havia
esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na
EXCENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE ignição. Jane, ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO XXX bem, com o intuito de revendê-lo no Paraguai.
Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta
(3 linhas) empreendeu perseguição ininterrupta, tendo prendido Jane
em flagrante somente no dia seguinte, exatamente quando
REVISÃO CRIMINAL
esta tentava cruzar a fronteira para negociar a venda do
(2 linhas) bem, que estava guardado em local não revelado.
Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. No
(CABEÇALHO) curso do processo, as testemunhas arroladas afirmaram
"NOME DO CONDENADO, qualificação civil, vem, por seu que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem no
procurador judicial, a presença de Vossa Excelência, propor país vizinho e que havia um comprador, terceiro de boa-fé
REVISÃO CRIMINAL, com fundamento no artigo 621, inciso arrolado como testemunha, o qual, em suas declarações,
xxx, do Código de Processo Penal, contra decisão que o ratificou os fatos. Também ficou apurado que Jane possuía
condenou nas tenazes no artigo xxx do Código Penal, maus antecedentes e reincidente específica nesse tipo de
alegando em síntese, o seguinte:" crime, bem como que Gabriela havia morrido no dia
seguinte à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os
fatos, já que o veículo era essencial à sua subsistência. A ré
DOS FATOS confessou o crime em seu interrogatório.
(DECISÃO CONDENATÓRIA (TJ)) Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a cinco
" A citada decisão, no entanto, merece sofrer revisão, tendo anos de reclusão no regime inicial fechado para
em vista xxxx (hipótese do 621, CPP)" cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido
levada em consideração a confissão, a reincidência
específica, os maus antecedentes e as consequências do
FUNDAMENTOS DA REVISÃO crime, quais sejam, a morte da vítima e os danos
decorrentes da subtração de bem essencial à sua
subsistência. A condenação transitou definitivamente em
REQUERIMENTO FINAL - PEDIDO (art. 626, CPP)
julgado, e a ré iniciou o cumprimento da pena em 10 de
"Diante do exposto, pugna o requerente pela procedência novembro de 2012.
da presente REVISÃO CRIMINAL, com o fim de xxx (art. 626,
No dia 5 de março de 2013, você, já na condição de
CPP), para xxx"
advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a mãe de
“Requer, ainda, seja reconhecido o direito do Revisionando Jane, acompanhada de Gabriel, único parente vivo da
à indenização por erro judiciário, nos termos do disposto no vítima, que se identificou como sendo filho desta.
artigo 630 do CPP, artigo 5º, LXXV da CRFB e artigo 10 da
Ele informou que, no dia 27 de outubro de 2010, Jane,
Convenção Americana sobre os Direitos Humanos.”
acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou,
indicando o local onde o veículo estava escondido. O filho
Nestes termos, pede deferimento. da vítima, nunca mencionado no processo, informou que no
mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o veículo de
volta, sem nenhum embaraço, bem como que tal veículo
Local e data.
estava em seu poder desde então.
Assinatura do Advogado
Com base somente nas informações de que dispõe e nas
OAB/UF que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a
peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de
Habeas Corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas
* EXMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO pertinentes.
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
PROVA
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(CRFB) Art. 5º. LXIX - conceder-se-á mandado Autoridade que poderá desfazer o ato que está sendo
de segurança para proteger direito líquido e impugnado.
certo, não amparado por "habeas- Delegado JUIZ
corpus" ou "habeas-data", quando o Juiz TJ/TRF/TURMA RECURSAL
responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do 5. FINALIDADE
Poder Público; Desfazer o ato impugnado: deixar claro a ilegalidade ou o
abuso de poder.
1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL * Não há produção de provas
Art. 5º, LXIX, CRFB * Notificação da autoridade coatora (10 dias)
Lei 12.016/2009 – lei que disciplina o Mandado de * MP
Segurança. Contra decisão de 1º grau: Apelação
OBS: hipótese de recusa do delegado no acesso aos autos (no caso do HC é o RESE)
do IP daquilo que já foi documentado.
Contra decisão de 2º grau: ROC
Não cabe EIN (Súmula 597, STF)
Terminologia: IMPETRANTE (ativo);
AUTORIDADE COATORA (passivo). EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA
* Só é cabível contra ato de autoridade ou agente público ( CRIMINAL DA COMARCA _
não é cabível contra particular).
(3 linhas)
(STJ) Súmula 604: “Mandado de segurança não se presta MANDADO DE SEGURANÇA
para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal interposto (2 linhas)
pelo Ministério Público.”
(CABEÇALHO)
2. PRAZO "NOME, qualificação civil completa, vem, por seu procurador
judicial, a presença de Vossa Excelência, impetrar MANDADO DE
120 dias (CONTADOS DA CIÊNCIA DO ATO ILEGAL)
SEGURANÇA (COM PEDIDO LIMINAR), com fundamento no artigo
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança 5º, inciso LXIX da CF/88 e Lei 12.016/2009, contra ato do ...
extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados (AUTORIDADE COATORA), alegando em síntese, o seguinte:"
da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
O prazo de interposição do presente mandado de segurança, nos
termos do artigo 23 da Lei 12.016/2009, é de 120 dias, sendo que
3. HIPÓTESES a intimação do réu ocorreu em xxx (data), terminando em
i) ato de autoridade policial que impede o acesso ao xx/xx/xx, estando assim tempestivo
advogado aos autos do IP; ou que indefere a restituição de
coisas apreendidas; DOS FATOS
SÚMULA VINCULANTE 14. É direito do defensor, no (ATO ILEGAL OU COM ABUSO DE PODER)
interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos
de prova que, já documentados em procedimento
FUNDAMENTOS DA REVISÃO (DIREITO)
investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa. REQUERIMENTO FINAL - PEDIDO
*LEMBRANDO que descumprimento de súmula vinculante "Diante do exposto, pugna o requerente pela concessão da
cabe (também) reclamação ao STF, além do MS. medida liminar, visto presente o fumus boni iuris e o periculum in
mora, para determinar XXXX. Outrossim, notificar a autoridade
ii) juiz que indefere o pedido de habilitação do ofendido coatora para prestar informações e o MP, para ao final para que
como assistente de acusação; sigilo de informações no seja definitivamente concedida a segurança confirmando-se a
processo que o indivíduo foi absolvido; antecipar os efeitos liminar.
de tutela recursal quando não há previsão.
Atribui-se o valor da causa para efeitos fiscais, o de R$xxx.
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(Lei 7210/84) Art. 66, Lei 7210/84 Petição nos autos: pedido de
progressão; pedido de livramento condicional; pedido de
Art. 66, LEP
remição; pedido de saída temporária; Execução das penas
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de em espécies: privativa de liberdade; restritiva de liberdade;
qualquer modo favorecer o condenado; multa; medida de segurança.
II - declarar extinta a punibilidade;
Súmula 611, STF – “Transitada em julgado a sentença
III - decidir sobre: a) soma ou unificação de penas; condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação
b) progressão ou regressão nos regimes; c) de lei mais benigna.”
detração e remição da pena; d) suspensão
condicional da pena; e) livramento condicional; f) A execução definitiva ocorre apenas após trânsito em
incidentes da execução. julgado. Todavia, na lógica da súmula 716, STF é possível a
IV - autorizar saídas temporárias; V - determinar: execução provisória para antecipar benefícios, através de
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de PETIÇÃO NOS AUTOS PARA O JUÍZO DA EXECUÇÃO.
direitos e fiscalizar sua execução; b) a conversão da S. 716, STF – “Admite-se a progressão de regime de
pena restritiva de direitos e de multa em privativa cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime
de liberdade; c) a conversão da pena privativa de
menos severo nela determinada, antes do trânsito em
liberdade em restritiva de direitos; d) a aplicação
da medida de segurança, bem como a substituição
julgado da sentença condenatória.” Se a decisão for
da pena por medida de segurança; e) a revogação recorrível, mas já há possibilidade de concessão de
da medida de segurança; f) a desinternação e o benefício de execução.
restabelecimento da situação anterior; g) o O STF entende que deve haver uma execução provisória
cumprimento de pena ou medida de segurança em para conceder o benefício.
outra comarca; h) a remoção do condenado na
hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei.
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da 2. LEGITIMIDADE
medida de segurança;
APENADO
VII - inspecionar, mensalmente, os
estabelecimentos penais, tomando providências
para o adequado funcionamento e promovendo, 3. ENDEREÇAMENTO
quando for o caso, a apuração de
JUIZ DA VARA DE EXECUÇÃO PENAL
responsabilidade;
VIII - interditar, no todo ou em parte,
SUMULA 192, STJ - Compete ao Juízo das Execuções Penais
estabelecimento penal que estiver funcionando em do Estado a execução das penas impostas a sentenciados
condições inadequadas ou com infringência aos pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos
dispositivos desta Lei; a estabelecimentos sujeitos à administração estadual. A
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade. competência é determinada pela unidade prisional em que
o apenado cumpre sua pena. Assim, caso tenha sido
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.
condenado pela justiça federal, mas cumpre pena em
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da presídio estadual, a competência será no juiz estadual.
decisão, despacho ou sentença: (CPP)
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão
condicional da pena; (Quando for concedida na 4. FINALIDADE
sentença caberá apelação; no Juízo de Execução – PEDIDO DE BENEFÍCIO PARA A PENA. SENTENCIADO;
Agravo)
APENADO; CONDENADO
- que conceder, negar ou revogar livramento
condicional;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas; (Na
Sentença – Apelação; Juizo de Execução-Agravo)
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605. A superveniência da maioridade penal não interfere na 545. Quando a confissão for utilizada para a formação do
apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante
medida socioeducativa em curso, inclusive na prevista no art. 65, III, d, do Código Penal.
liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 542. A ação penal relativa ao crime de lesão corporal
21 anos. resultante de violência doméstica contra a mulher é
600. Para a configuração da violência doméstica e familiar pública incondicionada.
prevista no artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria 536. A suspensão condicional do processo e a transação
da Penha) não se exige a coabitação entre autor e penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao
vítima. rito da Lei Maria da Penha.
599. O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes 535. A prática de falta grave não interrompe o prazo para
contra a administração pública. fim de comutação de pena ou indulto.
593. O crime de estupro de vulnerável se configura com a 534. A prática de falta grave interrompe a contagem do
conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com prazo para a progressão de regime de cumprimento de
menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa
consentimento da vítima para a prática do ato, sua infração.
experiência sexual anterior ou existência de
relacionamento amoroso com o agente. 533. Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar
no âmbito da execução penal, é imprescindível a
589. É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes instauração de procedimento administrativo pelo
ou contravenções penais praticados contra a mulher diretor do estabelecimento prisional, assegurado o
no âmbito das relações domésticas. direito de defesa, a ser realizado por advogado
588. A prática de crime ou contravenção penal contra a constituído ou defensor público nomeado.
mulher com violência ou grave ameaça no ambiente 528. Compete ao juiz federal do local da apreensão da
doméstico impossibilita a substituição da pena droga remetida do exterior pela via postal processar e
privativa de liberdade por restritiva de direitos. julgar o crime de tráfico internacional.
587. Para a incidência da majorante prevista no art. 40, V, 527. O tempo de duração da medida de segurança não
da Lei n. 11.343/2006, é desnecessária a efetiva deve ultrapassar o limite máximo da pena
transposição de fronteiras entre estados da Federação, abstratamente cominada ao delito praticado.
sendo suficiente a demonstração inequívoca da
intenção de realizar o tráfico interestadual. 526. O reconhecimento de falta grave decorrente do
cometimento de fato definido como crime doloso no
582. Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse cumprimento da pena prescinde do trânsito em
do bem mediante emprego de violência ou grave julgado de sentença penal condenatória no processo
ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à penal instaurado para apuração do fato.
perseguição imediata ao agente e recuperação da
coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e 522. A conduta de atribuir-se falsa identidade perante
pacífica ou desvigiada. autoridade policial é típica, ainda que em situação de
alegada autodefesa.
575. Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou
entregar a direção de veículo automotor a pessoa que
não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer JURISPRUDÊNCIAS 2020 / 2021 /
das situações previstas no art. 310 do CTB,
independentemente da ocorrência de lesão ou de 2022 / 2023
perigo de dano concreto na condução do veículo. 2023
567. Sistema de vigilância realizado por monitoramento EDIÇÃO N. 205: MEDIDAS PROTETIVAS NA LEI MARIA DA PENHA
eletrônico ou por existência de segurança no interior - LEI N. 11.340/2006
de estabelecimento comercial, por si só, não torna
1) As medidas protetivas previstas na Lei n. 11.340/2006 são
impossível a configuração do crime de furto. aplicáveis às minorias, como transexuais, transgêneros,
562. É possível a remição de parte do tempo de execução cisgêneros e travestis em situação de violência doméstica,
da pena quando o condenado, em regime fechado ou afastado o aspecto meramente biológico.
semiaberto, desempenha atividade laborativa, ainda 2) As medidas protetivas impostas pela prática de violência
que extramuros. doméstica e familiar contra a mulher possuem natureza
satisfativa, motivo pelo qual podem ser pleiteadas de forma
546. A competência para processar e julgar o crime de uso
autônoma, independentemente da existência de outras ações
de documento falso é firmada em razão da entidade judiciais.
ou órgão ao qual foi apresentado o documento
público, não importando a qualificação do órgão 3) Não se aplica o art. 308 do CPC/2015, que exige o ajuizamento
de ação principal no prazo de trinta dias, à medida protetiva de
expedidor.
alimentos deferida com fundamento na Lei n. 11.340/2006, que
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possui natureza satisfativa, e não cautelar. 2) Ante a ausência de previsão normativa, a apelação é o
(...)10) Compete à Justiça Federal apreciar pedido de medida recurso adequado para impugnar decisão de juiz de
protetiva de urgência decorrente de crime de ameaça contra primeiro grau que recusa homologação do acordo de
mulher, iniciado no estrangeiro com resultado no Brasil e colaboração premiada.
cometido por meio de rede social de grande alcance. 3) Não constitui erro grosseiro a interposição de
EDIÇÃO N. 206: MEDIDAS PROTETIVAS NA LEI MARIA DA PENHA correição parcial, ao invés de apelação, contra a decisão
II - LEI N. 11.340/2006 que recusa homologação de acordo de colaboração
1) É desnecessária a demonstração de subjugação feminina para premiada diante da existência de dúvida objetiva quanto
o deferimento de medidas protetivas de urgência previstas na ao instrumento adequado, por aplicação do princípio da
Lei Maria da Penha. fungibilidade recursal.
2) As medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e 4) Ante a ausência de previsão normativa, o agravo
III do art. 22 da Lei Maria da Penha têm natureza jurídica de regimental é o recurso adequado para impugnar decisão
cautelares penais e, por isso, devem ser analisadas à luz do de desembargador relator que recusa homologação do
Código de Processo Penal, logo não há falar em citação do acordo de colaboração premiada.
requerido para apresentar contestação, tampouco em 5) O colaborador beneficiado com delação premiada
decretação da revelia, nos moldes da lei processual civil.
pode ser ouvido em juízo como testemunha, desde que
3) As medidas protetivas deferidas com base no art. 22, incisos I, não figure como réu no mesmo processo.
II e III, da Lei n. 11.340/2006 possuem natureza penal, por essa
razão deve ser reconhecida a incompetência das Câmaras Cíveis
6) É possível a oitiva de coautor colaborador, constante
para apreciar e julgar recursos propostos contra referidas ou não do processo, exige-se, contudo, que a condição
medidas. de favorecido com acordo de colaboração premiada seja
de conhecimento do acusado.
4) A competência para a persecução penal de crimes praticados
no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher é do 7) Aplicada a redução prevista no acordo de colaboração
Juízo do local dos fatos; se, posteriormente, a vítima requerer e premiada firmado com o Ministério Público, não é
obtiver medidas protetivas de urgência no Juízo cível de seu cabível a incidência de minorante da delação premiada
novo domicílio, não ocorrerá prevenção nem modificação de unilateral, pois implicaria aplicar, duas vezes, causa de
competência para a análise de feito criminal. redução da pena com base no mesmo fato, o que
(...)6) O Código de Processo Penal e a Lei Maria da Penha não configura bis in idem de benefícios.
fixam prazo para a vigência das medidas protetivas de urgência, 8) A concessão dos benefícios legais decorrentes da
entretanto sua duração temporal deve ser pautada pelo delação premiada depende da efetiva e eficaz
princípio da razoabilidade, pois não é possível a eternização da contribuição do agente colaborador.
restrição a direitos individuais
9) Os benefícios da colaboração premiada não são
7) É indevida a manutenção de medidas protetivas de urgência aplicáveis no âmbito do processo administrativo
na hipótese de conclusão do inquérito policial sem indiciamento
disciplinar.
do acusado.
10) Os benefícios legais decorrentes da colaboração
8) Não é cabível a substituição da pena privativa de liberdade por
premiada não são aplicáveis no âmbito da ação de
restritiva de direitos no crime de descumprimento de medidas
protetivas de urgência, haja vista que um dos bens jurídicos
improbidade administrativa.
tutelados é a integridade física e psíquica da mulher em favor de EDIÇÃO N. 193: DA COLABORAÇÃO PREMIADA (2022)
quem se fixaram tais medidas.
1) A par da promulgação da Lei n. 12.850/2013, há no
9) O descumprimento de ordem judicial que impõe medida ordenamento jurídico previsões esparsas de colaboração
protetiva de urgência em favor de vítima de violência premiada - gênero do qual a delação premiada é espécie.
doméstica autoriza decretação da prisão preventiva.
2) Os institutos da colaboração premiada (Lei n.
10) Cabe habeas corpus para apurar eventual ilegalidade na 12.850/2013) e da delação premiada (presente em
fixação de medida protetiva de urgência consistente na proibição legislações esparsas) são dotados de natureza jurídica
de aproximar-se de vítima de violência doméstica e familiar, pois
distinta: a colaboração é um negócio jurídico bilateral
limita a liberdade de ir e vir do paciente
firmado entre as partes interessadas, enquanto a
delação é ato unilateral do acusado.
2022 3) O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico
personalíssimo, que gera obrigações e direitos entre as
EDIÇÃO N. 194: DA COLABORAÇÃO PREMIADA II (2022) partes celebrantes e não interfere, automaticamente, na
1) Eventual dilação do término da instrução probatória esfera jurídica de terceiros, razão pela qual estes, ainda
decorrente de inclusão de novos acordos de colaboração que expressamente mencionados ou acusados pelo
premiada não serve como fundamento para, por si só, delator em suas declarações, não têm legitimidade para
configurar excesso de prazo na fase instrutória, pois não questionar a validade do acordo celebrado.
indica desídia ou negligência do Poder Judiciário ou do 4) Não é possível expandir os benefícios advindos da
Ministério Público Federal no exercício de suas funções. delação premiada, ato unilateral do acusado, para além
da fronteira objetiva e subjetiva da ação penal, em
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virtude de sua natureza endoprocessual, sob pena de estabelecimento penal federal de segurança máxima.
violação ou afronta ao princípio do juiz natural. 5) O prazo de 90 dias previsto no parágrafo único do
5) Compete ao Poder Judiciário a análise da extensão dos art. 316 do CPP para revisão da prisão preventiva não é
benefícios firmados em acordo de colaboração peremptório, de modo que eventual atraso na execução
premiada, observada legislação vigente, especialmente o do ato não implica reconhecimento automático da
que dispõe o art. 4º, § 1º, da Lei n. 12.850/2013. ilegalidade da prisão, tampouco a imediata colocação
6) A atuação do Poder Judiciário na homologação do do custodiado cautelar em liberdade.
acordo de colaboração premiada (art. 4º, § 7º, da Lei n. 6) A revisão periódica e de ofício da legalidade da prisão
12.850/2013) deve se limitar à análise de regularidade, preventiva disciplinada no parágrafo único do art. 316
legalidade e voluntariedade do negócio jurídico firmado, do CPP, incluída pela Lei n. 13.964/2019, não se aplica
não é, portanto, permitido emitir juízo de valor acerca de aos tribunais, quando em atuação como órgão revisor.
declarações ou elementos informativos prestados pelo 7) Não é possível a decretação da prisão preventiva de
colaborador ou, ainda, quanto à conveniência e à ofício em face do que dispõe a Lei n. 13.964/2019,
oportunidade do acordo. mesmo se decorrente de conversão da prisão em
7) A concessão dos benefícios da delação previstos nos flagrante.
arts. 13 (perdão judicial) e 14 (causa de diminuição de 8) A posterior manifestação do órgão ministerial ou da
pena) da Lei n. 9.807/1999 - Lei de Proteção a Vítimas, autoridade policial pela conversão ou decretação de
Testemunhas e Réus Colaboradores - depende do prisão cautelar supre o vício de não observância da
preenchimento cumulativo dos requisitos legais neles formalidade do prévio requerimento para a prisão
descritos. preventiva decretada de ofício.
8) A concessão do benefício da delação previsto no art. 9) A exigência de representação da vítima como
41 (causa de diminuição de pena) da Lei n. 11.343/2006 - condição de procedibilidade para a ação penal por
Lei de Drogas - depende do preenchimento cumulativo estelionato, inserida pela Lei n. 13.964/2019, não
dos requisitos legais nele descritos. alcança os processos cuja denúncia foi apresentada
9) A gravação ambiental realizada por colaborador antes da vigência de referida norma.
premiado, um dos interlocutores da conversa, sem o 10) A retroatividade da representação da vítima no
consentimento dos outros, é lícita, ainda que obtida sem crime de estelionato, inserida pelo Pacote Anticrime,
autorização judicial, e pode ser validamente utilizada deve se restringir à fase policial, pois não alcança o
como meio de prova no processo penal. processo.
EDIÇÃO N. 185: DO PACOTE ANTICRIME II (2022/2021)
EDIÇÃO N. 184: DO PACOTE ANTICRIME (2022/2021) 1) O acordo de não persecução penal - ANPP, previsto
1) Após a entrada em vigor do Pacote Anticrime, no art. 28-A do Código de Processo Penal, aplica-se a
reconhece-se a retroatividade do patamar estabelecido fatos ocorridos antes da Lei n. 13.964/2019, desde que
no art. 112, V, da Lei n. 7.210/1984, àqueles apenados não recebida a denúncia.
que, embora tenham cometido crime hediondo ou 2) O acordo de não persecução penal - ANPP não
equiparado sem resultado morte, não sejam constitui direito subjetivo do investigado, assim pode
reincidentes em delito de natureza semelhante. ser proposto pelo Ministério Público conforme as
2) Após a entrada em vigor do Pacote Anticrime, o peculiaridades do caso concreto, quando considerado
condenado por crime hediondo ou equiparado com necessário e suficiente para reprovar e prevenir
resultado morte, que seja reincidente genérico, deverá infrações penais.
cumprir ao menos 50% da pena para a progressão de 3) O controle do Poder Judiciário quanto ao pedido de
regime prisional, pelo uso da analogia in bonam revisão do não oferecimento do acordo de não
partem. persecução penal - ANPP deve se limitar a questões
3) O requisito previsto no art. 83, III, b, do Código Penal, relacionadas aos requisitos objetivos, não é, portanto,
inserido pela Lei n. 13.964/2019 (não cometimento de legítimo o exame do mérito a fim de impedir a remessa
falta grave nos últimos 12 meses) é pressuposto dos autos ao órgão superior do Ministério Público.
objetivo para a concessão de livramento condicional, e 4) O Ministério Público não é obrigado a notificar o
não limita a valoração do requisito subjetivo, inclusive investigado no caso de recusa de oferecimento de
quanto a fatos anteriores à vigência do Pacote acordo de não persecução penal - ANPP.
Anticrime, de forma que somente haverá fundamento
inválido quando consideradas faltas disciplinares muito 5) Após a vigência do Pacote Anticrime, é possível
antigas. celebrar acordo de não persecução cível em fase
recursal no âmbito da ação de improbidade
4) O Pacote Anticrime estendeu o prazo inicial de administrativa.
permanência do custodiado em presídio federal de 360
dias para 3 anos, sem alterar o disposto na Lei n. 6) O Pacote Anticrime, atento à jurisprudência
11.671/2008, que não prevê limite temporal para dominante do Superior Tribunal de Justiça e do
renovação de permanência de preso em Supremo Tribunal Federal, introduziu, no § 1º do art.
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315 do CPP, o requisito da contemporaneidade dos ideias, uma interpretação teleológica da Lei n.
fatos como fundamento para decisão que decretar, 13.257/2016, em conjunto com as disposições da Lei de
substituir ou denegar prisão preventiva ou qualquer Execução Penal, e à luz do constitucionalismo fraterno,
outra medida cautelar diversa da prisão, vedada a previsto no art. 3º, bem como no preâmbulo da
exposição de motivos genéricos e abstratos. Constituição Federal, revela ser possível se inferir que as
7) Após alterações promovidas pelo Pacote Anticrime inovações trazidas pelo novo regramento podem ser
na Lei n. 8.072/1990, o crime de porte ou posse de arma aplicadas também à fase de execução da pena.
de fogo de uso permitido com numeração, marca ou (Informativo n. 647.)
qualquer outro sinal de identificação raspado, O Decreto n. 9.246/2017 não traz nenhuma ressalva ao
suprimido ou adulterado deixou de ser equiparado a regime de cumprimento de pena quando dispõe sobre a
hediondo. comutação aos condenados que cumprem pena privativa
8) Após revogação expressa do art. 2º, § 2º, da Lei n. de liberdade. Ao incluir na previsão legal as pessoas que
8.072/1990 pelo Pacote Anticrime, a progressão de estão em liberdade ou bastante próximas de sua
regime para os condenados pela prática de crime obtenção, o Presidente da República não vedou, via
hediondo ou equiparado passou a ser regida pelo art. reversa, o benefício aos reeducandos dos regimes
112 da Lei n. 7.210/1992 (LEP), que modificou a semiaberto e fechado. Assim, o art. 8° do Decreto n.
sistemática com o acréscimo de critérios e percentuais 9.246/2017 é norma inclusiva e não proibitiva.
distintos e específicos para cada grupo, conforme a (Informativo n. 659.)
natureza do crime. A qualificação de hediondez aos crimes do art. 16 da Lei
9) Antes da entrada em vigor do Pacote Anticrime, não n. 10.826/2003, inserida pela Lei n. 13.497/2017,
é ilegal a decretação de prisão preventiva de ofício, abrange os tipos do caput e as condutas equiparadas
ainda que decorrente de conversão da prisão em previstas no seu parágrafo único. O art. 16 da Lei n.
flagrante, pois as normas de natureza processual 10.826/2003 (Estatuto do desarmamento) prevê
sujeitam-se ao princípio tempus regit actum e não gravosas condutas de contato com "arma de fogo,
retroagem para atingir atos praticados antes da sua acessório ou munição de uso proibido ou restrito", vindo
vigência. seu parágrafo único a acrescer figuras equiparadas - em
gravidade e resposta criminal. Dessa forma, ainda que
10) Apesar da alteração legislativa promovida pela Lei algumas das condutas equiparadas possam ser
n. 13.964/2019 no art. 492, I, e, do Código de Processo praticadas com armas de uso permitido, o legislador as
Penal - CPP, a jurisprudência do Superior Tribunal de considerou graves ao ponto de torná-las com reprovação
Justiça e do Supremo Tribunal Federal entende que é criminal equivalente às condutas do caput. No art. 1º,
ilegal a execução provisória da pena como decorrência parágrafo único, da Lei n. 8.072/1990, com redação dada
automática da condenação proferida pelo Tribunal do pela Lei n. 13.497/2017, o legislador limitou-se a prever
Júri, salvo quando demonstrados os fundamentos da que o delito descrito no art. 16 da Lei n. 10.826/2003 é
prisão preventiva. considerado hediondo. Assim, como a equiparação é
11) A busca e apreensão é medida cautelar real, assim, tratamento igual para todos os fins, considerando
diferentemente das cautelares pessoais, independe, equivalente o dano social e equivalente também a
para sua concessão, da comprovação do requisito da necessária resposta penal, salvo ressalva expressa, ao ser
contemporaneidade dos fatos introduzido pelo Pacote qualificado como hediondo o art. 16 da Lei n.
Anticrime no § 1º do art. 315 do CPP. 10.826/2003, as condutas equiparadas devem receber
igual tratamento. (Informativo n. 657.)
2020
A pendência de julgamento de litígio no exterior não
É possível a concessão de prisão domiciliar, ainda que se
impede, por si só, o processamento da ação penal no
trate de execução provisória da pena, para condenada
Brasil, não configurando bis in idem.
com filho menor de 12 anos ou responsável por pessoa
com deficiência. No caso, a ré havia sido beneficiada com É impossível aplicar a analogia entre o instituto da
a conversão da prisão preventiva em domiciliar, mas, interceptação telefônica e o espelhamento, por meio do
diante da confirmação da condenação, foi determinada a Whatsapp Web, das conversas realizadas pelo aplicativo
expedição do mandado de prisão, para se dar início à Whatsapp. Inicialmente, cumpre salientar que, ao
execução provisória da pena. Há precedentes desta contrário da interceptação telefônica, no âmbito da qual
Corte, contudo, autorizando a concessão de prisão o investigador de polícia atua como mero observador de
domiciliar mesmo em execução provisória da pena, não conversas empreendidas por terceiros, no espelhamento
se podendo descurar, ademais, que a prisão domiciliar é via WhatsApp Web o investigador de polícia tem a
instituto previsto tanto no art. 318, inciso V, do Código concreta possibilidade de atuar como participante tanto
de Processo Penal, para substituir a prisão preventiva de das conversas que vêm a ser realizadas quanto das
mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade conversas que já estão registradas no aparelho celular,
incompletos, quanto no art. 117, inciso III, da Lei de haja vista ter o poder, conferido pela própria plataforma
Execuções Penais, que se refere à execução provisória ou online, de interagir diretamente com conversas que
definitiva da pena, para condenada com filho menor ou estão sendo travadas, de enviar novas mensagens a
deficiente físico ou mental. Nesse encadeamento de qualquer contato presente no celular, e de excluir, com
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total liberdade, e sem deixar vestígios, qualquer processo de transformação de visto, de registro, de
mensagem passada, presente ou futura. Insta registrar alteração de assentamentos, de naturalização, ou para a
que, por mais que os atos praticados por servidores obtenção de passaporte para estrangeiro, laissez-passer
públicos gozem de presunção de legitimidade, doutrina e ou, quando exigido, visto de saída, prevista no art. 125,
jurisprudência reconhecem que se trata de presunção XIII, da Lei n. 6.815/1980, não deixou de ser crime no
relativa, que pode ser ilidida por contra-prova Brasil com a revogação da referida lei, não havendo que
apresentada pelo particular. Não é o caso, todavia, do se falar em abolitio criminis, mas subsume-se agora ao
espelhamento: o fato de eventual exclusão de art. 299 do Código Penal. Operou-se, na espécie, o
mensagens enviadas (na modalidade "Apagar para mim") princípio da continuidade normativa típica. (Informativo
ou recebidas (em qualquer caso) não deixar n. 660.)
absolutamente nenhum vestígio nem para o usuário nem A alteração do sistema de medição, mediante fraude,
para o destinatário, e o fato de tais mensagens excluídas, para que aponte resultado menor do que o real consumo
em razão da criptografia endto-end, não ficarem de energia elétrica configura estelionato. Não se
armazenadas em nenhum servidor, constituem desconhece o precedente firmado nos autos do RHC n.
fundamentos suficientes para a conclusão de que a 62.437/SC, em 2016, em que o Ministro Nefi Cordeiro
admissão de tal meio de obtenção de prova implicaria consigna que a subtração de energia por alteração de
indevida presunção absoluta da legitimidade dos atos medidor sem o conhecimento da concessionária, melhor
dos investigadores, dado que exigir contraposição idônea se amolda ao delito de furto mediante fraude e não ao
por parte do investigado seria equivalente a demandar- de estelionato. Ao que se pode concluir dos estudos
lhe produção de prova diabólica (o que não ocorre em doutrinários, no furto, a fraude visa a diminuir a
caso de interceptação telefônica, na qual se oportuniza a vigilância da vítima e possibilitar a subtração da res
realização de perícia). Em segundo lugar, ao contrário da (inversão da posse). O bem é retirado sem que a vítima
interceptação telefônica, que tem como objeto a escuta perceba que está sendo despojada de sua posse. Por sua
de conversas realizadas apenas depois da autorização vez, no estelionato, a fraude objetiva fazer com que a
judicial (ex nunc), o espelhamento via QR Code viabiliza vítima incida em erro e voluntariamente entregue o
ao investigador de polícia acesso amplo e irrestrito a objeto ao agente criminoso, baseada em uma falsa
toda e qualquer comunicação realizada antes da percepção da realidade. No caso dos autos, verfica-se
mencionada autorização, operando efeitos retroativos que as fases "A" e "B" do medidor estavam isoladas por
(ex tunc). Em termos técnico-jurídicos, o espelhamento um material transparente, que permitia a alteração do
seria melhor qualificado como um tipo híbrido de relógio e, consequentemente, a obtenção de vantagem
obtenção de prova consistente, a um só tempo, em ilícita aos acusados pelo menor consumo/pagamento de
interceptação telefônica (quanto às conversas ex nunc) e energia elétrica - por induzimento em erro da companhia
em quebra de sigilo de e-mail (quanto às conversas ex de eletricidade. Assim, não se trata da figura do "gato"
tunc). Não há, todavia, ao menos por agora, previsão de energia elétrica, em que há subtração e inversão da
legal de um tal meio de obtenção de prova híbrido. Por posse do bem. Trata-se de serviço lícito, prestado de
fim, ao contrário da interceptação telefônica, que é forma regular e com contraprestação pecuniária, em que
operacionalizada sem a necessidade simultânea de busca a medição da energia elétrica é alterada, como forma de
pessoal ou domiciliar para apreensão de aparelho burla ao sistema de controle de consumo - fraude - por
telefônico, o espelhamento via QR Code depende da induzimento em erro, da companhia de eletricidade, que
abordagem do indivíduo ou do vasculhamento de sua mais se adequa à figura descrita no tipo elencado no art.
residência, com apreensão de seu aparelho telefônico 171, do Código Penal (estelionato). (Informativo n. 648.)
por breve período de tempo e posterior devolução
desacompanhada de qualquer menção, por parte da Tráfico de drogas. Crime praticado em presídio por meio
autoridade policial, à realização da medida constritiva, de telefone. Art. 40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006.
ou mesmo, porventura acompanhada de afirmação falsa Majorante. Incidência . Não é necessário que a droga
de que nada foi feito. (Informativo n. 640.) passe por dentro do presídio para que incida a majorante
prevista no art. 40, III, da Lei n. 11.343/2006. Em estando
Eventuais condenações criminais do réu transitadas em os autores dos crimes incluídos no sistema penitenciário,
julgado e não utilizadas para caracterizar a reincidência não se pode afastar a conclusão de que seus atos foram
somente podem ser valoradas, na primeira fase da praticados no interior do presídio, ainda que os efeitos
dosimetria, a título de antecedentes criminais, não se destes atos tenham se manifestado a quilômetros de
admitindo sua utilização também para desvalorar a distância. O inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006 não
personalidade ou a conduta social do agente. faz a exigência de que as drogas, objeto do crime,
(Informativo n. 647.) efetivamente passem por dentro dos locais que se busca
No caso de furto de energia elétrica mediante fraude, o dar maior proteção, mas apenas que o cometimento dos
adimplemento do débito antes do recebimento da crimes tenha ocorrido em seu interior. (Informativo n.
denúncia não extingue a punibilidade. (Informativo n. 659.)
645.) O crime do art. 240 do Estatuto da Criança e do
Insta salientar, inicialmente, que a Lei n. 6.815/1980 foi Adolescente - ECA se insere no contexto de proibição da
expressamente revogada pela Lei n. 13.445/2017. No produção e registro visual, por qualquer meio, de cenas
entanto, a conduta de fazer declaração falsa em de sexo explícito, no sentido da interpretação autêntica
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tipo do art. 157 do Código Penal não pode ser admitida condições impostas pelo juízo da execução, admite-se ao
em razão dos princípios elementares da tipicidade e da executado, em prisão domiciliar, ausentar-se de sua
legalidade estrita que regem a aplicação da lei penal. A residência para frequentar culto religioso, no período
doutrina conceitua coisa como "tudo aquilo que existe, noturno. (Informativo n. 657.)
podendo tratar-se de objetos inanimados ou de Reeducando, em prisão domiciliar, pode ser autorizado a
semoventes". Ademais, embora a dívida do agente para se ausentar de sua residência para frequentar culto
com o motorista tenha valor econômico, de coisa não se religioso no período noturno. O benefício da prisão
trata, ao menos para fins de definição jurídica exigida domiciliar possui normas de conduta a serem cumpridas,
para a correta tipificação da conduta. Aliás, de acordo entre elas o recolhimento domiciliar até às 19h. Dessa
com a doutrina, "os direitos reais ou pessoais não podem forma, as atividades profissionais e pessoais devem se
ser objeto de furto". (Informativo n. 658.) adequar aos horários e obrigações pré-estabelecidos.
É possível a configuração do delito de assédio sexual na Ocorre, todavia, que o cumprimento de prisão domiciliar
relação entre professor e aluno. Inicialmente cumpre não impede a liberdade de culto, quando compatível
salientar que a maior parte da doutrina despreza a com as condições impostas ao reeducando, atendendo à
condição de superior hierárquico ou ascendência finalidade ressocializadora da pena. Ademais,
inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função na considerada a possibilidade de controle do horário e de
relação professor-aluno. Todavia, é irrazoável excluir a delimitação da área percorrida por meio do
(nítida) relação de ascendência - elemento normativo do monitoramento eletrônico, o comparecimento a culto
tipo - por parte do docente no caso de violação de um de religioso não representa risco ao cumprimento da pena.
seus deveres funcionais e morais, consistente em atribuir Assim, não havendo notícia do descumprimento das
notas, reconhecer o mérito e aprovar o aluno não apenas condições impostas pelo juízo da execução, admite-se ao
pelo seu desempenho intelectual, mas por eventual executado, em prisão domiciliar, ausentar-se de sua
barganha sexual. Ademais, é notório o propósito do residência para frequentar culto religioso, no período
legislador de punir aquele que se prevalece da condição noturno. (Informativo n. 657.)
de professor para obter vantagem de natureza sexual. Há compatibilidade entre o benefício da saída
Nenhuma outra profissão suscita tamanha reverência e temporária e prisão domiciliar por falta de
vulnerabilidade quanto a que envolve a relação aluno- estabelecimento adequado para o cumprimento de pena
mestre, que alcança, por vezes, autoridade paternal - de reeducando que se encontre no regime semiaberto.
dentro de uma visão mais tradicional do ensino. O 331 INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR Ao apenado em
professor está presente na vida de crianças, jovens e regime semiaberto que preencher os requisitos objetivos
também adultos durante considerável quantidade de e subjetivos do art. 122 e seguintes da Lei de Execuções
tempo, torna-se exemplo de conduta e os guia para a Penais, deve ser concedido o benefício das saídas
formação cidadã e profissional, motivo pelo qual a temporárias. No caso, a Corte local indeferiu o pedido de
"ascendência" constante do tipo penal do art. 216-A do saídas temporárias, por entender que o benefício é
Código Penal não pode se limitar à ideia de relação incompatível com a prisão domiciliar. Observado que o
empregatícia entre as partes. Assim, releva-se patente a benefício da saída temporária tem como objetivo a
aludida "ascendência", em virtude da "função" - outro ressocialização do preso e é concedido ao apenado em
elemento normativo do tipo -, dada a atribuição que tem regime mais gravoso - semiaberto -, não se justifica negar
o cátedra de interferir diretamente no desempenho a benesse ao reeducando que se encontra em regime
acadêmico do discente, situação que gera no estudante o menos gravoso - aberto, na modalidade de prisão
receio da reprovação. (Informativo n. 658.) domiciliar -, em razão de ausência de vagas em
A concessão do benefício da transação penal impede a estabelecimento prisional compatível com o regime
impetração de habeas corpus em que se busca o semiaberto. (Informativo n. 655.)
trancamento da ação penal. (Informativo n. 657.) É ilícita a prova obtida mediante conduta da autoridade
Reeducando, em prisão domiciliar, pode ser autorizado a policial que atende, sem autorização, o telefone móvel
se ausentar de sua residência para frequentar culto do acusado e se passa pela pessoa sob investigação. No
religioso no período noturno. O benefício da prisão caso, no momento da abordagem ao veículo em que
domiciliar possui normas de conduta a serem cumpridas, estava o acusado, o policial atendeu ao telefone do
entre elas o recolhimento domiciliar até às 19h. Dessa condutor, sem autorização para tanto, e passou-se por
forma, as atividades profissionais e pessoais devem se ele para fazer a negociação de drogas e provocar o
adequar aos horários e obrigações pré-estabelecidos. flagrante. Esse policial também obteve acesso, sem
Ocorre, todavia, que o cumprimento de prisão domiciliar autorização pessoal nem judicial, aos dados do aparelho
não impede a liberdade de culto, quando compatível de telefonia móvel em questão, lendo mensagem que
com as condições impostas ao reeducando, atendendo à não lhe era dirigida. Tal conduta, embora não se encaixe
finalidade ressocializadora da pena. Ademais, perfeitamente no conceito de interceptação telefônica,
considerada a possibilidade de controle do horário e de revela verdadeira invasão de privacidade e indica a
delimitação da área percorrida por meio do quebra do sigilo das comunicações telefônicas, em
monitoramento eletrônico, o comparecimento a culto afronta a princípios muito caros do nosso ordenamento
religioso não representa risco ao cumprimento da pena. jurídico. Não merece, portanto, o endosso do Superior
Assim, não havendo notícia do descumprimento das Tribunal de Justiça, mesmo que se tenha em mira a
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persecução penal de pessoa supostamente envolvida impossibilidade da efetiva refutação da tese acusatória.
com tráfico de drogas. Nesse contexto, não tendo a O emprego de trechos da interceptação pode ensejar a
autoridade policial permissão, do titular da linha extração de conversas descontextualizadas, de modo que
telefônica ou mesmo da Justiça, para ler mensagens nem a falta de acesso ao inteiro teor das mídias obsta que a
para atender ao telefone móvel da pessoa sob defesa possa impugná-las no momento oportuno,
investigação e travar conversa por meio do aparelho com notadamente quando a condenação se fundamenta na
qualquer interlocutor que seja se passando por seu prova combatida. Sendo assim, uma vez lastreada a
dono, a prova obtida dessa maneira arbitrária é ilícita. condenação fortemente nas provas obtidas durante o
(Informativo n. 655.) monitoramento telefônico, advindo de prova
É possível a deflagração de investigação criminal com emprestada, constata-se
base em matéria jornalística. INFORMAÇÕES DO INTEIRO flagrante prejuízo à defesa não ser facultado o amplo
TEOR Inicialmente, para a configuração de justa causa, acesso à integralidade da prova, motivo pelo qual deve
seguindo o escólio da doutrina, "torna-se necessário [...] ser reconhecida a nulidade. (Informativo n. 648.)
a demonstração, prima facie, de que a acusação não Diante do duplo julgamento do mesmo fato, deve
(seja) temerária ou leviana, por isso que lastreada em um prevalecer a sentença que transitou em julgado em
mínimo de prova. Este suporte probatório mínimo se primeiro lugar. Ademais, sobre o tema, o Supremo
relaciona com os indícios da autoria, existência material Tribunal Federal entende que "demonstrado o 'bis in
de uma conduta típica e alguma prova de sua idem', e assim a litispendência, prevalece a condenação
antijuridicidade e culpabilidade. Somente diante de todo imposta na primeira ação" (HC n. 69.615/SP, Rel.
este conjunto probatório é que, a nosso ver, se coloca o Ministro Carlos Velloso, 2ª Turma, DJ 19/2/1993) e que
princípio da obrigatoriedade da ação penal pública". "os institutos da litispendência e da coisa julgada
Nesse sentido, consigne-se que é possível que a direcionam à insubsistência do segundo processo e da
investigação criminal seja perscrutada pautando-se pelas segunda sentença proferida, sendo imprópria a
atividades diuturnas da autoridade policial, verbi gratia, prevalência do que seja mais favorável ao acusado" (HC
o conhecimento da prática de determinada conduta n. 101.131/DF, Rel. Ministro Luiz Fux, Rel. p/ acórdão
delitiva a partir de veículo midiático, no caso, a imprensa, Ministro Marco Aurélio, 1ª Turma, DJe 10/2/2012). Com
como de fato ocorreu. É o que se convencionou a base nessas premissas, reconhece-se a prevalência da
denominar, em doutrina, de notitia criminis de cognição primeira sentença transitada em julgado. (Informativo n.
imediata (ou espontânea), terminologia obtida a partir 642.)
da exegese do art. 5º, inciso I, do CPP, do qual se extrai
que "nos crimes de ação pública o inquérito policial será
iniciado de ofício". Ademais, e por fim, há previsão, de Informativo 779 (20 de junho de 2023)
jaez equivalente, no art. 3º da Resolução n. 181, de 2017
A vedação constante do art. 17 da Lei n. 11.340/2006 (Lei
do Conselho Nacional do Ministério Público, in verbis: o
Maria da Penha) obsta a imposição, nos casos de violência
procedimento investigatório criminal poderá ser
instaurado de ofício, por membro do Ministério Público, doméstica e familiar contra a mulher, de pena de multa
no âmbito de suas atribuições criminais, ao tomar isoladamente, ainda que prevista de forma autônoma no
conhecimento de infração penal de iniciativa pública, por preceito secundário do tipo penal imputado.
qualquer meio, ainda que informal, ou mediante
provocação (redação dada pela Resolução n. 183, de 24
Informativo 777 (6 de junho de 2023)
de janeiro de 2018). (Informativo n. 652.)
No crime de furto contra empresa de segurança e
É dever do Estado a disponibilização da integralidade das
conversas advindas nos autos de forma emprestada,
transporte de valores, o prejuízo está inserido no risco do
sendo inadmissível a seleção pelas autoridades de negócio e não autoriza a exasperação da pena basilar,
persecução de partes dos áudios interceptados. porquanto ínsito ao tipo penal.
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR Faculta-se à defesa a O exame de corpo de delito poderá, em determinadas
integralidade das conversas advindas nos autos de forma situações, ser dispensado para a configuração de lesão
emprestada, sendo inadmissível a seleção pelas corporal ocorrida em âmbito doméstico, na hipótese de
autoridades de persecução acerca das partes a serem subsistirem outras provas idôneas da materialidade do
extraídas, mormente quando atestado no tribunal de crime.
origem a existência de áudios descontinuados, sem
ordenação sequencial lógica e com omissão de trechos A existência de doença cardíaca de que padecia a vítima
da degravação, em que os excertos colacionados destas configura-se como concausa preexistente relativamente
interceptações constituem prova que interessa apenas independente, não sendo possível afastar o resultado mais
ao Ministério Público. Esta Corte Superior possui grave (morte) e, por consequência, a imputação de
entendimento de que a prova produzida durante a latrocínio. (o § 1º do art. 13 do Código Penal prevê uma
interceptação não pode servir apenas aos interesses do hipótese de exclusão da imputação - denominada por
órgão acusador, sendo imprescindível a preservação da alguns de "rompimento do nexo causal" -, respondendo o
sua integralidade, sem a qual se mostra inviabilizado o agente apenas pelos atos já praticados. Essa hipótese,
exercício da ampla defesa, tendo em vista a porém, apenas tem cabimento quando a concausa, além de
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do non bis in idem. 2. O monitoramento eletrônico É IMPOSSÍVEL APLICAR A ANALOGIA ENTRE O INSTITUTO DA
associado, atribuição do Estado, não é condição indeclinável INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E O ESPELHAMENTO, POR
para a detração dos períodos de submissão a essas medidas MEIO DO WHATSAPP WEB, DAS CONVERSAS REALIZADAS
cautelares, não se justificando distinção de tratamento ao PELO APLICATIVO WHATSAPP.
investigado ao qual não é determinado e disponibilizado o Inicialmente, cumpre salientar que, ao contrário da
aparelhamento. 3. A soma das horas de recolhimento interceptação telefônica, no âmbito da qual o investigador
domiciliar a que o réu foi submetido devem ser convertidas de polícia atua como mero observador de conversas
em dias para contagem da detração da pena. Se no empreendidas por terceiros, no espelhamento via
cômputo total remanescer período menor que vinte e WhatsApp Web o investigador de polícia tem a concreta
quatro horas, essa fração de dia deverá ser desprezada. possibilidade de atuar como participante tanto das
As condutas de plantar maconha para fins medicinais e conversas que vêm a ser realizadas quanto das conversas
importar sementes para o plantio não preenchem a que já estão registradas no aparelho celular, haja vista ter o
tipicidade material, motivo pelo qual se faz possível a poder, conferido pela própria plataforma online, de
expedição de salvo-conduto, desde que comprovada a interagir diretamente com conversas que estão sendo
necessidade médica do tratamento. travadas, de enviar novas mensagens a qualquer contato
O inadimplemento de pensão alimentícia apenas configura presente no celular, e de excluir, com total liberdade, e sem
crime de abandono material quando o agente possui deixar vestígios, qualquer mensagem passada, presente ou
recursos para prover o pagamento e deixa de fazê-lo futura. Insta registrar que, por mais que os atos praticados
propositadamente. por servidores públicos gozem de presunção de
legitimidade, doutrina e jurisprudência reconhecem que se
trata de presunção relativa, que pode ser ilidida por contra-
Informativo 756, 14 de novembro de 2022 prova apresentada pelo particular. Não é o caso, todavia, do
As medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II espelhamento: o fato de eventual exclusão de mensagens
e III do art. 22 da Lei Maria da Penha têm natureza de enviadas (na modalidade "Apagar para mim") ou recebidas
cautelares penais, não cabendo falar em citação do (em qualquer caso) não deixar absolutamente nenhum
requerido para apresentar contestação, tampouco a vestígio nem para o usuário nem para o destinatário, e o
possibilidade de decretação da revelia, nos moldes da lei fato de tais mensagens excluídas, em razão da criptografia
processual civil. end-to-end, não ficarem armazenadas em nenhum servidor,
constituem fundamentos suficientes para a conclusão de
É ilegal a fixação ad eternum de medida protetiva, devendo que a admissão de tal meio de obtenção de prova implicaria
o magistrado avaliar periodicamente a pertinência da indevida presunção absoluta da legitimidade dos atos dos
manutenção da cautela imposta. investigadores, dado que exigir contraposição idônea por
parte do investigado seria equivalente a demandar-lhe
Informativo 640 – Período 15 de fevereiro de 2019 produção de prova diabólica (o que não ocorre em caso de
interceptação telefônica, na qual se oportuniza a realização
SUSPENSÃO DO PROCESSO (ART. 366, CPP). PEDIDO DE de perícia). Em segundo lugar, ao contrário da
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA. DECISÃO interceptação telefônica, que tem como objeto a escuta de
INTERLOCUTÓRIA DE INDEFERIMENTO. RECURSO EM conversas realizadas apenas depois da autorização judicial
SENTIDO ESTRITO. CABIMENTO. INTERPRETAÇÃO (ex nunc), o espelhamento via QR Code viabiliza ao
EXTENSIVA DO INCISO XI DO ART. 581 DO CPP. investigador de polícia acesso amplo e irrestrito a toda e
É cabível recurso em sentido estrito para impugnar decisão qualquer comunicação realizada antes da mencionada
que indefere produção antecipada de prova, nas hipóteses autorização, operando efeitos retroativos (ex tunc). Em
do art. 366 do CPP. (EREsp 1.630.121-RN, Rel. Min. termos técnico-jurídicos, o espelhamento seria melhor
Reynaldo Soares da Fonseca, por unanimidade, julgado em qualificado como um tipo híbrido de obtenção de prova
28/11/2018, DJe 11/12/2018) consistente, a um só tempo, em interceptação telefônica
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER. (quanto às conversas ex nunc) e em quebra de sigilo de e-
ALIMENTOS FIXADOS A TÍTULO DE MEDIDA PROTETIVA. mail (quanto às conversas ex tunc). Não há, todavia, ao
DECISÃO EM PROCESSO PENAL. TÍTULO IDÔNEO. menos por agora, previsão legal de um tal meio de
INADIMPLEMENTO. PRISÃO CIVIL. POSSIBILIDADE. obtenção de prova híbrido. Por fim, ao contrário da
interceptação telefônica, que é operacionalizada sem a
A decisão proferida em processo penal que fixa alimentos necessidade simultânea de busca pessoal ou domiciliar para
provisórios ou provisionais em favor da companheira e da apreensão de aparelho telefônico, o espelhamento via QR
filha, em razão da prática de violência doméstica, constitui Code depende da abordagem do individuo ou do
título hábil para imediata cobrança e, em caso de vasculhamento de sua residência, com apreensão de seu
inadimplemento, passível de decretação de prisão civil. aparelho telefônico por breve período de tempo e posterior
(RHC 100.446-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por devolução desacompanhada de qualquer menção, por parte
unanimidade, julgado em 27/11/2018, DJe 05/12/2018) da autoridade policial, à realização da medida constritiva,
ou mesmo, porventura acompanhada de afirmação falsa de
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que nada foi feito. (RHC 99.735-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, Informativo 636 – 23 de novembro de 2018
por unanimidade, julgado em 27/11/2018, DJe 12/12/2018) AMEAÇAS DE EX-NAMORADO À MULHER VIA FACEBOOK.
CRIME À DISTÂNCIA. INTERNACIONALIDADE CONFIGURADA.
Informativo 639 – Período 1 de janeiro de 2019 PEDIDO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA AO PODER
JUDICIÁRIO BRASILEIRO. LEI MARIA DA PENHA.
NÃO É POSSÍVEL A UTILIZAÇÃO DE CONDENAÇÕES CONCRETUDE ÀS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS
ANTERIORES COM TRÂNSITO EM JULGADO COMO FIRMADAS PELO BRASIL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
FUNDAMENTO PARA NEGATIVAR A CONDUTA SOCIAL. FEDERAL.
A utilização de condenações com trânsito em julgado Compete à Justiça Federal apreciar o pedido de medida
anteriores para negativar a conduta social era admitida protetiva de urgência decorrente de crime de ameaça
porque os antecedentes judiciais e os antecedentes sociais contra a mulher cometido, por meio de rede social de
se confundiam na mesma circunstância, conforme o art. 42 grande alcance, quando iniciado no estrangeiro e o seu
do Código Penal, anterior à reforma de 1984. Essa alteração resultado ocorrer no Brasil. (CC 150.712-SP, Rel. Min. Joel
legislativa, operada pela Lei n. 7.209/1984, especificou os Ilan Paciornik, por unanimidade, julgado em 10/10/2018,
critérios referentes ao autor, desmembrando a conduta DJe 19/10/2018)
social e a personalidade dos antecedentes. Cumpre
observar que esse tema possuía jurisprudência pacificada TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CONDENAÇÃO ANTERIOR
no âmbito da Quinta e Sexta Turmas do Superior Tribunal PELO DELITO DO ARTIGO 28 DA LEI DE DROGAS.
de Justiça, que admitiam a utilização de condenações com CARACTERIZAÇÃO DA REINCIDÊNCIA.
trânsito em julgado como fundamento para negativar não DESPROPORCIONALIDADE.
só o vetor antecedentes, como também a conduta social e a Condenações anteriores pelo delito do art. 28 da Lei n.
personalidade. No entanto, após o julgamento do HC n. 11.343/2006 não são aptas a gerar reincidência. (HC
366.639/SP (DJe 05/04/2017), a Quinta Turma passou a não 453.437-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, por
admitir a utilização de condenações com trânsito em unanimidade, julgado em 04/10/2018, DJe 15/10/2018)
julgado anteriores para fins de negativação da conduta
social. A mudança de orientação adotada pela Quinta
Turma deste Tribunal Superior, consoante a compreensão Informativo 635 – 9 de novembro 2018
da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, CORRUPÇÃO PASSIVA. ART. 317 DO CPC. EXPRESSÃO "EM
incrementa significado ao disposto no art. 59 do Código RAZÃO DELA". EQUIPARAÇÃO A "ATO DE OFÍCIO".
Penal, na medida em que torna a conduta social melhor INVIABILIDADE. AÇÕES OU OMISSÕES INDEVIDAS FORA DAS
concretizável, com locus específico. Assim, em melhor ATRIBUIÇÕES FORMAIS DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO.
atenção ao princípio da individualização das penas, as CONDENAÇÃO. POSSIBILIDADE.
condenações com trânsito em julgado, não utilizadas a O crime de corrupção passiva consuma-se ainda que a
título de reincidência, não podem fundamentar a solicitação ou recebimento de vantagem indevida, ou a
negativação da conduta social, o que significa alteração aceitação da promessa de tal vantagem, esteja relacionada
também da jurisprudência desta Sexta Turma sobre o com atos que formalmente não se inserem nas atribuições
tema.( REsp 1.760.972-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, do funcionário público, mas que, em razão da função
por unanimidade, julgado em 08/11/2018, DJe 04/12/2018) pública, materialmente implicam alguma forma de
facilitação da prática da conduta almejada. (
Informativo 638 – 19 de dezembro de 2018 REsp 1.745.410-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd.
Min. Laurita Vaz, por unanimidade, julgado em 02/10/2018,
TRIBUNAL DO JÚRI. ART. 155 DO CPP. PRONÚNCIA DJe 23/10/2018)
FUNDADA EXCLUSIVAMENTE EM ELEMENTOS
EXTRAJUDICIAIS. IMPOSSIBILIDADE.
Não se admite a pronúncia de acusado fundada Informativo 633 – 11 de outubro de 2018
exclusivamente em elementos informativos obtidos na fase TORTURA-CASTIGO. ART. 1º, II, DA LEI N. 9.455/1997.
inquisitorial. CRIME PRÓPRIO. AGENTE QUE OSTENTE POSIÇÃO DE
(AgRg no REsp 1.740.921-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, por GARANTE. NECESSIDADE.
unanimidade, julgado em 06/11/2018, DJe 19/11/2018) Somente pode ser agente ativo do crime de tortura-castigo
SENTENÇA PROFERIDA DE FORMA ORAL. DEGRAVAÇÃO (art. 1º, II, da Lei n. 9.455/1997) aquele que detiver outra
PARCIAL NA ATA DE AUDIÊNCIA. AUSÊNCIA DO REGISTRO pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade (crime
DAS RAZÕES DE DECIDIR. NULIDADE ABSOLUTA POR VÍCIO próprio). (
FORMAL. REsp 1.738.264-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, por
É nula a sentença proferida de forma oral e degravada maioria, julgado em 23/08/2018, DJe 14/09/2018)
parcialmente sem o registro das razões de decidir. (HC MOEDA FALSA. ART. 291 DO CP. PETRECHOS PARA
470.034-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, por maioria, julgado em FALSIFICAÇÃO. USO EXCLUSIVO. PRESCINDIBILIDADE.
09/10/2018, DJe 19/11/2018)
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Para tipificar o crime descrito no art. 291 do CP, basta que o pessoa em condição de explorada, obrigada, coagida, não
agente detenha a posse de petrechos com o propósito de raro em más condições, ou mesmo em condição análoga à
contrafação da moeda, sendo prescindível que o de escravidão, impondo-lhe a prática de sexo sem liberdade
maquinário seja de uso exclusivo para tal fim. (REsp de escolha, ou seja, com tolhimento de sua liberdade sexual
1.758.958-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, por e em violação de sua dignidade sexual. Nesse sentido, o
unanimidade, julgado em 11/09/2018, DJe 25/09/2018) bem jurídico tutelado não é a moral pública mas sim a
dignidade sexual como, aliás, o é em todos os crimes
constantes do Título VI da Parte Especial do Código Penal,
Informativo 632 – 28 de setembro de 2018 dentre os quais, o do artigo 229. E o sujeito passivo do
EXECUÇÃO PENAL. PROGRESSÃO DE REGIME. INEXISTÊNCIA delito não é a sociedade mas sim a pessoa explorada, vítima
DE VAGA EM ESTABELECIMENTO ADEQUADO. da exploração sexual. Assim, se não se trata de
IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO IMEDIATA DA PRISÃO estabelecimento voltado exclusivamente para a prática de
DOMICILIAR. NECESSIDADE DE APLICAÇÃO DAS mercancia sexual, tampouco há notícia de envolvimento de
PROVIDÊNCIAS ESTABELECIDAS PELO RE 641.320/RS. TEMA menores de idade, nem comprovação de que o recorrido
993. tirava proveito, auferindo lucros da atividade sexual alheia
A inexistência de estabelecimento penal adequado ao mediante ameaça, coerção, violência ou qualquer outra
regime prisional determinado para o cumprimento da pena forma de violação ou tolhimento à liberdade das pessoas,
não autoriza a concessão imediata do benefício da prisão não há falar em fato típico a ser punido na seara penal.
domiciliar, porquanto, nos termos da Súmula Vinculante n. (REsp 1.683.375-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
56, é imprescindível que a adoção de tal medida seja Moura, por unanimidade, julgado em 14/08/2018, DJe
precedida das providências estabelecidas no julgamento do 29/08/2018)
RE 641.320/RS, quais sejam: (i) saída antecipada de outro
sentenciado no regime com falta de vagas, abrindo-se, Informativo 621 - 2018
assim, vagas para os reeducandos que acabaram de
progredir; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER.
sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão DANOS MORAIS. INDENIZAÇÃO MÍNIMA. ART. 397, IV, DO
domiciliar por falta de vagas; e (iii) cumprimento de penas CPP. PEDIDO NECESSÁRIO. PRODUÇÃO DE PROVA
restritivas de direitos e/ou estudo aos sentenciados em ESPECÍFICA DISPENSÁVEL. DANO IN RE IPSA.
regime aberto. (REsp 1.710.674-MG, Rel. Min. Reynaldo Nos casos de violência contra a mulher praticados no
Soares da Fonseca, Terceira Seção, por maioria, julgado em âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de valor
22/08/2018, DJe 03/09/2018 (Tema 993). mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que
haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida,
ainda que não especificada a quantia, e
Informativo 631 – 14 de setembro de 2018 independentemente de instrução probatória. ( REsp
CASA DE PROSTITUIÇÃO. TIPICIDADE. ART. 229 DO CÓDIGO 1.643.051-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Terceira
PENAL. EXPLORAÇÃO SEXUAL. ELEMENTO NORMATIVO DO Seção, por unanimidade, julgado em 28/02/2018, DJe
TIPO. VIOLAÇÃO À DIGNIDADE SEXUAL E TOLHIMENTO À 08/03/2018 (Tema 983).)
LIBERDADE. INEXISTÊNCIA. FATO ATÍPICO.
O estabelecimento que não se volta exclusivamente à Informativo 626 - 2018
prática de mercância sexual, tampouco envolve menores de
idade ou do qual se comprove retirada de proveito, ROUBO. EMPREGO DE ARMA BRANCA. MAJORANTE
auferindo lucros da atividade sexual alheia mediante REVOGADA. ABOLITIO CRIMINIS. LEI N. 13.654/2018.
ameaça, coerção, violência ou qualquer outra forma de NOVATIO LEGIS IN MELLIUS.
violação ou tolhimento à liberdade das pessoas, não dá Diante da abolitio criminis promovida pela Lei n.
origem a fato típico a ser punido na seara penal. 13.654/2018, que deixou de considerar o emprego de arma
A questão de direito delimitada na controvérsia trata da branca como causa de aumento de pena, é de rigor a
interpretação dada ao artigo 229 do Código Penal. Registre- aplicação da novatio legis in mellius. (REsp 1.519.860-RJ,
se que, mesmo após a alteração legislativa introduzida pela Rel. Min. Jorge Mussi, por unanimidade, julgado em
Lei n. 12.015/2009, a conduta consistente em manter Casa 17/05/2018, DJe 25/05/2018)
de Prostituição segue sendo crime. Todavia, com a novel
legislação, passou-se a exigir a "exploração sexual" como Informativo 623 – 2018
elemento normativo do tipo, de modo que a conduta
consistente em manter casa para fins libidinosos, por si só, TRÁFICO E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE
não mais caracteriza crime, sendo necessário, para a ENTORPECENTES. DISQUE DENÚNCIA. AUSÊNCIA DE PRÉVIA
configuração do delito, que haja exploração sexual, assim INVESTIGAÇÃO POLICIAL PARA VERIFICAR A VERACIDADE
entendida como a violação à liberdade das pessoas que ali DAS INFORMAÇÕES RECEBIDAS. FUGA DE ACUSADO.
exercem a mercancia carnal. Dessa forma, crime é manter
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INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS IDÔNEOS PARA ENTRADA EM SEM FINS LUCRATIVOS. ESPECIAL REPROVABILIDADE DA
DOMICÍLIO SEM ORDEM JUDICIAL. CONDUTA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. NÃO
A existência de denúncias anônimas somada à fuga do INCIDÊNCIA.
acusado, por si sós, não configuram fundadas razões a Não se aplica o princípio da insignificância ao furto de bem
autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o de inexpressivo valor pecuniário de associação sem fins
seu consentimento ou determinação judicial. (RHC 83.501- lucrativos com o induzimento de filho menor a participar do
SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, por unanimidade, julgado em ato. (RHC 93.472-MS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
06/03/2018, DJe 05/04/2018) Moura, por unanimidade, julgado em 15/03/2018, DJe
HOMICÍDIO. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. DOLO EVENTUAL. 27/03/2018)
AUSÊNCIA DE CIRCUNSTÂNCIAS EXCEDENTES AO TIPO. TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS. CAUSA DE AUMENTO DA
DESCLASSIFICAÇÃO. HOMICÍDIO CULPOSO. PENA. ART. 40, INCISO III, DA LEI N. 11.343/2006. INFRAÇÃO
A embriaguez do agente condutor do automóvel, por si só, COMETIDA NAS IMEDIAÇÕES DE ESTABELECIMENTO DE
não pode servir de premissa bastante para a afirmação do ENSINO EM UMA MADRUGADA DE DOMINGO. AUSÊNCIA
dolo eventual em acidente de trânsito com resultado DE EXPOSIÇÃO DE UMA AGLOMERAÇÃO DE PESSOAS À
morte. (REsp 1.689.173-SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, ATIVIDADE CRIMINOSA. INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA.
por maioria, julgado em 21/11/2017, DJe 26/03/2018) AFASTAMENTO DA MAJORANTE.
Não incide a causa de aumento de pena prevista no art. 40,
inciso III, da Lei n. 11.343/2006, se a prática de
Informativo 625 – 2018 narcotraficância ocorrer em dia e horário em que não
HOMICÍDIO QUALIFICADO. QUALIFICADORAS COM facilite a prática criminosa e a disseminação de drogas em
NATUREZAS DIVERSAS. SUBJETIVA E OBJETIVA. área de maior aglomeração de pessoas. (REsp 1.719.792-
POSSIBILIDADE. MOTIVO TORPE E FEMINICÍDIO. BIS IN MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, por
IDEM. AUSÊNCIA. unanimidade, julgado em 13/03/2018, DJe 26/03/2018)
Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das
qualificadoras de motivo torpe e de feminicídio no crime de Informativo 630 – 2018
homicídio praticado contra mulher em situação de violência
doméstica e familiar. Observe-se, inicialmente, que, TRIBUNAL DO JÚRI. QUEBRA DA INCOMUNICABILIDADE
conforme determina o art. 121, § 2º-A, I, do CP, a ENTRE OS JURADOS. MEMBRO DO CONSELHO DE
qualificadora do feminicídio deve ser reconhecida nos casos SENTENÇA QUE AFIRMOU EM PLENA FALA DA ACUSAÇÃO
em que o delito é cometido em face de mulher em violência QUE HAVIA CRIME. NULIDADE. OCORRÊNCIA.
doméstica e familiar. Assim, "considerando as Deve ser declarado nulo o júri em que membro do conselho
circunstâncias subjetivas e objetivas, temos a possibilidade de sentença afirma a existência de crime em plena fala da
de coexistência entre as qualificadoras do motivo torpe e acusação. (HC 436.241-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
do feminicídio. Isso porque a natureza do motivo torpe é Moura, por unanimidade, julgado em 19/06/2018, DJe
subjetiva, porquanto de caráter pessoal, enquanto o 27/06/2018)
feminicídio possui natureza objetiva, pois incide nos crimes _______________________________________________
praticados contra a mulher por razão do seu gênero _________________________________________________
feminino e/ou sempre que o crime estiver atrelado à _________________________________________________
violência doméstica e familiar propriamente dita, assim o _________________________________________________
animus do agente não é objeto de análise" (HC 433.898-RS, _________________________________________________
Rel. Min. Nefi Cordeiro, por unanimidade, julgado em _________________________________________________
24/04/2018, DJe 11/05/2018) _________________________________________________
_________________________________________________
Informativo 622 – 2018 _________________________________________________
_________________________________________________
FURTO DE ENERGIA ELÉTRICA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE _________________________________________________
PELO PAGAMENTO DO DÉBITO ANTES DO RECEBIMENTO _________________________________________________
DA DENÚNCIA. IMPOSSIBILIDADE. NOVO ENTENDIMENTO. _________________________________________________
Não configura causa de extinção de punibilidade o _________________________________________________
pagamento de débito oriundo de furto de energia elétrica _________________________________________________
antes do oferecimento da denúncia. (HC 412.208-SP, Rel. _________________________________________________
Min. Felix Fischer, por unanimidade, julgado em _________________________________________________
20/03/2018, DJe 23/03/2018.) _________________________________________________
FURTO. BEM DE IRRELEVANTE VALOR PECUNIÁRIO. _________________________________________________
INDUZIMENTO DO PRÓPRIO FILHO DE NOVE ANOS A _________________________________________________
PARTICIPAR DO ATO DE SUBTRAÇÃO. VÍTIMA. ASSOCIAÇÃO _________________________________________________
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PARTE 2
DIREITO PENAL
E PROCESSUAL PENAL
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I. DIREITO PENAL
XXXIX: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem Ex.: Cartucho de tinta – agente penitenciário
pena sem prévia cominação legal.”
- Não há valor mínimo – teto para a incidência do princípio;
- a lei penal benéfica goza de retroatividade (aplicação
da lei a fatos anteriores à sua entrada em vigor) e - Não basta o valor irrisório, deve-se preencher requisitos
ultratividade (aplicação da lei mais benéfica - mesmo específicos de acordo com o caso concreto;
depois de revogada - se o fato foi praticado enquanto ela
estava em vigor). A retroatividade e a ultratividade são
espécies do gênero extratividade) Requisitos – STF:
- vacatio legis: não há crime quando o fato foi praticado a. Mínima ofensividade da conduta;
durante o período de vacância da lei. É necessário que a b. Ausência de periculosidade social da ação;
lei esteja em vigor.
c. Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
d. Inexpressividade da lesão jurídica.
RESUMO:
MARI.
I. proibir a retroatividade da lei penal – o inciso LX da CF
determina que “a lei penal não retroagirá, salvo para “O princípio da insignificância não haveria de ter como
beneficiar o agente”. A regra, portanto, é a parâmetro tão só o valor do bem, devendo ser analisadas as
irretroatividade. A retroatividade é exceção só admitida circunstâncias do fato e o reflexo da conduta do agente no
para beneficiar o agente. Daí ninguém poder ser punido âmbito da sociedade, para decidir sobre seu efetivo
por cometer um fato que, à época, era tido como um enquadramento na hipótese de crime de bagatela” (STF –
indiferente penal; 6 HC 109.183/RS)
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vender, expor à venda, oferecer, ter em (“conjunto de normas de comportamento a que pessoas
depósito, transportar, trazer consigo, obedecem de maneira uniforme e constante pela convicção
guardar, prescrever, ministrar, entregar a de sua obrigatoriedade” — Damásio de Jesus, Direito penal:
consumo ou fornecer drogas, ainda que parte geral, v. 1, p. 27) e os princípios gerais de direito
gratuitamente, sem autorização ou em
(“premissas éticas que são extraídas, mediante indução, do
desacordo com determinação legal ou
regulamentar: material legislativo” — idem, p. 29).
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze)
anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.6. INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO PENAL
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa
Tarefa mental, estabelecer a vontade da lei – conteúdo e
LPB inversa ou Genocídio significado. Explicar, esclarecer.
ao avesso Art. 1º Quem, com a intenção de destruir,
no todo ou em parte, grupo nacional, étnico,
racial ou religioso, como tal: (Vide Lei nº CLASSIFICAÇÃO:
7.960, de 1989)
A. Quanto ao sujeito (sujeito que realiza a interpretação):
a) matar membros do grupo;
a.1. autêntica: ou legislativa – próprio legislador- edita uma
b) causar lesão grave à integridade física ou lei com o propósito de esclarecer ou limitar o alcance de
mental de membros do grupo; outra; Lei penal interpretativa (obrigatório): art. 327, CP –
c) submeter intencionalmente o grupo a conceito de funcionário público.
condições de existência capazes de
ocasionar-lhe a destruição física total ou a.2. Doutrinária ou científica: exercida pelos doutrinadores,
parcial; comentadores do texto legal – não têm força obrigatória.
Ex.; Exposição de Motivos.
d) adotar medidas destinadas a impedir os
nascimentos no seio do grupo; a.3. Judicial ou jurisprudencial: executada pelos membros
e) efetuar a transferência forçada de do Judiciário. Reiteração constitui a jurisprudencial. Não
crianças do grupo para outro grupo; tem força obrigatória, exceto quando for súmula vinculante.
Será punido:
Com as penas do art. 121, § 2º, do Código B. Quanto aos meios e métodos: meio que intérprete serve
Penal, no caso da letra a; para descobrir o significado da lei penal.
Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da b.1. GRAMATICAL: ou literal ou sintática. Flui da acepção
letra b; natural das palavras contidas na lei. Precária.
Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
b.2 LÓGICA: ou teleológica. Realizada coma finalidade de
Com as penas do art. 125, no caso da letra d; desvendar genuinamente a vontade manifestada na lei.
Com as penas do art. 148, no caso da letra e; (Art. 5º, LINDB) – todos os elementos, histórico,
LPB de fundo Abandono intelectual sistemático, direito comparado, elementos extrajudiciais.
constitucional: Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover
à instrução primária de filho em idade C. QUANTO AO RESULTADO: (CONCLUSÃO extraída
escolar: pelo intérprete)
Pena - detenção, de quinze dias a um mês,
c.1. DECLARATÓRIA: ou declarativa ou estrita – sintonia do
ou multa.
texto da lei e a sua vontade, nada resta retirado ou
acrescentado.
1.5. FONTES DO DIREITO PENAL c.2. EXTENSIVA: corrigir fórmula excessiva. A lei disse menos
As fontes materiais indicam o órgão encarregado da que desejava, amplia-se o texto da lei. Ex.: Art. 159, CP –
produção do direito penal. Em nosso ordenamento jurídico, extorsão mediante sequestro (inclui o cárcere privado)
somente a União possui competência legislativa para criar c.3. RESTRITIVA: diminuição do alcance da lei. A lei disse
normas penais (CF, art. 22, I). Note-se que o parágrafo único mais do que desejava.
do dispositivo constitucional citado prevê que lei
complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre
questões específicas acerca de matérias penais. 1.7. ANALOGIA
As fontes formais, por sua vez, subdividem-se em imediatas - lacunas – o direito não é capaz de contemplar todas as
e mediatas. Somente a lei pode servir como fonte primária situações.
e imediata do direito penal, porquanto não há crime sem lei - Função integrativa – aplicar preceito a uma hipótese não
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação contemplada no texto legal. Não trata-se um texto obscuro
legal (CF, art. 5º, XXXIX, e CP, art. 1º). Admitem-se, no que busca a interpretação, mas a ausência de lei. Extensão
entanto, fontes secundárias ou mediatas: são os costumes
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fictícia que criação infrações penais durante o aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
racionamento de água – crime ficar mais de 10 min no serviço do governo brasileiro onde quer que se
banho. encontrem, bem como as aeronaves e as
embarcações brasileiras, mercantes ou de
Lei temporária: tempo determinado de sua vigência. Ex.: Lei propriedade privada, que se
12.663/12 – infrações penais protegendo o patrimônio da achem,respectivamente, no espaço aéreo
FIFA – Término 31.12.2014. correspondente ou em alto-mar.
* Leis autorrevogáveis e ultrativas – elementos temporais § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes
no próprio fato típico. praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
estrangeiras de propriedade privada, achando-se
# SÚMULA 711, STF – LEI PENAL MAIS GRAVE aquelas em pouso no território nacional ou em vôo
APLICA-SE A CRIME CONTINUADO OU AO CRIME no espaço aéreo correspondente, e estas em porto
PERMANENTE, SE SUA VIGENCIA É ANTERIOR A ou mar territorial do Brasil.
CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA
PERMANÊNCIA.
# Território: espaço em que o ESTADO exerce soberania
política.
Crime permanente: consumação perdura no tempo. Crime
continuado: art. 71. Espaço territorial (incluindo as fronteiras – faixa de fronteira
150km); mar territorial (12 milhas a partir da linha baixa do
mar); zona exploração econômica (12 a 200 milhas –
3. LEI PENAL DO ESPAÇO plataforma continental: prolongamento terrestre natural
A) LUGAR DO CRIME ate 200 milhas); espaço aéreo (acima do espaço territorial e
o mar continental e zona).
TEORIAS:
Obs: território por extensão: navios e aeronaves a serviço
A) TEORIA DA ATIVIDADE OU DA AÇÃO: lugar do crime é o
do Brasil ou em particulares em alto-mar.
local da conduta criminosa;
B) TEORIA DO RESULTADO OU DO EFEITO: lugar do crime é
o local da consumação; EMBARCAÇÕES E SERÁ APLICADA A LEI
AERONAVES BRASILEIRA
C) TEORIA DA UBIQUIDADE OU MISTA: lugar do crime é
tanto local da ação quanto do resultado; PÚBLICAS OU A SERVIÇO DO Quer se encontrem em
Art. 6º. Considera-se praticado o crime no lugar em GOVERNO BRASILEIRO território BR ou
que ocorreu a ação ou a omissão, no todo ou em ESTRANGEIRO
parte, bem como onde se produziu ou deveria se MERCANTES OU Se estiverem em alto-mar
produzir o resultado. (TEORIA DA UBIQUIDADE) PARTICULARES BRASILEIRAS ou no espaço aéreo
correspondente
Aplicação: crimes à distância ou de espaço máximo: dois ESTRANGEIRAS Apenas quando privadas em
países. território BR
OBS¹: Crimes plurilocais – art. 70, CPP – Competência no Obs¹: apesar de inviolável, a sede de representação
lugar da consumação; diplomática não é considerada extensão do território
OBS²: JECRIM; Atos infracionais; crimes dolosos conta a estrangeiro.
vida: teoria da atividade
C) EXTRATERRITORIALIDADE
B) PRINCÍPIO DA TERRIRORIALIDADE – art. 5º C.1) INCONDICIONADA: processado pela lei brasileira ainda
Regra: soberania sobre os crimes praticados no Brasil (em que absolvido ou condenado no estrangeiro:
território nacional), independente de nacionalidade do Hipóteses:
agente, da vítima ou objeto jurídico. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora
* Territorialidade temperada: sem prejuízo dos tratados cometidos no estrangeiro:
internacionais – permite a eficácia de norma de outro país. I - os crimes:
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da
convenções, tratados e regras de direito República; (PRINCÍPIO DA DEFESA)
internacional, ao crime cometido no território
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do
nacional.
Distrito Federal, de Estado, de Território, de
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como Município, de empresa pública, sociedade de
extensão do território nacional as embarcações e
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qual foi denunciado, em 8 de janeiro de 2016, como incurso A. inimputável, devendo responder apenas por ato
nas sanções do Art. 163, parágrafo único, inciso III, do infracional análogo ao delito de tráfico, em razão de
Código Penal. sua menoridade quando da aquisição da droga, com
Considerando a hipótese narrada, no momento do base na Teoria da Atividade adotada pelo Código Penal
julgamento, em março de 2016, deverá ser considerada, em para definir o momento do crime.
caso de condenação, a pena de B. inimputável, devendo responder apenas por ato
A. 6 meses a 3 anos de detenção, pois a Constituição infracional análogo ao delito de tráfico, tendo em vista
prevê o princípio da retroatividade da lei penal mais que o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade para
benéfica ao réu. definir o momento do crime.
B. 2 a 5 anos de detenção, pois a lei temporária tem C. imputável, podendo responder pelo delito de tráfico
ultratividade gravosa. de drogas, mesmo adotando o Código Penal a Teoria
da Atividade para definir o momento do crime
C. 6 meses a 3 anos de detenção, pois aplica-se o
princípio do tempus regit actum (tempo rege o ato). D. imputável, podendo responder pelo delito de
associação para o tráfico, que tem natureza
D. 2 a 5 anos de detenção, pois a lei excepcional tem permanente, tendo em vista que o Código Penal adota
ultratividade gravosa. a Teoria do Resultado para definir o momento do
crime.
(XIX.OAB. 2018) Em razão do aumento do número de crimes (XV.AOB.2014) Pedro Paulo, primário e de bons
de dano qualificado contra o patrimônio da União (pena: antecedentes, foi denunciado pelo crime de descaminho
detenção de 6 meses a 3 anos e multa), foi editada uma lei (Art. 334, caput, do Código Penal), pelo transporte de
que passou a prever que, entre 20 de agosto de 2015 e 31 mercadorias procedentes do Paraguai e desacompanhadas
de dezembro de 2015, tal delito (Art. 163, parágrafo único, de documentação comprobatória de sua importação
inciso III, do Código Penal) passaria a ter pena de 2 a 5 anos regular, no valor de R$ 3.500,00, conforme atestam o Auto
de detenção. João, em 20 de dezembro de 2015, destrói de Infração e o Termo de Apreensão e Guarda Fiscal, bem
dolosamente um bem de propriedade da União, razão pela como o Laudo de Exame Merceológico, elaborado pelo
qual foi denunciado, em 8 de janeiro de 2016, como incurso Instituo Nacional de Criminalística.
nas sanções do Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Em defesa de Pedro Paulo, segundo entendimento dos
Código Penal. Considerando a hipótese narrada, no Tribunais Superiores, é possível alegar a aplicação do
momento do julgamento, em março de 2016, deverá ser
considerada, em caso de condenação, a pena de A. princípio da proporcionalidade.
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c) com seu comportamento anterior, criou o risco Ex.: não há relação de causalidade entre acender uma
da ocorrência do resultado. lareira e o incêndio na casa, pois para incendiar uma casa
não basta que acendamos uma lareira.
3.1. CONCEITOS: CAUSA, CONDIÇÃO, CONCAUSA
Nexo causal: ligação da conduta e do resultado. B) TEORIA DA RELEVÂNCIA JURÍDICA.
Art. 13, CP (resultado = resultado naturalístico) Define causa como a condição relevante para o resultado.
O juízo de relevância deve ser entendido, a princípio, como
englobador da adequação. Irrelevante é tudo o que é
3.2. CRIMES EM QUE OCORRE O NEXO CAUSAL
imprevisível para o homem prudente, situado no momento
Ocorrerá nexo causal nos seguintes crimes: da prática da ação. Só é causa relevante o objetivamente
a) crimes materiais – a lei penal exige, para sua previsível.
caracterização, a produção de um resultado que cause uma MEZGER afirma, ainda, que a relevância jurídica deve ser
modificação no mundo exterior, perceptível pelos sentidos; analisada de acordo com a interpretação teleológica dos
b) crimes omissivos impróprios (comissivos por omissão) – tipos.
são os constantes do §2º do artigo 13 do CP, que também Ex.: se uma pessoa jogar um balde de água em uma represa
exigem resultado naturalístico para a responsabilização do completamente cheia, fazendo romper o dique e causando
agente; uma inundação, não poderia ser penalmente
Não ocorrerá nexo causal, em contrapartida, nos seguintes responsabilizado pois sua conduta não pode ser
crimes: considerada relevante ao ponto de ser-lhe imputada uma
infração penal.
a) formais – a consumação é antecipada para antes da
ocorrência do resultado naturalístico. ESTE RESULTADO,
CASO OCORRA, SERÁ CONSIDERADO MERAMENTE C) TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES
EXAURIMENTO DO CRIME. CAUSAIS – ADOTADA NO BRASIL. VON BURSI; STUART
b) de mera conduta – delitos de simples atividade, em que o MILL
legislador não fez qualquer previsão de resultado Causa é ação ou omissão sem os quais o resultado não teria
naturalístico a fim de caracterizá-lo. Difere-se do formal ocorrido. Significa que todos os fatos anteriores ao
porque, neste, embora não seja necessário o resultado resultado se equivalem, desde que indispensáveis à sua
naturalístico para sua consumação, o legislador o prevê ocorrência. Conditio sine que non.
como mero exaurimento do crime.
Verifica-se, por uma eliminação hipotética, se o fato
c) omissivos próprios ou omissivos puros – para sua antecedente é causa do resultado. Se suprimido o fato era
caracterização, basta a inação do agente. possível uma modificação no resultado, é sinal de que o
resultado foi causado pela conduta.
3.3. TEORIAS SOBRE A RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
Várias teorias surgiram para explicar a relação de CAUSA: TODO COMPORTAMENTO HUMANO, COMISSIVO
causalidade, dentre as mais importantes: OU OMISSIVO, QUE DE QUALQUER MODO CONCORREU
PARA A PRODUÇÃO DO RESULTADO NATURALÍSTICO,
1) Teoria da causalidade adequada;
POUCO IMPORTANDO O GRAU DE CONTRIBUIÇÃO. Não há
2) Teoria da relevância jurídica; diferença entre causa, condição (fator que autoriza a causa
3) Teoria da equivalência dos antecedentes causais (ou da a produção do efeito) ou ocasião (circunstância acidental
conditio sine qua non). que estimula favoravelmente a produção da causa)
EXISTE UMA FALHA NA TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS
ANTECEDENTES CAUSAIS:
A) TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA (TEORIA DA
CONDIÇÃO QUALIFICADA; INDIVIDUZALIADORA) – VON Se estivermos diante de fatos que, isoladamente, teriam
KRIES plenas condições de produzir o resultado, haveria uma
causalidade cumulativa. WELZEL propõe que, “se existem
Define causa como a condição NECESSÁRIA e ADEQUADA a
várias condições das quais cabe fazer abstração de modo
determinar a produção de um evento. A conduta é
alternativo, mas não conjuntamente, sem que deixe de
adequada quando é idônea a gerar o efeito. Além de
produzir-se o resultado, cada uma delas é causal para a
praticar um antecedente necessário, deverá realizar uma
produção do resultado”.
conduta adequada. Idônea, exclui os acontecimentos
extraordinários, fortuitos e excepcionais, anormais. # REGRESSÃO EM BUSCA DAS CAUSAS DO RESULTADO
CONTRIBUIÇÃO EFICAZ. Art. 13, §1º A crítica experimentada pela teoria da equivalência dos
antecedentes causais é no sentido de que, se para
encontrarmos as causas de um resultado determinado
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sempre precisamos fazer uma regressão em busca de todas nada o resultado (já que o ramo se partiria em pouco
as causas que de alguma forma contribuíram para o tempo), poderíamos deixar de considerar a ação do agente
resultado, chegaríamos a uma regressão ao infinito (ad como causa do resultado? Lógico que não.
infinitum). A ação antecipou a queda, influenciando no resultado, que
Para evitar essa regressão demasiada, devemos parar o ocorreu DE FORMA DIVERSA DA QUE OCORRERIA SEM A
raciocínio no momento em que cessarem o dolo ou a culpa AÇÃO. Portanto, a redação do artigo 13 está incompleta,
por parte daquelas pessoas que tiveram importância na pois considera-se causa, na verdade, toda ação ou omissão
produção do resultado. Não é possível regressar além da sem a qual o resultado não teria ocorrido DA FORMA QUE
vontade livre e consciente de produzir o resultado. OCORREU.
CAUSALIDADE PSIQUICA (PRESENÇA DO DOLO OU DA
CULPA)
3.4. CONCAUSAS – ESPÉCIES DE CAUSAS – ART. 13, §1, CP
Ex.: se A mata B com tiro de revólver, não se pode culpar o
vendedor da loja de armas pela morte de B, a não ser que CAUSAS DEPENDENTES CAUSAS INDEPENDENTES
o vendedor tenha vendido a arma com a intenção EMANA DA CONDUTA DO FOGE DA LINHA NORMAL DE
específica de que A matasse B. AGENTE, DELA SE ORIGINA. DESDOBRAMENTO DA
RESULTADO NÃO CONDUTA. INESPERADO E
ACONTECERIA, SEM O IMPREVISÍVEL. TEM A
# PROCESSO HIPOTÉTICO DE ELIMINAÇÃO DE THYRÉN ANTERIOR. Ex.: A tem CAPACIDADE DE POR SI SÓ
De acordo com esse processo, desenvolvido pelo professor intenção de matar B; PRODUZIR O RESULTADO.
sueco Thyrén, para encontrar as causas do resultado lesivo espancada, amarra no ABSOLUTA OU RELATIVA.
devemos fazer um exercício mental da seguinte maneira: carro, arrasta a vítima.
1o) pensar no fato que entendemos influenciador do
resultado;
As causas podem ser:
2o) suprimir mentalmente esse fato da cadeia causal;
- absolutamente independentes – são as causas do caput do
3o) se dessa supressão o resultado se modificar, é sinal de artigo 13.
que o fato suprimido deve ser considerado como causa do
- relativamente independentes - são as do §1o, do mesmo
resultado.
artigo.
DAMÁSIO:
A.1. CAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE
EX.: A MATA B.
É a causa que teria acontecido, vindo a produzir o resultado,
1. PRODUÇÃO DO REVOLVER PELA INDUSTRIA; 2. mesmo se não tivesse havido qualquer conduta por parte
AQUISIÇÃO DA ARMA PELO COMERCIANTE; 3. COMPRA DO do agente. As causas absolutamente independentes podem
REVOLVE PELO COMERCIANTE; 4. REFEIÇÃO TOMADA PELO ser, em relação à conduta do agente:
AGRESSOR; 5. EMBOSCADA; 6. DISPARO DOS PROJÉTEIS; 7.
RESULTADO MORTE.
• preexistente – ocorre antes da conduta do agente. Ex.: A
- CAUSALIDADE PSIQUICA: PRESENÇA DO DOLO E DA
dispara contra o peito de B e este vem a falecer, não em
CULPA.
virtude do disparo, mas em virtude de ter ingerido veneno
Ex.: Venda ilícita, por si só não ingressa no nexo de para se suicidar. B morreu envenenado.
causalidade. Exceto se souber da intenção do comprador.
Como não podemos considerar a conduta de A como a
causadora do evento morte, A somente responderá por seu
# OCORRÊNCIA DO RESULTADO dolo, ou seja, como não conseguiu alcançar o resultado em
virtude de acontecimentos alheios à sua vontade,
De acordo com a redação do artigo 13 do Código Penal,
responderá por tentativa de homicídio.
considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o
resultado não teria ocorrido. Mas será que somente pode • concomitante – ocorre simultaneamente à conduta do
ser considerada causa aquela ação que, no caso concreto, agente. Ex.: A e B, sem saberem um a intenção do outro,
modifique efetivamente o resultado? desejam matar C e atiram contra ele no exato momento. Se
ambos os disparos o atingem mas somente o de A vem a
Ex.: Uma pessoa não quer salvar seu inimigo mortal que
atingir seu coração, fazendo-o falecer, enquanto o de B
está suspenso sobre um precipício por um simples ramo
atinge C no braço, B responderá por tentativa de homicídio
que se partiria em pouco tempo. Aliás, além de não querer
(responde pelo dolo) e A responde por homicídio.
salvar, resolve sacudir o ramo e antecipar sua quebra com a
consequente morte da vítima. Daí perguntamos: se a causa • superveniente – a causa ocorre posteriormente à
for considerada como aquela ação sem a qual o resultado conduta do agente, e com ela não guarda relação de
não teria ocorrido, e a ação do sujeito não modificou em dependência alguma. Ex.: A atira em B e o atinge no peito.
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Logo após o tiro, o prédio no qual se encontravam vem a Ex. clássico: A atira em B e este, vindo a ser socorrido,
desabar. B morre em virtude do desabamento, e não em morre em razão de a ambulância ter colidido com um trem.
virtude do tiro. A responderá somente por seu dolo, por Se retirarmos o disparo, a vítima não estaria na ambulância.
tentativa de homicídio. Se retirarmos o acidente, mesmo se a vítima falecesse, o
Se usarmos o método hipotético de eliminação de Thyrén, resultado não teria ocorrido COMO OCORREU.
suprimindo a conduta de A, e mesmo assim verificarmos
que o resultado ocorreria, a conduta de A não foi causadora A) CAUSAS QUE PRODUZEM POR SI SÓS O RESULTADO:
do resultado. teoria da causalidade adequada. Causa idônea. – juízo
estatístico e nas regras de experiência – não basta
* Efeitos jurídicos: imputa apenas os atos praticados. qualquer contribuição, mas uma contribuição adequada.
Suprimindo mentalmente sua conduta, o resultado teria Ex.: A atira em B. Incêndio em um hospital. Acidente de
ocorrido. Tentativa de homicídio. trânsito. Rompe o nexo causal.
A.2. CAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE B) CAUSAS QUE NÃO PRODUZEM POR SI SÓS O
É a causa que somente tem a possibilidade de produzir o RESULTADO: teoria da equivalência dos antecedentes.
resultado se for conjugada com a conduta do agente. A (Art. 13, CP) – o agente responde pelo resultado
ausência de qualquer uma delas faz com que o resultado naturalístico, pois suprimindo mentalmente sua
seja modificado. As causas relativamente independentes conduta, o resultado não teria como e quando ocorreu.
podem ser: Ex.: A atira em B. B morre por um erro médico. B não
teria morrido de imperícia médica. Desdobramento
físico do ato de atentar a vida.
• PREEXISTENTE – já existia antes do comportamento do
agente e, quando com ele conjugada numa relação de
complexidade, produz o resultado. • o significado da expressão “por si só” – quando a lei
penal diz que “a superveniência de causa relativamente
Ex.: A quer matar B e, sabendo ser B hemofílico, nele independente exclui a imputação quando, por si só,
desfere um golpe de faca em região não letal. B é levado ao produziu o resultado”, quer dizer que só aqueles resultados
hospital e, embora a facada não o pudesse matar se não que se encontrarem como um desdobramento natural da
fosse hemofílico, morre em decorrência das complicações ação, ou seja, estiverem na linha de desdobramento físico
trazidas pela doença. Se o agente queria matar = homicídio da mesma, é que poderão ser imputados ao agente.
doloso. Se o agente queria lesionar = lesão corporal seguida
de morte. A expressão “por si só” tem a finalidade de excluir a linha de
desdobramento físico, fazendo com que o agente somente
Se o agente desconhecia a doença e não queria matar, não responda pelos atos já praticados. Se o resultado estiver na
responde por tentativa de homicídio, mas por lesão linha de desdobramento natural da conduta inicial do
corporal simples (não por lesão corporal seguida de morte agente, este deverá por ele responder. Caso contrário, o
porque o resultado morte não estava dentro de seu campo agente somente responderá pelo seu dolo.
de previsibilidade).
Ex. 01: A atira em B, que provavelmente faleceria em razão
Ex.: Disparos. Diabete. dos disparos. B é socorrido por ambulância que vem a se
• CONCOMITANTE – é a causa que, ocorrendo numa envolver em acidente, que mata todos que nela estavam.
relação de simultaneidade com a conduta do agente, Comprova-se que B morreu em razão do acidente, e não
conjugada com a mesma é também considerada produtora em razão dos disparos. O ACIDENTE NÃO PODE SER
do resultado. CONSIDERADO DESDOBRAMENTO FÍSICO NATURAL DA
Ex.: A e B querem matar C e, cada um deles ministra CONDUTA DE A. Quem é baleado, via de regra, não morre
quantidade insuficiente de veneno ao mesmo tempo. C vem por acidente de trânsito. Assim, A somente responderá pelo
a falecer envenenado. Embora suprimindo a conduta de A seu dolo, ou seja, pela tentativa de homicídio.
e, depois, de B, o resultado não se produza, as condutas se Ex. 02: A atira em B, que provavelmente faleceria em razão
somaram para produzir o resultado. Assim, tanto A quanto dos disparos. B é socorrido por ambulância e chega com
B responderão por homicídio doloso qualificado. Não há vida no hospital. Enquanto se tratava, contrai infecção
co-autoria, pois não há vínculo subjetivo entre os autores, hospitalar e, embora já estivesse se recuperando, vem a
mas autoria colateral. falecer em virtude da infecção. A INFECÇÃO PODE SER
• superveniente – ocorre posteriormente à conduta do CONSIDERADA DESDOBRAMENTO FÍSICO NATURAL DA
agente e com ela tem ligação. O código diz, no §1o do CONDUTA DE A. Quem é baleado possui grandes chances de
artigo 13, que essas causas só excluem a imputação do contrair infecção hospitalar. Assim, a responde por
agente quando, por si sós, produziriam o resultado. homicídio doloso consumado.
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# linha de desdobramento físico e significância da lesão – caso concreto. A análise se dá em um momento anterior a
para que o resultado seja imputado ao agente, deve estar essa aferição.
dentro da linha de desdobramento físico natural da ANALISA-SE SE O RESULTADO PREVISTO NA PARTE
conduta do agente. OBJETIVA DO TIPO PODE OU NÃO SER IMPUTADO AO
Mas essa regra não é absoluta. Para que não cheguemos a AGENTE. A TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA SURGE PARA
conclusões absurdas somente deve ser considerado como LIMITAR O ALCANCE DA TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS
conseqüência da linha de desdobramento da conduta ANTECEDENTES CAUSAIS.
aquele resultado que seja produto de uma lesão relevante,
grave, que tenha relevo.
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS –
Ex.: se alguém ferir o dedo mínimo de outrem com ADOTADA NO BRASIL. Causa é ação ou omissão sem os
canivete enferrujado e esta pessoa, sem o devido quais o resultado não teria ocorrido. Significa que todos os
tratamento, contrair tétano e vier a falecer, podemos fatos anteriores ao resultado se equivalem, desde que
imputar o resultado morte ao agente? indispensáveis à sua ocorrência. Verifica-se, por uma
Obviamente não. eliminação hipotética, se o fato antecedente é causa do
Ao critério do desdobramento natural da ação física deve resultado. Se suprimido o fato era possível uma modificação
ser acrescentado outro ingrediente: o conceito de no resultado, é sinal de que o resultado foi causado pela
significância. Assim, a causa superveniente não romperá a conduta.
cadeia linear de acontecimentos naturais quando for um
desdobramento natural da ação do agente, DESDE QUE a Com a teoria da imputação objetiva, deixa-se de observar
causa anterior tenha um peso ponderável, mantendo certa uma relação de causalidade puramente material,
correspondência lógica com o resultado mais lesivo a final naturalística, e passa-se a valorar uma relação de
verificado. causalidade de natureza jurídica, normativa. 66
CONCLUSÃO: CAUSALIDADE MATERIAL x IMPUTAÇÃO OBJETIVA
- Causas relativamente independentes PREEXISTENTES e CAUSALIDADE MATERIAL – relaciona uma conduta a um
CONCOMITANTES = o agente responderá pelo resultado determinado resultado no plano naturalístico e constitui
desde que estas causas estejam dentro do conhecimento pressuposto para a imputação objetiva nos crimes de
do agente, senão estaríamos admitindo responsabilidade resultado. IMPUTAÇÃO OBJETIVA – é a atribuição normativa
penal objetiva, ou seja, sem culpa. da produção de determinado resultado a um indivíduo, de
modo a viabilizar sua responsabilização. Para a teoria da
- Causas relativamente independentes SUPERVENIENTES imputação objetiva, não basta que o resultado tenha sido
possuem uma peculiaridade = não podem estar dentro do produzido pelo agente para que se possa afirmar a sua
conhecimento do agente, pois são supervenientes. O relação de causalidade. É preciso, também, que a ele possa
resultado precisa estar dentro de uma linha natural de ser imputado juridicamente. A pretensão da teoria não é,
desdobramento fático da ação do agente e, além disso, a propriamente, imputar o resultado, mas delimitar o alcance
lesão advinda da ação deve ser significante, passível de do tipo objetivo. É mais uma teoria da não-imputação do
produzir o resultado mais grave. que da imputação.
OBSERVAÇÃO! RESUMO
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA 1. A imputação objetiva é uma análise que antecede à
imputação subjetiva;
Conforme já estudamos, tipo complexo é o tipo composto 2. A imputação objetiva pode dizer respeito ao resultado ou
por duas partes: uma de natureza objetiva e outra de ao comportamento do agente;
natureza subjetiva. Pelo Princípio da culpabilidade, um 3. O termo mais apropriado seria o de teoria da não-
determinado fato contido em um tipo penal só poderia ser imputação, uma vez que a teoria visa, com as suas
imputado a alguém se o agente tivesse agido com dolo ou vertentes, evitar a imputação objetiva (do resultado ou do
culpa (se nesse caso houver previsão legal). Na ausência de comportamento) do tipo penal a alguém;
dolo ou culpa (elementos subjetivos), o resultado não pode
ser atribuído ao agente para fins penais. Resolve-se o 4. A teoria da imputação foi criada, inicialmente, para se
estudo da estrutura jurídica do crime em sede de fato contrapor aos dogmas da teoria da equivalência, erigindo
típico. Não havendo conduta dolosa ou culposa, não há fato uma relação de causalidade jurídica ou normativa, ao lado
típico. Não havendo fato típico, não há crime. ESSE daquela outra de natureza material;
RACIOCÍNIO PRESERVA A RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. 5. Uma vez concluída pela não-imputação objetiva, afasta-
Com o surgimento da imputação objetiva, a preocupação se o fato típico.
não é, à primeira vista, saber se houve dolo ou culpa no
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assim procede será beneficiado pela aplicação da execução ou execução ou ameaça à absoluta do
CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE trazida no artigo 65, III, b, impede que o impede que o pessoa, meio ou por
segunda parte, do CP. resultado se resultado se reparado o absoluta
produza, só produza, só dano ou improprieda
Diferente situação ocorre quando comparamos a responde pelos responde pelos restituída a de do objeto,
consequência jurídica da restituição da coisa ou reparação atos já atos já coisa, até o é impossível
do dano antes do recebimento da denúncia em crime praticado. praticado. recebimento consumar-se
contido no Código Penal com crime de competência do da denúncia o crime.
Juizado Especial Criminal. ou da queixa,
por ato
Art. 75 – Tratando-se de ação penal de iniciativa
voluntário do
privada ou de ação penal pública condicionada à
agente, a
representação, o acordo homologado acarreta a
pena será
renúncia ao direito de queixa ou representação.
reduzida de
um a dois
terços.
Enquanto o arrependimento posterior tem como
consequência a redução da pena entre 1/3 e 2/3, a RESPONDE RESPONDE CAUSA DE FATO
composição dos danos entre autor e vítima, realizada na PELOS ATOS PELOS ATOS DIMINUIÇÃO ATÍPICO
PRATICADOS PRATICADOS DE PENA
audiência preliminar tem o condão de EXTINGUIR A
PUNIBILIDADE (art. 107, V, do CP), visto que trata-se de NÃO TEM NÃO TEM CONSUMAÇÃ
hipótese de renúncia legal imposta à vítima ao seu direito CONSUMAÇÃO CONSUMAÇÃO O
de apresentar queixa ou representação.
6. CRIME DOLOSO E CULPOSO
5.3 Crime Impossível (tentativa inidônea; - tentativa 6.1 CRIME DOLOSO
inadequada ou - quase-crime.)
A. Elementos do tipo
Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta Integram o tipo o elemento objetivo, a descrição da
impropriedade do objeto, é impossível consumar- conduta (“matar alguém”), e o elemento subjetivo,
se o crime. pressuposto geral da voluntariedade do agente em praticar
a conduta descrita (culpa ou dolo).
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(Confunde o dolo com a culpa consciente); Sistema Finalista – o dolo é natural (consciência do fato) e
integra a conduta, sendo elemento subjetivo do fato típico.
Não acolhida pelo Código Penal Brasileiro.
DOLO NORMATIVO:
Vontade + consciência do fato + consciência da ilicitude;
D.2 Teoria da Vontade
DOLO NATURAL:
O agente representa o resultado como possível e além disso
ele quer produzir esse resultado. Vontade + consciência do fato.
D.3 Teoria do Assentimento (Teoria do Consentimento ou Consciência da Ilicitude: Discernimento de que a conduta é
Anuência) contrária ao Direito e autodeterminação para a prática do
O agente não quer produzir o resultado, mas ele aceita fato.
apostar com o risco de produzir esse resultado. CPB acolhe O inimputável, no sistema clássico, não age com dolo
as Teorias da Vontade e do Assentimento: normativo, por não entender a ilicitude do fato.
Art. 18 - Diz-se o crime: O inimputável, no sistema finalista age com dolo natural,
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou mas é isento de pena, por não entender a ilicitude do fato.
assumiu o risco de produzi-lo; Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença
(...) mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
ninguém pode ser punido por fato previsto como do fato ou de determinar-se de acordo com esse
crime, senão quando o pratica dolosamente. entendimento.
PU - A pena pode ser reduzida de um a dois terços,
* Quando há crime? se o agente, em virtude de perturbação de saúde
mental ou por desenvolvimento mental incompleto
Vontade e/ou Consentimento – DOLO; ou retardado não era inteiramente capaz de
Negligência, Imprudência ou Imperícia – CULPA; entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento.
Fato sem DOLO ou CULPA = FATO ATÍPICO.
F. Elementos do Dolo
Dolo Eventual - autor não almeja o resultado, mas insiste
CONSCIÊNCIA é o elemento intelectivo, ou seja, na conduta, mesmo sabendo do risco de produzir o
conhecimento efetivo das circunstâncias de fato: vítima, resultado.11
conduta, meio empregado e previsão do resultado.
VONTADE é o elemento volitivo, ou seja, querer realizar o
tipo objetivo, é a disposição interna, o ânimo, que quer 11 STF: Habeas Corpus 91.159/MG – Imprescindível que das circunstâncias se extraia
a aceitação (tanto faz) do autor da possibilidade de produzir o resultado. Ex. Racha,
alta velocidade, manobra perigosa, desafeto com a vítima, etc.
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Posição Majoritária – alguns crimes de trânsito. Ex. Racha. praticar ou permitir que com ele se pratique outro
ato libidinoso:
STF – Embriaguez, num primeiro momento, é culpa. O dolo
deve ser efetivamente comprovado. Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
Dolo Alternativo – o agente quer um ou outro resultado Prevê lesionar (129) resolve matar (121) → dirige sua
com igual intensidade; conduta em busca da lesão (129) e depois da morte (121).
Responde pelo mais grave, o menor é absorvido por este.
Ex. Atirar em alguém para ferir ou matar. O resultado que
sobrevier, lesão ou morte, era desejado;
Responde pelo crime mais grave – Tentativa de Homicídio. - Dolo Geral
Também chamado por erro sucessivo, dolus generalis ou
aberratio causae;
- Dolo de 1º grau x Dolo de 2º grau
Ocorre quando o agente supondo já ter alcançado o
Dolo de 1º grau - dolo direto imediato, expressando a resultado pratica nova ação que efetivamente o provoca.
finalidade ou propósito desejado pelo agente.
Quer matar “A” – Atira em “A” e mata “A”.
- Dolo de Propósito x Dolo de Ímpeto
Dolo de 2º grau - dolo direto mediato: para alcançar o
resultado querido, o agente realiza outro não diretamente Dolo de propósito: também chamado de dolo refletido,
visado, mas necessário para atingir a finalidade desejada. representa a PREMEDITAÇÃO (não majora a pena, apenas
prova o dolo).
Quer matar “B”→ para matar “B” (dolo direto) tem que
matar “A” (dolo eventual) → mata “A” e depois “B”. Dolo de ímpeto: também chamado de dolo repentino, pois
não há uma reflexão prévia (configura uma atenuante).
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a
- Dolo Genérico x Dolo Específico pena: [...]
Dolo genérico (finalistas chamam de apenas DOLO): o III - ter o agente: [...]
agente tem vontade de realizar a conduta sem um fim c) cometido o crime sob coação a que podia
específico. resistir, ou em cumprimento de ordem de
Dolo específico (finalistas chamam de elemento subjetivo autoridade superior, ou sob a influência de violenta
específico): o agente tem vontade de realizar a conduta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
descrita visando um especial fim (ultrapassa o dolo).
Constrangimento ilegal - Dolus bonus x Dolus malus
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência Dolus bonus – motivos menos reprovados – (Ex. aquele
ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, que mata por amor - eutanásia).
por qualquer outro meio, a capacidade de
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a
fazer o que ela não manda: pena:
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência Dolus malus – motivos mais reprovados – (Ex. aquele que
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a mata para roubar).
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a
pena, quando não constituem ou qualificam o
crime: [...]
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II - ter o agente cometido o crime: c) resultado lesivo não querido nem assumido pelo agente;
a) por motivo fútil ou torpe; 14
b) para facilitar ou assegurar a execução, a d) nexo de causalidade entre a conduta do agente que deixa
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro de observar o seu dever de cuidado e o resultado lesivo
crime; dela advindo;
c) à traição, de emboscada, ou mediante e) previsibilidade; 15
dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou
tornou impossível a defesa do ofendido; f) tipicidade.16
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, NEGLIGÊNCIA IMPRUDÊNCIA IMPERÍCIA
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
É uma conduta Conduta positiva, É uma inaptidão,
podia resultar perigo comum;
negativa, uma praticada sem os momentânea ou
e) contra ascendente, descendente, irmão ou omissão. É cuidados não, de o agente
cônjuge; deixar de fazer necessários, que praticar exercer
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de o que a causa resultado uma arte ou
relações domésticas, de coabitação ou de diligência lesivo previsível profissão. A
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na normal ao agente. É a imperícia deve
forma da lei específica;
impunha prática de um ato necessariamente
g) com abuso de poder ou violação de dever perigoso sem os estar ligada a uma
inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; cuidados que o atividade
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, caso requer. É profissional do
enfermo ou mulher grávida; exteriorizada em agente
i) quando o ofendido estava sob a imediata um fazer
proteção da autoridade;
# Culpa consciente x Dolo eventual
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou
qualquer calamidade pública, ou de desgraça
CULPA CONSCIENTE – o agente, embora preveja o
particular do ofendido; resultado, não deixa de praticar a conduta acreditando,
sinceramente, que esse resultado não venha a ocorrer.
l) em estado de embriaguez preordenada.
SUPERCONFIANÇA
DOLO EVENTUAL – embora o agente não queira
- Dolo de dano x Dolo de perigo diretamente o resultado, assume o risco de vir a produzi-lo.
Dolo de dano: a vontade do agente é causar efetiva lesão INDIFERENÇA.
ao bem jurídico tutelado. Exemplo: homicídio (Art. 121)
Dolo de perigo: o agente atua com a intenção de expor ao
V – ILICITUDE
perigo o bem jurídico tutelado. Exemplo: exposição da vida
ou saúde ao perigo (Art. 132). LEGÍTIMA DEFESA ESTADO DE NECESSIDADE
a) Agressão. a) Perigo atual.
6.2 CRIME CULPOSO b) Atualidade ou b) Ameaça a direito próprio ou
Art. 18. Diz-se o crime: iminência. alheio.
II - culposo, quando o agente deu causa ao c) Injustiça da agressão. c) Conhecimento da situação
resultado por imprudência, negligência ou d) O direito defendido. justificante.
imperícia. Parágrafo único. Salvo os casos d) Perigo não provocado
expressos em lei, ninguém pode ser punido por e) Elemento subjetivo —
conhecimento da situação voluntariamente pelo sujeito.
fato previsto como crime, senão quando o pratica
dolosamente justificante. e) Inexigibilidade do sacrifício
f) Meios necessários. do bem ameaçado (princípio
Elementos:
a) conduta humana voluntária, seja ela comissiva ou 13 Se o agente age de forma lícita, com finalidade lícita, mas inobserva esses deveres
omissiva; 12 a todos impostos causando danos a bens jurídicos de terceiros, deve ser
responsabilizado pelos danos.
b) inobservância de um dever objetivo de cuidado 14 Embora o agente tenha agido em completa inobservância ao dever objetivo de
cuidado, seja de forma imprudente, negligente ou imperita, não poderá ser
(negligência, imprudência ou imperícia);13 penalmente responsabilizado se efetivamente não causar danos a bens jurídicos
penalmente tutelados.
15 Diz-se que no crime culposo, o agente não prevê aquilo que lhe era previsível. Esse
conceito, entretanto, serve apenas à chamada culpa inconsciente, visto que, no caso
12 Nos delitos culposos, a conduta do agente é dirigida, em regra, a um fim lícito. Não da culpa consciente, o agente prevê que o resultado possa ocorrer, mas acredita
há conduta sem finalidade, seja ela dolosa ou culposa. A diferença é que na conduta sinceramente que ele não ocorrerá.
dolosa a ação é impulsionada por uma finalidade ilícita e na culposa, visto ser a 16 A conduta culposa só poderá ser considerada crime se houver previsão legal
finalidade geralmente lícita. expressa para essa modalidade de infração.
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a) doença mental ou a) Coação moral irresistível: CF, art. 228). não excluem o crime (CP,
desenvolvimento mental Requisito da coação moral art. 28). Seria um absurdo se
incompleto ou retardado (ameaça): deve ser isso ocorresse, já que, por
(CP, art. 26) irresistível. mais amoral que seja o
b) embriaguez completa e criminoso, ele sempre
E a “irresistibilidade da estará sentindo alguma
involuntária — decorrente coação deve ser medida
de caso fortuito ou força emoção (tensão, apreensão,
pela gravidade do mal nervosismo, alegria, prazer,
maior (CP, art. 28, § 1º); ameaçado (...) Somente o irritação, ansiedade etc.).
mal efetivamente grave e
iminente tem o condão de
caracterizar a coação 2 EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE
irresistível prevista pelo art. i. INIMPUTÁVEIS: inteira capacidade de entendimento
22 do CP. A iminência aqui
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por
não se refere à imediatidade
doença mental ou desenvolvimento mental
tradicional, puramente
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação
cronológica, mas significa ou da omissão, inteiramente incapaz de entender
iminente à recusa, isto é, se o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
o coagido recusar-se, o acordo com esse entendimento. Redução de
coator tem condições de pena. Parágrafo único - A pena pode ser reduzida
cumprir a ameaça em de um a dois terços, se o agente, em virtude de
seguida, seja por si mesmo, perturbação de saúde mental ou por
seja por interposta pessoa” desenvolvimento mental incompleto ou retardado
não era inteiramente capaz de entender o caráter
(Cezar R. Bitencourt, Manual
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
de direito penal: parte geral,
esse entendimento.
v. 1, p. 310).
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são
c) dependência a substância b) Obediência hierárquica: I) penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às
entorpecente (Lei n. relação de direito público normas estabelecidas na legislação especial.
11.343/2006, art. 45, caput); (hierarquia); Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: I - a
d) intoxicação involuntária II) ordem do superior; emoção ou a paixão;
por substância entorpecente III) ordem ilegal, mas cuja Embriaguez.
(Lei n. 11.343/2006, art. 45, ilegalidade não seja II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool
caput); 18 manifestamente evidente. ou substância de efeitos análogos.
Obs: O superior hierárquico § 1º - É isento de pena o agente que, por
que profere a ordem ilegal embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou
responde pelo crime com
da omissão, inteiramente incapaz de entender o
uma circunstância agravante caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
(CP, art. 62, III); seu acordo com esse entendimento.
subordinado será isento de
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois
pena (trata-se de outro caso
terços, se o agente, por embriaguez, proveniente
de autoria mediata17 de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao
e) menoridade (CP, art. 27, e OBS: A emoção e a paixão tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade
de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
17 Em relação à obediência hierárquica, a situação dos militares é diferente dos
funcionários civis. O Código Penal Militar prevê o crime de insubordinação (art. 163,
CPM), que inviabiliza discutir a legalidade de uma ordem pelo dever de obediência.
Nesses casos, se houvesse crime, só o autor da ordem responderia, o subalterno não.
É importante notar que o Código Penal Militar fala em ordem manifestamente
criminosa (art. 38, § 2º, CPM). A ordem manifestamente criminosa é diferente da
ordem manifestamente ilegal do Código Penal, pois a ilegalidade manifesta é relativa
a formalidades que não foram cumpridas e falta de legitimidadde do superior para
dar a ordem. Já a ordem manifestamente criminosa tem por objeto a prática de ato
manifestamente criminoso.
18 O art. 45, caput, da Lei de Tóxicos (Lei n. 11.343/2006) dispõe: “É isento de pena o
agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito
ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha
sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”. Nesse caso, “quando OBS¹: EMBRIAGUEZ
absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época
do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá 1. VOLUNTÁRIA: o agente quer beber e quer se embriagar –
determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico
adequado” (parágrafo único).
imputável;
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2. CULPOSA: o agente quer beber, mas não quer se possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa
embriagar – imputável; consciência
JURISPRUDÊNCIA
DIREITO PENAL. PORTE DE ARMA DE FOGO POR VIGIA
APÓS O HORÁRIO DE EXPEDIENTE.
O fato de o empregador obrigar seu empregado a portar
iii. Descriminantes putativas e o Erro de Proibição arma de fogo durante o exercício das atribuições de vigia
Descriminantes (excludente de ilicitude) e putativa não caracteriza coação moral irresistível (art. 22 do CP)
(imaginária): excludente de ilicitude imaginária. A capaz de excluir a culpabilidade do crime de “porte ilegal
excludente não é real, há uma falsa percepção da realidade. de arma de fogo de uso permitido” (art. 14 da Lei n.
Tratada por muitos como uma modalidade de erro. Erro de 10.826/2003) atribuído ao empregado que tenha sido
tipo permissivo. flagrado portando, em via pública, arma de fogo, após o
término do expediente laboral, no percurso entre o
Art. 20. § 1º - É isento de pena quem, por erro
plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
trabalho e a sua residência. De fato, não parece aceitável
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação admitir a tese de que o vigia estava sob influência de coação
legítima. Não há isenção de pena quando o erro moral irresistível, porquanto, quando praticou a conduta
deriva de culpa e o fato é punível como crime proibida, ele estava fora do horário e do ambiente de
culposo trabalho, livre, portanto, da relação de subordinação que o
19
verifica-se quando a falsa percepção da realidade incide sobre os limites legais
Erro de Proibição inevitável (normativos) da causa de justificação. O agente sabe exatamente o que está fazendo, percebe
toda a situação; desconhece, no entanto, que a lei proíbe sua conduta. Pensa que age de forma
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O correta, quando, na verdade, sua conduta é errada, proibida, censurada pelo ordenamento
erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta penal. É o chamado erro de proibição indireto. Exemplo: “Um oficial de justiça realiza uma
de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um penhora. O executado, por erro, supõe que a diligência é injusta e reage em imaginária
legítima defesa. O erro deriva não da má apreciação das circunstâncias do fato, mas de
sexto a um terço. Parágrafo único - Considera-se incorreta consideração da qualidade da agressão. Esta existe, mas é justa. O executado a supõe
evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a injusta. Aplica-se o art. 21: se o erro é invencível, há exclusão da culpabilidade, se vencível,
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era não há exclusão da culpabilidade e sim diminuição de pena” (Damásio de Jesus, Novas
questões criminais, p. 136).
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obrigava a portar arma de fogo de modo ilegal. Sob esse ensejadora de crime de injúria — art. 140 do CP, por ele
prisma, não há porque supor a indução do comportamento respondendo, e não por desacato — art. 331 do CP).
delitivo por força externa determinante, infligida pelo O erro de tipo essencial, seja ele evitável ou não, sempre
empregador. A verdade é que não há espaço para aplicação exclui o dolo. Quando inevitável dolo, afasta a culpa. Tal
da regra disposta no art. 22 do CP (“Se o fato é cometido erro ocorre quando o equívoco (ex., a falsa percepção da
sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, realidade) no qual o agente incorreu seria cometido por
não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é qualquer pessoa de mediana prudência e discernimento, na
punível o autor da coação ou da ordem”). Assim, a situação em que ele se encontrava. Exemplo: o caçador
inexigibilidade de conduta diversa somente funciona como atira contra um arbusto ferindo uma pessoa que se fazia
causa de exclusão da culpabilidade quando proceder de passar por animal bravio. O erro essencial pode, ainda, ser
forma contrária à lei se mostrar como única alternativa evitável, caso pudesse ter sido evitado por alguém de
possível diante de determinada situação. Se há outros mediana prudência e discernimento. Embora afaste o dolo,
meios de solução do impasse, a exculpante não se enseja a punição por crime culposo, se previsto em lei.
caracteriza. Ademais, “importa não confundir, aqui, a Exemplo: o caçador atira contra uma pessoa há poucos
atividade exercida pelo réu (vigia) com a de um vigilante metros de distância porque, estando sem os seus óculos, a
(profissional contratado por estabelecimentos financeiros confundiu com um animal1.
ou por empresa especializada em prestação de serviços de
vigilância e transporte de valores), cuja categoria é
regulamentada pela Lei nº 7.102/83, ao qual é assegurado o Acidental: compreende o erro sobre o objeto material, o
direito de portar armas de fogo, quando em efetivo erro na execução e o erro sobre o nexo causal.
exercício da profissão” (REsp 1.221.960-SP, Sexta Turma, Erro sobre o objeto material
DJe 9/3/2011). REsp 1.456.633-RS, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 5/4/2016, DJe 13/4/2016 O objeto material do crime é a pessoa ou coisa sobre a qual
(Informativo n. 581). recai a conduta. Há, portanto, erro sobre a pessoa (error in
persona) e erro sobre o objeto (error in objecto).
a) Erro sobre a pessoa Pressuposto: o agente atinge pessoa
VII – ERRO DE TIPO diversa da que pretendia ofender (vítima efetiva), pois a
confunde com outra (vítima visada). Exemplo: o sujeito
mata um sósia do inimigo, pensando tratar-se de seu algoz.
Espécies de erro de tipo
Efeito: não beneficia o agente, devendo ele responder
Essencial: subdivide-se em erro de tipo incriminador e como se tivesse atingido a vítima visada (CP, art. 20, § 3º).
permissivo. Assim, se pretendia matar seu pai, mas atingiu
a) Erro de tipo incriminador (art. 20, caput): Exemplos: desconhecido (porque o confundiu com seu genitor),
contrair casamento com pessoa casada, desconhecendo responde pelo crime de homicídio (simples ou qualificado,
completamente o matrimônio anterior válido (o agente não conforme o caso), com a agravante genérica do art. 61, II, e,
será considerado bígamo — art. 235 do CP); subtrair coisa do CP.
alheia, supondo-a própria (não ocorre o crime de furto — b) Erro sobre o objeto Pressuposto: a conduta do sujeito
art. 155 do CP). recai sobre coisa diversa da imaginada. Exemplo: alguém
b) Erro de tipo permissivo (art. 20, § 1º): Exemplo: numa subtrai sacas de arroz acreditando tratar-se de milho.
comarca do interior, uma pessoa é condenada e promete ao Efeito: não beneficia o agente, respondendo ele pelo crime
juiz que, quando cumprir a pena, irá matá-lo. Passado certo praticado.
tempo, o escrivão alerta o magistrado de que aquele réu c) Erro na execução do crime
está prestes a ser solto. No dia seguinte, o juiz caminha por
uma rua escura e se encontra com seu algoz, que leva a
mão aos bolsos de maneira repentina. O juiz, supondo que Há duas modalidades de erro na execução: aberratio ictus
está prestes a ser alvejado, saca de uma arma, matando-o; e aberratio criminis.
apura-se, em seguida, que o morto tinha nos bolsos apenas 1ª) Aberratio ictus (erro na execução ou desvio no golpe)
um bilhete de desculpas (legítima defesa putativa). — art. 73 do CP.
É o que retira do agente a capacidade de perceber que Característica: o sujeito erra nos meios de execução (“erro-
pratica determinado crime. Pode ser inevitável ou evitável. inabilidade”), de tal forma que atinge pessoa diversa da
Em função dele, o sujeito crê não cometer ilícito algum pretendida.
(como no exemplo da pessoa que guarda cocaína em casa
Espécies:
acreditando tratar-se de açúcar) ou, ao menos, que comete
outro crime, diverso do que efetivamente pratica (p. ex., a) com unidade simples ou resultado único: em face do erro
alguém ofende a dignidade de uma pessoa desconhecendo na execução, o agente acaba por atingir apenas pessoa
que se trata de funcionário público no exercício de sua diversa da pretendida (a pessoa que queria atingir é
função; apenas se dá conta, nesse caso, de uma situação chamada de vítima virtual e a pessoa atingida é chamada de
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vítima efetiva); — consequência: a solução é a mesma do art. 22 porque não havia ordem. É o caso de aplicar o art.
art. 20, § 3º, ou seja, o agente responde pelo crime como se 21: erro de proibição. O agente supôs que sua conduta era
tivesse atingido a vítima pretendida (vítima virtual); lícita porque agiu na crença de que havia uma ordem de
b) com unidade complexa ou resultado duplo: o agente, autoridade superior, a qual lhe pareceu legal (e cuja
além de atingir a vítima efetiva, atinge a vítima virtual; — ilegalidade, à vista do homem médio, não era manifesta)
consequência: aplica-se a regra do concurso formal. Apura- 9.6.2 Erro sobre a inimputabilidade
se a capitulação jurídica de cada crim, segundo o elemento Considere uma pessoa humilde, que não teve seu
subjetivo do agente, e faz-se a exasperação das penas. nascimento registrado em cartório, acreditando ter 17 anos,
Diferença entre o erro sobre a pessoa e a aberratio ictus quando, na verdade, possui 18 (circunstância apurada
(erro na execução): “O erro sobre a pessoa surge no mediante perícia). Também aqui devem ser aplicados os
momento da formação da vontade e nisso se distingue da princípios relativos ao erro de proibição.
aberratio ictus, que surge no momento da execução da
vontade”
QUESTÕES
Além disso, no erro sobre a pessoa, a vítima visada nem
sequer chega a ser ameaçada com a conduta do agente. 1.(II.OAB) Pedro, almejando a morte de José, contra ele
efetua disparo de arma de fogo, acertando-o na região
toráxica. José vem a falecer, entretanto, não em razão do
2ª) Aberratio criminis (resultado diverso do pretendido) — disparo recebido, mas porque, com intenção suicida, havia
art. 74 do CP ingerido dose letal de veneno momentos antes de sofrer a
Pressuposto: o erro do agente também está nos meios agressão, o que foi comprovado durante instrução
executórios. No entanto, em vez de atingir pessoa diversa processual. Ainda assim, Pedro foi pronunciado nos termos
da pretendida, acaba por atingir bem jurídico diverso do do previsto no artigo 121, caput, do Código Penal. Na
pretendido (daí o nomen iuris: resultado diverso do condição de Advogado de Pedro: I. indique o recurso
pretendido). cabível; II. o prazo de interposição; III. a argumentação
visando à melhoria da situação jurídica do defendido.
Exemplo: o agente atira uma pedra contra uma vidraça e
Indique, ainda, para todas as respostas, os respectivos
acerta uma pessoa (só responde por lesão corporal culposa,
dispositivos legais.
ficando absorvida a tentativa de dano).
Espécies:
2. Félix, objetivando matar Paola, tenta desferir-lhe diversas
a) com unidade simples ou resultado único: só atinge o bem
facadas, sem, no entanto, acertar nenhuma. Ainda na
jurídico diverso do pretendido; para falar em aberratio
tentativa de atingir a vítima, que continua a esquivar-se dos
criminis pressupõe-se que o bem jurídico diverso tenha sido
golpes, Félix, aproveitando-se do fato de que conseguiu
atingido por erro (leia-se: culpa), pois, se houve dolo, ainda
segurar Paola pela manga da camisa, empunha a arma. No
que eventual, deve o agente responder pelo crime na forma
momento, então, que Félix movimenta seu braço para dar o
dolosa, não se aplicando o art. 74; — consequência: só
golpe derradeiro, já quase atingindo o corpo da vítima com
responde pelo resultado produzido e, mesmo assim, se
a faca, ele opta por não continuar e, em seguida, solta
previsto como crime culposo;
Paola, que sai correndo sem ter sofrido sequer um
b) com unidade complexa ou resultado duplo: atinge o bem arranhão, apesar do susto.
jurídico que almejava e outro, diverso do pretendido, por
Nesse sentido, com base apenas nos dados fornecidos,
erro na execução; — consequência: concurso formal
poderá Félix ser responsabilizado por tentativa de
homicídio? Justifique. (Valor: 1,25)
ERRO DE PROIBIÇÃO A resposta que contenha apenas as expressões “sim” ou
9.6.1 Coação moral irresistível putativa e obediência “não” não será pontuada, bem como a mera indicação de
hierárquica putativa artigo legal ou a resposta que apresente teses
contraditórias.
Um funcionário público recebe uma carta
ameaçadora dizendo-lhe que não realize ato de ofício;
amedrontado, omite-se; depois, percebe que a carta era 3. (XX.OAB) Andy, jovem de 25 anos, possui uma
endereçada a outro funcionário com atribuição semelhante condenação definitiva pela prática de contravenção penal.
à sua. Responde o agente por prevaricação? A resposta é Em momento posterior, resolve praticar um crime de
negativa, devendo aplicar-se os princípios relativos ao erro estelionato e, para tanto, decide que irá até o portão da
de proibição (CP, art. 21). residência de Josefa e, aí, solicitará a entrega de um
O agente, supondo existente uma ordem, não computador, afirmando que tal requerimento era fruto de
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, pratica uma um pedido do próprio filho de Josefa, pois tinha
conduta. Na verdade, contudo, a ordem não foi dada. conhecimento que este trabalhava no setor de informática
Responde pelo crime cometido? Não pode ser aplicado o de determinada sociedade. Ao chegar ao portão da casa,
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afirma para Josefa que fora à sua residência buscar o chegar a hora em que sabia que Josefa não estaria em casa
computador da casa a pedido do filho dela, com quem e, após olhar em volta para ter certeza de que ninguém a
trabalhava. Josefa pede para o marido entregar o observava, Maria arremessa com força, na direção da casa
computador a Andy, que ficara aguardando no portão. da vizinha, um enorme tijolo. Ocorre que Josefa, naquele
Quando o marido de Josefa aparece com o aparelho, Andy dia, não havia saído de casa e o tijolo após quebrar a
se surpreende, pois ele lembrava seu falecido pai. Em razão vidraça, atinge também sua nuca. Josefa falece
disso, apesar de já ter empregado a fraude, vai embora sem instantaneamente.
levar o bem. O Ministério Público ofereceu denúncia pela Nesse sentido, tendo por base apenas as informações
prática de tentativa de estelionato, sendo Andy condenado descritas no enunciado, responda justificadamente: É
nos termos da denúncia. correto afirmar que Maria deve responder por homicídio
Como advogado de Andy, com base apenas nas doloso consumado? (Valor: 1,25)
informações narradas, responda aos itens a seguir.
A) Qual tese jurídica de direito material deve ser alegada, 6. Erika e Ana Paula, jovens universitárias, resolvem passar
em sede de recurso de apelação, para evitar a punição de o dia em uma praia paradisíaca e, de difícil acesso (feito
Andy? Justifique. (Valor: 0,65) B) Há vedação legal expressa através de uma trilha), bastante deserta e isolada, tão
à concessão do benefício da suspensão condicional do isolada que não há qualquer estabelecimento comercial no
processo a Andy? Justifique. (Valor: 0,60) local e nem mesmo sinal de telefonia celular. As jovens
chegam bastante cedo e, ao chegarem, percebem que além
4. (X.OAB) Maria, mulher solteira de 40 anos, mora no delas há somente um salva-vidas na praia. Ana Paula decide
Bairro Paciência, na cidade Esperança. Por conta de seu dar um mergulho no mar, que estava bastante calmo
comportamento, Maria sempre foi alvo de comentários naquele dia. Erika, por sua vez, sem saber nadar, decide
maldosos por parte dos vizinhos; alguns até chegavam a puxar assunto com o salva-vidas, Wilson, pois o achou
afirmar que ela tinha “cara de quem cometeu crime”. Não muito bonito. Durante a conversa, Erika e Wilson percebem
obstante tais comentários, nunca houve prova de qualquer que têm vários interesses em comum e ficam encantados
das histórias contadas, mas o fato é que Maria é pessoa um pelo outro. Ocorre que, nesse intervalo de tempo,
conhecida na localidade onde mora por ter máíndole, já que Wilson percebe que Ana Paula está se afogando. Instigado
sempre arruma brigas e inimizades. por Erika, Wilson decide não efetuar o salvamento, que era
perfeitamente possível. Ana Paula, então, acaba morrendo
Certo dia, com raiva de sua vizinha Josefa, Maria resolve afogada. Nesse sentido, atento(a) apenas ao caso narrado,
quebrar a janela da residência desta. Para tanto, espera indique a responsabilidade jurídico-penal de Erika e Wilson.
chegar a hora em que sabia que Josefa não estaria em casa (Valor: 1,25)
e, após olhar em volta para ter certeza de que ninguém a
observava, Maria arremessa com força, na direção da casa
da vizinha, um enorme tijolo. Ocorre que Josefa, naquele 7. O Ministério Público ofereceu denúncia contra Lucile,
dia, não havia saído de casa e o tijolo após quebrar a imputando-lhe a prática da conduta descrita no Art. 155,
vidraça, atinge também sua nuca. Josefa falece caput, do CP. Narrou, a inicial acusatória, que no dia
instantaneamente. 18/10/2012 Lucile subtraiu, sem violência ou grave ameaça,
Nesse sentido, tendo por base apenas as informações de um grande estabelecimento comercial do ramo de venda
descritas no enunciado, responda justificadamente: de alimentos, dois litros de leite e uma sacola de verduras, o
que totalizou a quantia de R$10,00 (dez reais). Todas as
É correto afirmar que Maria deve responder por homicídio exigências legais foram satisfeitas: a denúncia foi recebida,
doloso consumado? (Valor: 1,25) foi oferecida suspensão condicional do processo e foi
A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não apresentada resposta à acusação. O magistrado,
pontua. entretanto, após convencer-se pelas razões invocadas na
referida resposta à acusação, entende que a fato é atípico.
5. Maria, mulher solteira de 40 anos, mora no Bairro Nesse sentido, tendo como base apenas as informações
Paciência, na cidade Esperança. Por conta de seu contidas no enunciado, responda, justificadamente, aos
comportamento, Maria sempre foi alvo de comentários itens a seguir.
maldosos por parte dos vizinhos; alguns até chegavam a A) O que o magistrado deve fazer? Após indicar a solução,
afirmar que ela tinha “cara de quem cometeu crime”. Não dê o correto fundamento legal.
obstante tais comentários, nunca houve prova de qualquer (Valor: 0,65)
das histórias contadas, mas o fato é que Maria é pessoa
conhecida na localidade onde mora por ter má índole, já B) Qual é o elemento ausente que justifica a alegada
que sempre arruma brigas e inimizades. atipicidade? (Valor: 0,60)
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validade da norma) reeducá-lo para aceito de volta a comunidade (MASSON, 2013). Pode gerar
Prevenção geral Art. 59, CP que no futuro reparação a vítima, pois incentiva o perdão recíproco.
negativa (evita que o possa ingressar ao
cidadão venha convívio social,
delinquir – por prevenindo a Art. 28-A, CPP (INCLUÍDO PELA LEI 13.964/19) – ACORDO DE
intimidação) prática de novos NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP):
crimes.
1. CONCEITO: “é um ajuste obrigacional celebrado entre o
(Rogério Greco
órgão de acusação e o investigado (assistido por advogado),
chama de
prevenção especial
devidamente homologado pelo juiz, no qual o indigitado
positiva a assume sua responsabilidade, aceitando cumprir desde
ressocialização da logo, condições menos severas do que a sanção penal
pena.) aplicável ao fato a ele imputado. (SANCHES, 2020)
4.4 Princípio da individualização da pena * Nasce deste princípio o princípio da suficiência das penas
Art. 5º, XLVI, CRFB – justa e adequada sanção penal. Evita a alternativas – fundamento do STF para considerar penas
aplicação mecanizada ou padronizada. alternativas para crimes hediondos e equiparados.
Sistemas na fixação da pena no ordenamento jurídico penal 4.8. Princípio da vedação do bis in idem
brasileiro. Ele respeita o princípio da individualização? Sim, PROCESSUAL
pois o CP segue o sistema conhecido como o das penas
relativamente indeterminadas. As penas variando de um Ninguém pode ser processado 2 vezes pelo mesmo crime
mínimo até um máximo, deixando uma margem para a
consideração judicial. Alerta: o sistema de penas fixas viola
MATERIAL
a individualização da pena, em que a pena é determinada,
não admite quantificação. No Brasil prevalece a segunda Ninguém pode ser condenado 2 vezes pelo mesmo crime
corrente, é absoluto (MIRABETE)
EXECUÇÃO
4.5 Princípio da inderrogabilidade ou inevitabilidade da Ninguém pode ser executado 2 vezes por condenações
pena relacionadas ao mesmo fato.
Desde que presentes os seus pressupostos, a pena deve ser
aplicada e fielmente cumprida.
5. TIPOS DE PENA
Exceções: perdão judicial; livramento condicional; sursis,
anistia. 5.1 PENAS PROIBIDAS – princípio da limitação das penas
- Art.5º, XLVII - De morte, caráter perpétuo, trabalhos
forçados, banimento e cruéis.
4.6 Princípio da proporcionalidade
- A CRFB como limite negativo do Direito Penal – toda
Princípio constitucional implícito na individualização da
criminalização que não desrespeite frontalmente a
pena. A resposta deve ser justa e suficiente.
constituição será admitida – derivado da dignidade da
A pena deve ser proporcional à gravidade da infração penal, pessoa humana.
deve ser o meio proporcional perseguido com a pena (ou Art. 5º, XLVII - não haverá penas:
seja, com a prevenção e retribuição).
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,
A. PARA EVITAR excessos (hipertrofia da pena) nos termos do art. 84, XIX;
B. (STF) – para evitar a intervenção insuficiente do Estado – b) de caráter perpétuo;
evitar a impunidade c) de trabalhos forçados;
Art. 319-A, CP – omitir o dever de vedar celular – é uma d) de banimento;
pena de menor potencial ofensivo. * O STF, na ADI 3112,
e) cruéis;
decidiu: “os direitos fundamentais não podem ser
considerados como proibições de intervenção, expressando
também o postulado de proteção. Pode-se dizer que os 5.1.1 Pena de Morte
direitos fundamentais expressam não apenas uma proibição - Convenção Americana sobre DH’s referente à Abolição da
de excesso, mas também podem ser traduzidos como Pena de Morte (1990)
proibições de proteção insuficiente ou imperativos de
tutela.” - Impede sanar o erro judiciário
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O Brasil admite pena de morte? da LEP, porquanto tem-se por caracterizado o excesso de
Não. Exceções: prazo da medida, que deve subsistir por prazo razoável à
implementação de sua finalidade. Até mesmo nos casos de
a) Guerra declarada – art. 84, XIX, CF – com ato homologação de faltas graves (fuga, subversão da disciplina
presidencial; autorização ou referendo do congresso; etc.) ou de condenações definitivas existe, nos regimentos
conflito armado; guerrilha urbana ou qualquer perturbação penitenciários ou no art. 94 do CP, a possibilidade de
que configure guerra – conflitos urbanos ou outras reabilitação. Toda pena deve atender ao caráter de
perturbações que não configure guerra nos termos temporariedade. (Informativo n. 661./2020)
constitucionais não admitem a pena capital; A pena capital
se dá por Fuzilamento (art. 56, CPM)
b) Lei do abate (Lei 7565/86 – art. 303) – aeronave 5.1.3 Pena de trabalhos forçados
estrangeira sobrevoando espaço brasileiro sem autorização Ninguém pode ser obrigado a trabalhar como meio de
considerada hostil (toque; parada) – abate aeronave. cumprimento da pena.
c) Lei dos crimes ambientais (Art. 24 da Lei 9605/98) – pena E o trabalho carcerário? E a prestação de serviços a
de morte da pessoa jurídica poluidora – liquidação forçada. comunidade?
OBS.: Zaffaroni entende que pena de morte não é pena. Não se confunde com o trabalho previsto no CP e na LEP
Não tem prevenção ou ressocialização. exercido concomitante com a pena, pois são meio de
ressocialização, gerando direitos e remuneração.
5.1.2 Pena de caráter perpétuo.
- As funções da pena, como a prevenção, voltam a pena 5.1.4 Banimento
para o futuro. Tem a intenção de reinserir o preso; Como Expulsão do brasileiro nato ou naturalizado é proibido.
instrumento de reconstrução moral do indivíduo.
20
- Art. 75, CP – 40 anos.
5.1.5 Cruéis
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas
privativas de liberdade não pode ser superior a 40 Princípio da dignidade da pessoa humana.
(quarenta) anos. (Redação dada pela Lei nº Execução como espetáculos – Michel Foucault (Vigiar e
13.964, de 2019) Punir)
§ 1º Quando o agente for condenado a penas
privativas de liberdade cuja soma seja superior a
40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para 5.2 PENAS PERMITIDAS
atender ao limite máximo deste artigo. CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS
Privativas de Restritivas de direito Pecuniária
Inconstitucional a indeterminação do prazo de medida de liberdade (art. (art. 43, CP)
segurança – entendimento do STF – pois configura um 33 a 42)
caráter perpétuo a sua indeterminação. A) Reclusão A) Prestação de A) Multa
* Estatuo de Roma, art. 77, §1º - letra b – admite a pena B) Detenção serviços a comunidade
perpétua – Brasil é signatário sem reservas. Aparente B) Limitação de fim de
conflito entre a CRFB e o Estatuto de Roma. O conflito é C) Prisão simples
(contravenção semana
apenas aparente. A CF quando prevê a proibição de pena de
caráter perpétuo está direcionando seu comando para o penal) C) Interdição
legislador interno brasileiro, não alcançando os legisladores temporária de direitos
estrangeiros, ou internacionais. (Lei 12550/2011 –
nova espécie – art. 47,
É ilegal a sanção administrativa que impede V, CP – proibição de
definitivamente o direito do preso de receber visitas. O inscrever-se em
ordenamento jurídico garante a toda pessoa privada da concurso)
liberdade o direito a um tratamento humano e à assistência
D) Prestação
familiar e não prevê nenhuma hipótese de perda definitiva
pecuniária (à vítima)
do direito de visita. Assim, a negativa da revisão do
cancelamento do registro de visitante está em descompasso E) Perda de bens e
com a proibição constitucional de penalidades de caráter valores
perpétuo. Na hipótese é ilegal a sanção administrativa que
impede definitivamente o preso de estabelecer contato
com seu genitor por suprimir o direito previsto no art. 41, X,
20
Modificação feita pela Lei 13.964/19 (pacote Anticrime)
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6. CRITÉRIO TRIFÁSICO
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1. CÁLCULO DA PENA (ART. 68, CP) ou DOSIMETRIA DA 1.1 1ª FASE – FIXAÇÃO DA PENA BASE
PENA
- Finalidade: fixar a pena base
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao
critério do art. 59 deste Código; em seguida serão
- Instrumentos: circunstâncias judiciais (art. 59, CP)
consideradas as circunstâncias atenuantes e - Ponto de partida: PENA SIMPLES OU QUALIFICADA,
agravantes; por último, as causas de diminuição e abstratamente prevista para o delito.
de aumento.
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos
Parágrafo único - No concurso de causas de antecedentes, à conduta social, à personalidade do
aumento ou de diminuição previstas na parte agente, aos motivos, às circunstâncias e
especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou conseqüências do crime, bem como ao
a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a comportamento da vítima, estabelecerá, conforme
causa que mais aumente ou diminua. seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime:
O artigo 68, CP adotou critério ou sistema trifásico (ou II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos
limites previstos;
Nelson Hungria) para a fixação da pena.
PENA SIMPLES/QUALIFICADA
OBS.: Circunstâncias subjetivas (direito penal do autor).
6 A 20 ANOS/12 A 30 ANOS
Doutrina moderna, (Paulo Queiroz, Ferrajoli), adotando a
1ª FASE: PENA BASE (ART. 59, CP) Constituição Federal um direito penal garantista,
↓ compatível unicamente, com o direito penal do fato, critica
circunstâncias subjetivas constantes do artigo 59, CP.
2ª FASE: PENA INTERMEDIÁRIA (AGRAVANTES – art.
Doutrina minoritária.
61/ATENUANTES – art. 65)
↓
# CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
3ª FASE: PENA DEFINITIVA (CAUSAS DE AUMENTO E
DIMINUIÇÃO) A) CULPABILIDADE DO AGENTE
- Não é a culpabilidade substrato do crime.
OBS.: Não servem como maus antecedentes (STJ) os atos G) CONSEQUÊNCIAS DO CRIME
infracionais. Entretanto, o próprio STJ aceita que sejam Trata-se da lesão jurídica causada pelo crime ou efeitos
considerados na 1ª fase como personalidade desajustada. danosos a vítima, a família ou a sociedade.
Súmula 636 - A folha de antecedentes criminais é OBS.: O STJ alerta para a utilização de argumentos genéricos
documento suficiente a comprovar os maus antecedentes e ou circunstâncias elementares do próprio tipo penal para o
a reincidência. aumento da pena-base com base nas circunstâncias. Ex.:
Medo – crime de estupro (elementar)/ Medo dos filhos que
C) CONDUTA SOCIAL assistiram (circunstâncias).
# LIMITES DA PENA-BASE
D) PERSONALIDADE DO AGENTE
O juiz estar atrelado aos limites mínimo e máximo
Conceito: “É perfil subjetivo do réu, nos aspectos moral e abstratamente previstos no preceito secundário. Art. 59, II.
psicológico, pelo qual se analisa se tem ou não caráter
voltado à prática de infrações penais” (MASSON, 2013)
22
Retrato psíquico do delinquente. Síntese das qualidades # SITUAÇÕES HIPOTÉTICAS :
morais e sociais do indivíduo. Boa ou má índole. 1. Não há circunstâncias judiciais relevantes – pena-base no
Sensibilidade ético-social, desvios de caráter; o crime foi um mínimo.
episódio acidental? 2. Só há circunstâncias judiciais favoráveis – pena-base no
OBS¹: De acordo com o STJ, a personalidade do agente não mínimo.
pode ser considerada de forma imprecisa, vaga, insuscetível 3. Só há circunstâncias judiciais desfavoráveis – pena-base
de controle, sob pena de restaurar direito penal do autor acima do mínimo - o “quantum de aumento ou de
(Resp 513.641) diminuição fica a critério do juiz”.
OBS²: A reincidência e os maus antecedentes não podem JURISPRUDÊNCIA: Justificação da opção (tema já tratado)
por si só caracterizar uma personalidade voltada para a
criminalidade, sob pena de configurar bis in idem. 4. Concurso de circunstâncias favoráveis e desfavoráveis –
de acordo com a doutrina deve aplicar o artigo 67, CP por
analogia – circunstâncias preponderantes – deve-se fazer
E) MOTIVOS analogia in bona parten.
São os fatores psíquicos que levam a pessoa a praticar o
crime ou contravenção penal. Só irei considerar quando a 1.2 FASE INTERMEDIÁRIA – AGRAVANTES E
motivação do crime não caracterizar como qualificadora,
ATENUANTES
causa ou diminuição de pena, atenuante ou agravante
genérica. Finalidade: Fixar a pena intermediária.
Instrumentos: atenuantes (art. 65 e 66, CP e Legislação
extravagante) e agravantes (Art. 61 e 62 e legislação
F) CIRCUNSTÂNCIAS
extravagante).
São dados relativos ao crime, trata-se do modus operandi
Ex.; Lei de Crimes Ambientais – baixo grau de escolaridade.
do agente, o modo de execução do crime, os instrumentos
utilizados, condições do tempo e do lugar, o * Princípio do non bis in idem – considerar duas vezes em
relacionamento entre o autor e a vítima. prejuízo.
Acarreta necessariamente aumento de pena, pois Escala valorativa: agravante, majorante (min 1/6) e
circunstâncias favoráveis são atenuantes conforme art. 66 qualificadora. Privilegiadora, minorante e atenuante.
do CP.
22
OBS.: PENA-BASE fixada no mínimo sem fundamentação judicial é tolerada pela
jurisprudência. Quando fixada acima do mínimo, sem fundamentação, torna a
sentença no ponto, isto é, não se anula a sentença toda somente a fixação da pena.
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≠ As agravantes sempre agravam a pena? Art.61 – quando 3ª) Circunstância agravante /atenuante subjetiva
não constituem ou qualifica o crime. Ex.; Réu, confesso executou furto por motivo fútil.
Em regra, sim, salvo: No mesmo patamar de preponderância, pode compensar.
a) Quando constituem ou qualificam o crime – evitar bis Não agrava, nem atenua, ele confirma pena base.
in idem. Ex.: Crime de aborto sem consentimento da
gestante (art. 125, CP) – não pode considerar a agravante
da mulher grávida – pois esta situação já constitui o crime. 4ª) Circunstância agravante/atenuante objetiva
b) Quando a pena-base foi fixada no máximo – pois o juiz AGRAVANTE ATENUANTE
está atrelado aos limites estabelecidos em lei. ROL TAXATIVO ROL EXEMPLIFICATIVO
c) Quando a atenuante for preponderante – art.67, CP.
ART. 61 E 62 ART. 65 E 66
- Caráter subjetivo, pois relaciona com a figura do agente, e Da sentença condenatória transitada em julgado � ANTES:
não ao fato. Não se comunica com os demais coautores. não gera reincidência.
- DEPOIS: gera reincidência, exceto a anistia e a abolitio
- Art.63, CP – Requisitos: criminis.
A. TRÂNSITO EM JULGADO POR SENTENÇA PENAL * Art. 63, CPP – “depois do trânsito em julgado” – o
CONDENATÓRIA POR CRIME ANTERIOR cometimento de novo crime no dia que transita em julgado
25
a sentença condenatória por crime anterior, não é capaz de
B. COMETIMENTO DE NOVO CRIME (depois do TJ) gerar a reincidência.
CRIME (BR/OUTRO PAIS) � CONDENAÇÃO DEFINITIVA � * Perdão judicial – art. 120, CP – não gera reincidência.
PRÁTICA DE NOVO CRIME
Eventuais condenações criminais do réu transitadas em
julgado e não utilizadas para caracterizar a reincidência
Obs¹: sentença absolutória imprópria que impõe medida de somente podem ser valoradas, na primeira fase da
segurança, não gera; dosimetria, a título de antecedentes criminais, não se
admitindo sua utilização também para desvalorar a
Obs²: transação penal não gera reincidência (nem maus
personalidade ou a conduta social do agente.
antecedentes)
(Informativo n. 647.)
Obs³: suspensão condicional do processo não gera
reincidência (nem maus antecedentes)
- PROVA DA REINCIDÊNCIA.
- HIPÓTESES GERADORAS DE REINCIDÊNCIA - O ART.63, Certidão CARTORÁRIA (expedida pelo cartório judicial) –
CPP DEVE SER COMPLEMENTADO PELO ART.7º DA LCP. vara criminal (STJ). A folha de antecedentes pode ser
incompleta. Mas o STF admite folha de antecedentes –
SENTENÇA NOVO FATO autoridade policial (STF).
CONDENATÓRIA
- ESPÉCIES
DEFINITIVA
Quanto a necessidade do cumprimento da pena imposta
CRIME praticado NO BR CRIME - REINCIDENCIA (ART.
pela condenação anterior: REAL OU PRESUMIDA.
OU ESTRANGEIRO 63, CP)
a) REAL (PRÓPRIA OU VERDADEIRA) – após o cumprimento
CRIME praticado NO BR CONTRAVENÇÃO PENAL -
da pena;
OU ESTRANGEIRO REINCIDENTE (ART.7º, CP)
b) PRESUMIDA (FICTA OU FALSA OU IMPRÓPRIA) – depois
CONTRAVENÇÃO PENAL CONTRAVENÇÃO PENAL -
26 da condenação.
praticada no BRA REINCIDENTE (ART. 7º, CP)
c) GENÉRICA: os crimes praticados pelo agente são
CONTRAVENÇÃO PENAL CRIME � NÃO É REINCIDENTE
previstos por tipos penais diversos. Ex.: Homicídio e furto.
praticado no BRA (sem previsão legal – maus 28
antecedentes) d) ESPECÍFICA : os crimes praticados pelo agente
pertencem ao mesmo tipo penal. Ex.: Roubo e roubo.
25 28
Não é reincidente se o novo crime for cometido no dia do trânsito em julgado, nem São tratados de forma igual. Algumas exceções: não é cabível a substituição da PRD
se forem dois crimes ocorridos na mesma ocasião e julgados juntos. ao reincidente específico, nem o livramento condicional ao reincidente específico em
26
Prática de contravenção no exterior não gera reincidência. crime hediondo. CTB – suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo
27
JUSTIFICATIVA: Art. 77, §1º, CP – a condenação anterior a pena de multa APESAR automotor ao reincidente específico.
29
DE GERAR REINCIDÊNCIA não impede a concessão do benefício. Ou caducidade da condenação anterior.
30
A contagem inicia-se da audiência admonitória e não da extinção da pena.
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Coabitação: vive sobre o mesmo teto, como uma república, M) EM ESTADO DE EMBRIAGUEZ PREORDENADA.
ou carcerária. Evita a imputabilidade penal. De embriaguez planejada para
Hospitalidade: estadia provisória, não precisa pernoitar. dar coragem ou para excluir da imputabilidade.
Depende do consentimento do hospedeiro.
Estas três últimas situações devem existir ao tempo do # AGRAVANTE NO CONCURSO DE PESSOAS – ART. 62, CP
crime, mas podem ser cometidas fora do âmbito.
Terminologia imprópria, pois o caso é de autoria mediata.
“violência contra a mulher” � acrescentada pela Lei Não há a culpabilidade exigida pelo art. 29, CP. O concurso
11.340/2006. ocorre na colaboração de dois ou mais agentes culpáveis
Súmula 600 - Para a configuração da violência doméstica e para a prática de uma infração penal. Qualquer atuação de
familiar prevista no artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei duas ou mais pessoas.
Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e Autoria mediata: quando o sujeito utiliza para a execução
vítima.(2018) uma pessoa inculpável ou que atua sem dolo ou culpa. O
autor imediato (executa o crime): instrumento do crime,
H) COM ABUSO DE PODER OU VIOLAÇÃO DE DEVER não há vinculo subjetivo. Ex.: imputabilidade penal do
INERENTE A CARGO, OFÍCIO, MINISTÉRIO OU PROFISSÃO. executor (menoridade penal, embriaguez e doença mental);
coação moral irresistível; obediência hierárquica; erro de
Abuso de poder e violação: praticados por funcionários tipo escusável ou erro de proibição, provocadas por
públicos, ligados a cargos públicos. No desempenho da terceiro;
atividade. Se o agente for punido pela Lei de Abuso de
Autoridade (Lei 4898/65), afasta-se a agravante genérica.
“violência de dever inerente a ofício, ministério ou A) PROMOVE, OU ORGANIZA A COOPERAÇÃO NO CRIME
profissão”. OU DIRIGE A ATIVIDADE DOS DEMAIS AGENTES (I)
Ofício: atividade remunerada e manual. Ex.: Mecânico. Arquitetar a estrutura do delito – operacionalizando a
conduta criminosa. É o chamado autor intelectual ou autor
Ministério: culto religioso. Ex.; Pastor, Padre. de escritório. O agente deverá ser hierarquicamente
Profissão: remunerada e de conhecimentos especializados. superior aos comparsas.
Ex.: Advogado. Deverá ajuste prévio (item desnecessário no concurso de
pessoas). Em termos técnicos, o autor intelectual é partícipe
I) CONTRA CRIANÇA, MAIOR DE 60 (SESSENTA) ANOS, e não autor (não pratica o núcleo).
ENFERMO OU MULHER GRÁVIDA.
Em decorrência da situação de vulnerabilidade, de B) COAGE OU INDUZ OUTREM À EXECUÇÃO MATERIAL DO
fragilidade da vítima, que facilita a prática do crime. CRIME (II)
Criança: até 12 anos (incompletos). Coagir: obrigar alguém, com emprego de violência ou grave
Idoso: a doutrina exige um nexo entre a fragilidade e o ameaça, de forma irresistível ou não, a cometer o crime.
crime praticado. Coação resistível ou irresistível.
Enfermo: debilidade – deficiência física ou mental. Nexo de Induzir: fazer surgir na mente do outro o propósito
criminoso.
Mulher grávida: estágio avançado.
# ATENUANTES GENÉRICAS (ART. 65 E 66, CP) Obediência hierárquica: ordem for manifestamente legal –
afasta a culpabilidade. .
A) SER O AGENTE MENOR DE 21 ANOS, NA DATA DO FATO,
OU MAIOR DE 70 ANOS, NA DATA DA SENTENÇA. Violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima: na
forma privilegiadas do homicídio e lesões, trata-se de
Menoridade relativa: maiores de 18 e menores de 21 anos
domínio de violenta emoção e injusta provocação, além ser
(independente de emancipação). Imaturidade do agente.
imediata. Na atenuante exige-se apenas a influência,
Súmula 74, STJ – “para efeitos penais, o reconhecimento da perturbação do ânimo e ato injusto, e não há laspo
menoridade do réu requer prova por documento hábil”. temporal.
Velhice ou senilidade: ao tempo da sentença (publicação).
Menor capacidade que têm para suportar a pena. O
c.4) confessado espontaneamente perante a autoridade, a
Estatuto do Idoso não alterou a atenuante.
autoria do crime
Obs: Existem decisões no sentido de que o agente tiver
Confissão espontânea � sinceridade íntima, não basta ser
menos de 70 anos na data da sentença condenatória, e
voluntária, deve demostrar que tem intenção de colaborar
completa-los somente na data do acordão, poderá incidir a
com a apuração da infração penal. STJ – entende que basta
atenuante caso o acordão tenha reformado a condenação e
a voluntariedade. STF – entende que basta reconhecer a
aumentado a pena.
prática do delito.
Prestada perante autoridade pública: delegado, MP,
B) DESCONHECIMENTO DA LEI membro do PJ.
Art.21, CP – inescusável – Art.3º,CC Prestada até o TJ da condenação e pode ser parcial (não
Subsiste o crime e a responsabilidade penal, mas a pena é precisa abranger as qualificadoras).
abrandada.
Obs.; Nas contravenções penais, a ignorância se escusáveis, REQUISITOS:
autorizam o perdão judicial.
a) espontaneidade (não basta voluntariedade) – não existe
intervenção externa;
C) TER O AGENTE b) confissão simples – não abrange a qualificada
c.1) motivo de relevante valor social ou moral * Direito ao silêncio (Art. 5º, LXIII) e o princípio da não
Motivo: antecedente psíquico da conduta delituosa autoincriminação (nemo denetur se detegere) – sanção do
tipo premial (INF. 656 - 2012)
Parâmetro: homem médio.
* Retratação na fase processual – não deveria atenuar, mas
Valor social: anseios da coletividade (Ex.: Matar criminoso
para o STF subsiste a atenuante se esta serviu para
que aterrorizava a comunidade).
consolidar a condenação.
Valor moral: respeito do agente (matar torturador)
* A prisão em flagrante não impede a atenuante.
Súmula 545 - Quando a confissão for utilizada para a
c.2) procurado, por espontânea vontade e com eficiência, formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à
logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código Penal. (2015
consequências do crime ou, ter, antes da julgamento,
SÚMULA 629 - A incidência da atenuante da confissão
reparado o dano
espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes
Não se trata de arrependimento eficaz (art. 15,CP) � impede exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não
a consumação do crime. bastando a mera admissão da posse ou propriedade para
Na atenuante, o crime se consuma, mas o agente tenta uso próprio.
diminuir as consequências.
c.5) sob a influência de multidão em tumulto, se não
c.3) cometido o crime sob coação, ou e cumprimento de provocou.
ordem superior, ou sob a influência de violenta emoção, Crime multitudinário – invasões de propriedade rural,
provocada por ato injusto da vítima. estádios de futebol. Espontaneamente organizado.
Coação: se for física, falta dolo ou culpa, fato é atípico; se Deformação transitória da personalidade do agente –
for moral irresistível, exclui a culpabilidade. No caso de paixões violentas – turvação acidental que acomete o
serem resistíveis: concurso de pessoas, coator terá a pena espírito dos amotinados – assim lhes atribui uma
agravada e o coagido a pena atenuada. Perfil subjetivo do responsabilidade diminuída.
agente e não o homem médio.
Alma coletiva: 40 pessoas (direito canônico)
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D) ATENUANTES INOMINADAS (ART. 66, CP) - Previstas na parte especial (ESPECÍFICAS) e geral do CP
Atenuantes de clemência – ato de bondade. (GENÉRICAS-tentativa)
Zaffaroni: pobre e marginalizado – atenuante da - Pode elevar a pena no máximo ou no mínimo legal
coculpabilidade AGRAVANTES/ATENUANTES
CAUSAS DE AUMENTO E
DIMINUIÇÃO DE PENA
O JUIZ DEVE OBSERVAR OS PODE ULTRAPASSAR OS
O presente princípio nasce na inevitável conclusão de que LIMITES DO PRECEITO LIMITES
a sociedade é, muitas vezes, desorganizada, SECUNDÁRIO
discriminatória, marginalizadora, etc, criando condições
CRITÉRIO DO JUIZ PREVISÃO LEGAL
sociais que reduzem o âmbito de determinação e
liberdade do agente, contribuindo, portanto, para o delito.
Essa postura social deve acarretar a atenuante da pena do CAUSA DE AUMENTO QUALIFICADORA
agente. A POBREZA PASSA A SER CAUSA DO CRIME.
3ª FASE NÃO ENTRA NAS FASES –
CRÍTICAS: PONTO DE PARTIDA
a) parte da premissa que a pobreza é parte do delito; Incide no preceito Substitui preceito
b) Pode reduzir a redução de garantias quando se trata de secundário simples ou secundário simples
réu rico; qualificado
c) continua ignorando a seletividade do poder punitivo;
Ex.: Furto simples – 1 a 4 anos – causa de diminuição –
* TEORIA DA VULNARIBILIDADE (AMBIENTE DE tentativa – 1/3 – pena de 8 meses.
CRIMINALIDADE – não trata de condição social, mas a # Art. 68, CP – “NO CONCURSO DE CAUSAS DE AUMENTO
vulnerabilidade social do indivíduo). OU DIMINUIÇÃO PREVISTAS NA PARTE ESPECIAL, PODE O
Quem conta com alta vulnerabilidade de sofrer a incidência JUIZ LIMITAR-SE A UM SÓ AUMENTO OU A UMA SÓ
do direito penal, e esse é o caso de quem não tem DIMINUIÇÃO, PREVALECENDO, TODAVIA, A CAUSA QUE
instrução, família estruturada etc, tem sua culpabilidade MAIS AUMENTE OU MAIS DIMINUA”.
reduzida. Não trata de ser pobre, o rico pode ser vulnerável a) 2 ou mais causas de aumento ou diminuição previstas na
se não tiver família estruturada, instrução. parte geral, ambas devem ser aplicadas. (Ex.: tentativa e
* Coculpabalidade as avessas: desfruta baixa semi-imputabilidade); HOMOGÊNEO
vulnerabilidade (maior culpabilidade) Sistema de juros sobre juros – o segundo aumento incide
sobre a pena já aumentada pelo primeiro.
1.3 FASE FINAL – CAUSAS DE AUMENTO E b) 2 ou mais causas de aumento ou diminuição previstas na
parte especial ou legislação especial – o juiz limita-se a um
DIMINUIÇÃO DE PENA
só aumento ou uma só diminuição – prevalece a que mais
PENA SIMPLES/QUALIFICADA aumenta ou a que mais diminua.
↓ c) 1 causa de aumento e 1 causa de diminuição,
FIXA A PENA BASE (Art.59, CP) simultaneamente, ambas deverão ser aplicadas – aplica o
aumento e depois a diminuição.
↓
d) 2 causas de aumento ou 2 causas de diminuição, ao
PONTO DE PARTIDA DA PENA INTERMEDIÁRIA
mesmo tempo – um da parte geral outra da parte especial:
↓ aplica todas.
FIXA A PENA INTERMEDIÁRIA (AGRAVANTES E
ATENUANTES)
# CONCURSO HOMOGÊNEO: DUAS OU MAIS CAUSAS DE
↓ AUMENTO / DUAS OU MAIS CAUSAS DE DIMINUIÇÃO:
PONTO DE PARTIDA DA PENA DEFINITIVA 1ª SITUAÇÃO: DUAS CAUSAS DE AUMENTO OU DE
↓ DIMINUIÇÃO NA PARTE ESPECIAL: aplica-se o art. 68, §
único, CP – aplica apenas uma.
FIXA A PENA DEFINITIVA (CAUSAS DE AUMENTO E
DIMINUIÇÃO DE PENA)
2ª SITUAÇÃO: DUAS CAUSAS DE AUMENTO OU DE
DIMINUIÇÃO NA PARTE GERAL: não se aplica o artigo 68 –
- Causas de aumento e diminuição de pena (instrumentos)
devendo o juiz aplicar as duas.
- Ponto de partida: pena intermediária.
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Ex.: causa A (aumenta de 1/3) e causa B (aumenta 1/2) – Súmula 491. É inadmissível a chamada progressão per
pena interm: 6 anos. R.: 6 + 1/6.6 = 8 + ½.8= 12 anos saltum de regime prisional.
(cumulativa). Sistema de juros sobre juros. SÚMULA 520 - O benefício de saída temporária no âmbito
Ex.: 6 + 1/3.6 = 8 anos + ½.6= 11 anos (isolada) da execução penal é ato jurisdicional insuscetível de
Ex.: Causa de diminuição – ½ + ½ delegação à autoridade administrativa do estabelecimento
prisional.
Pena intermediária: 6 anos. Cuidado com a pena zero.
Incidência cumulativa. SÚMULA 513 - A 'abolitio criminis' temporária prevista na
Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao crime de posse de arma de
fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer
3ª SITUAÇÃO: DUAS CAUSAS DE AUMENTO OU DUAS outro sinal de identificação raspado, suprimido ou
CAUSAS DE DIMINUIÇÃO – UMA NA PARTE GERAL E OUTRA adulterado, praticado somente até 23/10/2005
NA PARTE ESPECIAL: não se aplica o art. 68,CPP SÚMULA 512 - A aplicação da causa de diminuição de pena
Aumento: Incidência isolada. prevista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 não afasta a
Diminuição: cumulativa. hediondez do crime de tráfico de drogas
SÚMULA 535 - A prática de falta grave não interrompe o
prazo para fim de comutação de pena ou indulto.
# CONCURSO HETEROGÊNEO
SÚMULA 534- A prática de falta grave interrompe a
CAUSA DE AUMENTO E CAUSA DE DIMINUIÇÃO: aplica as contagem do prazo para a progressão de regime de
duas. Incidência cumulativa. cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do
2 correntes: cometimento dessa infração.
a) primeiro diminui e depois aumenta. (art. 68, CP – ordem SÚMULA 533 - Para o reconhecimento da prática de falta
do caput) disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a
b) Aumenta e depois diminui: seria mais benéfico para o instauração de procedimento administrativo pelo diretor do
réu. estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a
ser realizado por advogado constituído ou defensor público
nomeado.
SÚMULA 545 - Quando a confissão for utilizada para a
formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à
atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código Penal.
SÚMULA 542 - A ação penal relativa ao crime de lesão
corporal resultante de violência doméstica contra a mulher
é pública incondicionada
SÚMULA 562 - É possível a remição de parte do tempo de
execução da pena quando o condenado, em regime fechado
ou semiaberto, desempenha atividade laborativa, ainda que
extramuros.
STF
SÚMULA VINCULANTE 26 - Para efeito de progressão de
regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de
julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado
SÚMULAS.JURISPRUDÊNCIAS preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do
STJ benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo
fundamentado, a realização de exame criminológico.
Súmula 439. Admite-se o exame criminológico pelas
peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. SÚMULA VINCULANTE 56 - A falta de estabelecimento
penal adequado não autoriza a manutenção do condenado
Súmula 441. A falta grave não interrompe o prazo para em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar,
obtenção de livramento condicional. nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.
Súmula 471. Os condenados por crimes hediondos ou
assemelhados cometidos antes da vigência da Lei
11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei DIREITO PENAL. COMPLEXIDADE DO ESQUEMA
7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de CRIMINOSO COMO CIRCUNSTÂNCIA NEGATIVA NA
regime prisional. DOSIMETRIA DA PENA DO CRIME DE EVASÃO DE DIVISAS.
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Na fixação da pena do crime de evasão de divisas (art. 22, Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: [...] II – se o
parágrafo único, da Lei n. 7.492/1986), o fato de o delito crime é cometido contra criança, gestante, portador de
ter sido cometido por organização criminosa complexa e deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos”. A
bem estrutura pode ser valorado de forma negativa a seu turno, a circunstância agravante prevista no Código
título de circunstâncias do crime. Penal possui a seguinte redação: “Art. 61 - São
Apesar de a Quinta Turma do STJ, no HC 123.760-SP (DJe circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
28/11/2011) ter decidido que a sofisticação e a constituem ou qualificam o crime: [...] II - ter o agente
complexidade do esquema voltado à prática de operações cometido o crime: [...] f) com abuso de autoridade ou
financeiras clandestinas não poderiam ser consideradas prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou
circunstâncias judiciais desfavoráveis, pois seriam ínsitas ao de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na
tipo penal, tal entendimento não deve prosperar. Isso forma da lei específica”. De fato, a citada majorante
porque a evasão de divisas pode ser praticada de diversas prevista na Lei de Tortura busca punir de forma mais rígida
formas, desde meios muito rudimentares – como a simples o autor de crime que demonstrou maior covardia e
saída do país com porte de dinheiro em valor superior a dez facilidade no cometimento da infração penal, justamente
mil reais sem comunicação às autoridades brasileiras – até a pela menor capacidade de resistência das vítimas ali
utilização de complexos esquemas de remessas elencadas. Há, pois, um nexo lógico entre a conduta
clandestinas. Assim, não parece justo apenar da mesma desenvolvida e o estado de fragilidade da vítima. Em
forma condutas tão distintas como a mera saída física com sentido diametralmente oposto, descortina-se a referida
valores não declarados e um sofisticado esquema de agravante prevista pelo Código Penal, punindo com maior
remessa ilícita, sendo correta, neste último caso, a rigor a violação aos princípios de apoio e assistência que
valoração negativa da vetorial das circunstâncias do delito deve haver nas situações em que há relação de autoridade
na fixação da pena-base do delito de evasão de divisas. entre a vítima e o agressor, bem como a maior
REsp 1.535.956-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis insensibilidade moral do agente, que viola o dever de apoio
Moura, julgado em 1º/3/2016, DJe 9/3/2016 (Informativo mútuo existente entre parentes e pessoas ligadas por
n. 578). liames domésticos, de coabitação ou hospitalidade, sem
prejuízo dos crimes praticados com violência doméstica
contra a mulher. Em suma, a majorante tem por finalidade
DIREITO PENAL. COMPENSAÇÃO DA ATENUANTE DA punir de forma mais severa aquele que se favorece da
CONFISSÃO ESPONTÂNEA COM A AGRAVANTE DA menor capacidade de resistência da vítima, ao passo que a
PROMESSA DE RECOMPENSA. agravante tem por desiderato a punição mais rigorosa do
agente que afronta o dever de apoio mútuo existente entre
parentes e pessoas ligadas por liames domésticos, de
É possível compensar a atenuante da confissão coabitação ou hospitalidade, além dos casos de violência
espontânea (art. 65, III, “d”, do CP) com a agravante da doméstica praticada contra a mulher. Portanto, em se
promessa de recompensa (art. 62, IV). O STJ pacificou o tratando de circunstâncias e objetivos distintos, não há falar
entendimento no sentido de ser possível, na segunda fase na ocorrência de bis in idem. HC 362.634-RJ, Rel. Min.
da dosimetria da pena, a compensação da atenuante da Maria Thereza de Assis Moura, por unanimidade, julgado
confissão espontânea com a agravante da reincidência em 16/8/2016, DJe 29/8/2016 (Informativo n. 589).
(REsp 1.341.370-MT, Terceira Seção, DJe 17/4/2013). Esse
raciocínio, mutatis mutandis, assemelha-se à presente
hipótese, por se tratar da possibilidade de compensação DIREITO PENAL. POSSIBILIDADE DE DESCONSIDERAR
entre circunstâncias igualmente preponderantes, a saber, a CONDENAÇÕES ANTERIORES
agravante de crime cometido mediante paga com a PARA FINS DE MAUS ANTECEDENTES.
atenuante da confissão espontânea. HC 318.594-SP, Rel.
Min. Felix Fischer, julgado em 16/2/2016, DJe 24/2/2016 Mostrou-se possível a aplicação da minorante prevista no
(Informativo n. 577). § 4º do art. 33 da Lei n. 11.343/2006 em relação a réu que,
apesar de ser tecnicamente primário ao praticar o crime
de tráfico, ostentava duas condenações (a primeira por
DIREITO PENAL. AUSÊNCIA DE BIS IN IDEM NA receptação culposa e a segunda em razão de furto
DOSIMETRIA DA PENA DE CRIME DE TORTURA. qualificado pelo concurso de pessoas) cujas penas foram
No caso de crime de tortura perpetrado contra criança em aplicadas no mínimo legal para ambos os delitos
que há prevalência de relações domésticas e de anteriores (respectivamente, 1 mês em regime fechado e 2
coabitação, não configura bis in idem a aplicação conjunta anos em regime aberto, havendo sido concedido sursis por
da causa de aumento de pena prevista no art. 1º, § 4º, II, 2 anos), os quais foram perpetrados sem violência ou
da Lei n. 9.455/1997 (Lei de Tortura) e da agravante grave ameaça contra pessoa, considerando-se ainda, para
genérica estatuída no art. 61, II, f, do Código Penal. A causa afastar os maus antecedentes, o fato de que, até a data da
de aumento prevista pela legislação especial (art. 1º, § 4º, II, prática do crime de tráfico de drogas, passaram mais de 8
da Lei de Tortura) está descrita nos seguintes termos: “§ 4º anos da extinção da punibilidade do primeiro crime e da
baixa dos autos do segundo crime, sem que tenha havido a
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notícia de condenação do réu por qualquer outro delito, penitenciária [...] o direito ao esquecimento que assiste ao
de que ele se dedicava a atividades delituosas ou de que condenado [...] Por esse direito, então, aquele que tenha
integrava organização criminosa. De fato, de acordo com cometido um crime, todavia já cumprida a pena respectiva,
entendimento da Sexta Turma do STJ, “À luz do artigo 64, vê a propósito preservada sua privacidade, honra e imagem.
inciso I, do Código Penal, ultrapassado o lapso temporal Cuida-se inclusive de garantir ou facilitar a interação e
superior a cinco anos entre a data do cumprimento ou reintegração do indivíduo à sociedade, quando em
extinção da pena e a infração posterior, as condenações liberdade, cujos direitos da personalidade não podem, por
penais anteriores não prevalecem para fins de reincidência. evento passado e expirado, ser diminuídos. [...] E é por essa
Podem, contudo, ser consideradas como maus ótica que o direito ao esquecimento revela sua maior
antecedentes” (HC 292.474-RS, DJe 3/12/2014). Apesar nobreza, pois afirma-se, na verdade, como um direito à
disso, considerando as peculiaridades do caso concreto aqui esperança, em absoluta sintonia com a presunção legal e
analisado, não há como afastar a aplicação da causa constitucional de regenerabilidade da pessoa humana”.
especial de diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 Também não se pode deixar de mencionar o HC 256.210-SP
da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas) – segundo a qual, em (DJe 13/12/2013), no qual a Sexta Turma do STJ, à
relação aos delitos previstos no caput e no 1º do unanimidade, concluiu – agora, sim, especificamente no
dispositivo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a âmbito do Direito Penal – que o lapso temporal entre a
dois terços “desde que o agente seja primário, de bons última condenação e a prática da infração apurada naquele
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem writ (quase 14 anos) justificava a não influência das
integre organização criminosa” – em razão da simples condenações anteriores (que se originaram de condutas
existência de duas condenações transitadas em julgado com perpetradas nas décadas de 70, 80 e 90) para fins de
extinção da punibilidade há tanto tempo, tendo em vista, exasperação da pena-base, a título de maus antecedentes.
ademais, que, além de o réu ser tecnicamente primário (art. Ademais, o STF (HC 126.315-SP, Segunda Turma, DJe
64, I, do CP) ao praticar o crime em comento, não há 7/12/2015) aqueceu a discussão a respeito da estipulação
notícias de que se dedique a atividades delituosas ou de de um prazo limite para se considerar uma condenação
que integre organização criminosa. Saliente-se que, aqui, como maus antecedentes. Na ocasião, destacou-se a
não se está a afirmar que o mero decurso do período impossibilidade de que se atribua à condenação o status de
depurador da reincidência seja suficiente para, por si só, perpetuidade, sob o fundamento de que “a possibilidade de
impedir toda e qualquer valoração sobre os antecedentes, sopesarem-se negativamente antecedentes criminais, sem
até porque a hipótese prevista no art. 64, I, do CP trata tão qualquer limitação temporal ad aeternum, em verdade, é
somente da reincidência. Da mesma forma, não se está, pena de caráter perpétuo mal revestida de legalidade”.
simplesmente, descuidando de observar o entendimento do Aliás, foi também por esses fundamentos que o legislador
STJ de que condenações prévias, com trânsito em julgado de 1977, mediante a alteração na Parte Geral do CP
há mais de 5 anos, apesar de não ensejarem reincidência, ocasionada pela Lei n. 6.146, instituiu a temporalidade para
podem servir de alicerce para valoração desfavorável dos a reincidência e positivou o “período depurador” no art. 46,
antecedentes. Consigne-se apenas que eternizar a parágrafo único, então vigente, denominado no item 13 da
valoração negativa dos antecedentes para afastar a respectiva Exposição de Motivos como “prescrição da
minorante em questão, sem nenhuma ponderação sobre as reincidência”, e cuja previsão normativa foi mantida no art.
circunstâncias do caso concreto, não se coaduna com o 64, I, do atual Código. Além do mais, deve-se considerar a
Direito Penal do fato. Nesse contexto, no RHC 2.227-MG advertência doutrinária segundo o qual “a proibição de
(Sexta Turma, DJ 29/3/1993), já se afirmou que a norma penas perpétuas é um corolário da orientação humanitária
inserta no inciso I do art. 64 do CP “harmoniza-se com o ordenada pela Constituição, como princípio orientador da
sistema do Código Penal que subscreve o princípio tempus legislação penal”.
omnia solvet”, concluindo-se no sentido de que “Não há, Sendo assim, não se pode tornar perpétua a valoração
pois, estigma permanente no Direito Penal”. Além disso, negativa dos antecedentes, nem perenizar o estigma de
dois julgados da Quarta Turma do STJ (o REsp 1.334.097-RJ, criminoso para fins de aplicação da pena, sob pena de
relativo ao caso conhecido como “Chacina da Candelária”, e violação da regra geral que permeia o sistema. Afinal, a
o REsp 1.335.153-RJ, referente ao caso “Ainda Curi”, ambos transitoriedade é consectário natural da ordem das coisas.
publicados no DJe 10/9/2013) tratam, na esfera civil, da Se o transcurso do tempo impede que condenações
extensão do dano pela violação do direito à privacidade e anteriores configurem reincidência, esse mesmo
do direito de ser deixado em paz (direito ao esquecimento). fundamento – o lapso temporal – deve ser sopesado na
Não obstante, a essência dessa doutrina – com adaptações análise das condenações geradoras, em tese, de maus
e temperamentos, por óbvio – pode ser invocada no caso, antecedentes. De mais a mais, embora o STF ainda não
pois, no que diz respeito ao direito de ser esquecido, de que tenha decidido o mérito do RE 593.818-SC – que, em
é titular aquele sobre quem recai o peso de uma repercussão geral já reconhecida (DJe 3/4/2009), decidirá
condenação penal, esclarece o voto lançado no referido se existe ou não um prazo limite para se sopesar uma
REsp 1.334.097-RJ: Aquele que já cumpriu pena criminal e condenação anterior como maus antecedentes –, no caso
que precisa reajustar-se à sociedade “há de ter o direito a aqui analisado, firme na ideia que subjaz à temporalidade
não ver repassados ao público os fatos que o levaram à dos antecedentes criminais, devem ser relativizados os dois
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registros penais tão antigos do acusado, de modo a não lhes 4ª Art. 59, CP
imprimir excessivo relevo a ponto de impedir a incidência
7. PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
da minorante descrita no § 4º do art. 33 da Lei de Drogas.
REsp 1.160.440-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 7. 1. RECLUSÃO (Art. 33, §2º)
julgado em 17/3/2016, DJe 31/3/2016 (Informativo n. FECHADO: CONDENADO A PENA SUPERIOR A 8 ANOS
580). - reincidente;
SEMIABERTO: CONDENADO A PENA SUPERIOR A 4 ANOS
E NÃO EXCEDA 8 ANOS – não reincidente;
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Súmula 639 - Não fere o contraditório e o devido processo que ela resida para facilitar a assistência familiar e
decisão que, sem ouvida prévia da defesa, determine promover a ressocialização. A transferência pode ocorrer
transferência ou permanência de custodiado em por interesse social da segurança, desde que autorizada e
estabelecimento penitenciário federal. (2019) fundamentada pelo juiz. A remoção para local em que
resida a família não é direito do condenado. Também será
possível a transferência em razão de superpovoamento e de
A) REGIME FECHADO problemas estruturais no estabelecimento prisional.
Regras do regime fechado
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do
# RDD – Regime disciplinar diferenciado – Art, 52, LEP ( FOI
cumprimento da pena, a exame criminológico de
classificação para individualização da execução.
MODIFICADO PELA LEI 13.964/19), por despacho
fundamentado do juiz a pedido do diretor do
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no
estabelecimento, com manifestação do MP, quando:
período diurno e a isolamento durante o repouso
noturno. a) cometeu falta grave pela prática de crime
doloso que ocasionou subversão da ordem e
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do
disciplina internas; b) preso apresentar alto risco
estabelecimento, na conformidade das aptidões ou
para a ordem e segurança a penitenciária ou a
ocupações anteriores do condenado, desde que
sociedade; c) envolvimento ou participação em
compatíveis com a execução da pena.
organizações criminosas;
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime
Caracteriza-se: a) duração de 360 dias (repetição –
fechado, em serviços ou obras públicas.
até um sexto da pena); b) cela individual; c) visitas
Art. 34, CP semanais 2 pessoas por 2 horas; d) 2 horas diárias
Art. 87, LEP de banho de sol
OBS.: É considerado por muito como pena cruel,
pois fere a dignidade da pessoa humana.
# Trabalho: interno e externo.
INTERNO: habilitação; condição pessoal e necessidades
NOVA REDAÇÃO:
futuras do preso (o trabalho interno é obrigatório)
Art. 52. A prática de fato previsto como crime
EXTERNO (ART. 36, LEP): autorizado pelo juiz ou diretor do doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
estabelecimento em obras e serviços públicos � demostrar subversão da ordem ou disciplina internas,
aptidão, disciplina, responsabilidade e cumprido 1/6 da sujeitará o preso provisório, ou condenado,
pena (S.40, STJ) � tomando-se as cautelas contra a fuga (art. nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção
37, LEP) – não seguirá as regras da CLT, mas será penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as
remunerado – consentimento do preso; seguintes características:
# Exame criminológico: classificação para individualização I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem
da execução (Comissão técnica de Classificação) prejuízo de repetição da sanção por nova falta
grave de mesma espécie;
- Não tem direito de frequentar cursos fora do
II - recolhimento em cela individual;
estabelecimento, quer de instrução, quer profissionalizante.
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez,
# Cumprimento: penitenciária. (Art. 87, LEP) a serem realizadas em instalações equipadas para
Local de cumprimento: não há o direito de cumpri-la na sua impedir o contato físico e a passagem de objetos,
comarca. Em regra, cumpre a pena no local que consumou por pessoa da família ou, no caso de terceiro,
o crime. Mas há uma preferência que ela cumpra no local
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III - participação em atividades que concorram para Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e
o retorno ao convívio social. fundado receio de fuga ou perigo à integridade física
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
refere o caput deste artigo o condenado que justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
cumpre pena por praticar crime hediondo com responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da
resultado morte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a
2019) que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do
Estado.
8. REGIME ESPECIAL – MULHERES (art. 37, CP) STF – princípio da não culpabilidade – dignidade da pessoa
Regime especial humana – resguardar a figura do preso, tratamento
humanitário, etc (art. 5º, XIX, LXI, XLIX, LXI, LXII, LXIV, LXV,
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em
LXVI, LXVII)
estabelecimento próprio, observando-se os
deveres e direitos inerentes à sua condição
pessoal, bem como, no que couber, o disposto
10. TRABALHO DO PRESO
neste Capítulo.
Direitos do preso
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não
- Art. 5º, XLVIII e art. 82, §1º, LEP atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a
- O estabelecimento deverá ter agentes do sexo feminino todas as autoridades o respeito à sua integridade
física e moral.
- Mães presas (art. 5º, L e art. 89, LEP): a penitenciária
deverá ter uma seção para a gestante e a parturiente – Trabalho do preso
berçário até 6 meses e creche até os 7 anos. Art. 39 - O trabalho do preso será sempre
OBS.: Por conta do Estatuto do Idoso (art. 82, § 1º, LEP), os remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da
Previdência Social.
maiores de 60 anos têm direito a estabelecimento próprio e
adequado na sua condição especial.
Observações feitas no regime fechado.
9. DIREITOS DO PRESO (ART. 38, CP e ART. 38 A 43, Art. 39, CP
LEP) É obrigatório e remunerado.
Art. 38. O preso conserva todos os direitos não Negativa: constitui falta grave, impede progressão e
atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a liberdade condicional.
todas as autoridades o respeito à sua integridade
física e moral. É ao mesmo tempo um DEVER (contribuir com o Estado
para sua ressocialização) e um DIREITO (cada três dias
Art.5º, XLIX. É assegurado aos presos o respeito e a
trabalhados resgata um dia de cumprimento de pena –
integridade física e moral.
somente aos regimes fechado e semiaberto).
Remuneração (não inferior a ¾ salário mínimo) –
Art. 40 e 41, LEP – rol de direitos como: alimentação, destinação:
vestuário, trabalho e remuneração, assistência material,
a) indenização dos danos causados pelo crime;
jurídica, educacional, social, religiosa, entrevista com o
advogado (instalação a defensoria pública), chamamento b) assistência à família;
nominal, correspondência escrita, leitura, atestado de c) despesas pessoais;
cumprimento de pena emitido anualmente.
d) ressarcimento ao Estado pelas despesas com a execução.
2010 – Lei 12.245/2010 – acrescentou o dever o Estado de
* Remição pelos estudos. Súmula 341, STJ – “A frequência a
instalar nos estabelecimento penais salas de aulas
curso formal é causa de remição de parte do tempo de
destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante.
execução de pena sob o regime fechado e semiaberto” –
* Os direitos políticos ficam suspensos enquanto com o advento da Lei 12.433/2011 que modificou o art.
perdurarem os efeitos da condenação criminal irrecorrível 126, §6º, LEP – aplica-se aos três regimes, assim a cada 12
(art. 15, III, CRFB) horas de frequência escolar (em três dias) elimina um 1 dia
* Visita íntima (art. 41, X, LEP) – não foi prevista, mas trata- de pena.
se de prática habitual autorizada nos presídios para evitar
lascívia entre os condenados e preservar os laços
matrimoniais. Na lei que trata dos presídios federais, há 11. LEGISLAÇÃO ESPECIAL (Art. 40, CP)
previsão expressa da visita íntima. Legislação especial
* Limitação do uso de algemas – Súmula Vinculante 11, STF. Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria
prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como
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equiparado com resultado morte, vedado o 11.671/2008, que não prevê limite temporal para
livramento condicional. renovação de permanência de preso em
estabelecimento penal federal de segurança máxima.
* Súmula 715, STJ – “A pena unificada para atender os
limites de 30 (trinta) anos de cumprimento, determinado b) SUBJETIVO: MÉRITO – bom comportamento carcerário –
pelo art. 75, CP, não é considerada para a concessão de é necessário provar que a capacidade do condenado de se
outros benefícios, como o livramento condicional ou regime adaptar ao regime menos rigoroso, desta forma, o mau
mais favorável de execução” comportamento demonstra a inaptidão para o regime mais
* Para a segunda progressão, há posições divergentes, uma brando.
primeira corrente entende que se conta o 1/6 da pena * Comprovada pelo diretor do estabelecimento – atestado
restante, pois pena cumprida é pena extinta (STF). Outra de boa conduta carcerária emitida pelo diretor carcerário.
corrente entende que conta 1/6 do total da pena.
* A nova redação não exige mais o exame criminológico,
O PACOTE ANTICRIME TIRA ESTA DÚVIDA AO ESTABELCER mas nada obsta que o juiz da execução da peça para auferir
O RESTANTE DA PENA CONFORME ARTIGO 112 DA LEP. de maneira concreta a aptidão do condenado para regime
mais brando. (STJ e STF). Súmula 439, STJ – Admite-se o
exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde
Súmula 535 - A prática de falta grave não interrompe o
que em decisão motivada”.
prazo para fim de comutação de pena ou indulto.(2015)
Súmula 534 - A prática de falta grave interrompe a
contagem do prazo para a progressão de regime de # Progressão por saltos
cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do - Trata-se de da passagem direta do regime fechado para o
cometimento dessa infração. (2015) aberto – NÃO ADMITIDA – impede a recuperação gradativa;
Súmula 533 - Para o reconhecimento da prática de falta Súmula 491, STJ – “É inadmissível a chamada progressão per
disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a saltum de regime prisional”.
instauração de procedimento administrativo pelo diretor do
Hipótese admitida: cumprido o 1/6 da pena no fechado,
estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a
tem direito a progressão no semiaberto, não tendo vaga,
ser realizado por advogado constituído ou defensor público
cumpre mais 1/6 da pena e finalmente progride para o
nomeado.
aberto.
EDIÇÃO N. 184: DO PACOTE ANTICRIME (2022/2021)
1) Após a entrada em vigor do Pacote Anticrime, # Crime contra a administração pública
reconhece-se a retroatividade do patamar o
§ 4 O condenado por crime contra a
estabelecido no art. 112, V, da Lei n. 7.210/1984,
administração pública terá a progressão de regime
àqueles apenados que, embora tenham cometido do cumprimento da pena condicionada à
crime hediondo ou equiparado sem resultado morte, reparação do dano que causou, ou à devolução do
não sejam reincidentes em delito de natureza produto do ilícito praticado, com os acréscimos
semelhante. legais.
2) Após a entrada em vigor do Pacote Anticrime, o
condenado por crime hediondo ou equiparado com - ADICIONA outro requisito, a reparação do dano causado
resultado morte, que seja reincidente genérico, ou a devolução do produto ilícito praticado.
deverá cumprir ao menos 50% da pena para a
progressão de regime prisional, pelo uso da
analogia in bonam partem. LEI 13.964/20 – ADICIONOU
3) O requisito previsto no art. 83, III, b, do Código § 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à
Penal, inserido pela Lei n. 13.964/2019 (não progressão de regime se ostentar boa conduta
cometimento de falta grave nos últimos 12 meses) é carcerária, comprovada pelo diretor do
estabelecimento, respeitadas as normas que
pressuposto objetivo para a concessão de livramento
vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº
condicional, e não limita a valoração do requisito 13.964, de 2019)
subjetivo, inclusive quanto a fatos anteriores à
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão
vigência do Pacote Anticrime, de forma que somente
de regime será sempre motivada e precedida de
haverá fundamento inválido quando consideradas manifestação do Ministério Público e do defensor,
faltas disciplinares muito antigas. procedimento que também será adotado na
4) O Pacote Anticrime estendeu o prazo inicial de concessão de livramento condicional, indulto e
permanência do custodiado em presídio federal de comutação de penas, respeitados os prazos
previstos nas normas vigentes.
360 dias para 3 anos, sem alterar o disposto na Lei n.
(...)
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§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, progressão, cumprimento de 1/6, pois já cumpriu 1 ano.
para os fins deste artigo, o crime de tráfico de Assim, não precisa esperar o TJ, se comprovado também o
drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº seu mérito.
11.343, de 23 de agosto de 2006.
Súmula 716, STF – “Admite-se a progressão de regime de
§ 6º O cometimento de falta grave durante a
cumprimento de pen ou a aplicação imediata de regime
execução da pena privativa de liberdade
interrompe o prazo para a obtenção da menos severo nela determinada, antes do trânsito em
progressão no regime de cumprimento da pena, julgado da sentença condenatória”.
caso em que o reinício da contagem do requisito
objetivo terá como base a pena remanescente.
a) Prática de fato definido como crime doloso ou falta 29.446-MG, DJe 6/4/2011, e HC 177.679-SP, DJe
grave (I): Art. 50, LEP – lista de faltas graves – rol taxativo. 13/12/2010. HC 218.617-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado
Falta grave apurada por procedimento interno com direito a em 2/10/2012.
defesa. Exceção: foragido – pode-se regredir independente DIREITO PENAL. INDULTO E DETRAÇÃO.
do processo. Quanto ao crime doloso, basta a prática (com
procedimento), sem necessidade de condenação definitiva. O período compreendido entre a publicação do decreto
Presença obrigatória do advogado no procedimento concessivo de indulto pleno e a decisão judicial que
administrativo disciplinar. Não se aplica a súmula vinculante reconheça o benefício não pode ser subtraído na conta de
nº 5, STF – apenas para procedimentos de natureza cível. liquidação das novas execuções penais, mesmo que estas
se refiram a condenações por fatos anteriores ao decreto
* Não gera regressão: crime culposo e contravenção penal. indulgente. A concessão do indulto, pleno ou parcial, atinge
(analogia in mala parten) a pena. Será pleno quando extinguir a pena por completo,
b) Sofre condenação, por crime anterior, cuja pena, resultando na extinção da punibilidade. E será parcial,
somada ao restante da pena em execução, torne incabível o também chamado de comutação, quando o afastamento da
regime (II): refere-se ao art. 111, §único, LEP (sobrevindo pena não se der por completo. No entanto, em ambos os
condenação posterior, soma-se a pena restante). Não há casos, os demais efeitos penais e civis do crime
prévia oitiva do condenado. permanecem inalterados. Assinale-se, ainda, que o indulto
* Ex.: réu condenado a regime semiaberto por pena de 6 não é aplicado de forma automática. Necessita, assim, de
anos de reclusão, posteriormente, sobreveio, condenação um procedimento judicial em que o juiz da execução irá
de 4 anos de reclusão. Soma: 10 anos, regride para o regime avaliar se o apenado preenche, ou não, os requisitos
fechado. insculpidos no decreto presidencial. Embora haja doutrina
que defenda ser meramente declaratória a decisão
c) Condenado transferido do regime aberto se, além das concessiva de indulto, os decretos presidenciais, em geral,
hipóteses nos incisos anteriores, frustrar os fins da possuem condições objetivas e subjetivas que necessitam
execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente de avaliação judicial. Nessa medida, esse trâmite processual
imposta (§1º): apenas para o regime aberto – a) frustrar os certamente levará um espaço de tempo para ser cumprido,
fins da execução (autodisciplina e senso de o que afasta a possibilidade de publicação do decreto
responsabilidade); b) não pagar a multa imposta, quando concessivo do benefício em um dia e, já no dia seguinte, a
tem condições (com comprovação de solvência) – teria sido sua aplicação no caso concreto. Assim, o indulto somente
revogada pelo art. 51, CP que veda a conversão de pena de poderá produzir os seus efeitos após essa avaliação. Além
multa em pena privativa de liberdade. disso, em regra, a concessão do indulto pressupõe a
existência de uma sentença penal condenatória com
# REGRESSÃO POR SALTOS trânsito em julgado. Uma vez transitada em julgado a
sentença penal condenatória, surge a pretensão de
- É possível – art. 118, CP – permite expressamente a execução da pena. Se, posteriormente, o Estado desistir de
passagem direta do regime aberto para o fechado. prosseguir na execução da pena, haverá, tão somente, uma
interrupção do cumprimento, mas não uma inidoneidade
JURISPRUDÊNCIA COLACIONADA ou desnecessidade da pena. Vale ressaltar que essa
interrupção, no caso do indulto, é um ato de clemência do
INFORMATIVO 505 – STJ – 2012 Estado, que só será reconhecido ao apenado após regular
DIREITO PENAL. PENA-BASE FIXADA NO MÍNIMO LEGAL. procedimento judicial. Portanto, até a prolação da decisão
REGIME PRISIONAL MAIS GRAVOSO. INEXISTÊNCIA DE que extinguir a punibilidade do agente, a sua custódia será
MOTIVAÇÃO CONCRETA. IMPOSSIBILIDADE. Fixada a decorrente de uma prisão pena. A detração, por sua vez, é
pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento decorrência do princípio constitucional da não
de regime prisional mais gravoso do que o cabível em culpabilidade. A CF estabelece que “ninguém será
razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
abstrata do delito. Somente se consideradas as penal condenatória”. Ocorre que, mesmo antes do trânsito
circunstâncias judiciais de forma desfavoráveis, com em julgado, em algumas situações, faz-se necessária a
fundamentos idôneos, poderia ser mantido regime prisional constrição provisória do acusado. Essa, no entanto, é uma
mais gravoso. Ademais, a opinião do julgador sobre a prisão cautelar. E, por vezes, ao final do julgamento, pode
gravidade abstrata do crime não constitui motivação idônea ocorrer a absolvição do agente ou a prescrição da pretensão
para a imposição de regime mais severo do que o permitido punitiva. Dessa forma, a detração visa impedir que o Estado
segundo a pena aplicada (Súm. n. 718-STF). Assim, não se abuse do poder-dever de punir, impondo ao agente uma
pode determinar regime mais rigoroso quando inidônea a fração desnecessária da pena quando houver a perda da
fundamentação, baseada tão somente na gravidade liberdade ou a internação em momento anterior à sentença
abstrata da conduta cometida e na opinião pessoal dos condenatória. Em razão desses casos, para amenizar a
julgadores. Precedentes citados do STF: HC 72.315-MG, DJ situação do réu, o CP regulamentou que: “Art. 42 -
26/5/1995; do STJ: HC 94.823-SP, DJ 23/6/2008; RHC Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida
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de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no como forma da remição pelo estudo, são perfeitamente
estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação compatíveis com a participação em atividades laborativas
em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo fornecidas pelo estabelecimento penal, nos termos do art.
anterior’. Nessa linha intelectiva, a detração é uma 126, § 3º, da LEP, uma vez que a leitura pode ser feita a
operação matemática em que se subtrai da pena privativa qualquer momento do dia e em qualquer local,
de liberdade (ou medida de segurança) aplicada ao réu ao diferentemente da maior parte das ofertas de trabalho e
final do processo, o tempo de prisão provisória, prisão estudo formal. Precedente citado: HC 317.679-SP, Sexta
administrativa ou internação em hospital de custódia e Turma, DJe 2/2/2016. HC 353.689-SP, Rel. Min. Felix
tratamento psiquiátrico que o sentenciado já cumpriu Fischer, julgado em 14/6/2016, DJe 1º/8/2016
anteriormente. Frise-se que, em razão da equidade, admite- (Informativo n. 587).
se a detração inclusive em processos que não guardem
relação entre si, desde que a segregação indevida seja
posterior ao crime em que se requer a incidência do
instituto. Nestes casos, embora a prisão processual fosse XI– PENAS ALTERNATIVAS À
necessária no momento em que foi realizada, ao final do
julgamento do processo, a conduta do agente não resultou PRISÃO - SUBSTITUTIVAS
em uma punição efetiva. Dessa forma, é possível utilizar
esse período para descontar a pena referente a crime
praticado em data anterior. Conclui-se, portanto, que a 1. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO - PRD
detração é um instituto que pretende amenizar as Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
consequências de uma custódia processual, abatendo-se da I - prestação pecuniária;
pena efetivamente aplicada o período em que o réu esteve
preso por meio de medida cautelar, seja em razão de prisão II - perda de bens e valores;
provisória, prisão administrativa ou internação em hospital III - (VETADO)
de custódia e tratamento psiquiátrico. Assim, o instituto da IV - prestação de serviço à comunidade ou a
detração não pode tangenciar o benefício do indulto entidades públicas;
porque, enquanto o período compreendido entre a
publicação do Decreto Presidencial e a decisão que V - interdição temporária de direitos;
reconhece o indulto, decretando-se a extinção da VI - limitação de fim de semana.
punibilidade do agente, refere-se a uma prisão pena, a CÁLCULO DA PENA
detração somente se opera em relação à medida cautelar, o
que impede a sua aplicação no referido período. REsp 1ª FASE (PENA-BASE – ART. 59,CP) – PENA INTERMEDIÁRIA
1.557.408-DF, Rel. Min. (AGRAVANTES E ATENUANTES) – PENA DEFINITIVA (CAUSAS
DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO)
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 16/2/2016, DJe
24/2/2016 (Informativo n. 577). FIXAÇÃO DO REGIME INICIAL
(FECHADO, SEMIABERTO, ABERTO)
MEDIDAS DESPENALIZADORAS: transação penal e Exceções (aplicação cumulada): a) Art. 78, CDC (Lei
suspensão condicional do processo 8.078/90); b) CTB (Lei 9.503/97): prisão mais suspensão da
Impede condenação e imposição de pena. habilitação.
II – SUBSTITUTIVIDADE: Primeiro o juiz fixa a pena privativa
de liberdade e depois na mesma sentença a substitui por
ESPÉCIES: PRD.
1. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A COMUNIDADE Exceção (PRD abstratamente cominada no tipo
2. LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA incriminador): Art. 28, Lei de Drogas (Lei nº11.343/2006):
3. INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS posse de droga para consumo pessoal, como advertência,
prestação de serviços de à comunidade e medida educativa
4. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA de comparecimento a programa ou curso educativo.
5. PERDA DE BENS E VALORES
C) DURAÇÃO: art. 55, CP
(≠ CONFISCO – efeito da condenação - pode passar da Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos
pessoa do condenado) III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena
privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no
o
≥ NATUREZA PESSOAL / ≤ NATUREZA REAL § 4 do art. 46.
* Outras PRD’s na lei de trânsito e lei dos crimes A PRD (natureza pessoal) terá a mesma duração da pena
ambientais; privativa de liberdade substituída.
* Condenação com PRD suspende os direitos políticos do Exceções: a) penas restritivas de direito de natureza real; b)
o
condenado – art. 15, III, CRFB - Art. 15. É vedada a cassação prestação de serviços a comunidade – art. 46, §4º, CP (“§ 4
de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao
casos de: III - condenação criminal transitada em julgado, condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo
enquanto durarem seus efeitos; (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de
liberdade fixada”); c) art. 41, §2º, Estatuto do Torcedor –
1ª C) Não suspende, pois não impossibilita o reeducando de promover tumulto (pena de 1 a 2 anos) – pena de
concretizar o direito de voto. comparecimento de estádio no prazo de 3 meses a 3 anos.
2ªC) Suspense, pois a CRFB não excepciona tipos de pena
(MAJ). Todavia o STF, RE601182, admitiu possuir
repercussão geral a controvérsia sobre a suspensão de D) REQUISITOS
direitos políticos, versada no artigo 15, III, CRFB, tendo em Art. 44. As penas restritivas de direitos são
vista a substituição da pena privativa de liberdade pela autônomas e substituem as privativas de
restritiva de direitos. liberdade, quando:
I - aplicada pena privativa de liberdade não
OBS¹: De acordo com a maioria da doutrina, entende-se que
superior a quatro anos e o crime não for cometido
a substituição não pode ficar ao arbítrio do Juiz. com violência ou grave ameaça à pessoa ou,
Preenchidas todas as exigências impostas pelo dispositivo qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for
penal, o juiz deve substituir a privativa de liberdade por culposo;
restritiva de direito. II - o réu não for reincidente em crime doloso;
OBS²: O sistema de penas alternativas é exemplificativo. O III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
artigo 45, §2º não taxativo. Sendo questionado a sua social e a personalidade do condenado, bem como
constitucionalidade, pois configura pena indeterminada os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
(princípio da legalidade é inalienável – mesmo que o réu substituição seja suficiente. (princípio da
concorde). suficiência)
1. OBJETIVOS (natureza do crime e quantidade de pena
aplicada):
B) CARACTERÍSTICAS
2. SUBJETIVOS (reincidência e princípio da suficiência)
As penas restritivas de direito, em regra, não são cominadas
abstratamente no tipo penal incriminador, possuindo as
seguintes características: CRIME DOLOSO CRIME CULPOSO
I – AUTONOMIA: não podem ser cumuladas com as Aplicada pena privativa de Qualquer que seja a
restritivas de liberdade. Ou aplica a pena privativa de liberdade NÃO superior a 4 pena aplicada
liberdade (sem substituição) ou substitui pela restritiva de anos.
direitos. Não poderá soma-las.
Crime sem violência ou grave
ameaça à pessoa¹
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o
§ 4 A pena restritiva de direitos converte-se em Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a
privativa de liberdade quando ocorrer o entidades públicas é aplicável às condenações
descumprimento injustificado da restrição superiores a seis meses de privação da liberdade.
imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade o
§ 1 A prestação de serviços à comunidade ou a
a executar será deduzido (DETRAÇÃO) o tempo entidades públicas consiste na atribuição de
cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado tarefas gratuitas ao condenado.
o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou o
reclusão. § 2 A prestação de serviço à comunidade dar-se-á
em entidades assistenciais, hospitais, escolas,
orfanatos e outros estabelecimentos congêneres,
Ex.: DETRAÇÃO - Privativa = 1 ano � PRD = 1 ano. No 10º em programas comunitários ou estatais.
o o
mês, ocorre o descumprimento injustificado - conversão. § 3 As tarefas a que se refere o § 1 serão
Cumpre 1 ano, menos o que cumpriu, resultado cumprirá 2 atribuídas conforme as aptidões do condenado,
meses em privativa de liberdade. * Tem que sobrar um devendo ser cumpridas à razão de uma hora de
saldo de 30 dias (minoria da doutrina (LFG) entende que o tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a
o
saldo mínimo é inconstitucional, gerando não somente um não prejudicar a jornada normal de trabalho. § 4
Se a pena substituída for superior a um ano, é
bis in idem de parcela da pena, bem como quem está
facultado ao condenado cumprir a pena
“determinando” o cumprimento de tempo de prisão é o substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca
legislador e não o juiz.) inferior à metade da pena privativa de liberdade
fixada.
Inciso II – específica – para crime cometido na esfera Em crimes em que houve prejuízo a vítima ou proveito do
privada com habilitação especial ou licença. agente.
Inciso III – crimes culposos de trânsito – CTB regula estes Conteúdo confiscatório (art. 5º, XLVI), mas diferente do
crimes, assim este dispositivo foi revogado – continua em confisco que é efeito automático da condenação (podem
relação a suspensão da autorização ≠ efeito – inabilitação ser cumuladas) e incide sobre os instrumentos e produto do
para dirigir veículo quando utilizado como meio para a crime de cunho ilícito.
prática de crime doloso. o
Art. 45. (...) § 3 A perda de bens e valores
Inciso IV – essencialmente restritiva de liberdade – difícil pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada
fiscalização. a legislação especial, em favor do Fundo
Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto -
Inciso V – genérica – novidade – 2011. Relativa ao art. 311- o que for maior - o montante do prejuízo causado
A, CP, mas pode ser aplicada a todos. ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro,
Art. 47 - As penas de interdição temporária de em consequência da prática do crime.
direitos são:
I - proibição do exercício de cargo, função ou OBSERVAÇÃO FINAL:
atividade pública, bem como de mandato eletivo;
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA MULTA
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou
ofício que dependam de habilitação especial, de
ESPÉCIES DE PENA PECUNIÁRIA
licença ou autorização do poder público;
III - suspensão de autorização (moto) ou de Pena restritiva de direitos Pena pecuniária – sanção
habilitação para dirigir veículo. penal
IV - proibição de freqüentar determinados lugares. Destinado a vítima, seus Destinado ao ESTADO -
V - proibição de inscrever-se em concurso, dependentes (≠ Fundo Penitenciário
avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº sucessores), entidade Nacional
12.550, de 2011) pública ou privada com
destinação social
quando: a) aplicada isoladamente; b) aplicada 2ª FASE (ART. 60, CP) - O JUIZ FIXA O VALOR DE CADA DIA-
cumulativamente com pena restritiva de direitos; MULTA
c) concedida a suspensão condicional da pena.§ 2º
- O desconto não deve incidir sobre os recursos VARIA (MIN) 1/30 A (MAX) 5X SALÁRIO MÍNIMO – NA
indispensáveis ao sustento do condenado e de sua FIXAÇÃO O JUIZ LEVA EM CONSIDERAÇÃO A SITUAÇÃO
família. ECONÔMICA DO RÉU
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença * Súmula 43, STJ – “Incide correção monetária sobre dívida
condenatória, a multa será considerada dívida de por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo”. O STF
valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação entende que o termo inicial para atualização da multa deve
relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive ser a partir da data do fato.
no que concerne às causas interruptivas e
suspensivas da prescrição.
Art. 51. Transitada em julgado a sentença C) MULTA SUBSTITUTIVA – NÃO ADMITE CONVERSÃO
condenatória, a multa será executada perante o
- PRIVATIVA DE LIBERDADE EM MULTA.
juiz da execução penal e será considerada dívida de
valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa 1ª CORRENTE 2ª CORRENTE
da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às
O ART. 44, §2º, CP O ART. 44, §2º NÃO
causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
(substitui em 1 ano) REVOGOU OO ART. 60, §2º.
REVOGOU O ART. 60, §2º, A) ART. 60, §2º, CP – prisão
Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa,
PORÉM MANTEVE O até 6 meses admite
se sobrevém ao condenado doença mental.
ESPIRITO DO ART. 51 substituição. Crime com
LEI Nº 6.258/96 LEI Nº 9714/98 (DÍVIDA DE VALOR – não violência ou grave ameaça.
A PENA A PRIVATIVA DE A PRIVATIVA DE cabe conversão) – Não cabe conversão.
PRIVATIVA DE LIBERDADE NÃO LIBERDADE NÃO MAJORITÁRIA
B) ART. 44§2º - prisão até 1
LIBERDADE NÃO SUPERIOR A 6 SUPERIOR A 1
ano. Crime sem violência
SUPERIOR A 6 MESES ADMITIA A ANO – ADMITE
ou grave ameaça. Cabe
MESES ADMITIA SUBSTITUIÇÃO SUBSTITUIÇÃO
conversão.
SUBSTITUIÇÃO POR MULTA (ART. POR MULTA
POR MULTA 60, §2º). (ART. 44, §2º,
(ART. 60, §2º) PROIBIU A CP) D) EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA – ART. 51
ADMITIA A CONVERSÃO EM EA COMPETÊNCIA –
CONVERSÃO EM PRIVATIVA DE CONVERSÃO? Art. 51. Transitada em julgado a sentença
PRIVATIVA DE LIBERDADE – condenatória, a multa será executada perante o
LIBERDADE agora executada juiz da execução penal e será considerada dívida de
como dívida ativa valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa
(art. 51). da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às
causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
* Art. 44, §3º - não exclui a multa. MODIFICADO PELA LEI 13.964/19
A) CONCEITO
- Espécie de sanção penal, patrimonial. Pagamento de 1ªC) Legitimidade: MP. Competência: Vara das Execuções
determinado valor ao Fundo Penitenciário Nacional. Penais. Rito: Rito da Lei de Execução Fiscal.
- Por se tratar de pena é necessária sua cominação por lei 2ªC) Legitimidade: Procuradoria da Fazenda (Estadual ou
antes da prática do fato típico. Federal). Competência: Vara da Fazenda Pública (não perde
- Fundo Penitenciário Nacional: composto pelas multas o caráter penal). STJ e STF
decorrentes de sentenças penais condenatórias transitadas 3ªC) Legitimidade: Procuradoria da Fazenda (Estadual ou
em julgado. Cada estado pode instituir o seu. (LC 08/2004 - Federal). Competência: Vara da Fazenda Pública (perde o
FUNPECE). caráter penal- passa da pessoa do condenado).
B) APLICAÇÃO - CRITÉRIO OU SISTEMA BIFÁSICO
Súmula 522 (STJ - 2015): “A legitimidade para execução
1ª FASE (ART. 49, CP) – O JUIZ FIXA O NÚMERO DE DIAS- fiscal de multa pendente de pagamento imposta em
MULTA sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da
VARIA MIN. DE 10 E MAX DE 360 – Leva em conta o Fazenda Pública.”
Art.59,CP/Circunstâncias agravantes e atenuantes/ Causas
de aumento e diminuição (STJ). Alguns entendem que deve-
se levar em conta apenas o art. 59,CP.
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AÇÃO PENAL
PÚBLICA PRIVADA
Titular: MP Titular: ofendido ou seu representante legal
Inicial: DENÚNCIA Inicial: Queixa-crime
Regra (silêncio da lei) Exceção: expressa previsão legal
PROPRIAMENTE
INCONDICIONADA CONDICIONADA PERSONALÍSSIMA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA
DITA
Ministério Público Ministério Público, Art. 236, CP - Crimes contra a Diante da inércia do MP em
mas condicionada Induzimento a erro honra – ofendido apresentar denúncia nos
a REPRESENTAÇÃO essencial e ocultação de ou representante crimes de ação pública, o
DO OFENDIDO OU impedimento – legal ofendido poderá apresentar
REQUISIÇÃO DO personalíssima porque Queixa-crime substitutiva.
MINISTÉRIO DA apenas o ofendido, sem
JUSTIÇA. possibilidade do
representante
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Ou seja, sem condições impostas. Não, o sursis é sempre 4. CASSAÇÃO DO SURSIS - ANTES DO INÍCIO DO PERÍODO
condicionado. DE PROVA
REVOGAÇÃO CASSAÇÃO
3. REVOGAÇÃO: obrigatória ou facultativa - obrigatória (art. 81, I, II - condenado não comparece
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do e III) a audiência admonitória (art.
prazo, o beneficiário: - facultativa (art. 81, §1º) 161, LEP);
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por - condenado não aceita as
crime doloso; condições do sursis (renuncia
II - frustra, embora solvente, a execução de pena e prefere cumprir a pena);
de multa ((tacitamente revogada pelo lei 9268/96 - decisão reformada pelo
– não pode a conversão em PRD) ou não efetua,
tribunal – a pena privativa de
sem motivo justificado, a reparação do dano;
liberdade é aumentada,
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste passando dos dois anos.
Código.
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o
condenado descumpre qualquer outra condição PRESSUPÕE INÍCIO DO IMPEDE INÍCIO DO PERÍODO
imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por PERÍODO DE PROVA DE PROVA
crime culposo ou por contravenção, a pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
- O CONDENADO DEVERÁ CUMPRIR INTEGRALMENTE A 5. PRORROGAÇÃO DO SURSIS (ART. 81, §2º) – quando
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE (NÃO SE CONSIDERA O a duração do sursis excede o período de prova.
TEMPO EM QUE PERMANECEU EM PERÍODO DE PROVA). § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por
outro crime ou contravenção, considera-se
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA – HIPÓTESES – ART. 81, CP
prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento
(decorre de lei) definitivo.
I – CONDENAÇÃO IRRECORRÍVEL POR CRIME DOLOSO; § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode,
- não importa se a infração praticada antes ou depois do ao invés de decretá-la, prorrogar o período de
início do período de prova; prova até o máximo, se este não foi o fixado.
Obs.: Antes da condenação definitiva – reparou o dano – - Durante a prorrogação não subsistem a condições
sursis especial – não reparou o dano – sursis simples (mas impostas;
será obrigado a reparar o dano depois, sob pena de - Essa prorrogação não está sujeita a decisão judicial –
revogação). automática - STJ;
III – DESCUMPRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A
COMUNIDADE OU LIMITAÇÃO DE FINAL DE SEMANA 6. CUMPRIMENTO DAS CONDIÇÕES (ART. 82, CP)
(§1º, ART. 78).
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido
SÃO CHAMADAS DE CONDIÇÕES LEGAIS DO SURSIS revogação, considera-se extinta a pena privativa de
liberdade.
primeiro (a nova condenação só revoga o primeiro sursis se Súmulas: 715 e 716 (STF), 441 (STJ)
ocorrer durante o período de prova). Vide considerações da progressão de regimes!!!
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tratamento ambulatorial para autor de crime de furto – em pretensão punitiva. Entretanto, mesmo com a extinção da
que não tinha um grau de periculosidade elevado, pois não sentença, o paciente continuou internado em HCTP. A
era pessoa violenta. Turma afirmou que esse tipo de estabelecimento é
destinado àqueles que cumprem medida de segurança,
resposta penal oferecida às pessoas que apresentam
5. PRAZO diagnóstico psiquiátrico e tenham praticado crime.
a. mínimo (art. 97, §1º): 1 a 3 anos – destina-se a realização Ademais, a Lei de Execuções Penais (Lei 7.210/1984), em
do exame de cessação da periculosidade. b. máximo: tempo seu Título IV, elenca os HCTPs como “estabelecimentos
indeterminado enquanto perdurar a periculosidade – teria penais”. Extinta a punibilidade em decorrência do
assim um cárter eterno – mas que não viola direitos, pois reconhecimento da prescrição, não há que falar em pena,
está protegendo o agente. Todavia, a maioria da doutrina medida de segurança ou manutenção do paciente em
critica o caráter eterno da medida de segurança até HCTP. (...)Tal entendimento – aliado ao que disciplina a Lei
mesmo pelo limite de 40 anos – este é o entendimento do 10.216/2001, no sentido de que as internações terão
STF que entende ser inconstitucional o período caráter excepcional – autoriza a conclusão de que, no caso,
indeterminado dada a garantia constitucional abolidora a manutenção do paciente em HCTP apoia-se em narrativa
das prisões perpétuas – ficando assim limitada a 40 anos. inconstitucional, porquanto opta pela restrição de uma
O STJ vai além ao considerar que a duração da MS não garantia fundamental – a liberdade – pela via da interdição
poderia ultrapassar o limite do máximo da pena cominada civil de quem teve a punibilidade extinta e possui laudo
abstratamente ao delito praticado. psiquiátrico favorável à desinternação. (2020 – INF 925)
No caso da conversão da pena em medida de segurança
prevista – no caso de SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA 7. DESINTERNAÇÃO OU LIBERAÇÃO CONDICIONAL
MENTAL (permanente, se TEMPORÁRIA segue o art. 41, CP)
Ao final o prazo mínimo é feito um exame (art. 175, LEP)
– POSIÇÃO MAJORITÁRIA – a medida de segurança terá
para averiguar a cessação de periculosidade.
igual duração à pena privativa de liberdade originariamente
aplicada – então o prazo máximo será o restante da pena - Caso persista a periculosidade, o exame psiquiátrico será
(STJ). refeito em ano em ano (art. 97, §2º CP).
Súmula 527 (STJ - 2015): O tempo de duração da medida de - Caso conclua pela cessação de periculosidade, o juiz
segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena determina a desinternação¹ ou a liberação – condicionadas
abstratamente cominada ao delito praticado. (mesmas condições do Livramento Condicional) – poderão
ser revogadas se antes de 1 ano o agente praticar fato
indicativo de periculosidade (art. 97, §3º, CP).
6. APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA – SENTENÇA
¹ apesar não estar prevista na lei, é possível a desinternação
A. INIMPUTÁVEL – ART. 26 � se pratica infração penal – progressiva, em que atenuada a periculosidade do agente,
absolvido – não há culpabilidade – MAS DIANTE DA SUA este passe na internação para o tratamento ambulatorial
PERICULOSIDADE – impõe MEDIDA DE SEGURANÇA –
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA
8. DIREITO DO INTERNADO (Art. 99, CP)
Súmula 422, STF – “ A absolvição criminal não prejudica a
medida de segurança, quando couber, ainda que importe Art. 99 - O internado será recolhido a
estabelecimento dotado de características
privação de liberdade”
hospitalares e será submetido a tratamento.
B. SEMI-IMPUTÁVEL – ART. 26, §ÚNICO � se pratica infração Assim, fica impedida a colocação de sentenciado em
penal – SENTENÇA CONDENATÓRIA – há culpabilidade estabelecimento prisional (cabe HC). Se não tiver vaga,
diminuída – VERIFICADA SEUA PERICULOSIDADE – ART. 98, deve esperar em liberdade pela vaga em tratamento
CP – SISTEMA VICARIANTE ambulatorial (STJ). * Há um entendimento forte dentro do
A Segunda Turma concedeu ordem de habeas corpus para MP que em caso de agente altamente perigoso deve
ratificar liminar anteriormente deferida que transferiu o aguardar em presídio comum a abertura de vaga em
paciente de Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico hospital psiquiátrico.
(HCTP) e o encaminhou a Centro de Atenção Psicossocial ou
a unidade de saúde similar a fim de verificar a necessidade
de tratamento médico. O paciente respondeu por homicídio JURISPRUDÊNCIA
em primeira instância e foi sentenciado a absolvição DIREITO PENAL. SISTEMA VICARIANTE E IMPOSSIBILIDADE
imprópria com aplicação de medida de segurança DE CONVERSÃO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE EM
(internação). O cumprimento da pena começou no ano de MEDIDA DE SEGURANÇA POR FATOS DIVERSOS. Durante o
2010 em HCTP. Em 2015, o Tribunal de Justiça reconheceu a cumprimento de pena privativa de liberdade, o fato de ter
nulidade do processo criminal em face da extinção da sido imposta ao réu, em outra ação penal, medida de
segurança referente a fato diverso não impõe a conversão
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C) INDULTO C) PEREMPÇÃO
Indulto coletivo – modalidade de clemência concedida É a perda do direito de ação, provocada pela inércia
espontaneamente pelo Presidente da República a todo processual do querelante.
grupo de condenados que preencham os requisitos do Hipóteses: Art. 60, CPP
decreto autorizador.
Art. 60. Nos casos em que somente se procede
Não é necessário o trânsito em julgado. ATO mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação
DISCRICIONÁRIO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. penal:
Ex.; Indulto natalino. I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de
promover o andamento do processo durante 30
Quanto aos crime hediondos: a CF fala apenas em graça e
dias seguidos;
indulto, mas é posição do STF que é constitucional, pois
indulto é espécie de graça. II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo
sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
Gera reincidência. prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
SÚMULA 631 - O indulto extingue os efeitos primários da (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem
couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
condenação (pretensão executória), mas não atinge os
efeitos secundários, penais ou extrapenais. III - quando o querelante deixar de comparecer,
sem motivo justificado, a qualquer ato do
processo a que deva estar presente, ou deixar de
O Decreto n. 9.246/2017 não traz nenhuma ressalva formular o pedido de condenação nas alegações
ao regime de cumprimento de pena quando dispõe finais;
sobre a comutação aos condenados que cumprem IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica,
pena privativa de liberdade. Ao incluir na previsão esta se extinguir sem deixar sucessor.
legal as pessoas que estão em liberdade ou bastante
próximas de sua obtenção, o Presidente da República
não vedou, via reversa, o benefício aos reeducandos V – RENÚNCIA OU PERDÃO ACEITO– AÇÃO
dos regimes semiaberto e fechado. Assim, o art. 8° do PRIVADA
Decreto n. 9.246/2017 é norma inclusiva e não
1. Renúncia: ato unilateral pelo qual se efetua a desistência
proibitiva. (Informativo n. 659.)
do direito de ação da vítima – art. 104, CP.
Forma: declaração assinada pelo ofendido, por seu
III – ABOLITIO CRIMINIS representante legal ou procurador com poderes especiais
(Art. 50, CPP). Não gera renúncia tácita o fato de o ofendido
Nova lei que exclui do âmbito penal um fato que até então
receber indenização do dano causado.
era criminoso.
Exceção: Juizado Especial – composição de danos – extingue
Alcança a execução e os efeitos penais da sentença
a punibilidade.
condenatória, assim não gera reincidência ou maus
antecedentes, mas subsistem os efeitos civis. Obs.: Art. 49, CPP – estende a todos.
Deverá ser aplicada pelo órgão do Poder Judiciário em que Momento: antes do oferecimento da queixa. Após este
se encontre a ação penal em trâmite. momento poderá ser: perdão ou perempção.
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser
exercido quando renunciado expressa ou
IV – PRESCRIÇÃO, DECADÊNCIA E tacitamente. Parágrafo único - Importa renúncia
tácita ao direito de queixa a prática de ato
PEREMPÇÃO. incompatível com a vontade de exercê-lo; não a
A) PRESCRIÇÃO – próxima aula. implica, todavia, o fato de receber o ofendido a
indenização do dano causado pelo crime.
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Obs.: Ação: composta por um ou vários atos. Atos são 2. Sistema da Exasperação: aplica a pena mais grave
componentes da ação, eles não são ações em si mesmo, aumenta determinado percentual (majorante). Aplicação:
mas partes de um todo. Ex.: A efetua vários disparos em B. concurso formal perfeito e crime continuado.
Ação: causar morte. Atos: disparos. Vários atos (disparos)
compõe a ação matar alguém.
3. Sistema de Absorção: aplica a pena da infração mais
grave, sem qualquer aumento. Aplicação: crimes
2.SISTEMAS DE APLICAÇÃO DA PENA falimentares (princípio da unicidade dos crimes
1. Sistema do Cúmulo Material: somatório das penas. falimentares – lei antiga Decreto 7.661/1945 – a
Aplicação: concurso material e concurso formal impróprio. jurisprudência não se manifestou aceca da nova lei
Concurso de penas de multa. 11.101/2005).
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B) Está correta a decisão da Corte Estadual, levando-se em C) O juiz, na sentença relativa ao crime de estelionato, deve
conta entendimento jurisprudencial sumulado? (Valor: considerar Ricardo portador de bons ou maus
0,75) antecedentes? Na hipótese, incide a circunstância
agravante da reincidência ou Ricardo ainda pode ser
considerado réu primário? (Valor: 0,50)
QUESTÃO 2
Daniel foi denunciado, processado e condenado pela prática
do delito de roubo simples em sua modalidade tentada. A QUESTÃO 4
pena fixada pelo magistrado foi de dois anos de reclusão Pedro foi preso em flagrante por tráfico de drogas. Após a
em regime aberto. Todavia, atento às particularidades do instrução probatória, o juiz ficou convencido de que o réu,
caso concreto, o referido magistrado concedeu-lhe o por preencher os requisitos do artigo 33, § 4º, da lei
beneficio da suspensão condicional da execução da pena, 11.343/2006, merecia a redução máxima da pena. Na
sendo certo que, na sentença, não fixou nenhuma condição. sentença penal condenatória, fixou o regime inicialmente
Somente a defesa interpôs recurso de apelação, pleiteando fechado ao argumento de que o artigo 2º, § 1º, da lei
a absolvição de Daniel com base na tese de negativa de 8.072/90, assim determina, vedando a conversão da pena
autoria e, subsidiariamente, a substituição do beneficio privativa de liberdade em pena restritiva de direitos, com
concedido por uma pena restritiva de direitos. O Tribunal de base no próprio artigo 33, § 4º, da lei 11.343/2006. O
Justiça, por sua vez, no julgamento da apelação, de forma advogado de Pedro é intimado da sentença.
unânime, negou provimento aos dois pedidos da defesa e, À luz da jurisprudência do STF, responda aos itens a seguir.
no acórdão, fixou as condições do sursis, haja vista o fato de
que o magistrado a quo deixou de fazê-lo na sentença A) Cabe ao advogado de defesa a impugnação da fixação do
condenatória. regime inicial fechado, fixado exclusivamente com base no
artigo 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90? (Valor: 0,60)
Nesse sentido, atento apenas às informações contidas no
texto, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. B) Com relação ao tráfico-privilegiado, previsto na Lei nº
11.343/06, artigo 33, § 4º, é possível a conversão da pena
A) Qual o recurso cabível contra a decisão do Tribunal de privativa de liberdade em pena restritiva de direitos? (Valor:
Justiça? (Valor: 0,55) 0,65)
B) Qual deve ser a principal linha de argumentação no O examinando deve fundamentar corretamente sua
recurso? (Valor: 0,70) resposta. A simples menção ou transcrição do dispositivo
A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não legal não pontua.
pontua.
QUESTÃO 5
QUESTÃO 3 Miguel foi condenado pela prática do crime previsto no Art.
Ricardo cometeu um delito de roubo no dia 10/11/2007, 157, § 2º, inciso V, do Código Penal, à pena privativa de
pelo qual foi condenado no dia 29/08/2009, sendo certo liberdade de 05 anos e 04 meses de reclusão e 13 dias-
que o trânsito em julgado definitivo de referida sentença multa. Após cumprir 04 anos da reprimenda penal aplicada,
apenas ocorreu em 15/05/2010. Ricardo também cometeu, foi publicado, no dia 24/12/2013, um Decreto prevendo que
no dia 10/09/2009, um delito de extorsão. caberia indulto para o condenado à pena privativa de
A sentença condenatória relativa ao delito de extorsão foi liberdade não superior a 08 anos que tivesse cumprido 1/3
prolatada em 18/10/2010, tendo transitado definitivamente da pena, se primário, ou 1/2, se reincidente, além da
em julgado no dia 07/04/2011. Ricardo também praticou, inexistência de aplicação de sanção pela prática de falta
no dia 12/03/2010, um delito de estelionato, tendo sido grave nos 12 meses anteriores ao Decreto. Cinco dias após a
condenado em 25/05/2011. Tal sentença apenas transitou publicação do Decreto, mas antes de apreciado seu pedido
em julgado no dia 27/07/2013. de indulto, Miguel praticou falta grave, razão pela qual teve
seu requerimento indeferido pelo Juiz em atuação junto à
Nesse sentido, tendo por base apenas as informações Vara de Execução Penal.
contidas no enunciado, responda aos itens a seguir.
Considerando apenas as informações contidas na presente
A) O juiz, na sentença relativa ao crime de roubo, deve hipótese, responda aos itens a seguir.
considerar Ricardo portador de bons ou maus
antecedentes? (Valor: 0,25) A) Qual medida processual, diferente do habeas corpus,
deve ser adotada pelo advogado de Miguel e qual seria o
B) O juiz, na sentença relativa ao crime de extorsão, deve seu prazo? (Valor: 0,75)
considerar Ricardo portador de bons ou maus
antecedentes? Na hipótese, incide a circunstância B) Miguel faz jus ao benefício do indulto? (Valor: 0,50)
agravante da reincidência ou Ricardo ainda pode ser
considerado réu primário? (Valor: 0,50)
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VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com
ou proibido: deficiência ou com doenças degenerativas que
Homicídio contra menor de 14 (quatorze) acarretem condição limitante ou de
anos (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada
pela Lei nº 14.344, de 2022)
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos:
III - na presença física ou virtual de descendente ou
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. de ascendente da vítima;
o
§ 2 -A Considera-se que há razões de condição de IV - em descumprimento das medidas protetivas de
sexo feminino quando o crime envolve: urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do
I - violência doméstica e familiar; art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
II - menosprezo ou discriminação à condição de
mulher.
* Conceito: injusta morte de uma pessoa praticada por
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 outrem, consiste na eliminação da vida extrauterina.
(quatorze) anos é aumentada de: (Incluído pela Nelson Hungria: É o tipo central de crimes contra a vida e é
Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
ponto culminante na orografia (montanha) dos crimes.
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é
Homicídio doloso simples, privilegiado, qualificado,
pessoa com deficiência ou com doença que
implique o aumento de sua culposo, majorado, perdão judicial.
vulnerabilidade; (Incluído pela Lei nº 14.344, Homicídio preterdoloso: Art. 129, §3º - lesão corporal
de 2022) Vigência seguida de morte.
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente,
padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou HOMICÍDIO DOLOSO: simples, privilegiado e qualificado
empregador da vítima ou por qualquer outro
título tiver autoridade sobre ela. (Incluído pela
Lei nº 14.344, de 2022) I – HOMICÍDIO DOLOSO SIMPLES
Homicídio culposo
1. BEM JURÍDICO TUTELADO
§ 3º Se o homicídio é culposo:
VIDA HUMANA EXTRAUTERINA.
Pena - detenção, de um a três anos.
* Antes do nascimento, é o crime de aborto.
Aumento de pena
o * Grande potencial ofensivo = 6 a 20 anos.
§ 4 No homicídio culposo, a pena é aumentada de
1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância
de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se
2. SUJEITO ATIVO: Crime COMUM – qualquer pessoa – não
o agente deixa de prestar imediato socorro à
vítima, não procura diminuir as conseqüências do exige qualidade pessoal.
seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Crime monosubjetivo: pode ser praticada por pessoa
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de isolada ou associada a outras. De concurso eventual. (ou
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra unisubjetivo)
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60
(sessenta) anos. Concurso de pessoas: coautor: atos executórios.
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz Partícipe: não realiza atos executórios, mas colaboram para
poderá deixar de aplicar a pena, se as o delito. Ex.: Incentivo Verbal ou emprestar a arma.
conseqüências da infração atingirem o próprio
* Autoria mediata: o executor é mero instrumento para
agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária. PERDÃO JUDICIAL
atuar sem vontade própria ou consciência do que estar
o fazendo: como o doente mental ou menor de idade
§ 6 A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a
metade se o crime for praticado por milícia
privada, sob o pretexto de prestação de serviço de 3. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa.
segurança, ou por grupo de extermínio.
o Obs.: art. 17, CP – crime impossível por absoluta
§ 7 A pena do feminicídio é aumentada de 1/3
impropriedade do objeto – Não responde por tentativa de
(um terço) até a metade se o crime for praticado:
homicídio caso realize ato de execução visando matar
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses determinada pessoa sem saber que ela já havia falecido.
posteriores ao parto;
Ex.: Tiro em pessoa deitada já morta.
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos,
maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou
* Contra irmãos xifópagos: dois crimes de homicídio.
portadora de doenças degenerativas que * Presidente da República (STF;Senado;Deputados): Art.
acarretem condição limitante ou de 29, Lei 7.170: motivação política, crime contra a segurança
vulnerabilidade física ou mental; nacional.
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* genocídio: Art. 1º, Lei 2889/56 – grupo nacional, ético, *HIV – TENTATIVA DE HOMICIDIO – ART.131 – LESÃO
racial ou religioso. CORPORAL GRAVÍSSIMA
* Índio? Art. 59, Lei 6.001/73 – índio não integrado – causa
de aumento de pena. 6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Art. 59. No caso de crime contra a pessoa, o
Consumação: morte da vítima (crime material). Cessação da
patrimônio ou os costumes, em que o ofendido
seja índio não integrado ou comunidade indígena,
atividade encefálica.
a pena será agravada de um terço. (Lei 6.001/73) Lei 9434/97 – lei de doação de órgãos – morte encefálica.
Crime instantâneo de efeitos permanentes: duração do
4. CONDUTA – tipo objetivo momento consumativo – irreversível.
TIRAR A VIDA DE ALGUÉM Crime de dano: efetiva lesão do bem jurídico tutelado -
vida.
* Vida extrauterina (também pode ser infanticídio). Lembre-
se que vida intrauterina: é aborto. Momento: Quando se Prova: exame necroscópico (médico legista). A
inicia extrauterina? materialidade do crime poderá ser feito por prova
testemunhal.
1ª Corrente 2ª Corrente 3ª Corrente
Admite tentativa – crime plurissubsistente.
Com o completo e Desde as Com a dilatação
total desprendimento dores típicas do colo do útero. Requisitos:
do feto das estranhas do parto. a) que inexista prova inequívoca de que o agente queria
maternas. matar a vítima.
“animusa necandi” – a intenção irá diferenciar a tentativa
Crime de execução livre: pode ser praticado por ação ou da lesão.
omissão. Meios direito ou indireto. Meios físicos, morais ou b) que tenha havido início da execução do homicídio;
psíquicos*. * Apoplética: perde o ar com risadas. (Monteiro Art. 14, II – antes disso, são apenas atos preparatórios (atos
Lobato) que por si só não podem causar o resultado morte). Ex.:
* Ato por omissão – mãe que deixa de alimentar o filho. Compra da arma. Ex.: Ficar esperando a vítima e esta muda
(comissivo por omissão). Dever jurídico de trajeto.
Crime de ação livre: qualquer meio de execução. ATO IDÔNEO (APTO A PRODUZIR O RESULTADO) E
INEQUÍVOCO (LIGADO A CONSUMAÇÃO)
* ARREPENDIMENTO EFICAZ: ART. 15, 2ª PARTE. – AÇÃO Ex.: A vítima empurra e xinga o agente que responde
IMPEDITIVA DO RESULTADO efetuando disparos contra a vítima – apesar de não
Realiza todos os atos executórios. Porém se arrepende e caracterizar a legítima defesa, há o privilégio.
pratica novo ato para salvar a vítima. Ex.: Veneno e A legítima defesa exige: injusta agressão; utilize de meios
antídoto. Atinge em parte nobre, mas socorre e ela necessários; atual ou iminente
sobrevive.
- Causa de diminuição de pena: direito subjetivo do réu. c.3 ato homicida em seguida ao ato provocador: reação
imediata – no mesmo contexto fático. Ausente
este requisito, trata-se de vingança.
# HIPÓTESES:
A) MOTIVO DE RELEVANTE VALOR SOCIAL
OBS.: Pai que mata estuprador da filha. Alguns entendem
Benefício à coletividade – NOBRE, ALTRUÍSTICO. que seria relevante valor moral, defesa da honra da vítima.
Ex.: Traidor da pátria. Outros entendem que se trata de valor social, pois sua
intenção é eliminar o marginal. Será de uma maneira ou de
outra homicídio qualificada.
B) MOTIVO DE RELEVANTE VALOR MORAL
Motivos individuais.
III – HOMICÍDIO QUALIFICADO
Piedade, misericórdia e compaixão.
Art. 121. (...) § 2° Se o homicídio é cometido:
Ex.: Eutanásia – o agente tira a vida da vítima para acabar I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou
com grave sofrimento decorrente de alguma enfermidade. por outro motivo torpe; MOTIVO
Ex.: Desligar os aparelhos. Obs.: A ortotanásia que trata-se
II - por motivo fútil; MOTIVO
da cessação de tratamentos paliativos de pessoa com
doença irreversível e fatal. Ex.; Diante de quadro irreversível III - com emprego de veneno, fogo, explosivo,
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou
de câncer, o médico cessa tratamento quimioterápico que
de que possa resultar perigo comum; MEIO
só prolonga o sofrimento do paciente.
IV - à traição, de emboscada, ou mediante
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou
C) DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO LOGO EM torne impossível a defesa do ofendido; MODO
SEGUIDA À INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA: V - para assegurar a execução, a ocultação, a
Estado anímico. Intenso choque emocional. impunidade ou vantagem de outro crime:
CONEXÃO
Ex.: Violenta emoção o marido que acha mulher em
flagrante adultério.
Circunstâncias subjetivas: I, II e V. (MOTIVAÇÃO DO
PRESSUPOSTOS
AGENTE)
Injusta provocação
Circunstâncias objetivas: III e IV. (MEIO E MODO DE
Violenta emoção EXECUÇÃO)
Ato homicida em seguida ao ato provocador
A) QUANTO AOS MOTIVOS
I – PAGA E PROMESSA DE RECOMPENSA
c.1 injusta provocação: condutas incitantes, inclusive Homicídio mercenário. Paga (prévio pagamento). Promessa
animal. (posterior pagamento).
Diferente da legítima defesa, a resposta na LD exige que o Não só dinheiro, poderá ser promoção de emprego, por
agente use de meios moderados. exemplo. Mas deverá ser econômica, se sexual, a maioria
entende que não será qualificadora (Bittencourt e
Mirabete) de paga promessa, mas poderá ser de motivo
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torpe. Damásio entende que não há necessidade de ser É necessária a prova quanto ao motivo. A ausência da prova
econômica. não se presume.
Existe a qualificadora ainda que o mandante não * Se o agente afirma que matou sem motivo algum não será
pague/cumpra a recompensa. motivo fútil, mas torpe, pois considera-se que matou por
Exige: envolvimento de no mínimo duas pessoas. Crime de prazer.
concurso necessário. Mandante e Executor. Inclusive * Discussão entre as partes. No caso de discussão forte no
intermediários. É condenado mesmo que não se possa trânsito, por exemplo, não haverá qualificadora.
identificar. * Ciúme também não será fútil. Dependendo do caso
Obs.: Art. 31, CP. “Art. 31 - O ajuste, a determinação ou concreto poderá ser desproporcional, namora que olhou
instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em para o lado.
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo OBS.; Não pode ser torpe e fútil ao mesmo tempo.
menos, a ser tentado.”. No caso de o executor receber o
dinheiro, mas foge com ele sem cometer o homicídio.
Ex.: Irmã Dorothy. Companheira que matou ganhador de B) QUANTO AO MEIO DE EXECUÇÃO.
prêmio lotérico sem familiares. Matar marido para viver III – VENENO: substância química ou biológica que causa
com amante. morte.
Obs: A qualificadora comunica-se com o mandante? A Venefício. Introduzido na vítima de forma dissimulada. Ex.;
qualificadora é matar por dinheiro. Veneno de rato.
1ª) Não se comunica. Não é elementar. Apenas o executor Se for inoculado com emprego de violência, será qualificado
mata por dinheiro. Os motivos do mandante são outros. por meio cruel. Ex.: Entre em quarto cheio de cobra.
Pois poderá ser o caso de pai que contrata pistoleiro para Depende de prova pericial.
matar estuprador da filha. Mandante: homicídio
privilegiado. Executor: Homicídio qualificado. (Capez, * Substâncias venenosas apenas para alguns. Ex.; Alergia,
Fragoso, Greco) glicose. Para a maioria (Bittencourt; Capez; Barros, Hungria)
haverá a qualificadora. Para Mirabete, a substância deve ser
2ª) Comunica-se. O mandante é requisito essencial para a letal, por isso não reconhece a qualificadora. Em qualquer
existência do crime, assim será elementar. (Mirabete, caso, haverá necessidade de ciência do agente.
Silveira - STF)
III – FOGO
I – MOTIVO TORPE
Será considerado se morre da fumaça. Caldeirão de água.
Motivação vil, repugnante, imoral.
Ex.: Mendigos. Traficantes em pilhas de pneus. Índio
Por preconceito: motivo torpe. Ex.: Matar pessoa por ela ser pataxó.
gay ou negra. Se for ação que visa o extermínio de grupo
nacional, étnico ou religioso será genocídio (art. 1º, Lei
2889/56). Ex.; Homicídio de 12 índios da tribo Yanomani. III – EXPLOSIVO: qualquer explosivo.
É motivo torpe: Canibalismo; vampirismo; rituais macabros;
motivação econômica; intenção de ocupar o cargo da vítima III – ASFIXIA: Impedimento da função respiratória.
(vice-prefeito); esposa que não quis manter relações Mecânica ou tóxica.
sexuais; por prazer, Morte de policiais por facção criminosa
para impedir investigações; preso que mata outro preso de A) Mecânica: esganadura (comprime o pescoço da vítima -
outra facção criminosa; morte de diretor de presídio. gravata); estrangulamento (aperta o pescoço com fio,
pano, camisa); enforcamento (corda, peso da vítima);
* Impunidade de outro crime apesar de ser motivo torpe, sufocação (obstruir a vias respiratórias – saco plástico);
possui qualificadora própria. afogamento; soterramento e sufocação indireta (ou
* Vingança; depende do caso concreto. Deverá haver um imprensamento – colocação de peso).
antecedente torpe. Ex.; Matar juiz por decisão rígida; B) Tóxica: confinamento (vedação impedindo renovação de
traficante que mata usuário que não pagou dívida. oxigênio – trancar em um caixão; porta-malas) e uso gás
Não é: ciúme. asfixiante (monóxido de carbono; cloro em estado
gasoso).
II – MOTIVO FÚTIL
Pequeno, insignificante. Falta de proporção. III – TORTURA: graves sofrimentos físicos ou mentais.
Forma lenta, gradativa.
Ex.: pai que mata filho que chorava. Marido que mata
mulher que não fez jantar. Motorista que mata fiscal; ou Ex.; Não oferecer bebida; acorrentar vítima ao ar livre;
por trancada no trânsito. Por piada. crucificação; empalhamento, letais sessões de mutilamento.
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III – RESULTA PERIGO COMUM: número elevado e IV – QUALQUER OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU
indeterminado de pessoas. TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO.
Ex.: Desabamento; disparos de arma de fogo em multidão Ex.: Colocar forte medicamento.
(baile) * Vítima presa ou imobiliza. Superioridade numérica
Ex.; Pai que furtou avião, obrigou filha menor a acompanhá- (adestrador de cães em SP – gay, morto por skinheads).
lo e depois de manobras perigosas, jogou o avião em um Vítima embriagada. Vítima em coma.
shopping center. Não qualifica: superioridade física; superioridade de armas;
Não precisa causar danos a outras pessoas, mas apenas veneno; vítima menor de 14 anos e maior de 60 anos.
causar riscos.
# QUALIFICADORAS
C) QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO VI - CONTRA A MULHER POR RAZÕES DA CONDIÇÃO DE
QUALIFICADORAS ESPECÍFICAS: TRAIÇÃO; EMBOSCADA E SEXO FEMININO: FEMINICÍDIO
DISSIMULAÇÃO - circunstância subjetiva (controverso)
FÓRMULA GENÉRICA: OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU - violência sexual de gênero quanto ao sexo
IMPOSSIBILITE A DEFESA DA VÍTIMA - Relação de poder e submissão, praticada por homem ou
mulher sobre mulher em situação de vulnerabilidade;
IV – TRAIÇÃO
Cometido mediante ataque súbito ou sorrateiro, atingindo a CONDIÇÕES DO SEXO FEMININO
vítima, descuidada ou confiante, antes de perceber o gesto o
§ 2 -A Considera-se que há razões de condição de sexo
criminoso. Quebra de confiança – deve-se existir uma prévia feminino quando o crime envolve:
relação de confiança entre as partes – que lhe permita uma
facilidade. I - violência doméstica e familiar;
Ex.: Golpe pelas costas. Matar alguém mulher enquanto - Definição na Lei 11.340/06
o
esta dorme. Art. 5 Para os efeitos desta Lei, configura
violência doméstica e familiar contra a mulher
* Matar desconhecido dormindo – entra na fórmula qualquer ação ou omissão baseada no gênero que
genérica. lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
QUEBRA DE CONFIANÇA + DIFICULDADE OU psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei
IMPOSSIBILIDADE DE DEFESA = TRAIÇÃO complementar nº 150, de 2015)
* Não será somente matar um amigo, parente, mas deve I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida
como o espaço de convívio permanente de
encontrá-la desprevenida.
pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;
IV – EMBOSCADA II - no âmbito da família, compreendida como a
comunidade formada por indivíduos que são ou se
Aguarda escondido a chegada ou passagem da vítima para consideram aparentados, unidos por laços
pegá-la de surpresa. Tocaia. Não precisa em local ermo ou naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
que a vítima esteja encurralada.
Ex.: Assassinato do presidente Kennedy.
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III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o sob a autoridade suprema do Presidente da
agressor conviva ou tenha convivido com a República, e destinam-se à defesa da Pátria, à
ofendida, independentemente de coabitação. garantia dos poderes constitucionais e, por
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
neste artigo independem de orientação sexual.
b) Art. 144: órgãos de segurança pública
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Art. 144. A segurança pública, dever do Estado,
direito e responsabilidade de todos, é exercida
- cabe ao julgador estabelecer no caso concreto se o
para a preservação da ordem pública e da
homicídio teve como vetor a diminuição da condição incolumidade das pessoas e do patrimônio, através
feminina. Aqui são circunstâncias de fato. dos seguintes órgãos:
* Conceito de mulher: reconhecida juridicamente. I - polícia federal;
(Transexual? Identificado civilmente - O gênero feminino II - polícia rodoviária federal;
decorre da liberdade de autodeterminação individual, sendo III - polícia ferroviária federal;
apresentado socialmente pelo nome que adota, pela forma
IV - polícias civis;
como se comporta, se veste e se identifica como pessoa. A
alteração do registro de identidade ou a cirurgia de V - polícias militares e corpos de bombeiros
transgenitalização são apenas opções disponíveis para que militares.
exerça de forma plena e sem constrangimentos essa * compreende guardas municipais e agente de segurança
liberdade de escolha. Não se trata de condicionantes para viária.
que seja considerada mulher).
c) Integrantes do sistema prisional: agentes
OBs¹: FEMINICÍDIO: Matar mulher, na unidade doméstica e (diretor;agentes;guardas) mas também outros integrantes –
familiar (ou em qualquer ambiente ou relação), sem comissão de classificação; comissão do exame
menosprezo ou discriminação à condição de mulher. criminológico; conselho penitenciário, etc.
FEMINICÍDIO: Se a conduta do agente é movida pelo d) Força nacional de Segurança Pública: Departamento da
menosprezo ou discriminação à condição de mulher. FNSP (agrupamento de polícia da União)
OBS²: O feminicídio pressupõe violência baseada no gênero, e) contra cônjuge; companheiro; ou parente até terceiro
agressões que tenham como motivação a opressão à grau – em razão da ligação familiar com o policial.
mulher. É imprescindível que a conduta do agente esteja
motivada pelo menosprezo ou discriminação à condição de
mulher da vítima (SANCHES, 2016) VIII - COM EMPREGO DE ARMA DE FOGO DE USO
RESTRITO OU PROIBIDO:
Informação adicional: https://www.conjur.com.br/2017-
nov-15/cezar-bitencourt-feminicidio-aplicado-transexual. - Refere-se a inclusão da lei 13.964/19;
- Sofreu veto presidencial, derrubado em 2021.
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desnecessidade do vínculo serviria para todo e qualquer de diminuição de pena prevista no art. 16 do Código Penal,
caso de delito de trânsito com vítima fatal. Isso não significa faz-se necessário que o crime praticado seja patrimonial ou
dizer o que a lei não disse, mas apenas conferir-lhe possua efeitos patrimoniais (HC 47.922-PR, Quinta Turma,
interpretação mais razoável e humana, sem perder de vista DJ 10/12/2007; e REsp 1.242.294-PR, Sexta Turma, DJe
o desgaste emocional que possa sofrer o acusado dessa 3/2/2015). Na hipótese em análise, a tutela penal abrange o
espécie de delito, mesmo que não conhecendo a vítima. A bem jurídico, o direito fundamental mais importante do
solidarização com o choque psicológico do agente não pode ordenamento jurídico, a vida, que, uma vez ceifada, jamais
conduzir a uma eventual banalização do instituto do perdão poderá ser restituída, reparada. Não se pode, assim, falar
judicial, o que seria no mínimo temerário no atual cenário que o delito do art. 302 do CTB é um crime patrimonial ou
de violência no trânsito, que tanto se tenta combater. Como de efeito patrimonial. Além disso, não se pode reconhecer o
conclusão, conforme entendimento doutrinário, a arrependimento posterior pela impossibilidade de
desnecessidade da pena que esteia o perdão judicial deve, a reparação do dano cometido contra o bem jurídico vida e,
partir da nova ótica penal e constitucional, referir-se à por conseguinte, pela impossibilidade de aproveitamento
comunicação para a comunidade de que o intenso e perene pela vítima da composição financeira entre a agente e a sua
sofrimento do infrator não justifica o reforço de vigência da família. Sendo assim, inviável o reconhecimento do
norma por meio da sanção penal. REsp 1.455.178-DF, Rel. arrependimento posterior na hipótese de homicídio
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/6/2014. culposo na direção de veículo automotor. REsp 1.561.276-
BA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/6/2016,
DJe 15/9/2016.
INFORMAÇÃO ADICIONAL:
I - O homicídio pode ser privilegiado-qualificado?
Informativo nº 0583
Sim, desde que a circunstância qualificadora que concorre Período: 13 a 26 de maio de 2016.
com o privilégio seja objetiva (inc.. III e IV).
SEXTA TURMA
O homicídio privilegiado-qualificado é crime hediondo?
DIREITO PENAL. HIPÓTESE DE INEXISTÊNCIA DE MOTIVO
Não. Fazendo uma analogia ao disposto no art. 67 do CP, FÚTIL EM HOMICÍDIO DECORRENTE DA PRÁTICA DE
conclui que o privilégio, sempre subjetivo, Não é "RACHA".
circunstância preponderante, desnaturando a hediondez do
Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2°, II,
delito (é a que prevalece no STF e STJ).
do CP), na hipótese de homicídio supostamente praticado
por agente que disputava "racha", quando o veículo por
AÇÃO PENAL: AÇÃO PENAL INCONDICIONADA ele conduzido - em razão de choque com outro automóvel
também participante do "racha" - tenha atingido o veículo
JURISPRUDÊNCIA COLACIONADA
da vítima, terceiro estranho à disputa automobilística. No
A conduta social desajustada daquele que, agindo com caso em análise, o homicídio decorre de um acidente
intensa reprovabilidade ético-jurídica, participa, com o seu automobilístico, em que não havia nenhuma relação entre o
veículo automotor, de inaceitável disputa automobilística autor do delito e a vítima. A vítima nem era quem praticava
realizada em plena via pública, nesta desenvolvendo o "racha" com o agente do crime. Ela era um terceiro que
velocidade exagerada – além de ensejar a possibilidade de trafegava por perto naquele momento e que, por um dos
reconhecimento do dolo eventual inerente a esse azares do destino, viu-se atingido pelo acidente que
comportamento do agente -, justifica a especial envolveu o agente do delito. Quando o legislador quis se
exasperação da pena, motivada pela necessidade de o referir a motivo fútil, fê-lo tendo em mente uma reação
Estado responder, grave e energicamente, a atitude de desproporcional ou inadequada do agente quando cotejado
quem, em assim agindo, comete os delitos de homicídio com a ação ou omissão da vítima; uma situação, portanto,
doloso e de lesões corporais. (STF – HC 71.800/RS – Rel que pressupõe uma relação direta, mesmo que tênue, entre
Celso de Mello, DJ 03.05.1996). agente e vítima. No caso não há essa relação. Não havia
Informativo nº 0590 nenhuma relação entre o autor do crime e a vítima. O
Período: 16 de setembro a 3 de outubro de 2016. agente não reagiu a uma ação ou omissão da vítima (um
esbarrão na rua, uma fechada de carro, uma negativa a um
SEXTA TURMA
pedido). Não há aqui motivo fútil, banal, insignificante,
DIREITO PENAL. INAPLICABILIDADE DO ARREPENDIMENTO diante de um acidente cuja causa foi um comportamento
POSTERIOR EM HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE imprudente do agente, comportamento este que não foi
VEÍCULO. resposta à ação ou omissão da vítima. Na verdade, não há
Em homicídio culposo na direção de veículo automotor nenhum motivo. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
(art. 302 do CTB), ainda que realizada composição civil Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
entre o autor do crime e a família da vítima, é inaplicável o 19/4/2016, DJe 16/5/2016.
arrependimento posterior (art. 16 do CP). O STJ possui
entendimento de que, para que seja possível aplicar a causa
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culposo e de lesões corporais culposas praticados na 5. TIPO SUBJETIVO: DOLO direto e eventual.
direção de veículo automotor, caracterizando a Ação múltipla de conteúdo variado.
imprudência, modalidade de violação do dever de cuidado
objetivo, necessária à configuração dos delitos culposos. Ex.: Dolo eventual – pai que expulsa filho depressivo de
AgRg no HC 153.549-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado casa, sabendo que com tal ato, poderá incutir a vontade de
em 2/6/2015, DJe 12/6/2015. se matar diante da situação desesperadora, assumiu o risco
de resultado fatal. Mas não será dolo eventual término do
namoro ou casamento. * Por ação ou omissão. Não há
INDUZIMENTO, INSTIGAMENTO OU AUXÍLIO A auxílio por omissão. Pais, enfermeiro,
SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO (Art. 122, CP) * Por vexame de crime cometido contra vítima não se trata
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: VIDA HUMANA e integridade do crime do art. 122, CP.
física (automutilação) Não se admite a forma culposa.
OBS.: SUICÍDIO: ocorre quando o ser humano, de forma
direta, voluntária e consciente, elimina a própria vida. Não é 6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: consuma-se com o
fato típico a eliminação de vida própria e sim de vida alheia. resultado morte ou lesão corporal grave.
Morte: crime consumado
2. SUJEITO ATIVO: Crime COMUM – qualquer pessoa. Lesão grave (suicídio frustrado): consumado
Lesão leve: fato atípico.
3. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa, todavia esta deverá * O TIPO PENAL AGORA ADMITE A LESÃO LEVE COMO FATO
ser capaz. TÍPICO, PREVISTO NO CAPUT.
* Se for incapaz: homicídio (a incapacidade facilitou a Não admite tentativa.
morte, sendo instrumento para a sua provocação)
OBS. NÃO SERÁ CONSTRANGIMENTO ILEGAL A COAÇÃO
* Dirigido a pessoa determinada: Não haverá crime no caso PARA IMPEDIR O SUICÍDIO.
se a conduta for genérica, como peças de teatro, filmes,
obras literárias, música, dirigidas ao público em geral.
7. CAUSAS DE AUMENTO
Parágrafo único - A pena é duplicada:
4. CONDUTA:
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
PARTICIPAÇÃO MORAL PARTICIPAÇÃO MATERIAL
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por
INDUZIR INSTIGAR AUXILIAR qualquer causa, a capacidade de resistência.
Fazer nascer Reforçar Efetiva assistência
na vítima a ideia material para o ato, sem A) MOTIVO EGOÍSTICO: Ficar com a herança, ocupar cargo,
ideia da preexiste de realizá-lo. suplente de cargo público.
morte. morte.
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1ªC) NÃO RESPONDE POR CRIME NENHUM – FATO ATÍPICO ABORTO: INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ COM A
– pois como exigir prudência de mulher desequilibrada. CONSEQUENTE MORTE DO PRODUTO DA CONCEPÇÃO
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ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM SEU 5. TIPO SUBJETIVO: DOLO DIRETO e eventual apenas para o
CONSENTIMENTO (Art. 124, CP) auto aborto.
* Não se pune a modalidade culposa: se provocado por
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou terceiro responde por lesão corporal culposa (Art. 129, §6º,
consentir que outrem lho provoque: CP)
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: VIDA HUMANA intrauterina. 6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: consuma-se com a MORTE
Início da gravidez: tema controvertido - nidação do óvulo DO FETO.
fecundado na parede do útero materno. Admite tentativa (crime plurissubsistente)
OBS¹: Pílula do dia seguinte (entre a fecundação e a * se o feto permaneça vivo ou no útero ou expulso com vida
nidação). Destruição de embrião in vitro também não crime. - tentativa;
* se o feto nasce com vida, mas morre em decorrência das
A – AUTOABORTO manobras abortivas, o aborto será considerado consumado.
A própria gestante pratica as manobras abortivas que levam * Nasce com vida, todavia uma nova agressão (ou omissão)
à morte do feto. Ex.: Ingestão de medicamento abortivo; cause a sua morte: homicídio ( ou infanticídio).
quedas intencionais. OBS.: ABORTO SOCIAL OU POR CAUSAS ECONÔMICAS:
motivos do aborto � causa social: não serem casadas; serem
jovens � causas econômicas: falta de condição financeira
2. O SUJEITO ATIVO: Crime de mão própria – DIRETAMENTE
para criar o filho. Criminoso.
PELA MULHER GRÁVIDA.
CO AUTOR: responde pelo art. 126, CP (exceção à teoria
monista). 7. AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA
* Partícipe: é possível, farmacêutico que vende medicação
sabendo sua intenção sem receita médica. ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO (Art. 125 E 126, CP)
COM E SEM CONSENTIMENTO DA GESTANTE
3. O SUJEITO PASSIVO: produto da concepção – óvulo
fecundado, embrião ou feto.
I – SEM CONSENTIMENTO (ART. 125, CP)
Para MIRABETE: Estado e a comunidade.
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: VIDA HUMANA
INTRAUTERINA
B – CONSENTIMENTO PARA O ABORTO 2. SUJEITO ATIVO: Crime COMUM – qualquer pessoa.
A gestante permite que outra pessoa realize manobras 3. SUJEITO PASSIVO: DUPLA SUBJETIVIDADE – PRODUTO
abortivas que provoquem a morte do feto. A pessoa que DA CONCEPÇÃO E GESTANTE.
pratica as manobras responde pelo art. 126.
4. CONDUTA: INTERROMPER, VIOLENTA E
2.B. Crime de mão própria. INTENCIONALMENTE, UMA GRAVIDEZ – SEM O
Participação: namorado que pagar pelo aborto. Familiares CONSENTIMENTO.
ou amigas que acompanhem na clínica de aborto.
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Obs.: Menor de 14 anos. Fraude. Sem consentimento. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA E FORMA QUALIFICADA –
(§ÚNICO) ART. 127, CP
HIPÓTESES Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos
anteriores são aumentadas de um terço, se, em
A. Quando não há B. Houve uma autorização, mas consequência do aborto ou dos meios empregados
qualquer autorização esta não é válida juridicamente. para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de
por parte da gestante. Art. 126, § único: a) mediante natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer
Ex.: Agride gestante para fraude; b) mediante grave dessas causas, lhe sobrevém a morte.
causar o abortamento. ameaça; c) emprego de
violência; d) não maior de 14
anos; e) alienada ou débil * APENAS PARA O ART. 125 E 126, CP.
mental - LESÃO CORPORAL OU MORTE: crime preterdoloso.
Obs.: Estupro de vulnerável – menor de 14 anos e alienada - Não precisa que o aborto se consume.
mental – o aborto será lícito se houver consentimento - Feto sobrevive e mãe morre: tentativa de aborto +
representante legal. aumento de pena pela morte.
* Matar mulher que sabe que está grávida: art. 125 + art.
121
CAUSAS ESPECIAIS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE – ABORTO
LEGAL
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO direto E EVENTUAL. Não pude a Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por
modalidade culposa. médico:
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: consuma-se com a Aborto necessário
destruição do produto da concepção. Admite tentativa. I - se não há outro meio de salvar a vida da
gestante;
OBS²: Aborto honoris causa – praticado para ocultar a 3) Na fase de pronúncia, cabe ao Tribunal do Júri a resolução
gravidez adulterina – criminoso. de dúvidas quanto à aplicabilidade de excludente de
OBS³: Aborto miserável – motivado por incapacidade ilicitude.
financeira de sustentar a vida do filho – criminoso. 4) A exclusão de qualificadora constante na pronúncia só
pode ocorrer quando manifestamente improcedente e
descabida, sob pena de usurpação da competência do
JURISPRUDÊNCIA COLACIONADA Tribunal do Júri.
6) Viola o princípio da soberania dos veredictos a anulação
ADPF / 5429/04/2013 parcial de decisão proferida pelo Conselho de Sentença
ESTADO LAICIDADE. O Brasil é uma república laica, surgindo acerca da qualificadora sem a submissão do réu a novo Júri.
absolutamente neutro quanto às religiões. Considerações. 7) A ausência do oferecimento das alegações finais em
FETO ANENCÉFALO. INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ. MULHER. processos de competência do Tribunal do Júri não acarreta
LIBERDADE SEXUAL E REPRODUTIVA. SAÚDE. DIGNIDADE. nulidade, uma vez que a decisão de pronúncia encerra juízo
AUTODETERMINAÇÃO. DIREITOS FUNDAMENTAIS. CRIME provisório acerca da culpa.
INEXISTÊNCIA. Mostra-se inconstitucional interpretação de a 10) A sentença de pronúncia deve limitar-se à indicação da
interrupção da gravidez de feto anencéfalo ser conduta materialidade do delito e aos indícios de autoria para evitar
tipificada nos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do Código nulidade por excesso de linguagem e para não influenciar o
Penal. ânimo do Conselho de Sentença.
11) É possível rasurar trecho ínfimo da sentença de
ADI / 351027/05/2010 pronúncia para afastar eventual nulidade decorrente de
CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE excesso de linguagem.
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DE BIOSSEGURANÇA. 12) Reconhecida a nulidade da pronúncia por excesso de
IMPUGNAÇÃO EM BLOCO DO artigo 5º DA LEI Nº 11.105, DE linguagem, outra decisão deve ser proferida, visto que o
24 DE MARÇO DE 2005 (LEI DE BIOSSEGURANÇA). simples envelopamento e desentranhamento da peça
PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS. viciada não é suficiente.
INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO DIREITO À VIDA. 15) A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda
CONSITUCIONALIDADE DO USO DE CÉLULAS-TRONCO que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime.
EMBRIONÁRIAS EM PESQUISAS CIENTÍFICAS PARA FINS (Súmula n. 191/STJ)
TERAPÊUTICOS. DESCARACTERIZAÇÃO DO ABORTO.
NORMAS CONSTITUCIONAIS CONFORMADORAS DO DIREITO EDIÇÃO N. 78: TRIBUNAL DO JÚRI - II
FUNDAMENTAL A UMA VIDA DIGNA, QUE PASSA PELO 1) O emprego de algemas deve ser medida excepcional e a
DIREITO À SAÚDE E AO PLANEJAMENTO FAMILIAR. utilização delas em plenário de júri depende de motivada
DESCABIMENTO DE UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE decisão judicial, sob pena de configurar constrangimento
INTERPRETAÇÃO CONFORME PARA ADITAR À LEI DE ilegal e de anular a sessão de julgamento. (VIDE SÚMULA
BIOSSEGURANÇA CONTROLES DESNECESSÁRIOS QUE VINCULANTE N. 11)
IMPLICAM RESTRIÇÕES ÀS PESQUISAS E TERAPIAS POR ELA 2) Compete às instâncias ordinárias, com base no cotejo
VISADAS. IMPROCEDÊNCIA TOTAL DA AÇÃO. fático carreado aos autos, absolver, pronunciar,
desclassificar ou impronunciar o réu, sendo vedado em sede
JURISPRUDÊNCIA EM TESES de recurso especial o revolvimento do acervo fático-
probatório - Súmula n. 7/STJ.
6) Admite-se a continuidade delitiva nos crimes contra a
vida. 3) As nulidades existentes na decisão de pronúncia devem
ser arguidas no momento oportuno e por meio do recurso
EDIÇÃO N. 72: COMPETÊNCIA CRIMINAL próprio, sob pena de preclusão.
6) A competência é determinada pelo lugar em que se 5) O exame de controvérsia acerca do elemento subjetivo do
consumou a infração (art. 70 do CPP), sendo possível a sua delito é reservado ao Tribunal do Júri, juiz natural da causa.
modificação na hipótese em que outro local seja o melhor
para a formação da verdade real. 6) É nula a decisão que determina o desaforamento de
processo da competência do júri sem audiência da defesa
EDIÇÃO N. 75: TRIBUNAL DO JÚRI - I (Súmula n. 712/STF).
1) O ciúme, sem outras circunstâncias, não caracteriza 7) Eventuais nulidades ocorridas em Plenário do Júri,
motivo torpe. decorrentes de impedimento ou suspeição de jurados,
2) Cabe ao Tribunal do Júri decidir se o homicídio foi devem ser arguidas no momento oportuno, sob pena de
motivado por ciúmes, assim como analisar se referido preclusão.
sentimento, no caso concreto, qualifica o crime. 8) É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta
de quesito obrigatório (Súmula n. 156/STF).
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9) Após as modificações no rito do Tribunal do Júri § 4° Se o agente comete o crime impelido por
introduzidas pela Lei n. 11.689/2008, o quesito genérico de motivo de relevante valor social ou moral ou sob o
absolvição (art. 483, III, do CPP) não pode ser tido como domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a
contraditório em relação ao reconhecimento da autoria e da
pena de um sexto a um terço.
materialidade do crime.
Substituição da pena
10) Possíveis irregularidades na quesitação devem ser
arguidas após a leitura dos quesitos e a explicação dos § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
substituir a pena de detenção pela de multa, de
critérios pelo Juiz presidente, sob pena de preclusão (art.
duzentos mil réis a dois contos de réis:
571, inciso VIII, do CPP).
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo
11) É nulo o julgamento quando os quesitos forem anterior;
apresentados com má redação ou quando forem formulados
II - se as lesões são recíprocas.
de modo complexo, a ponto de causarem perplexidade ou
de dificultarem o entendimento dos jurados. Lesão corporal culposa
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de
12) O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é
1965)
adstrito aos fundamentos da sua interposição. (Súmula n.
713/STF). Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Aumento de pena
13) Não viola o princípio da soberania dos vereditos a
o
cassação da decisão do Tribunal do Júri manifestamente § 7 Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se
o o
contrária à prova dos autos. ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4 e 6 do
art. 121 deste Código.
14) A soberania do veredicto do Tribunal do Júri não impede
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º
a desconstituição da decisão por meio de revisão criminal.
do art. 121.
Violência Doméstica
2. LESÃO CORPORAL (ART. 129, CP ) o
§ 9 Se a lesão for praticada contra ascendente,
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou
Lesão corporal com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a prevalecendo-se o agente das relações domésticas,
saúde de outrem: de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de três meses a um ano. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
o o
Lesão corporal de natureza grave § 10. Nos casos previstos nos §§ 1 a 3 deste
o
artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9
§ 1º Se resulta:
deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por terço).
mais de trinta dias; o
§ 11. Na hipótese do § 9 deste artigo, a pena será
II - perigo de vida; aumentada de um terço se o crime for cometido
III - debilidade permanente de membro, sentido ou contra pessoa portadora de deficiência.
função; § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou
IV - aceleração de parto: agente descrito nos arts.142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Nacional de Segurança Pública, no exercício da
§ 2° Se resulta: função ou em decorrência dela, ou contra seu
I - Incapacidade permanente para o trabalho; cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo
até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena
II - enfermidade incurável; é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou Lei nº 13.142, de 2015)
função; § 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por
IV - deformidade permanente; razões da condição do sexo feminino, nos termos
do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído pela
V - aborto:
Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).
Lesão corporal seguida de morte (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias
evidenciam que o agente não quis o resultado,
nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Diminuição de pena
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* O agente deve saber da gravidez. VII - LESÃO CORPORAL CULPOSA (ART. 129, §6º)
Lesão corporal culposa
III – LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA (§2º) § 6° Se a lesão é culposa:
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§9º - qualificadora da lesão leve – COM A MAJORANTE DO 4) A violência doméstica abrange qualquer relação íntima de
§11º afeto, dispensada a coabitação.
A) ASCENDENTE, DESCENDENTE OU IRMÃO (mesmo 5) Para a aplicação da Lei n. 11.340/2006, há necessidade de
sem coabitação); demonstração da situação de vulnerabilidade ou
B) CÔNJUGE (mesmo separados de fato) OU hipossuficiência da mulher, numa perspectiva de gênero.
COMPANHEIRO; 6) A vulnerabilidade, hipossuficiência ou fragilidade da
C) COM QUEM CONVIVA OU TENHA CONVIVIDO; mulher têm-se como presumidas nas circunstâncias
descritas na Lei n. 11.340/2006.
D) PREVALECENDO-SE DAS RELAÇÕES DOMÉSTICAS,
COABITAÇÃO OU DE HOSPITALIDADE. 10) Não é possível a aplicação dos princípios da
insignificância e da bagatela imprópria nos delitos praticados
§10º - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR – GRAVE (§1º E com violência ou grave ameaça no âmbito das relações
2º) E MORTE (§3º) domésticas e familiares.
11) O crime de lesão corporal, ainda que leve ou culposo,
- Definição na Lei 11.340/06 praticado contra a mulher no âmbito das relações
domésticas e familiares, deve ser processado mediante ação
penal pública incondicionada.
14) A suspensão condicional do processo e a transação penal
não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei
Maria da Penha. (Súmula n. 536/STJ)
o
Art. 5 Para os efeitos desta Lei, configura 17) A audiência de retratação prevista no art. 16 da Lei n.
violência doméstica e familiar contra a mulher 11.340/06 apenas será designada no caso de manifestação
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que expressa ou tácita da vítima e desde que ocorrida antes do
lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou recebimento da denúncia.
psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei
complementar nº 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida EDIÇÃO N. 153: DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE
como o espaço de convívio permanente de SEXUAL - III
pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas; 11) O Juizado Especial de Violência Doméstica é competente
para julgar e processar o delito de estupro de vulnerável
II - no âmbito da família, compreendida como a
(art. 217-A do CP) quando estiver presente a motivação de
comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços gênero ou quando a vulnerabilidade da vítima for
naturais, por afinidade ou por vontade expressa; decorrente da sua condição de mulher.
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o
agressor conviva ou tenha convivido com a XI – CONTRA AGENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA(§12º)
ofendida, independentemente de coabitação.
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
neste artigo independem de orientação sexual. Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da
função ou em decorrência dela, ou contra seu
JURISPRUDÊNCIA - STF cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo
Tema 983 trânsito em julgado08/03/2018 até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena
é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela
Reparação de natureza cível por ocasião da prolação da
Lei nº 13.142, de 2015)
sentença condenatória nos casos de violência cometida
contra mulher praticados no âmbito doméstico e familiar
(dano moral). - Qualquer lesão
EDIÇÃO N. 41: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA - Modificação na Lei de Crimes Hediondos
MULHER Art.1º (...)
1) A Lei n. 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima
o
objetiva proteger a mulher da violência doméstica e familiar (art. 129, § 2 ) e lesão corporal seguida de morte
o
que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou (art. 129, § 3 ), quando praticadas contra
psicológico, e dano moral ou patrimonial, desde que o crime autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144
seja cometido no âmbito da unidade doméstica, da família da Constituição Federal, integrantes do sistema
ou em qualquer relação íntima de afeto. prisional e da Força Nacional de Segurança Pública,
no exercício da função ou em decorrência dela, ou
contra seu cônjuge, companheiro ou parente
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consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa STJ - INFORMATIVO 562 – LESÃO CORPORAL
condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
DIREITO PENAL. CRIME DE LESÃO CORPORAL QUALIFICADO
PELA DEFORMIDADE PERMANENTE. A qualificadora
AÇÃO PENAL “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art.
129, § 2º, IV, do CP) 241 não é afastada por posterior
AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA
cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a
* LESÃO LEVE: APP CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO deformidade na vítima. Isso porque, o fato criminoso é
* VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: valorado no momento de sua consumação, não o afetando
providências posteriores, notadamente quando não usuais
a. homem: leve majorada (condicionada a representação) –
(pelo risco ou pelo custo, como cirurgia plástica ou de
grave e morte (incondicionada)
tratamentos prolongados, dolorosos ou geradores do risco
b. mulher: pública incondicionada de vida) e promovidas a critério exclusivo da vítima. HC
306.677-RJ, Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador
convocado do TJ-SP), Rel. para acórdão Min. Nefi Cordeiro,
SÚMULAS
julgado em 19/5/2015, DJe 28/5/2015 (Informativo 562).
(STJ) SÚMULA 536. suspensão condicional do processo e a
transação penal não se aplicam na hipótese de delitos
sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. STJ – 563 – LESÃO CORPORAL
(STJ)SÚMULA 542. A ação penal relativa ao crime de lesão DIREITO PENAL. MOTIVOS PARA EXASPERAÇÃO DA PENA-
corporal resultante de violência doméstica contra a mulher BASE DE HOMICÍDIO E DE LESÕES CORPORAIS CULPOSOS
é pública incondicionada. PRATICADOS NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. O juiz,
na análise dos motivos do crime (art. 59 do CP), pode fixar a
pena-base acima do mínimo legal em razão de o autor ter
JURISPRUDÊNCIA COLACIONADA praticado delito de hhomicídio e de lesões corporais
culposos na direção de veículo automotor, conduzindo-o
com imprudência a fim de levar droga a uma festa. Isso
STF – 654 - Lei Maria da Penha e ação penal condicionada
porque o fim de levar droga a uma festa representa
à representação - 1
finalidade que desborda das razoavelmente utilizadas para
Em seguida, o Plenário, por maioria, julgou procedente ação esses crimes, configurando justificativa válida para o
direta, proposta pelo Procurador Geral da República, para desvalor. AgRg no HC 153.549-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
atribuir interpretação conforme a Constituição aos artigos julgado em 2/6/2015, DJe 12/6/2015 (Informativo 563).
12, I; 16 e 41, todos da Lei 11.340/2006, e assentar a
natureza incondicionada da ação penal em caso de crime de
lesão corporal, praticado mediante violência doméstica e STJ – 492 - LESÃO CORPORAL. MORTE. NEXO.
familiar contra a mulher. Preliminarmente, afastou-se CAUSALIDADE.
alegação do Senado da República segundo a qual a ação Segundo consta dos autos, o recorrente foi denunciado pela
direta seria imprópria, visto que a Constituição não versaria prática do crime de lesão corporal qualificada pelo
a natureza da ação penal — se pública incondicionada ou resultado morte (art. 129, § 3º, do CP), porque, durante um
pública subordinada à representação da vítima. Haveria, baile de carnaval, sob efeito de álcool e por motivo de
conforme sustentado, violência reflexa, uma vez que a ciúmes de sua namorada, agrediu a vítima com chutes e
disciplina do tema estaria em normas infraconstitucionais. joelhadas na região abdominal, ocasionando sua queda
O Colegiado explicitou que a Constituição seria dotada de contra o meio-fio da calçada, onde bateu a cabeça, vindo à
princípios implícitos e explícitos, e que caberia à Suprema óbito. Ocorre que, segundo o laudo pericial, a causa da
Corte definir se a previsão normativa a submeter crime de morte foi hemorragia encefálica decorrente da ruptura de
lesão corporal leve praticado contra a mulher, em ambiente um aneurisma cerebral congênito, situação clínica
doméstico, ensejaria tratamento igualitário, consideradas desconhecida pela vítima e seus familiares. O juízo singular
as lesões provocadas em geral, bem como a necessidade de reconheceu que houve crime de lesão corporal simples,
representação. Salientou-se a evocação do princípio visto que restou dúvida sobre a existência do nexo de
explícito da dignidade humana, bem como do art. 226, § 8º, causalidade entre a lesão corporal e o falecimento da
da CF. Frisou-se a grande repercussão do questionamento, vítima. O tribunal a quo, por sua vez, entendeu ter ocorrido
no sentido de definir se haveria mecanismos capazes de lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º, c/c o art. 61,
inibir e coibir a violência no âmbito das relações familiares, II, a e c, do CP), sob o argumento de que a agressão
no que a atuação estatal submeter-se-ia à vontade da perpetrada pelo recorrente contra a vítima deu causa ao
vítima. óbito. Assim, a questão diz respeito a aferir a existência de
ADI 4424/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.2.2012. (ADI-4424) nexo de causalidade entre a conduta do recorrente e o
resultado morte (art. 13 do CP). Nesse contexto, a Turma,
prosseguindo o julgamento, por maioria, deu provimento
ao agravo regimental e ao recurso especial, determinando o
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restabelecimento da sentença. Conforme observou a Min. 2. (FCC - 2011 - TJ - PE - Juiz Substituto) No crime de lesão
Maria Thereza de Assis Moura em seu voto-vista, está-se a corporal praticado no contexto de violência doméstica (art.
tratar dos crimes preterdolosos, nos quais, como cediço, há 129, § 9º, do Código Penal),
dolo no comportamento do agente, que vem a ser a) o sujeito passivo é sempre a mulher.
notabilizado por resultado punível a título de culpa.
Ademais, salientou que, nesse tipo penal, a conduta b) é necessário que a vítima conviva com o agente.
precedente que constitui o delito-base e o resultado mais c) não incide a agravante de o crime ser cometido contra
grave devem estar em uma relação de causalidade, de cônjuge, se a ofendida é casada com o autor.
modo que o resultado mais grave decorra sempre da ação d) a pena é aumentada de 1/6 (um sexto) se o crime for
precedente, e não de outras circunstâncias. Entretanto, cometido contra pessoa portadora de deficiência.
asseverou que o tratamento da causalidade, estabelecido
no art. 13 do CP, deve ser emoldurado pelas disposições do e) não basta que se prevaleça o agente de relação de
art. 18 do mesmo codex, a determinar que a hospitalidade.
responsabilidade somente se cristalize quando o resultado
puder ser atribuível ao menos culposamente. Ressaltou GABARITO
que, embora alguém que desfira golpes contra uma vítima
bêbada que venha a cair e bater a cabeça no meio-fio 1. B
pudesse ter a previsibilidade objetiva do advento da morte, 2. D
na hipótese, o próprio laudo afasta a vinculação da causa
mortis do choque craniano, porquanto não aponta haver
liame entre o choque da cabeça contra o meio-fio e o
evento letal. In casu, a causa da morte foi hemorragia 3. DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA
encefálica decorrente da ruptura de um aneurisma cerebral
congênito, situação clínica de que sequer a vítima tinha SAÚDE
conhecimento. Ademais, não houve golpes perpetrados
pelo recorrente na região do crânio da vítima. Portanto, não Art. 130 – PERIGO DE CONTÁGIO
se mostra razoável reconhecer como típico o resultado VENÉREO - ART. 131 - PERIGO DE
morte, imantando-o de caráter culposo. Dessa forma, CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE -
restabeleceu-se a sentença de primeiro grau que
desvinculou o resultado do comportamento do agente, que ART. 132 – PERIGO PARA A VIDA OU
não tinha ciência da particular, e determinante, condição SAÚDE DE OUTREM
fisiológica da vítima. AgRg no REsp 1.094.758-RS, Rel. Perigo de contágio venéreo
originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações
Min. Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de
TJ-RS), julgado em 1º/3/2012. moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que
está contaminado:
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4. CONDUTA: CONTATO SEXUAL PERIGOSO (não há 4. CONDUTA: MEIO DIRETO (contato físico) ou INDIRETO
necessidade de haver o contágio) (sem contato físico) CAPAZ DE TRANSMITIR A DOENÇA.
* Crime de ação vinculada: necessita de contato sexual. * Moléstia: grave e contagiosa. Norma penal em branco.
* Moléstias venéreas: normal penal em branco – Ministério Exige uma atividade médica valorativa.
da Saúde.
* Exame para a comprovação 5. TIPO SUBJETIVO: DOLO direto DE DANO (intenção de
OBS.: AIDS - HIV produzir a infecção).
Dolo na transmissão Art. 121 c/c art.14, CP Não se admite a forma culposa ou a modalidade de dolo
(INTENÇÃO ERA Obs.: Art. 129, §2º, II, Cp (Ayres eventual.
TRANSMITIR O VÍRUS) Britto) 6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: consuma-se com a prática
de ato perigoso capaz de transmitir o mal (formal).
Dolo de perigo Art. 130, CP
* Causar Lesão Corporal grave ou morte: responde em
(Não era a intenção e
concurso formal. Leve é absorvida.
nem assumiu o risco)
Admite tentativa.
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO direto DE DANO (intenção de enfermidade incurável (CP, art. 129, § 2º, II), chegou-se a
produzir a infecção). um consenso, apenas para afastar a imputação de tentativa
Não se admite a forma culposa de homicídio. Salientou-se, nesse sentido, que o Juiz de
Direito, competente para julgar o caso, não estaria sujeito
sequer à classificação apontada pelo Ministério Público.
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: consuma-se com a prática HC 98712/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 5.10.2010. (HC-
de ato perigoso capaz de transmitir o mal (formal). 98712)
* Causar Lesão Corporal grave ou morte: responde em
concurso formal. Leve é absorvida.
HC 160982 ver inteiro teor28/05/2012
Não admite tentativa.
HABEAS CORPUS Nº 160.982 - DF (2010/0016927-3)
RELATORA : MINISTRA LAURITA VAZ IMPETRANTE :
8. AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA ANTONIO CARLOS ALVES LINHARES - DEFENSOR PÚBLICO
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E
DOS TERRITÓRIOS PACIENTE : ILDEU MACIEL DA CUNHA
QUESTÃO DE CONCURSO EMENTA HABEAS CORPUS. artigo 129, § 2.º, INCISO II, DO
1. (CESPE – PC-ES) Juca, portador do vírus HIV, de forma CÓDIGO PENAL. PACIENTE QUE TRANSMITIU ENFERMIDADE
consciente e voluntária, manteve relações sexuais com INCURÁVEL À OFENDIDA (SÍNDROME DA
Jéssica, com o objetivo de transmitir-lhe a doença e, ao fim, IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA). VÍTIMA CUJA MOLÉSTIA
alcançou esse objetivo, infectando-a. Nessa situação, Juca PERMANECE ASSINTOMÁTICA. DESINFLUÊNCIA PARA A
incorreu na prática do crime de perigo de contágio venéreo. CARACTERIZAÇÃO DA CONDUTA. PEDIDO DE
DESCLASSIFICAÇÃO PARA UM DOS CRIMES PREVISTOS NO
2. Relativamente ao crime de perigo de contágio venéreo é
CAPÍTULO III, TÍTULO I, PARTE ESPECIAL, DO CÓDIGO PENAL.
INCORRETO afirmar que:
IMPOSSIBILIDADE. SURSIS HUMANITÁRIO. AUSÊNCIA DE
a) se a vítima já está contaminada, o crime é impossível por MANIFESTAÇÃO DAS INSTÂNCIAS ANTECEDENTES NO
impropriedade absoluta do meio; PONTO, E DE DEMONSTRAÇÃO SOBRE O ESTADO DE SAÚDE
b)o exercício da prostituição por um dos sujeitos não exclui DO PACIENTE. HABEAS CORPUS PARCIALMENTE CONHECIDO
o delito; E, NESSA EXTENSÃO, DENEGADO.
c)para a configuração do delito não é necessário o contágio,
bastando a exposição; 1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC
d)o consentimento do ofendido nas relações sexuais, 98.712/RJ, Rel. Min. MARCO AURÉLIO (1.ª Turma, DJe de
sabendo do risco de contaminação, exclui a 17/12/2010), firmou a compreensão de que a conduta de
praticar ato sexual com a finalidade de transmitir AIDS não
responsabilidade penal
configura crime doloso contra a vida. Assim não há
constrangimento ilegal a ser reparado de ofício, em razão de
JURISPRUDÊNCIA não ter sido o caso julgado pelo Tribunal do Júri.
(INFORMATIVO 603 – STF – OUTUBRO 2010) Portador do
Vírus HIV e Tentativa de Homicídio – 2 2. O ato de propagar síndrome da imunodeficiência
Em conclusão de julgamento, a Turma deferiu habeas adquirida não é tratado no Capítulo III, Título I, da Parte
corpus para imprimir a desclassificação do delito e Especial, do Código Penal (artigo 130 e seguintes), onde não
determinar o envio do processo para distribuição a uma das há menção a enfermidades sem cura. Inclusive, nos debates
varas criminais comuns estaduais. Tratava-se de writ em havidos no julgamento do HC 98.712/RJ, o eminente
que se discutia se o portador do vírus HIV, tendo ciência da Ministro RICARDO LEWANDOWSKI, ao excluir a possibilidade
doença e deliberadamente a ocultando de seus parceiros, de a Suprema Corte, naquele caso, conferir ao delito a
teria praticado tentativa de homicídio ao manter relações classificação de "Perigo de contágio de moléstia grave"
sexuais sem preservativo. A defesa pretendia a (artigo 131, do Código Penal), esclareceu que, "no atual
desclassificação do delito para o de perigo de contágio de estágio da ciência, a enfermidade é incurável, quer dizer, ela
moléstia grave (CP: “Art. 131 Praticar, com o fim de não é só grave, nos termos do artigo 131".
transmitir a outrem moléstia grave de que está
contaminado, ato capaz de produzir o contágio: ...”) — v. 3. Na hipótese de transmissão dolosa de doença incurável, a
Informativo 584. Entendeu-se que não seria clara a intenção conduta deverá será apenada com mais rigor do que o ato
do agente, de modo que a desclassificação do delito far-se- de contaminar outra pessoa com moléstia grave, conforme
ia necessária, sem, entretanto, vinculá-lo a um tipo penal previsão clara do artigo 129, § 2.º inciso II, do Código Penal.
específico. Tendo em conta que o Min. Marco Aurélio,
relator, desclassificava a conduta para o crime de perigo de
contágio de moléstia grave (CP, art. 131) e o Min. Ayres
Britto, para o de lesão corporal qualificada pela
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ART. 133 – ABANDONO DE INCAPAZ – Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
multa.
ART. 134 – EXPOSIÇÃO OU Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro
ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO se da negativa de atendimento resulta lesão
corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta
a morte.
Abandono de incapaz Exposição ou abandono de
recém-nascido
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: segurança do indivíduo –
Art. 133 - Abandonar pessoa Art. 134 - Expor ou
protegendo a vida e a saúde.
que está sob seu cuidado, abandonar recém-nascido,
guarda, vigilância ou para ocultar desonra
autoridade, e, por qualquer própria: 2. SUJEITO ATIVO: Crime comum – qualquer pessoa.
motivo, incapaz de defender- Pena - detenção, de seis * Se uma pessoa socorre, desaparece o delito para as
se dos riscos resultantes do meses a dois anos. demais.
abandono:
Pena - detenção, de seis
meses a três anos. 3. SUJEITO PASSIVO:
Aumento de pena
§ 3° - As penas cominadas 5. TIPO SUBJETIVO: Dolo direto e eventual. Não há a
neste artigo aumentam-se de modalidade culposa.
um terço:
I - se o abandono ocorre em 6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: A tentativa não é admitida
lugar ermo; (omissivo próprio)
II - se o agente é ascendente - Criança abandonada: perigo abstrato. – Demais casos:
ou descendente, cônjuge, perigo concreto.
irmão, tutor ou curador da
vítima.
7. Causa de aumento: Preterdolosa.
III ° se a vítima é maior de 60
(sessenta) anos
ART. 136 – MAUS TRATOS
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de
ART. 135 – OMISSÃO DE SOCORRO pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância,
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando para fim de educação, ensino, tratamento ou
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança custódia, quer privando-a de alimentação ou
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a
ferida, ao desamparo ou em grave e iminente trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando
perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da de meios de correção ou disciplina:
autoridade pública:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1° - Se do fato resulta lesão corporal de natureza
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, grave:
se da omissão resulta lesão corporal de natureza
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
grave, e triplicada, se resulta a morte.
§ 2° - Se resulta a morte:
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória
ou qualquer garantia, bem como o preenchimento Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
prévio de formulários administrativos, como § 3° - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
condição para o atendimento médico-hospitalar praticado contra pessoa menor de 14 (catorze)
emergencial: anos.
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OBS.; DIFERENÇA DA TORTURA CASTIGO 2. SUJEITO ATIVO e PASSIVO: Crime comum – qualquer
MAUS TRATOS TORTURA CASTIGO pessoa.
Art. 136 - Expor a perigo a Art. 1º, II - submeter * Concurso necessário – no mínimo 3 contenedores.
vida ou a saúde de pessoa alguém, sob sua guarda, * O Sujeito ativo também é passivo. Mútuas agressões.
sob sua autoridade, guarda poder ou autoridade, com Outras pessoas que estão assistindo: sujeito passivo.
ou vigilância, para fim de emprego de violência ou
educação, ensino, grave ameaça, a intenso
3. CONDUTA: PARTICIPAR DE TUMULTO
tratamento ou custódia, sofrimento físico ou
quer privando-a de mental, como forma de * Não será rixa se possível identificar grupos opostos.
alimentação ou cuidados aplicar castigo pessoal ou Participação material ou moral.
indispensáveis, quer medida de caráter
sujeitando-a a trabalho preventivo.
4. TIPO SUBJETIVO: dolo de perigo – intenção participar de
excessivo ou inadequado,
uma briga.
quer abusando de meios de
correção ou disciplina Não há modalidade culposa. Não haverá dolo se a intenção
é separar os rixosos.
INTENSIDADE DO SOFRIMENTO
5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: Crime de mera conduta -
início do conflito. Não há tentativa.
QUESTÃO DE CONCURSO 6. RIXA QUALIFICADA - § ÚNICO. Morte ou lesão corporal.
(MP/SP - 2011) Pratica o crime de omissão de socorro,
previsto no art. 135 do Código Penal:
QUESTÃO DE CONCURSO
(A) aquele que deixar de prestar socorro à vítima ferida,
ainda que levemente, e desde que seja o causador da Com relação ao crime de rixa, descrito no art. 137, caput, do
situação de perigo a título de dolo ou culpa. Código Penal (Participar de rixa, salvo para separar os
contendores), assinale a alternativa incorreta.
(B) aquele que deixar de prestar socorro à vítima em
situação de perigo por ele criada a título de culpa e desde a)É crime plurissubjetivo ou de concurso necessário.
que não haja risco pessoal. b) Há presunção de perigo, que decorre da simples
(C) aquele que deixar de prestar socorro à vítima em face de existência material da contenda.
uma situação de perigo a que ele deu causa, sem dolo ou c) É possível uma pessoa ser sujeito ativo e passivo do
culpa e desde que não haja risco pessoal. mesmo crime.
(D) aquele que, por imprudência, der causa à situação de d) É infração de forma livre, podendo ser cometida por
perigo, tendo praticado uma conduta típica culposa e que qualquer meio eleito pelo agente.
tenha deixado de atuar sem risco pessoal. e) Quem provoca a rixa por imprudência, sem dela
(E) aquele que der causa a uma situação de perigo, por participar, responde também pelo crime.
meio da chamada culpa consciente, e tiver deixado de GABARITO: E
prestar socorro à vítima por perceber que ela poderia ser
socorrida por terceiros.
4. CRIMES CONTRA A HONRA
ART. 137 – RIXA Art. 138 – CALÚNIA; ART. 139 –
DIFAMAÇÃO; ART. 140 - INJÚRIA
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os
contendores:
- Art. 5º, X, CRFB.
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou
multa. OBS.: Ofensa perpetrada por meio de imprensa configura
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão crime comum – ADPF n. 130 – A lei de imprensa não foi
corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da recepcionada pela Constituição Federal de 1988.
participação na rixa, a pena de detenção, de seis OBS.: Consentimento do ofendido: HONRA – bem
meses a dois anos. disponível. Prévio Consentimento. Exclui o crime.
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: INTEGRIDADE FÍSICA
* Crime de perigo abstrato (presumido): simples troca de
agressões.
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- Meios: PALAVRAS, GESTOS OU ESCRITOS. Simbólico. Obs: ADVOGADOS – no exercício da atividade profissional –
são invioláveis.
- FALSIDADE: QUANTO AO FATO – nunca ocorreu
3. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa.
QUANTO A AUTORIA – fato real, mas não
foi a pessoa imputada. * PESSOA JURÍDICA: a doutrina entende que poderá ser
vítima de difamação (não poderá ser de calúnia ou injúria).
* Falsa imputação de contravenção penal: DIFAMAÇÃO
* Não se pune a difamação contra os mortos.
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4. CONDUTA: IMPUTAR FATO OFENSIVO À REPUTAÇÃO DE 1. BEM JURÍDICO TUTELADO: HONRA SUBJETIVA DA VÍTIMA
ALGUÉM, desde que não seja criminoso. 2. SUJEITO ATIVO: Crime COMUM – qualquer pessoa.
* Contravenção penal. * Auto Injúria.
- Meios: PALAVRAS, GESTOS OU ESCRITOS.
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2. SUJEITO ATIVO: Crime comum – qualquer pessoa. 3. SUJEITO PASSIVO: PESSOA FÍSICA - CERTA E
* Funcionário Público – art. 350 ou Lei 4.898/65 – Abuso de DETERMINADA – CAPAZ DE FATO – de entender o mal
Autoridade prometido. Deve entender o mal – exclui os menores,
ébrios, loucos – pessoa jurídica.
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III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas 3. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa.
ou com o emprego de arma. (Incluído pela Lei
nº 14.132, de 2021)
* Consentimento da vítima – exclui o crime.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem
prejuízo das correspondentes à violência. 4. CONDUTA: PRIVAÇÃO DA LIBERDADE DE ALGUÉM – POR
(Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021) MEIO DE SEQUESTRO OU CÁRCERE PRIVADO. Crime de
§ 3º Somente se procede mediante execução livre: violência, grave ameaça ou fraude.
representação. (Incluído pela Lei nº
SEQUESTRO CÁRCERE PRIVADO
14.132, de 2021)
Não há confinado – a vítima Recinto fechado,
tem mobilidade. Ex.: Sítio; enclausurado, confinado.
ART. 147-B – VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA ilha
Violência psicológica contra a mulher (Incluído pela Lei nº
14.188, de 2021) 5. TIPO SUBJETIVO: DOLO – intenção de privar a liberdade
Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a da vítima (não há fim especial)
prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que * Pela finalidade, poderá ser outro tipo penal, extorsão
vise a degradar ou a controlar suas ações, mediante sequestro.
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir 6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: Com a privação da
ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde liberdade. Crime permanente.
psicológica e autodeterminação: (Incluído pela Lei nº *Tempo: 1ªC) Irrelevante. 2ªC) Tempo juridicamente
14.188, de 2021) relevante – privação momentânea é tentativa.
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa,
se a conduta não constitui crime mais grave.
7. QUALIFICADORAS: §§1º e 2º
Obs.: Fins libidinosos – antigo crime de rapto.
ART. 148 - SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO Obs.: Maus-tratos (privação de alimentos); Detenção
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, (trancada em sala escura e insalubre)
mediante seqüestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, de um a três anos. TIPO DE AÇÃO: PÚBLICA CONDICIONADA À
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: REPRESENTAÇÃO
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge
ou companheiro do agente ou maior de 60
(sessenta) anos; ART. 149 - REDUÇÃO DE CONDIÇÃO
II - se o crime é praticado mediante internação da ANÁLOGA A ESCRAVO
vítima em casa de saúde ou hospital;
III - se a privação da liberdade dura mais de 15
ART. 149-A TRÁFICO DE PESSOAS
(quinze) dias. Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de
escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados
IV - se o crime é praticado contra menor de 18
ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a
(dezoito) anos;
condições degradantes de trabalho, quer
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. restringindo, por qualquer meio, sua locomoção
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos em razão de dívida contraída com o empregador
ou da natureza da detenção, grave sofrimento ou preposto: (Redação dada pela Lei nº
físico ou moral: 10.803, de 11.12.2003)
Pena - reclusão, de dois a oito anos. Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além
da pena correspondente à violência.
(Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
ART. 148 – SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO § 1
o
Nas mesmas penas incorre quem:
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: LIBERDADE DE IR E VIR (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte
por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no
2. SUJEITO ATIVO: Crime comum – qualquer pessoa. * local de trabalho; (Incluído pela Lei nº
Funcionário Público. 10.803, de 11.12.2003)
II - mantém vigilância ostensiva no local de
trabalho ou se apodera de documentos ou objetos
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Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o
2012) Vigência crime é praticado contra idoso ou vulnerável.
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
somente se procede mediante representação, § 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito)
salvo se o crime é cometido contra a administração anos, se a subtração for de veículo automotor que
pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes venha a ser transportado para outro Estado ou
da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de
ou contra empresas concessionárias de serviços 1996)
públicos. § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco)
anos se a subtração for de semovente
domesticável de produção, ainda que abatido ou
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO dividido em partes no local da subtração.
Art. 155, CP – FURTO (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
/ ART. 156, CP – FURTO DE COISA COMUM § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)
anos e multa, se a subtração for de substâncias
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa isoladamente, possibilitem sua fabricação,
alheia móvel: montagem ou emprego
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. I – FURTO SIMPLES
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é “Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa
praticado durante o repouso noturno. alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno anos, e multa”
valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena Crime de médio potencial ofensivo (cabe
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a suspensão condicional do processo)
dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica
ou qualquer outra que tenha valor econômico.
1. Bem jurídico tutelado: PROPRIEDADE
Furto qualificado 3 Correntes: 1ª só a propriedade (HUNGRIA); 2ª
Propriedade e posse (NORONHA); 3ª Propriedade, posse e
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e
detenção legítimas (FRAGOSO) – majoritária
multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à
subtração da coisa; 2. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa (crime comum), SALVO o
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, proprietário.
escalada ou destreza; - Não existe furto de coisa própria. Mas se furta coisa
III - com emprego de chave falsa; própria em legítima posse de terceiro? Delito de exercício
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. arbitrário das próprias razões (art. 345, CP – Art. 346, CP)
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 - Subtrai coisa alheia pensando ser seu � erro de tipo.
(dez) anos e multa, se houver emprego de * Funcionário público que subtrai coisa pública ou particular
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo
em poder da administração � art. 312,§1º - peculato furto –
comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
utilizar a facilidade de funcionário – se não é furto simples.
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8
(oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude é * Subtrai coerdeiro/condômino/sócio � Art. 156, CP – Furto
cometido por meio de dispositivo eletrônico ou de coisa comum � furto de menor potencial ofensivo
informático, conectado ou não à rede de (JECRIM); representação da vítima; crime próprio
computadores, com ou sem a violação de
* Com menor: concurso material com o art. 244B, Lei
mecanismo de segurança ou a utilização de
programa malicioso, ou por qualquer outro meio
8069/90 (corrupção de menores)
fraudulento análogo. (Incluído pela Lei nº
14.155, de 2021)
3. Sujeito Passivo: Proprietário, possuidor ou detentor da
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, coisa
considerada a relevância do resultado gravoso:
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) Não importa a caracterização da vítima para caracterizar o
crime de furto.
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
terços), se o crime é praticado mediante a * Ladrão que rouba ladrão: vítima é o real dono
utilização de servidor mantido fora do território
nacional; (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
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2. ABUSO DE CONFIANÇA (INC. II) Ex.: Test drive – Falso comprador some com o veículo –
“Se o crime é cometido mediante abuso de confiança” furto mediante fraude, pois a posse era vigiada; Falso
comprador entrega cheque falso (depósito fraudulento) –
- valer-se da confiança para praticar o crime; estelionato, a posse foi entregue em definitivo.
- não qualificadora relação de emprego ou hospitalidade; Ex.: Cartão clonado – o agente consegue realizar saques no
CRITÉRIOS: caixa eletrônico � é furto qualificado; o agente realiza
A) especial confiança da vítima no agente (relação de saques com o funcionário do banco (ou vendedor da loja),
amizade); digitando a senha da vítima � estelionato (vantagem ilícita
mantendo alguém em erro).
B) Aproveitamento de alguma facilidade decorrente da
Considera furto e não estelionato:
confiança (abuso)
a) agente que, a pretexto de auxiliar a vítima a operar caixa
eletrônico, apossa-se de seu cartão, trocando-o por outro;
Ex.: Tesoureiro a quem foi confiado as chaves do cofre pelo
b) agente que simula interesse na compra de veículo e, com
patrão � crime qualificado
o pretexto de testá-lo o subtrai não mais retornando, o
Ex.: Funcionário comum subtrai produtos � crime é simples falso test drive. (jurisprudência divergente);
Ex: Empregado doméstico: trabalha a anos na família c) agente que coloca aparelho de maior valor em
(qualificado); recém-contratado (simples) embalagem de aparelho de menor valor, fraudando o
*Crime cometido pelo empregado: famulato pagamento no caixa – diferente do que substitui as
etiquetas (preço), isso é estelionato;
* Entre Cônjuges ou companheiros: escusas absolutórias
(art. 181, CP)
Ex.: Amigo que tem acesso a casa de outro � se cometido 4. ESCALADA (INC. II)
durante férias o crime é simples. “Se o crime é cometido mediante escalada”
Furto Apropriação Indébita Escalada: todo meio anormal de ingressar em local (túnel ou
Mero contato com a coisa, Posse desvigiada – posse chaminé; saltar muro ou portão; sacada de prédio).
mas não tem a posse da em nome de outrem Jurisprudência: exige que a escalada seja resultado de um
coisa esforço fora do comum.
O Dolo é antecedente (a O Dolo é superveniente à - Não caracteriza qualificadora: mera transposição de
vontade de subtrair ocorre posse obstáculo – saltar muro baixo, janela no térreo, por
antes da posse) exemplo – deverá haver esforço considerável ou utiliza
instrumento auxiliares.
3. EMPREGO DE FRAUDE (INC. II) - Escavação de túnel (Banco Central) – furto qualificado;
“Se o crime é cometido mediante fraude” * Furtos de fios elétricos de altos postes: 2 correntes: 1ª
qualificado por razão de esforço para chegar nos fios; 2ª
Fraude: artifício ou ardil para facilitar a subtração não há qualificadora, pois a finalidade do poste não é
- Objetivo: diminuir a vigilância sobre a coisa proteger os fios.
Ex.: Desliga rede e depois entra na casa como funcionário
da empresa telefônica; 5. DESTREZA (INC. II)
Ex.: Criação de site falso do banco da vítima – Saques via “Se o crime é cometido mediante destreza”
internet – consumação ocorre quando o dinheiro sai da
esfera de disponibilidade Destreza: peculiar habilidade física ou manual que permite
a subtração sem que a vítima perceba.
Furto qualificado Estelionato
pela fraude Ex.: Batedor de carteira
Visa diminuir a A fraude visa fazer com que a Atenção: aplica-se a qualificadora mesmo que terceiros
vigilância da vítima e vítima incida no erro e entregue percebam a ação do agente. Quem não pode perceber é a
possibilitar a espontaneamente o objeto vítima.
subtração * Se a vítima percebe a ação do agente – tentativa de furto
O bem é retirado A posse ou o bem passa para o simples.
sem que a vítima agente de forma bilateral (a * Se terceiro percebe a ação do agente é tentativa de furto
perceba (a posse é vítima concorda) qualificado.
alterada de forma Jurisprudência: condiciona a aplicação da qualificadora à
unilateral) vítima trazer o bem junto ao corpo. Ex.; bolsa na cadeira,
não é destreza.
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6. CHAVE FALSA (INC. III) cruzar o Estado, mas acaba preso, sem que tenha
“Se o crime é cometido com emprego de chave falsa” conseguido a posse tranquila do bem.
Chave falsa: todo o instrumento com ou sem forma de Veículo automotor: carro, motocicleta, van, caminhão,
chave, destinado a abrir fechaduras. Ex.; Canivete, grampo, trator, ônibus, lanche, aeronave. Não inclui somente as
clipe de papel, mixas ou gazuas. peças. Estado: abrange DF.
* Discute-se se ligação direta em automóvel configura * Aquele contratado apenas para o transporte, não tendo
chave falsa. Maj: não é chave falsa. Mas alguns dizem até qualquer participação no delito anterior, responde somente
rompimento de obstáculo. por receptação.
* EXCLUSÃO DA ILICITUDE - §2º - COISA FUNGÍVEL. Direito Penal. Inclusive, consta dos autos que o paciente,
Quadro explicativo (Fonte: CUNHA, 2013) após ter tentado subtrair outros itens por diversas vezes no
mesmo estabelecimento comercial, teria sido advertido de
Qualidade do bem móvel Consequências que, se houvesse outra tentativa, a Polícia Militar seria
Fungível Excede a quota a Há crime acionada. Por fim, diante da ausência de flagrante
que tem direito ilegalidade suportada pelo paciente apta a viabilizar a
análise da matéria no mandamus, foi mantido o regime
Fungível Não excede a Não há crime
prisional semiaberto. Precedente citado do STF: HC 84.412-
quota a que tem
SP, DJ 19/11/2004. HC 181.138-MG, Rel. Min. Gilson Dipp,
direito
julgado em 8/11/2011.
Infungível Excede a quota a Há crime
que tem direito
POLICIAL MILITAR. PRINCÍPIO. INSIGNIFICÂNCIA.
Infungível Não excede a Há crime
quota a que tem Na espécie, o paciente, policial militar, foi preso em
direito flagrante, quando supostamente furtava certa quantidade
de gasolina de uma viatura oficial da Polícia Militar para
* Pena até dois anos, menor potencial ofensivo, JECRIM.
veículo de propriedade dele, sendo denunciado como
incurso no art. 240, §§ 4º e 6º, II, do CPM. No writ, busca-se
TIPO DE AÇÃO: PÚBLICA CONDICIONADA À o reconhecimento da atipicidade da conduta ante a
REPRESENTAÇÃO aplicação do princípio da insignificância. A Turma entendeu
não ser possível aplicar o princípio da insignificância à
hipótese, visto não estarem presentes todos os requisitos
JURISPRUDÊNCIA COMPLEMENTAR necessários para tal (mínima ofensividade da conduta,
FURTO SIMPLES. CRIME IMPOSSÍVEL. SISTEMA nenhuma periculosidade social da ação, reduzidíssimo grau
ELETRÔNICO DE VIGILÂNCIA. PRINCÍPIO. INSIGNIFICÂNCIA. de reprovação do comportamento e inexpressividade da
RES FURTIVA. VALOR IRRISÓRIO. lesão jurídica provocada). Ressaltou-se o alto grau de
reprovação na conduta do paciente, pois o policial militar,
A Turma, cassando a liminar deferida, denegou a ordem na
aos olhos da sociedade, representa confiança e segurança,
qual se pretendia o reconhecimento da ocorrência de crime
exigindo-se dele um comportamento adequado, dentro do
impossível ou absolvição do paciente pela aplicação direta
que ela considera ser correto do ponto de vista ético e
do princípio da insignificância e, subsidiariamente, a
moral. Dessa forma, apesar de a vantagem patrimonial
alteração do regime inicial de cumprimento da pena. Na
subtraída circunscrever-se a um valor que aparentemente
espécie, o paciente foi condenado, pelo delito descrito no
não é muito expressivo, o paciente era policial militar,
art. 155, caput, do Código Penal (CP), à pena de três anos e
profissão em que se espera um comportamento bem
quatro meses de reclusão em regime semiaberto.
diverso daquele adotado na espécie. Assim, denegou-se a
Inicialmente, ressaltou o Min. Relator a posição firmada
ordem. Precedentes citados: HC 192.242-MG, DJe
neste Superior Tribunal em diversos precedentes de que a
4/4/2011; HC 146.656-SC, DJe 1º/2/2010, e HC 83.027-PE,
presença de sistema eletrônico de vigilância no
DJe 1º/12/2008. HC 160.435-RJ, Rel. Min. Og Fernandes,
estabelecimento comercial não se mostra infalível para
julgado 14/2/2012.
impedir a consumação dos delitos de furto. Logo, não seria
o caso do reconhecimento da figura do crime impossível.
Em seguida, destacou que, para a exclusão da tipicidade FURTO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
material pela aplicação do princípio da insignificância, como
In casu, trata-se da tentativa de furto de quatro saquinhos
consabido, seria necessária a apreciação dos seguintes
de suco, quatro pedaços de picanha e um frasco de
requisitos: a mínima ofensividade da conduta do agente,
fermento em pó, avaliados no total de R$ 206,44. Após o
nenhuma periculosidade social da ação, o reduzido grau de
voto do Min. Relator denegando a ordem, verificou-se
reprovação do comportamento e a inexpressividade da
empate na votação, prevalecendo a decisão mais favorável
lesão jurídica provocada. Ponderou, dessa forma, que a
ao réu. Dessa forma, a Turma concedeu a ordem nos
suposta inexpressividade da lesão jurídica provocada,
termos do voto da Min. Maria Thereza de Assis Moura, em
configurada pela pequena lesão causada ao patrimônio da
razão da incidência do princípio da insignificância ante a
vítima, não deve ser utilizada como único parâmetro para
ausência de lesividade da conduta, em especial diante da
aplicação do aludido princípio sob pena de relativizar o
capacidade econômica da vítima, que seria uma rede de
direito de propriedade, bem como estimular a prática
supermercados, e em razão da restituição dos bens. HC
reiterada de furtos de bens pequeno valor. Considerou,
169.029-RS. Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel.
ademais, que o crime tratado nos autos não representa fato
para acórdão Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
isolado na vida do paciente, razão pela qual a sua conduta
em 16/2/2012.
não deve ser tida como penalmente irrelevante, mas
comportamento altamente reprovável a ser combatido pelo
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Ex²: Agente, depois de apoderar-se da coisa, é surpreendido 1ªC) É CRIME (STJ e STF) Não reconhece a existência de uso
pelo proprietário, momento em que emprega violência, como hipótese de atipicidade.
para assegurar a impunidade do crime. ROUBO IMPRÓPRIO. 2ªC) Não é crime de roubo, caracteriza apenas
Ex³: Agente, quando ia apoderar-se da coisa visada, é constrangimento ilegal (GRECO). Para ele, como o roubo é
surpreendido pelo proprietário, empregando a violência formado por furto e constrangimento ilegal, se não tem o
para assegurar a impunidade. TENTATIVA DE FURTO + furto, sobra o constrangimento. Menor Potencial Ofensivo.
LESÃO CORPORAL.
OBS.: A jurisprudência não reconhece o princípio da 6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
insignificância no delito de roubo. ROUBO PRÓPRIO: consuma-se com o apoderamento
mediante violência ou grave ameaça (dispensa a posse
a) violência: emprego de força física ou ato agressivo contra mansa ou pacífica) – STJ e STF.
a pessoa (não contra a coisa), basta a lesão leve ou as vias Basta que sai da esfera de vigilância da vítima. Poder de
de fato. Obs.: Se a violência for o disparo de arma de fogo disposição da vítima.
com intenção de matar, responde por latrocínio. O STF, no julgamento do HC 104593, decidiu que o crime de
* Trombada? A trombada para desequilibrar a vítima, será roubo, em regra, independe da posse mansa da coisa; tese
uma espécie de violência. Se apenas encosta na vítima para inaplicável nas hipóteses em que a ação dos agentes é
abrir a bolsa e subtraiu a carteira, furto qualificado pela monitorada pela polícia que, obstando a possibilidade de
destreza. fuga, frustra a consumação, reconhecendo, no caso,
* Arrebatamento? Arrancar colar (ou outro objeto que tentativa.
envolve parte do corpo da vítima) lesionando o pescoço da Lembrete - Súmula 567 “Sistema de vigilância realizado por
vítima – crime de roubo. Arrebentou a alça da bolsa fazendo monitoramento eletrônico ou por existência de segurança
a vítima cair. Mas no caso da bolsa estar nas mãos da vítima no interior de estabelecimento comercial, por si só, não
(≠ envolver parte do corpo) e a gente puxa e sai correndo é torna impossível a configuração do crime de furto.”
crime de furto (arrebatamento de surpresa). Admite tentativa. Emprega a violência ou a grave ameaça e
não consegue se apoderar dos bens visados. Ex.; Vítima que
b) grave ameaça: promessa de mal futuro grave - coação após ter a arma apontada, acelera o carro e foge.
psicológica, promessa de causar um mal injusto, grave e ROUBO IMPRÓPRIO: consuma-se com o apoderamento
possível. Pode ser ameaça de morte, lesão ou violência seguido de violência ou grave ameaça.
sexual contra a vítima ou terceiro. Superioridade numérica E a tentativa? Não é pacífico.
não serve para caracterizar grave ameaça, trata-se de furto
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1ªC) Não admite tentativa, pois ou a violência é empregada # Arma desmuniciada: com o cancelamento da súmula
e tem-se a consumação ou não é empregada e o que se reforçou a tese de que arma desmuniciada também majora
apresenta é o crime de furto. (HUNGRIA, DAMÁSIO) a pena do roubo. Pois também NÃO TEM POTENCIALIDADE
Doutrina Clássica. (STJ) LESIVA. Também não transforma o perigo em dano.
2ªC) É possível a tentativa, figurando como exemplo a Configura roubo não majorado.
hipótese em que o agente, após apoderar-se do bem tenta
empregar violência ou grave ameaça para assegurar a posse # Arma quebrada incapaz de efetuar disparo: mesmas
da coisa ou a impunidade. (FRAGOSO, MIRABETE) Doutrina razões anteriores – não reconhece a majorante.
moderna.
* É imprescindível a apreensão e perícia da arma para que
Se ele não consegue se apoderar do bem e emprega incida a majorante?
violência para fugir. É tentativa de furto em concurso
material com lesão corporal. 1ªC) É indispensável aferir o perigo de lesão. Tendo em
vista que tenho que aferir a presença da potencialidade
lesiva do dano. É coerente com o cancelamento da súmula
II - CAUSA DE AUMENTO DO ROUBO (§2º) 174, STJ. Tem-se que realizar a perícia para aferir a
Majorantes de pena (≠ qualificadora). Aumenta de 1/3 até potencialidade lesiva.
metade.
Súmula 443 (STJ)- O aumento na terceira fase de aplicação “A falta de exame pericial de eficiência não invalida a
da pena no crime de roubo circunstanciado exige incidência da causa de aumento prevista no art. 157, § 2º, I,
fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua do Código Penal quando outros elementos comprovemsua
exasperação a mera indicação do número de majorantes. utilização.” (STJ - 2016) “Não se mostra necessária a
apreensão e perícia da arma de fogo empregada no roubo
para comprovar seu potencial lesivo, visto que tal qualidade
OBSERVAÇÕES integra a própria natureza do artefato” (STF - 2015)
*É necessário o emprego efetivo da arma ou basta a porte
ostensivo?
2ªC) Dispensável – bastando qualquer prova que o agente
1ªC) É necessário o emprego efetivo da arma, sem utilizou arma no roubo (STJ e STF - prevalece). Neste caso, o
insuficiente o simples portar (Bitencourt)(DP). STF entende que ônus da prova ao acusado, ele que deve
2ªC) É suficiente para a caracterização da majorante que o provar que a arma que ele utilizou não tinha potencialidade
sujeito ativo porte arma ostensivamente. (Prado) (MP). lesiva.
Todavia, sem a exibição da arma não existe emprego de
arma. (Jurisprudência). # Quadrilha armada (art.288, §único) + roubo com porte de
Arma incapaz de efetuar disparos. arma em concurso material. Firmou-se entendimento no
STF de ser possível a cumulação da majorante do roubo
mediante emprego de arma e a qualificadora da quadrilha
# Simulação de arma: não constitui emprego de arma. É armada, pois são infrações independentes protegendo cada
quando o agente mente que está armado (verbalmente, qual bens jurídicos próprios. (NUCCI defende que é bis in
encosta os dedos). Os tribunais superiores entendem que é idem). O STF alerta que a quadrilha armada não absorve as
apto apenas para configurar a grave ameaça. majorantes, pois o grupo armado pode cometer um roubo
sem armas.
#Arma de brinquedo: não transforma o perigo no dano. STJ
cancelou a súmula 174, pois a arma de brinquedo apesar de # Crime de porte ilegal de arma de fogo. Apesar de a
gerar o mesmo temor gerado pela arma verdadeira, jamais doutrina entender que o agente deveria responder pelos
transformará o perigo em dano. Gera temor, mas não gera dois crimes, considera o crime de porte ilegal, crime-meio.
dano. Assim, arma de brinquedo configura roubo não
majorado. NÃO TEM A POTENCIALIDADE LESIVA DA
CONDUTA. 2. CONCURSO DE PESSOAS (II)
Hungria defende o aumento de pena decorrente da Art. 155, §4º, IV, CP – causa de aumento de pena.
situação de facilidade que o ladrão encontra ao dominar a Os partícipes, eventuais inimputáveis ou agentes não
vítima. identificados são computados para aplicar a majorante.
(inclusive o menor)
Súmula 174 - NO CRIME DE ROUBO, A INTIMIDAÇÃO FEITA Quadrilha e bando + roubo majorado pelo concurso de
COM ARMA DE BRINQUEDO AUTORIZA O AUMENTO DA agentes: de acordo com o STF não caracteriza bis in idem a
PENA. (*) CANCELADA condenação do réu pelos crimes acima descritos, pois são
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infrações independentes protegendo cada qual bem - Aumento da pena: 1/3 até metade. Critério: 1ªC) a
jurídicos distintos. NUCCI – bis in idem. pluralidade de majorantes faz com que o aumento se
aproxime do máximo. 2ªC) a gravidade da majorante
orienta o aumento; quanto mais grave o crime em razão das
3. VÍTIMA EM SERVIÇO DE TRANSPORTE DE VALORES majorantes, mais perto do máximo, no caso valora-se as
Em serviço: prestando serviço para outrem. Não incide majorantes e não conta (quantidade).
quando é o proprietário dos valores. A vítima deve estar a Súmula 443, STJ – “O aumento na terceira fase de
trabalho e nunca para fins particulares. Inclui inclusive aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige
motoboys. fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua
Valores: 1ªC) limita aos valores bancários. exasperação a mera indicação do número de majorantes”
2ª C) qualquer transporte de valores (prevalece) Ex.: Roubo com emprego de arma de fogo. 1ªC) uma
– ex.; carga de remédios; carga viva; carga de cigarros; carga majorante, fica perto no mínimo. 2ªC) se for um
de cerveja; etc. metralhadora, perto do máximo.
Finalidade: bancos, joalherias → lucro geralmente elevado.
O agente deve ter plena ciência de que está roubando III – ROUBO QUALIFICADO (§3º)
alguém que está serviço de transporte de valores, não há Se da violência resulta LESÃO GRAVE
dolo eventual. Evita a responsabilidade penal objetiva.
MORTE(LATROCÍNIO - HEDIONDO)
Ver art. 155, §5º, CP. a) o resultado qualificador pode decorrer de dolo ou culpa
(delito preterdoloso).
Obs.: Se a intenção era matar, mas a vítima sobrevive –
5. RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA tentativa de latrocínio e não de furto qualificado por lesão
“V – se o agente mantém a vítima em seu poder, corporal grave. (estudo sobre a consumação a seguir).
restringindo sua liberdade” Situações (GONÇALVES, 2013):
Art. 157, §2º, IV – Art. 157 c/c art. 148, CP 1. Emprega a violência querendo matar a vítima,
Aumento de pena – roubo com sequestro. resultado morte: responde por latrocínio consumado;
Se a restrição da Se a restrição da 2. Emprega violência sem intenção de matar a vítima,
liberdade for necessária liberdade for culposamente, resultado morte: responde por
para o sucesso da desnecessária. latrocínio consumado. (crime preterdoloso);
empreitada. Ex.: Colocar a vítima no 3. Emprega violência com intenção de causar lesão grave,
Ex.; trancar a vítima num porta-malas do carro e resultado lesão: responde por roubo qualificado por
cômodo para garantir conduzi-la horas pela lesão grave;
eficiente fuga.* cidade.
4. Emprega violência sem intenção de causar lesão grave,
RESTRIÇÃO PRIVAÇÃO culposamente, resultado lesão grave: responde por
ROUBO majorado ELEMENTAR DO CRIME roubo qualificado por lesão grave;
DE SEQUESTRO 5. Emprega violência com intenção de matar, resultado,
Por poucos minutos. Mais duradoura – vive: tentativa de latrocínio, ainda que a lesão seja
Intervalo pequeno. mantida por tempo grave.
juridicamente relevante
b) “se dá violência...” - não há a qualificadora quando
resultado decorre do emprego de grave ameaça – se o
* Para alguns doutrinadores, exige-se que o agente
resultado ocorrer – será roubo + homicídio.
mantenha a vítima em seu poder. Assim no exemplo em
questão, dependendo do tempo em que a vítima fique
presa, será sequestro (+roubo) ou entra como c) é necessário que o resultado decorra de violência
circunstâncias do artigo 59, CP. empregada: durante o assalto (fator tempo) e em razão do
* requisitos: a) a restrição é meio para a execução do assalto (fator nexo).
roubo; b) a privação é garantia em benefício do agente OBS¹: Duas semanas após o assalto, o assaltante mata o
contra ação policial; c) vítima da privação e do roubo gerente do estabelecimento vítima para garantir a
* Roubo + sequestro : a privação ocorre depois do roubo. impunidade do crime. Responde por roubo (não
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qualificado) em concurso material com o homicídio - Havendo pluralidade de mortes E uma só subtração.
qualificado pela conexão consequencial. 1ªC) A pluralidade de mortes, no mesmo contexto fático
OBS²: Se decorrente da grave ameaça com emprego de não desnatura a unidade do crime (o número de mortes
arma de fogo há o resultado morte – responde por roubo serve apenas na fixação da pena) – CRIME ÚNICO -
agravado + homicídio culposo. Bitencourt – majoritária – seria dois latrocínios se houvesse
OBS³: Agente rouba o carro, mantém vítima ao seu lado, 2 mortes e 2 subtrações;
por uma imprudência prova acidente do qual a vítima 2ªC) Aplica-se o concurso formal impróprio entre os delitos
morre – responde por roubo com concurso material de latrocínio quando ocorrem dois ou mais resultados
homicídio culposo na direção de veículo (art. 302, CTB), pois mortes, ainda que uma só subtração (STJ – Resp
a morte não foi em decorrência da violência intencional. 1.164.935/MT)
d) as causas de aumento não incidem no roubo qualificado MAPAS MENTAIS: INFORMAÇÕES IMPORTANTES
– servem somente como circunstâncias judiciais I. ARMA INCAPAZ DE EFETUAR DISPAROS
desfavoráveis. As penas qualificadas já são muito altas.
4.1 Lesão corporal – art. 129, §§1º e 2º, CP.
A lesão leve fica absorvida pelo roubo.
4.2 Latrocínio – considerações especiais
- Crime contra o patrimônio qualificado com a morte. O fim
é o patrimônio, o meio é a morte. Não é julgado pelo Júri.
Súmula 603, STF – “a competência para o processo e
julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal
do Júri”.
* Se a intenção do agente é a morte da vítima, resolvendo
depois atacar o patrimônio. Homicídio seguido de furto.
Caso: Júri.
Ex.: Suzane Richthofen – agente mata o pai e
posteriormente simula que lados entraram na casa,
subtraindo bens do local. Responde por Homicídio.
- CONSUMAÇÃO – crime complexo – VIDA + PATRIMÔNIO
SUBTRAÇÃO MORTE LATROCÍNIO
TENTADA TENTADA TENTADO
CONSUMADA CONSUMADA CONSUMADO
CONSUMADA TENTADA TENTADO
TENTADA CONSUMADA CONSUMADO*
* S. 610, STF – “há crime de latrocínio, quando o homicídio
se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de
bens da vítima “.
OBS.: Art. 14, I – “todos os elementos de sua definição
legal” - Rogério Greco ensina que a súmula 610 não observa
o conceito de crime consumado do artigo 14, I, CP. Atenção,
II. PERÍCIA NA ARMA (DESNECESSIDADE)
o STF afastou a incidência da súmula, no caso de
consumação do roubo e tentativa no homicídio – para a APREENSÃO E PERÍCIA DE ARMA DE FOGO.
corte não se trata de latrocínio tentado, pois o crime-fim é POTENCIALIDADE LESIVA. PRESCINDIBILIDADE. SÚMULA
o roubo, assim seria concurso material de roubo 83/STJ. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO PARA CONHECER
consumado com homicídio tentado. (Inf. 520/2008). Tento DO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL, NEGANDO-LHE
inclusive recentemente (2013), firmado entendimento que PROVIMENTO. (...)
a tentativa de latrocínio inexiste no ordenamento jurídico, 4. Para o reconhecimento da majorante prevista no art.
pois trata de ficção jurídica que conflita com o preceito legal 157, § 2º, inciso I, do Código Penal, mostra-se dispensável a
que exige o resultado morte. (Jurisprudência ao final do apreensão da arma de fogo e a realização de exame pericial
material) para atestar a sua potencialidade lesiva quando presentes
- Crime hediondo (Lei 8072/90) – consumado ou tentado. outros elementos que atestem o seu efetivo emprego na
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prática delitiva. Súmula 83/STJ. AgRg no AREsp 1617926 / paciente. Asseverou-se que o latrocínio constitui delito
SP AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO complexo, em que o crime-fim é o roubo, não passando o
ESPECIAL 2019/0334215-9 – 05/03/2020) homicídio de crime-meio. Desse modo, salientou-se que a
doutrina divide-se quanto à correta tipificação dos fatos na
hipótese de consumação do crime-fim (roubo) e de
III. ROUBO (EXPLOSIVO): tentativa do crime-meio (homicídio), a saber: a)
EMPREGO OBJETO DO ROUBO classificação como roubo qualificado pelo resultado,
quando ocorra lesão corporal grave; b) classificação como
§ 2º-A A pena aumenta-se § 2º A pena aumenta-se de
latrocínio tentado; c) classificação como homicídio
de 2/3 (dois terços): II – se 1/3 (um terço) até metade: VI
qualificado, na forma tentada, em concurso material com o
há destruição ou – se a subtração for de
roubo qualificado. Enfatizou-se, contudo, que tais situações
rompimento de obstáculo substâncias explosivas ou de
seriam distintas daquela prevista no Enunciado 610 da
mediante o emprego de acessórios que, conjunta ou
Súmula do STF ("Há crime de latrocínio, quando o homicídio
explosivo ou de artefato isoladamente, possibilitem
se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de
análogo que cause perigo sua fabricação, montagem ou
bens da vítima.") e que as decisões impugnadas aderiram à
comum emprego.
tese de que as circunstâncias dos fatos evidenciaram o
Ex: Caixa eletrônico Independente de utilização animus necandi dos agentes, caracterizando, por isso,
tentativa de latrocínio. Esclareceu-se, ainda, que esta Corte
possui entendimento no sentido de não ser possível
IV. CRIME HEDIONDO
punição por tentativa de latrocínio, quando o homicídio não
o
Art. 1 São considerados hediondos os seguintes se realiza, e que é necessário o exame sobre a existência de
o
crimes, todos tipificados no Decreto-Lei n 2.848, dolo homicida do agente, para, presente esse ânimo, dar-se
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
por caracterizado concurso material entre homicídio
consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei
nº 13.964, de 2019)
tentado e roubo consumado.
HC 91585/RJ, rel. Min. Cezar Peluso, 16.9.2008. (HC-91585)
II - roubo:
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da
vítima (art. 157, § 2º, inciso V); Informativo 694 (2013) HC e latrocínio tentado
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo Ante a inadequação da via eleita, a 1ª Turma, por maioria,
(art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma julgou extinto habeas corpus em que se pleiteava a
de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º- estipulação da pena do paciente de acordo com a primeira
B); parte do § 3º do art. 157 do CP (“Art. 157 - Subtrair coisa
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ou morte (art. 157, § 3º); ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
de artefato análogo que cause perigo comum (art. Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. ... § 3º Se da
155, § 4º-A). violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão,
de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a
reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa”).
TIPO DE AÇÃO: PÚBLICA INCONDICIONADA
Na espécie, trata-se de condenado com fulcro no art. 157, §
3º, c/c art. 14, II, ambos do CP, por decisão transitada em
JURISPRUDÊNCIA COLACIONADA julgado. Esclareceu-se que se buscava o enquadramento
jurídico da conduta a ele imputada como crime de roubo
INFORMATIVO 520 (2008) – Adequação Típica: Roubo
seguido de lesão corporal de natureza grave — e não
Consumado e Homicídio Tentado - 1
tentativa de latrocínio —, com nova fixação da pena-base,
A Turma deferiu, parcialmente, habeas corpus para cassar pois a vítima sobrevivera. Rejeitou-se eventual concessão
sentença de 1º grau que condenara o paciente por da ordem de ofício. Assentou-se não ser possível enfrentar
latrocínio tentado (CP, art. 157, § 3º, in fine, c/c art. 14, II). ponderação de circunstâncias fático-probatórias em writ
Na espécie, embora consumado o roubo, da violência para verificar como teria ocorrido o delito. O Min. Luiz Fux
praticada não resultara morte, mas lesão corporal de acentuou estar caracterizada a tentativa de tirar a vida da
natureza grave numa das vítimas. A defesa reiterava a vítima, que não se teria consumado por motivos alheios à
alegação de que a capitulação dada ao fato seria vontade do paciente. Vencido o Min. Marco Aurélio, que
inadequada e pleiteava, por esse motivo, o ajuste da concedia a ordem. Asseverava inexistir, no ordenamento
imputação para roubo qualificado pelo resultado de lesão jurídico pátrio, a tentativa de latrocínio, que consistiria
corporal grave (CP, art. 157, § 3º, 1ª parte). Inicialmente, ficção jurídica conflitante com o preceito legal. Além do
adotou-se como premissa o cometimento do crime de mais, sublinhava que o latrocínio pressuporia sempre a
roubo (CP, art. 157) e aduziu-se que a matéria discutida nos morte.
autos envolveria a adequação típica da conduta atribuída ao
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HC 110686/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 5.2.2013. (HC- crime de roubo, é prescindível posse mansa e pacífica do
110686) bem subtraído.
QUESTÕES E) Aplica-se ao caso o princípio da insignificância, em razão
1. (TJ/RJ/2019) João invade um museu público disposto a de o valor total dos bens subtraídos ser inferior a um salário
furtar um quadro. Durante a ação, quando já estava tirando mínimo.
o quadro da parede, depara-se com um vigilante. Diante da
ordem imperativa para largar o quadro, e temendo ser
alvejado, vulnera o vigilante com um projétil de arma de
Art. 158, EXTORSÃO/ ART. 159,
fogo. O vigilante vem a óbito; e João, impressionado pelos EXTORSÃO MEDIANTE
acontecimentos, deixa a cena do crime sem carregar o SEQUESTRO / ART. 160,
quadro. De acordo com o entendimento sumulado pelo
EXTORSÃO INDIRETA
Supremo Tribunal Federal, praticou-se
A) furto qualificado tentado em concurso com homicídio
qualificado consumado. Extorsão
B) roubo próprio tentado em concurso com homicídio Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência
ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si
consumado.
ou para outrem indevida vantagem econômica, a
C) roubo impróprio tentado em concurso com homicídio fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma
consumado. coisa (SIMPLES)
D) latrocínio tentado. Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
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E. Dano sobre documento público ou particular – art. 305, - Quando empregada antes ou concomitante, após o dano
CP. simples considera-se concurso material com lesão corporal,
* Dar sumiço, como jogar um anel num lago – como não há se for o caso.
previsão legal, não constitui crime de dano. - “Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além
* O consentimento da vítima exclui o delito. da pena correspondente à violência.” – o próprio legislador
faz a ressalva da violência. Assim, se a violência tiver sido
meio para dano a coisa, o agente responde por dano
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO. qualificado com lesão, se for o caso.
De forma culposa, é apenas ilícito civil. Ex.; Agressão a manobrista de estacionamento onde está
Ex.: Agente que não observando seu dever objetivo de carro em que tem a intenção se danificar.
cuidado na condução de uma bicicleta, choca-se com um
telefone público e o destrói totalmente, não comete ilícito 2. EMPREGO DE SUBSTÂNCIA EXPLOSIVA OU INFLAMÁVEL
penal, apenas civil.
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
Há um elemento específico subjetivo (intenção de causar
II - com emprego de substância inflamável ou
prejuízo – animus nocendi)? explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
1ªC) (HUNGRIA) – Não pode ser considerado agente do
crime de dano sem o ânimo hostil. Ex.: Amigo que para
pregar uma peça, corta os fios da campainha da casa de um - Fica absorvida se constituir crime mais grave – homicídio
amigo. qualificado por emprego de arma de fogo ou explosivo ou o
incêndio (art. 250, CP) ou explosão (art. 251,CP)
2ªC) (NORONHA - DAMÁSIO) – A intenção de prejudicar não
é dolo específico, porque está compreendida na própria - Se ateia fogo a um carro em local afastado, crime de dano
ação criminosa – basta a ciência de que sua conduta qualificado. Se ateia fogo a um posto de gasolina causando
causará prejuízo, e mesmo assim, a realize. enormes chamas, crime de incêndio – fogo de grandes
proporções + local habitado + risco a grande número de
STF – seguiu a segunda corrente – Caso: preso que danifica pessoas.
cela para fuga – crime de dano – mesmo que a intenção seja
para fugir (dano qualificado). DANO QUALIFICADO INCÊNDIO
Emprego de fogo – sem Emprego de fogo de grandes
grandes proporções e proporções, em lugar habitado
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
lugar não muito habitado. e com risco para grande
Consumação: efetivo dano (não importa se auferiu lucro). número de pessoas.
Crime contra o
* O crime de dano é subsidiário – apenas se configura se o patrimônio. Crime de perigo comum
agente não pretende conduta criminosa posterior e mais
grave. Subtração com destruição de obstáculo – furto
qualificado. ELE DEVE SER UM FIM EM SI MESMO – pois ao 3. DANO EM PATRIMÔNIO PÚBLICO E OUTROS ENTES
contrário será absorvido. Parágrafo único - Se o crime é cometido:
Exige perícia, já que trata-se de crime que deixa vestígios. III - contra o patrimônio da União, Estado,
Município, empresa concessionária de serviços
* Princípio da insignificância; a jurisprudência tem admitido
públicos ou sociedade de economia mista;
sua aplicação – fato atípico quando o valor é irrisório.
* Reparação do prejuízo: como trata de crime de menor
potencial ofensivo, passível de composição civil – extinção - Contra bens públicos – e de outros bens que prestam
de punibilidade. serviço público (telefone público, postes, placas de
estradas, ônibus, estádios, bancos de praças);
* E as empresas públicas e as fundações? Para Bitencourt e
II – DANO QUALIFICADO (§ único)
Greco, não estão incluídas.
Pena: 6 meses a 3 anos de detenção, e multa.
* Preso que danifica cela na fuga: para o STF, dano
1. EMPREGO DE VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA qualificado. Para o STJ, exige o dolo específico.
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça; 4. MOTIVO EGOÍSTICO OU PREJUÍZO CONSIDERÁVEL
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
- A violência deve ser empregada como meio para o agente IV - por motivo egoístico ou com prejuízo
danificar a coisa considerável para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e
multa, além da pena correspondente à violência.
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4.1. Motivo egoístico: o agente causa dano para conseguir INUTILIZAR OU DETERIORAR BEM ESPECIALMENTE
algum benefício de ordem econômica ou moral. PROTEGIDO POR LEI, ATO ADMINISTRATIVO OU DECISÃO
4.2. Prejuízo considerável: prejuízo patrimonial elevado JUDICIAL.
(situação econômica da vítima).
IV – ALTERAÇÃO DE LOCAL ESPECIALMENTE PROTEGIDO
DANO SIMPLES E QUALIFICADO (IV) - TIPO DE AÇÃO: (ART. 166, CP)
PRIVADA Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade
competente, o aspecto de local especialmente
Ação penal
protegido por lei:
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
parágrafo e do art. 164, somente se procede
mediante queixa.
CRIME REVOGADO PELO ART. 63 – LEI 9.605/98 – “ Art. 63.
DANO QUALIFICADO (I, II e III): PÚBLICA INCONDICIONADA Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local
especialmente protegido por lei, ato administrativo ou
decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico,
II – INTRODUÇÃO OU ABANDONO DE ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso,
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização
ANIMAIS EM PROPRIEDADE ALHEIA da autoridade competente ou em desacordo com a
(ART. 164, CP) concedida: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.”
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em
propriedade alheia, sem consentimento de quem
Art. 168, CP – APROPRIAÇÃO INDÉBITA /
de direito, desde que o fato resulte prejuízo: ART. 168-A, CP - APROPRIAÇÃO
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA / ART. 169,
multa.
CP - APROPRIAÇÃO DE COISA HAVIDA
POR ERRO, CASO FORTUITO OU
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: PROPRIEDADE BEM IMÓVEL FORÇA DA NATUREZA
2. SUJEITO ATIVO: crime comum, qualquer pessoa.
3. SUJEITO PASSIVO: proprietário ou possuidor do imóvel.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA (Art. 168, CP)
4. CONDUTA Apropriação indébita
Forma comissiva (introduzir) e omissiva (deixar). Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de
+ sem consentimento que tem a posse ou a detenção:
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2. SUJEITO ATIVO: Crime COMUM – qualquer pessoa – a D) INVERSÃO DO ÂNIMO: momento do ilícito penal – neste
quem seja confiada a posse ou detenção. momento desaparece a boa-fé e aparece a má-fé – dolo de
* Funcionário Público – apropriar-se de coisa pública – se tornar dono. Duas formas:
crime de peculato – art. 312, CP D.1. Prática de ato de disposição: apropriação propriamente
POSSUIDOR OU DETENTOR ATUAL dita – como venda, locação, doação, etc.
* para Greco (2013) é crime próprio. * Se vende bem e avisa a comprador que a coisa é alheia, o
crime será de receptação. Se mentir ao comprador dizendo
3. SUJEITO PASSIVO: atingido em seu patrimônio pela se coisa sua, o crime será de apropriação indébita.
indevida apropriação.
APROPRIAÇÃO ART. 171, §2º
* apropriar-se de proventos, bens, pensão ou outro
INDÉBITA
rendimento de pessoa idosa – art. 102, Estatuto do Idoso.
COISA MÓVEL COISA MÓVEL OU IMÓVEL
4. CONDUTA
PRÉVIA POSSE OU NÃO TINHA A PRÉVIA POSSE OU
APROPRIAR-SE: abusa da condição de possuidor ou
DETENÇÃO DETENÇÃO
detentor – inverte o animus, agindo como dono.
Ex.: Vítima entrega um bem ao agente e autoriza que deixe
o local – este depois de estar na posse ou detenção, inverte D.2. Recusa na devolução do bem: NEGATIVA DE
o ânimo em relação ao objeto – comportando-se como RESTITUIÇÃO – pode ser quando nega ou quando
dono. desaparece com o bem – nesta modalidade o agente
REQUISITOS: permanece com o bem.
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4. CONDUTA
III – APROPRIAÇÃO INÉBITA PREVIDENCIÁRIA (168-A, CP)
Crime omissivo (MAJ): DEIXAR DE REPASSAR
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social
as contribuições recolhidas dos contribuintes, no Crime comissivo omissivo (LFG): Mas antes de recolher – o
prazo e forma legal ou convencional: agente deve RECOLHER a contribuição e depois DEIXAR DE
REPASSÁ-LA.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa. 5. TIPO SUBJETIVO: DOLO
o
§ 1 Nas mesmas penas incorre quem deixar de: * STF: dolo genérico
I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra * para alguns – dolo específico – fraudar a previdência
importância destinada à previdência social que social.
tenha sido descontada de pagamento efetuado a
segurados, a terceiros ou arrecadada do público; * Mero atraso não configura o crime.
II - recolher contribuições devidas à previdência
social que tenham integrado despesas contábeis 6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
ou custos relativos à venda de produtos ou à
prestação de serviços; Consumação: quando se exaure o prazo para o repasse do
III - pagar benefício devido a segurado, quando as valor da contribuição.
respectivas cotas ou valores já tiverem sido *Não precisa do lucro ou do prejuízo ao erário. (FORMAL)
reembolsados à empresa pela previdência social.
o
* Bitencourt entende que o crime é material – consuma-se
§ 2 É extinta a punibilidade se o agente, com o efetivo prejuízo.
espontaneamente, declara, confessa e efetua o
pagamento das contribuições, importâncias ou Para os que entendem que o crime é omissivo, a tentativa
valores e presta as informações devidas à não é admitida. Para a outra vertente, a tentativa é
previdência social, na forma definida em lei ou admitida.
regulamento, antes do início da ação fiscal.
o
§ 3 É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou
aplicar somente a de multa se o agente for
7. FIGURAS EQUIPARADAS
o
primário e de bons antecedentes, desde que: § 1 Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
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1. Recolher, no prazo legal, contribuição ou outra administrativamente, como sendo o mínimo para o
importância destinada à previdência social que tenha sido ajuizamento de suas execuções fiscais.
descontada de pagamento efetuado a segurados, a
terceiros ou arrecadada do público (INC.I);
- DEIXA DE APLICAR A PENA (PERDÃO JUDICIAL) OU;
- TRATA-SE DO CONTRIBUINTE EMPRESÁRIO – Proprietário
- APLICA APENAS A PENA DE MULTA (FORMA
de empresa que depois de reter o valor legal recolhido, não
PRIVILEGIADA).
o repassa.
Requisitos:
a) pagamento da contribuição social após o início da ação
2. Recolher contribuições devidas à previdência social que
fiscal, mas antes da denúncia;
tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à
venda de produtos ou à prestação de serviços; b) o valor for igual ou inferior ao mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais.
O empresário que contabiliza o valor da contribuição devida
em razão da manutenção de funcionários no preço final do * Não é possível a aplicação do princípio da insignificância.
produto, não promove o devido recolhimento.
IV – APROPRIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO
3. Pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas FORTUITO OU FORÇA DA NATUREZA – ART. 169, CP /
cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa APROPRIAÇÃO DE TESOURO (I)/ APROPRIAÇÃO DE COISA
pela previdência social. ACHADA (II)
Benefícios pagos pelo governo aos segurados, como salário- Apropriação de coisa havida por erro, caso
fortuito ou força da natureza
família ou salário maternidade – não repassa aos
funcionários, quando estes valores já tiverem sidos Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia
reembolsados a empresa. vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força
da natureza:
TIPO DE AÇÃO: PÚBLICA
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
* BASEADA EM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (prévio
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
esgotamento da via administrativa)
Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se
8. EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem
o
§ 2 É extinta a punibilidade se o agente, direito o proprietário do prédio;
espontaneamente, declara, confessa e efetua o Apropriação de coisa achada
pagamento das contribuições, importâncias ou
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se
valores e presta as informações devidas à
apropria, total ou parcialmente, deixando de
previdência social, na forma definida em lei ou
restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de
regulamento, antes do início da ação fiscal.
entregá-la à autoridade competente, dentro no
prazo de 15 (quinze) dias.
* Se realiza o pagamento integral – a qualquer tempo – gera
a extinção de punibilidade; 1. BEM JURÍDICO TUTELADO: Patrimônio
* A LEI 12.381/2011 – POSSIBILIDADE DE PARCELAMENTO – 2. SUJEITO ATIVO: crime comum, qualquer pessoa.
a denúncia deve esperar o fim do parcelamento – desde
que este tenha sido requerido antes do recebimento da 3. SUJEITO PASSIVO: proprietário do bem.
denúncia criminal. 4. CONDUTA
Forma como a coisa chega as mãos do agente – este
9. PERDÃO JUDICIAL E PRIVILÉGIO adquire a posse por erro (falsa percepção da realidade –
o pessoa, qualidade, quantidade – ex.: mandar lavar roupa,
§ 3 É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou
nesta havia dinheiro que loja se apropria), caso fortuito ()
aplicar somente a de multa se o agente for
primário e de bons antecedentes, desde que:
ou força maior.
I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e ERRO FALSA PERCEPÇÃO DA REALIDADE, PODE
antes de oferecida a denúncia, o pagamento da RECAIR SOBRE A PESSOA OU SOBRE A
contribuição social previdenciária, inclusive COISA. (IDENTIDADE, QUALIDADE OU
acessórios; ou QUANTIDADE)
II - o valor das contribuições devidas, inclusive CASO PARTICIPAÇÃO HUMANA (Ex.: Porteira
acessórios, seja igual ou inferior àquele FORTUITO aberta – vacas passam para terreno
estabelecido pela previdência social,
vizinho)
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FORÇA DA EVENTO DA NATUREZA (Ex.: vento que agenda pessoal (avaliada em cerca de dez reais), a qual
NATUREZA desprende roupa do varal e faz cair em continha dados pessoais e profissionais. Para a Min.
terreno do vizinho) Relatora, a hipótese dos autos revela um acontecimento
trivial, sem que tenha ocorrido qualquer circunstância hábil
a lhe conferir maior relevância. Consignou que, por mais
1. POR ERRO: que se considere que o objeto supostamente tomado
QUANTO A PESSOA: Ex.: Entrega de presente em endereço continha informações importantes à vítima, a conduta é
errado. Ou por depósito errôneo, saca o dinheiro. dotada de mínimo caráter ofensivo e reduzido grau de
QUANTO A COISA: Ex.: Compra coisa de menor valor, mas reprovação, assim como a lesão jurídica é inexpressiva e
recebe coisa mais valiosa. não causa repulsa social. Precedentes citados do STF: HC
84.412-SP, DJ 19/11/2004; do STJ: HC 103.618-SP, DJe
QUANTO A EXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO: Ex.: Marido paga a 4/8/2008; REsp 922.475-RS, DJe 16/11/2009; REsp
dívida, e depois a esposa. Após perceber o engano, não 1.102.105-RS, DJe 3/8/2009, e REsp 898.392-RS, DJe
devolve. 9/3/2009. HC 181.756-MG, Rel.Min. Maria Thereza de Assis
O AGENTE RECEBE DE BOA-FE – SE ESTIVER DE MÁ-FÉ, ou Moura, julgado em 15/2/2011.
seja, sabe do erro, o crime é de estelionato.
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Fraude no pagamento por meio de cheque gasolina. Atenção: adulteração de combustível tem lei
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de especial – ar. 1º, Lei 8.176/91.
fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o
pagamento. Fraude eletrônica
4. CONDUTA – elementos estruturais:
§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8
(oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com a 1. FRAUDE: Induzir a vítima em erro – é agente quem
utilização de informações fornecidas pela vítima ou cria a falsa percepção da realidade
por terceiro induzido a erro por meio de redes
Manter a vítima em erro – a vítima
sociais, contatos telefônicos ou envio de correio
eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro engana-se espontanemanete e o agente
meio fraudulento análogo. (Incluído pela Lei nº aproveita-se da circunstância.
14.155, de 2021)
§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo,
considerada a relevância do resultado gravoso, MEIOS: a) artifício: uso de aparatos aptos a
aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), enganar (ex.: disfarces, bilhete premiado);
se o crime é praticado mediante a utilização de b) ardil: conversa enganosa (ex.: contato
servidor mantido fora do território nacional. telefônico, conto do vigário)
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
c) ou qualquer outro meio: silêncio
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
cometido em detrimento de entidade de direito (manter em erro)
público ou de instituto de economia popular, 2. VANTAGEM ILÍCITA: econômica (majoritária)
assistência social ou beneficência
* se devida: art. 345, CP
Estelionato contra idoso ou vulnerável
3. PREJUÍZO ALHEIO: pessoa(s) determinada(s) – necessária
§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao a identificação da vítima.
dobro, se o crime é cometido contra idoso ou
vulnerável, considerada a relevância do resultado Obs. Cola eletrônica – art. 311-A.
gravoso. # FRAUDE BILATERAL: a vítima também agindo com má-fé.
§ 5º Somente se procede mediante representação, A maioria (STF) entente que o tipo não faz qualquer
salvo se a vítima for: referência a boa-fé da vítima, razão pela qual a sua má-fé
I - a Administração Pública, direta ou indireta; não exclui o crime, a um grupo minoritário (HUNGRIA) que
II - criança ou adolescente; entende que em caso de fraude bilateral, o crime deixa de
existir, não podendo o direito amparar a má-fé da vítima.
III - pessoa com deficiência mental; ou
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO + FIM ESPECIAL (obter indevida
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou
incapaz. vantagem econômica).
* Se a intenção é somente prejudicar a vítima, não busca
obter para si ou para outrem indevida vantagem, não existe
I – ESTELIONATO COMUM (ART. 171, caput, CP) o crime de estelionato.
absoluta do meio. (art. 17). A ineficácia é avaliada na 2. ALIENAÇÃO OU ONERAÇÃO FRAUDULENTA DE COISA
perspectiva da vítima e no caso concreto. PRÓPRIA
Obs.: Quando o agente, medinte fraude, consegue obter da II - vende, permuta, dá em pagamento ou em
vítima um título de crédito – considerando que a obrigação garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus
assumida pela vítima já é um proveito adquirido pelo ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a
terceiro, mediante pagamento em prestações,
agente, o crime está consumado. 2ªC) Enquanto o título não
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
é convertido em valor material, não há efetivo proveito do
agente, respondendo apenas por tentativa (prevalece).
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: PATRIMÔNIO
II – ESTELIONATO PRIVILEGIADO OU MÍNIMO (§ 1º)
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de 2. SUJEITO ATIVO: dono do bem.
pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a
pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
3. SUJEITO PASSIVO: Quem adquire ou recebe o bem em
garantia. E o dono da coisa.
- diminuição de pena; substituição de pena ou só multa;
FURTO PRIVILEGIADO ESTELIONATO PRIVILEGIADO 4. CONDUTA – ação vinculada – VENDA; PERMUTA;
PRIMARIEDADE DO AGENTE DAÇÃO EM PAGAMENTO OU GARANTIA
PEQUENO VALOR DA COISA PEQUENO VALOR DO * igual ao anterior, sem locação
SUBTRAÍDA PREJUÍZO A COISA É PRÓPRIA! – gravado com cláusula de
inalienabilidade – não pode ser vendida
2. SUJEITO ATIVO: comum – qualquer pessoa. * silêncio – a outra parte não sabe das circunstâncias que
envolvem o bem.
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Quando fica na posse do devedor: penhor rural; industrial; Será estelionato comum se pede que terceira
mercantil e de veículos. pessoa o lesione.
O agente deve sobreviver, pois suicídio para que
5. CONSUMAÇÃO: no momento da defraudação (mesmo família fique com seguro – extinção de
que depois o devedor seja obrigado a pagar a dívida) punibilidade.
c) Agravar as consequências da lesão ou doença:
prova infecção em ferimento para que ocorra
4. FRAUDE NA ENTREGA DE COISA gangrena na perna e necessidade de amputação.
IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade
de coisa que deve entregar a alguém;
5. CONSUMAÇÃO: CRIME FORMAL – na CONDUTA – ainda
que o agente não receba o valor do seguro. (documento de
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: PATRIMÔNIO solicitação)
2. SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa. 6. FRAUDE NO PAGAMENTO POR MEIO DE CHEQUE (crime
de conduta alternativa)
3. SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa que tenha o direito VI – emite cheque, sem suficiente provisão de
de receber a coisa da outra parte. fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o
pagamento.
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
4. CONDUTA cometido em detrimento de entidade de direito
DUAS PESSOAS – DEVER – UM TEM O DEVER DE ENTREGAR público ou de instituto de economia popular,
assistência social ou beneficência.
A OUTRA, OBJETO MÓVEL OU IMÓVEL – MAS O MODIFICA
FRAUDULENTAMENTE.
ALTERAÇÃO: ou lesa natureza (objeto de vidro ao invés de 1. BEM JURÍDICO TUTELADO: PATRIMÔNIO
cristal); qualidade (mercadoria da mesma espécie, mas de 2. SUJEITO ATIVO: emitente do cheque (titular da conta
qualidade inferior – objeto usado como novo); quantidade corrente).
(dimensão e peso).
* Quanto ao endossante, pode configurar como partícipe
para Nucci, pois não emitiu título de crédito. Todavia,
5. CONSUMAÇÃO: efetiva entrega do bem. Noronha entende que o endossante comete crime, pois a
expressão emitir cheque deve ser entendida em sentido
amplo.
5. FRAUDE PARA RECEBIMENTO DE INDENIZAÇÃO OU
3. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa – que sofre o
VALOR DE SEGURO
prejuízo.
V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa
própria, o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as 4. CONDUTA
consequências da lesão ou doença, com o intuito EMISSÃO DE CHEQUES SEM SUFICIENTE PROVISÃO DE
de haver indenização ou valor de seguro; FUNDOS MÁ-FÉ (S. 246, STF)
* Não configura o delito, se o prejuízo foi posterior: Estelionato contra idoso ou vulnerável
cheque para dívida posterior – cheque em acidente de § 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao
carro; substituir nota promissória. dobro, se o crime é cometido contra idoso ou
vulnerável, considerada a relevância do resultado
* Dívida de jogo: não obrigam pagamento.
gravoso.
* Cheque especial: o banco repõe e depois o correntista não
§ 5º Somente se procede mediante representação,
paga – ilícito civil. salvo se a vítima for:
I - a Administração Pública, direta ou indireta;
5. CONSUMAÇÃO: no momento que o banco recusa o II - criança ou adolescente;
pagamento (basta uma única recusa). III - pessoa com deficiência mental; ou
Se o emitente cobre o valor antes da recusa, conduta IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou
atípica. incapaz.
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# CURANDEIRISMO: se cobra por consultas. Mas se promete corpus. Precedentes citados do STF: HC 84.412-SP, DJ
curar impossíveis e cobra quantias consideráveis: 19/11/2004; do STJ: HC 146.656-SC, DJe 1º/2/2010, e HC
Estelionato. 83.027- PE, DJe 1º/12/2008. HC 156.384-RS, Rel. Min. Og
# TRÁFICO DE INFLUÊNCIA (ART. 332, CP) OU EXPORAÇÃO Fernandes, julgado em 26/4/2011.
DE PRESTÍGIO (ART. 356,CP)
# FURTO DE ENERGIA: se capta clandestinamente. Se já é
Informativo nº 0506
cliente e adultera medidor, estelionato.
Período: 4 a 17 de outubro de 2012.
# FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO (ART. 297 A 299, CP)
Quinta Turma
Ex.: uso de documento falso para viabilizar o golpe;
falsificam as folhas de cheque em gráfica e sacam o DIREITO PENAL. COLA ELETRÔNICA. ATIPICIDADE DA
dinheiro; adulteram o valor de cheque já assinado pelo CONDUTA.
titular; subtrair folha em branco e se passar pelo titular – A “cola eletrônica”, antes do advento da Lei n. 12.550/2011,
ENTENDIMENTO MAJORITÁRIO: O estelionato absorve o era uma conduta atípica, não configurando o crime de
falso – súmula 17, STJ. Ex.; Uso de documento falso par estelionato. Fraudar concurso público ou vestibular através
alugar um carro sem intenção de devolvê-lo, causando de cola eletrônica não se enquadra na conduta do art. 171
prejuízo a locadora de veículos. do CP (crime de estelionato), pois não há como definir se
JURISPRUDÊNCIA COLADIONADA esta conduta seria apta a significar algum prejuízo de ordem
patrimonial, nem reconhecer quem teria suportado o revés.
INFORMATIVO 470/2011 Assim, caso ocorresse uma aprovação mediante a fraude, os
ESTELIONATO. PRINCÍPIO. INSIGNIFICÂNCIA. únicos prejudicados seriam os demais candidatos ao cargo,
Policial rodoviário da reserva remunerada (ora paciente) já que a remuneração é devida pelo efetivo exercício da
utilizou-se de documento falso (passe conferido aos função, ou seja, trata-se de uma contraprestação pela mão
policiais da ativa) para comprar passagem de ônibus de obra empregada, não se podendo falar em prejuízo
intermunicipal no valor de R$ 48,00. Por esse motivo, foi patrimonial para a administração pública ou para a
denunciado pela suposta prática do crime de estelionato organizadora do certame. Ademais, não é permitido o
previsto no art. 171 do CP. Sucede que a sentença o emprego da analogia para ampliar o âmbito de incidência
absolveu sumariamente em razão do princípio da da norma incriminadora; pois, conforme o princípio da
insignificância, mas o MP estadual interpôs apelação e o legalidade estrita, previsto no art. 5º, XXXIX, da CF e art. 1º
TJ determinou o prosseguimento da ação penal. Agora, no do CP, a tutela penal se limita apenas àquelas condutas
previamente definidas em lei. Por fim, ressalta-se que a Lei
habeas corpus, busca a impetração seja restabelecida a
n. 12.550/2011 acrescentou ao CP uma nova figura típica
decisão de primeiro grau devido à aplicação do referido
com o fim de punir quem utiliza ou divulga informação
princípio. Para o Min. Relator, a conduta do paciente não
sigilosa para lograr aprovação em concurso público.
preenche os requisitos necessários para a concessão da
Precedentes citados do STF: Inq 1.145-PB, DJe 4/4/2008; do
benesse pretendida. Explica que, embora o valor da
STJ: HC 39.592-PI, DJe 14/12/2009, e RHC 22.898-RS, DJe
vantagem patrimonial seja de apenas R$ 48,00 (valor da
4/8/2008. HC 245.039-CE, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
passagem), as circunstâncias que levam à denegação da
julgado em 9/10/2012.
ordem consistem em ser o paciente policial da reserva,
profissão da qual se espera outro tipo de comportamento;
ter falsificado documento para parecer que ainda estava Informativo nº 0453
na ativa; além de, ao ser surpreendido pelos agentes,
Período: 25 a 29 de outubro de 2010.
portar a quantia de R$ 600,00 no bolso, a demonstrar que
teria plena condição de adquirir a passagem. Assim, tais Quinta Turma
condutas do paciente não se afiguram como um GERENTE. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. FURTO QUALIFICADO.
irrelevante penal, nem podem ensejar constrangimento FRAUDE.
ilegal. Por fim, assevera que não caberia também, na via
A Turma deu provimento ao recurso especial para subsumir
estreita do habeas corpus, o exame da alegação da a conduta do recorrido ao delito de furto qualificado pela
defesa quanto a eventuais dificuldades financeiras do fraude (art. 155, § 4º, II, do CP), não ao de estelionato (art.
paciente. Esclarece ainda que, de acordo com a 171 do CP).In casu, o réu, como gerente de instituição
jurisprudência do STF, para a incidência do princípio da financeira, falsificou assinaturas em cheques de titularidade
insignificância, são necessários a mínima ofensividade da de correntistas com os quais, por sua função, mantinha
conduta do agente, nenhuma periculosidade social da relação de confiança, o que possibilitou a subtração, sem
ação, o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do obstáculo, de valores que se encontravam depositados em
comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica nome deles. Para o Min. Relator, a fraude foi utilizada para
provocada. Diante dessas considerações, a Turma burlar a vigilância das vítimas, não para induzi-las a entregar
denegou a ordem e cassou a liminar deferida para voluntariamente a res. REsp 1.173.194-SC, Rel. Min.
sobrestar a ação penal até o julgamento do habeas Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 26/10/2010 REsp
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1.173.194-SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado (2020.VUNESP) O crime de roubo tem pena aumentada (CP,
em 26/10/2010 art. 157, § 2° e 2° A) se
ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS A. o bem subtraído é de propriedade de ente público
Municipal, Estadual ou Federal.
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos
crimes previstos neste título, em prejuízo: B. a vítima está em serviço de transporte de valores e o
agente conhece tal circunstância.
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
C. praticado em transporte público ou coletivo.
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. D. cometido por quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se
o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: E. cometido por quem for ocupante de cargos em comissão
ou de função de direção ou assessoramento de órgão de
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
empresa pública.
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
(SP.2015) Um funcionário da Farmácia Vida Boa é o
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos responsável pelo pagamento das contas da sociedade
anteriores: empresarial junto ao estabelecimento financeiro. Em
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, determinada data, quando levava R$ 2.000,00 ao Banco
quando haja emprego de grave ameaça ou violência à para depósito a pedido do gerente da sociedade, decide, no
pessoa; caminho, ficar com R$ 1.000,00 para si e apenas depositar
na conta os outros R$ 1.000,00. Não falsifica, porém,
II - ao estranho que participa do crime.
qualquer comprovante de depósito, mas simplesmente não
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual o entrega ao responsável. Considerando a situação narrada,
ou superior a 60 (sessenta) anos. a conduta do funcionário configura:
A apenas ilícito civil, sendo penalmente atípica;
QUESTÕES B crime de furto;
(2019) Nos termos da lei, em que consiste o estelionato? C crime de estelionato;
A. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder D crime de receptação;
por erro, caso fortuito ou força da natureza.
E crime de apropriação indébita.
B. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.
C. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro
(FCC.2019) Rômulo e José combinaram durante uma festa a
sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo
prática de um roubo contra determinada farmácia durante
ou em parte, de coisa imóvel alheia.
a madrugada. Saindo da festa, os dois rumaram no carro de
D. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em José para o estabelecimento comercial vítima e lá
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, praticaram o roubo, subtraindo todo o dinheiro que havia
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio no caixa. Para o roubo Rômulo utilizou uma arma de
fraudulento. brinquedo, enquanto José empregou um revólver calibre
E. Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou 38, devidamente municiado. Quando os dois roubadores
danificando bens, ou simulando dívidas. estavam saindo da farmácia com o produto do roubo, o
segurança do estabelecimento, Pedro, resolveu reagir e,
(2020) Acerca dos princípios aplicáveis ao direito penal e
neste momento, José efetuou contra ele três disparos de
das disposições gerais acerca dos crimes contra o
arma de fogo, ferindo-o gravemente na região do abdômen.
patrimônio, contra a dignidade sexual e contra a
Pedro foi socorrido no hospital mais próximo e sobreviveu
administração pública, julgue o item a seguir.
aos ferimentos. Naquela mesma noite Rômulo e José foram
Situação hipotética: Maria, de sessenta e oito anos de presos pela polícia, que conseguiu recuperar a res furtiva e
idade, e Teresa, de cinquenta e quatro anos de idade, são apreender as armas utilizadas (simulacro e revólver calibre
irmãs e residem no mesmo endereço. Na ocasião de uma 38). Neste caso,
festividade familiar, Teresa se aproveitou de um descuido
A. Rômulo e José responderão por crime de tentativa de
de Maria e acabou por subtrair-lhe a bolsa. Assertiva: Nos
latrocínio.
termos do Código Penal, o processamento do crime de furto
praticado por Teresa dependerá de representação de B. José responderá por crime de tentativa de latrocínio,
Maria. enquanto Rômulo por roubo qualificado pelo concurso de
agentes.
( ) Certo ( ) Errado
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C. José responderá por crime de tentativa de latrocínio, c) não admite a modalidade tentada.
enquanto Rômulo por roubo duplamente qualificado pelo d) consuma-se quando o agente solicita vantagem como
concurso de agentes e emprego de arma de fogo. preço do resgate, por se tratar de crime contra o
D. Rômulo e José responderão por crime de roubo patrimônio.
duplamente qualificado pelo concurso de agentes e e) consuma-se quando o agente obtém vantagem como
emprego de arma de fogo, bem como pelo crime de preço do resgate, por se tratar de crime contra o
tentativa de homicídio contra a vítima Pedro. patrimônio.
E. José responderá por crime de roubo duplamente
qualificado pelo concurso de agentes e emprego de arma de
fogo, bem como pelo crime de tentativa de homicídio CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
contra a vítima Pedro, enquanto Rômulo responderá por Art. 213, CP – ESTUPRO
crime de roubo qualificado pelo concurso de agentes. Art. 215, CP – VIOLÊNCIA SEXUAL MEDIANTE
FRAUDE
MP.AL.2018) Mário, fingindo ser manobrista de um
restaurante famoso, recebe de um cliente seu veículo para LEI 12.015/2009
estacionar. Em seguida, sai com o veículo para local
distante, vindo a oferecê-lo para terceira pessoa de boa fé. ANTES DEPOIS
O cliente ao sair do restaurante não encontrou o veículo e o - ESTUPRO (ART. 213) – - REUNIU OS DOIS NUM SÓ
guardador, resolvendo registrar o fato na delegacia crime bipróprio DISPOSITIVOS:
próxima. CONJUNÇÃO CARNAL ART. 213, CP – ESTUPRO –
Encerrado o inquérito, identificado o autor e elaborado o VIOLENTA crime comum
relatório, os autos foram encaminhados ao Promotor de SUJEITO ATIVO: HOMEM (manteve o mesmo nome,
Justiça que deverá oferecer denúncia em face de Mário pela alguns doutrinadores
prática do injusto de SUJEITO PASSIVO: MULHER
criticaram a manutenção do
a) furto simples. nome)
b) furto qualificado. - ATENTADO VIOLENTO AO
PUDOR (ART. 214)
c) estelionato. conjunção carnal violenta +
DEMAIS ATOS LIBIDINOSOS demais atos libidinosos
d) apropriação indébita simples. COM VIOLÊNCIA
e) apropriação indébita majorada. s.ativo: homem s.
SUJEITO ATIVO: QUALQUER ativo: qqer pessoa
(PCGO.DELEGADO.2018) Sobre o crime de furto, previsto PESSOA
no artigo 155 do Código Penal, tem-se o seguinte: s. passivo: mulher s.
SUJEITO PASSIVO: passivo: qqer pessoa
a)A lei penal admite, em certas hipóteses, ação penal QUALQUER PESSOA
pública condicionada à representação para o crime de furto. s. ativo: mulher
s.passivo: homem
b) O Superior Tribunal de Justiça admite a aplicação, no
furto qualificado pelo concurso de agentes, da majorante
do roubo. CAPÍTULO I – CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
c) O Superior Tribunal de Justiça entende que a existência
de sistema de vigilância realizado por monitoramento
ESTUPRO (Art. 213, CP)
eletrônico torna impossível a configuração do crime de ESTUPRO
furto. Art. 213. Constranger alguém, mediante violência
d) A expressão “pequeno valor”, requisito para o ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
reconhecimento do furto privilegiado, equivale, na praticar ou permitir que com ele se pratique outro
ato libidinoso:
jurisprudência, a “valor insignificante”.
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
e) A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça não o
admite o reconhecimento do privilégio nas hipóteses de § 1 Se da conduta resulta lesão corporal de
natureza grave ou se a vítima é menor de 18
furto qualificado.
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
(PC.SP.2018)O crime de extorsão mediante sequestro (CP, Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
art. 159) o
§ 2 Se da conduta resulta morte:
a) é qualificado se do fato resulta lesão corporal grave ou
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
morte.
b) é qualificado se cometido contra vítima menor de 18
(dezoito) anos ou maior de 50 (cinquenta) anos.
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da vítima; ou por aposta. Policiais que estupram presas Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
políticas para tortura-las. Todavia não será quando a
intenção for a morte.
SE DA CONDUTA (violência ou grave a ameaça) RESULTA:
1ª C) dispensa finalidade especial – CAPEZ
§1º - LESÃO CORPORAL §2º - MORTE
2ªC) a conjunção carnal e o ato libidinoso diverso
constituem finalidade especial que anima o ART. 129, §1º E 2º
constrangimento. (MIRABETE). Deve ser culposo - – delito Deve ser culposo – delito
3ªC) Exige o fim especial se satisfazer a lascívia.(minoritária) qualificado preterdoloso qualificado preterdoloso*
Quem estupra por amor não será estupro.
* Se ele assume o risco da morte – homicídio + estupro –
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA júri – maníaco do parque.
Consumação: prática do ato de libidinagem visado pelo
agente. No outro ato libidinoso: o agente praticar (ativo) ou 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
permitir (passivo) que nela se pratique. A) CRIME HEDIONDO – ART. 1º, v, Lei 8.072/90
No STF os julgados reconhecem a continuidade delitiva B) AUMENTO PELO CONCURSO;
conjunção carnal + ato libidinoso.
GRAVIDEZ (ART. 234-A);
STJ: crime único; crime continuado e concurso material.
TRANSMITE DOENÇA SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEL (art.
Tentativa: com o emprego da violência ou grave a ameaça 234-A, IV).
visando o ato sexual. Ex.: Entrando em terreno baldio
consegue fugir. Obs.; Aids – para alguns é lesão corporal gravíssima (art.
129, §2º, II) e para outros tentativa de homicídio – será
responsabilizado pro crime de estupro + lesão ou tentativa
7. RESULTADOS QUALIFICADORES de homicídio.
o
§ 1 Se da conduta resulta lesão corporal de Doença venérea – estupro + art. 130, CP se não passar a
natureza grave ou se a vítima é menor de 18 doença pois o crime é de “perigo” de moléstia venérea. Se
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: houver a transmissão aplica-se o aumento de pena.
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
o
§ 2 Se da conduta resulta morte:
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CRIMES SEXUAIS COM FRAUDE OBS.¹ Prostituta – é possível mantém dignidade sexual –
liberdade sexual. Não há mais a exigência da mulher
VIOLÊNCIA SEXUAL MEDIANTE FRAUDE (Art. honesta. Não no caso de cliente inadimplente.
215, CP) Não há o agravamento da idade.
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
3. SUJEITO PASSIVO: crime bicomum.
Consumação: prática do ato de libidinagem visado pelo
Qualquer pessoa: homem ou mulher. agente.
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Tentativa: com o emprego da violência ou grave a ameaça por agente que mantém ou tenha mantido
visando o ato sexual. Ex.: Entrando em terreno baldio relação íntima de afeto com a vítima ou com o
consegue fugir. fim de vingança ou humilhação.
Exclusão de ilicitude § 2º Não há crime quando
o agente pratica as condutas descritas no caput
IMPORTUNAÇÃO SEXUAL deste artigo em publicação de natureza
jornalística, científica, cultural ou acadêmica com
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua a adoção de recurso que impossibilite a
anuência ato libidinoso com o objetivo de identificação da vítima, ressalvada sua prévia
satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: autorização, caso seja maior de 18 (dezoito)
(Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) anos.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato
não constitui crime mais grave
ASSÉDIO SEXUAL – ART. 216-A
- CONDUTA: ato libidinoso sem consentimento, mas sem Assédio sexual
violência ou grave a ameaça; Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de
obter vantagem ou favorecimento sexual,
Ex.: passa a mão nas partes íntimas, masturbação, beijo prevalecendo-se o agente da sua condição de
lascivo, algumas pessoas erroneamente chamam de assedio superior hierárquico ou ascendência inerentes ao
sexual exercício de emprego, cargo ou função.
Obs: quando cometido contra menor de 14 anos: será Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
estupro de vulnerável, visto que a violência é presumida. o
§ 2 A pena é aumentada em até um terço se a
vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, Liberdade sexual + tranquilidade de não serem
por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez importunadas no seu local de trabalho ou por pessoas de
ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e importância.
privado sem autorização dos participantes:
(Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)
2. SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, homem ou mulher
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e
multa. Crime próprio: Superioridade hierárquica ou ascendência
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem inerente ao cargo.
realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou Não será considerado no caso se o agente apenas goza de
qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa poder ou influência em relação a vítima (professores;
em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de diretores; prefeito em relação aos munícipes).
caráter íntimo.
Mas será possível no caso do líder espiritual.
STJ: CONFIGURA ASSÉDIO A RELAÇÃO DE PROFESSOR E
DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE ALUNO
CENA DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL,
DE CENA DE SEXO OU DE 3. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa.
PORNOGRAFIA
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar,
transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, 4. CONDUTA: CONSTRANGER.
publicar ou divulgar, por qualquer meio - Sem complemento: significa envergonhar; embaraçar;
inclusive por meio de comunicação de massa ou importunar;
sistema de informática ou telemática -,
fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual Crime de ação livre: atos; gestos; palavras; escritos.
que contenha cena de estupro ou de estupro de Todavia, o mero gracejo ou convite para jantar não
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua configura.
prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena
de sexo, nudez ou pornografia: Pena - reclusão, A ameaça não é necessária. Ex.: Relacione-se comigo e será
de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui promovida. Todavia o tipo mais comum, ocorre com a
crime mais grave. ameaça; Ex.: se não sair comigo, não entra de férias. Se a
(PORNOGRAFIA DE VINGANÇA) Aumento de ameaça for grave será estupro.
pena § 1º A pena é aumentada de 1/3 (um
terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado
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Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor LENOCÍNIO E TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM
cometidos antes da edição da Lei n. 12.015/2009 são DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA
considerados hediondos, ainda que praticados na forma DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
simples. O bem jurídico tutelado é a liberdade sexual, não a
integridade física ou a vida da vítima, sendo irrelevante que ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
a prática dos ilícitos tenha resultado lesões corporais de
natureza grave ou morte. As lesões corporais e a morte são LENOCÍNIO E TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
resultados que qualificam o crime, não constituindo, pois, PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO
elementos do tipo penal necessários ao reconhecimento do SEXUAL
caráter hediondo do delito, que exsurge da gravidade dos
crimes praticados contra a liberdade sexual e merecem
tutela diferenciada, mais rigorosa. Ademais, afigura-se I – MEDIAÇÃO PARA SATISFAZER A LASCÍVIA
inequívoca a natureza hedionda do crime de estupro
praticado sob a égide da Lei n. 12.015/2009, que agora
DE OUTREM – ART. 227, CP
abarca, no mesmo tipo penal, a figura do atentado violento Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de
ao pudor, inclusive na sua forma simples, por expressa outrem:
disposição legal, bem assim o estupro de vulnerável em Pena - reclusão, de um a três anos.
todas as suas formas, independentemente de que a o
§ 1 Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de
conduta venha a resultar lesão corporal ou morte. 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu
Precedentes citados do STF: HC 101.694-RS, DJe 2/6/2010; ascendente, descendente, cônjuge ou
HC 89.554-DF, DJ 2/3/2007; HC 93.794-RS, DJe23/10/2008 ; companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a
do STJ: AgRg no REsp 1.187.176-RS, DJe 19/3/2012, e REsp quem esteja confiada para fins de educação, de
1.201.911-MG, DJe 24/10/2011. REsp 1.110.520-SP, Rel. tratamento ou de guarda:
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/9/2012. Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de
violência, grave ameaça ou fraude:
DIREITO PENAL. NATUREZA HEDIONDA. ESTUPRO E
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena
ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR COMETIDOS ANTES DA
correspondente à violência.
LEI N. 12.015/2009. FORMA SIMPLES. RECURSO REPETITIVO
(ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ). § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
aplica-se também multa.
Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor
cometidos antes da edição da Lei n. 12.015/2009 são
considerados hediondos, ainda que praticados na forma 1. BEM JURÍDICO TUTELADO:
simples. O bem jurídico tutelado é a liberdade sexual, não a 2. SUJEITO ATIVO: CRIME COMUM – QUALQUER PESSOA
integridade física ou a vida da vítima, sendo irrelevante que
3. SUJEITO PASSIVO:
a prática dos ilícitos tenha resultado lesões corporais de
natureza grave ou morte. As lesões corporais e a morte são 4. CONDUTA: INDUZIR (ALICIAR OU PERSUADIR) ALGUÉM
resultados que qualificam o crime, não constituindo, pois, A SATISFAZER A LASCÍVIA (SENSUALIDADE,
elementos do tipo penal necessários ao reconhecimento do LIBIDINAGEM, LUXÚRIA) DE OUTREM
caráter hediondo do delito, que exsurge da gravidade dos 5. TIPO SUBJETIVO: DOLO
crimes praticados contra a liberdade sexual e merecem
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:
tutela diferenciada, mais rigorosa. Ademais, afigura-se
inequívoca a natureza hedionda do crime deestupro 7. AÇÃO PENAL: PÚBLICA INCONDICIONADA –
praticado sob a égide da Lei n. 12.015/2009, que agora
abarca, no mesmo tipo penal, a figura do atentado violento
ao pudor, inclusive na sua forma simples, por expressa II – FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU
disposição legal, bem assim o estupro de vulnerável em OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO
todas as suas formas, independentemente de que a SEXUAL – ART. 228, CP
conduta venha a resultar lesão corporal ou morte.
Precedentes citados do STF: HC 101.694-RS, DJe 2/6/2010; Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição
ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la,
HC 89.554-DF, DJ 2/3/2007; HC 93.794-RS, DJe23/10/2008 ;
impedir ou dificultar que alguém a abandone:
do STJ: AgRg no REsp 1.187.176-RS, DJe 19/3/2012, e REsp
1.201.911-MG, DJe 24/10/2011. REsp 1.110.520-SP, Rel. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa.
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/9/2012.
o
§ 1 Se o agente é ascendente, padrasto,
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro,
tutor ou curador, preceptor ou empregador da
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vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, favorecimento de prostituição (facilitação) – quando não
obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: cobrarem valores ou comissão (rufianismo).
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. Há o crime mesmo com o alvará de funcionamento.
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de
violência, grave ameaça ou fraude:
STJ: O CRIME SÓ SE CONFIGURA SE EXCLUISVO PARA A
PROSTITUIÇÃO
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da
pena correspondente à violência. 5. TIPO SUBJETIVO: DOLO
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, 6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: Estabelecimento começa
aplica-se também multa. a funcionar. Crime habitual e permanente. Não admite
tentativa.
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: EVITAR A PROSTITUIÇÃO E 7. AÇÃO PENAL: PÚBLICA INCONDICIONADA.
OS RISCOS A SAÚDE PÚBLICA. VÍTIMAS.
Obs.: A prostituição em si não constitui crime. A prostituta e IV – RUFIANISMO
quem faz programa com ela não é punido.
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia,
2. SUJEITO ATIVO: CRIME COMUM – QUALQUER PESSOA participando diretamente de seus lucros ou
3. SUJEITO PASSIVO: homem ou mulher. fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por
quem a exerça:
4. CONDUTA: INDUZIMENTO; ATRAÇÃO; FACILITAÇÃO
(porteiro do hotel que detém catálogo; motorista de Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
táxi. Sites que anunciam garotas e garotos). Obstar –
IMPEDIR OU DIFICULTAR. 1. BEM JURÍDICO TUTELADO: evitar prostituição alheia
PROSTITUIÇÃO: caráter habitual. Dançarina de strip-tease; 2. SUJEITO ATIVO: CRIME COMUM – QUALQUER PESSOA
modelo habitual em filmes; sexo por telefone e
webcams. Responde o responsável pela organização e 3. SUJEITO PASSIVO:
cobrança dessas práticas. 4. CONDUTA: visa a obtenção de vantagem econômica
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO reiterada em relação a prostituta ou prostituta
determinadas. Agenciamento de encontros; empresariam
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: induzir e atrair: quando prostitutas; recebem participação de lucros
ela passa a se prostituir – facilitação: na ação do sujeito
ativo – dificultar: no óbice – impedir: não consegue 5. TIPO SUBJETIVO: DOLO
abandonar. 6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: Crime habitual –
7. AÇÃO PENAL: PÚBLICA INCONDICIONADA. reiteração. Não admite tentativa.
7. AÇÃO PENAL: PÚBLICA INCONDICIONADA
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QUESTÕES
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: PUDOR PÚBLICO
(2019.VUNESP) Tícia, de 16 anos, há dois anos namora Caio,
2. SUJEITO ATIVO: CRIME COMUM – QUALQUER PESSOA de 19 anos. Tícia é virgem e está decidida a apenas manter
3. SUJEITO PASSIVO: COLETIVIDADE – BEM QUALQUER relação sexual após o casamento, já marcado para ocorrer
PESSOA. no dia em que ela completará 18 anos. Quando estavam
4. CONDUTA: ATO OBSCENO – ATO REVESTIDO DE sozinhos, na sala, assistindo TV, Caio, aproveitando-se que
SEXUALIDADE E QUE FERE O SENTIMENTO MÉDIO DE Tícia cochilava, masturbou-se e ejaculou no corpo da
PUDOR. Ex.: exposição de órgãos sexuais, manter namorada que, imediatamente, acordou. Sentindo-se
relação sexual em público, masturbar-se de forma profundamente violada e agredida, Tícia grita e acorda os
visível, micção voltada para a via pública etc. pais, que dormiam no quarto da casa. Os pais, vendo a filha
suja e em pânico, impedem Caio de fugir e decidem chamar
Se praticado na presença de menor de 14 anos – art. a polícia. Acionada a polícia, Caio é preso, em flagrante
218-A. delito e, encerradas as investigações, denunciado pelo
Obs: Exibicionismo: desvio de personalidade – crime sexual praticado. Diante da situação hipotética, Caio
exposição. poderá ser processado pelo crime de
Exige o ato, o uso de palavra – contravenção penal. A. corrupção de menores, tratando-se de ação penal pública
Locais: públicos-ruas, praças; aberto ao público – onde incondicionada.
qualquer pessoa possa entrar mesmo que sujeito a B. violação sexual mediante fraude, haja vista que Tícia
pagamento; exposto a público: privado, mas que pode estava dormindo, sem possibilidade de resistir, tratando-se
ser visto por um número indeterminado de pessoas – de crime de ação penal pública condicionada.
varanda; interior de automóvel. Terreno baldio. C. importunação sexual, tratando-se de ação penal pública
Carnaval: fato socialmente aceito. Retrata índias. incondicionada.
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO. Não exige finalidade erótica. D. estupro de vulnerável, haja vista que Tícia é menor,
Por vingança; brincadeira, aposta. tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada.
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: Crime formal e de perigo. E. estupro, incidindo causa de aumento em virtude de a
Mesmo que não seja presenciado por qualquer pessoa, vítima ser menor de 18, tratando-se de ação penal pública
prática do ato. condicionada.
Tentativa: há controvérsias. Damásio: não admite.
Mirabete e Bittencourt: admitem. (FGV.2019) Tício, padrasto de Lourdes, criança de 11 anos
7. AÇÃO PENAL: PÚBLICA INCONDICIONADA – JUIZADO de idade, praticou, mediante violência consistente em
CRIMINAL diversos socos no rosto, atos libidinosos diversos da
conjunção carnal com sua enteada. A vítima contou o
ocorrido à sua mãe, apresentando lesões no rosto, de modo
I. ESCRITO OU OBJETO OBSCENO – ART. 234, que a genitora de Lourdes, de imediato, compareceu com a
CPP filha em sede policial e narrou o ocorrido.
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter Recebidos os autos do inquérito policial, o promotor de
sob sua guarda, para fim de comércio, de justiça com atribuição deverá oferecer denúncia imputando
distribuição ou de exposição pública, escrito, a Tício o crime de:
desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto
A. estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), podendo o
obsceno:
emprego de violência real ser considerado na pena base
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou para fins de aplicação da sanção penal, bem como cabendo
multa.
reconhecimento da causa de aumento de pena pelo fato de
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem: o autor ser padrasto da ofendida;
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público B. estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), não podendo o
qualquer dos objetos referidos neste artigo; emprego de violência real ser considerado na pena base por
II - realiza, em lugar público ou acessível ao já funcionar como elementar do delito, mas cabendo
público, representação teatral, ou exibição reconhecimento da causa de aumento de pena pelo fato de
o autor ser padrasto da ofendida;
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C. estupro qualificado pela idade da vítima (art. 213, §1º do O tipo penal em que incorreu Jailson, sem analisar se o
CP), diante da violência real empregada, de modo que a delito teria se dado na forma consumada ou tentada, é:
idade da vítima não poderá funcionar como agravante, A. Constrangimento ilegal (art. 146, caput, do CP).
apesar de presente a causa de aumento pelo fato de o
autor ser padrasto da ofendida; B. Estupro (art. 213, caput, do CP).
D. estupro simples (art. 213 do CP), diante da violência real C. Estupro de vulnerável (art. 217-A, §1º , do CP).
empregada, funcionando a idade da vítima como agravante D. Violação sexual mediante fraude (art. 215, caput, do CP).
da pena, não havendo previsão de causa de aumento de E. Importunação sexual (art. 215-A, do CP).
pena, que somente seria aplicável se o autor fosse pai da
ofendida;
E. estupro qualificado pela idade da vítima (art. 213, §1º do (CESPE. 2019) Júnia, de quatorze anos de idade, acusa
CP), sem causa de aumento por ser o autor padrasto da Pierre, de dezoito anos de idade, de ter praticado crime de
ofendida, diante da violência real empregada, podendo a natureza sexual consistente em conjunção carnal forçada no
idade da vítima funcionar também como agravante da dia do último aniversário da jovem. Pierre, contudo, alega
pena. que o ato sexual foi consentido.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item a seguir,
tendo como referência aspectos legais e jurisprudenciais a
(FCC.2019) De acordo com o ordenamento jurídico e o ela relacionados.
posicionamento dos tribunais superiores sobre os crimes
contra a dignidade sexual, Caso fique comprovado o consentimento de Júnia para a
prática do ato sexual, a conduta de Pierre será considerada
A. a prática de passar as mãos nas coxas e seios da vítima atípica
menor de 14 anos, por dentro de sua roupa, não pode ser
tipificado como crime de estupro de vulnerável (art. 217-A ( ) Certo ( ) Errado
do Código Penal), haja vista que não houve a conjunção
carnal. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
B. o estupro (art. 213 do Código Penal), com redação dada ART. 289 – MOEDA FALSA – ART. 297 – FALSIFICAÇÃO
pela Lei n° 12.015/2009, é tipo penal misto alternativo. DE DOCUMENTO PÚBLICO – ART. 298 –
Logo, se o agente, no mesmo contexto fático, pratica FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR – ART.
conjunção carnal e outro ato libidinoso contra uma só 299 – FALSIDADE IDEOLÓGICA – ART. 304 – USO DE
vítima, pratica um só crime do art. 213 do Código Penal. DOCUMENTO FALSO – ART. 307 – FALSA IDENTIDADE
C. a conduta consistente em manter casa para fins – ART. 311-A – FRAUDES EM CERTAMES DE
libidinosos é suficiente para a caracterização do crime INTERESSE PÚBLICO
tipificado no art. 229 do Código Penal, sendo desnecessário,
para a configuração do delito, que haja exploração sexual,
assim entendida como a violação à liberdade das pessoas CRIME CONTRA a FÉ PÚBLICA – INTRODUÇÃO
que ali exercem a mercancia carnal. FÉ PÚBLICA: É A CRENÇA NA VERACIDADE DOS
D. somente no crime de estupro, praticado mediante DOCUMENTOS, SÍMBOLOS E SINAIS QUE SÃO EMPREGADAS
violência real, é que a ação penal é pública incondicionada. PELO HOMEM EM SUAS RELAÇÕES COM A SOCIEDADE. Uso
Nas demais modalidades de violência, trata-se de crime de do papel moeda, cheques, documentos de veículos. Carteira
ação penal condicionada a representação. de habilitação, identidade, notas fiscais.
E. segundo a legislação brasileira, o estupro coletivo é CRIME DE FALSO: VIOLAÇÃO DA FÉ PÚBLICA – REQUISITOS:
aquele praticado mediante concurso de três ou mais A) IMITAÇÃO DA VERDADE: mudança do verdadeiro
pessoas. ou imitação da verdade.
B) DANO POTENCIAL: não precisa causar um dano
(FCC.2019) No dia 23 de abril de 2013, Jailson, aproveitando efetivo, nem necessariamente patrimonial. Haverá
que sua esposa havia saído de casa para fazer compras, dano potencial quando o documento é capaz de
decidiu ir até o quarto de sua enteada Jéssica, que à época enganar um número indeterminado de pessoas.
contava com 19 anos de idade. Ao perceber que Jéssica * falsificação grosseira: não caracteriza o crime de falso.
estava dormindo, Jailson se aproximou de sua cama, Grosseira é a aquela reconhecida a ictu oculi,
apalpou seus seios e começou a acariciar sua vagina por percebida por toda e qualquer pessoa que
dentro da calcinha. Ocorre que, nesse momento, o irmão de manuseie o documento.
Jéssica chegou à casa e, ao presenciar a cena, começou a C) DOLO: todos são dolosos, não existe nenhum na
gritar, momento em que Jailson se afastou da jovem e modalidade culposa.
fugiu.
* alguns exigem um elemento subjetivo.
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3. SUJEITO PASSIVO: ESTADO – particular prejudicado. 1. BEM JURÍDICO TUTELADO: FÉ PÚBLICA NA LISURA DOS
CERTAMES.
Tentativa: não é admissível, se não utiliza é atípico. * O CANDIDATO QUE TOMA CIÊNCIA E UTILIZA
MALICIOSAMENTE TAMBÉM É PUNIDO.
¹ PESSOA QUE USA DOCUMENTO VERDADEIRO DE OUTRA
PESSOA COMO SE FOSSE PRÓPRIO – CRIME DO ART. 308, CP
– FALSA IDENTIDADE. 5. TIPO SUBJETIVO: DOLO.
² PARA COMETER ESTELIONATO – S. 17- STJ – ABSORVIDO. ELEMENTO SUBJETIVO: intenção de beneficiar a si próprio
ou a outrem. Além de comprometer a credibilidade do
certame. Ex.: Subtrai prova de gráfica e mostra a jornalistas
7. PÚBLICA INCONDICIONADA. para provar que é possível a fraude.
* Apresentada na justiça federal ou do trabalho será da
esfera federal.
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: quem divulga, o crime se
consuma no momento em que o conteúdo é transmitido,
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ainda que o destinatário não consiga dele fazer uso por ser procurou para que assumisse a defesa de Maria.
a farsa descoberta antes da realização da prova. Considerando apenas as informações narradas na situação
Destinatário: crime se consuma – no instante em que utiliza hipotética, responda aos itens a seguir.
as informações recebidas, ainda que não seja aprovado no
concurso ou a prova seja cancelada. A) Qual a tese de direito material a ser alegada em eventual
Tentativa admitida. recurso defensivo para evitar a punição de Maria pelo crime
pelo qual foi denunciada? Justifique. (Valor: 0,65) B) Qual a
medida que deve ser adotada na busca da liberdade
7. FIGURA QUALIFICADA imediata de Maria e com qual fundamento? Justifique.
§2º - RESULTAR DANO À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – (Valor: 0,60)
ECONÔMICO.
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sede policial e confirmou o ocorrido, bem como o Supremo Tribunal Federal, qual será o foro competente
desinteresse em ver a autora dos fatos responsabilizada para julgamento do crime imputado a Diana? Justifique.
criminalmente. (Valor: 0,60)
Na condição de advogado de Patrícia, esclareça:
A) Agiu corretamente a autoridade policial ao indiciar 7. Rodrigo, primário e de bons antecedentes, quando
Patrícia pela prática do crime de racismo? Justifique. (Valor: passava em frente a um estabelecimento comercial que
0,65) B) Existe algum argumento defensivo para garantir, de estava fechado por ser domingo, resolveu nele ingressar.
imediato, o arquivamento do inquérito policial? Justifique. Após romper o cadeado da porta principal, subtraiu do seu
(Valor: 0,60) interior algumas caixas de cigarro. A ação não foi notada
por qualquer pessoa. Todavia, quando caminhava pela rua
com o material subtraído, veio a ser abordado por policiais
5. Em uma discussão de futebol, Rubens e Enrico, em militares, ocasião em que admitiu a subtração e a forma
comunhão de ações e desígnios, chamaram Eduardo de como ingressou no comércio lesado. O material furtado foi
“ladrão” e “estelionatário”, razão pela qual Eduardo avaliado em R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais), sendo
formulou uma queixa-crime em face de ambos. No curso integralmente recuperado. A perícia não compareceu ao
da ação penal, porém, Rubens procurou Eduardo para pedir local para confirmar o rompimento de obstáculo. O autor
desculpas pelos seus atos, razão pela qual Eduardo do fato foi denunciado como incurso nas sanções penais do
expressamente concedeu perdão do ofendido em seu favor, Art. 155, § 4º, inciso I, do Código Penal. As únicas
sendo esse prontamente aceito e, consequentemente, testemunhas de acusação foram os policiais militares, que
extinta a punibilidade de Rubens. Eduardo, contudo, se confirmaram que apenas foram responsáveis pela
recusou a conceder o perdão para Enrico, pois disse que abordagem do réu, que confessou a subtração. Disseram
não era a primeira vez que o querelado tinha esse tipo de não ter comparecido, porém, ao estabelecimento lesado.
atitude. Considerando apenas as informações narradas, Em seu interrogatório, Rodrigo confirmou apenas que
responda aos itens a seguir. subtraiu os cigarros do estabelecimento, recusando-se a
A) Qual o crime praticado, em tese, por Rubens e Enrico? responder qualquer outra pergunta. A defesa técnica de
(Valor: 0,60) Rodrigo é intimada para apresentar alegações finais por
B) Que argumento poderá ser formulado pelo advogado de memoriais. Com base na hipótese apresentada, responda,
Enrico para evitar sua punição? (Valor: 0,65) fundamentadamente, aos itens a seguir.
A) Diante da confissão da prática do crime de furto por
Rodrigo, qual a principal tese defensiva em relação à
6. Diana, primária e de bons antecedentes, em dificuldades tipificação da conduta a ser formulada pela defesa técnica?
financeiras, com inveja das amigas que exibiam seus (Valor: 0,65)
automóveis recém-adquiridos, resolve comprar joias em
loja localizada no Município de Campinas, para usar em B) Em caso de acolhimento da tese defensiva, poderá
uma festa de comemoração de 10 anos de formatura da Rodrigo ser, de imediato, condenado nos termos da
faculdade. Em razão de sua situação, todavia, no momento manifestação da defesa técnica? (Valor: 0,60)
do pagamento, entrega no estabelecimento um cheque
sem provisão de fundos. Quando a proprietária da loja 8. Antônio, auxiliar de serviços gerais de uma multinacional,
deposita o cheque, é informada, na cidade de Santos, pelo nos dias de limpeza, passa a observar uma escultura
banco sacado, que inexistiam fundos suficientes, havendo colocada na mesa de seu chefe. Com o tempo, o desejo de
recusa de pagamento, razão pela qual comparece em sede ter aquele objeto fica incontrolável, razão pela qual ele
policial na localidade de sua residência, uma cidade do decide subtraí-lo.
Estado de São Paulo, para narrar o ocorrido. Convidada a
comparecer em sede policial para esclarecer o ocorrido, Como Antônio não tem acesso livre à sala onde a escultura
Diana confirma a emissão do cheque sem provisão de fica exposta, utiliza-se de uma chave adaptável a qualquer
fundos, mas efetua, de imediato, o pagamento do valor fechadura, adquirida por meio de um amigo chaveiro, que
devido à proprietária do estabelecimento comercial. nada sabia sobre suas intenções. Com ela, Antônio ingressa
Posteriormente, a autoridade policial elabora relatório na sala do chefe, após o expediente de trabalho, e subtrai a
conclusivo e encaminha o inquérito ao Ministério Público, escultura pretendida, colocando-a em sua bolsa. Após
que oferece denúncia em face de Diana como incursa nas subtrair o objeto e sair do edifício onde fica localizada a
sanções do Art. 171, § 2º, inciso VI, do Código Penal. empresa, Antônio caminha tranquilamente cerca de 400
Considerando a situação narrada, na condição de metros. Apenas nesse momento é que os seguranças da
advogado(a) de Diana, responda aos itens a seguir. portaria suspeitam do ocorrido. Eles acham estranha a saída
de Antônio do local após o expediente (já que não era
A) Existe argumento a ser apresentado em favor de Diana comum a realização de horas extras), razão pela qual
para evitar, de imediato, o prosseguimento da ação penal? acionam policiais militares que estavam próximos do local,
Em caso positivo, indique; em caso negativo, justifique. apontando Antônio como suspeito. Os policiais conseguem
(Valor: 0,65) B) De acordo com a jurisprudência do alcançá-lo e decidem revistá-lo, encontrando a escultura da
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sala do chefe na sua bolsa. Preso em flagrante, Antônio é CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
conduzido até a Delegacia de Polícia.
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO
Antônio, então, é denunciado e regularmente processado.
Ocorre que, durante a instrução processual, verifica-se que
PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
a escultura subtraída, apesar de bela, foi construída com # CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO
material barato, avaliada em R$ 250,00 (duzentos e Funcionário público
cinquenta reais), sendo, portanto, de pequeno valor. A FAC Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os
(folha de antecedentes criminais) aponta que Antônio é réu efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
primário. Ao final da instrução, em que foram respeitadas sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
todas as exigências legais, o juiz, em decisão fundamentada, função pública.
condena Antônio a 2 (dois) anos de reclusão pela prática do § 1º - Equipara-se a funcionário público quem
crime de furto qualificado pela utilização de chave falsa, exerce cargo, emprego ou função em entidade
consumado, com base no artigo 155, § 4º, III, do CP. paraestatal, e quem trabalha para empresa
Nesse sentido, levando em conta apenas os dados contidos prestadora de serviço contratada ou conveniada
para a execução de atividade típica da
no enunciado, responda aos itens a seguir.
Administração Pública.
A) É correto afirmar que o crime de furto praticado por § 2º - A pena será aumentada da terça parte
Antônio atingiu a consumação? Justifique. (Valor: 0,40) quando os autores dos crimes previstos neste
B) Considerando que Antônio não preenche os requisitos Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão
elencados pelo STF e STJ para aplicação do princípio da ou de função de direção ou assessoramento de
insignificância, qual seria a principal tese defensiva a ser órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação
utilizada em sede de apelação? Justifique. (Valor: 0,85)
instituída pelo poder público.
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: Administração pública a) apropriar-se: quando inverte a possa, agindo como
(dinheiro, valor e outro bem móvel) dono.
b) desviar: dar destino diverso
2. SUJEITO ATIVO: Crime próprio - funcionário público c) furto: subtração
* Art.30, CP - PARTICULAR Admite a tentativa.
* Prefeito: Art. 1º, Decreto-Lei 201/67 (2 a 12 anos -
previsão do peculato de uso) 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
* CPM - Art. 303 - 3 a 15 anos § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação
do dano, se precede à sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz
3. SUJEITO PASSIVO: Crime comum - qualquer pessoa – de metade a pena imposta.
Estado
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2. SUJEITO ATIVO: funcionário público (autorizado) Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
● Não autorizado: art. 299, CP - falsidade ideológico. anos, e multa.
Admite tentativa.
7. ASPECTOS GERAIS: 4. CONDUTA: modificar ou alterar + sistema de informação
ou programa de informática (software) + sem autorização
● Norma especial: Art. 72, Lei 9504/97 (Crime ou solicitação de autoridade competente.
eleitoral)
8. AÇÃO PENAL: Incondicionada
5. TIPO SUBJETIVO: doloso.
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7. ASPECTOS GERAIS:
VI. CONCUSSÃO A. Qualificada: COBRANÇA INDEVIDA QUE SERIA
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou PARA OS COFRES PÚBLICOS, MAS O AGENTE
indiretamente, ainda que fora da função ou antes UTILIZA EM PROVEITO PRÓPRIO.
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem B. Majorante: art. 327, §2º.
indevida:
* Não há emprego de violência ou grave ameaça: art. 158,
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
CP
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* Diferente da corrupção passiva: solicitação (sem coação) - receber: sem ter feito a solicitação, receber
efetivamente a vantagem
7. ASPECTOS GERAIS
VII. CORRUPÇÃO PASSIVA
* Convenção Interamericana contra a Corrupção → Lei
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para
10.763/2003
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, * Bombons, canetas, natal
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
* Estatuto do torcedor: corrupção passiva desportiva (Art.
vantagem:
41-C)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em 8. AÇÃO PENAL:
consequência da vantagem ou promessa, o
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer
ato de ofício ou o pratica infringindo dever VIII. Facilitação de contrabando ou
funcional.
descaminho
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever
retarda ato de ofício, com infração de dever
funcional, a prática de contrabando ou descaminho
funcional, cedendo a pedido ou influência de
(art. 334):
outrem:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou
multa. 1. BEM JURÍDICO: administração pública
1. BEM JURÍDICO: administração pública 2. SUJEITO ATIVO: próprio - funcionário público (função
● caráter da pessoa específica)
● caso não tenha a função específica: art. 334 ou
334-A
2. SUJEITO ATIVO: próprio
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* Não importa a natureza do interesse - lícito ou ilícito - Obs: Existe inclusive quando há um substituto.
basta ser privado e alheio - não configura a explicação dos Obs: OMISSIVO PRÓPRIO (Não admite tentativa)
direitos Qualificado: (§1º e 2º): Prejuízo.
# ilegítimo: QUALIFICADO (3 meses a 1 ano)
5. TIPO SUBJETIVO: doloso 7. AÇÃO PENAL: Incondicionada
6. CONSUMAÇÃO: atuação como funcionário-advogado,
mesmo que não alcance a pretensão do “cliente” - crime de
mera conduta XIV. Exercício funcional ilegalmente
7. ASPECTOS GERAIS: JECRIM antecipado ou prolongado
* Instauração de Licitação ou celebração de contrato que Art. 324 - Entrar no exercício de função pública
vier a ser invalidado - ar. 91, Lei 8666/93. antes de satisfeitas as exigências legais, ou
continuar a exercê-la, sem autorização, depois de
* Perante a Administração Fazendária: Art. 3º, III, Lei saber oficialmente que foi exonerado, removido,
8137/90 substituído ou suspenso:
* Se o interesse privado patrocinado for ato de ofício: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
corrupção passiva ou prevaricação multa.
8. AÇÃO PENAL: Incondicionada
1. BEM JURÍDICO: Administração pública
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8. AÇÃO PENAL: Incondicionada §2º: somente haverá concurso de infrações penais entre o
delito de resistência e aquele originário da violência, não
sendo abrangida pelo tipo penal em estudo a ameaça, que
II. Resistência ficará absorvida pelo delito tipificado no art. 329 do Código
Penal.
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal,
mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja 7. ASPECTOS GERAIS: Juizado Especial Criminal - caput
prestando auxílio:
* Resistência e embriaguez:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se
1C: embriaguez completa, não proveniente de caso fortuito
executa: ou força maior, deveria o agente responder pela infração
penal praticada, aplicando-se, pois, a teoria da actio libera
Pena - reclusão, de um a três anos.
in causa.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem
prejuízo das correspondentes à violência. 2C: (Greco): somente o estado de embriaguez que torne
ridículo o comportamento praticado pelo agente é que
poderá eliminar a infração penal;
1. BEM JURÍDICO: administração pública * Resistência e desacato: na resistência: já que nesta a
violência ou ameaça direcionada a funcionário visa à não
2. SUJEITO ATIVO: comum realização de ato de ofício; no desacato: eventual violência
ou ameaça perpetrada contra funcionário público tem por
finalidade desprestigiar a função por ele exercida. Greco
3. SUJEITO PASSIVO: próprio - entende haver concurso desses crimes.
Poderá incluir o particular, desde que esteja acompanhado * Auto de resistência e homicídio decorrente de
por funcionário público. intervenção policial: Resolução nº 8, de 20 de dezembro de
2012
4. CONDUTA:
De acordo com sua redação legal, podemos apontar os 8. AÇÃO PENAL: incondicionada.
seguintes elementos:
a) a conduta de opor-se à execução de ato legal; III. Desobediência
b) mediante violência ou ameaça; Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de
c) a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe funcionário público:
esteja prestando auxílio. Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e
Resistência ativa, não inclui a passiva (limitando-se o multa.
indivíduo à inação, à atitude ghândica, à fuga ou tentativa
de fuga, à oposição branca, à manifestação oral de um 1. BEM JURÍDICO: Administração Pública
propósito de recalcitrância, à simples imprecação de males
(pragas), não se integra a resistência.) * desobediência representa uma resistência passiva, que
não vem acompanhada de
* lei penal não utiliza a expressão grave ameaça
qualquer ato que importe em vis absoluta ou em vis
* Direito de resistência (legítima defesa): quando o ato é compulsiva
ilegal (Não se pode confundir, no entanto, ato injusto com
ato manifestamente ilegal. Contra a injustiça do ato não
cabe o direito de resistência. Se o ato está formal e 2. SUJEITO ATIVO: comum
materialmente correto, contra ele não se pode arguir o 3. SUJEITO PASSIVO: próprio: Estado e o funcionário
direito de resistência.) publico
7. ASPECTOS GERAIS
7. ASPECTOS GERAIS: Jecrim
* Exploração de prestígio
* Concurso de crimes: vários funcionários
* Majorada: se inclui o funcionário na vantagem
* Indignação não é crime
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RESUMO:
3. SUJEITO PASSIVO: comum - Estado - funcionário público Art. 41-D do Estatuto do Torcedor
que não aceita a vantagem
8. AÇÃO PENAL: Incondicionada
4. CONDUTA: OFERECER OU PROMETER + vantagem
indevida + praticar, omitir ou retardar ato de ofício (forma
livre - gestos, conversas, escritos) (o ato não precisa ser
VII. Descaminho
ilícito) Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento
de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída
* oferecer: propor para entrega imediata ou pelo consumo de mercadoria
* prometer: proposta para o futuro
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* Contravenção penal: §2º - pena pela metade suborno ou se cometido com o fim de obter prova
destinada a produzir efeito em processo penal, ou
em processo civil em que for parte entidade da
5. TIPO SUBJETIVO: Doloso administração pública direta ou indireta.
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da
sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o
6. CONSUMAÇÃO: Na instauração agente se retrata ou declara a verdade.
7. ASPECTOS GERAIS
8. AÇÃO PENAL: Incondicionada 1. BEM JURÍDICO: Administração da Justiça
2. SUJEITO ATIVO: mão própria (atuação pessoal)
X - Autoacusação falsa Somente poderá ser autor imediato deste crime:
Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de crime a) TESTEMUNHA; b) PERITO; C) CONTADOR; D) TRADUTOR;
inexistente ou praticado por outrem: E) INTÉRPRETE
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, 3. SUJEITO PASSIVO: Estado
ou multa
4. CONDUTA:
- Na primeira hipótese, temos a falsidade positiva,
1. BEM JURÍDICO: Administração da Justiça
consistente na asseveração de um fato mentiroso;
- Na segunda, a falsidade negativa, consistente na negação
2. SUJEITO ATIVO: comum de um fato verdadeiro;
- Na terceira, a reticência, isto é, o silêncio acerca do que se
3. SUJEITO PASSIVO: próprio sabe ou a recusa em manifestá-lo (ocultação da verdade).
O FATO DEVE-SE DAR EM:
4. CONDUTA: A) processo judicial (penal ou civil);
a) a conduta de se acusar; B) Processo administrativo (inquérito ou sindicância);
b) perante autoridade; C) Inquérito Policial;
c) de crime inexistente; D) Juízo arbitral.
d) ou praticado por outrem 5. TIPO SUBJETIVO: Doloso
* razões de natureza pecuniária; espírito de sacrifício; álibi; Crime de mão própria
exibicionismo
5. TIPO SUBJETIVO: doloso 6. CONSUMAÇÃO: no momento que que o juiz encerra o
depoimento.
6. CONSUMAÇÃO: quando é levada a conhecimento da
autoridade, independente da autoridade tomar 7. ASPECTOS GERAIS
providências.
1. Majorante
§ 1º As penas aumentam-se de 1/6 (um sexto) a
7. ASPECTOS GERAIS 1/3 (um terço), se o crime é praticado mediante
suborno ou se cometido com o fim de obter prova
destinada a produzir efeito em processo penal, ou
8. AÇÃO PENAL: incondicionada em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta.
A) suborno;
XI - Falso testemunho ou falsa perícia
B) obter prova destinada a produzir efeito em processo
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a
penal;
verdade, como testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou C) obter prova destinada a produzir efeito em processo
administrativo, inquérito policial, ou em juízo civil em que for parte entidade da administração pública
arbitral: direta ou indireta.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e 8. AÇÃO PENAL: Incondicionada
multa.
S. 165 – Compete a Justiça federal processo e
§ 1º As penas aumentam-se de 1/6 (um sexto) a julgar crime de falso testemunho cometido no
1/3 (um terço), se o crime é praticado mediante processo trabalhista.
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FAVORECIMENTO REAL
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de
co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a
tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar,
auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho
telefônico de comunicação móvel, de rádio ou
similar, sem autorização legal, em estabelecimento
prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
B) I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art.
o
129, § 2 ) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, §
o
3 ), quando praticadas contra autoridade ou agente
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em
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“Não há consenso na comunidade jurídica acerca de um parcial, ainda que de modo temporário, de meio de
conceito penal inequívoco de terrorismo, no âmbito comunicação ou de transporte, de portos,
nacional ou internacional” aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias,
hospitais, casas de saúde, escolas, estádios
esportivos, instalações públicas ou locais onde
II. TERRORISMO NO DIREITO BRASILEIRO funcionem serviços públicos essenciais, instalações
de geração ou transmissão de energia, instalações
militares, instalações de exploração, refino e
processamento de petróleo e gás e instituições
bancárias e sua rede de atendimento;
V - atentar contra a vida ou a integridade física de
pessoa:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos, além das
sanções correspondentes à ameaça ou à violência.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica à
conduta individual ou coletiva de pessoas em
manifestações políticas, movimentos sociais,
sindicais, religiosos, de classe ou de categoria
profissional, direcionados por propósitos sociais ou
reivindicatórios, visando a contestar, criticar,
protestar ou apoiar, com o objetivo de defender
direitos, garantias e liberdades constitucionais,
sem prejuízo da tipificação penal contida em lei.
IV. CRIME
i. BEM JURÍDICO: PAZ PÚBLICA – sentimento coletivo de
confiança na ordem jurídica (controvertido- vida,
III. CONCEITO democracia, liberdade, etc)
Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou ii. SUJEITOS DO CRIME
mais indivíduos dos atos previstos neste artigo,
por razões de xenofobia, discriminação ou ATIVO: qualquer pessoa (*inclusive apenas 1 pessoa)
preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando Qualidade organizacional como elementar do crime de
cometidos com a finalidade de provocar terror terrorismo (doutrina estrangeira – concurso necessário –
social ou generalizado, expondo a perigo pessoa,
criminalidade organizada).
patrimônio, a paz pública ou a incolumidade
pública. Terrorismo individual: crime unissubjetivo (entendimento
REQUISITOS: doutrinário): um indivíduo sem ligação a organização. (Ex.:
Unabomber – Theodore John Ted – 1975 e 1995;
Especial motivo de agir; Francoatiradores de Washington – 2002) – previsão na lei
Especial fim de agir; brasileira.
Crime de perigo concreto; Lobo solitário: organiza e executa atos de terrorismo, sem
Atos de terrorismo (art. 2º, §1º) estar conectado a qualquer estrutura, mas poderá ser
influenciado por ideologias externas (parte da doutrina
Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou
diferencia o terrorista individual e o lobo solitário).
mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por
razões de xenofobia, discriminação ou preconceito PASSIVO: coletividade (≠ eventual vítimas da condita meio)
de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos
iii. CONDUTA
com a finalidade de provocar terror social ou
ATOS DE TERRORISMO
generalizado, expondo a perigo pessoa,
patrimônio, a paz pública ou a incolumidade
pública.
§ 1º São atos de terrorismo:
I - usar ou ameaçar usar, transportar, guardar,
portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos,
venenos, conteúdos biológicos, químicos,
nucleares ou outros meios capazes de causar
danos ou promover destruição em massa; II –
(VETADO); III - (VETADO);
IV - sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com
violência, grave ameaça a pessoa ou servindo-se de
mecanismos cibernéticos, do controle total ou
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v. MANIFESTAÇÕES SOCIAIS
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica à conduta
individual ou coletiva de pessoas em manifestações
políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de
classe ou de categoria profissional, direcionados por
propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a contestar,
criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender
direitos, garantias e liberdades constitucionais, sem
prejuízo da tipificação penal contida em lei.
* Falta o discurso do terror, mas busca de legitimidade das
reinvindicações políticas;
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2. SISTEMAS
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JUSTIFICATIVA
Segundo a ministra Rosa Weber, as inovações introduzidas
pelos Decretos 10.627, 10.628, 10.629 e 10.630/2021, com
• MODIFICAÇÕES: o propósito de promover a “flexibilização das armas” no
A) Dispensa da obrigação do interessado de provar a Brasil, são incompatíveis com o sistema de controle e
efetiva necessidade para compra; fiscalização de armas instituído pelo Estatuto do
Desarmamento e exorbitam dos limites do poder
B) Ampliação do conceito de residência – extensão
regulamentar atribuído ao presidente da República pela
rural;
Constituição Federal.
C) Tratamento privilegiado aos CAC – caçadores;
Os regulamentos, explica a relatora, servem para dar
colecionadores e atiradores. Ex.; Caçadores
aplicabilidade às leis e devem observância ao espaço
poderão ter 30 armas e atiradores 60 armas, com
restrito de delegação. "O respeito à lei é, portanto, requisito
um volume de 150 mil munições por ano;
de constitucionalidade, na medida em que o respeito à
D) Autorização para menores de 14 a 18 anos legalidade é condição para a tutela do princípio
pratiquem tiro, sem necessidade de controle constitucional da separação de poderes", ressaltou.
estatal;
A relatora aponta, ainda, vulneração a políticas públicas de
LIMINAR DO STF proteção a direitos fundamentais e assinala que é dever do
LIMINAR Estado promover a segurança pública como corolário do
direito à vida.
- afastamento do controle exercido pelo Comando do
Exército sobre projéteis para armas de até 12,7 mm, Outro fundamento apontado é o modelo contemporâneo
máquinas e prensas para recarga de munições e de diversos de segurança pública, que preconiza o controle rigoroso do
tipos de miras, como as telescópicas; acesso da população às armas, acessórios e munições, em
razão de seus efeitos prejudiciais sobre a segurança e o
- autorização para a prática de tiro recreativo em entidades
bem-estar da comunidade. “Inúmeros estudos, apoiados
e clubes de tiro, independentemente de prévio registro dos
por expressiva maioria da comunidade científica mundial,
praticantes;
revelam uma inequívoca correlação entre a facilitação do
- possibilidade de aquisição de até seis armas de fogo de acesso da população às armas e o desvio desses produtos
uso permitido por civis e oito armas por agentes estatais para as organizações criminosas, milícias e criminosos em
com simples declaração de necessidade, com presunção de geral, por meio de furtos, roubos ou comércio clandestino,
veracidade; aumentando ainda mais os índices de delitos patrimoniais,
- comprovação, pelos CACs (caçadores, atiradores e de crimes violentos e de homicídios”, afirma.
colecionadores) da capacidade técnica para o manuseio de
armas de fogo por laudo de instrutor de tiro desportivo;
4. TIPOS DE ARMAS
- comprovação pelos CACs da aptidão psicológica para
aquisição de arma mediante laudo fornecido por psicólogo,
dispensado o credenciamento na Polícia Federal;
- dispensa de prévia autorização do Comando do Exército
para que os CACs possam adquirir armas de fogo;
- aumento do limite máximo de munições que podem ser
adquiridas, anualmente, pelos CACs;
- possibilidade do Comando do Exército autorizar os CACs a
adquirir munições em número superior aos limites pré-
estabelecidos;
- aquisição de munições por entidades e escolas de tiro em
quantidade ilimitada;
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Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, apodere de arma de fogo, que esteja sob sua posse ou que
ter em depósito, transportar, ceder, ainda que seja de sua propriedade, responde pelo crime do art. 13.
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob Trata-se de conduta culposa. Se quem se apodera da arma é
sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição pessoa maior de idade, o fato é atípico, porque a
de uso proibido ou restrito, sem autorização e em modalidade culposa não mencionou tal hipótese.
desacordo com determinação legal ou regulamentar: OBS: O sujeito que fornece, empresta ou cede dolosamente
Pena — reclusão, de três a seis anos, e multa arma de fogo de uso permitido a pessoa maior de idade
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § pratica o crime do art. 14.
1º deste artigo envolverem arma de fogo de OBS.: Quem fornece, empresta ou cede dolosamente arma
uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 de fogo de uso proibido ou restrito a pessoa maior de idade
(quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela incide no crime do art. 16, caput.
Lei nº 13.964, de 2019)
• BEM JURÍDICO: incolumidade pública, integridade
física e patrimônio dos cidadãos. ART. 16. CRIME DE POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE
FOGO DE USO PROIBIDO
• SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer,
• SUJEITO PASSIVO: coletividade receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
• CONDUTA: possuir, deter, portar, adquirir, que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
acessório ou munição de uso proibido ou restrito,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar,
sem autorização e em desacordo com
remeter, empregar, manter sob sua guarda ou determinação legal ou regulamentar: Pena —
ocultar. reclusão, de três a seis anos, e multa
• * arma de fogo de uso proibido ou restrito: posse § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º
ou porte. deste artigo envolverem arma de fogo de uso
proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12
• * perigo abstrato e de mera conduta
(doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
• TIPO SUBJETIVO: 2019)
• CONSUMAÇÃO: mera conduta - no momento da F. ART. 17. Comércio ilegal de arma de fogo. CRIME
ação. Não se admite tentativa. HEDIONDO
• FORMAR EQUIPARADAS:
• OBSERVAÇÕES
OBS.: Quem deixa de observar as cautelas necessárias para
impedir que menor de idade ou deficiente mental se
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transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função em órgão
ou entidade abrangidos
pelo caput deste artigo.
EFEITO DA I - tornar certa a obrigação de
CONDENAÇÃO indenizar o dano causado pelo
crime, devendo o juiz, a
requerimento do ofendido, fixar na
sentença o valor mínimo para
reparação dos danos causados pela
infração, considerando os prejuízos
por ele sofridos;
II - a inabilitação para o exercício de
cargo, mandato ou função pública,
pelo período de 1 (um) a 5 (cinco)
anos;
(DEPENDE DE REINCIDÊNCIA E NÃO
SÃO AUTOMÁTICOS)
III - a perda do cargo, do mandato
ou da função pública.
(DEPENDE DE REINCIDÊNCIA E NÃO
SÃO AUTOMÁTICOS)
FINALIDADE Art. 1º. § 1º As condutas descritas
ESPECÍFICA nesta Lei constituem crime de abuso
de autoridade quando praticadas
pelo agente com a finalidade
específica: prejudicar outrem; ou
XXIII – LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE beneficiar a si mesmo ou
a terceiro; ou por mero
capricho ou satisfação pessoal
DISPOSIÇÕES INICIAIS
PENAS RESTRITIVAS I - prestação de serviços à
SUJEITO ATIVO Art. 2º É sujeito ativo do crime de
DE DIREITO comunidade ou a entidades públicas;
abuso de autoridade qualquer agente
público, servidor ou não, da II - suspensão do exercício do cargo,
administração direta, indireta ou da função ou do mandato, pelo prazo
fundacional de qualquer dos Poderes de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a
da União, dos Estados, do Distrito perda dos vencimentos e das
Federal, dos Municípios e de vantagens;
Território, compreendendo, mas não RESPONSABILIDADE 1. As penas previstas nesta Lei serão
se limitando a: aplicadas independentemente das
I - servidores públicos e militares ou sanções de natureza civil ou
pessoas a eles equiparadas; II - administrativa cabíveis. (art. 6º)
membros do Poder Legislativo; III - 2. As responsabilidades civil e
membros do Poder Executivo; IV - administrativa são independentes da
membros do Poder Judiciário; V - criminal, não se podendo mais
membros do Ministério Público; VI - questionar sobre a existência ou a
membros dos tribunais ou conselhos autoria do fato quando essas
de contas. questões tenham sido decididas no
Parágrafo único. Reputa-se agente juízo criminal. (art. 7º)
público, para os efeitos desta Lei, 3. Faz coisa julgada em âmbito cível
todo aquele que exerce, ainda que e administrativo-disciplinar, a
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V. AMPLA DEFESA
(CF/88) Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;
- Não apenas garantia da participação (contraditório), mas
de concreta efetividade desta participação;
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JURISPRUDÊNCIA
O plenário do STF decidiu que provas obtidas pela * Uma coisa é a produção forçada de prova invasiva, o que
autoridade policial, sem autorização judicial, mediante não é admitido, outra coisa bem diferente é a prova
acesso a registro telefônico ou a agenda de contatos de produzida voluntária ou involuntariamente com outra
celular apreendido ato contínuo no local do crime atribuído finalidade, a qual pode ser utilizada (não se pode retirar um
ao acusado, não configuram ofensa ao sigilo das fio de cabelo, mas pode ser utilizado parte do cigarro ou fio
comunicações à intimidade ou à privacidade do indivíduo. de cabelo caído - Recl 2040 – Caso Glória Treves). Já a prova
A decisão foi proferida no julgamento do Recurso não invasiva, consiste numa inspeção ou verificação
Extraordinário com Agravo (ARE) 1042075, matéria corporal, não implicando na extração de nenhuma parte do
considerada de repercussão geral sobre o Tema 977- corpo humano.
Aferição da licitude da prova produzida durante o inquérito
policial relativa ao acesso, sem autorização judicial, a
registros e informações contidos em aparelho de telefone
celular, relacionados à conduta delitiva e hábeis a
identificar (...)
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1.2. Sistemas de processo penal. Estado, nos crimes conexos com os do Presidente
da República, e dos ministros do Supremo Tribunal
Federal, nos crimes de responsabilidade
(Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); III - os
processos da competência da Justiça Militar;
dias e não mais de 05 dias. No dia 30 de novembro de 2015, 5. (FGV.2018) Analise as assertivas a seguir, que tratam
dia útil, Técio apresenta recurso de apelação acompanhado sobre os princípios aplicáveis ao Direito Processual Penal.
das respectivas razões. I. Com base no princípio da presunção de inocência, a prisão
Considerando a hipótese narrada, o recurso do advogado é preventiva deve ser decretada apenas quando as medidas
A) intempestivo, aplicando-se o princípio do tempus cautelares alternativas não forem suficientes, não mais
regit actum (o tempo rege o ato), e o novo prazo recursal havendo prisão automática em razão de sentença
deve ser observado. condenatória de primeira instância;
B) tempestivo, aplicando-se o princípio do tempus II. Inspirado no princípio de que ninguém é obrigado a
regit actum (o tempo rege o ato), e o antigo prazo recursal produzir provas contra si, o agente pode se recusar a
deve ser observado. realizar exame de etilômetro (bafômetro), podendo, porém,
o crime ser demonstrado por outros meios de prova;
C) intempestivo, aplicando-se o princípio do tempus
regit actum (o tempo rege o ato), e o antigo prazo recursal III. Com base no princípio da irretroatividade da lei
deve ser observado. processual penal, uma lei de conteúdo exclusivamente
processual penal, em sendo mais gravosa ao réu, não
D) tempestivo, aplicando-se o princípio constitucional poderá retroagir para atingir fatos anteriores a sua entrada
da irretroatividade da lei mais gravosa, e o antigo prazo em vigor.
recursal deve ser observado.
Com base na jurisprudência dos Tribunais Superiores,
está(ão) correta(s), apenas, as assertivas previstas nos itens
03. (XIX Exame Unificado - 2016.1) João, no dia 2 de janeiro A. I, II e III.
de 2015, praticou um crime de apropriação indébita
majorada. Foi, então, denunciado como incurso nas sanções B. I e II
penais do Art. 168, §1º, inciso III, do Código Penal. No curso C. I e III.
do processo, mas antes de ser proferida sentença D. II e III.
condenatória, dispositivos do Código de Processo Penal de
natureza exclusivamente processual sofrem uma reforma E. I.
legislativa, de modo que o rito a ser seguido no recurso de
apelação é modificado. O advogado de João entende que a 6. O artigo 260 do CPP dispõe que “Se o acusado não
mudança foi prejudicial, pois é possível que haja uma atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento
demora no julgamento dos recursos. Nesse caso, após a ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado,
sentença condenatória, é correto afirmar que o advogado a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença”.
de João
O artigo mencionado trata da possibilidade de condução
A) deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, pois coercitiva para ouvir o réu, diante do direito fundamental
se aplica ao caso o princípio da imediata aplicação da ao silêncio e das discussões jurisprudências sobre o assunto,
nova lei. é possível condução coercitiva para realização do
B) não deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, interrogatório? Justifique utilizando os princípios
em razão do princípio da irretroatividade da lei constitucionais.
prejudicial e de o fato ter sido praticado antes da
inovação.
7. Em patrulhamento de rotina, policiais militares
C) não deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, receberam uma informação não identificada de que
em razão do princípio da ultratividade da lei. Wesley, que estava parado em frente à padaria naquele
D) deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, pois momento, estaria envolvido com o tráfico de drogas da
se aplica ao caso o princípio da extratividade. localidade. Diante disso, os policiais identificaram e
realizaram a abordagem de Wesley, não sendo, em um
primeiro momento, encontrado qualquer material ilícito
4. O inquérito policial pode ser definido como um com ele. Diante da notícia recebida momentos antes da
procedimento investigatório prévio, cuja principal finalidade abordagem, porém, e considerando que o crime de
é a obtenção de indícios para que o titular da ação penal associação para o tráfico seria de natureza permanente, os
possa propô-la contra o suposto autor da infração penal. policiais apreenderam o celular de Wesley e, sem
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. autorização, passaram a ter acesso às fotografias e
Diante da situação narrada, de acordo com Código Penal e conversas no WhatsApp, sendo verificado que existiam
Processo Penal, assinale V ou F: fotos armazenadas de Wesley portando suposta arma de
( ) A autoridade policial, ainda que convencida da fogo, bem como conversas sobre compra e venda de
inexistência do crime, não poderá mandar arquivar os autos material entorpecente. Entendendo pela existência de
do inquérito já instaurado. flagrante em relação ao crime permanente de associação
para o tráfico, Wesley foi encaminhado para a Delegacia,
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sendo lavrado auto de prisão em flagrante. Após liberdade 7. Sim, existe argumento para questionar as provas que
concedida em audiência de custódia, Wesley é denunciado serviram de fundamento para a condenação, tendo em
como incurso nas sanções do Art. 35 da Lei nº 11.343/06. vista que se tratam de provas ilícitas. As provas utilizadas
No curso da instrução, foram acostadas imagens das pelo magistrado foram obtidas com violação ao direito à
conversas de Wesley via aplicativo a que os agentes da lei intimidade, já que os policiais obtiveram acesso ao teor das
tiveram acesso, assim como das fotografias. Os policiais conversas de Wesley por mensagens e suas fotografias sem
foram ouvidos em audiência, ocasião em que confirmaram sua autorização ou sem prévia autorização judicial. Ocorreu
as circunstâncias do flagrante. O réu exerceu seu direito ao violação à garantia de inviolabilidade da intimidade e vida
silêncio. Com base nas fotografias acostadas, o juiz privada, assegurada no Art. 5º, inciso X, da CRFB, já que não
competente julgou a pretensão punitiva do estado houve o indispensável requerimento (e autorização judicial)
procedente, aplicando a pena mínima de 03 anos de de quebra de sigilo de dados. Dessa forma, estamos diante
reclusão, além de multa, e fixando o regime inicial de provas ilícitas, que devem ser desentranhadas do
fechado, já que o crime imputado seria equiparado a processo, nos termos do Art. 157 do CPP.
hediondo. Ainda assim, substituiu a pena privativa de 8. a) Sim. A presença do advogado é garantida pela Lei
liberdade por restritiva de direitos. Considerando as 8.906/1994, artigo oitavo, junto com a Súmula Vinculante
informações narradas, responda, na condição de 14 do STF. Além da própria previsão da CRFB no artigo 5o,
advogado(a) de Wesley, intimado(a) para apresentação de incisos LV e LXIII Trata-se do direito ao silêncio que advém
recurso de apelação. Existe argumento a ser apresentado da presunção de inocência e o princípio da ampla defesa.
para questionar as provas utilizadas pelo magistrado como
fundamento para condenação? Justifique. b) Pode ser alegado a atipicidade da conduta em
decorrência do princípio da insignificância visto que em
jurisprudência recente os tribunais superiores vêm
8. Adriano, primário e de bons antecedentes, foi admitindo aplicação do citado princípio nos crimes de
denunciado pelo crime de descaminho (Art. 334, caput, do descaminho e tributário no valor até R$ 20.000,00 (vinte mil
Código Penal), pelo transporte de mercadorias procedentes reais). Note-se que o princípio em questão exclui a
do Paraguai e desacompanhadas de documentação tipicidade material (ou conglobante) tornando o fato
comprobatória de sua importação regular, no valor de R$ atípico, ademais o STF enumera como requisitos
4.500,00, conforme atestam o Auto de Infração e o Termo autorizadores para aplicação do princípio: a mínima
de Apreensão e Guarda Fiscal, bem como o Laudo de Exame ofensividade da conduta, a ausência de periculosidade
Merceológico, elaborado pelo Instituo Nacional de social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do
Criminalística. Diante da autoridade policial, ele se negou a comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica, o
falar sem a presença de seu advogado. quais se amoldam no caso concreto.
a) A ação de Adriano está amparada legalmente? Justifique. 9. A lei processual tem aplicação imediata, não se limitando
b) Você contratado como advogado de Adriano, o que ao regras de retroatividade ou ultratividade da lei penal. Ela
poderia ser alegado em sua defesa? é aplicada assim que entra em vigor nos processos em
andamento ou não.
ação penal. Destarte, o art. 9º do CPP deixa claro que as f) Oficialidade: Somente órgãos de direito público podem
peças do inquérito serão reduzidas a escrito ou realizar o inquérito policial. Mesmo quando a titularidade
datilografadas, não sendo possível a ocorrência de uma da ação penal é atribuída à vítima (ação penal privada), não
investigação verbal. cabe a esta a realização dos procedimentos investigatórios.
b) Procedimento Sigiloso: O CPP, em seu art. 20 reza: A g) Inquisitivo: Durante o inquérito, não há que se falar em
autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à contraditório e ampla defesa, podendo a autoridade policial
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. determinar, discricionariamente as diligências que achar
O sigilo é um elemento de que dispõe a autoridade policial conveniente para a elucidação dos fatos, pois ainda não
para facilitar seu trabalho na elucidação do fato. Todavia, existe processo. ALEXANDRE DE MORAES leciona que: "O
referida característica encontra-se extremamente mitigada, contraditório nos procedimentos penais não se aplica aos
posto que, segundo entendimento do STF, é um direito do inquéritos policiais, pois a fase investigatória é preparatória
advogado ou defensor examinar, em qualquer repartição da acusação, inexistindo, ainda, acusado, constituindo, pois,
policial, mesmo sem, procuração, autos de flagrante e de mero procedimento administrativo, de caráter
inquérito, concluídos ou em andamento (Súmula vinculante investigatório, destinado a subsidiar a atuação do titular da
nº 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ação penal, o Ministério Público". A exceção a essa regra é o
ter acesso amplo e irrestrito aos elementos de prova que, já inquérito instaurado para a expulsão de estrangeiro, cuja
documentados em procedimento investigatório, realizado atribuição é da polícia federal, onde se admite o
por órgão de competência de polícia judiciária, digam contraditório (Art. 71. Nos casos de infração contra a
respeito ao exercício do direito de defesa). Também é segurança nacional, a ordem política ou social e a economia
permitido o acesso total aos autos ao Ministério Público e popular, assim como nos casos de comércio, posse ou
ao Juiz. O segredo deverá ser observado também como uma facilitação de uso indevido de substância entorpecente ou
forma de preservar a intimidade do investigado, que determine dependência física ou psíquica, ou de
resguardando-se seu estado de inocência (Art. 20, § único desrespeito à proibição especialmente prevista em lei para
do CPP). estrangeiro, o inquérito será sumário e não excederá o
prazo de quinze dias, dentro do qual fica assegurado ao
expulsando o direito de defesa.). Mesmo sendo inquisitivo,
c) Instrumental: “Em regra, o inquérito é o instrumento nada impede que a autoridade policial permita a
utilizado pelo Estado para colher elementos de informação participação das partes durante a realização das diligências,
quanto à autoria e materialidade do crime. O inquérito é notadamente aquelas que não são repetíveis.
obrigatório (não que deva sempre existir). Havendo um
mínimo de elementos, o delegado é obrigado a instaurar o
inquérito.” RENATO BRASILEIRO (op. cit). Se a vítima faz um h) Informativo: Visa à colheita de elementos de informação
requerimento ao delegado e este indefere, cabe recurso quanto à autoria e materialidade da infração penal, que
inominado para o Chefe de Polícia (Delegado-Geral ou aqueles elementos colhidos na fase investigatória cuja
Superintendente) (art. 5º, § 2º): característica é a ausência da dialética, por uma fase
§2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura inquisitorial. Isso significa que não há contraditório e nem
de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. há ampla defesa. Já prova é todo elemento colhido durante
o processo penal sob a égide do sistema acusatório, que se
caracteriza pela observância do contraditório e pela
d) Indisponibilidade: Nos termos do art. 17 do CPP, a observância da ampla defesa.
autoridade policial não poderá arquivar inquérito policial,
somente a autoridade judiciária.
III. FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
O inquérito policial pode ser iniciado mediante: portaria,
e) Oficiosidade: O início do inquérito independe de auto de prisão em flagrante delito, auto de morte ou lesão
provocação e deve ser determinado de ofício, pela corporal decorrente de intervenção policial ou requisição
autoridade policial, quando houver a notícia de um crime. A do ministro da justiça.
oficiosidade decorre do princípio da obrigatoriedade da
ação penal pública. Contudo, há algumas ações para as A depender da espécie de ação penal, a forma de
quais o inquérito não segue este princípio (ex. ação penal instauração é diferente.
privada). A requisição de instauração de inquérito por parte 1. Crime de ação penal privada: A instauração do inquérito
do Ministério Público ou do Juiz é uma determinação legal e fica condicionada ao requerimento do ofendido ou de seu
não deve ser questionada ou verificada pela autoridade representante legal. O delegado não pode instaurar de
policial. Todavia, se existir ilegalidade, não deve o delegado ofício.
de polícia instaurar o procedimento, sob pena de incidir em
2. Crime de ação penal pública condicionada: Neste caso, o
crime de abuso de autoridade. legislador já impõe uma condição (representação do
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ofendido ou requisição do Ministro da Justiça). 4- Inquérito realizado pela polícia federal – Art. 66 da lei nº
5.010/66: indiciado preso é de 15 dias, prorrogável por mais
3. Crime de ação penal pública incondicionada: O Estado
tem maior liberdade para instaurar o inquérito. Assim, 15. Se o indiciado é solto, vai para a regra geral (30 dias);
pode ser instaurado de ofício pela autoridade policial, ao C. ARQUIVAMENTO
tomar conhecimento do fato pessoalmente (portaria) ou PACOTE ANTICRIME
também se pode instaurar inquérito, mediante requisição
do juiz ou do MP, do próprio ofendido, ou por qualquer do
povo. A doutrina ampla entende que essa requisição do
juiz viola o princípio da imparcialidade, devendo o
magistrado abrir vista dos autos ao Ministério Público
o
(CPP) Art. 5º. § 2 Do despacho que indeferir o
requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para
o chefe de Polícia. (...)
o
§ 4 O inquérito, nos crimes em que a ação pública
depender de representação, não poderá sem ela ser
iniciado.
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CPP, art. 18: “Depois de ordenado o arquivamento do 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para
inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a a representação do investigado.
denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas Art. 14-A (PARÁGRAFOS §3º; 4º; 5º VETOS
pesquisas, se de outras provas tiver notícia.” REJEITADOS)
Já para o oferecimento da denúncia, serão necessárias DEFENSORIA PÚBLICA
provas novas, ou seja, provas capazes de alterar o contexto §3º Havendo necessidade de indicação de defensor
probatório dentro do qual foi proferida a decisão de nos termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá
arquivamento. preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos
locais em que ela não estiver instalada, a União ou
Exemplo: no exemplo dado anteriormente, a mera notícia a Unidade da Federação correspondente à
de obtenção da placa da motocicleta não é suficiente para o respectiva competência territorial do procedimento
oferecimento da denúncia. Assim sendo, é necessário que instaurado deverá disponibilizar profissional para
haja mais investigações. acompanhamento e realização de todos os atos
relacionados à defesa administrativa do
Perceba que a autorização é SOMENTE para a realização de
investigado.
novas pesquisas, se surgirem NOVAS PROVAS. Embora tal
artigo trate especificamente da autoridade policial, o STF,
na súmula nº 524, amplia a abrangência consolidando a Segundo a jurisprudência do STF, quando o arquivamento é
jurisprudência: determinado em virtude da atipicidade do fato e extinção
da punibilidade, não é possível o desarquivamento,
constituindo, excepcionalmente, a coisa julgada material. Já
o STJ, entende que o reconhecimento da legítima defesa e
excludente de culpabilidade também impede o
Assim, o despacho que arquivar o inquérito é irrecorrível,
desarquivamento: DIREITO PROCESSUAL PENAL. EFEITOS
sendo excetuada tal regra somente nos casos de crime
DO ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL PELO
contra a economia popular (L. 1.521/51), onde cabe
RECONHECIMENTO DE LEGÍTIMA DEFESA. Promovido o
remessa necessária e no caso da contravenção penal
arquivamento do inquérito policial pelo reconhecimento de
prevista nos art. 58 do Decreto-Lei nº. 6.259/44 (jogo do
legítima defesa, a coisa julgada material impede a
bicho), quando caberá recurso em sentido estrito.
rediscussão do caso penal em qualquer novo feito criminal,
Não existe número máximo de desarquivamentos, mas, por descabendo perquirir a existência de novas provas. Isso
ser evidente, se ocorrer a prescrição, decadência ou outra porque a decisão judicial que define o mérito do caso penal,
causa extintiva da punibilidade, não será possível o mesmo no arquivamento do inquérito policial, gera efeitos
desarquivamento. de coisa julgada material. Ademais, a decisão judicial que
examina o mérito e reconhece a atipia ou a excludente da
ilicitude é prolatada somente em caso de convencimento
INFORMAÇÃO BÔNUS (PACOTE ANTICRIME)
com grau de certeza jurídica pelo magistrado. Assim, na
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados dúvida se o fato deu-se em legítima defesa, a previsão legal
às instituições dispostas no art. 144 da Constituição de presença de suporte probatório de autoria e
Federal figurarem como investigados em
materialidade exigiria o desenvolvimento da persecução
inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e
demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto criminal. Ressalte-se que a permissão de desarquivamento
for a investigação de fatos relacionados ao uso da do inquérito pelo surgimento de provas novas contida no
força letal praticados no exercício profissional, de art. 18 do CPP e na Súmula 524/STF somente tem incidência
forma consumada ou tentada, incluindo as quando o fundamento do arquivamento for a insuficiência
situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº probatória - indícios de autoria e prova do crime. Pensar o
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o contrário permitiria a reabertura de inquéritos por
indiciado poderá constituir defensor. (Incluído revaloração jurídica e afastaria a segurança jurídica das
pela Lei nº 13.964, de 2019) soluções judiciais de mérito, como no reconhecimento da
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, extinção da punibilidade, da atipia ou de excludentes da
o investigado deverá ser citado da instauração do ilicitude. Precedente citado do STJ: RHC 17.389-SE, Quinta
procedimento investigatório, podendo constituir Turma, DJe 7/4/2008. Precedente citado do STF: HC 80.560-
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas
GO, Primeira Turma, DJe 30/3/2001. REsp 791.471-RJ, Rel.
a contar do recebimento da citação. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 25/11/2014, DJe
16/12/2014.
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo
com ausência de nomeação de defensor pelo
investigado, a autoridade responsável pela
investigação deverá intimar a instituição a que
estava vinculado o investigado à época da
ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de
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§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou guardado para realização de contraperícia, descartado ou
latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à transportado, com vinculação ao número do laudo
infração penal correspondente;
10ª DESCARTE: procedimento referente à liberação do
vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando
2. ETAPAS DO RASTREAMENTO (ART. 158-b) (Incluído pela
pertinente, mediante autorização judicial.
Lei nº 13.964, de 2019)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20 3. LEGISLAÇÃO APLICADA INCLUÍDA PELA LEI 13.964/19
1ª RECONHECIMENTO: ato de distinguir um elemento como Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada
de potencial interesse para a produção da prova pericial; preferencialmente por perito oficial, que dará o
2ª ISOLAMENTO: ato de evitar que se altere o estado das encaminhamento necessário para a central de custódia,
coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mesmo quando for necessária a realização de exames
mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; complementares.
3ª FIXAÇÃO: descrição detalhada do vestígio conforme se § 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou
encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua processo devem ser tratados como descrito nesta Lei,
posição na área de exames, podendo ser ilustrada por ficando órgão central de perícia oficial de natureza criminal
fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua responsável por detalhar a forma do seu cumprimento.
descrição no laudo pericial produzido pelo perito § 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a
responsável pelo atendimento; remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada
2022/2019/Lei/L13964.htm - art3
como fraude processual a sua realização.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20 2022/2019/Lei/L13964.htm - art3
4ª COLETA: ato de recolher o vestígio que será submetido à Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do
análise pericial, respeitando suas características e natureza; vestígio será determinado pela natureza do material.
5ª ACONDICIONAMENTO: procedimento por meio do qual http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2019/Lei/L13964.htm - art3
cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
de acordo com suas características físicas, químicas e 2022/2019/Lei/L13964.htm - art20
biológicas, para posterior análise, com anotação da data,
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres,
hora e nome de quem realizou a coleta e o
com numeração individualizada, de forma a garantir a
acondicionamento;
inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o
6ª TRANSPORTE: ato de transferir o vestígio de um local transporte. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
para o outro, utilizando as condições adequadas 2022/2019/Lei/L13964.htm - art3
(embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20
a garantir a manutenção de suas características originais,
bem como o controle de sua posse; § 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar
suas características, impedir contaminação e vazamento,
7ª RECEBIMENTO: ato formal de transferência da posse do
ter grau de resistência adequado e espaço para registro de
vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo,
informações sobre seu conteúdo.
informações referentes ao número de procedimento e http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, 2022/2019/Lei/L13964.htm - art3
nome de quem transportou o vestígio, código de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, 2022/2019/Lei/L13964.htm - art20
protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu; § 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- proceder à análise e, motivadamente, por pessoa
2022/2019/Lei/L13964.htm - art3
autorizada. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- 2022/2019/Lei/L13964.htm - art3
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20
8ª PROCESSAMENTO: exame pericial em si, manipulação do
vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas § 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar
características biológicas, físicas e químicas, a fim de se na ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a
obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem
laudo produzido por perito; como as informações referentes ao novo lacre utilizado.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_ 2022/2019/Lei/L13964.htm - art3
9ª ARMAZENAMENTO: procedimento referente à guarda, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20
em condições adequadas, do material a ser processado,
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§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior - Princípio do livre convencimento do juiz
do novo recipiente. (CPP) Art. 155. O juiz formará sua convicção pela
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- livre apreciação da prova produzida em
2022/2019/Lei/L13964.htm - art3 contraditório judicial, não podendo fundamentar
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
sua decisão exclusivamente nos elementos
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20
informativos colhidos na investigação, ressalvadas
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
ter uma central de custódia destinada à guarda e controle (...)
dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente
ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- - Inadmissibilidade das provas ilícitas
2022/2019/Lei/L13964.htm - art3 (CPP) Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
desentranhadas do processo, as provas ilícitas,
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20
assim entendidas as obtidas em violação a normas
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de constitucionais ou legais.
protocolo, com local para conferência, recepção, devolução o
§1 São também inadmissíveis as provas derivadas
de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo
classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um de causalidade entre umas e outras, ou quando as
espaço seguro e apresentar condições ambientais que não derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
interfiram nas características do vestígio. independente das primeiras.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- o
§2 Considera-se fonte independente aquela que
2022/2019/Lei/L13964.htm - art3
por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20
próprios da investigação ou instrução criminal,
seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio
deverão ser protocoladas, consignando-se informações Acerca das provas ilícitas surgiram várias teorias:
sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam. a) Prova ilícita por derivação (fruits of the poisonous tree):
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2019/Lei/L13964.htm - art3
Oriunda do direito norte americano, a teoria dos frutos da
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- árvore envenenada preceitua que todas as provas
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20 decorrentes daquela viciada também são eivadas pelo vício
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio original, portanto, devendo também ser excluídas do
armazenado deverão ser identificadas e deverão ser processo.
registradas a data e a hora do acesso. Havia divergência na doutrina acerca da existência de
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- aludida teoria no direito pátrio, discussão esta que perdeu o
2022/2019/Lei/L13964.htm - art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
sentido com a nova redação do art. 157, §1º, do CPP:
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20 § 1o São também inadmissíveis as provas
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e
todas as ações deverão ser registradas, consignando-se a
outras, ou quando as derivadas puderem ser
identificação do responsável pela tramitação, a destinação, obtidas por uma fonte independente das
a data e horário da ação. primeiras.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2019/Lei/L13964.htm - art3 Todavia, a contaminação das provas decorrentes não é
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- absoluta. Tanto que o legislador previu exceções no §2º, do
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20
art. 157 do CPP:
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá § 2o Considera-se fonte independente aquela que
ser devolvido à central de custódia, devendo nela por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
permanecer. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- próprios da investigação ou instrução criminal,
2022/2019/Lei/L13964.htm - art3 seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20 Destarte, temos as seguintes limitações ou exceções à
prova ilícita por derivação:
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua
espaço ou condições de armazenar determinado material, Teoria ou exceção da fonte independente - se o órgão da
deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as persecução penal demonstrar que obteve legitimamente
condições de depósito do referido material em local novos elementos de informação a partir de uma fonte
diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central autônoma de prova que não guarde qualquer relação de
de perícia oficial de natureza criminal. dependência, nem decorra da prova originariamente ilícita,
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- com esta não mantendo vínculo causal, tais dados
2022/2019/Lei/L13964.htm - art3 probatórios são admissíveis, uma vez que não estão
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2019/Lei/L13964.htm - art20
contaminados pelo vício da ilicitude originária. Essa teoria já
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era adotada pelo STF, inclusive no julgado do RHC 90376, b) Teoria do Encontro Fortuito de Provas
mesmo antes de ser foi inserida no artigo 157, parágrafo Ocorre quando a autoridade policial, no cumprimento de
primeiro. uma diligência, casualmente encontra provas que não estão
na linha do desdobramento normal da investigação, tais
Teoria da descoberta inevitável - essa limitação será elementos serão considerados válidos. (Ex: Se durante uma
aplicável caso se demonstre que aprova seria produzida de interceptação telefônica casualmente for descoberto um
qualquer maneira, independentemente da prova ilícita que crime de detenção é possível usar as gravações colhidas).
a originou. Essa teoria será aplicável caso se demonstre que
a prova seria produzida (plano meramente hipotético, não
havendo necessidade de produção, o que a diferencia da
3.1. Exame do corpo de delito e perícias em
prova de fonte independente, onde é efetivamente geral.
produzida) de qualquer maneira, independentemente da (CPP) Art. 158. Quando a infração deixar
prova ilícita originária. Também é chamada de Teoria da vestígios, será indispensável o exame de corpo
Exceção da Fonte Hipotética. Ex. mediante tortura, o de delito, direto ou indireto, não podendo
suspeito confessa onde se encontra o cadáver que é supri-lo a confissão do acusado.
encontrado pela polícia. (Ocorre que, centenas de
1. FINALIDADE: comprovar a materialidade das infrações
populares já vasculhavam o local indicado). Ocorre que não
(JUSTA CAUSA) que deixam vestígios. (delitos não
é possível se valer dessa teoria com base em meros
argumentos especulativos. Sendo imprescindível a trausentes).
existência de dados concretos que demonstrem que a 2. TIPOS:
descoberta seria inevitável.
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área específica, dentre as que tiverem habilitação 6. PRIORIDADE DO EXAME DE CORPO DE DELITO (Art. 158,
técnica relacionada com a natureza do exame. §único, CPP)
o
§ 2 Os peritos não oficiais prestarão o (CPP) Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à
compromisso de bem e fielmente desempenhar o realização do exame de corpo de delito quando se
encargo. tratar de crime que envolva: (Incluído dada pela
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser Lei nº 13.721, de 2018)
feito em qualquer dia e a qualquer hora. I - violência doméstica e familiar contra mulher;
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou
5. EXAME E CRIMES: pessoa com deficiência.
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§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre - Ofendido: vítima ou sujeito passivo do crime.
a existência de filhos, respectivas idades e se possuem - Condução: se intimado e deixar de comparecer. (Art. 201,
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual §1º, CPP)
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
- Comunicação sobre a entrada e saída do agressor (Art.
presa
201, §2º, CPP)
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes:
sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos.
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados 3.5. Testemunhas.
separadamente. 1. Testemunha: pessoa imparcial que declara o que sabe ao
- Videoconferência: excepcional juiz (autoridade) o que sabe sobre o caso, por meio de
compromisso com a verdade.
- Entrevista pessoal com o defensor. Juiz deve advertir o
(CPP) Art. 202. Toda pessoa poderá ser
direito ao silêncio (Art. 186, CPP).
testemunha.
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de
honra, a promessa de dizer a verdade do que
3.3. Confissão. souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu
(CPP) Art. 197. O valor da confissão se aferirá nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua
pelos critérios adotados para os outros elementos profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é
de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá parente, e em que grau, de alguma das partes, ou
confrontá-la com as demais provas do processo, quais suas relações com qualquer delas, e relatar o
verificando se entre ela e estas existem que souber, explicando sempre as razões de sua
compatibilidade ou concordância. ciência ou as circunstâncias pelas quais possa
avaliar-se de sua credibilidade.
Art. 198. O silêncio do acusado não importará
confissão, mas poderá constituir elemento para a 2. PODEM EXIMIR-SE: ascendente, descendente, afim de
formação do convencimento do juiz. linha reta, cônjuge (companheiro). Poderão ser ouvidas,
Conceito: Declaração voluntária por parte do réu em que mas NÃO PRESTAM COMPROMISSO.
reconhece (total ou parcialmente), a veracidade da - OUVIDAS COMO MERO INFORMANTES.
imputação. (CPP) Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se
- Atenuante: art. 65, III, d, CP da obrigação de depor. Poderão, entretanto,
recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente,
o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que
desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho
adotivo do acusado, salvo quando não for possível,
por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do
fato e de suas circunstâncias.
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que
alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais
e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às
pessoas a que se refere o art. 206
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ii. Busca domiciliar: AUTORIZAÇÃO JUDICIAL (de dia) Talles e nem na oitiva de Rosa na condição de testemunha,
Exceto: flagrante; desastre; prestar socorro (ou autorização já que devidamente arrolada pelo Ministério Público.
do morador). B) teria direito de anular a instrução probatória com
Para (Art. 240, §1º): a) prender criminosos; b) apreender fundamento na ausência de Tiago no interrogatório de
coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; c) Talles e na oitiva de Rosa na condição de testemunha.
apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e C) não teria direito de anular a instrução probatória com
objetos falsificados ou contrafeitos; d) apreender armas e base na sua ausência no interrogatório de Talles, mas
munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou deveria questionar a oitiva de Rosa como testemunha, já
destinados a fim delituoso; e) descobrir objetos necessários que ela poderia se recusar a prestar declarações
à prova de infração ou à defesa do réu; f) apreender cartas, D) não teria direito de anular a instrução probatória com
abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, base na sua ausência no interrogatório de Talles, mas
quando haja suspeita de que o conhecimento do seu deveria questionar a oitiva de Rosa como testemunha, pois,
conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; g) apreender em que pese seja obrigada a prestar declarações, deveria
pessoas vítimas de crimes; h) colher qualquer elemento de ser ouvida na condição de informante, sem compromisso
convicção. legal de dizer a verdade.
CASA: “em compartimento habitado ou em aposento
ocupado de habitação coletiva ou em compartimento não
aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou 2. Fagner, irmão de Vitor, compareceu à Delegacia e narrou
atividade.” (art. 246, CPP) que foi vítima de agressões que lhe causaram lesão corporal
de natureza leve. Afirmou Fagner, em sede policial, que
Vitor desferiu um soco em seu rosto, deixando a agressão
iii. BUSCA PESSOAL: autoridade policial ou juiz. Segurança vestígios, mas esclareceu que não necessitou de
particular não pode fazer busca pessoal. atendimento médico. Apesar de demonstrar interesse
(CPP) Art. 244. A busca pessoal independerá de inequívoco em ver seu irmão responsabilizado
mandado, no caso de prisão ou quando houver criminalmente pelo ato praticado, não assinou termo de
fundada suspeita de que a pessoa esteja na representação formal, além de não realizar exame de corpo
posse de arma proibida ou de objetos ou papéis de delito. Vitor foi denunciado pela prática do crime do Art.
que constituam corpo de delito, ou quando a 129, § 9º, do Código Penal.
medida for determinada no curso de busca
domiciliar. Durante a instrução, Fagner não foi localizado para ser
ouvido, não havendo outras testemunhas presenciais. Vitor,
em seu interrogatório, contudo, confirmou que desferiu um
3.11. Questões soco no rosto de seu irmão. Em relação aos documentos do
processo, consta apenas a Folha de Antecedentes Criminais
1. O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Tiago
do acusado.
e Talles, imputando-lhes a prática do crime de sequestro
qualificado, arrolando como testemunhas de acusação a Considerando apenas as informações narradas na hipótese,
vítima, pessoas que presenciaram o fato, os policiais qual a tese de direito processual deverá ser arguida em
responsáveis pela prisão em flagrante, além da esposa do favor de Fagner?
acusado Tiago, que teria conhecimento sobre o ocorrido.
Na audiência de instrução e julgamento, por ter sido
GABARITO
arrolada como testemunha de acusação, Rosa, esposa de
Tiago, compareceu, mas demonstrou que não tinha 1. C.
interesse em prestar declarações. O Ministério Público
insistiu na sua oitiva, mesmo com outras testemunhas
2. Gabarito: A tese a ser arguida em favor de Fagner é: não
tendo conhecimento sobre os fatos. Temendo pelas
existe prova da materialidade, pois, quando a infração penal
consequências, já que foi prestado o compromisso de dizer
deixa vestígios, o exame de corpo de delito é indispensável,
a verdade perante o magistrado, Rosa disse o que tinha
não podendo supri-lo a confissão do acusado.
conhecimento, mesmo contra sua vontade, o que veio a
prejudicar seu marido. Por ocasião dos interrogatórios,
Tiago, que seria interrogado por último, foi retirado da sala
de audiência enquanto o corréu prestava suas declarações,
apesar de seu advogado ter participado do ato. Com base
nas previsões do Código de Processo Penal, considerando
apenas as informações narradas, Tiago
A) não teria direito de anular a instrução probatória com
fundamento na sua ausência durante o interrogatório de
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1º) Não ser caso de arquivamento – Só é possível fazer o Além disso, também é necessária a confissão do agente.
acordo quando for viável a persecução penal. Questão: o acordo de não persecução penal é
2º) Infração penal sem violência ou grave ameaça. discricionário?
A doutrina interpreta que essa violência ou grave ameaça O ideal é estabelecer que vigora a ideia de
deve ser perpetrada na conduta e não no resultado. discricionariedade, ou seja, juiz não pode se sobrepor ao
MP para dar o acordo.
Exemplo 1: o agente dá um soco na vítima e pega sua bolsa.
Trata-se de crime de roubo e não há a admissão do acordo. As condições estão dispostas no art. 28-A, caput e incisos:
(CPP) Art. 28-A: “Não sendo caso de arquivamento
Exemplo 2: um indivíduo está dirigindo uma moto, perde o
e tendo o investigado confessado formal e
controle e atropela uma pessoa. Neste caso, houve circunstancialmente a prática de infração penal
violência, mas ela ocorreu no resultado. Neste caso, admite- sem violência ou grave ameaça e com pena mínima
se o acordo. inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público
Enunciado 23, CNPG: “É cabível o acordo de não persecução poderá propor acordo de não persecução penal,
penal nos crimes culposos com resultado violento, uma vez desde que necessário e suficiente para reprovação
e prevenção do crime, mediante as seguintes
que, nos delitos dessa natureza, a conduta consiste na
condições ajustadas cumulativa e
violação de um dever de cuidado por negligência, imperícia alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de
ou imprudência, cujo resultado é involuntário, não desejado 2019)
e nem aceito pelo agente, apesar de previsível.”
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima,
3º) Pena mínima inferior a 4 anos. exceto na impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
Requisitos negativos:
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos
O art. 28-A, §1º do CPP estabelece que, como se trabalha
indicados pelo Ministério Público como
com a pena mínima cominada ao delito, quando se tratar de instrumentos, produto ou proveito do crime;
causa de aumento, ela deve ser aumentada no mínimo (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
possível. De outro lado, quando se tratar de uma causa de
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades
diminuição, haverá a diminuição no máximo possível para públicas por período correspondente à pena
se obter a pena mínima cominada ao delito. mínima cominada ao delito diminuída de um a dois
Os requisitos negativos estão dispostos no art. 28-A, §2º, terços, em local a ser indicado pelo juízo da
CPP: execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
CPP, art-28-A, §§1º e 2º: “§1º Para aferição da pena mínima (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo,
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada
serão consideradas as causas de aumento e diminuição nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7
aplicáveis ao caso concreto. de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade
§2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas pública ou de interesse social, a ser indicada pelo
seguintes hipóteses: juízo da execução, que tenha, preferencialmente,
como função proteger bens jurídicos iguais ou
I - se for cabível transação penal de competência dos semelhantes aos aparentemente lesados pelo
Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; delito; ou
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos V - cumprir, por prazo determinado, outra
probatórios que indiquem conduta criminal habitual, condição indicada pelo Ministério Público, desde
reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as que proporcional e compatível com a infração
infrações penais pretéritas; penal imputada.
5. Controle jurisdicional
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos
anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não Necessariamente, deve haver homologação judicial
do acordo.
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GABARITO
1. A. Havia flagrante, na modalidade presumido, quando os
autores do crimes são achados com os objetos do crime. A
situação de flagrância está prevista no artigo 302, IV, CPP,
quando o agente é encontrado, logo depois da conduta
criminosa, com os objetos ou papéis que façam presumir
ser ele autor da infração. B. A audiência de custódia deverá
ser realizada no prazo de 24 horas, sob pena de ser a prisão
considerada ilegal, a não ser que seja apresentada
motivação idônea (Art. 310, §4º, CPP). Assim, sendo a
prisão ilegal o juiz deverá relaxar a prisão, conforme o art.
310, I, do CPP).
5. RESTRIÇÃO DE LIBERDADE
MEDIDAS CAUTELARES:
A. Medidas cautelares privativa de liberdade: prisão
temporária; preventiva e a domiciliar;
B. Medidas cautelares de contracautela: liberdade
provisória com ou sem fiança
C. Medidas cautelares restritivas do art. 319, CPP
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* a prisão em flagrante perdeu seu caráter cautelar para ser G) RETARDADO OU DIFERIDO: Ação controlada (Art. 8º,
mero ato administrativo. Lei 12.850/13) ou policial infiltrado - retardar a
** prisão preventiva será sempre o último recurso. Ela intervenção para uma eficaz formação de provas –
poderá ser propriamente dita; oriunda em flagrante; comunicação prévia – (espécie do esperado)
decorrente de pronúncia ou de sentença condenatória
recorrível. OBS.: Crimes permanentes: crimes permanentes são
aqueles cuja consumação se prolonga no tempo e, durante
esse período, o agente detém o poder de fazer cessar a
5.1. PRISÃO EM FLAGRANTE.
execução do delito a qualquer momento.
(CPP) Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades
Exemplos: extorsão mediante sequestro, sequestro ou
policiais e seus agentes deverão prender quem quer que
cárcere privado, algumas modalidades de tráfico de drogas
seja encontrado em flagrante delito.
(manter em depósito, guardar etc).
A prisão em flagrante em crimes permanentes é possível,
1. ESTADO DE FLAGRÂNCIA (TIPOS) pelo menos enquanto não cessar a permanência.
(CPP) Art. 302. Considera-se em flagrante delito
quem:
2. DURAÇÃO: 24 HORAS – a autoridade policial deve
I - está cometendo a infração penal;
comunicar em 24 horas a prisão a autoridade judiciária.
II - acaba de cometê-la;
Art. 306, CPP – COMUNICAÇÃO; JUIZ, MP, FAMÍLIA, DP.
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo Obs.: Apesar da maioria da doutrina entender que o
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que
flagrante torna-se ilegal se não houver a comunicação no
faça presumir ser autor da infração;
prazo determinado, o STF entende que trata- se mera
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, responsabilidade funcional.
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser
ele autor da infração. (presumido)
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se 3. PROCEDIMENTO
o agente em flagrante delito enquanto não cessar a
permanência. i. CAPTURA e CONDUÇÃO
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente,
ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua
- FLAGRANTE FACULTATIVO OU COERCITIVO (ART. 301, assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de
CPP) entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório
- FLAGRANTE (ART. 302, CPP): do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo,
A) PRÓPRIO (VISUAL): I e II após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a
autoridade, afinal, o auto.
B) IMPRÓPRIO: III – elemento volitivo (perseguição – art.
290, §1º, CPP); temporal (logo após); fático Em relação à captura, tem-se que:
(circunstância). * Emprego de força – Nesse caso, deve-se trazer os mesmos
C) PRESUMIDO: IV – elemento temporal (logo depois); ensinamentos relativos à legítima defesa, isto é, é possível
fático (posse dos produtos) utilizar a força desde que haja uma agressão injusta e desde
que o agente se utilize dos meios necessários de maneira
Cuidado!!
moderada.
D) ESPERADO: em que a autoridade policial se antecipa,
* CPP, art. 292: “Se houver, ainda que por parte de
aguarda e realiza a prisão quando os atos executórios
terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à
são iniciados (: quando a polícia tem notícia da prática
determinada por autoridade competente, o executor e as
do crime – aguarda passivamente o início do crime –
pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios
lícito
necessários para defender-se ou para vencer a resistência,
E) PREPARADO: quando o agente teria sido induzido a do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas
prática da infração penal, SÚMULA 145 do STF (“não há testemunhas.”
crime, quando a preparação do flagrante pela polícia
* Instrumentos de menor potencial ofensivo: instrumentos
torna impossível a sua consumação”); e
de menor potencial ofensivo são armas não letais (exemplo:
F) FORJADO: realizado para incriminar um inocente e no cacetete, spray de pimenta etc). A Lei 13.060/2014 cuida
qual quem prática ato ilícito é aquele que forja a ação.( : desse assunto e afirma que tais instrumentos devem ser
fato atípico - quem pratica o crime é quem efetua a utilizados prioritariamente pelos órgãos de segurança
prisão – prova obtida por meio ilícito pública
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2. Requisitos e pressupostos da preventiva 1.512/51; Lei 7.134/83; Lei 7.492/86; Lei 8.078/90; Lei
8.137/90; Lei 8.176/91; Lei 9.279/96; Lei 9.613/98);
I. REQUISITOS:
b.3) garantia de aplicação da lei penal: dados concretos que
ART. 313, CPP :
demonstrem que o acusado pretende fugir, inviabilizando a
A) CRIME DOLOSO + PENA MÁXIMA DE 4 ANOS; futura execução da pena. Não se pode presumir a fuga. Para
B) REINCIDENTE específico de crime doloso (não importa a os tribunais uma ausência momentânea, seja para evitar
pena); uma prisão em flagrante, seja para evitar uma prisão
decretada arbitrariamente, não autoriza a decretação da
C) CRIME DOLOSO + VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (não importa a
prisão preventiva.
pena);
b.4) conveniência da instrução criminal: visa impedir que o
(Para os tribunais o descumprimento das medidas
agente cause prejuízos a produção da prova.
protetivas, por si só não autoriza a decretação da prisão
preventiva. Que deve ser conjugada com a garantia da b.5) descumprimento das cautelares diversas da prisão: em
ordem pública, garantia de aplicação da lei penal ou último caso. (Art. 282, §4º, CPP)
conveniência da instrução criminal.) ¹ VEDAÇÃO: Não inclui: clamor público, credibilidade da
justiça e a gravidade abstrato da conduta§
(CPP) Art. 314. A prisão preventiva em nenhum
§1º Condução coercitiva para efeitos de identificação
caso será decretada se o juiz verificar pelas provas
(nunca interrogatório) – crimes dolosos ou culposos
constantes dos autos ter o agente praticado o fato
(contravenções); nas condições previstas nos incisos I, II e III do
o
§ § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva caput do art. 23 do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de
com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena dezembro de 1940 - Código Penal.
ou como decorrência imediata de investigação criminal ou ² DECISÃO FUNDAMENTADA.
da apresentação ou recebimento de denúncia (CPP) Art. 315. A decisão que decretar, substituir
(CONTEMPORANEIDADE DO PERIGO libertatis) ou denegar a prisão preventiva será sempre
motivada e fundamentada.
§ 1º Na motivação da decretação da prisão
II. PRESSUPOSTOS DA PRISÃO PREVENTIVA:
preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz
(CPP Art. 312. A prisão preventiva poderá ser deverá indicar concretamente a existência de fatos
decretada como garantia da ordem pública, da novos ou contemporâneos que justifiquem a
ordem econômica, por conveniência da instrução aplicação da medida adotada. (Incluído pela Lei
criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal nº 13.964, de 2019) (Vigência)
(PERICULUM LIBERTATIS), quando houver prova
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer
da existência do crime e indício suficiente de
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
autoria e de perigo gerado pelo estado de
acórdão, que:
liberdade do imputado. (FUMUS COMISSI DELICTI)
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à
1º A prisão preventiva também poderá ser
paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
decretada em caso de descumprimento de
relação com a causa ou a questão decidida;
qualquer das obrigações impostas por força de
o
outras medidas cautelares (art. 282, § 4 ). II - empregar conceitos jurídicos indeterminados,
sem explicar o motivo concreto de sua incidência
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva
no caso;
deve ser motivada e fundamentada em receio de
perigo e existência concreta de fatos novos ou III - invocar motivos que se prestariam a justificar
contemporâneos que justifiquem a aplicação da qualquer outra decisão;
medida adotada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos
2019) no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
Fumus comissi delicti (materialidade do crime e indícios de V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado
de súmula, sem identificar seus fundamentos
autoria)
determinantes nem demonstrar que o caso sob
+ julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
Periculum Libertatis VI - deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
b.1 garantia da ordem pública (quando ficar demostrada a
sem demonstrar a existência de distinção no caso
reiteração delituosa – não considera clamor público ou em julgamento ou a superação do entendimento.
social);
III. REGOVAGÇÃO E PRAZO
b.2. garantia da ordem econômica (assemelha-se com a
(CPP) Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido
ordem pública – risco de reiteração delituosa, porém no
das partes, revogar a prisão preventiva se, no
tocante aos crimes contra a ordem econômica – Lei
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correr da investigação ou do processo, verificar a II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não
falta de motivo para que ela subsista, bem como fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que identidade;
a justifiquem.
III - quando houver fundadas razões, de acordo com
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva,
qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
deverá o órgão emissor da decisão revisar a
necessidade de sua manutenção a cada 90 participação do indiciado nos crimes listados pela lei;
(noventa) dias, mediante decisão fundamentada,
de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
3. Prisão Domiciliar
(CPP) Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à
IV. PRISÃO TEMPORÁRIA mulher gestante ou que for mãe ou responsável
por crianças ou pessoas com deficiência será
Durante o IP;
substituída por prisão domiciliar, desde que: (“o
Natureza Inquisitiva; juiz também poderá vedar a referida concessão de
Para os crimes: Art. 1º, III. (rol taxativo); prisão domiciliar desde que em “em situações
excepcionalíssimas, as quais deverão ser
Fumus comissi delicti: quando houver fundadas devidamente fundamentadas pelo juízes que
razões, de acordo com qualquer prova admitida na denegarem o benefício", conforme decidido no
legislação penal, de autoria ou participação do HC-Coletivo 143.641”)
indiciado nos crimes listados pela lei; I - não tenha cometido crime com violência ou
Prazo: 5 dias (prorrogáveis por mais 5) – CH: 30d grave ameaça a pessoa;
(+30d) II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou
dependente
PRESSUPOSTOS:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito
policial;
# HC 437.535-SP (informativo 632), onde foi decidido que “a prática de contravenção penal, no âmbito de violência
doméstica, não é motivo idôneo para justificar a prisão preventiva do réu".
# A prisão temporária é prevista na lei 7.960/89 e, conforme já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, deve ser decretada,
como toda prisão cautelar, de acordo, com os princípios da não culpabilidade e da proporcionalidade “de modo que sua
decretação só pode ser considerada legítima caso constitua medida comprovadamente adequada e necessária ao
acautelamento da fase pré-processual, não servindo para tanto a mera suposição de que o suspeito virá a comprometer a
atividade investigativa" (HC 379690 / SP).
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3. Procedimento.
Art. 4º. § 6º O juiz não participará das negociações
realizadas entre as partes para a formalização do
acordo de colaboração, que ocorrerá entre o
delegado de polícia, o investigado e o defensor,
com a manifestação do Ministério Público, ou,
conforme o caso, entre o Ministério Público e o
investigado ou acusado e seu defensor.
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste
artigo, serão remetidos ao juiz, para análise, o
respectivo termo, as declarações do colaborador e
cópia da investigação, devendo o juiz ouvir
sigilosamente o colaborador, acompanhado de seu
defensor, oportunidade em que analisará os
seguintes aspectos na homologação:
I - regularidade e legalidade;
II - adequação dos benefícios pactuados àqueles
previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo,
sendo nulas as cláusulas que violem o critério de
definição do regime inicial de cumprimento de
pena do art. 33 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), as regras de
cada um dos regimes previstos no Código Penal e
na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de
Execução Penal) e os requisitos de progressão de
regime não abrangidos pelo § 5º deste artigo;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - adequação dos resultados da colaboração aos
resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e
V do caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
IV - voluntariedade da manifestação de vontade,
especialmente nos casos em que o colaborador
está ou esteve sob efeito de medidas cautelares.
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6. AGENTE INFILTRADO
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia
em tarefas de investigação, representada
pelo delegado de polícia ou requerida pelo
Ministério Público, após manifestação
técnica do delegado de polícia quando
solicitada no curso de inquérito policial,
será precedida de circunstanciada,
motivada e sigilosa autorização judicial,
que estabelecerá seus limites.
§ 1º Na hipótese de representação do
delegado de polícia, o juiz competente,
antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
(...)
§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo
de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de
eventuais renovações, desde que
5. AÇÃO CONTROLADA comprovada sua necessidade.
Art. 8º Consiste a ação controlada em Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes
retardar a intervenção policial ou de polícia infiltrados virtuais, obedecidos os
administrativa relativa à ação praticada por requisitos do caput do art. 10, na internet,
organização criminosa ou a ela vinculada, com o fim de investigar os crimes previstos
desde que mantida sob observação e nesta Lei e a eles conexos, praticados por
acompanhamento para que a medida legal se organizações criminosas, desde que
concretize no momento mais eficaz à demonstrada sua necessidade e indicados o
formação de provas e obtenção de alcance das tarefas dos policiais, os nomes
informações. ou apelidos das pessoas investigadas e,
§ 1º O retardamento da intervenção policial quando possível, os dados de conexão ou
ou administrativa será previamente cadastrais que permitam a identificação
comunicado ao juiz competente que, se for o dessas pessoas.
caso, estabelecerá os seus limites e Art. 13. O agente que não guardar, em sua
comunicará ao Ministério Público. atuação, a devida proporcionalidade com a
§ 2º A comunicação será sigilosamente finalidade da investigação, responderá pelos
distribuída de forma a não conter excessos praticados.
informações que possam indicar a operação a Parágrafo único. Não é punível, no âmbito
ser efetuada. da infiltração, a prática de crime pelo
§ 3º Até o encerramento da diligência, o agente infiltrado no curso da investigação,
acesso aos autos será restrito ao juiz, ao quando inexigível conduta diversa.
Ministério Público e ao delegado de polícia,
como forma de garantir o êxito das
investigações.
8. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA:
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á conceito, provas ilícitas e
auto circunstanciado acerca da ação disposições legais (Lei nº
controlada.
9.296/1996).
Art. 9º Se a ação controlada envolver
Material separado.
transposição de fronteiras, o retardamento da
intervenção policial ou administrativa
somente poderá ocorrer com a cooperação
das autoridades dos países que figurem como
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9. PROCEDIMENTO
Art. 394, CPP
ORDINÁRIO (⤒ 4 ANOS)
SUMÁRIO (⤓4A ⤒2A)
SUMARÍSSIMO (JECRIM - = ⤓ 2 ANOS E CONTRAVENÇÕES PENAIS)
I. ORDINÁRIO
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II. JECRIM
AUDIÊNCIA PRELIMINAR
1. COMPOSIÇÃO CIVIL DE DANOS (VÍTIMA E AUTOR DO FATO): gera renúncia na ação privada e condicionada a
representação (extinção de punibilidade) (pública incondicionada o processo continua) – HOMOLOGADO PELO JUIZ
2. TRANSAÇÃO PENAL( MP E AUTOR DO FATO): Aplicação de pena alternativa – HOMOLOGADO PELO JUIZ (SV.35 DO
STF – não cumprida as condições o MP pode oferecer denúncia)
SURSIS PROCESSUAL (MP E AUTOR DO FATO)
A) REQUSITOS: pena mínima de 1 ano (JECRIM ou vara)
B) CONDIÇÕES: Penas alternativas que suspenderão o processo de 2 a 4 anos, ao final o juiz irá declarar extinto o
processo e a punibilidade do acusado.
C) RECURSO: APELAÇÃO (JECRIM) E RESE(VARA CRIMINAL)
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* PROCEDIMENTO ESPECIAL:
a. Lei de drogas
DELAÇÃO PREMIADA: Art. 41. O indiciado ou acusado que
colaborar voluntariamente com a investigação policial e o
processo criminal na identificação dos demais co-autores ou
partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do
produto do crime, no caso de condenação, terá pena
reduzida de um terço a dois terços.
LAUDO PERICIAL: Art. 50. § 1º Para efeito da lavratura do
auto de prisão em flagrante e estabelecimento da Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar
materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação (...)
da natureza e quantidade da droga, firmado por perito
oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de
CONCLUSÃO DO INQUÉRITO: 30 D(preso) 90D (solto) Art.
suas entidades autárquicas ou empresas públicas,
51.
excluídas as contravenções e ressalvada a competência da
Defesa prévia: Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por
LEI DE SEGURANÇA NACIONAL (EXPOR OU LESÃO):
escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
(REVOGADA)
Isenção de pena; Art. 45. É isento de pena o agente que, em
1. INTEGRIDADE TERRITORIAL E DA SOBERANIA
razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso
NACIONAL;
fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou
da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal 2. REGIME REPRESENTATIVO E DEMOCRÁTICO, DA
praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito FEDERAÇÃO OU ESTADO DE DIREITO;
do fato ou de determinar-se de acordo com esse 3. DA PESSOA DOS CHEFES DOS PODERES DA UNIÃO.
entendimento
DOLO ESPECÍFICO: MOTIVAÇÃO POLÍTICA;
b. Funcionário Publico
RECURSO: ROC (STF)
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou
queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e
ordenará a notificação do acusado, para responder por
escrito, dentro do prazo de quinze dias. Parágrafo
único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou
este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado
defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar.
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1. crimes contra a honra pela internet a competência é do * Exceção: embarcações e aeronaves militares (Justiça
local onde a vítima tomou ciência Militar)
2. crime praticado na rede mundial de computadores, a
internet, é da JUSTIÇA FEDERAL OBS: * Aspecto territorial – crimes praticados a bordo de
Obs: salvo quando for algo privado, uma mensagem no navios e aeronaves:
direct por exemplo, ai vai ser JUSTIÇA ESTADUAL - Viagens nacionais: primeiro local em que o navio
Obs. Compete à Justiça Federal apreciar o pedido de ou aeronave parar.
medida protetiva de urgência decorrente de crime de - Viagens internacionais: No local da chegada ou
ameaça contra a mulher cometido por meio de rede social local da saída.
de grande alcance, quando iniciado no estrangeiro e o seu
* Aspecto territorial – crimes praticados a bordo de navios e
resultado ocorrer no Brasil. STJ. 3ª Seção.CC 150712-SP,
aeronaves:
Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/10/2018 (Info
636) Território brasileiro:
a. Solo (fronteiras), rios, baías, portos;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere b. Mar territorial (até 12 milhas marítimas)
o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda c. Espaço aéreo (cobre o território)
Constitucional nº 45, de 2004) d. Território por extensão: aeronaves e navios
Incluído pela EC 45/2004 – federalização dos crimes que públicos ou a serviço do governo brasileiro (ou as
afrontem os direitos humanos. privadas em território brasileiro)
Art. 109, §5º - Incidente de descolamento de competência * Direito de passagem inocente: embarcações que estão
apenas de passagem; infrações que não atinjam a paz,
Ex.: Caso Doroty Stang (missionária americana assassinada
segurança e boa ordem brasileira.
no Pará) – STJ indeferiu, pois exigiu além dos requisitos
legais a existência de algum obstáculo na esfera estadual
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de
casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o
ordem econômico-financeira; "exequatur", e de sentença estrangeira, após a
homologação, as causas referentes à nacionalidade,
Art. 197 a 207 do CP – todavia somente será de inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
competência da justiça federal no caso de ofensa à
coletividade. - Infrações penais cometidas para ingressar ou permanecer
no país de forma irregular, o ingresso e a permanência
- No caso de ofensa a interesses individuais a
irregular em si não é crime, sendo tratada na esfera
competência é da Justiça Estadual.
administrativa
- Súmula 115, TRF.
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
Necessidade de previsão expressa na legislação ordinária
da competência federal. Da coletividade indígena, e não do índio individualizado.
- Art. 2, II, Lei 9613/98 – Lavagem de Dinheiro Súmula 140, STJ
* Situação peculiar: como as leis (Lei 8137/90 e 8176/91) (OAB.2018) Na cidade de Angra dos Reis, Sérgio encontra
que tratam dos crimes contra a ordem econômico- um documento adulterado (logo, falso), que,
financeira não fizeram expressa previsão, eles serão originariamente, fora expedido por órgão estadual.
apreciados pelo justiça estadual, exceto se tratar de Valendo-se de tal documento, comparece a uma agência da
matéria do inc. IV. Caixa Econômica Federal localizada na cidade do Rio de
Janeiro e apresenta o documento falso ao gerente do
VII - os habeas corpus , em matéria criminal de sua
estabelecimento.
competência ou quando o constrangimento provier de
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a Desconfiando da veracidade da documentação, o gerente
outra jurisdição; (...) do estabelecimento bancário chama a Polícia, e Sérgio é
preso em flagrante, sendo denunciado pela prática do crime
- Art. 5º, LXVIII e LXIX de uso de documento falso (Art. 304 do Código Penal)
- Autoridade coatora federal perante uma das Varas Criminais da Justiça Estadual da
cidade do Rio de Janeiro.
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves,
ressalvada a competência da Justiça Militar; Considerando as informações narradas, de acordo com a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o advogado
Navios (exceto os de pequeno porte) de Sérgio deverá
- Qualquer aeronave
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A. alegar a incompetência, pois a Justiça Federal será ter entregue o passaporte falsificado no interior de um
competente, devendo ser considerada a cidade de Angra hospital federal na cidade de Antonésia (PR), onde Lucas
dos Reis para definir o critério territorial. aguardava uma consulta.
B. alegar a incompetência, pois a Justiça Federal será D. Exceção de incompetência, por entender que o juízo
competente, devendo ser considerada a cidade do Rio de natural seria uma das Varas Criminais Federais da Seção
Janeiro para definir o critério territorial. Judiciária do Estado de São Paulo, em razão de Lucas ter
tentado embarcar para os EUA manuseando o passaporte
C. alegar a incompetência, pois, apesar de a Justiça Estadual
falso confeccionado por Bento
ser competente, deverá ser considerada a cidade de Angra
dos Reis para definir o critério territorial. Súmula 546 do Superior Tribunal de Justiça:
“A competência para processar e julgar o crime de uso de
D. reconhecer a competência do juízo perante o qual foi
documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão
apresentada a denúncia.
ao qual foi apresentado o documento público, não
(OAB.2022) Tendo sido admitido a cursar uma importando a qualificação do órgão expedidor".
universidade nos Estados Unidos da América (EUA), cuja
apresentação deveria ocorrer em 05 (cinco) dias, Lucas Súmula 200 do STJ “O Juízo Federal competente para
verificou que o seu passaporte brasileiro estava vencido e processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte
entrou em contato com Bento, na cidade de Algarve, no falso é o do lugar onde o delito se consumou"
Estado do Paraná, o qual lhe entregaria um passaporte
(FGV.2022) A respeito da competência no Processo Penal,
feito pelo mesmo, idêntico ao expedido pelas autoridades
considerando as disposições do Código de Processo Penal,
brasileiras.
da Constituição da República, das leis processuais penais
Lucas fez a transferência da quantia de R$ 5.000,00 (cinco especiais e da jurisprudência atualizada do Superior
mil reais) para a conta corrente de Bento numa agência Tribunal de Justiça, analise as afirmativas a seguir e assinale
bancária situada na cidade de Vigo (PR). Confirmado o (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
depósito, Lucas se encontrou com Bento no interior de um
( ) Leônidas, policial militar lotado no Estado do Rio Grande
hospital federal, onde o primeiro aguardava uma consulta,
do Sul, cometeu um crime militar no Estado de São Paulo.
na cidade de Antonésia (PR).
Desse modo, compete à Justiça Militar do Estado de São
Já no aeroporto de São Paulo, Lucas apresentou às Paulo julgá-lo.
autoridades brasileiras o passaporte feito por Bento,
( ) Compete à Justiça Estadual julgar a conduta delituosa de
oportunidade em que a polícia federal constatou que o
divulgar pelo Facebook mensagens de cunho
mesmo era falso.
discriminatório contra o povo judeu.
Lucas foi preso em flagrante delito. O Ministério Público do
( ) Um índio que comete furto a um estabelecimento
Estado de São Paulo ofereceu denúncia contra Lucas pelo
comercial deverá ser julgado pela Justiça Federal.
crime de uso de documento falso, a qual foi recebida pelo
juízo da 48ª Vara Criminal da Comarca da Capital (SP), ( ) A competência para julgar crimes contra agência
oportunidade em que foi posto em liberdade, sendo-lhe franqueada dos Correios é da Justiça Estadual
impostas duas medidas cautelares diversas da prisão. As afirmativas são, na ordem apresentada,
O advogado de Lucas foi intimado para apresentar respectivamente,
resposta à acusação, oportunidade em que se insurgiu A. F – F – F – V.
contra a incompetência absoluta do juízo da 48ª Vara
B. F – V – V – V.
Criminal da Comarca da Capital (SP).
C. V – F – V – F.
Assinale a opção que indica a peça processual em que o
advogado de Lucas deverá arguir a relatada D. V – V – F – F.
incompetência. Súmula 78 do STJ. compete à Justiça Militar processar e
A. Exceção de incompetência, por entender que o juízo julgar policial de corporação estadual, ainda que o delito
natural seria uma das Varas Criminais da Comarca de Vigo tenha sido praticado em outra unidade federativa.
(PR), onde se consumou o crime imputado, haja vista que a Súmula 140 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual
compra do passaporte se aperfeiçoou na cidade em que processar e julgar crime em que o indígena figure como
Bento possuía conta bancária e recebeu a quantia de R$ autor ou vítima.
5.000,00 (cinco mil reais).
“Competência no caso de crimes cometidos contra agências
B. Na própria resposta à acusação, sustentando que o juízo dos Correios: Se a agência for própria: competência da
natural seria uma das Varas Criminais da Comarca de Justiça Federal. Sendo agência franqueada, a competência é
Algarve (PR), onde o passaporte falso foi confeccionado. da Justiça Estadual. STJ. 3ª Seção. CC 122596-SC, Rel. Min.
C. Na própria resposta à acusação, por entender que o Sebastião Reis Júnior, julgado em 8/8/2012 (Info 501).”
juízo natural seria uma das Varas Criminais Federais da
Seção Judiciária do Estado do Paraná, em razão de Bento
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Federal (forças armadas e civis que cometam crimes Utiliza-se o critério da prevenção.
militares)
o
Art. 9º, §1º - “§ 1 Os crimes de que trata este artigo,
quando dolosos contra a vida e cometidos por militares
contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri. ”
o
Art. 9º, § 2 Os crimes de que trata este artigo, quando
dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças
Armadas contra civil, serão da competência da Justiça
Militar da União, se praticados no contexto:
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem
estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro
de Estado da Defesa;
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar
ou de missão militar, mesmo que não beligerante; ou 3. Crimes praticados no exterior (art. 7º, CP)
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de - Capital do Estado onde por último tiver residido o
garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, réu;
realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Não tiver residido no Brasil, em Brasília
Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas
legais:
# Ratione personae ou ratione funcione
Determinada pelos art. 102, 105 e 108, CRFB
Histórico:
1. Art. 102, I, b – encerrado o mandato, encerra o privilégio.
2. Lei 10.628/2002 – o foro perdurar mesmo após o
encerramento da atividade funcional para os crimes
praticados durante o mandato e para os casos de
improbidade.
3. ADI 2.797-2 e 2.860-0 – não há manutenção do foro
2.1 Justiça Eleitoral privilegiado se encerrado o cargo ou mandato e não se
Infrações eleitorais previstas em legislação eleitoral e aplica aos casos de improbidade.(atual - ressalva)
conexas; - Tribunal do Júri: não irão a Júri as prerrogativas de
E o HC e MS pertinentes ao tema função previstas na Constituição Federal;
- As previstas nas Constituições Estaduais como as
dos defensores públicos e os vice-governadores
3. DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA irão ao Júri.
# Ratione loci - Súmula 721, STF - “A competência constitucional
1. Art. 70, CPP – “lugar em que se consumar a infração” do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por
Adotada a Teoria do Resultado prerrogativa de função estabelecido
exclusivamente pela constituição estadual.”
Complementada pela:
- SUMULA VINCULANTE 45 - A competência
* Teoria do atividade: local da ação ou omissão: no caso
constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre
dos Juizados Especiais Criminais. o foro por prerrogativa de função estabelecido
Adotada nos crimes de homicídio: provas exclusivamente pela Constituição Estadual.
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enseja a extinção da punibilidade pelo integral 567. Sistema de vigilância realizado por monitoramento
cumprimento da pena. eletrônico ou por existência de segurança no interior
607. A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. de estabelecimento comercial, por si só, não torna
40, I, da Lei n. 11.343/2006) configura-se com a prova impossível a configuração do crime de furto.
da destinação internacional das drogas, ainda que não 562. É possível a remição de parte do tempo de execução
consumada a transposição de fronteiras. da pena quando o condenado, em regime fechado ou
606. Não se aplica o princípio da insignificância a casos de semiaberto, desempenha atividade laborativa, ainda
transmissão clandestina de sinal de internet via que extramuros.
radiofrequência, que caracteriza o fato típico previsto 546. A competência para processar e julgar o crime de uso
no art. 183 da Lei n. 9.472/1997. de documento falso é firmada em razão da entidade
605. A superveniência da maioridade penal não interfere na ou órgão ao qual foi apresentado o documento
apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de público, não importando a qualificação do órgão
medida socioeducativa em curso, inclusive na expedidor.
liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 545. Quando a confissão for utilizada para a formação do
21 anos. convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante
600. Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no art. 65, III, d, do Código Penal.
prevista no artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria 542. A ação penal relativa ao crime de lesão corporal
da Penha) não se exige a coabitação entre autor e resultante de violência doméstica contra a mulher é
vítima. pública incondicionada.
599. O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes 536. A suspensão condicional do processo e a transação
contra a administração pública. penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao
593. O crime de estupro de vulnerável se configura com a rito da Lei Maria da Penha.
conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com 535. A prática de falta grave não interrompe o prazo para
menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual fim de comutação de pena ou indulto.
consentimento da vítima para a prática do ato, sua 534. A prática de falta grave interrompe a contagem do
experiência sexual anterior ou existência de prazo para a progressão de regime de cumprimento de
relacionamento amoroso com o agente. pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa
589. É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes infração.
ou contravenções penais praticados contra a mulher 533. Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar
no âmbito das relações domésticas. no âmbito da execução penal, é imprescindível a
588. A prática de crime ou contravenção penal contra a instauração de procedimento administrativo pelo
mulher com violência ou grave ameaça no ambiente diretor do estabelecimento prisional, assegurado o
doméstico impossibilita a substituição da pena direito de defesa, a ser realizado por advogado
privativa de liberdade por restritiva de direitos. constituído ou defensor público nomeado.
587. Para a incidência da majorante prevista no art. 40, V, 528. Compete ao juiz federal do local da apreensão da
da Lei n. 11.343/2006, é desnecessária a efetiva droga remetida do exterior pela via postal processar e
transposição de fronteiras entre estados da Federação, julgar o crime de tráfico internacional.
sendo suficiente a demonstração inequívoca da 527. O tempo de duração da medida de segurança não
intenção de realizar o tráfico interestadual. deve ultrapassar o limite máximo da pena
582. Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse abstratamente cominada ao delito praticado.
do bem mediante emprego de violência ou grave 526. O reconhecimento de falta grave decorrente do
ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à cometimento de fato definido como crime doloso no
perseguição imediata ao agente e recuperação da cumprimento da pena prescinde do trânsito em
coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e julgado de sentença penal condenatória no processo
pacífica ou desvigiada. penal instaurado para apuração do fato.
575. Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou 522. A conduta de atribuir-se falsa identidade perante
entregar a direção de veículo automotor a pessoa que autoridade policial é típica, ainda que em situação de
não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer alegada autodefesa.
das situações previstas no art. 310 do CTB,
independentemente da ocorrência de lesão ou de
perigo de dano concreto na condução do veículo.
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PARTE 3
CADERNO DE EXERCÍCIOS
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identificado e com restrição da liberdade da vítima. Foi, prisão preventiva. Considerando as informações narradas,
então, denunciado pela prática do crime previsto no Art. na condição de advogado(a) de Matheus, responda aos
157, § 2º, incisos II e V, do Código Penal. Durante a itens a seguir. A) Poderia Matheus ter sido obrigado a
instrução, quando da oitiva da vítima, esta mencionou que realizar o teste de bafômetro, conforme informado pela
todos os fatos foram presenciados, de longe, por sua amiga autoridade policial, mesmo diante de sua recusa? Justifique.
Carla, não tendo ela contado em momento anterior para (Valor: 0,60) B) Qual requerimento deveria ser formulado,
preservar a amiga. Diante dessa menção, o advogado de em busca da liberdade de Matheus, diante da decisão do
Rafael requereu ao juízo a oitiva da testemunha Carla, mas magistrado, que decretou sua prisão preventiva em razão
o magistrado indeferiu o pedido sob o argumento de que, de sua reincidência? Justifique. (Valor: 0,65) Obs.: o(a)
na resposta à acusação, foram arroladas testemunhas no examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera
número máximo permitido pela lei, de modo que não citação do dispositivo legal não confere pontuação.
poderia a defesa acrescentar mais uma, apesar de
reconhecer a conveniência da oitiva. O advogado registrou
seu inconformismo, foram ouvidas as testemunhas de CONCURSO DE PESSOAS E FURTO
defesa arroladas e foi realizado o interrogatório, em que o 6. Caio e Bruno são irmãos e estão em dificuldades
acusado negou o fato. Rafael foi condenado ao financeiras. Caio, que estava sozinho em seu quarto, verifica
cumprimento da pena de 05 anos e 06 meses de reclusão, que a janela da casa dos vizinhos está aberta; então,
reconhecendo o magistrado o aumento de 3/8 na terceira ingressa no local e subtrai um telefone celular avaliado em
fase de aplicação da pena exclusivamente em razão da R$ 500,00. Ao mesmo tempo, apesar de não saber da
existência de duas causas de aumento, não tendo a pena- conduta de seu irmão, Bruno percebe que a porta da
base e a intermediária se afastado do mínimo legal. residência dos vizinhos também ficou aberta. Tendo
Considerando as informações narradas, responda, na conhecimento que os proprietários eram um casal de
condição de advogado(a) de Rafael, na ocasião da empresários muito rico, ingressa no local e subtrai uma
apresentação de recurso de apelação: A) qual argumento de bolsa, avaliada em R$ 450,00. Os fatos são descobertos dois
direito processual poderia ser alegado em busca de dias depois, e Bruno e Caio são denunciados pelo crime de
desconstituir a sentença condenatória? Justifique. (Valor: furto qualificado (Art. 155, § 4º, inciso IV, do Código Penal),
0,60) B) qual argumento de direito material deverá ser sendo acostadas as Folhas de Antecedentes Criminais (FAC),
apresentado em busca de redução da sanção penal contendo, cada uma delas, outra anotação pela suposta
aplicada? Justifique. (Valor: 0,65) Obs.: o(a) examinando(a) prática de crime de estelionato, sem, contudo, haver
deve fundamentar as respostas. A mera citação do condenação com trânsito em julgado em ambas. Após
dispositivo legal não confere pontuação. instrução, a pretensão punitiva do Estado é julgada
procedente, sendo aplicada pena mínima de 02 anos de
reclusão e 10 dias-multa, em regime inicial aberto,
PROVA E PRISÃO devidamente substituída por restritiva de direitos. Com
5. Matheus conduzia seu automóvel em alta velocidade. Em base nas informações expostas, intimado(a) para
razão de manobra indevida, acabou por atropelar uma apresentação de recurso, responda, na condição de
vítima, causando-lhe lesões corporais. Com a chegada da advogado(a) de Caio e Bruno, aos itens a seguir. A) Existe
Polícia Militar, foi solicitado que Matheus realizasse exame argumento de direito material a ser apresentado para
de etilômetro (bafômetro); diante de sua recusa, foi questionar a capitulação jurídica apresentada pelo
informado pela autoridade policial, que comparecera ao Ministério Público e acolhida na sentença? (Valor: 0,60) B)
local, que ele seria obrigado a realizar o exame para Mantida a capitulação acolhida na sentença (Art. 155, § 4º,
verificar eventual prática também do crime previsto no Art. inciso IV, do Código Penal), existe argumento em busca da
306 da Lei nº 9.503/97. Diante da afirmativa da autoridade redução da pena aplicada? (Valor: 0,65) Obs.: o(a)
policial, Matheus, apesar de não desejar, viu-se obrigado a examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera
realizar o teste do bafômetro. Após conclusão do inquérito citação do dispositivo legal não confere pontuação.
policial, com oitiva e representação da vítima, foi o feito
encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia
imputando a Matheus apenas a prática do crime do Art. PROVA ILÍCITA E CONCURSO DE CRIMES
303, da Lei nº 9.503/97, prosseguindo as investigações com 7. Beto e Juca eram vizinhos em um prédio que veio a ser
relação ao crime do Art. 306 do mesmo diploma legal. Ainda atingido por incêndio. Em razão das longas obras que
na exordial acusatória, foi requerida a decretação da prisão seriam necessárias para recuperar os apartamentos,
preventiva de Matheus, pelo risco de reiteração delitiva, decidem se hospedar em quarto de hotel por 06 meses,
tendo em vista que ele seria reincidente específico, já que a novamente sendo vizinhos de quarto. Em determinada
única anotação constante de sua Folha de Antecedentes data, policiais militares surpreenderam Juca entrando com
Criminais, para além do presente processo, seria a uma sacola preta no seu quarto do hotel, ficando claro que
condenação definitiva pela prática de outro crime de lesão ele estava fugindo ao avistar os agentes da lei. Diante disso,
corporal culposa praticada na direção de veículo automotor. ingressaram no quarto e apreenderam 100g de maconha,
No recebimento da denúncia, o juiz competente decretou a que estavam na sacola que Juca trazia consigo, e mais 50g
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de cocaína que estavam sendo guardadas no cômodo, AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA E
sendo confirmado por Juca que o material seria destinado à SEQUESTRO
venda. Em seguida, os policiais optaram por fazer diligência 9. No dia 06 de abril de 2017, João retirou Clara, criança de
também no quarto vizinho, que era de Beto, apreendendo 11 anos de idade, do interior da residência em que esta
uma série de documentos que, após investigação, foi morava, sem autorização de qualquer pessoa, vindo a
verificado que estavam relacionados a um crime de restringir sua liberdade e mantê-la dentro de um quarto
estelionato. O Ministério Público ofereceu denúncia em trancado e sem janelas. Logo em seguida, João entrou em
face de Juca pela prática de dois crimes de tráfico em contato com o pai de Clara, famoso empresário da cidade,
concurso, tendo em vista que guardava cocaína e trazia exigindo R$200.000,00 para liberar Clara e devolvê-la à sua
consigo maconha. Já Beto, exclusivamente em razão da residência. Após o pai de Clara pagar o valor exigido, Clara é
documentação apreendida, foi denunciado pelo crime de liberada e, de imediato, a família comparece à Delegacia
estelionato. Considerando apenas as informações narradas, para registrar o fato. Depois das investigações, João é
na condição de advogado(a) dos denunciados, responda aos identificado e os autos são encaminhados ao Ministério
itens a seguir. A) Qual argumento deve ser apresentado Público com relatório final de investigação, indiciando João.
pela defesa técnica, em busca da absolvição de Beto? Após 90 (noventa) dias do recebimento do inquérito, os
Justifique. (Valor: 0,60) B) Qual argumento a ser autos permanecem no gabinete do Promotor de Justiça,
apresentado pela defesa técnica para questionar a sem que qualquer medida tenha sido adotada.
capitulação jurídica constante na denúncia em face de Juca? Considerando as informações narradas, responda, na
Justifique. (Valor: 0,65). condição de advogado(a) da família de Clara, aos itens a
seguir. A) Considerando que o crime é de ação penal pública
JECRIM E TRANSAÇÃO PENAL incondicionada, qual a medida a ser adotada diretamente
pela família de Clara e seu advogado em busca da
8. Rodrigo, pela primeira vez envolvido com o aparato responsabilização criminal de João? Justifique. (Valor: 0,65)
judicial, foi condenado definitivamente, pela prática do B) Em caso de inicial acusatória, qual infração penal deve
crime de rixa, ao pagamento de pena exclusivamente de ser imputada a João? Justifique. (Valor: 0,60) Obs.: o(a)
multa. Para pensar sobre as consequências de seu ato, vai examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera
para local que acredita ser deserto, onde há uma linda citação do dispositivo legal não confere pontuação.
lagoa. Ao chegar ao local, após longa caminhada, depara-se
com uma criança, sozinha, banhando-se, mas verifica que
ela tem dificuldades para deixar a água e, então, começa a RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS E ROUBO
se afogar. Apesar de ter conhecimento sobre a situação da 10. Arthur, Adriano e Junior, insatisfeitos com a derrota do
criança, Rodrigo nada faz, pois não sabia nadar, logo seu time de futebol, saíram à rua, após a partida, fazendo
acreditando que não era possível prestar assistência sem algazarra na companhia de Roberto, que não gostava de
risco pessoal. Ao mesmo tempo, o local era isolado e não futebol. Durante o ato, depararam com Pedro, que vestia a
havia autoridades públicas nas proximidades, além de camisa do time rival; simplesmente por isso, Arthur,
Rodrigo estar sem celular ou outro meio de comunicação Adriano e Junior passaram a agredi-lo, tendo ficado Roberto
para avisar sobre a situação. Cerca de 10 minutos depois, à distância por não concordar com o ato e não ter intenção
chega ao local Marcus, que, ao ver o corpo da criança na de conferir cobertura aos colegas. Em razão dos atos de
lagoa, entra na água e retira a criança já falecida. Nesse agressão, o celular de Pedro veio a cair no chão, momento
momento, Rodrigo verifica que a lagoa não era profunda e em que Roberto, aproveitandose da situação, subtraiu o
que a água bateria na altura de sua cintura, não havendo bem e empreendeu fuga. Com a chegada de policiais,
risco pessoal para a prestação da assistência. Após a perícia Arthur, Adriano e Junior empreenderam fuga, mas Roberto
constatar a profundidade da lagoa, Rodrigo é denunciado veio a ser localizado pouco tempo depois na posse do bem
pela prática do crime previsto no Art. 135, parágrafo único, subtraído e de seu próprio celular. Diante das lesões
do Código Penal. Não houve composição dos danos civis, e causadas na vítima, Roberto foi denunciado pela prática do
o Ministério Público não ofereceu proposta de transação crime de roubo majorado pelo concurso de agentes e teve
penal, sob o argumento de que havia vedação legal diante sua prisão em flagrante convertida em preventiva. Na
da condenação de Rodrigo pela prática do crime de rixa. instrução, as testemunhas confirmaram integralmente os
Considerando apenas as informações narradas, responda, fatos, assim como Roberto reiterou o acima narrado. A
na condição de advogado(a) de Rodrigo, aos itens a seguir. família de Roberto, então, procura você para, na condição
A) Existe argumento a ser apresentado pela defesa para de advogado(a), adotar as medidas cabíveis, antes da
combater o fundamento utilizado pelo Ministério Público sentença, apresentando nota fiscal da compra do celular de
para não oferecer proposta de transação penal? Justifique. Roberto. Considerando apenas as informações narradas,
(Valor: 0,60) B) Qual argumento de direito material poderia responda, na condição de advogado(a) de Roberto, aos
ser apresentado em busca da absolvição do denunciado? itens a seguir. A) Existe requerimento a ser formulado pela
Justifique. (Valor: 0,65) Obs.: o(a) examinando(a) deve defesa para reaver, de imediato, o celular de Roberto?
fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo Justifique. (Valor: 0,60) B) Confessados por Roberto os fatos
legal não confere pontuação. acima narrados, existe argumento de direito material a ser
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apresentado em busca da não condenação pelo crime Considerando apenas o narrado, na condição de
imputado? Justifique. (Valor: 0,65) Obs.: o(a) examinando(a) advogado(a) de Hugo, responda aos questionamentos a
deve fundamentar as respostas. A mera citação do seguir. A) Diante da reincidência, de acordo com a
dispositivo legal não confere pontuação. jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, existe
argumento a ser apresentado, em sede de recurso, em
busca da aplicação de regime inicial mais benéfico de
PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO E CONCURSO DE CRIMES cumprimento de pena? Justifique. (Valor: 0,65) B) É
11. Em cumprimento de mandado de busca e apreensão, o possível, em sede de recurso, buscar a substituição da pena
oficial de justiça Jorge compareceu ao local de trabalho de privativa de liberdade por restritiva de direitos? Justifique.
Lucas, sendo encontradas, no interior do imóvel, duas (Valor: 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as
armas de fogo de calibre .38, calibre esse considerado de respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
uso permitido, devidamente municiadas, ambas com pontuação.
numeração suprimida. Em razão disso, Lucas foi preso em
flagrante e denunciado pela prática de dois crimes previstos
no Art. 16, caput, da Lei 10.826/2003, em concurso PRESCRIÇÃO E FATO ATÍPICO
material, sendo narrado que “Lucas, de forma livre e 13. No dia 01 de janeiro de 2008, após ingerir bebida
consciente, guardava, em seu local de trabalho, duas armas alcoólica, Caio, 50 anos, policial militar reformado, efetuou
de fogo de calibre restrito, devidamente municiadas”. Após dois disparos de arma de fogo em direção à parede de sua
a instrução, em que os fatos foram confirmados, foi juntado casa vazia, localizada no interior de grande quintal, com
o laudo confirmando o calibre .38 das armas de fogo, a arma de sua propriedade, devidamente registrada e com
capacidade de efetuar disparos, bem como que ambas posse autorizada. Apesar de os tiros terem sido efetuados
tinham a numeração suprimida. As partes apresentaram em direção ao interior do imóvel, vizinhos que passavam
alegações finais, e o magistrado, em sentença, pela rua naquele momento, ao ouvirem os disparos,
considerando o teor do laudo, condenou Lucas pela prática entraram em contato com a Polícia Militar, que compareceu
de dois crimes previstos no Art. 16, parágrafo único, inciso ao local e constatou que as duas munições deflagradas
IV, da Lei nº 10.826/2003, em concurso formal. Intimada a ficaram alojadas na parede do imóvel, sendo a perícia
defesa técnica da sentença condenatória, responda, na acostada ao procedimento. Caio obteve liberdade
condição de advogado(a) de Lucas, aos itens a seguir. A) provisória e foi denunciado como incurso nas sanções do
Qual o argumento de direito processual a ser apresentado Art. 15 da Lei nº 10.826/03, não sendo localizado, porém,
em busca da desconstituição da sentença condenatória? por ocasião da citação, por ter mudado de endereço, apesar
Justifique. (Valor: 0,65) B) Reconhecida a validade da das diversas diligências adotadas pelo juízo. Após não ser
sentença em segundo grau, qual o argumento de direito localizado, Caio foi corretamente citado por edital e, não
material a ser apresentado para questionar o mérito da comparecendo, nem constituindo advogado, foi aplicado o
sentença condenatória e, consequentemente, a pena Art. 366 do Código de Processo Penal, suspendendo-se o
aplicada? Justifique. (Valor: 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) processo e o curso do prazo prescricional, em 04 de abril de
deve fundamentar as respostas. A mera citação do 2008. Em 06 de julho de 2018, o novo juiz titular da vara
dispositivo legal não confere pontuação. criminal competente determinou que fossem realizadas
novas diligências na tentativa de localizar o denunciado,
confirmando que o processo, assim como o curso do prazo
DOSIMETRIA DA PENA (REINCIDÊNCIA E PRD) prescricional, deveria permanecer suspenso. Com base nas
12. Após regular processamento em que figurava na informações narradas, na condição de advogado(a) de Caio,
condição de réu solto, Hugo foi condenado pela prática de que veio a tomar conhecimento dos fatos em julho de 2018,
crime de apropriação indébita majorada ao cumprimento responda aos questionamentos a seguir. A) Existe
da pena de 01 ano e 06 meses de reclusão e 14 dias-multa, argumento para questionar a decisão do magistrado que,
sendo reconhecida a agravante da reincidência, tendo em em julho de 2018, determinou que o processo e o curso do
vista que foi juntada aos autos Folha de Antecedentes prazo prescricional permanecessem suspensos? (Valor:
Criminais a demonstrar trânsito em julgado, no ano anterior 0,65) B) Existe argumento de direito material a ser
ao da prática da apropriação indébita, de condenação pelo apresentado em busca da absolvição de Caio? (Valor: 0,60)
crime de lesão corporal dolosa, praticada no contexto de Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas.
violência doméstica e familiar contra a mulher. No A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.
momento da sentença, considerando a reincidência, o
magistrado aplicou o regime inicial fechado de
cumprimento da pena. Destacou, ainda, que, apesar de RECURSO
Hugo estar trabalhando e cuidando de filhos menores, não 14. Carleto foi denunciado pela prática do injusto de
poderia substituir a pena privativa de liberdade por homicídio simples porque teria desferido disparos, com sua
restritiva de direitos por expressa vedação legal no caso de arma regular, contra seu vizinho Mário durante uma
reincidência dolosa. Intimado da sentença, Hugo procura discussão, causando-lhe as lesões que foram a causa da
seu advogado para a adoção das medidas cabíveis. morte da vítima. Logo que recebida a denúncia, Carleto foi
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submetido à exame de insanidade mental, tendo o laudo o argumento de direito material a ser apresentado?
concluído que ele se encontrava nas condições do Art. 26, Justifique. (Valor: 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve
caput, do Código Penal. Finda a primeira etapa probatória fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo
do procedimento dos crimes dolosos contra a vida, no legal não confere pontuação.
momento das alegações finais, a defesa técnica de Carleto,
escorada em uma das vertentes da prova produzida, alegou
que o réu atuou em legítima defesa. O juiz, ao final da LIVRAMENTO CONDICIONAL E PRESCRIÇÃO
primeira fase do procedimento, absolveu sumariamente o 16. Carlos, 50 anos, foi condenado, de maneira definitiva,
acusado em razão da inimputabilidade reconhecida, pela prática de crime de roubo, ao cumprimento de pena de
aplicando a medida de segurança de internação pelo prazo 04 anos de reclusão, em regime inicial semiaberto em razão
mínimo de 01 ano. A família de Carleto, insatisfeita com a das peculiaridades do caso, apesar de naquele momento ser
medida de segurança aplicada, procura você, como primário. Após o cumprimento de 03 anos e 10 dias da pena
advogado(a), para a adoção das medidas cabíveis. aplicada, considerando o período de prisão provisória,
Considerando o caso narrado, responda, na condição de Carlos veio a praticar falta grave, em 10/03/2015, dentro do
advogado(a) de Carleto, aos itens a seguir. A) Qual o recurso estabelecimento prisional, sendo que, no mesmo dia,
cabível para a defesa combater aquela decisão? Justifique. empreendeu fuga. Após processo administrativo disciplinar,
(Valor: 0,60) B) Qual a tese jurídica de direito processual inclusive com participação da defesa técnica de Carlos, foi
que a defesa de Carleto poderá alegar para combater a reconhecida a prática de falta grave. O juiz da execução
decisão respectiva? Justifique. (Valor: 0,65) Obs.: o(a) penal, em procedimento regular, ainda no ano de 2015,
examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera confirmou o reconhecimento da prática de falta grave e
citação do dispositivo legal não confere pontuação. determinou o reinício do prazo para obtenção do
livramento condicional. Por falhas cartorárias, a defesa
técnica de Carlos somente foi intimada da decisão em
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E CARTA PRECATÓRIA 14/03/2018. Com a intimação, Carlos, que nunca mais foi
15. Na cidade de Goiânia funciona a boate Noite Cheia, localizado para cumprimento do restante da pena, apesar
onde ocorrem shows de música ao vivo toda sexta-feira. Em do mandado de prisão em aberto, procura seu advogado,
razão da grande quantidade de frequentadores, os indaga sobre as medidas cabíveis, esclarecendo que, de
proprietários João e Maria estabeleceram que somente fato, houve prática de falta grave, mas assegurando estar
poderia ingressar na boate aquele que colocasse o nome na ressocializado e que nunca mais se envolveu com a prática
lista de convidados, até 24 horas antes do evento. Em de crimes. Considerando apenas as informações narradas,
determinada sexta-feira, Eduardo, morador de São Paulo, na condição de advogado de Carlos, responda aos itens a
comparece ao local com a intenção de assistir ao show, mas seguir. A) Em sede de Agravo à Execução, qual argumento
foi informado sobre a impossibilidade de ingresso, já que deverá ser apresentado para combater o mérito da decisão
seu nome não constava na lista. Pretendendo ingressar do magistrado? Justifique. (Valor: 0,60) B) Por meio de
ainda assim, Eduardo ofereceu vantagem indevida, qual Habeas Corpus, qual argumento de direito material poderá
seja, R$ 500,00, a Natan, integrante da segurança privada ser apresentado para evitar a execução do restante da pena
do evento, em troca de este permitir seu ingresso no local de Carlos? Justifique. (Valor: 0,65) Obs.: o(a) examinando(a)
sem que os proprietários soubessem. Ocorre que a conduta deve fundamentar as respostas. A mera citação do
foi filmada pelas câmeras de segurança e, de imediato, dispositivo legal não confere pontuação.
Natan recusou a vantagem, sendo Eduardo encaminhado à
Delegacia mais próxima. O Ministério Público ofereceu
denúncia em face de Eduardo pela prática do crime de TRIBUNAL DO JÚRI E ATIPICIDADE FORMAL
corrupção ativa consumada, previsto no Art. 333 do Código 17. Flávio está altamente sensibilizado com o fato de que
Penal. Durante a instrução, foi expedida carta precatória sua namorada de infância faleceu. Breno, não mais
para determinada cidade de Minas Gerais, para oitiva de aguentando ver Flávio sofrer, passa a incentivar o amigo a
Natan, única testemunha, tendo em vista a mudança de dar fim à própria vida, pois, assim, nas palavras de Breno,
endereço residencial do antigo segurança do ele “novamente estaria junto do seu grande amor.” Diante
estabelecimento, não sendo a defesa de Eduardo intimada dos incentivos de Breno, Flávio resolve pular do seu
do ato, uma vez que consta expressamente do Código de apartamento, no 4º andar do prédio, mas vem a cair em um
Processo Penal que a expedição de carta precatória não canteiro de flores, sofrendo apenas arranhões leves no
suspende o feito. Após o interrogatório, a defesa de braço. Descobertos os fatos, Breno é denunciado pela
Eduardo é intimada a apresentar alegações finais. prática do crime previsto no Art. 122 do Código Penal, na
Considerando as informações narradas, na condição de forma consumada, já que ele incentivou Flávio a se suicidar.
advogado(a) de Eduardo, responda aos itens a seguir. A) Recebida a denúncia, o juiz, perante a Vara Única da
Para questionar a prova testemunhal produzida durante a Comarca onde os fatos ocorreram, determina que seja
instrução, qual o argumento de direito processual a ser observado o procedimento comum ordinário. Durante a
apresentado pela defesa? Justifique. (Valor: 0,65) B) Em instrução, todos os fatos anteriormente narrados são
busca da absolvição de Eduardo pelo delito imputado, qual confirmados. Os autos são encaminhados para as partes
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importaria quem fez a pergunta, pois as respostas seriam as fato, estava com sua arma de fogo na bolsa, mas que ela
mesmas. Com base apenas nas informações narradas, na apenas pegara seu telefone celular para ligar para João.
condição de advogado(a) de Vitor, responda aos itens a Após denúncia pela prática do crime de homicídio
seguir. A) Qual o recurso cabível da decisão proferida pelo qualificado e encerrada a instrução da primeira fase do
magistrado e qual argumento de direito processual pode procedimento do Tribunal do Júri, entendeu o magistrado
ser apresentado em busca da desconstituição de tal por pronunciar Maria nos termos da inicial acusatória. Com
decisão? Justifique. (Valor: 0,65) B) Existe argumento de base nas informações expostas, responda, na condição de
direito material a ser apresentado, em momento oportuno, advogado(a) de Maria, aos itens a seguir. A) Qual o recurso
para questionar a capitulação jurídica apresentada pelo cabível da decisão proferida pelo magistrado? Caso tivesse
Ministério Público? Justifique. (Valor: 0,60) ocorrido a impronúncia, o recurso pela parte interessada
seria o mesmo? Justifique. (Valor: 0,65) B) Qual a tese de
direito material a ser apresentada em sede de recurso para
RECURSO E DECADÊNCIA combater a decisão de submeter a ré ao julgamento pelo
24. Larissa, revoltada com o comportamento de Renata, ex- Tribunal do Júri? Justifique. (Valor: 0,60)
namorada de seu companheiro, foi, em 20 de julho de 2017,
até a rua em que esta reside. Verificando que o automóvel
de Renata estava em via pública, Larissa quebra o vidro COMPETÊNCIA
dianteiro do veículo, exatamente com a intenção de 26. Na manhã do dia 09 de outubro de 2018, Talles, na
deteriorar coisa alheia. Na manhã seguinte, Renata cidade de Bom Jesus de Itabapoana, praticou 03 crimes de
constatou o dano causado ao seu carro, mas não furto simples em continuidade delitiva, subtraindo, do
identificou, em um primeiro momento, quem seria o autor primeiro estabelecimento, dinheiro e uma arma de
do crime. Solicitou, então, a instauração de inquérito brinquedo; do segundo estabelecimento, uma touca ninja e
policial, em 25 de julho de 2017. Após diligências, foi um celular; e, do terceiro estabelecimento, uma
identificado, em 23 de outubro de 2017, que Larissa seria a motocicleta. De posse dos bens subtraídos, Talles foi até a
autora do fato e que o prejuízo era de R$ 150,00, tendo sido cidade de Cardoso Moreira, abordou Joana, que passava
a informação imediatamente passada à vítima Renata. Com pela rua segurando seu celular, e, utilizando-se do
viagem marcada, Renata somente procurou seu advogado simulacro da arma para emprego de grave ameaça e da
em 21 de fevereiro de 2018, informando sobre o interesse touca, seguroua pelos braços e subtraiu o celular de suas
em apresentar queixa-crime em face da autora dos fatos. mãos. De imediato, Talles empreendeu fuga, mas Joana
Assim, o advogado de Renata apresentou queixa-crime em compareceu em sede policial, narrou o ocorrido e Talles foi
face de Larissa, imputando o crime do Art. 163, caput, do localizado e preso em flagrante na cidade de São Fidélis,
Código Penal, em 28 de fevereiro de 2018, perante o ainda na posse dos bens da vítima e da motocicleta
Juizado Especial Criminal competente, tendo sido proferida utilizada. Assegurado o direito ao silêncio e o
decisão pelo magistrado de rejeição da queixa, em razão da acompanhamento da defesa técnica, Talles prestou
decadência, em 07/03/2018. A defesa técnica é intimada da declarações na delegacia e confessou integralmente os
decisão. Considerando as informações narradas, na fatos, sendo ele indiciado pela prática dos crimes previstos
condição de advogado(a) de Renata, responda aos itens a no Art. 155, caput, por três vezes, n/f do Art. 71 do CP e do
seguir. A) Qual o recurso cabível da decisão de rejeição da Art. 157, § 2º, inciso V, também do CP. Considerando as
queixa-crime apresentada por Renata? Indique o informações expostas, responda, na condição de
fundamento legal e o prazo de interposição. (Valor: 0,65) B) advogado(a) de Talles, aos itens a seguir. A) Considerando
Qual o argumento para combater o mérito da decisão do que os delitos são conexos, de qual cidade será o juízo
magistrado de rejeição da denúncia? Justifique. (Valor: criminal competente para o julgamento de Talles?
0,60) Justifique. (Valor: 0,65) B) Qual o argumento de direito
material para questionar a capitulação delitiva realizada
pela autoridade policial? Justifique. (Valor: 0,60)
RECURSO E JÚRI
25. Revoltada com o fato de que sua melhor amiga Clara
estaria se relacionando com seu ex-companheiro João, PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E PROVA TESTEMUNHAL
Maria a procurou e iniciou uma discussão. Durante a 27. Em processo no qual se imputava a Antônio a prática do
discussão, Clara, policial militar, afirmou que, se Maria a crime de constituição de milícia privada, foi designada
xingasse novamente, ela a mataria gastando apenas uma audiência de instrução e julgamento para oitiva das
munição da sua arma. Persistindo na discussão, Maria testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa. No dia
voltou a ofender Clara. Esta, então, abriu sua bolsa e pegou da audiência, as testemunhas de acusação não
um bem de cor preta. Acreditando que Clara cumpriria sua compareceram, determinando o magistrado, por economia
ameaça, Maria desferiu um golpe na cabeça da rival, processual, a oitiva das testemunhas de defesa presentes,
utilizando um pedaço de pau que estava no chão. A perícia apesar de o advogado de Antônio se insurgir contra esse
constatou que o golpe foi a causa eficiente da morte de fato. Na ocasião, foram ouvidas três testemunhas de
Clara. Posteriormente, também foi constatado que Clara, de defesa, dentre as quais Pablo, que prestou declarações
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falsas para auxiliar o colega nesse processo criminal. NULIDADE E LEI DE DROGAS
Identificada sua conduta, porém, houve extração de peças 29. Chegou ao Ministério Público denúncia de pessoa
ao Ministério Público, que, em 09 de abril de 2019, identificada apontando Cássio como traficante de drogas.
ofereceu denúncia em face de Pablo, imputando-lhe a Com base nessa informação, entendendo haver indícios de
prática do crime de falso testemunho na forma majorada. autoria e não havendo outra forma de obter prova do
No processo de Antônio, foi designada nova audiência de crime, a autoridade policial representou pela interceptação
instrução e julgamento, ocasião em que foram ouvidas as da linha telefônica que seria utilizada por Cássio e que fora
testemunhas de acusação; novamente, Pablo, a seu pedido, mencionada na denúncia recebida, tendo o juiz da comarca
prestou declarações, confirmando que havia mentido na deferido a medida pelo prazo inicial de 30 dias. Nas
audiência anterior, mas que agora contava a verdade, o que conversas ouvidas, ficou certo que Cássio havia adquirido
veio a prejudicar a própria defesa do réu. Com base nas certa quantidade de cocaína, pela primeira vez, para ser
declarações das testemunhas de acusação e nas novas consumida por ele, juntamente com seus amigos Pedro e
declarações de Pablo, Antônio veio a ser condenado. Pablo, Paulo, na comemoração de seu aniversário, no dia seguinte.
por sua vez, em seu processo pelo crime de falso Diante dessa prova, policiais militares obtiveram ordem
testemunho, também veio a ser condenado, reconhecendo judicial e chegaram à casa de Cássio quando este consumia
o magistrado a atenuante do Art. 65, inciso III, alínea b, do e oferecia a seus amigos os seis papelotes de cocaína para
Código Penal. Considerando as informações narradas, juntos consumirem. Cássio, portador de maus
responda, na condição de advogado(a) de Antônio e Pablo. antecedentes, foi preso em flagrante e autuado pela prática
A) Qual argumento de direito processual poderá ser do crime de tráfico, sendo, depois, denunciado como
apresentado por você para desconstituir a sentença incurso nas penas do Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06.
condenatória do réu? Justifique. (Valor: 0,65) B) Qual o Considerando os fatos narrados, responda, na qualidade de
argumento de direito material a ser apresentado pela advogado(a) de Cássio, aos itens a seguir. A) Qual a tese de
defesa técnica de Pablo para questionar a sentença direito processual a ser suscitada para afastar a validade da
condenatória? Justifique. (Valor: 0,60) prova obtida? (Valor: 0,65) B) Reconhecidos como
verdadeiros os fatos narrados, qual a tese de direito
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA material a ser alegada para tornar menos gravosa a
tipificação da conduta de Cássio? (Valor: 0,60) Obs.: o(a)
28. Maria foi denunciada pela suposta prática do crime de examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera
descaminho, tendo em vista que teria deixado de recolher citação do dispositivo legal não confere pontuação.
impostos que totalizavam R$ 500,00 (quinhentos reais) pela
saída de mercadoria, fato constatado graças ao lançamento
definitivo realizado pela Administração Pública. SURSIS
Considerando que constava da Folha de Antecedentes 30. No dia 11/01/2016, Arnaldo, nascido em 01/02/1943,
Criminais de Maria outro processo pela suposta prática de primário e de bons antecedentes, enquanto estava em um
crime de roubo, inclusive estando Maria atualmente presa bar, desferiu pauladas na perna e socos na face de Severino,
em razão dessa outra ação penal, o Ministério Público nascido em 30/03/1980, por acreditar que este
deixou de oferecer proposta de suspensão condicional do demonstrara interesse amoroso em sua neta de apenas 16
processo. Após a instrução criminal em que foram anos. As agressões praticadas por Arnaldo geraram
observadas as formalidades legais, sendo Maria assistida deformidade permanente em Severino, que, revoltado com
pela Defensoria Pública, foi a ré condenada nos termos da o ocorrido, foi morar em outro estado. Denunciado pela
denúncia. A pena aplicada foi a mínima prevista para o prática do crime do Art. 129, § 2º, inciso IV, do Código
delito, a ser cumprida em regime inicial aberto, substituída Penal, Arnaldo confessou em juízo, durante o
por restritiva de direitos. Maria foi intimada da sentença interrogatório, as agressões; contudo, não foram acostados
através de edital, pois não localizada no endereço constante aos autos boletim de atendimento médico e exame de
do processo. A família de Maria, ao tomar conhecimento do corpo de delito da vítima, que também não foi localizada
teor da sentença, procura você, na condição de para ser ouvida. As testemunhas confirmaram ter visto
advogado(a) para prestar esclarecimentos técnicos. Informa Arnaldo desferir um soco em Severino, mas não viram se da
estar preocupada com o prazo recursal, já que Maria ainda agressão resultou lesão. Em sentença, diante da confissão,
não tinha conhecimento da condenação, pois permanecia Arnaldo foi condenado a pena de 03 anos de reclusão,
presa. Na condição de advogado(a), esclareça os seguintes deixando o magistrado de substituir a pena privativa de
questionamentos formulados pela família da ré. A) Existe liberdade por restritiva de direitos em virtude da violência.
argumento de direito processual para questionar a Considerando a situação narrada, na condição de
intimação de Maria do teor da sentença condenatória? advogado(a) de Arnaldo, responda aos itens a seguir. A) Em
Justifique. (Valor: 0,60) B) Qual argumento de direito sede de recurso de apelação, qual argumento poderá ser
material poderá ser apresentado, em eventual recurso, em apresentado em busca da absolvição de Arnaldo? Justifique.
busca da absolvição de Maria? Justifique. (Valor: 0,65). (Valor: 0,65) B) Ainda em sede de apelação, existe algum
benefício legal a ser requerido pela defesa de Arnaldo para
evitar a execução da pena, caso sejam mantidas a
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condenação e a sanção penal imposta? Justifique. (Valor: alegação defensiva de direito material a ser apresentada em
0,60) busca da absolvição do denunciado? Justifique. (Valor: 0,65)
responda aos itens a seguir. A) Qual o recurso cabível da verdadeiramente, a pretensão do grupo era apenas a
decisão do magistrado que revogou o benefício do prática de crimes de receptação simples. Após a obtenção
livramento condicional e determinou o cumprimento da das provas necessárias, Aroldo, Bernardo, Caio e David são
pena restante quando da obtenção do benefício? É cabível denunciados pela prática do crime previsto no Art. 2º da Lei
juízo de retratação em tal modalidade recursal? Justifique. nº 12.850/13. Na condição de advogado(a) dos
(Valor: 0,65) B) Qual argumento deverá ser apresentado denunciados, considerando apenas as informações
pela defesa de Gabriel para combater a decisão do narradas, responda aos questionamentos a seguir. A) A
magistrado? Justifique. (Valor: 0,60) infiltração de agentes determinada pela autoridade policial
foi válida? Justifique. (Valor: 0,65) B) Qual o argumento de
direito material a ser apresentado pela defesa em busca da
CONTRAVENÇÃO PENAL E COMPETÊNCIA não condenação dos denunciados da prática do crime
35. Na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, imputado? Justifique. (Valor: 0,60).
Maurício iniciou a execução de determinada contravenção
penal que visava atingir e gerar prejuízo em detrimento de
patrimônio de entidade autárquica federal, mas a infração TRANSAÇÃO PENAL
penal não veio a se consumar por circunstâncias alheias à 37. No dia 29 de dezembro de 2011, Cláudio, 30 anos,
sua vontade. Ao tomar conhecimento dos fatos, o profissional do ramo de informática, invadiu dispositivo
Ministério Público dá início a procedimento criminal informático alheio, mediante violação indevida de
perante juízo do Tribunal Regional Federal com mecanismo de segurança, com o fim de obter informações
competência para atuar no local dos fatos, imputando ao pessoais de famoso ator da televisão brasileira, sem
agente a prática da contravenção penal em sua modalidade autorização do titular do dispositivo. Após longa
tentada, oferecendo, desde já, proposta de transação penal. investigação e representação da vítima, o fato e a autoria
Maurício conversa com sua família e procura um(a) de Cláudio foram identificados no ano de 2014, vindo o
advogado(a) para patrocinar seus interesses, destacando autor a ser indiciado e, posteriormente, oferecida pelo
que não tem interesse em aceitar transação penal, Ministério Público proposta de transação penal em razão da
suspensão condicional do processo ou qualquer outro prática do crime do Art. 154-A do Código Penal, dispositivo
benefício despenalizador. Com base apenas nas este incluído pela Lei nº 12737/12. Cláudio aceitou a
informações narradas e na condição de advogado(a) de proposta de transação penal, mas, em julho de 2015,
Maurício, responda: A) Considerando que a contravenção interrompeu o cumprimento das condições impostas.
penal causaria prejuízo ao patrimônio de entidade Temeroso em razão de sua conduta, Cláudio procura seu
autárquica federal, o órgão perante o qual o procedimento advogado, informando que não justificou o
criminal foi iniciado é competente para julgamento da descumprimento e, diante disso, o Ministério Público
infração penal imputada? Justifique. (Valor: 0,65) B) Qual ofereceu denúncia por aquele delito, tendo o juiz
argumento de direito material deverá ser apresentado para competente recebido a inicial acusatória em agosto de
evitar a punição de Maurício? Justifique. (Valor: 0,60) 2015. Considerando apenas as informações narradas,
esclareça, na condição de advogado(a) prestando
consultoria jurídica para Cláudio, os seguintes
LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E AGENTE INFILTRADO questionamentos. A) De acordo com a jurisprudência do
36. Aroldo, Bernardo, Caio e David, que se conheceram em Supremo Tribunal Federal, é possível a revogação do
razão de todos exercerem a função de pintores de benefício da transação penal pelo descumprimento das
residências, durante diversas quartas-feiras do ano de 2015 condições impostas, com posterior oferecimento de
encontravam-se na garagem da residência do primeiro para denúncia? Justifique. (Valor: 0,65) B) Os fatos praticados
organizarem a prática de crimes de receptação simples. por Cláudio, de fato, permitem sua responsabilização penal
Com o objetivo de receber vantagem financeira, nos pelo crime do Art. 154-A do Código Penal? Justifique.
encontros, muito bem organizados e que ocorreram por (Valor: 0,60).
mais de 06 meses, era definido como os crimes seriam
realizados, havendo plena divisão de funções e tarefas
entre os membros do grupo. Um morador da região que PRISÃO EM FLAGRANTE E CONCURSO DE CRIMES
tinha conhecimento dos encontros, apresenta notícia 38. Diego e Júlio caminham pela rua, por volta das 21h,
criminis à autoridade policial, mas informa que acredita que retornando para suas casas após mais um dia de aula na
o grupo pretendia realizar a prática de roubos. Diante disso, faculdade, quando são abordados por Marcos, que,
instaurado o inquérito para apurar o crime de organização mediante grave ameaça de morte e utilizando simulacro de
criminosa, o delegado de polícia determina diretamente, arma de fogo, exige que ambos entreguem as mochilas e os
sem intervenção judicial, a infiltração de agentes de polícia celulares que carregavam. Após os fatos, Diego e Júlio
no grupo, de maneira velada, para obtenção de provas. Ao comparecem em sede policial, narram o ocorrido e
mesmo tempo, realiza outros atos investigatórios e obtém, descrevem as características físicas do autor do crime. Por
de forma autônoma, outras provas, que, de fato, confirmam volta das 5h da manhã do dia seguinte, policiais militares
a atividade do grupo; contudo, resta constatado que, em patrulhamento se deparam com Marcos nas
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Mantida a capitulação acolhida na sentença (Art. 155, § 4º, material entorpecente. Entendendo pela existência de
inciso IV, do Código Penal), existe argumento em busca da flagrante em relação ao crime permanente de associação
redução da pena aplicada? (Valor: 0,65) para o tráfico, Wesley foi encaminhado para a Delegacia,
sendo lavrado auto de prisão em flagrante. Após liberdade
concedida em audiência de custódia, Wesley é denunciado
PRESCRIÇÃO/INTIMAÇÃO E ATIPICIDADE FORMAL como incurso nas sanções do Art. 35 da Lei nº 11.343/06.
46. No dia 01 de janeiro de 2008, após ingerir bebida No curso da instrução, foram acostadas imagens das
alcoólica, Caio, 50 anos, policial militar reformado, efetuou conversas de Wesley via aplicativo a que os agentes da lei
dois disparos de arma de fogo em direção à parede de sua tiveram acesso, assim como das fotografias. Os policiais
casa vazia, localizada no interior de grande quintal, com foram ouvidos em audiência, ocasião em que confirmaram
arma de sua propriedade, devidamente registrada e com as circunstâncias do flagrante. O réu exerceu seu direito ao
posse autorizada. Apesar de os tiros terem sido efetuados silêncio. Com base nas fotografias acostadas, o juiz
em direção ao interior do imóvel, vizinhos que passavam competente julgou a pretensão punitiva do estado
pela rua naquele momento, ao ouvirem os disparos, procedente, aplicando a pena mínima de 03 anos de
entraram em contato com a Polícia Militar, que compareceu reclusão, além de multa, e fixando o regime inicial fechado,
ao local e constatou que as duas munições deflagradas já que o crime imputado seria equiparado a hediondo.
ficaram alojadas na parede do imóvel, sendo a perícia Ainda assim, substituiu a pena privativa de liberdade por
acostada ao procedimento. Caio obteve liberdade restritiva de direitos. Considerando as informações
provisória e foi denunciado como incurso nas sanções do narradas, responda, na condição de advogado(a) de Wesley,
Art. 15 da Lei nº 10.826/03, não sendo localizado, porém, intimado(a) para apresentação de recurso de apelação. A)
por ocasião da citação, por ter mudado de endereço, apesar Existe argumento a ser apresentado para questionar as
das diversas diligências adotadas pelo juízo. Após não ser provas utilizadas pelo magistrado como fundamento para
localizado, Caio foi corretamente citado por edital e, não condenação? Justifique. (Valor: 0,65) B) Mantida a
comparecendo, nem constituindo advogado, foi aplicado o condenação, qual o argumento a ser apresentado para
Art. 366 do Código de Processo Penal, suspendendo-se o questionar a sanção penal aplicada? Justifique. (Valor: 0,60)
processo e o curso do prazo prescricional, em 04 de abril de
2008. Em 06 de julho de 2018, o novo juiz titular da vara
criminal competente determinou que fossem realizadas RETRATAÇÃO (NÃO PUNÍVEL) E ORDEM DAS
novas diligências na tentativa de localizar o denunciado, TESTEMUNHAS
confirmando que o processo, assim como o curso do prazo 48. Em processo no qual se imputava a Antônio a prática do
prescricional, deveria permanecer suspenso. Com base nas crime de constituição de milícia privada, foi designada
informações narradas, na condição de advogado(a) de Caio, audiência de instrução e julgamento para oitiva das
que veio a tomar conhecimento dos fatos em julho de 2018, testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa. No dia
responda aos questionamentos a seguir. A) Existe da audiência, as testemunhas de acusação não
argumento para questionar a decisão do magistrado que, compareceram, determinando o magistrado, por economia
em julho de 2018, determinou que o processo e o curso do processual, a oitiva das testemunhas de defesa presentes,
prazo prescricional permanecessem suspensos? (Valor: apesar de o advogado de Antônio se insurgir contra esse
0,65) B) Existe argumento de direito material a ser fato. Na ocasião, foram ouvidas três testemunhas de
apresentado em busca da absolvição de Caio? (Valor: 0,60) defesa, dentre as quais Pablo, que prestou declarações
falsas para auxiliar o colega nesse processo criminal.
Identificada sua conduta, porém, houve extração de peças
ANALOGIA IN MALA PARTEN E SIGILO DE DADOS (PROVA ao Ministério Público, que, em 09 de abril de 2019,
ILÍCITA) ofereceu denúncia em face de Pablo, imputando-lhe a
47. Em patrulhamento de rotina, policiais militares prática do crime de falso testemunho na forma majorada.
receberam uma informação não identificada de que No processo de Antônio, foi designada nova audiência de
Wesley, que estava parado em frente à padaria naquele instrução e julgamento, ocasião em que foram ouvidas as
momento, estaria envolvido com o tráfico de drogas da testemunhas de acusação; novamente, Pablo, a seu pedido,
localidade. Diante disso, os policiais identificaram e prestou declarações, confirmando que havia mentido na
realizaram a abordagem de Wesley, não sendo, em um audiência anterior, mas que agora contava a verdade, o que
primeiro momento, encontrado qualquer material ilícito veio a prejudicar a própria defesa do réu. Com base nas
com ele. Diante da notícia recebida momentos antes da declarações das testemunhas de acusação e nas novas
abordagem, porém, e considerando que o crime de declarações de Pablo, Antônio veio a ser condenado. Pablo,
associação para o tráfico seria de natureza permanente, os por sua vez, em seu processo pelo crime de falso
policiais apreenderam o celular de Wesley e, sem testemunho, também veio a ser condenado, reconhecendo
autorização, passaram a ter acesso às fotografias e o magistrado a atenuante do Art. 65, inciso III, alínea b, do
conversas no WhatsApp, sendo verificado que existiam Código Penal. Considerando as informações narradas,
fotos armazenadas de Wesley portando suposta arma de responda, na condição de advogado(a) de Antônio e Pablo.
fogo, bem como conversas sobre compra e venda de A) Qual argumento de direito processual poderá ser
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apresentado por você para desconstituir a sentença Considerando o caso narrado, responda, na condição de
condenatória do réu? Justifique. (Valor: 0,65) B) Qual o advogado(a) de Carleto, aos itens a seguir. A) Qual o recurso
argumento de direito material a ser apresentado pela cabível para a defesa combater aquela decisão? Justifique.
defesa técnica de Pablo para questionar a sentença (Valor: 0,60) B) Qual a tese jurídica de direito processual
condenatória? Justifique. (Valor: 0,60) que a defesa de Carleto poderá alegar para combater a
decisão respectiva? Justifique. (Valor: 0,65)
Carla, não tendo ela contado em momento anterior para respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
preservar a amiga. Diante dessa menção, o advogado de pontuação.
Rafael requereu ao juízo a oitiva da testemunha Carla, mas
o magistrado indeferiu o pedido sob o argumento de que,
na resposta à acusação, foram arroladas testemunhas no COLABORAÇÃO PREMIADA E ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
número máximo permitido pela lei, de modo que não 54. (XXVII EXAME DA ORDEM) No interior de um coletivo,
poderia a defesa acrescentar mais uma, apesar de Alberto, João, Francisco e Ronaldo, até então
reconhecer a conveniência da oitiva. O advogado registrou desconhecidos, começaram a conversar sobre a crise
seu inconformismo, foram ouvidas as testemunhas de financeira que assombra o país e sobre as dificuldades
defesa arroladas e foi realizado o interrogatório, em que o financeiras que estavam passando. Em determinado
acusado negou o fato. Rafael foi condenado ao momento da conversa, Alberto informa que tinha um
cumprimento da pena de 05 anos e 06 meses de reclusão, conhecido seu, Lucas, com intenção de importar uma arma
reconhecendo o magistrado o aumento de 3/8 na terceira de fogo de significativo potencial ofensivo, que seria um
fase de aplicação da pena exclusivamente em razão da fuzil de venda proibida no Brasil, mas que ele precisava da
existência de duas causas de aumento, não tendo a pena- ajuda de outras pessoas para conseguir a importação.
base e a intermediária se afastado do mínimo legal. Diante da oferta em dinheiro pelo serviço específico, todos
Considerando as informações narradas, responda, na concordaram em participar do plano criminoso, sendo que
condição de advogado(a) de Rafael, na ocasião da Alberto iria ao exterior adquirir a arma, João alugaria um
apresentação de recurso de apelação: A) qual argumento de barco para trazer o material, Francisco auxiliaria junto à
direito processual poderia ser alegado em busca de imigração brasileira para que a conduta não fosse
desconstituir a sentença condenatória? Justifique. (Valor: descoberta e Ronaldo entregaria o material para Lucas, que
0,60) B) qual argumento de direito material deverá ser era o mentor do plano. Após toda a organização do grupo e
apresentado em busca de redução da sanção penal divisão de tarefas, assustado com as informações veiculadas
aplicada? Justifique. (Valor: 0,65) Obs.: o(a) examinando(a) na mídia sobre as punições de crime de organização
deve fundamentar as respostas. A mera citação do criminosa, Francisco comparece ao Ministério Público com
dispositivo legal não confere pontuação. seu advogado e indica a intenção de realizar delação
premiada. Participaram das negociações do acordo
Francisco, sua defesa técnica, o membro do Ministério
PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO E CONCURSO DE CRIMES Público com atribuição e o juiz que seria competente para
53. (XXVII EXAME DA ORDEM) Em cumprimento de julgamento, sendo acordada a redução de 1/3 da pena em
mandado de busca e apreensão, o oficial de justiça Jorge relação ao crime de organização criminosa. Após ser
compareceu ao local de trabalho de Lucas, sendo denunciado junto com Alberto, João, Ronaldo e Lucas pela
encontradas, no interior do imóvel, duas armas de fogo de prática do crime de organização criminosa (Art. 2º, da Lei nº
calibre .38, calibre esse considerado de uso permitido, 12.850/2013), Francisco contrata você, como novo(a)
devidamente municiadas, ambas com numeração advogado(a), para patrocinar seus interesses. Na condição
suprimida. Em razão disso, Lucas foi preso em flagrante e de advogado(a) de Francisco, com base apenas nas
denunciado pela prática de dois crimes previstos no Art. 16, informações narradas, esclareça os itens a seguir. A)
caput, da Lei 10.826/2003, em concurso material, sendo Considerando que aquela delação premiada não seria
narrado que “Lucas, de forma livre e consciente, guardava, benéfica ao seu cliente, existe argumento a ser apresentado
em seu local de trabalho, duas armas de fogo de calibre em busca de desconstituir o acordo celebrado quanto ao
restrito, devidamente municiadas”. Após a instrução, em seu aspecto formal? Justifique. (Valor: 0,65) B) Qual
que os fatos foram confirmados, foi juntado o laudo argumento de direito material deve ser apresentado para
confirmando o calibre .38 das armas de fogo, a capacidade questionar a capitulação jurídica realizada pelo Ministério
de efetuar disparos, bem como que ambas tinham a Público na denúncia? Justifique. (Valor: 0,60) Obs.: o(a)
numeração suprimida. As partes apresentaram alegações examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera
finais, e o magistrado, em sentença, considerando o teor do citação do dispositivo legal não confere pontuação.
laudo, condenou Lucas pela prática de dois crimes previstos
no Art. 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003,
em concurso formal. Intimada a defesa técnica da sentença JÚRI E DESCRIMNANTES PUTATIVAS
condenatória, responda, na condição de advogado(a) de 55. (XVII EXAME DA ORDEM) Revoltada com o fato de que
Lucas, aos itens a seguir. A) Qual o argumento de direito sua melhor amiga Clara estaria se relacionando com seu ex-
processual a ser apresentado em busca da desconstituição companheiro João, Maria a procurou e iniciou uma
da sentença condenatória? Justifique. (Valor: 0,65) B) discussão. Durante a discussão, Clara, policial militar,
Reconhecida a validade da sentença em segundo grau, qual afirmou que, se Maria a xingasse novamente, ela a mataria
o argumento de direito material a ser apresentado para gastando apenas uma munição da sua arma. Persistindo na
questionar o mérito da sentença condenatória e, discussão, Maria voltou a ofender Clara. Esta, então, abriu
consequentemente, a pena aplicada? Justifique. (Valor: sua bolsa e pegou um bem de cor preta. Acreditando que
0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as Clara cumpriria sua ameaça, Maria desferiu um golpe na
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cabeça da rival, utilizando um pedaço de pau que estava no CONCURSO DE PESSOAS E DOSIMETRIA
chão. A perícia constatou que o golpe foi a causa eficiente 57. Luiz, no dia 05 de fevereiro de 2019, ingressou na
da morte de Clara. Posteriormente, também foi constatado residência de Henrique e, mediante grave ameaça contra a
que Clara, de fato, estava com sua arma de fogo na bolsa, vítima, buscou subtrair a televisão do imóvel. Após o
mas que ela apenas pegara seu telefone celular para ligar emprego da grave ameaça à pessoa e a retirada dos
para João. Após denúncia pela prática do crime de parafusos da televisão, mas ainda quando estava dentro da
homicídio qualificado e encerrada a instrução da primeira casa com o bem, Luiz é surpreendido pela Policía Militar,
fase do procedimento do Tribunal do Júri, entendeu o que informada dos fatos por vizinhos, realizou sua prisão
magistrado por pronunciar Maria nos termos da inicial em flagrante. Em sede policial, foi descoberto que Luiz
acusatória. Com base nas informações expostas, responda, contou com a participação de José, que, sabendo do plano
na condição de advogado(a) de Maria, aos itens a seguir. A) criminoso do amigo, foi o responsável por dizer o horário
Qual o recurso cabível da decisão proferida pelo em que a vítima estaria sozinha em sua residência, bem
magistrado? Caso tivesse ocorrido a impronúncia, o recurso como a porta que teria uma falha na fechadura, facilitando
pela parte interessada seria o mesmo? Justifique. (Valor: o ingresso de Luiz no imóvel. Luiz e José foram denunciados
0,65) B) Qual a tese de direito material a ser apresentada pela prática do crime de roubo majorado pelo concurso de
em sede de recurso para combater a decisão de submeter a agentes. Observado o procedimento previsto em lei e
ré ao julgamento pelo Tribunal do Júri? Justifique. (Valor: confirmados os fatos, foi proferida sentença condenatória,
0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as sendo aplicada a pena mínima possível de 5 anos e 4 meses
respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere de reclusão, além de 13 dias-multa, para José. Já Luiz teve
pontuação. sua pena base fixada acima do mínimo legal, em 4 anos e 6
meses de reclusão e 12 dias-multa, reconhecendo o
PRISÃO EM FLAGRANTE E ERRO DE PROIBIÇÃO magistrado a existência de má conduta social, pelo fato de
Luiz possuir 5 condenações sem trânsito em julgado pela
56. Gabriel, estudante de farmácia, 22 anos, descobre que suposta prática de crimes de roubo, apesar de admitir, na
seu tio Jorge possuía grave doença no fígado, que lhe decisão, que as anotações constantes da Folha de
causava dores físicas. Durante seus estudos sobre medicina Antecedentes Criminais não poderiam justificar o
alternativa em livro oficial fornecido pela faculdade pública reconhecimento de maus antecedentes. Não foram
em que estudava, vem a ler que a droga conhecida como reconhecidas agravantes, sendo, na terceira fase, a pena
heroína poderia, em doenças semelhantes à de seu tio, aumentada, no mínimo possível, em razão da majorante do
funcionar como analgésico e aliviar a dor do paciente. concurso de agentes. Assim, a pena final de Luiz restou
Tendo acesso ao material que sabia ser heroína e sua acomodada em 06 anos de reclusão e 15 dias-multa.
classificação como droga, Gabriel, em 27 de maio de 2019, Intimado da decisão, o advogado de José apresentou
transporta e entrega o material para o tio, acreditando que, recurso buscando reconhecimento da modalidade tentada
apesar de existir a figura típica do tráfico de drogas, sua do delito, bem como da causa de diminuição da
conduta seria lícita diante dos fins medicinais. Avisou que o participação de menor importância. Luiz, então, consulta
material deveria ser usado naquele dia, de forma imediata. você, como advogado(a), para avaliar o interesse em
No dia 29 de maio de 2019, após denúncia, policiais apresentar recurso de apelação. Na condição de
militares, com autorização para ingresso na residência de advogado(a) de Luiz, esclareça os questionamentos
Jorge, apreendem o material ilícito e descobrem que Jorge formulados pelo seu cliente. A) Não sendo apresentado
o recebera de Gabriel, mas não o utilizou. Em seguida, recurso de apelação por Luiz, poderá ele ser beneficiado
comparecem à faculdade de Gabriel e realizam sua prisão pelo reconhecimento da causa de diminuição de pena da
em flagrante. Jorge e Gabriel foram indiciados, após juntada tentativa no julgamento do recurso apresentado por José? E
do laudo confirmando a natureza do material, pelo crime de da causa de diminuição de pena da participação de menor
tráfico de drogas (Art. 33 da Lei nº 11.343/06), mas, em importância? Justifique. (Valor: 0,65) B) Existe argumento
razão da doença, Jorge vem a falecer naquela mesma data. de direito material a ser apresentado em busca da redução
Ao tomar conhecimento dos fatos, de imediato a família de da pena base aplicada a Luiz? Justifique. (Valor: 0,60)
Gabriel procura você, como advogado, para
esclarecimentos. Considerando apenas as informações
expostas, responda, na condição de advogado(a) de Gabriel, RECURSO (ROC) E EXECUÇÃO PENAL
aos itens a seguir. A) Qual o argumento de direito 58. O apenado Fabrício cumpria pena pela prática do delito
processual a ser apresentado para questionar a prisão em de extorsão simples, tendo requerido, por meio de
flagrante de Gabriel? Justifique. (Valor: 0,60) B) Existe advogado, a extinção da punibilidade por satisfazer os
argumento de direito material a ser apresentado em busca requisitos, objetivos e subjetivos, previstos no Decreto
da absolvição de Gabriel pelo crime pelo qual foi indiciado? Presidencial de Indulto, publicado no ano de 2018 (requisito
Justifique. (Valor: 0,65) objetivo temporal e requisito subjetivo de não possuir falta
grave nos últimos 12 meses anteriores ao decreto).
Enquanto aguardava o deferimento do benefício requerido,
no dia 02 de março de 2019, ocorreu uma rebelião na
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galeria em que se encontrava. O diretor do presídio, em R$ 2.000,00 (dois mil reais) para sua conta. Diante da grave
procedimento disciplinar próprio, no qual foi garantida a ameaça, Eugênia compareceu ao estabelecimento bancário
ampla defesa e o contraditório, não conseguindo identificar com Geraldo e fez a transferência devida, sendo liberada
aqueles que efetivamente participararam da rebelião, em seguida. Eugênia, nervosa, compareceu à sede policial e
reconheceu que todos os apenados daquela galeria narrou o ocorrido, sendo instaurado inquérito para
praticaram falta grave. Ao tomar conhecimento dessa identificação do autor do fato. Ocorre que Geraldo, no dia
punição disciplinar, o juiz da execução indeferiu o pedido de seguinte, antes de qualquer denúncia, arrependeu-se de
indulto por ausência do requisito subjetivo. Ultrapassado o sua conduta e transferiu de volta para a conta de Eugênia
prazo recursal por desídia da defesa, novo advogado todo o valor antes obtido de maneira indevida. Confirmada
contratado pela família impetrou habeas corpus junto ao a autoria, o Ministério Público ofereceu denúncia em face
Tribunal de Justiça, na busca da extinção da punibilidade. A de Geraldo pela prática do crime de extorsão simples
ordem foi denegada pelo Tribunal. Considerando a situação consumada (Art. 158, caput, do Código Penal), sendo
fática apresentada, na condição de novo advogado decretada sua prisão preventiva, em razão da gravidade do
contratado, ao ser intimado da decisão que denegou a fato e da reincidência. Durante audiência de instrução e
ordem, responda aos itens a seguir. A) Qual o recurso a ser julgamento, foi ouvida a vítima, que confirmou os fatos
apresentado pela defesa para combater a decisão do narrados na denúncia. O réu permaneceu em sala de
Tribunal de Justiça que denegou a ordem no habeas corpus audiência, e o reconhecimento foi realizado ao final da
impetrado em favor do apenado Fabrício? Justifique. (Valor: oitiva da vítima, ainda no local, sob o argumento de que,
0,60) B) Na busca da concessão do indulto e, como havia muitos presos no Fórum, não haveria policiais
consequentemente, da extinção da punibilidade, quais suficientes para transporte de presos até a sala de
argumentos jurídicos poderão ser apresentados? Justifique. reconhecimento. Assim, Eugênia apenas apontou para o
(Valor: 0,65) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar denunciado e disse que ele seria o autor. As demais
suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não testemunhas esclareceram que não presenciaram o
confere pontuação ocorrido. Com base no reconhecimento realizado, foi o réu
condenado nos termos da denúncia, sendo aplicada pena
base de 04 anos; pena intermediária de 04 anos e 03 meses
ANPP E ASSITENTE DE ACUSAÇÃO em razão da reincidência, não sendo reconhecidas
59. Maria, no dia 07 de julho de 2020, compareceu à atenuantes ou outras agravantes; na terceira fase, não
Delegacia e narrou que foi vítima, dois dias antes, de um foram reconhecidas causas de aumento ou de diminuição
crime de lesão corporal praticada por seu marido, Francisco, de pena. O regime inicial aplicado foi o fechado. Intimado
e motivada pela insatisfação com a qualidade da refeição da sentença, esclareça, na condição de advogado de
que teria sido feita pela vítima. Maria foi encaminhada para Geraldo em atuação em recurso de apelação, os itens a
perícia, que constatou, por meio de laudo, a existência de seguir. A) Qual argumento de direito processual poderá ser
lesão corporal de natureza leve. Ouvido, Francisco apresentado para questionar a produção probatória em
confessou a prática delitiva, dizendo que este seria um audiência? Justifique. (Valor: 0,65) B) Qual argumento de
evento isolado em sua vida. Diante disso, Francisco foi direito material poderá ser apresentado, caso mantida a
indiciado pelo crime do Art. 129, § 9º, do CP, na forma da condenação, em busca da redução da pena aplicada?
Lei nº 11.340/06. Considerando a pena prevista para o Justifique. (Valor: 0,60)
delito e a inexistência de envolvimento pretérito com
aparato judicial ou policial pelo autor do fato, o Ministério
Público apresentou proposta de acordo de não persecução INADIMISSIBILIDADE DE PROVAS ILÍCITAS E NÃO
penal a Francisco. Ao tomar conhecimento dos fatos, Maria AUTOINCRIMINAÇÃO
procura você, como advogado, para esclarecimentos. 61. Flávio figurava como indiciado em procedimento em
Considerando apenas as informações expostas, responda na que se investigava a prática do crime de concussão. Após
qualidade de advogado de Maria, aos itens a seguir. A) não mais ter disponíveis outros meios de investigação, o
Existem argumentos para questionar a proposta de acordo Ministério Público formulou requerimento de interceptação
de não persecução penal formulada pelo Ministério das conversas telefônicas de Flávio, sendo o pedido
Público? Justifique. (Valor: 0,65) B) Em caso de denúncia, deferido pela autoridade judicial pelo prazo de 10 dias. No
diante da natureza da ação pública incondicionada, existe período interceptado, todas as conversas de Flávio foram
alguma forma de participação direta da vítima no processo, transcritas. Em uma das conversas interceptadas, Flávio
inclusive com posição ativa na produção das provas e mantinha contato com seu advogado João e confessava a
interposição de recursos? Justifique. (Valor: 0,60) autoria do crime de concussão, solicitando orientação
jurídica, sendo possível perceber que João não teria
qualquer conhecimento anterior sobre aquela prática
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E ATENUANTES delitiva. A partir do teor das transcrições das conversas de
(DOSIMETRIA) Flávio, o Ministério Público ofereceu denúncia em desfavor
60. Geraldo, 30 anos, constrangeu Eugênia, desconhecida do mesmo, imputando-lhe a prática do crime previsto no
que passava pela rua, mediante grave ameaça, a transferir Art. 316 do Código Penal. Ao tomar conhecimento da
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denúncia, Flávio contata seu advogado, que tem acesso ao pelo fabricante informando que os medicamentos relativos
procedimento, inclusive ao teor das transcrições obtidas a àquele lote não se achavam em condições para consumo
partir da interceptação das conversas telefônicas. Durante a por estarem corrompidos, devendo ser recolhidos e
instrução, após requerimento do Ministério Público, o juiz devolvidos. Na instrução criminal, foram ouvidos os agentes
determina, sem anuência do acusado e de sua defesa da Vigilância Sanitária que fizeram as apreensões, os quais
técnica, que seja realizada perícia de voz em Flávio para declararam ter recebido diversas reclamações de
confirmar que ele seria um dos interlocutores da conversa, consumidores que compraram o medicamento relativo ao
intimando-o para apresentar gravação a servir de lote de fabricação UR031FT-PLANT, pois se sentiram mal.
paradigma para o exame. Considerando apenas as Ouvidos os farmacêuticos do fabricante, disseram que, feita
informações expostas, responda, na condição de a análise, constataram que o medicamento daquele lote
advogado(a) de Flávio, aos itens a seguir. A) Qual o estava corrompido e recomendaram aos comerciantes que
argumento a ser apresentado para questionar a prova os adquiriram que efetuassem a devolução. Foi ouvida uma
obtida a partir da interceptação das comunicações testemunha de defesa, ou seja, o gerente da farmácia que
telefônicas? Justifique. (Valor: 0,60) B) Existe argumento a recebeu o aviso do fabricante. Ele esclareceu que não abriu
ser apresentado para questionar a decisão do magistrado a correspondência e nem deu ciência do recebimento ao
que determinou a realização da perícia de voz, com farmacêutico da loja. Interrogados, os réus negaram a
apresentação de gravação que servisse de paradigma à autoria. Alegaram que desconheciam qualquer
perícia? Justifique. (Valor: 0,65) irregularidade no medicamento do lote de fabricação
UR031FT-PLANT. Declararam que não receberam qualquer
reclamação de clientes, considerando que 15 (quinze)
CITAÇÃO E CRIME DE FÉ PÚBLICA unidades daquele lote foram comercializadas, além disso,
62. Carla, funcionária de determinado estabelecimento pesquisaram e não encontraram reclamação no Procon
comercial, inseriu, em documento particular, informação relativa a esse fato. A corrupção do referido medicamento
falsa acerca da data de determinado serviço que teria sido ficou demonstrada nos autos pelos documentos
prestado pela empresa, em busca de prejudicar direito de laboratoriais do fabricante. Renato e Abel foram
terceiro, sendo realmente a inserção da informação de sua condenados nas penas mínimas (10 anos de reclusão, em
responsabilidade. Descobertos os fatos pelo superior regime fechado, 10 dias-multa ao valor mínimo legal). O
hieráquico de Carla, foi apresentada notitia criminis em Ministério Público não recorreu. A defesa dos réus apelou.
desfavor da funcionária, que veio a ser denunciada como A) Em razões recursais defensivas, que eventual matéria
incursa nas sanções penais do Art. 298 do Código Penal processual poderia ser sustentada como preliminar? (Valor:
(falsificação de documento particular). No momento da 0,65) B) Com vistas à absolvição de Renato e Abel, qual(is)
citação, o Oficial de Justiça compareceu ao endereço tema(s) de direito material poderia(m) ser alegado(s)?
fornecido pelo Ministério Público, sendo que constatou, na (Valor: 0,60)
primeira vez que foi ao local, que Carla lá residia, mas que
estava se ocultando para não ser citada. Diante disso,
certificou tal fato e foi determinada a citação por edital pelo RECURSO E SURSIS PENAL
magistrado. Carla é informada do teor do edital por uma 64. Pedro, nascido em 20 de janeiro de 2000, foi
amiga que trabalhava no Tribunal de Justiça e procura você, condenado, definitivamente, pela prática do crime furto
como advogado(a), para prestar assistência jurídica. simples à pena de 1 ano de reclusão em regime inicial
Responda, na condição de advogado(a) de Carla, aberto, tendo sua pena privativa de liberdade substituída
considerando apenas as informações expostas, aos por pena de multa. O crime ocorreu no dia 14 de junho de
seguintes questionamentos. A) A citação de Carla foi 2018, e a sentença condenatória transitou em julgado, no
realizada de forma válida? Justifique. (Valor: 0,60) B) Qual o dia 20 de abril de 2019, tendo sido feito o pagamento da
argumento de direito material a ser apresentado para multa no prazo legal. Ocorre que, no dia 23 de março de
questionar a capitulação delitiva? Justifique. (Valor: 0,65) 2020, o agente foi preso em flagrante, após empregar
ameaça para subtrair o aparelho telefônico de Luiza. Os
policiais que efetuaram a prisão conseguiram evitar a
EXAME DE CORPO DE DELITO; ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE consumação delitiva e, posteriormente, Pedro foi
PROVAS E ERRO DE TIPO denunciado pela prática do crime de roubo, em sua
63. Renato e Abel foram denunciados pelo crime de modalidade tentada. Finda a instrução, foi condenado na
“falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de forma do Art. 157, c/c. Art. 14, inciso II, ambos do Código
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais”, por Penal. Ao aplicar a pena, o juiz fixou a pena-base no mínimo
terem exposto à venda, na farmácia em que eram sócios, legal, pois favoráveis as circunstâncias judiciais. Na segunda
diversos frascos de medicamentos fitoterápicos para fase, manteve a pena no patamar de 4 anos, apesar de
tratamento urinário que estavam corrompidos. Lote de reconhecer a agravante da reincidência. Isto porque
fabricação UR031FT-PLANT (Art. 273, § 1º, do CP). A observou a menoridade relativa do agente à data do fato.
Vigilância Sanitária, ao fiscalizar aquela farmácia, apreendeu Aplicada a minorante da tentativa em sua fração máxima,
os referidos medicamentos e encontrou um aviso enviado alcançou a pena definitiva de 1 ano e 4 meses de reclusão e
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fixou o regime inicial semi-aberto, sendo negada a seguir em frente para processar Fábio criminalmente. No
suspensão condicional da pena em razão da reincidência. A dia seguinte, Paulo noticiou o ocorrido na reunião anterior à
defesa técnica de Pedro interpôs, assim, recurso de autoridade policial e apresentou o laudo hospitalar para
apelação, insurgindo-se apenas quanto à negativa do sursis. comprovar a lesão sofrida. Após os trâmites regulares das
O magistrado, no entanto, não admitiu o recurso, investigações, o promotor de justiça com atribuição para o
sustentando que a via adequada era a do Recurso em caso ofereceu denúncia em face Fábio como incurso nas
Sentido Estrito, a teor do Art. 581, inciso XI, do Código de sanções do crime de lesão corporal leve, previsto no art.
Processo Penal. Considerando apenas as informações 129, caput do CP. A denúncia foi recebida e determinada a
apresentadas, responda, na qualidade de advogado(a) de citação do réu. Considerando as informações acima, na
Pedro, aos itens a seguir. A) Aponte o recurso a ser condição de advogado(a) de Fábio, responda aos itens a
interposto em face da decisão do juiz de primeiro grau que seguir. A) Qual tese a defesa pode alegar como preliminar?
não admitiu a apelação e o fundamento de direito Justifique. (Valor: 0,60) B) Qual tese de direito material
processual penal a ser alegado para que o apelo seja pode ser utilizada para a defesa de Fábio? Justifique. (Valor:
admitido. Justifique. (Valor: 0,65) B) Existe alguma tese de 0,65)
Direito Penal material que permita a concessão da
suspensão condicional da pena no caso concreto?
Justifique. (Valor: 0,60) PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA (INTIMAÇÃO) E ESTUPRO DE
VULNERÁVEL
67. Arnaldo e Fábio, 22 anos, são irmãos gêmeos idênticos,
PERSEGUIÇÃO E TRANSAÇÃO PENAL mas Arnaldo sempre fez mais sucesso com as meninas por
65. Roberto foi denunciado pelo crime de perseguição (Art. ser mais extrovertido. Arnaldo inicia um relacionamento
147-A do CP). Segundo a denúncia, no dia 15 de janeiro de com Mônica, de 14 anos. Ambos costumam manter relação
2022, na filial da sociedade empresária Ruan S/A, situada no sexual consentida. Elena, amiga de Mônica, sempre foi
Rio de Janeiro/RJ, Roberto se aproveitou da proximidade apaixonada por Arnaldo e, movida por ciúmes, resolve
física com Fábio (colega que trabalha na matriz da empresa noticiar às autoridades sobre as relações mantidas entre
em São Paulo/SP e estava visitando a filial carioca por um Arnaldo e Mônica, no intuito de incriminá-lo por estupro de
dia apenas) no ambiente de trabalho, para lançar-lhe vulnerável. Noticiado o fato em sede policial e concluídas as
olhares lascivos, o que teria “perturbado a esfera de investigações, o Ministério Público ofereceu denúncia,
liberdade ou privacidade” de Fábio. Este ofereceu imputando a Arnaldo o crime de estupro de vulnerável,
representação contra Roberto. O Ministério Público se previsto no Art. 217-A do CP. Após recebimento da
recusou a formular proposta de transação penal a Roberto, denúncia, citação e apresentação de defesa, foi designada
com fundamento em uma anotação existente na sua Folha audiência de instrução e julgamento. De posse do mandado,
de Antecedentes Criminais (FAC), relativa à condenação o oficial de justiça foi até a residência dos irmãos e realizou
definitiva à pena corporal – extinta há mais de 5 (cinco) a intimação na pessoa de Fábio, que se fez passar por
anos – pela prática de crime. Sobre a hipótese apresentada, Arnaldo. No dia da audiência, Arnaldo não compareceu,
responda aos itens a seguir. A) Quais teses de mérito embora seu advogado estivesse presente. Finalizada a
podem ser invocadas pelo defensor técnico de Roberto? instrução e após alegações finais, o juiz condenou Arnaldo
Justifique. (Valor: 0,60) B) Qual medida pode ser adotada no crime de estupro de vulnerável, na forma do Art. 217-A
pelo defensor técnico de Roberto para viabilizar a proposta do CP, a pena de 8 anos de reclusão, visto que Arnaldo não
de transação penal? Justifique. (Valor: 0,65) tinha qualquer anotação criminal, sendo favoráveis as
condições do crime. Considerando apenas as informações
narradas no enunciado, responda aos itens a seguir. A) O
EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE (DECADÊNCIA) E LEGÍTIMA que pode ser alegado em favor de Arnaldo em matéria
DEFESA processual? Justifique. (Valor: 0,60) B) Qual argumento de
66. Em 09 de agosto de 2021, durante uma reunião de direito material poderia ser apresentado? Justifique. (Valor:
condomínio, iniciou-se uma discussão. O morador Paulo, 0,65)
lutador de vale tudo, chamou Fábio, o síndico, de ladrão.
Ato contínuo, Paulo partiu para cima de Fábio, no intuito de
quebrar seu nariz com um soco. Em seguida, Fábio, CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO E REJEIÇÃO DA
praticante de jiu jitsu, golpeou Paulo, que caiu no chão DENÚNCIA
desmaiado. Paulo foi levado para o hospital, mas foi 68. Ana Beatriz foi denunciada pelo Ministério Público pela
liberado horas depois. O laudo hospitalar atestou apenas prática dos crimes de falsificação de documento particular
escoriações leves. Em 10 de maio de 2022, em outra (Art. 298 do CP) e estelionato (Art. 171 do CP), em concurso
reunião de condomínio, Paulo e Fábio encontraram-se material (Art. 69 do CP), por ter obtido vantagem
novamente. Fábio já tinha esquecido os fatos ocorridos na patrimonial ilícita às custas da vítima Rita (pessoa
ocasião anterior, porque não era pessoa de guardar rancor. civilmente capaz e mentalmente sã, à época com 21 anos
No entanto, Paulo lembrou de tudo que passou, sentiu-se de idade), induzindo-a e mantendo-a em erro, mediante
envergonhado perante os demais condôminos e resolveu meio fraudulento. Segundo narra a denúncia, em julho de
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apresentado para questionar a capitulação realizada e a rejeição da denúncia por não ser necessária a aplicação de
pena aplicada? Justifique. (Valor: 0,60) medida de segurança, já que, atualmente, não haveria
incapacidade de José. Insatisfeita com o teor da decisão,
Beatriz procura você, como advogado(a), para a adoção das
QUEIXA CRIME E ABERRATIO CRIMINIS medidas cabíveis e assistência técnica. Na condição de
73. Bernardo, em 31 de dezembro de 2018, com a intenção advogado(a) de Beatriz, esclareça os questionamentos a
de causar dano à loja de Bruno, seu inimigo, arremessou seguir. A) Para combater a decisão do magistrado, qual o
uma pedra na direção de uma janela com mosaico, que recurso cabível? Justifique. (Valor: 0,60) B) Existe
tinha valor significativo de mercado. Ocorre que, no argumento de direito material para questionar o conteúdo
momento da execução do crime, Bernardo errou o da decisão judicial? Justifique. (Valor: 0,65)
arremesso e a pedra acabou por atingir Joana, funcionária
que passava em frente à loja e que não tinha sido
percebida, causando-lhe lesões corporais que a TRANSAÇÃO PENAL E CRIME DE TRÂNSITO
impossibilitaram de trabalhar por 50 dias. A janela restou 75.Talita conduzia seu veículo automotor quando sofreu
intacta. No momento do crime, não foi identificada a uma colisão na traseira de seu automóvel causada por
autoria, mas, após investigação, em 04 de março de 2019, Lauro, que conduzia seu automóvel a 120 km/h, apesar de a
foi descoberto que Bernardo seria o autor do arremesso. O velocidade máxima permitida, na via pública em que
Ministério Público iniciou procedimento em face de estavam, ser de 50km/h. A perícia realizada no local indicou
Bernardo imputando-lhe o crime de lesão corporal de que o acidente foi causado pela violação do dever de
natureza culposa, figurando como vítima Joana, que cuidado de Lauro, que, em razão da alta velocidade
apresentou representação quando da descoberta do autor. imprimida, não conseguiu frear a tempo de evitar a colisão.
Bruno, revoltado com o ocorrido, contratou um advogado, Talita realizou exame de corpo de delito que constatou a
conferindo-lhe procuração com poderes gerais, constando o existência de lesão corporal de natureza leve. Lauro, por sua
nome do ofendido e do ofensor. O procurador apresenta vez, fugiu do local do acidente sem prestar auxílio. O
queixa-crime, em 02 de julho de 2019, imputando a prática Ministério Público, ao tomar conhecimento dos fatos e não
do crime de tentativa de dano a Bernardo. Ao tomar havendo composição dos danos civis, ofereceu proposta de
conhecimento da queixa-crime, Bernardo o procura, como transação penal em favor de Lauro, destacando que o crime
advogado. Considerando apenas as informações narradas, de lesão corporal culposa, previsto no Art. 303, § 1º, da Lei
na condição de advogado(a) de Bernardo, responda aos nº 9.503/97, admitia o benefício e que a Folha de
questionamentos a seguir. A) Qual argumento de direito Antecedentes Criminais do autor do fato apenas indicava a
processual poderá ser apresentado em busca da rejeição da existência de uma outra anotação referente à infração em
queixa-crime apresentada? Justifique. (Valor: 0,60) B) Qual que Lauro foi beneficiado também por transação penal, mas
argumento de direito material a ser apresentado para o benefício foi oferecido e extinto há mais de 06 anos. Talita
questionar o delito imputado na queixa-crime? Justifique. ficou insatisfeita com a proposta do Ministério Público e
(Valor: 0,65) procurou você, como advogado(a), para esclarecimentos.
Considerando as informações expostas, responda, na
condição de advogado(a) de Talita, aos itens a seguir. A)
RECURSO E CULPABILIDADE Existe previsão de recurso para questionar a decisão
74. Beatriz e seu esposo José, no dia 02/01/2021, enquanto homologatória de transação penal? Justifique. (Valor: 0,60)
celebravam o aniversário de casamento em um restaurante, B) Existe argumento para questionar o oferecimento de
iniciaram uma discussão, por José entender que a esposa transação penal ao autor do fato? Justifique. (Valor: 0,65)
não lhe dispensava a devida atenção. Durante a discussão,
José desferiu um soco no rosto de Beatriz, causando-lhe
lesão corporal de natureza leve. Testemunhas presenciais REJEIÇÃO DA DENÚNCIA E ERRO SOBRE A PESSOA
do fato chamaram a Polícia, sendo José preso em flagrante, (EXECUÇÃO)
mas posteriormente liberado pelo magistrado, em sede de 76. Em 15 de julho de 2020, surgiu uma calorosa discussão
audiência de custódia. O Ministério Público ofereceu entre os amigos Pedro e Júnior, durante uma comemoração
denúncia imputando a José a prática do crime do Art. 129, § de aniversário em um bar da cidade. Pedro, sem querer
9º, do Código Penal, havendo habilitação imediata de mais discussões, levantou-se para ir embora. Júnior, ainda
Beatriz, por meio de seu advogado, como assistente de transtornado, olhou para a porta do bar e, vendo que o
acusação, já que ela não aceitou ter sido agredida pelo amigo ia embora, arremessou uma caneca de cerveja contra
então marido. O magistrado em atuação no Juizado de ele, no intuito de lesioná-lo. Ocorre que Júnior errou o alvo
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher não recebeu e acabou acertando seu próprio irmão, Geraldo, que usava
a denúncia, afirmando a inexistência de fato culpável, uma camisa idêntica à de Pedro, causando-lhe lesão leve.
escorado em laudo apresentado pela defesa indicando que, Em 16 de julho de 2020, a lesão leve foi atestada em laudo
no momento dos fatos, em razão da paixão, José era pericial e o fato foi registrado na Delegacia, por Pedro e
inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com seu Geraldo, que acharam absurda a reação de Júnior. Em 23 de
entendimento. Destacou o magistrado a possibilidade de julho de 2020, Pedro e Geraldo mudaram de ideia. Eles
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retornaram à Delegacia, afirmando que Júnior tem sangue as como incursas nas penas do Art. 140, caput, do Código
quente e que não merecia ser processado, porque era boa Penal. Na qualidade de advogado(a) contratado(a) por
pessoa. Relataram que se conhecem há muitos anos, que é Débora e Cristiane, responda às questões a seguir. A) Qual a
comum discutirem daquela forma e que já tinham tese de direito processual a ser deduzida em favor das
esquecido o ocorrido. Em 30 de março de 2021, o quereladas, notadamente, sobre a prova utilizada para
Ministério Público ofereceu denúncia em face de Júnior, embasar a queixa? Justifique. (Valor: 0,65) B) Qual a tese de
como incurso nas sanções do Art. 129, caput, agravada pelo direito material a ser deduzida em favor das quereladas?
Art. 61, inciso II, alínea e, ambos do CP, crime de lesão Justifique. (Valor: 0,60)
corporal leve agravado por ter sido cometido contra irmão.
Sobre o caso narrado, responda aos itens a seguir. A) Qual o
argumento de direito processual que pode ser alegado em RECURSO E EFEITO EXTENSIVO
favor de Júnior para o não recebimento da denúncia? 79. Lúcio e Adamastor, em comunhão de ações e desígnios,
Justifique. (Valor: 0,60) B) É cabível a incidência da com o emprego de arma de fogo, subtraíram o veículo
agravante imputada em desfavor de Júnior? Justifique. dirigido pela vítima, Vilma. Pela dinâmica delituosa, Lúcio
(Valor: 0,65) empunhava a arma de fogo contra a cabeça da vítima,
enquanto Adamastor exigia a entrega das chaves do
veículo, sob palavras de ordem e graves ameaças contra a
AGRAVO EM EXECUÇÃO E PRD vida de Vilma, afirmando que “caso não entregasse o
77. Luís, sócio administrador de Exatas Contábeis S/A, foi veículo, levaria um tiro.” Ambos foram condenados, sendo
condenado pela supressão de tributos praticada pela que Lúcio e o Ministério Público não recorreram da
prestação de informações falsas às autoridades fazendárias condenação. Adamastor, por meio de sua defesa técnica
(Art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90), apurado (distinta da defesa de Lúcio), interpôs recurso, alegando
definitivamente em procedimento fiscal, no montante de que a arma de fogo era portada apenas por Lúcio e que esta
R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). A era incapaz de produzir disparos. Lúcio afirma ao advogado
sentença condenou o acusado a uma pena de dois anos de que se sentiu traído pelo argumento deduzido por
reclusão, em regime aberto, substituída por duas penas Adamastor, sendo sua intenção, apenas, que ambos
restritivas de direito a serem fixadas pelo MM Juízo de tivessem a mesma condenação. Na qualidade de advogado
Execução Penal. Expedida a carta de execução ao Juízo de de Lúcio, responda às questões a seguir. A) A primeira tese
Execução Penal, este fixou as penas restritivas substitutivas recursal pode garantir tratamento penal mais vantajoso a
da pena privativa de liberdade em prestação de serviços à Adamastor? Justifique, levando em consideração o Direito
comunidade, em jornada semanal de 8h (oito horas), Penal aplicável. (Valor: 0,65) B) Caso o Tribunal acolha a
calculada à razão de uma hora por dia de condenação, e segunda tese recursal de Adamastor, esta poderia ser
prestação pecuniária, esta equivalente ao valor do prejuízo aproveitada a Lúcio? Justifique, considerando as normas de
apurado (R$ 1.500.000,00). Insatisfeito com a decisão do Direito Processual Penal aplicáveis. (Valor: 0,60)
Juiz de Execução Penal, Luís solicita que você, como
advogado(a), adote as providências necessárias à
observância da legalidade estrita na aplicação das penas GABARITO. QUESTÕES DA OAB
restritivas de direitos. Na qualidade de advogado de Luís,
responda aos itens a seguir. A) Qual o recurso cabível contra
a decisão mencionada? Fundamente. (Valor: 0,65) B) Qual o 1. A) O argumento a ser apresentado pela defesa de
argumento de mérito a ser deduzido em favor de Luís? Lucas é que o período de pena provisória cumprido
Fundamente. (Valor: 0,60) deverá ser computado para aplicação do regime inicial
do cumprimento de pena, nos termos do Art. 387, § 2º
do Código de Processo Penal, de modo que o regime a
PROVA ILÍCITA E ATIPICIDADE DA CONDUTA ser fixado é o aberto. De início, destaca-se que a
78. Débora e Cristiane são amigas e se encontraram em um questão não apresentava elementos suficientes para
restaurante. Durante o almoço, elas começaram a justificar um pedido de redução de pena, de modo que
conversar, de forma reservada e sem expectativa de a pena final aplicada fosse de até 04 anos e permitisse
estarem sendo ouvidas por terceiros, sobre Jéssica, a aplicação do regime aberto. Ademais, o próprio
conhecida de ambas. As amigas mencionaram que Jéssica enunciado da questão requer que o patrono de Lucas
era “ridícula” e que “se acha”. Jenifer, amiga de Jéssica, sem apresente argumento para alteração do regime ainda
que Débora e Cristiane percebessem, aproximou-se da que mantida a pena de 04 anos e 03 meses de
mesa de ambas de forma discreta e iniciou uma gravação reclusão. Em princípio, estabelece o Art. 33, § 2º,
ambiental (com amplificação sonora), captando o áudio da alínea b, do Código Penal, que cabível o regime
conversa com todas as qualidades negativas que Débora e semiaberto ao condenado não reincidente, quando a
Cristiane atribuiam a Jéssica. Jenifer entregou a gravação à pena aplicada for superior a 04 anos ou não exceda a
ofendida. De posse da referida gravação ambiental, Jéssica oito, como é a situação de Lucas. Ao mesmo tempo,
ajuízou uma queixacrime contra Débora e Cristiane, dando- estabelece o Art. 42 do Código Penal que será
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computado, na pena privativa de liberdade, o tempo quando a presa for gestante, não mais havendo
de prisão provisória, disciplinando, assim, o instituto limitação do período de gestação. Basta a condição de
conhecido como detração. Outrossim, o Art. 387, § 2º, gestante de acordo com a lei. Assim, considerando que
do Código de Processo Penal, acrescentado pela Lei nº Julia estava grávida de 20 semanas, cabível o
12.736/12, prevê expressamente que o tempo de requerimento. Cabe ressaltar que argumentações no
prisão provisória será computado para fins de sentido de revogação da prisão pela ausência de
determinação do regime inicial de pena privativa de fundamentos dos Arts. 312 e 313 do CPP não serão
liberdade. No caso, Lucas ficou preso por período aceitas, tendo em vista que o próprio comando da
superior a 08 meses, período esse que deve ser questão deixa claro o preenchimento dos mesmos.
computado como pena cumprida, na forma da
detração, para determinação do regime inicial. Assim, 3. A) O argumento de direito processual a ser
considerando os oitos meses apenas para fins de apresentado em sede de recurso é que o mandado de
aplicação do regime inicial, seria possível a aplicação busca e apreensão que justificou a realização de
do regime aberto. B) Na sentença condenatória, diligência na residência de Gabriel é inválido, tendo
entendeu o magistrado que os dias-multa deveriam em vista que genérico. O mandado de busca e
ser fixados no valor de 3 vezes o salário mínimo em apreensão em determinada residência, por ser uma
razão das circunstâncias do fato. Ocorre que é restrição aos direitos fundamentais da inviolabilidade
pacificado o entendimento jurisprudencial, em de domicílio, trazido pelo Art. 5º, inciso XI, da
especial diante da previsão do Art. 60 do Código Penal, CRFB/88, e privacidade deve ser determinado e
que o critério para fixação do VALOR do dia-multa será amparado em fundadas razões no envolvimento com
o da capacidade econômica do réu. Na situação ilícito. No caso, o mandado foi genérico, sem indicar o
apresentada, Lucas era pessoa humilde, que recebia, endereço exato onde deveria ser cumprido o mesmo,
antes da prisão, remuneração de meio salário mínimo apesar de as residências do condomínio serem
em razão da prestação de serviços informais, logo não separadas e identificadas. Por essas mesmas razões,
se justifica o fundamento apresentado pelo houve violação, ainda, da previsão do Art. 243, inciso I,
magistrado para fixação do valor do dia-multa. do CPP, que diz que no mandado deve ser indicada o
mais precisamente possível a casa onde será realizada
2. A) O argumento a ser apresentado pela defesa de a diligência.
Bruna é que sua conduta, em tese, poderia configurar
ato infracional, mas não crime sob o ponto de vista B) Ainda que diante do descumprimento da medida de
técnico, já que inimputável na data dos fatos. prestação de serviços à comunidade, não poderia ser
Inicialmente, importante recordar que, de acordo com convertida esta em pena privativa de liberdade. Desde
a teoria majoritária, três são os elementos do conceito a Lei nº 11.343/06, o crime de posse de material
analítico do crime: tipicidade, ilicitude e culpabilidade. entorpecente para consumo próprio deixou de ser
Por sua vez, a culpabilidade é formada pelos punido com pena privativa de liberdade, apesar de
elementos imputabilidade, exigibilidade de conduta prevalecer o entendimento de que a conduta não
diversa e potencial conhecimento da ilicitude. Prevê o deixou de ser considerada crime. De acordo com o Art.
Art. 27 do Código Penal que os menores de 18 anos 28, inciso II, da Lei nº 11.343/06, uma das sanções que
são penalmente inimputáveis. Diante disso, Bruna, pode ser imposta em caso de condenação é a
menor de 18 anos na data dos fatos, não pratica crime, prestação de serviços à comunidade, podendo esta ser
mas tão só ato infracional. Isso porque o Art. 4º do fixada pelo prazo de 10 meses em razão da
Código Penal estabelece que se considera praticado o reincidência. Em que pese a prestação de serviços à
crime no momento da ação ou omissão, ainda que comunidade ser pena restritiva de direitos de acordo
outro seja o momento do resultado. No momento dos com o Código Penal, o que, em tese, admitiria a
golpes desferidos por Julia e Bruna em Maria, com conversão em pena privativa de liberdade diante de
intenção de matar, Bruna era menor de 18 anos, logo descumprimento, o tratamento trazido pela Lei nº
inimputável, ainda que, quando do resultado morte, já 11.343/06 é peculiar. Estabelece o Art. 28, § 6º, da Lei
fosse maior. nº 11.343/06 que, em caso de descumprimento da
medida imposta em sentença, em busca de sua
B) O requerimento a ser formulado é de substituição execução, pode ser aplicada multa ou admoestação
da prisão preventiva por prisão domiciliar, nos termos verbal, permanecendo, porém, a vedação na
do Art. 318, inciso IV, do CPP. O Código de Processo imposição de sanção penal privativa de liberdade,
Penal prevê, desde a Lei nº 12.403/11, a prisão tendo em vista que a prestação de serviços à
domiciliar em substituição a prisão provisória, não comunidade não foi aplicada como pena substitutiva
sendo mais restrita à fase de execução da pena. Já da privativa de liberdade como ocorre no Código
com a Lei nº 13.257/16, passou o CPP a prever, no Art. Penal.
318, inciso IV, a possibilidade de requerimento de
substituição da prisão preventiva por domiciliar
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4. A) O argumento de direito processual é que houve exigir a contribuição de Matheus para produção de
nulidade da sentença em razão da existência de provas contra ele próprio em relação ao crime do Art.
cerceamento de defesa, uma vez que a testemunha 306 da Lei nº 9.503/97 (CTB). O princípio do nemo
Carla poderia ter sido ouvida pelo magistrado. tenetur se detegere, trazido, dentre outros diplomas,
Primeiramente ressalta-se que Carla é classificada pela pelo Pacto de San Jose da Costa Rica, estabelece que
doutrina como testemunha referida, tendo em vista ninguém é obrigado a produzir provas contra si.
que somente se teve conhecimento da mesma e de Apesar de haver controvérsia sobre a extensão desse
que esta presenciou os fatos quando da oitiva da princípio, em relação à exigência de conduta positiva
vítima em juízo. O Art. 209 do CPP menciona a do investigado/acusado na produção de prova que
possibilidade de oitiva das testemunhas referidas. pode lhe prejudicar, prevalece o entendimento no
Ademais, o Art. 401, § 1º do CPP estabelece que as sentido de que não existe obrigatoriedade na
testemunhas referidas, assim como as que não contribuição. O exame de etilômetro exige que o
prestem compromisso, não serão computadas no investigado adote um comportamento positivo, já que
número máximo de 08 testemunhas a serem ouvidas. é preciso que ele sopre ar em determinado aparelho,
Dessa forma, a decisão do magistrado, que de modo que não pode Matheus ser obrigado a
reconheceu a conveniência da oitiva, mas indeferiu realizar tal teste se assim não o desejar, podendo o
apenas por já ter atingido a defesa o limite máximo de crime do Art. 306 do CTB ser identificado por outros
testemunhas, foi equivocada e gerou um cerceamento meios de prova. B) Em busca da liberdade de Matheus,
no exercício do direito de defesa, precisando ser o advogado deveria formular requerimento de
ressaltado que o advogado manifestou de imediato relaxamento da prisão, tendo em vista que a
seu inconformismo com a decisão. decretação da prisão preventiva exige a presença dos
requisitos e pressupostos trazidos pelos Arts. 312 e
A alegação em abstrato no sentido de que o 313 do Código de Processo Penal. Independentemente
magistrado poderia ouvir testemunhas para além das do risco de reiteração delitiva, os pressupostos do Art.
arroladas não foi considerada suficiente pela Banca, 313 do CPP não foram atendidos. O crime imputado
tendo em vista que não combate o argumento do juiz não é doloso e não tem pena máxima superior a 04
no sentido de que as testemunhas referidas estariam anos, ainda que considerada eventual causa de
abrangidas pelo limite máximo de testemunhas aumento. Em relação à reincidência, o Art. 313, inciso
estabelecido no procedimento comum ordinário. II, do CPP apenas admite a prisão se aquela for em
crimes dolosos. No caso, o enunciado deixa claro que
B) O argumento de direito material em busca da Matheus era reincidente específico na prática de
redução da sanção aplicada é o de que o aumento crimes culposos, logo não preenchidos os requisitos
realizado na terceira fase de aplicação da pena deveria legais desde o início, a decretação da prisão torna-se
ser do mínimo legal, ou seja, de 1/3, uma vez que não ilegal, devendo ser relaxada, nos termos do Art. 5º,
foi apresentada fundamentação razoável para inciso LXV, CRFB/88.
aumento acima do mínimo. Certo é que a mera
indicação do número de majorantes – fundamento 6. A) Sim, a capitulação jurídica realizada pelo Ministério
este exclusivo utilizado pelo magistrado – é Público e acolhida na sentença poderá ser
considerada insuficiente para justificar o aumento questionada, tendo em vista que não deveria ter sido
acima do mínimo, nos termos da Súmula 443 do imputada a qualificadora do concurso de agentes. O
Superior Tribunal de Justiça. Assim, diante da ausência Art. 155, § 4º, inciso IV, do CP prevê qualificadora do
de fundamentação para o aumento de 3/8, o aumento furto quando este for praticado mediante concurso de
deveria ser da fração mínima de 1/3. Não será duas ou mais pessoas. Ocorre que, apesar de Caio e
considerado suficiente pela Banca a afirmativa de não Bruno serem irmãos e terem praticado crimes de furto
aplicação das causas de aumento pelo fato de o no mesmo local, data e horário, não houve concurso
coautor não ser identificado. de agentes. Dentre os requisitos para configuração do
concurso de agentes está o liame subjetivo, que não
5. A questão exige do examinando conhecimento sobre restou configurado na hipótese apresentada. A todo
os princípios aplicáveis ao Processo Penal, bem como momento o enunciado deixa claro que Caio e Bruno
sobre as previsões do Código de Processo Penal sobre sequer sabiam da conduta um do outro, não havendo
o tema “Prisão”. A) Com base nas informações que se falar, então, em comunhão de ações e
constantes do enunciado, não poderia Matheus ser desígnios e, consequentemente, concurso de agentes,
obrigado a realizar o teste de bafômetro nos termos apesar de configurado o crime de furto simples em
informados pela autoridade policial. Matheus foi o relação a ambos. B) Mesmo em caso de manutenção
autor de um atropelamento de vítima que sofreu da capitulação apresentada, ou seja, de furto
lesões corporais em razão de sua conduta com qualificado, seria possível a redução da pena aplicada
violação do dever objetivo de cuidado. em razão do privilégio previsto no Art. 155, § 2º, do
Independentemente, a autoridade policial não poderia CP. Apesar de os agentes responderem a outras ações
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penais, nos termos da Súmula 444 do STJ, não aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
havendo sentença condenatória anterior com trânsito multa, caso não haja composição dos danos e não seja
em julgado, são considerados tecnicamente primários hipótese de arquivamento. Todavia, o próprio Art. 76,
e de bons antecedentes. Ademais, as coisas furtadas em seu parágrafo 2º, traz hipóteses em que a proposta
podem ser consideradas de pequeno valor, não de transação penal não poderá ser realizada. O inciso I
havendo que se falar em insignificância, na hipótese, do dispositivo mencionado afirma que não caberá a
seja pelo valor dos bens seja porque o enunciado proposta quando o autor da infração já tiver sido
indaga sobre a redução da pena aplicada e não condenado, pela prática de crime, por sentença
afastamento da tipicidade da conduta. É preciso, definitiva, à pena privativa de liberdade. Na hipótese
ainda, ressaltar que os Tribunais Superiores apresentada, Rodrigo possuía condenação anterior
pacificaram o entendimento de que a figura do furto com trânsito em julgado, mas apenas ao cumprimento
privilegiado poderá ser reconhecida ainda que o crime de pena de multa e não pena privativa de liberdade.
em questão seja de furto qualificado, Assim, não há vedação legal, podendo o Ministério
topograficamente localizado após a disciplina do Público oferecer proposta de transação penal.
privilégio, nos termos da Súmula 511 do Superior
Tribunal de Justiça. B) Rodrigo deve ser absolvido pois sua omissão
ocorreu em erro de tipo. Para configuração do delito
7. A) Em busca da absolvição de Beto, a defesa técnica de omissão de socorro, previsto no Art. 135 do Código
deve alegar que as provas obtidas foram ilícitas, tendo Penal, é preciso que a omissão tenha ocorrido quando
em vista que os policiais apreenderam documentos era possível ao agente prestar assistência sem risco
em local amparado pela inviolabilidade de domicílio. O pessoal. Rodrigo somente não agiu porque acreditava
Art. 5º, inciso XI, da CRFB/88, garante a todos a que existia risco para si, já que não sabia nadar e a
inviolabilidade de domicílio, prevendo exceção no caso criança estava se afogando na lagoa. Em que pese a
de cumprimento de ordem judicial ou flagrante delito, lagoa fosse rasa e não apresentasse risco para Rodrigo,
o que não restou configurado no caso. Ademais, o ele não tinha conhecimento de tal situação, logo agiu
próprio Art. 150, § 4º do CP e o Art. 246 do CPP dizem em erro sobre a elementar “sem risco pessoal”.
que a expressão “casa” compreende aposento Havendo erro sobre elementar do tipo, a
ocupado de habitação coletiva, sendo pacífico o consequência é o afastamento do dolo, somente
entendimento dos Tribunais Superiores no sentido de podendo o agente ser responsabilizado se o erro for
que quarto de hotel, em especial quando habitado evitável e prevista a modalidade culposa do delito, nos
com certa permanência, está abrangido pela termos do Art. 20 do Código Penal. No caso, o crime
inviolabilidade de domicílio. Em sendo os documentos do Art. 135 do Código Penal não traz a modalidade
apreendidos com violação deste direito fundamental culposa, logo o fato é atípico.
as únicas provas, impossível a condenação. B) Para
questionar a capitulação jurídica formulada pelo 9. A) A medida a ser adotada pela família de Clara e seus
Ministério Público na denúncia, a defesa técnica advogados é a apresentação de queixa substitutiva da
deveria esclarecer que não houve concurso de crimes, denúncia, dando início à ação penal privada subsidiária
mas sim crime único de tráfico, tendo em vista que os da pública. Sem dúvida, o crime a ser imputado a João
verbos núcleos do tipo “guardar” e “trazer” estavam é de ação penal pública incondicionada, de modo que,
sendo praticados em um único contexto. De fato, a em princípio, caberia ao Ministério Público oferecer
apreensão de drogas destinadas à venda configura denúncia. Todavia, de acordo com o que consta do
crime de tráfico, sendo certo que a diligência foi válida enunciado, houve omissão por parte do Ministério
porque havia situação de flagrante delito a justificar o Público, tendo em vista que recebido o inquérito com
ingresso dos policiais no quarto do hotel. O crime de relatório final de indiciamento de João, o Parquet se
tráfico de drogas é tipo misto alternativo, de modo manteve inerte, não oferecendo denúncia,
que a prática de mais de um verbo em um mesmo requerendo o arquivamento ou solicitando diligências.
contexto configura crime único, em respeito ao Assim, diante da omissão do Ministério Público, será
princípio da alternatividade. Apenas quando os verbos admitida ação privada subsidiária da pública, nos
são praticados em contextos diversos é possível a termos do Art. 29 do Código de Processo Penal e Art.
imputação de delitos autônomos ao mesmo agente, o 5º, inciso LIX, da CRFB/88, cabendo ao Ministério
que não ocorreu na situação narrada. Público aditar a queixa, repudiá-la ou oferecer
denúncia substitutiva. B) O crime a ser imputado a
8. A) Sim, existe argumento. Inicialmente deve ser João é de extorsão mediante sequestro qualificada,
destacado que o delito imputado a Rodrigo, ainda que nos termos do Art. 159, § 1º, do Código Penal, tendo
considerando a aplicação da pena de maneira em vista que João sequestrou Clara, criança de 11
triplificada em razão do resultado morte, é de menor anos, restringindo sua liberdade, com a clara intenção
potencial ofensivo. Prevê o Art. 76 da Lei 9.099/95 que de obter, para si ou para outrem, vantagem
o Ministério Público poderá oferecer proposta de econômica indevida como condição para o resgate.
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10. A) A defesa de Roberto poderia buscar a restituição do e não dois crimes autônomos, seja em concurso
bem apreendido, tendo em vista que o mesmo não material ou formal. As armas estavam sendo
tem qualquer relação com o fato, logo não interessa guardadas em um mesmo contexto, logo a violação ao
ao processo (Art. 118 do CPP). Ademais, há nota fiscal bem jurídico protegido foi única, podendo, porém, a
a demonstrar a propriedade do bem, logo o pedido de quantidade de armas ser considerada no momento da
restituição poderia ser formulado diretamente nos aplicação da pena.
autos aos magistrado, já que não há controvérsia
sobre o propriedade do bem (Art. 120 do CPP). Da 12. A) Sim, existe argumento em busca da aplicação do
mesma forma, o celular de Roberto não é produto e regime inicial semiaberto para cumprimento da pena.
nem instrumento do crime, não havendo qualquer De acordo com a literalidade do Art. 33, § 2º, do
vedação em sua restituição (Art. 119 do CPP). B) Ainda Código Penal, em sendo o réu reincidente, cabível a
que confessados os fatos, existe argumento de direito aplicação do regime inicial fechado. Ocorre que tal
material para buscar evitar a condenação do crime de previsão poderá ser extremamente severa diante de
roubo. Em que pese Pedro tenha sido vítima de situações concretas onde outro regime de
violência e, também, tenha tido seu celular subtraído, cumprimento de pena se mostre mais adequado.
não há que se falar em crime de roubo por parte de Diante disso, procurando mitigar as consequências
Roberto. Isso porque a violência empregada não foi dessa previsão do Código Penal, a jurisprudência dos
com o objetivo de subtrair coisa alheia móvel, como Tribunais Superiores, inclusive através da Súmula 269
exige o Art. 157 do Código Penal. Pelo contrário, do Superior Tribunal de Justiça, admite a aplicação do
Arthur, Adriano e Junior queriam praticar crime de regime inicial semiaberto aos reincidentes condenados
lesão corporal. Por sua vez, Roberto subtraiu o celular ao cumprimento de pena fixada em até 04 anos, desde
que caiu do bolso de Pedro, não se utilizando, porém, que favoráveis as demais circunstâncias judiciais. No
de grave ameaça ou violência para subtrair a coisa. caso, apesar da reincidência, a pena foi aplicada em 1
Tanto é assim que Roberto não tinha vínculo com os ano e 06 meses de reclusão, não sendo reconhecidas
agentes quando da prática dos atos de violência, circunstâncias judiciais desfavoráveis. Ademais, a
apenas se aproveitando da facilidade na subtração reincidência anterior sequer era específica. Diante
gerada pela situação. Logo, deve ser afastada a prática disso, possível ao advogado de Hugo pleitear a fixação
delitiva do crime de roubo majorado, ainda que reste a do regime inicial semiaberto de cumprimento de pena.
possibilidade de desclassificação e condenação pelo A mera indicação do candidato de que com base na
crime de furto. pena imposta o regime inicial adequado seria aberto
não é suficiente para atribuição de pontos. B) Sim, é
11. A)O argumento de direito processual a ser apresentado possível ao advogado buscar a substituição da pena
é o de que houve violação ao princípio da correlação, o privativa de liberdade por restritiva de direitos. De
que gera a nulidade da sentença por violação ao fato, como destacado pelo magistrado, a princípio, o
princípio da ampla defesa e ao princípio do Art. 44, inciso II, do Código Penal, veda a substituição
contraditório. Isso porque a denúncia narrou que da pena privativa de liberdade por restritiva de
Lucas guardava, em seu local de trabalho, duas armas direitos na hipótese de o réu ser reincidente na prática
de fogo de calibre restrito. Sem que houvesse de crimes dolosos. Não há dúvida que Hugo era
aditamento da denúncia, o magistrado condenou o réu reincidente, já que possuía condenação pela prática de
pela prática de dois crimes de posse de arma de fogo crime doloso anterior, com trânsito em julgado, sendo
de numeração suprimida, previsto no Art. 16, o crime de apropriação indébita praticado
parágrafo único, inciso IV, da Lei 10.826/03. Apesar do posteriormente. Todavia, o próprio Art. 44, § 3º, do
crime imputado na denúncia e o reconhecido na Código Penal, admite a substituição, mesmo diante de
sentença estarem previsto no mesmo dispositivo legal, reincidência, desde que essa não seja específica e a
eles não se confundem e a narrativa dos fatos é medida seja socialmente recomendável. Na situação
diferente. O réu somente se defendeu sobre as armas apresentada, Hugo não é reincidente específico sequer
apreendidas como sendo de uso restrito, não na prática de crimes contra o patrimônio, já que a
podendo, então, o magistrado modificar os fatos para condenação anterior refere-se ao crime de lesão
dar nova capitulação jurídica, nos termos do Art. 384 corporal dolosa. Ademais, com base nas informações
do CPP. Se não houvesse alteração dos fatos, poderia expostas, a medida seria socialmente recomendável,
o juiz aplicar o Art. 383 do CPP, mas não foi isso que tendo em vista que Hugo estava trabalhando e cuidava
ocorreu na hipótese narrada. Dessa forma, deve ser de filhos menores de idade. O crime não envolveria
reconhecida a nulidade da sentença. B)Em busca de violência ou grave ameaça à pessoa. Assim,
questionar o mérito da decisão, o advogado deveria excepcionalmente, possível a substituição da pena
argumentar que a conduta de Lucas de guardar, em privativa de liberdade por restritiva de direitos.
seu local de trabalho, duas armas de fogo com
numeração suprimida configura crime único previsto
no Art. 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei 10.826/03
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13. A) A decisão do magistrado não foi correta. De fato, de excludente de ilicitude, no caso a da legítima
uma vez que o denunciado não foi localizado para defesa, que encontrava amparo em uma das vertentes
citação pessoal, seria cabível sua citação por edital. Em dos autos. O Art. 415, parágrafo único, do CPP,
consequência, não comparecendo o denunciado e autoriza a absolvição sumária em razão da
nem constituindo advogado, em razão da natureza de inimputabilidade do agente, quando esta for a única
citação ficta, o processo, assim como o curso do prazo tese defensiva. Na hipótese, a tese principal é a de
prescricional, deve ficar suspenso. Ocorre que uma excludente de ilicitude.
suspensão indefinida do prazo prescricional acabaria
por criar um crime, na prática, imprescritível, o que, de 15. A) O advogado de Eduardo deve alegar que ocorreu
acordo com grande parte da doutrina, não poderia cerceamento de defesa, havendo violação aos
ocorrer através de legislação ordinária. Diante disso, princípios do contraditório e da ampla defesa, tendo
através da Súmula 415 do STJ, foi pacificado o em vista que não houve intimação em relação à
entendimento de que a suspensão do prazo expedição da carta precatória, conforme determina o
prescricional somente poderia durar o período do CPP, que prevê expressamente, em seu Art. 222, que
prazo prescricional, regulado pela pena máxima do as partes deverão ser intimadas. De fato, conforme
crime imputado. O delito do Art. 15 da Lei nº consta do enunciado, a expedição de carta precatória,
10.826/03 tem pena máxima prevista de 04 anos, de de acordo com o Art. 222, § 1º, do CPP, não gera
modo que o prazo prescricional seria de 08 anos. suspensão do processo. Todavia, essa informação não
Desde a suspensão do processo, na forma do Art. 366 se confunde com a necessidade de intimação da
do CPP, passaram-se mais de 08 anos, logo o prazo defesa em relação à expedição. A jurisprudência
prescricional deveria voltar a correr em abril de 2016, admite que não ocorra intimação da defesa em
sendo equivocada a decisão do magistrado de, em relação à data da audiência a ser realizada no juízo
2018, determinar que fosse mantida a suspensão do deprecado somente no caso de ter ocorrido a devida
prazo prescricional. B) Sim, existe argumento de intimação em relação à expedição da carta precatória,
direito material a ser apresentado pela defesa técnica nos termos da Súmula 273 do Superior Tribunal de
de Caio em busca de sua absolvição. Deveria o Justiça, o que não ocorreu na hipótese. B) O
advogado alegar a atipicidade da conduta, tendo em argumento a ser apresentado é o de que, apesar de
vista que nem todas as elementares do crime do Art. Eduardo ter oferecido vantagem indevida para o
15 da Lei nº 10.826/03 foram preenchidas. Em que segurança do estabelecimento para que ele não
pese tenha Caio realizado disparos de arma de fogo, praticasse ato de seu ofício, não há que se falar em
não haveria que se falar no crime imputado, pois os crime de corrupção ativa. O crime de corrupção ativa,
disparos não foram realizados em via pública e nem previsto no Art. 333 do Código Penal, é crime
em direção à via pública. Apesar de a rua da residência praticado por particular contra a Administração
do denunciado ser habitada, os disparos foram Pública em Geral. Ocorre que, no caso, a vantagem foi
realizados dentro de um quintal, em direção à parede oferecida para particular e não funcionário público,
da casa onde não havia ninguém. Independentemente logo o fato é atípico.
de a conduta ser moralmente reprovável, não foi
praticado o delito imputado. 16. A. O argumento a ser apresentado é o de que a prática
de falta grave não gera o reinício da contagem do
14. A) Considerando que a decisão do magistrado foi de prazo do livramento condicional (0,50), nos termos da
absolvição sumária, nos termos do Art. 416 do CPP, Súmula 441/STJ (0,10). 0,00/0,50/0,60 B. O argumento
caberá à defesa apresentar recurso de apelação. B) é o de que ocorreu prescrição da pretensão executória
Não poderia o magistrado ter absolvido Carleto, com (0,40), nos termos do Art. 107, inciso IV, do CP OU do
aplicação de medida de segurança, em razão da Art. 110 do CP (0,10), pois entre a interrupção do
inimputabilidade, tendo em vista que esta não era a cumprimento da pena e a data da manifestação do(a)
única tese apresentada pela defesa. Pelo contrário, a advogado(a) foi ultrapassado o prazo de 03 anos
defesa de Carleto defendeu que o fato sequer seria (0,15).
ilícito, em razão de legítima defesa, tese que, se
acolhida pelos jurados, nem mesmo levaria à análise 17. A. Não, tendo em vista que deveria ser aplicado ao
da culpabilidade do agente. Sendo a absolvição própria caso o procedimento dos crimes dolosos contra a vida
pela legítima defesa, não seria cabível a aplicação de OU o procedimento previsto para o Tribunal do Júri
medida de segurança. Para que esta seja aplicada, em (0,50), na forma do Art. 394, §3º do CPP OU Art. 5º,
razão da reconhecida inimputabilidade do agente XXXVIII, “d”, da CRFB/88 OU Art. 74, §1º, do CPP
devido à doença mental, exige-se que o mesmo tenha (0,10). 0,00/0,50/0,60 B. O argumento é de atipicidade
praticado um fato típico e ilícito. Em se tratando de da conduta OU que a conduta não é punível (0,20),
crime doloso contra a vida, a competência para o tendo em vista que o Código Penal somente pune a
julgamento respectivo é do Tribunal do Júri, cabendo instigação ao suicídio que gere resultado morte ou
aos jurados a decisão se o acusado atuou sob a escora lesões corporais graves (0,45). 0,00/0,20/0,45/0,65.
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18. A. Sim, poderia ser buscada a desconstituição do 0,00/0,50/0,60 B. Aplicação da escusa absolutória OU
acordo de colaboração premiada, pois não poderia o presente causa de isenção de pena (0,40), tendo em
magistrado ter participado das negociações do acordo vista que o réu era pai da vítima (0,15), nos termos do
(0,55), conforme o Art. 4º, § 6º, da Lei nº 12.850/13 Art. 181, inciso II, do Código Penal (0,10).
(0,10). 0,00/0,55/0,65 B. Não restou configurado o
crime imputado, tendo em vista que o grupo tinha 23. A1. O recurso cabível da decisão de pronúncia é o
intenção de praticar apenas um crime específico e não Recurso em Sentido Estrito (0,20), na forma do Art.
várias infrações penais OU tendo em vista que não 581, inciso IV, do CPP (0,10). 0,00/0,20/0,30 A2. O
havia relação de estabilidade e permanência (0,60). argumento de direito processual a ser apresentado é o
0,00/0,60 de que houve nulidade com a formulação de
perguntas diretas por parte do magistrado, sem
19. A. Sim, tendo em vista que foi cumprido mais de 1/6 oportunizar complementação das partes (0,20), o que
da pena aplicada OU mais de 01 ano da pena imposta viola o princípio da ampla defesa OU o que gera o
(0,30), nos termos do Art. 112 OU do Art. 126, ambos cerceamento de defesa (0,15). 0,00/0,15/0,20/0,35 B.
da LEP OU da Súmula 562 do STJ (0,10), considerando O argumento de direito material é o de que ocorreu
como pena cumprida o tempo remido em razão do causa superveniente relativamente independente que
trabalho extramuros (0,25). 0,00/0,25/0,30/0,35/ por si só causou o resultado (0,35), devendo Vitor
0,40/0,55/0,65 responder por tentativa de homicídio (0,15), nos
termos do Art. 13, § 1º, do CP (0,10).
B. Não pode o apenado permanecer em regime mais 0,00/0,15/0,25/0,35/ 0,45/0,50/0,60 .
gravoso em razão da falta de estabelecimento penal
adequado, devendo ser colocado em liberdade ou 24. A. Recurso de apelação (0,40), no prazo de 10 dias
regime mais favorável (0,50), nos termos da Súmula (0,15), conforme Art. 82, caput OU §1º, da Lei nº
Vinculante 56/STF (0,10). 0,00/0,50/0,60. 9.099/95 (0,10). 0,00/0,15/0,25/0,40/0,50/ 0,55/0,65
B. O argumento é o de que o início da contagem do
20. A. Sim, a prova foi obtida por meio ilícito (0,30), diante prazo decadencial somente ocorreu em 23/10/2017
da ausência de autorização judicial para quebra de OU no dia em que o ofendido teve conhecimento
sigilo de dados OU diante da ausência de autorização sobre a autoria, logo não havia se encerrado quando
de Wesley para acesso ao conteúdo de seu celular do oferecimento da queixa-crime (0,50), nos termos
(0,25), com violação ao direito à do Art. 38 do CPP OU Art. 103 do CP (0,10).
intimidade/privacidade/vida privada (0,10). 0,00/0,50/0,60.
0,00/0,10/0,25/0,30/ 0,35/0,40/0,55/0,65 B. O crime
de associação para o tráfico não é delito equiparado a 25. A1. O recurso cabível da decisão de pronúncia é o
hediondo (0,35) porque não está previsto no Art. 1º da recurso em sentido estrito (0,30), conforme Art. 581,
Lei nº 8.072 OU porque não cabe analogia in malam inciso IV, do CPP (0,10). 0,00/0,30/0,40 A2. Caso a
partem, OU em respeito ao princípio da legalidade decisão fosse de impronúncia, o recurso cabível seria
(0,10), podendo ser aplicado regime aberto (0,15). de apelação (0,15), conforme previsão do Art. 416 do
0,00/0,10/0,15/0,25/ 0,35/0,45/0,50/0,60. CPP (0,10). 0,00/0,15/0,25 B. A tese de direito material
seria que Maria agiu em legítima defesa putativa
21. A. Sim. Tendo em vista que Eduardo deveria ter sido (0,15), estando amparada por descriminante putativa
intimado para manifestar seu interesse em constituir OU erro de tipo permissivo (0,35), conforme Art. 20,
novo advogado ou ser assistido pela Defensoria §1º do CP (0,10). 0,00/0,15/0,25/0,35/ 0,45/0,50/0,60
Pública, para oferecimento das alegações finais, em
razão do falecimento do antigo patrono (0,40), houve 26. A) Será competente para julgamento de Talles o juízo
violação ao princípio da ampla defesa (0,15), nos da Comarca de Cardoso Moreira, local onde teria sido
termos do Art. 5º, inciso LV, da CRFB (0,10), praticado o crime de roubo. De acordo com as
0,00/0,15/0,25/0,40/ 0,50/0,55/0,65 B. informações constantes do enunciado, três crimes de
Reconhecimento da continuidade delitiva (0,35), na furto foram praticados em conexão com um crime de
forma do Art. 71 do CP (0,10), já que os crimes são da roubo, tendo em vista que o agente, em continuidade,
mesma espécie e foram praticados nas mesmas subtraiu bens de estabelecimentos diversos para obter
condições de tempo, local e modo de execução (0,15) instrumentos para a prática do crime de roubo. A
0,00/0,15/0,25/0,35/ 0,45/0,50/0,60. conexão probatória, então, é clara. Havendo conexão
entre crimes que foram praticados em diferentes
22. A. O argumento é que, diante da parcial procedência comarcas, sendo que todos os juízos seriam de mesma
do pedido, deveria ter sido analisada a possibilidade categoria, aplicam-se as previsões do Art. 78, inciso II,
de oferecimento de proposta de suspensão do Código de Processo Penal. Não há que se falar em
condicional do processo (0,50), nos termos da Súmula competência da cidade de São Fidélis, pois nenhum
337 do STJ OU art. 89 da Lei 9.099/95 (0,10). dos crimes foi consumado do local, somente lá
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ocorrendo a prisão em flagrante. Restariam as cidades data dos fatos E a sanção penal aplicada é inferior a 4
de Bom Jesus de Itabapoana e Cardoso Moreira. De anos (0,15), nos termos do Art. 77, §2º, do Código
acordo com o Art. 78, inciso II, alínea a, do CPP, o Penal (0,10). 0,00/0,15/0,25/0,35/0,45/ 0,50/0,60
primeiro critério a ser observado é o local onde foi
praticado o crime à qual for cominada a pena mais 31. A. O meio de obtenção da prova quando da apreensão
grave. O crime mais grave imputado é o de roubo da faca foi ilícito (0,20), tendo em vista que houve
majorado, logo competente a Comarca de Cardoso ingresso na residência de José Barbosa sem
Moreira. O critério do número de crimes praticados autorização do morador, flagrante delito ou ordem
somente seria relevante se a todos os delitos fosse judicial (0,35), nos termos do art. 5º, XI, CRFB OU 157
prevista a mesma pena. B) O argumento de direito do CPP (0,10). 0,00/0,20/0,30/0,35/ 0,45/0,55/0,65 B.
material é o de que não haveria que se falar em crime Não poderia José Barbosa ser processado
de roubo majorado pela restrição da liberdade da criminalmente pela prática do crime de homicídio,
vítima, tendo em vista que a restrição em questão foi a tendo em vista que era inimputável na data dos golpes
normal do tipo para subtração dos bens, não se desferidos OU tendo em vista que praticou ato
estendendo por tempo significativo relevante, para infracional análogo ao crime de homicídio (0,45), pois
além daquele necessário para a subtração, conforme o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir
exige a doutrina e a jurisprudência. o momento do crime (0,15). 0,00/0,15/0,45/0,60
27. A. Houve inversão na ordem de oitiva das testemunhas 32. A) Sim, o advogado de Antônio, já no momento de
OU que as testemunhas de defesa não poderiam ter apresentar resposta à acusação, deveria apresentar
sido ouvidas antes das testemunhas de acusação exceção de suspeição em face da Promotora de
(0,40), havendo violação ao devido processo legal OU Justiça, tendo em vista a presença da causa de
violação à ampla defesa OU violação ao contraditório suspeição prevista no Art. 254, incisos I e IV, do Código
(0,15), conforme o Art. 564, inciso IV, do CPP OU Art. de Processo Penal (CPP). Prevê o dispositivo em
400 do CPP (0,10). 0,00/0,15/0,25/0,40/ questão que o juiz dar-se-á por suspeito quando for
0,50/0,55/0,65 B. Houve retratação antes da sentença amigo íntimo de alguma das partes ou quando tiver
ser proferida no processo de Antônio (0,35), deixando aconselhado uma das partes. Carla é muito amiga da
o fato de ser punível (0,15), nos termos do Art. 342, § genitora da vítima e ainda aconselhou a ofendida e sua
2º, do CP (0,10). 0,00/0,15/0,25/0,35/ 0,45/0,50/0,60. família sobre como agir diante do ocorrido. Ademais, o
Art. 258 do CPP estabelece que as previsões referentes
28. A. Sim. Existe, tendo em vista que Maria deveria ter às causas de impedimento e suspeição do magistrado
sido intimada pessoalmente por estar presa (0,50), na são aplicáveis, no que couber, ao Ministério Público.
forma do Art. 392, inciso I, do CPP (0,10). Claro está o envolvimento de Carla com a causa, de
0,00/0,50/0,60 B. Atipicidade material da conduta modo que sua suspeição deve ser reconhecida.
(0,25), em razão do reconhecimento do princípio da Considerando que a mesma não se declarou suspeita,
insignificância/bagatela (0,40). 0,00/0,25/0,40/0,65. oferecendo denúncia, caberia ao advogado apresentar
exceção de suspeição, nos termos do Art. 95, inciso I,
29. A. A nulidade da decisão que decretou a interceptação do CPP, e do Art. 104 do CPP. B) A principal alegação
das comunicações telefônicas OU ilicitude da prova defensiva, de mérito, de direito material, é a de que
obtida a partir das interceptações telefônicas (0,20), houve erro de tipo por parte do denunciado, nos
pois decretada a medida pelo prazo inicial de 30 dias termos do Art. 20 do Código Penal, de modo que fica
(0,35), em desacordo com a previsão do Art. 5º da Lei afastado o seu dolo. Diante da situação apresentada,
nº 9.296/96 (0,10) 0,00/0,20/0,30/0,35/ claro está que Antônio não tinha conhecimento que
0,45/0,55/0,65 B. A tese de direito material é que foi Joana tinha apenas 13 anos de idade, merecendo
praticado o crime previsto no Art. 33, § 3º da Lei nº destaque as partes se conheceram em uma festa de
11.343/06 (0,45), tendo em vista que o agente tinha o música eletrônica, ocasião em que a ofendida afirmara
material e o oferecia para junto consumir com seus estar na faculdade, o que, por si só, já afastaria as
amigos, de maneira eventual e sem intenção de lucro suspeitas de que fosse menor de 14 anos. Ainda que
(0,15) 0,00/0,15/0,45/0,60 se entendesse que o erro foi vencível, não poderia
Antônio ser responsabilizado, tendo em vista que esse
30. A. O argumento a ser apresentado em favor de afasta o dolo e não há previsão de responsabilização
Arnaldo é que a infração deixou vestígios e não existe culposa pelo crime de estupro de vulnerável. No caso,
prova da materialidade do crime de lesão corporal OU é irrelevante a posição dos Tribunais Superiores no
que não foi realizado exame de corpo de delito na sentido de que o passado sexual da vítima não deve
vítima, não o suprindo a confissão do acusado (0,55), ser analisado, bastando que a mesma tenha,
nos termos do Art. 158 do CPP (0,10). 0,00/0,55/0,65 objetivamente, menos de 14 anos de idade. Ocorre
B. Sim, poderia ser buscada a suspensão condicional que o problema apresentado em nada com esse tema
da pena (0,35), já que Arnaldo era maior de 70 anos na
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se confunde, já que sequer sabia o réu a idade da 36. A. A infiltração não foi válida, tendo em vista que não
vítima, que é uma das elementares do tipo. houve autorização da autoridade judicial (0,40) e havia
outros meios para obtenção da prova (0,15), na forma
33. A. A medida judicial cabível é da revisão criminal do Art. 10 da Lei nº 12.850/13 (0,10)
(0,40), com fundamento no Art. 621, inciso II OU III, do 0,00/0,15/0,25/0,40/ 0,50/0,55/0,65 B. O argumento é
Código de Processo Penal (0,10), tendo em vista que a que não houve a prática do crime de organização
condenação foi baseada em documento criminosa, tendo em vista que a associação do grupo
comprovadamente falso OU em razão do surgimento era voltada para prática de crimes de receptação
de prova nova, após a sentença, apta a demonstrar a simples, cuja pena máxima não ultrapassa 04 anos
inocência do acusado (0,15). 0,00/0,15/0,25/ (0,50), na forma do Art. 1º, §1º, da Lei nº 12.850/13
0,40/0,50/0,55/0,65 B. O argumento é de que a (0,10). 0,00/0,50/0,60
conduta de Túlio era atípica (0,20), tendo em vista
que, objetivamente, Maria era maior de 14 anos na 37. A. Sim, é possível a revogação do benefício, nos
data dos fatos e houve consentimento na prática dos termos da Súmula Vinculante 35 do STF OU Sim, pois a
atos sexuais (0,40). 0,00/0,20/0,40/0,60 decisão que homologa transação penal não faz coisa
julgada material (0,65) 0,00/0,65 B. Não é possível a
34. A. O recurso cabível da decisão é de Agravo de responsabilização penal de Cláudio pelo crime do Art.
Execução, (0,40) na forma do Art. 197 da LEP (0,10), 154-A do Código Penal, tendo em vista que a lei
cabendo ao magistrado exercer juízo de retratação em posterior que de qualquer forma prejudique o acusado
razão da aplicação, no recurso de agravo, do rito não pode retroagir para atingir situação pretérita OU
previsto para o recurso em sentido estrito (0,15). tendo em vista que a lei que tipificou a conduta é
0,00/0,15/0,25/0,40/ 0,50/0,55/0,65 B. O argumento posterior à data dos fatos (0,50), com base no Art. 5º,
para combater a decisão é o de que o período em inciso XL, da CRFB/88 OU no Art. 1º do Código Penal
livramento condiconal deveria ser considerado como (0,10). 0,00/0,50/0,60
pena cumprida (0,20), tendo em vista que o delito que
justificou a revogação é anterior ao benefício (0,30), 38. A) A defesa de Marcos deverá formular requerimento
nos termos do Art. 88 do CP OU Art. 141 da Lei nº de relaxamento da prisão, tendo em vista que não
7.210/84 (0,10). 0,00/0,20/0,30/0,40/ 0,50/0,60. havia situação de flagrante a justificar a formalização
do Auto de Prisão em Flagrante. Narra o enunciado
35. A) Apesar de a contravenção penal causar prejuízo ao que, de fato, Marcos, mediante grave ameaça,
patrimônio de autarquia federal, a Justiça Federal não inclusive com emprego de simulacro de arma de fogo,
é competente para julgar a infração penal, tendo em subtraiu coisas alheias móveis de Diego e Julio, logo
vista que o Art. 109, inciso IV, da Constituição da praticou dois crimes de roubo. As vítimas
República Federativa do Brasil prevê expressamente reconheceram o acusado, de modo que há justa causa
que a Justiça Federal terá competência para julgar para o oferecimento de denúncia. Todavia, não havia
infrações penais patricadas em detrimento de bens, situação de flagrante a justificar a prisão do acusado.
serviços ou interesses da União e de suas entidades Isso porque o reconhecimento e prisão de Marcos
autárquicas e empresas públicas, excluídas as ocorreram mais de 07 horas após o fato, sendo certo
contravenções penais. Diferente da regra geral, as que não houve perseguição e nem com o agente
contravenções penais, ainda que nas circunstâncias do foram encontrados instrumentos ou produtos do
dispositivo acima mencionado, devem ser julgadas crime. Dessa forma, nenhuma das situações previstas
perante a Justiça Estadual, no caso, Juizado Especial no Art. 302 do Código de Processo Penal restou
Criminal Estadual. B) Apesar de Maurício ter iniciado a configurada. Em sendo a prisão ilegal, o requerimento
execução de uma contravenção penal e a mesma não a ser formulado é de relaxamento da prisão.
ter se consumado por circunstâncias alheias à vontade Insuficiente, no caso, o examinando apresentar
do agente, o que, em tese, configura tentativa, que, requerimento de liberdade provisória. Primeiro
pela regra do Código Penal, impõe a punição pelo porque, em sendo a prisão ilegal, sequer deveriam ser
crime pretendido com redução de pena, na hipótese analisados os pressupostos dos Artigos 312 e 313 do
apresentada, a infração penal que não restou Código de Processo Penal nesse momento. Além disso,
consumada foi uma contravenção. Nos termos do a princípio, não seria caso de reconhecimento de
previsto no Art. 4º do Decreto-Lei 3.688/41, não se ausência dos motivos da preventiva, já que foi
pune a tentativa de contravenção penal. Assim, no praticado crime com circunstâncias graves e o agente
momento em que Maurício não conseguiu consumar o é triplamente reincidente. B) O equívoco a ser alegado
delito por circunstâncias alheias à sua vontade, sua em relação à capitulação delitiva refere-se ao concurso
conduta não é punível. de crimes. Sem dúvidas, confirmados os fatos, houve
crime de roubo, já que foram subtraídas coisas alheias
móveis e houve emprego de grave ameaça, ainda que
apenas através de palavras de ordem e emprego de
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simulacro de arma de fogo. Da mesma forma, dois sua bicicleta em alta velocidade, com o filho de 02
foram os crimes patrimoniais praticados. Isso porque anos no colo, sem observância do dever objetivo de
dois patrimônios foram atingidos e presente o cuidado. Todavia, seu comportamento causou a morte
elemento subjetivo, tendo em vista que Marcos sabia de seu próprio filho, o que, por si só, demonstra que as
que estava subtraindo pertences de duas pessoas consequências da infração já foram graves o suficiente
diversas. Todavia, com uma só ação, mediante uma para o autor do fato, tornando a sanção penal
ameaça, foram subtraídos bens de dois patrimônios efetivamente desnecessária.
diferentes. Assim, deverá ser reconhecido o concurso
formal de delitos, aplicando-se a regra da exasperação 41. A. Não poderia Matheus ter sido obrigado a realizar o
da pena, e não o concurso material, com aplicação do teste do bafômetro, em respeito ao princípio de que
cúmulo material de sanções. ninguém é obrigado a produzir prova contra si OU
diante do princípio nemo tenetur se detegere (0,60)
39. A) A defesa de Pablo deverá formular pedido de 0,00/0,60 B. O requerimento a ser formulado é de
liberdade provisória, tendo em vista que, apesar de relaxamento da prisão (0,30), conforme Art. 5º, inciso
ostentar diversas condenações pela prática de crimes LXV, da CRFB/88 (0,10), tendo em vista que Matheus é
graves, na situação apresentada, com base nas reincidente na prática de crimes culposos OU tendo
informações constantes do auto de prisão em em vista que não foram preenchidos os requisitos do
flagrante, poderá o juiz verificar que Pablo agiu Art. 313 do CPP (0,25).
amparado por causa excludente da ilicitude, de modo
que poderá conceder liberdade provisória, mediante 42. A. Sim. O advogado poderá argumentar que, apesar da
termo de comparecimento a todos os atos do reincidência, as circunstâncias judiciais são favoráveis
processo, conforme previsão do Art. 310, parágrafo e que a pena foi fixada abaixo de 04 anos (0,25), sendo
único, do CPP. B) O argumento de direito material a cabível aplicação do regime semiaberto (0,30), nos
ser apresentado é que Pablo deverá ser absolvido do termos da Súmula 269 do STJ (0,10).
crime imputado porque agiu amparado por estado de 0,00/0,25/0,30/0,35/ 0,40/0,55/0,65 B. É possível a
necessidade, que é causa excludente da ilicitude. substituição da pena privativa de liberdade por
Todos os requisitos estabelecidos pelo Art. 24 do CP restritiva de direitos, tendo em vista que a reincidência
estão preenchidos, tendo em vista que havia situação não é específica (0,35) e a medida é socialmente
de perigo atual ao seu filho, não provocada por Pablo, recomendável (0,15), nos termos do Art. 44, § 3º, do
e não tinha ele outra maneira de agir para proteção, CP (0,10
tendo em vista que o cão adotava comportamento
agressivo e tentava atacar a criança. Além disso, em 43. A. Sim, tendo em vista que foi cumprido mais de 1/6
que pese a relevência da vida de um cachorro para o da pena aplicada OU mais de 01 ano da pena imposta
seu dono, o sacrifício da vida de uma criança não era (0,30), nos termos do Art. 112 OU do Art. 126, ambos
razoável exigir nas circunstâncias do caso concreto. da LEP OU da Súmula 562 do STJ (0,10), considerando
Não há que se falar em legítima defesa, porém, pois como pena cumprida o tempo remido em razão do
esta pressupõe injusta agressão, o que, por sua vez, trabalho extramuros (0,25). 0,00/0,25/0,30/0,35/
somente se configura com um comportamento 0,40/0,55/0,65 B. Não pode o apenado permanecer
humano. em regime mais gravoso em razão da falta de
estabelecimento penal adequado, devendo ser
40. A) A capitulação delitiva realizada pelo Ministério colocado em liberdade ou regime mais favorável
Público não está integralmente correta, pois, em que (0,50), nos termos da Súmula Vinculante 56/STF (0,10).
pese exista prova da materialidade e indícios de
autoria em relação ao crime de homicídio culposo, não 44. A. Será competente o juízo da Comarca de Cardoso
poderia ter sido imputada a causa de aumento Moreira (0,35), local onde foi praticada a infração
prevista no Art. 121, § 4º, do CP, tendo em vista que a penal mais grave (0,20), nos termos do Art. 78, inciso
idade da vítima somente é relevante, no momento de II, alínea a, do CPP (0,10). 0,00/0,20/0,30/0,35/
analisar tal causa de aumento, quando o homicídio é 0,45/0,55/0,65 B. Não houve restrição da liberdade da
de natureza dolosa. Assim, deveria ser afastada a vítima por tempo significativo/suficiente para
causa de aumento imputada. B) O argumento a ser ultrapassar o normal do tipo, devendo ser afastada a
apresentado pela defesa técnica é da aplicação do causa de aumento de pena (0,60).
perdão judicial, devendo o juiz deixar de aplicar a
pena. De acordo com o Art. 121, § 5º, do CP, o juiz 45. A. Sim, o argumento seria pela inexistência de liame
poderá deixar de aplicar a pena se as consequências subjetivo entre os agentes (0,45), afastando-se a
da infração atingirem o próprio agente de forma tão qualificadora do concurso de pessoas (0,15).
grave que a sanção se torne desnecessária. De fato, 0,00/0,15/0,45/0,60 B. Sim, aplicação do furto
pelas circunstâncias narradas no enunciado, houve privilegiado (0,35), já que a coisa é de pequeno valor e
crime de homicídio culposo, já que Manoel conduzia
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os réus são primários (0,20), conforme a Súmula 511 defensiva (0,40), somente podendo o magistrado
do STJ (0,10). absolver sumariamente com reconhecimento da
legítima defesa e sem aplicação de medida de
46. A. Sim, a suspensão da prescrição somente poderia segurança OU devendo o magistrado submetê-lo a
durar o período do prazo prescricional, computado de julgamento perante o Tribunal do Júri para análise da
acordo com o máximo da pena em abstrato prevista, excludente de ilicitude (0,15), nos termos do Art. 415,
voltando a correr em abril de 2016 (0,55), nos termos parágrafo único, do CPP (0,10).
da Súmula 415 do STJ (0,10). 0,00/0,55/0,65 B. Sim, a
atipicidade da conduta (0,20), tendo em vista que o 51. A. Sim. Tendo em vista que Eduardo deveria ter sido
disparo não foi realizado em via pública e nem em intimado para manifestar seu interesse em constituir
direção à via pública OU tendo em vista que o disparo novo advogado ou ser assistido pela Defensoria
não foi realizado em local habitado (0,40) Pública, para oferecimento das alegações finais, em
razão do falecimento do antigo patrono (0,40), houve
47. A. Sim, a prova foi obtida por meio ilícito (0,30), diante violação ao princípio da ampla defesa (0,15), nos
da ausência de autorização judicial para quebra de termos do Art. 5º, inciso LV, da CRFB (0,10),
sigilo de dados OU diante da ausência de autorização 0,00/0,15/0,25/0,40/ 0,50/0,55/0,65 B.
de Wesley para acesso ao conteúdo de seu celular Reconhecimento da continuidade delitiva (0,35), na
(0,25), com violação ao direito à forma do Art. 71 do CP (0,10), já que os crimes são da
intimidade/privacidade/vida privada (0,10). mesma espécie e foram praticados nas mesmas
0,00/0,10/0,25/0,30/ 0,35/0,40/0,55/0,65 B. O crime condições de tempo, local e modo de execução (0,15).
de associação para o tráfico não é delito equiparado a
hediondo (0,35) porque não está previsto no Art. 1º da 52. Resposta: A. Houve cerceamento de defesa OU
Lei nº 8.072 OU porque não cabe analogia in malam violação ao princípio do contraditório ou da ampla
partem, OU em respeito ao princípio da legalidade defesa (0,15), tendo em vista que as testemunhas
(0,10), podendo ser aplicado regime aberto (0,15). referidas não são computadas no número máximo de
testemunhas a serem ouvidas (0,35), nos termos do
48. A. Houve inversão na ordem de oitiva das testemunhas Art. 401, § 1º, do CPP OU Art. 209 do CPP OU Art. 5º,
OU que as testemunhas de defesa não poderiam ter LV, CRFB (0,10).
sido ouvidas antes das testemunhas de acusação
(0,40), havendo violação ao devido processo legal OU B. O número de majorantes não é fundamento
violação à ampla defesa OU violação ao contraditório adequado para aplicação da causa de aumento de
(0,15), conforme o Art. 564, inciso IV, do CPP OU Art. pena acima do mínimo legal (0,55), nos termos da
400 do CPP (0,10). 0,00/0,15/0,25/0,40/ Súmula 443 do STJ (0,10)
0,50/0,55/0,65 B. Houve retratação antes da sentença
ser proferida no processo de Antônio (0,35), deixando 53. Resposta: A. Houve violação ao princípio da correlação
o fato de ser punível (0,15), nos termos do Art. 342, § OU não houve aditamento dos fatos narrados na
2º, do CP (0,10). denúncia, não podendo o magistrado alterá-los (0,40),
nos termos do Art. 384 do CPP (0,10), o que
49. A. O argumento é a ilicitude do meio de obtenção das representa violação ao princípio da ampla defesa OU
provas na apreensão dos documentos (0,15), tendo contraditório (0,15)
em vista que o quarto de hotel está amparado pela
inviolabilidade de domicílio e não havia situação de B. Houve crime único OU Não houve qualquer espécie
flagrante delito ou mandado de busca e apreensão de concurso de delitos (0,50), tendo em vista que as
(0,35), na forma do Art. 5º, inciso XI, da CRFB/88 OU armas de fogo foram apreendidas em um mesmo
do Art. 150, § 4º, do CP OU do Art. 246 do CPP OU Art. contexto (0,10)
157 do CPP (0,10). 0,00/0,15/0,25/0,35/
0,45/0,50/0,60 B. O argumento a ser apresentado é 54. Resposta: A. Sim, poderia ser buscada a
que houve crime único (0,40), pois os dois verbos desconstituição do acordo de colaboração premiada,
núcleos do tipo foram praticados em um mesmo pois não poderia o magistrado ter participado das
contexto OU diante do princípio da alternatividade OU negociações do acordo (0,55), conforme o Art. 4º, § 6º,
pelo fato de o crime de tráfico ser misto alternativo da Lei nº 12.850/13 (0,10).
OU houve uma única violação ao bem jurídico
protegido B. Não restou configurado o crime imputado, tendo
em vista que o grupo tinha intenção de praticar
50. A. Recurso de apelação (0,50), nos termos do Art. 416 apenas um crime específico e não várias infrações
do CPP (0,10). 0,00/0,50/0,60 B. O agente não poderia penais OU tendo em vista que não havia relação de
ter sido absolvido sumariamente em razão da estabilidade e permanência (0,60).
inimputabilidade porque essa não era a única tese
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55. Resposta: A1. O recurso cabível da decisão de nos termos do Art. 28-A, caput, do CPP OU do Art. 28-
pronúncia é o recurso em sentido estrito (0,30), A, § 2º, inciso IV, do CPP (0,10) 0,00/0,55/0,65 B. Sim.
conforme Art. 581, inciso IV, do CPP (0,10). Maria poderá se habilitar como assistente de acusação
0,00/0,30/0,40 A2. Caso a decisão fosse de ou assistente do Ministério Público (0,50), na forma do
impronúncia, o recurso cabível seria de apelação Art. 268 do CPP OU do Art. 271 do CPP (0,10)
(0,15), conforme previsão do Art. 416 do CPP (0,10).
0,00/0,15/0,25 60. A. O argumento é o de que o reconhecimento
realizado não foi válido, pois não foram observadas as
B. A tese de direito material seria que Maria agiu em formalidades legais (0,55), nos termos do Art. 226 do
legítima defesa putativa (0,15), estando amparada por CPP (0,10). 0,00/0,55/0,65 B. O argumento seria o de
descriminante putativa OU erro de tipo permissivo que deveria ter sido reconhecida a atenuante da
(0,35), conforme Art. 20, §1º do CP (0,10). reparação do dano, tendo em vista que o denunciado
devolveu o valor obtido indevidamente (0,50), nos
56. A. A prisão em flagrante foi ilegal (0,20), já que não termos do Art. 65, inciso III, alínea b, do CP (0,10).
estava configurada em qualquer das situações
previstas no Art. 302 do CPP (0,40). 61. A. O argumento é de que a prova é ilícita, tendo em
0,00/0,20/0,40/0,60 B. Sim, o argumento seria de que vista que não poderia ter havido transcrição da
ocorreu erro de proibição OU erro sobre ilicitude conversa travada entre Flávio e seu advogado, que
(0,40), nos termos do Art. 21 do CP (0,10), que poderia tem direito ao sigilo ou inviolabilidade das
funcionar como causa de isenção de pena OU que comunicações, não sendo o advogado coautor de
afasta a culpabilidade do agente OU que afasta o crimes e nem figurando como investigado (0,50), nos
potencial conhecimento da ilicitude (0,15) termos do Art. 7º, inciso II ou III, da Lei nº 8.906/94 ou
Art. 157 caput do CPP ou Art. 5º, inciso LVI da CRFB/88
57. A. Luiz poderá ser beneficiado por eventual causa de (0,10). 0,00/0,50/0,60 B. Sim, o argumento seria o de
diminuição de pena em razão da tentativa, mesmo não que não poderia o réu ser obrigado a fornecer sua voz
apresentando recurso, tendo em vista que se trata de para perícia ou que não poderia o magistrado ter
circunstância objetiva ou de caráter não exigido um comportamento positivo/ativo por parte
exclusivamente pessoal (0,30). A participação de do réu ou a perícia de voz dependeria da concordância
menor importância é circunstância pessoal, não se de Flávio (0,15), já que o acusado não pode ser
estendendo ao corréu (0,25), nos termos do Art. 580 obrigado a produzir prova contra si (0,40), conforme
do CPP (0,10). 0,00/0,25/0,30/0,35/ 0,40/0,55/0,65 B. Art. 5º, inciso LXIII da CRFB/88 ou Art. 8º, item 2,
Sim, o argumento seria de que ações penais em curso alínea g, do anexo do Decreto 678/1992(0,10).
não podem ser valoradas de maneira negativa ao réu
no momento de aplicação da pena base (0,35), sob 62. A. Não foi válida a citação de Carla, já que ela não
pena de violação ao princípio da presunção de estava em local incerto e não sabido ou que não
inocência ou da não culpabilidade (0,15), conforme estava se ocultando para não ser citada, já que Carla
Súmula 444 do STJ OU Art. 5º, inciso LVII, da CRFB possuía endereço fixo e conhecido (0,50), conforme
(0,10) Art. 361 ou 362 ambos do CPP (0,10) 0,00/0,50/0,60 B.
O argumento é o de que o crime praticado por Carla
58 A. Considerando a decisão do Tribunal de denegar a foi de falsidade ideológica, com inserção de conteúdo
ordem de habeas corpus, o recurso cabível é o recurso falseado, e não falsificação de documento particular
ordinário constitucional (0,50), nos termos do Art. 105, (0,40), tendo em vista que inseriu informação falsa em
inciso II, alínea a, da CRFB OU Art. 30 da Lei 8038/90 documento verdadeiro quanto à sua forma (0,15), nos
(0,10) 0,00/0,50/0,60 B.1. A defesa deveria alegar a termos do Art. 299 do CP (0,10).
proibição de aplicação de sanções coletivas (0,20), nos
termos do Art. 45, §3º, da LEP (0,10) 0,00/0,20/0,30 63. A. Como se trata de crime que deixa vestígio, seria
B.2. Não pode ser considerado fato posterior como necessária a realização de exame pericial dos
falta grave a afastar o preenchimento do requisito medicamentos apreendidos ou a prova do fato por
subjetivo OU o decreto mencionava que o apenado perícia seria ônus da acusação, diligência que também
não poderia ter praticado falta grave nos 12 meses poderia ter sido determinada de ofício e
anteriores ao decreto (0,20), em respeito ao princípio supletivamente pelo juiz (0,55), segundo o Art. 158,
da legalidade OU porque a decisão que reconhece o caput ou Art. 156, inciso II, ambos do CPP (0,10).
indulto é meramente declaratória (0,15) 0,00/0,55/0,65 B. Não houve comprovação do crime
por falta de prova pericial, sendo o caso de absolvição
59. A. Sim, tendo em vista que o crime em tese praticado ou absolvição por não estar provado que os
envolveu violência à pessoa OU porque foi praticado recorrentes concorreram culposa ou dolosamente
no contexto da violência doméstica e familiar contra a para eventual infração penal ou incorreram em erro de
mulher, impossibilitando a proposta de ANPP (0,55), tipo ou atipicidade de conduta (0,50). Conforme o Art.
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386, inciso III, IV ou V, do CPP ou Art. 20, caput do CP 68. A. A tese jurídica de mérito é a ocorrência de
(0,10). consunção, pois o crime-meio de falsificação de
documento particular é absorvido pelo crime-fim de
64. A. O recurso cabível é o Recurso em Sentido Estrito estelionato (0,55), nos termos da Súmula nº 17 do STJ
(0,25), nos termos do Art. 581, inciso XV, do CPP (0,10). 0,00/0,55/0,65 B. A tese jurídica processual é a
(0,10). O argumento de direito processual é que a necessidade de rejeição da denúncia por falta de
apelação deveria ser admitida, pois é o recurso representação da vítima, pois, a partir da Lei nº
adequado à impugnação das sentenças condenatórias, 13.964/19, o crime de estelionato, em regra, comporta
ainda que se recorra apenas de parte delas (0,30). ação penal de iniciativa pública condicionada à
0,00/0,25/0,30/0,35 0,55/0,65 B. A condenação representação (0,50), segundo o Art. 171, § 5º, do CP
anterior à pena de multa não impede a concessão da (0,10).
suspensão condicional da pena (0,50), de acordo com
o Art. 77, § 1º, do CP (0,10) 69. A. A tese de mérito é a da atipicidade (0,30) por
insignificância da conduta (0,20), pois a União está
65. A. Atipicidade objetiva da conduta (0,20), pois a figura dispensada de ajuizar ações de cobrança de tributos
delitiva da perseguição (Art. 147-A do CP); adota verbo cujo valor esteja aquém do patamar de R$ 20.000.00
nuclear no infinitivo (“perseguir”), o que denota crime (vinte mil reais), com as atualizações efetivadas pelas
habitual, a exigir reiteração do comportamento para a Portarias nº 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda
caracterização da tipicidade objetiva (0,40) ou R$ 1.000,00 (mil reais) nos termos do Art. 20, § 2º,
0,00/0,20/0,40/ 0,60 B. A medida a ser adotada pelo da Lei nº 10.522/02 (0,15). 0,00/0,15/0,20/0,30/
defensor técnico do acusado para viabilizar proposta 0,35/0,45/0,50/0,65 B. A questão preliminar é que a
de transação penal é requerer ao Juízo a remessa dos condenação anterior à pena de multa não inviabiliza a
autos ao órgão superior do Ministério Público para suspensão condicional do processo (0,35), por
reexame do cabimento dessa proposta (0,30). Isso aplicação analógica do Art. 77, § 1º, do CP (0,10),
porque a extinção da pena há mais de cinco anos deixa devendo haver a remessa dos autos à autoridade
de produzir efeitos jurídicos (0,25), nos termos do Art. superior do Ministério Público Federal, nos termos da
64, inciso I, do CP (0,10). Súmula 696 do STF (0,15).
66. A. Em preliminar de defesa, deve ser alegada a 70. A. Carta testemunhável (0,55), na forma do Art. 639,
extinção de punibilidade pela decadência (0,35), tendo inciso I, do CPP (0,10). 0,00/0,55/0,65 B. O regime
em vista que Paulo deixou de oferecer representação semiaberto de cumprimento de pena admite a
no prazo de 6 meses, conhecendo a autoria desde a remição de penas por trabalho (0,35), na forma do Art.
data do fato (0,15), conforme estabelecido no Art. 38 126, caput, da LEP (0,10), sendo incabível, no Direito
do CPP c/c. o Art. 107, inciso IV, do CP (0,10). Penal, a analogia prejudicial ao réu (0,15).
0,00/0,15/0,25/0,35/ 0,45/0,50/0,60 B. Fábio atuou
em legítima defesa, uma vez que, usando 71. A1. Bruno, em razão de ter celebrado suspensão
moderadamente dos meios necessários, repeliu injusta condicional do processo no quinquênio antecedente
e iminente agressão de Paulo, que foi em sua direção (0,20), na forma do Art. 28-A, § 2º, inciso III, do CPP
para lhe dar um soco com o intuito de quebrar seu (0,10). 0,00/0,20/0,30 A2. Leila, por ser tecnicamente
nariz (0,35). Assim, houve exclusão da ilicitude do fato reincidente (0,20) na forma do Art. 28-A, § 2º, inciso II,
(0,20), na forma do Art. 23, inciso II, c/c. o Art. 25, do CPP (0,10). 0,00/0,20/0,30 B. Bruno, Valter e
caput, ambos do CP (0,10). Vinícius podem iniciar o cumprimento da pena em
regime aberto, pois não são reincidentes (0,55), na
67. A. A intimação deveria ter sido feita na pessoa do réu, forma do Art. 33, § 2º, c, do CP (0,10).
Arnaldo, de modo que ele ficou privado de efetuar sua
autodefesa na audiência de instrução e julgamento, 72. A. Sim, deveria a defesa técnica alegar a existência de
em violação ao Princípio da Ampla Defesa ou do excludente de ilicitude (0,20), em razão do estado de
Contraditório ou do Princípio do Devido Processo Legal necessidade (0,35), nos termos do Art. 24 ou do Art.
(0,35). Houve, portanto, nulidade da intimação e dos 23, inciso I, do CP (0,10). 0,00/0,20/0,30/0,35/
demais atos subsequentes (0,15), na forma do Art. 0,45/0,55/0,65 B. O argumento é o de que não houve
564, inciso IV, do CPP ou do Art. 5º, incisos LV e LIV, da concurso de crimes, mas sim crime único (0,40), diante
CRFB/88 (0,10). 0,00/0,15/0,25/0,35/ 0,45/0,50/0,60 da natureza de crime habitual da infração imputada ou
B. O delito de estupro de vulnerável tem como vítima diante da imprescindibilidade da reiteração para
pessoa menor de 14 anos, conforme o Art. 217-A, configuração do delito (0,20).
caput, do CP. Mônica tinha 14 anos e, portanto,
capacidade para consentir a relação sexual (0,35). 73. A. A queixa-crime somente poderia ter sido
Assim, o fato é atípico, devendo Arnaldo ser absolvido apresentada por procurador com poderes especiais
(0,20), segundo o Art. 386, inciso III, do CPP (0,10). OU a procuração apenas previa poderes gerais, o que
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não é admitido, (0,50) nos termos do Art. 44 do CPP comunicabilidade (0,30), nos termos do Art. 30, do CP
(0,10). 0,00/0,50/0,60 B. Houve aberratio criminis OU (0,10). 0,00/0,25/0,30/0,35 0,40/0,55/0,65 B. Sim, pois
houve resultado diverso do pretendido (0,40), o efeito extensivo do recurso beneficia Lúcio por ser
devendo o agente responder apenas pelo crime de embasado em circunstância objetiva (0,50), na forma
lesão corporal culposa (0,15), nos termos do Art. 74 do do Art. 580, do CPP (0,10).
CP (0,10).
ainda requereu a condenação pelo crime de aborto sem o 2/7/2012, os acusados negaram a autoria do roubo, tendo
consentimento, na modalidade dolo eventual. afirmado que, na hora dos acontecimentos descritos na
O réu é citado e apresenta resposta à acusação dentro do denúncia, já se encontravam em frente à casa de Rosalva,
prazo. Na audiência de instrução e julgamento a vítima foi conversando.
ouvida, afirmando que estava grávida no dia do fato, apesar Ambos esclareceram, ainda, que a confissão feita na
de fisicamente não transparecer. As testemunhas de delegacia ocorrera sob tortura. Jandira disse não poder
acusação afirmaram que os fatos aconteceram da forma afirmar com absoluta certeza que os réus foram os autores
narrada na exordial inicial. As testemunhas de defesa do assalto realizado na padaria, e os policiais responsáveis
confirmaram que não havia evidência física da gravidez de pelo flagrante não compareceram à audiência, tendo sido,
Maria e que o acusado teve sim oportunidade de matar então, os seus depoimentos dispensados pela acusação.
Maria, mas não o fez. O réu, em seu interrogatório, disse Rosalva, mãe de Fernando, em seu depoimento, afirmou
que não sabia que Maria estava grávida e que por ela categoricamente que os réus, no dia dos fatos, almoçaram
lembrar muito sua falecida esposa resolveu não a matar. O em sua residência e que permaneceram em frente à sua
parquet pugnou pela condenação de Paulo nos termos da casa até o momento da abordagem dos policiais militares.
denúncia. A defesa de Paulo foi intimada no dia 12 de Dada a palavra aos representantes do Ministério Público e
março de 2015 (quinta-feira). da Defensoria Pública, o juiz, afastando todas as teses
Procurado por Paulo para representá-lo na ação penal defensivas e destacando especialmente a confissão
instaurada e com base somente nas informações de que realizada na fase policial, proferiu de imediato a sentença e
dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto condenou os réus a seguinte sanção:
acima, redija, no último dia do prazo, a peça cabível, 1) pena-base de 6 anos de reclusão e 200 dias-multa, no
exclusiva de advogado, invocando todos os argumentos em valor unitário de um salário mínimo, com base no art. 157, §
favor de seu constituinte. 2.º, I e II, do CP, por considerar que a culpabilidade de
Fernando era acentuada, já que fora ele a portar a arma no
3. APELAÇÃO momento do assalto e que, Rafael, já recebera condenação
por furto, a qual, por não estar transitada em julgado, não
Fernando, nascido em 03 de fevereiro de 1992, e seu amigo poderia ser mencionada para caracterizar reincidência, mas
de infância Rafael, nascido em 5/5/1990, foram servia como indício de maus antecedentes. O magistrado
denunciados pelo Ministério Público do Estado do Ceará não vislumbrou circunstâncias agravantes ou atenuantes.
como incursos no crime previsto no artigo 157, § 2.º, I e II, Ao aplicar o § 2.º do art. 157 do CP, considerou que havia a
do Código Penal (CP), sob a acusação de, por volta das 11 incidência de duas causas de aumento e majorou a pena em
horas do dia 15/1/2012, terem-se dirigido à Padaria São 3/8, tornando-a definitiva, em 8 anos e 3 meses de reclusão
João, localizada em bairro da periferia de Fortaleza – Ce, e, e 275 dias-multa, por não vislumbrar qualquer outra causa
com arma de brinquedo em punho, anunciado um assalto, de aumento ou de diminuição da pena. Fixou o regime
exigindo que Jandira, empregada do estabelecimento, inicialmente fechado para o cumprimento da pena, com
abrisse o caixa para que pudessem retirar o dinheiro que ali fulcro no art. 33, § 2.º, "a", do CP.
houvesse.
A sentença foi lida em audiência. O advogado(a) de
Narra a inicial acusatória que, antes que Jandira conseguisse Fernando e Rafael, atento(a) tão somente às informações
atender às ordens da dupla, Fernando, ao perceber a descritas no texto, deve apresentar o recurso cabível à
chegada de dois policiais militares, largou a arma no chão e, impugnação da decisão, respeitando as formalidades
juntamente com Rafael, correu em direção à rua, ocasião legais e desenvolvendo, de maneira fundamentada, as
em que ambos foram perseguidos pelos policiais. A teses defensivas pertinentes. O recurso deve ser datado
denúncia relata, ainda, que os policiais perderam de vista os com o último dia cabível para a interposição.
assaltantes, localizados instantes depois em frente à casa da
mãe de Fernando, Rosalva, por informações de transeuntes
que teriam visto os jovens correrem naquela direção. 4. APELAÇÃO (OAB)
A exordial acusatória narra que Fernando e Rafael foram Carlos, com 18 anos de idade, em um bar com outros
presos em flagrante e encaminhados à delegacia de polícia, amigos, conheceu Paula. Após um bate-papo informal,
onde foram tomados os depoimentos dos policiais decidiram ir para um local mais reservado, onde trocaram
condutores e da vítima, Jandira, que reconheceu ambos carícias, e Paula, de forma voluntária, praticou sexo oral e
como os autores do assalto. Na mesma ocasião, os presos vaginal com Carlos. Depois da noite juntos, ambos foram
informaram estar desempregados e teriam confessado a para suas residências, tendo antes trocado telefones e
prática do assalto à padaria. Juntadas as respectivas fichas contatos nas redes sociais. No dia seguinte, Carlos, ao
de antecedentes criminais, verificou-se a existência de acessar a página de Paula na rede social, descobre que,
registro em relação a Rafael, que fora condenado por furto, apesar da aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze)
em processo que se encontra em grau de apelação, tendo- anos de idade, tendo Carlos ficado em choque com essa
lhe sido concedido o direito de apelar em liberdade. Na constatação. O seu medo foi corroborado com a chegada da
audiência de instrução e julgamento, realizada em notícia, em sua residência, da denúncia movida por parte do
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Ministério Público Estadual, pois o pai de Paula, ao de namorados, imputando a João o crime de tentativa de
descobrir o ocorrido, procurou a autoridade policial, homicídio, artigo 121 combinado com o art. 14, II, CP e
narrando o fato. Por Paula ser inimputável e contar, à época Carolina pelo delito previsto no artigo 122 do Código Penal.
dos fatos, com 13 (treze) anos de idade, o parquet Alegou o parquet a intenção de Carolina de realizar o pacto
denunciou Carlos pela prática de dois crimes de estupro de de morte demonstrava o induzimento ao suicídio. A
vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma do artigo 69, denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
ambos do Código Penal. O processo teve início e processuais exigidos em lei foram regularmente praticados.
prosseguimento na 3ª Vara Criminal da cidade de Fortaleza, Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão
no Estado do Ceará, local de residência do réu. Carlos, por devidamente fundamentada, decidiu pronunciar João e
ser réu primário, ter bons antecedentes e residência fixa, Carolina pelos crimes apontados na inicial acusatória. O
respondeu ao processo em liberdade. advogado de Carolina é intimado da referida decisão em 05
Na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia de junho de 2015 (sexta-feira).
17.04.2015 (sexta-feira), a vítima afirmou que tinha o Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os
hábito de fugir de casa com as amigas para frequentar bares elementos fornecidos, elabore a peça cabível como
de adultos e as testemunhas de defesa disseram que o advogado de Carolina, excluindo o Habeas-Corpus, e date-o
comportamento e a vestimenta da Paula eram com o último dia do prazo para a interposição.
incompatíveis com uma menina de 13 (treze) anos e que
qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa maior de 14
(quatorze) anos. O réu, em seu interrogatório, disse que se 6. RESE (PROVA.OAB.2022)
interessou por Paula, por ser muito bonita e por estar bem Rodrigo foi denunciado pelo crime de homicídio simples
vestida. Disse que não perguntou a sua idade, pois consumado, com a causa de aumento prevista na primeira
acreditou que no local somente pudessem frequentar parte do Art. 121, § 4º, do CP, perante o Tribunal do Júri da
pessoas maiores de 18 (dezoito) anos. As alegações finais Comarca de São Paulo. De acordo com o que consta na
foram orais; acusação e defesa manifestaram-se. O Juiz denúncia, no dia 26 de dezembro de 2019, em uma boate
proferiu sentença em audiência condenado Carlos pela localizada na cidade de São Paulo, Rodrigo teria desferido
prática de dois crimes de estupro vulnerável em concurso um soco na barriga de João, além de ter lhe dado um
material. Na dosimetria da pena, o magistrado constatou empurrão, que fez com que a vítima caísse em cima da
existirem apenas circunstancias favoráveis, nada garrafa de vidro que segurava. O corte gerado foi a causa
considerou; na segunda fase, entendeu ser cabível a eficiente da morte de João, conforme consta do laudo
incidência da agravante da reincidência, levando em conta acostado ao procedimento. Rodrigo teria sido encaminhado
certidão apresentada pelo MP de sentença não transitada por seus amigos ao hospital após os fatos, pois se mostrava
em julgado; não verificando a incidência de nenhuma causa descontrolado, não tendo prestado socorro à vítima, por
de aumento ou de diminuição, ao final, o total da isso, sendo imputada a causa de aumento da primeira parte
condenação foi de 20 anos de reclusão em regime fechado. do Art. 121, § 4º, do CP. Diante da inicial acusatória,
A sentença foi lida em audiência. Ao final assegurou o réu o Rodrigo procurou seu (sua) advogado (a), narrando que, no
direito em recorrer em liberdade. Como advogado de dia dos fatos, câmeras de segurança registraram o
Carlos, atento tão somente as informações descritas no momento em que uma pessoa desconhecida, de maneira
texto, deve apresentar o recurso cabível à impugnação da furtiva, teria colocado substâncias entorpecentes em sua
decisão, respeitando as formalidade legais e bebida, o que teria causado uma embriaguez completa.
desenvolvendo, de maneira fundamentada, as teses Rodrigo teria ficado descontrolado e, em razão disso, sem
defensivas pertinentes. motivação, teria desferido um soco na barriga de João,
empurrando-o em seguida apenas para que, dele, se
afastasse, nem mesmo percebendo que a vítima estaria
5. RESE com uma garrafa de cerveja nas mãos. Destacou sequer
Carolina, moça de família, conta hoje com 22 anos de idade. saber por que quis lesionar João, mas assegurou que o
Apesar do apoio familiar e médico sofre com depressão resultado morte não foi pretendido e nem aceito pelo
desde a adolescência. Em uma de suas idas a terapia, mesmo, que precisou, inclusive, ser submetido a
conhece João por quem se apaixona. O casal está junto a tratamento psicológico em razão dos fatos. Apresentou
4(quatro) anos e no último dia dos namorados Carolina laudo do hospital, elaborado logo após o ocorrido,
propõe um pacto de suicídio ao seu namorado, induzindo-o constatando que estaria completamente embriagado em
a participar de tal forma que ele aceita. Cumprido o plano, razão da ingestão daquela substância entorpecente que
João atira na moça e, voltando contra seu corpo, também teria sido colocada em sua bebida, bem como que, naquele
atira. Ambos sobreviveram, tendo sido verificado que os momento, era inteiramente incapaz de entender o caráter
ferimentos resultantes foram leves. ilícito dos fatos. Após recebimento da denúncia, citação e
Instaurado o respectivo Inquérito Policial, após o curso das apresentação de defesa, foi designada audiência de
investigações, no dia 15 de setembro de 2014, o Ministério instrução e julgamento, na primeira fase do procedimento
Estadual do Ceará decidiu oferecer denúncia contra o casal do Tribunal do Júri, para oitiva das testemunhas de
acusação e defesa, além do interrogatório do réu. Os
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policiais responsáveis pelas investigações e pela oitiva dos pois Rodrigo pretendia desferir um soco na barriga da
envolvidos, arrolados como testemunhas pelo Ministério vítima e um empurrão, tendo apenas intenção de causar
Público, informaram ao magistrado que se atrasariam para lesão, mas não o resultado morte ou houve dolo na lesão e
o ato judicial, pois estavam em importante diligência. Não culpa em relação ao resultado morte (0,25) 0,00/0,25/0,30/
querendo fracionar a colheita da prova, o magistrado 0,35/0,40/0,55/0,65 7.1. Deveria Rodrigo responder, caso
determinou a oitiva das testemunhas de defesa antes das reconhecida a imputabilidade, pelo crime de lesão corporal
de acusação, apesar do registro do inconformismo da seguida da morte (0,30), previsto no Art. 129, §3º, do CP
defesa. Ao final, o réu foi interrogado. As provas colhidas (0,10) 0,00/0,30/0,40 8. Ainda de maneira subsidiária,
indicaram que a versão apresentada por Rodrigo ao seu afastamento da causa de aumento imputada na denúncia
advogado era totalmente verdadeira. Considerando que foi (0,30), tendo em vista que somente aplicável ao homicídio
constatado o desferimento do soco e do empurrão por culposo ou tendo em vista que foi imputada a prática do
parte de Rodrigo em João, após manifestação das partes, o crime de homicídio doloso (0,40) 0,00/0,30/0,40/0,70
juiz pronunciou o acusado nos termos da denúncia. Pedidos 9. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso
Intimado, o Ministério Público se manteve inerte. Rodrigo e (0,20) 0,00/0,10/0,20/0,30 10. Prazo: 12 de abril de 2021
sua defesa técnica foram intimados da decisão em 05 de (0,10) 0,00/0,10 Fechamento 11. Local, data, advogado e
abril de 2021, segunda-feira. Considerando apenas as OAB (0,10) 0,00/0,10
informações expostas, apresente, na condição de
advogado(a) de Rodrigo, a peça jurídica cabível, diferente
de habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas 7.RESPOSTA A ACUSAÇÃO
as teses jurídicas de direito material e processual aplicáveis. No dia 20 de novembro de 2014, às 20h, Carlos e seu filho
A peça deverá ser datada do último dia do prazo para de dez anos caminhavam por uma praça em frente ao
interposição, devendo ser considerado que segunda a apartamento em que moravam, com pouco movimento e
sexta-feira são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00) Obs.: bastante escura, quando são surpreendidos com a vinda de
a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que um cão pitbull na direção deles. Quando o animal iniciou o
possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A ataque contra a criança, Carlos, que estava armado e tinha
simples menção ou transcrição do dispositivo legal não autorização para assim se encontrar, efetuou um disparo na
confere pontuação. direção do cão, que não foi atingido, ricocheteando a bala
em uma pedra e acabando por atingir o dono do animal,
Leandro, que chegava correndo em sua busca, pois notou
PADRÃO DE RESPOSTA que ele fugira clandestinamente da casa. A vítima atingida
Petição de interposição 1. Endereçamento: Juízo do veio a falecer, ficando constatado que Carlos não teria
Tribunal do Júri da Comarca de São Paulo/SP (0,10) outro modo de agir para evitar o ataque do cão contra o seu
0,00/0,10 2. Fundamento legal: Art. 581, inciso IV, do CPP filho, não sendo sua conduta tachada de descuidada. Os
(0,10) 0,00/0,10 3. Requerimento do juízo de retratação ou vizinhos de Leandro, Caio Fernando e Ticio Silva, que se
exercício do efeito regressivo (0,30), nos termos do Art. 589 encontravam no local, constataram que ele criava o cão
do CPP (0,10) 0,00/0,30/0,40 Razões de recurso em sentido para proteger a casa de eventuais invasões.
estrito 4. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado de Os fatos acima descritos foram levados ao conhecimento do
São Paulo (0,10) 0,00/0,10 5. Preliminarmente, nulidade da delegado de polícia da localidade, que instaurou inquérito
pronúncia ou nulidade da instrução (0,30), por violação ao policial para apurar as circunstâncias do ocorrido. Ao final
princípio da ampla defesa e contraditório ou devido da investigação, o Ministério Público denuncia Carlos pela
processo legal (0,15), nos termos do Art. 5º, inciso LIV ou prática de homicídio, previsto no artigo 121, caput, do
LV, da CRFB/88 ou do Art. 564, inciso IV, do CPP (0,10) Código Penal por acreditar que este agiu em excesso
0,00/0,15/0,25/0,30/ 0,40/0,45/0,55 5.1. Houve doloso. Recebida a inicial pelo juízo da 2ª Vara do Júri da
inadequada inversão da ordem de oitiva das testemunhas Comarca de Fortaleza, o acusado é citado no dia 20 de
ou as testemunhas de defesa foram ouvidas antes das fevereiro de 2015 (sexta-feira).
testemunhas de acusação (0,30), em desrespeito à previsão
do Art. 411 do CPP (0,10) 0,00/0,30/0,40 6. No mérito, Procurado por Carlos para representa-lo na ação penal
pedido de absolvição sumária (0,30), diante da manifesta instaurada e com base somente nas informações de que
causa de isenção de pena ou excludente de culpabilidade dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto
(0,15), nos termos do Art. 415, inciso IV, do CPP (0,10) acima, redija, no último dia do prazo, a peça cabível,
0,00/0,15/0,25/0,30/ 0,40/0,45/0,55 6.1. A imputabilidade invocando todos os argumentos em favor de seu
penal restou afastada em razão da embriaguez (0,30), que constituinte.
foi completa, decorrente de caso fortuito ou força maior, e
que tornou o réu inteiramente incapaz de entender o 8. ALEGAÇÕES FINAIS
caráter ilícito do fato (0,15), conforme o Art. 28, §1º, do CP
(0,10) 0,00/0,15/0,25/0,30/ 0,40/0,45/0,55 7. JUDAS, homem ciumento, nascido no dia 12 de julho de
Subsidiariamente, desclassificação para crime não doloso 1995, depois de três anos juntos, vê rompido seu namoro
contra a vida (0,30), nos termos do Art. 419 do CPP (0,10), com SALOMÉ. SALOMÉ, mulher bela e atraente, após o
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ocorrido começa a namorar TOMÉ. No dia 10 de março de 20 dias sem trabalhar, pois como motoboy dependia do
2015, JUDAS, ao avistar SALOMÉ E TOMÉ andando numa braço para dirigir a moto. O final, o juiz após interrogar
praça, investe contra este deferindo-lhe uma facada com a MARIA DO CARMO, abriu prazo para novas diligências, e
intenção de matar a vítima, mas atinge-a apenas no braço, para alegações finais. No dia 18 de outubro a defesa foi
causando-lhe uma lesão corporal. JUDAS, tendo a intimada após o MP ter apresentado suas alegações.
possibilidade de prosseguir golpeando a vítima, desiste de Procurado pela família de MARIA DO CARMO, apresente a
fazê-lo ante a súplica de Salomé. Instaurado o Inquérito peça cabível, como base somente nas informações que
Policial para apurar as circunstâncias das lesões, ao final das podem ser inferidas pelo caso concreto acima, no último
investigações, o Ministério Público formou a opinião que dia do prazo.
Judas deve responder por tentativa de homicídio doloso. É
de se ressaltar que as lesões não perduraram por mais de
30 dias, conforme exame de corpo de delito feito pela 10. RESPOSTA A ACUSAÇÃO
vítima. A denúncia foi oferecida na 1ª Vara do Júri de Em 10 de janeiro de 2013, na cidade de Itapipoca, PABLO,
Fortaleza, tendo sido recebida dia 20 de agosto de 2015 e a policial civil, portador de comportamento violento, durante
defesa apresentou resposta a acusação no prazo correto. A uma discussão por motivo fútil com um colega de trabalho,
audiência de instrução e julgamento ocorreu dia 20 de CARLOS, num tom enfático, disse: “sem perdão, se cuida”.
setembro, momento em que os fatos descritos acima foram Temendo por sua segurança pessoal, CARLOS preparou-se
comprovados por meio das provas produzidas, em especial psicologicamente, para que pudesse defender-se de uma
pelo depoimento de Salomé e Tomé e pelo interrogatório possível agressão. No dia seguinte, PABLO arrependido
do acusado. A audiência foi encerrada, tendo sido as partes escreve um pedido de desculpas para entregar para CARLOS
intimadas para oferecer a peça processual cabível. A defesa quando o visse. Ao encontrar-se com o colega na
foi intimada no dia 30 de outubro (sexta-feira) de 2015. CHURRASCARIA BOM CHURRASCO, PABLO esboçou reação
Como advogado de Judas, com base somente nas para retirar do bolso da calça o pedido de desculpas
informações que podem ser inferidas pelo caso concreto mencionado, todavia percebendo o movimento do colega,
acima, redija a peça cabível, no último dia do prazo, CARLOS imaginando que havia uma intenção de alvejá-lo
invocando todas as questões de direito pertinentes. com um disparo de arma de fogo, reage. Na iminência de
sofrer agressão a sua vida, CARLOS disparou um tiro de
pistola calibre .40 contra seu colega, que teve morte
9. ALEGAÇÕES FINAIS imediata. Instaurado o Inquérito Policial para apurar as
No dia 02 de agosto de 2015, MARIA DO CARMO, brasileira, circunstâncias da morte de PABLO, ao final das
solteira, dona de casa, estava na sua casa lavando o quintal investigações, o Ministério Público formou a opinião que
quando escutou um grito de socorro de sua vizinha Lucia. CARLOS deve responder por homicídio doloso, dado ao
Ao ir a calçada da sua casa, viu Lucia saindo de casa excesso doloso de sua conduta. A denúncia foi recebida dia
correndo e um homem, que veio a saber mais tarde tratar- 20 de março de 2013. No dia 22 de março de 2013, Carlos
se de João, tentando alcança-la. Acontece que Lucia está foi citado.
grávida e grita que o homem está tentando violentá-la. João Procurado pela família de Carlos para representa-lo na
ao ver que MARIA DO CARMO está empenhando um cabo ação penal instaurada, apresente a peça cabível, exclusiva
de vassoura em sua direção, entra na casa e volta com sua de advogado, no último dia do prazo, invocando todos os
moto, neste momento tenta atropelar Lucia. MARIA DO argumentos em favor da sua constituinte, com base
CARMO não se intimida e empenha o cabo de vassoura apenas nas informações que dispõe.
novamente contra João desferindo golpes na direção do seu
corpo. João desequilibra-se, cai da moto e machuca o braço.
Instaurado Inquérito Policial para a apurar os fatos, João é 11. ALEGAÇÕES FINAIS
denunciado por tentativa de estupro e MARIA DO CARMO é Astolfo, nascido em 15 de março de 1940, sem qualquer
denunciada por lesão corporal grave pelas lesões causadas envolvimento pretérito com o aparato judicial, no dia 22 de
em João, imputando-lhe o crime previsto no artigo 129, §2º, março de 2014, estava em sua casa, um barraco na
I do CP. Durante o Inquérito Policial, João realizou exame de comunidade conhecida como Favela da Zebra, localizada
corpo de delito no dia do fato e depois de trinta dias em Goiânia/GO, quando foi visitado pelo chefe do tráfico da
realizou novamente o exame que conclui que em João já comunidade, conhecido pelo vulgo de Russo. Russo, que
não existia mais as lesões, inclusive João informou que já estava armado, exigiu que Astolfo transportasse 50 g de
havia retirado o gesso do braço. Maria do Carmo foi citada cocaína para outro traficante, que o aguardaria em um
no dia 16 de setembro de 2015 para apresentar Resposta a Posto de Gasolina, sob pena de Astolfo ser expulso de sua
acusação. Na audiência de instrução, os elementos de residência e não mais poder morar na Favela da Zebra.
informação do Inquérito Policial foram produzidos, Lucia foi Astolfo, então, se viu obrigado a aceitar a determinação,
ouvida primeiro e confirmou a agressão de MARIA DO mas quando estava em seu automóvel, na direção do Posto
CARMO foi para impedir novos avanços de João, após este de Gasolina, foi abordado por policiais militares, sendo a
momento foi a ouvida a vítima, João, que alegou ter ficado droga encontrada e apreendida. Astolfo foi denunciado
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perante o juízo competente pela prática do crime previsto denúncia foi regularmente recebida pelo juízo da 41ª Vara
no Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06. Em que pese tenha Criminal da Comarca da Capital do Estado ‘X’ e a ré foi
sido preso em flagrante, foi concedida liberdade provisória citada para responder à acusação, o que foi devidamente
ao agente, respondendo ele ao processo em liberdade. feito. O processo teve seu curso regular e, durante todo o
Durante a audiência de instrução e julgamento, após serem tempo, a ré ficou em liberdade.
observadas todas as formalidades legais, os policiais Na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia
militares responsáveis pela prisão em flagrante do réu 18/10/2012 (quinta-feira), o Ministério Público apresentou
confirmaram os fatos narrados na denúncia, além de certidão cartorária apta a atestar que no dia 15/05/2012
destacarem que, de fato, o acusado apresentou a versão de (terça-feira) ocorrera o trânsito em julgado definitivo de
que transportava as drogas por exigência de Russo. sentença que condenava Rita pela prática do delito de
Asseguraram que não conheciam o acusado antes da data estelionato. A ré, em seu interrogatório, exerceu o direito
dos fatos. Astolfo, em seu interrogatório, realizado como ao silêncio. As alegações finais foram orais; acusação e
último ato da instrução por requerimento expresso da defesa manifestaram-se. Finda a instrução criminal, o
defesa do réu, também confirmou que fazia o transporte da magistrado proferiu sentença em audiência. Na dosimetria
droga, mas alegou que somente agiu dessa forma porque da pena, o magistrado entendeu por bem elevar a penabase
foi obrigado pelo chefe do tráfico local a adotar tal conduta, em patamar acima do mínimo, ao argumento de que o
ainda destacando que residia há mais de 50 anos na trânsito em julgado de outra sentença condenatória
comunidade da Favela da Zebra e que, se fosse de lá configurava maus antecedentes; na segunda fase da
expulso, não teria outro lugar para morar, pois sequer dosimetria da pena o magistrado também entendeu ser
possuía familiares e amigos fora do local. Disse que nunca cabível a incidência da agravante da reincidência, levando
respondeu a nenhum outro processo, apesar já ter sido em conta a data do trânsito em julgado definitivo da
indiciado nos autos de um inquérito policial pela suposta sentença de estelionato, bem como a data do cometimento
prática de um crime de falsificação de documento do furto (ora objeto de julgamento); não verificando a
particular. Após a juntada da Folha de Antecedentes incidência de nenhuma causa de aumento ou de
Criminais do réu, apenas mencionando aquele inquérito, e diminuição, o magistrado fixou a pena definitiva em 4
do laudo de exame de material, confirmando que, de fato, a (quatro) anos de reclusão no regime inicial semiaberto e 80
substância encontrada no veículo do denunciado era (oitenta) dias-multa. O valor do dia-multa foi fixado no
“cloridrato de cocaína”, os autos foram encaminhados para patamar mínimo legal. Por entender que a ré não atendia
o Ministério Público, que pugnou pela condenação do aos requisitos legais, o magistrado não substituiu a pena
acusado nos exatos termos da denúncia. Em seguida, você, privativa de liberdade por pena restritiva de direitos. Ao
advogado (a) de Astolfo, foi intimado (a) em 06 de março de final, assegurou-se à ré o direito de recorrer em liberdade.
2015, uma sexta-feira. O advogado da ré deseja recorrer da decisão.
Com base nas informações acima expostas e naquelas que Atento ao caso narrado e levando em conta tão somente as
podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, informações contidas no texto, elabore o recurso cabível.
excluída a possibilidade de Habeas Corpus, no último dia do (Valor: 5,0)
prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes.
(Valor: 5,00) Obs.: O examinando deve indicar todos os
fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A mera citação 13. ALEGAÇÕES FINAIS (OAB)
do dispositivo legal não confere pontuação. Daniel, nascido em 02 de abril de 1990, é filho de Rita,
empregada doméstica que trabalha na residência da família
12. APELAÇÃO (OAB) Souza. Ao tomar conhecimento, por meio de sua mãe, que
os donos da residência estariam viajando para comemorar a
Rita, senhora de 60 anos, foi presa em flagrante no dia virada de ano, vai até o local, no dia 02 de janeiro de 2010,
10/11/2011 (quinta-feira), ao sair da filial de uma grande e subtrai o veículo automotor dos patrões de sua genitora,
rede de farmácias, após ter furtado cinco tintas de cabelo. pois queria fazer um passeio com sua namorada. Desde o
Para subtrair os itens, Rita arrebentou a fechadura do início, contudo, pretende apenas utilizar o carro para fazer
armário onde estavam os referidos produtos, conforme um passeio pelo quarteirão e, depois, após encher o tanque
imagens gravadas pelas câmeras de segurança do de gasolina novamente, devolvê-lo no mesmo local de onde
estabelecimento. O valor total dos itens furtados perfazia a o subtraiu, evitando ser descoberto pelos proprietários.
quantia de R$49,95 (quarenta e nove reais e noventa e Ocorre que, quando foi concluir seu plano, já na entrada da
cinco centavos). garagem para devolver o automóvel no mesmo lugar em
Instaurado inquérito policial, as investigações seguiram que o havia subtraído, foi surpreendido por policiais
normalmente. O Ministério Público, então, por entender militares, que, sem ingressar na residência, perguntaram
haver indícios suficientes de autoria, provas da sobre a propriedade do bem. Ao analisarem as câmeras de
materialidade e justa causa, resolveu denunciar Rita pela segurança da residência, fornecidas pelo próprio Daniel,
prática da conduta descrita no Art. 155, § 4º, inciso I, do CP perceberam os agentes da lei que ele havia retirado o carro
(furto qualificado pelo rompimento de obstáculo). A sem autorização do verdadeiro proprietário. Foi, então,
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Daniel denunciado pela prática do crime de furto simples, primário, ter bons antecedentes e residência fixa,
destacando o Ministério Público que deixava de oferecer respondeu ao processo em liberdade. Na audiência de
proposta de suspensão condicional do processo por não instrução e julgamento, a vítima afirmou que aquela foi a
estarem preenchidos os requisitos do Art. 89 da Lei nº sua primeira noite, mas que tinha o hábito de fugir de casa
9.099/95, tendo em vista que Daniel responde a outra ação com as amigas para frequentar bares de adultos. As
penal pela prática do crime de porte de arma de fogo. Em testemunhas de acusação afirmaram que não viram os fatos
18 de março de 2010, a denúncia foi recebida pelo juízo e que não sabiam das fugas de Ana para sair com as amigas.
competente, qual seja, da 1ª Vara Criminal da Comarca de As testemunhas de defesa, amigos de Felipe, disseram que
Florianópolis. Os fatos acima descritos são integralmente o comportamento e a vestimenta da Ana eram
confirmados durante a instrução, sendo certo que Daniel incompatíveis com uma menina de 13 (treze) anos e que
respondeu ao processo em liberdade. Foram ouvidos os qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa maior de 14
policiais militares como testemunhas de acusação, e o (quatorze) anos, e que Felipe não estava embriagado
acusado foi interrogado, confessando que, de fato, utilizou quando conheceu Ana. O réu, em seu interrogatório, disse
o veículo sem autorização, mas que sua intenção era que se interessou por Ana, por ser muito bonita e por estar
devolvê-lo, tanto que foi preso quando ingressava na bem vestida. Disse que não perguntou a sua idade, pois
garagem dos proprietários do automóvel. Após, foi juntada acreditou que no local somente pudessem frequentar
a Folha de Antecedentes Criminais de Daniel, que ostentava pessoas maiores de 18 (dezoito) anos. Corroborou que
apenas aquele processo pelo porte de arma de fogo, que praticaram o sexo oral e vaginal na mesma oportunidade,
não tivera proferida sentença até o momento, o laudo de de forma espontânea e voluntária por ambos. A prova
avaliação indireta do automóvel e o vídeo da câmera de pericial atestou que a menor não era virgem, mas não pôde
segurança da residência. O Ministério Público, em sua afirmar que aquele ato sexual foi o primeiro da vítima, pois
manifestação derradeira, requereu a condenação nos a perícia foi realizada longos meses após o ato sexual. O
termos da denúncia. A defesa de Daniel é intimada em 17 Ministério Público pugnou pela condenação de Felipe nos
de julho de 2015, sexta feira. termos da denúncia. A defesa de Felipe foi intimada no dia
Com base nas informações acima expostas e naquelas que 10 de abril de 2014 (quinta-feira).
podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, Com base somente nas informações de que dispõe e nas
excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a
prazo para interposição, sustentando todas as teses peça cabível, no último dia do prazo, excluindo a
jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) possibilidade de impetração de Habeas Corpus,
sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes.
todos os fatos acima descritos são confirmados pelas para tanto. Com intenção de causar lesão corporal que
testemunhas, não tendo sido o réu interrogado, já que, garantisse a debilidade permanente de membro de Lauro,
apesar de intimado, apresentou problemas de saúde no dia apertou o gatilho para efetuar disparo na direção de sua
e não pôde comparecer à audiência. Ainda durante a perna. Por circunstâncias alheias à vontade de Patrick, a
audiência de instrução e julgamento, após a instrução, as arma não funcionou, mas o barulho da arma de fogo causou
partes apresentaram suas alegações, sendo consignado pela temor em Lauro, que empreendeu fuga e compareceu à
defesa o inconformismo com a ausência do réu, já que foi Delegacia para narrar a conduta de Patrick. Após meses de
apresentado atestado médico, e, em seguida, o juiz proferiu investigações, com oitiva dos envolvidos e das testemunhas
sentença condenatória nos termos da denúncia, presenciais do fato, quais sejam, Natália, Maria e José, estes
condenando o agente pela prática dos dois delitos em suas dois últimos sendo vizinhos que conversavam no portão da
modalidades consumadas. No momento de fixar a pena- residência, o inquérito foi concluído, e o Ministério Público
base, aumentou o magistrado a pena do estelionato em 02 ofereceu denúncia, perante o juízo competente, em face de
meses, destacando que o comportamento de Breno não Patrick como incurso nas sanções penais do Art. 129, § 1º,
deixa qualquer dúvida de que agiu com dolo. Já a pena do inciso III, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
uso de documento falso foi aplicada em seu patamar Juntamente com a denúncia, vieram as principais peças que
mínimo. Na segunda fase, não foram reconhecidas constavam do inquérito, inclusive a Folha de Antecedentes
atenuantes, mas foi reconhecida a agravante da Criminais, na qual constava outra anotação por ação penal
reincidência, aumentando a pena de cada um dos delitos em curso pela suposta prática do crime do Art. 168 do
em mais 02 meses de reclusão. No terceiro momento, não Código Penal, bem como o laudo de exame pericial na arma
foram reconhecidas causas de aumento ou de diminuição. de Patrick apreendida, o qual concluiu pela total
Assim, foi fixada a pena de 01 ano e 04 meses de reclusão e incapacidade de efetuar disparos. Em busca do
14 dias-multa, no que tange ao crime de estelionato, e 02 cumprimento do mandado de citação, o oficial de justiça
anos e 02 meses de reclusão e 12 dias-multa para o crime comparece à residência de Patrick e verifica que o imóvel se
de falsificação de documento equiparado ao público, encontrava trancado. Apenas em razão desse único
restando a pena final em 03 anos e 06 meses de reclusão e comparecimento no dia 26/02/2018, certifica que o réu
26 dias-multa. O regime inicial de cumprimento de pena estava se ocultando para não ser citado e realiza, no dia
aplicado pelo magistrado foi o semiaberto e não houve seguinte, citação por hora certa, juntando o resultado do
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de mandado de citação e intimação para defesa aos autos no
direito, tudo fundamentado na reincidência do agente. mesmo dia. Maria, vizinha que presenciou a conduta do
Intimado da decisão, o Ministério Público apenas tomou oficial de justiça, se assusta e liga para o advogado de
ciência de seu teor, não apresentando qualquer medida. Já Patrick, informando o ocorrido e esclarecendo que ele se
a defesa técnica de Breno foi intimada de seu teor em 06 de encontra trabalhando e ficará embarcado por 15 dias. O
dezembro de 2017, quarta-feira, sendo quintafeira dia útil advogado entra em contato com Patrick por email e este
em todo o país. Considerando apenas as informações apenas consegue encaminhar uma procuração para adoção
narradas, na condição de advogado(a) de Breno, redija a das medidas cabíveis, fazendo uma pequena síntese do
peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e ocorrido por escrito. Considerando a situação narrada,
embargos de declaração, apresentando todas as teses apresente, na qualidade do advogado de Patrick, a peça
jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último jurídica cabível, diferente do habeas corpus, apresentando
dia do prazo para interposição. (Valor: 5,00) Obs.: a peça todas as teses jurídicas de direito material e processual
deve abranger todos os fundamentos de Direito que pertinentes. A peça deverá ser datada do último dia do
possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A prazo. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abranger todos os
simples menção ou transcrição do dispositivo legal não fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
confere pontuação. respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do
dispositivo legal não confere pontuação.
aplicada exclusivamente a pena de multa, razão pela qual direcionada ao Juízo da Vara de Execução Penal da Comarca
não foi determinada a regressão de regime. Após cumprir de Belo Horizonte/MG, com formulação de pedido de
01 ano da pena aplicada pelo crime de associação, o retratação por parte do juízo a quo, na forma do Art. 589 do
defensor público que defende os interesses de Lucas CPP, por analogia. Em caso de não acolhimento, deve haver
apresenta requerimento de progressão de regime, requerimento de encaminhamento do feito para instância
destacando que o apenado não sofreu qualquer sanção superior, com as respectivas razões recursais. Após, o
disciplinar. O magistrado em atuação perante a Vara de examinando deveria apresentar Razões do Recurso,
Execução Penal da Comarca de Belo Horizonte/MG, órgão direcionadas ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas
competente, indefere o pedido de progressão, sob os Gerais, com a fundamentação necessária para rebater a
seguintes fundamentos: a) o crime de associação para o decisão do magistrado de primeira instância. Lucas foi
tráfico, no entender do magistrado, é crime hediondo, condenado pela prática de crime de associação para o
tanto que o livramento condicional somente poderá ser tráfico, delito este previsto no Art. 35 da Lei nº 11.343/06, a
deferido após o cumprimento de 2/3 da pena aplicada; b) o pena de 06 anos de reclusão em regime inicial semiaberto,
apenado é reincidente, diante da nova condenação pela destacando o magistrado do conhecimento que o delito não
prática de crime de ameaça; c) o requisito objetivo para a teria natureza hedionda. Após cumprimento de 1/6 da
progressão de regime seria o cumprimento de 3/5 da pena pena, não havendo notícia de não atendimento aos
aplicada e, caso ele não fosse reincidente, seria de 2/5, requisitos subjetivos, já que não sofreu qualquer sanção
períodos esses ainda não ultrapassados; d) em relação ao disciplinar, faria jus o apenado à progressão para o regime
requisito subjetivo, é indispensável a realização de exame aberto. O advogado de Lucas deveria combater todos os
criminológico, diante da gravidade dos crimes de associação fundamentos apresentados pelo magistrado para indeferir
para o tráfico em geral. Ao tomar conhecimento, de o requerimento de progressão de regime. A priori deveria
maneira informal, da decisão do magistrado, a família de ser destacado que o delito praticado por Lucas não tem
Lucas procura você, na condição de advogado(a), para a natureza de crime hediondo. Em que pese a Constituição e
adoção das medidas cabíveis. Após constituição nos autos, a a Lei nº 8.072/90 (Lei de Crimes Hediondos) tenham
defesa técnica é intimada da decisão de indeferimento do equiparado o crime de tráfico, tortura e terrorismo aos
pedido de progressão de regime em 24 de novembro de crimes hediondos, o mesmo não o fez em relação ao delito
2017, sextafeira, sendo certo que, de segunda a sexta-feira de associação para o tráfico. Da mesma forma, o rol de
da semana seguinte, todos os dias são úteis em todo o delitos de natureza hedionda trazido pelo Art. 1º da Lei
território nacional. Considerando apenas as informações 8.072/90 não menciona o crime de associação para o
narradas, na condição de advogado(a) de Lucas, redija a tráfico. Exatamente em razão disso a jurisprudência,
peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e inclusive dos Tribunais Superiores, não considera o delito
embargos de declaração, apresentando todas as teses previsto no Art. 35 da Lei nº 11.343/06 como de natureza
jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último hedionda ou equiparado. Ademais, o próprio juízo de
dia do prazo para interposição. (Valor: 5,00) Obs.: a peça conhecimento havia decidido que o delito não teria
processual deve abranger todos os fundamentos de Direito natureza hedionda. Conforme vem sendo destacado pela
que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A jurisprudência, o simples fato de o Art. 44, parágrafo único,
simples menção ou transcrição do dispositivo legal não da Lei nº 11.343/06 exigir para a concessão do livramento
confere pontuação. condicional o cumprimento de mais de 2/3 da pena não tem
o condão de transformar o crime de associação para o
tráfico em hediondo, de modo que o livramento exige o
PADRÃO DE RESPOSTA cumprimento de 2/3 da pena, enquanto que para
O examinando deve redigir, na condição de advogado, progressão de regime basta o cumprimento de 1/6 da pena
recurso de Agravo em Execução, com fundamento no Art. aplicada. Além disso, não há que se falar em reincidência na
197 da Lei nº 7.210/84 – Lei de Execução Penal (LEP). Isso hipótese, tendo em vista que a condenação pela prática do
porque, nos termos do dispositivo mencionado, das crime de ameaça ocorreu após o trânsito em julgado da
decisões proferidas pelo magistrado em sede de Execução decisão que condenou Lucas pela prática do crime de
Penal, sempre caberá recurso de agravo, sem efeito associação para o tráfico. De acordo com o Art. 63 do
suspensivo. No caso, claro está que a decisão a ser Código Penal, configura-se a reincidência quando o agente
combatida foi proferida pelo juiz em atuação na Vara de vem a ser condenado pela prática de crime cometido após
Execuções Penais de Belo Horizonte/MG, de fato em sede condenação anterior, com trânsito em julgado, pela prática
de execução, já que o requerimento formulado era de de delito pretérito. Assim, não há que se falar em
progressão de regime. Apesar de o Art. 197 da LEP trazer a reincidência na hipótese.
previsão de que o recurso cabível é o de Agravo, não Exatamente em razão da natureza não hedionda do crime e
estabelece a Lei nº 7.210/84 qual seria o procedimento a da ausência de reincidência, o requisito objetivo para Lucas
ser seguido, de modo que a doutrina e a jurisprudência fazer jus à progressão de regime é o cumprimento de 1/6 da
pacificaram o entendimento de que seria o mesmo do pena, período esse já atendido pelo apenado, que cumpriu
Recurso em Sentido Estrito. Diante disso, primeiramente em regime semiaberto mais de 01 ano de uma sanção penal
deveria o examinando apresentar petição de interposição, de 06 anos. Por fim, deveria o examinando rebater o
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argumento do magistrado em relação ao requisito identificado a autoria a partir das câmeras de segurança.
subjetivo, que, segundo a decisão questionada, exigiria a Roberta, em seu interrogatório, confirma os fatos, mas
realização de exame criminológico. Desde a Lei nº esclarece que acreditava que o notebook subtraído era seu
10.792/03 que não mais existe obrigatoriedade da e, por isso, levara-o para casa. Foi juntada a Folha de
realização de exame criminológico para obtenção de Antecedentes Criminais da ré sem qualquer outra anotação,
progressão de regime, bastando o atestado de bom o laudo de avaliação do bem subtraído, que constatou seu
comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), e o CD com as imagens
estabelecimento. Certo é que não existe vedação à captadas pela câmera de segurança. O Ministério Público,
requisição de realização de exame criminológico para em sua manifestação derradeira, requereu a condenação da
análise de eventual progressão de regime ou livramento ré nos termos da denúncia. Você, como advogado(a) de
condicional. Todavia, a justificativa para tal requerimento Roberta, é intimado(a) no dia 24 de agosto de 2016, quarta-
deverá ser embasada em fundamentos sólidos de acordo feira, sendo o dia seguinte útil em todo o país, bem como
com o caso concreto, não bastando a mera alegação da todos os dias da semana seguinte, exceto sábado e
gravidade em abstrato do delito. Assim, a fundamentação domingo. Considerando apenas as informações narradas, na
utilizada pelo magistrado a quo não foi idônea, nos termos condição de advogado(a) de Roberta, redija a peça jurídica
do Enunciado 439 da Súmula de Jurisprudência do Superior cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as
Tribunal de Justiça e do Enunciado 26 da Súmula Vinculante teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no
do Supremo Tribunal Federal (STF). Na conclusão, deveria o último dia do prazo para interposição. (Valor: 5,00) Obs.: o
examinando apresentar pedido de conhecimento e examinando deve indicar todos os fundamentos e
provimento do recurso, com requerimento de progressão dispositivos legais cabíveis. A mera citação do dispositivo
de regime. Em relação ao prazo, absolutamente pacificado legal não confere pontuação.
o entendimento de que seria de 05 dias, na forma do
Enunciado 700 da Súmula de Jurisprudência do STF.
Considerando que a intimação ocorreu em 24 de novembro PADRÃO DE RESPOSTA
de 2017, sexta-feira, o prazo somente teve início em 27 de 1) Endereçamento: Vara Criminal da Comarca de
novembro de 2017, findando em 01 de dezembro de 2017. Manaus/AM (0,10).
O examinando deveria, ainda, concluir sua peça com local, 2) Fundamento legal para apresentação de Alegações Finais
data, advogado e número de OAB. por Memoriais: Art. 403, §3º do CPP (0,10). 0,00/0,10
3) Preliminarmente, reconhecimento da nulidade dos atos
18. ALEGAÇÕES FINAIS da instrução OU requerimento de aplicação, por analogia,
(XXIII) No dia 23 de fevereiro de 2016, Roberta, 20 anos, do art. 28 do CPP (0,20), diante do não oferecimento de
encontrava-se em um curso preparatório para concurso na proposta de suspensão condicional do processo, pois
cidade de Manaus/AM. Ao final da aula, resolveu ir comprar preenchidos os requisitos do Art. 89 da Lei 9099/95 OU pois
um café na cantina do local, tendo deixado seu notebook irrelevante o fato do delito imputado não ser infração de
carregando na tomada. Ao retornar, retirou um notebook menor potencial ofensivo (0,40).
da tomada e foi para sua residência. Ao chegar em casa, foi 4A) No mérito, absolvição de Roberta (0,30). 0,00/0,30 4B)
informada de que foi realizado registro de ocorrência na Reconhecimento da ocorrência de erro de tipo (0,90),
Delegacia em seu desfavor, tendo em vista que as câmeras previsto no artigo 20 do Código Penal (0,10). 0,00/0,90/1,00
de segurança da sala de aula captaram o momento em que 4C) O reconhecimento do erro de tipo tem como
subtraiu o notebook de Cláudia, sua colega de classe, que consequência a exclusão do dolo ou atipicidade da conduta
havia colocado seu computador para carregar em (0,20).
substituição ao de Roberta, o qual estava ao lado. No dia 5) Subsidiariamente, aplicação de pena base no mínimo
seguinte, antes mesmo de qualquer busca e apreensão do legal, já que as circunstâncias do Art. 59 são favoráveis
bem ou atitude da autoridade policial, Roberta restituiu a (0,20). 0,00/0,20
coisa subtraída. As imagens da câmera de segurança foram
encaminhadas ao Ministério Público, que denunciou 6) Reconhecimento da atenuante da menoridade relativa, já
Roberta pela prática do crime de furto simples, tipificado no que menor de 21 anos na data dos fatos (0,20), conforme
Art. 155, caput, do Código Penal. O Ministério Público Art. 65, inciso I, do Código Penal (0,10). 0,00/0,20/0,30
deixou de oferecer proposta de suspensão condicional do 7) Reconhecimento da atenuação da confissão (0,20), nos
processo, destacando que o delito de furto não é de menor termos do Art. 65, inciso III, alínea d, do CP (0,10).
potencial ofensivo, não se sujeitando à aplicação da Lei nº 8) Reconhecimento da causa de diminuição do
9.099/95, tendo a defesa se insurgido. Recebida a denúncia, arrependimento posterior (0,40), tendo em vista que houve
durante a instrução, foi ouvida Cláudia, que confirmou ter restituição da coisa subtraída (0,15), nos termos do Art. 16
deixado seu notebook acoplado à tomada, mas que Roberta do Código Penal (0,10).
o subtraíra, somente havendo restituição do bem com a
descoberta dos agentes da lei. Também foram ouvidos os 9) Aplicação do regime inicial aberto (0,20), nos termos do
funcionários do curso preparatório, que disseram ter Art. 33, §2º, alínea c, do Código Penal (0,10). 0,00/0,20/0,30
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10) Substituição da pena privativa de liberdade por sem qualquer anotação e a Folha de Antecedentes
restritiva de direitos (0,20), já que preenchidos os requisitos Infracionais, ostentando uma representação pela prática de
do Art. 44 do Código Penal (0,10). ato infracional análogo ao crime de tráfico, com decisão
11) Pedidos: Nulidade dos atos da instrução em razão do definitiva de procedência da ação socioeducativa. O
não oferecimento de proposta de suspensão condicional do magistrado concedeu prazo para as partes se manifestarem
processo OU encaminhamento dos autos ao Ministério em alegações finais por memoriais. O Ministério Público
Público para oferecimento de proposta de suspensão requereu a condenação nos termos da denúncia. O
condicional do processo (0,05). 0,00/0,05 11.1) Absolvição advogado de Leonardo, contudo, renunciou aos poderes,
de Roberta (0,10), em razão da atipicidade da conduta razão pela qual, de imediato, o magistrado abriu vista para
(0,10). 0,00/0,10/0,20 11.2) Aplicação da pena no mínimo a Defensoria Pública apresentar alegações finais. Em
legal OU reconhecimento das atenuantes (0,05). 0,00/0,05 sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva
11.3) Reconhecimento do arrependimento posterior OU estatal. No momento de fixar a pena-base, reconheceu a
aplicação da causa de diminuição do Art. 16 do CP (0,05). existência de maus antecedentes em razão da
11.4) Substituição da pena privativa de liberdade por representação julgada procedente em face de Leonardo
restritiva de direitos (0,05) 0,00/0,05 11.5) Aplicação de enquanto era inimputável, aumentando a pena em 06
regime inicial aberto (0,05). meses de reclusão. Não foram reconhecidas agravantes ou
atenuantes. Na terceira fase, incrementou o magistrado em
12) Prazo: 29 de agosto de 2016 (0,10). 1/3 a pena, justificando ser desnecessária a apreensão de
13) Fechamento (Data, local, assinatura, OAB) (0,10). arma de fogo, bastando a simulação de porte do material
diante do temor causado à vítima. Com a redução de 1/3
pela modalidade tentada, a pena final ficou acomodada em
19. APELAÇÃO 4 (quatro) anos de reclusão. O regime inicial de
(XXII EXAME DA ORDEM) Desejando comprar um novo cumprimento de pena foi o fechado, justificando o
carro, Leonardo, jovem com 19 anos, decidiu praticar um magistrado que o crime de roubo é extremamente grave e
crime de roubo em um estabelecimento comercial, com a que atemoriza os cidadãos de Belo Horizonte todos os dias.
intenção de subtrair o dinheiro constante do caixa. Narrou o Intimado, o Ministério Público apenas tomou ciência da
plano criminoso para Roberto, seu vizinho, mas este se decisão. A irmã de Leonardo o procura para, na condição de
recusou a contribuir. Leonardo decidiu, então, praticar o advogado, adotar as medidas cabíveis. Constituída nos
delito sozinho. Dirigiu-se ao estabelecimento comercial, autos, a intimação da sentença pela defesa ocorreu em 08
nele ingressou e, no momento em que restava apenas um de maio de 2017, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil
cliente, simulou portar arma de fogo e o ameaçou de em todo o país.
morte, o que fez com ele saísse, já que a intenção de Com base nas informações expostas acima e naquelas que
Leonardo era apenas a de subtrair bens do podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível,
estabelecimento. Leonardo, em seguida, consegue acesso excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do
ao caixa onde fica guardado o dinheiro, mas, antes de prazo para interposição, sustentando todas as teses
subtrair qualquer quantia, verifica que o único funcionário jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve
que estava trabalhando no horário era um senhor que abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser
utilizava cadeiras de rodas. Arrependido, antes mesmo de utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção
ser notada sua presença pelo funcionário, deixa o local sem ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.
nada subtrair, mas, já do lado de fora da loja, é
surpreendido por policiais militares. Estes realizam a
abordagem, verificam que não havia qualquer arma com PADRÃO DE RESPOSTA
Leonardo e esclarecem que Roberto narrara o plano Petição de interposição
criminoso do vizinho para a Polícia. Tomando conhecimento
dos fatos, o Ministério Público requereu a conversão da 1) Endereçamento correto: Juízo da 1ª Vara Criminal da
prisão em flagrante em preventiva e denunciou Leonardo Comarca de Belo Horizonte-MG (0,10).
como incurso nas sanções penais do Art. 157, § 2º, inciso I, 2) Fundamentação legal: Art. 593, inciso I, do CPP (0,10).
c/c o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Após decisão Razões de apelação
do magistrado competente, qual seja, o da 1ª Vara Criminal
de Belo Horizonte/MG, de conversão da prisão e 3) Endereçamento correto: Tribunal de Justiça do Estado de
recebimento da denúncia, o processo teve seu Minas Gerais (0,10).
prosseguimento regular. O homem que fora ameaçado 4) Preliminarmente: Nulidade da sentença ou de todos os
nunca foi ouvido em juízo, pois não foi localizado, e, na data atos processuais desde as alegações finais apresentadas
dos fatos, demonstrou não ter interesse em ver Leonardo pela Defensoria Pública (0,25), tendo em vista que não
responsabilizado. Em seu interrogatório, Leonardo confirma houve intimação do réu para manifestar interesse em
integralmente os fatos, inclusive destacando que se indicar novo advogado OU tendo em vista que houve
arrependeu do crime que pretendia praticar. Constavam no prejuízo para ampla defesa (0,15). 0,00/0,15/0,25/0,40
processo a Folha de Antecedentes Criminais do acusado
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5) No mérito: absolvição de Leonardo OU desclassificação alertada por José sobre o crime prestes a acontecer, sendo
para o delito de ameaça com consequente reconhecimento efetuada a prisão de Lauro em flagrante. Em sede policial,
da decadência (0,40) 5.1) Houve desistência voluntária Maria foi ouvida, afirmando, apesar de não apresentar
(0,80), nos termos do Art. 15 do CP (0,10) 0,00/0,80/0,90 documentos, que tinha 17 anos e que Lauro sempre
5.2) Leonardo deve responder apenas pelos atos já manteve comportamento estranho com ela, razão pela qual
praticados OU não deve responder pela tentativa (0,45). tinha interesse em ver o autor dos fatos responsabilizado
6) Subsidiariamente: a pena base deve ser fixada no mínimo criminalmente. Após receber os autos e considerando que o
legal (0,20), pois a existência de ação socioeducativa julgada detido possuía autorização para portar arma de fogo, o
procedente não justifica o reconhecimento de maus Ministério Público denunciou Lauro apenas pela prática do
antecedentes (0,15) crime de estupro qualificado, previsto no Art. 213, §1º c/c
Art. 14, inciso II, c/c Art. 61, inciso II, alínea f, todos do
7) Reconhecimento da atenuante da menoridade relativa Código Penal. O processo teve regular prosseguimento,
(0,15), nos termos do Art. 65, inciso I, do CP (0,10 mas, em razão da demora para realização da instrução,
8) Reconhecimento da atenuante da confissão (0,15), nos Lauro foi colocado em liberdade. Na audiência de instrução
termos do Art. 65, inciso III, alínea d, do CP (0,10) e julgamento, a vítima Maria foi ouvida, confirmou suas
9) Afastamento da causa de aumento do Art. 157, §2º, declarações em sede policial, disse que tinha 17 anos,
inciso I, do CP (0,30), pois houve apenas simulação de porte apesar de ter esquecido seu documento de identificação
de arma de fogo, sem incremento do potencial lesivo OU para confirmar, apenas apresentando cópia de sua
pois não existe prova do emprego de arma de fogo (0,20). matrícula escolar, sem indicar data de nascimento, para
demonstrar que, de fato, era Maria. José foi ouvido e
10) Redução da tentativa em seu patamar máximo (0,10), também confirmou os fatos narrados na denúncia, assim
permitindo aplicação da suspensão condicional da pena como os policiais. O réu não estava presente na audiência
(0,05) por não ter sido intimado e, apesar de seu advogado ter-se
11) Aplicação do regime inicial semiaberto ou aberto do mostrado inconformado com tal fato, o ato foi realizado,
cumprimento de pena (0,20), pois a gravidade em abstrato porque o interrogatório seria feito em outra data. Na
não justifica regime de pena mais severo OU a fixação de segunda audiência, Lauro foi ouvido, confirmando
regime de cumprimento mais severo exige motivação integralmente os fatos narrados na denúncia, mas
concreta (0,15), nos termos da Súmula 718/STF OU 719/STF demonstrou não ter conhecimento sobre as declarações das
OU 440/STJ (0,10). testemunhas e da vítima na primeira audiência. Na mesma
12) Pedido de provimento do recurso (0,30), com expedição ocasião, foi, ainda, juntado o laudo de exame do material
de alvará de soltura (0,10). apreendido, o laudo da arma de fogo demonstrando o
potencial lesivo e a Folha de Antecedentes Criminais, sem
13) Prazo: 15 de maio de 2017 (0,10). 0,00/0,10 14) outras anotações. Encaminhados os autos para o Ministério
Fechamento: aposição de local, data, assinatura e OAB Público, foi apresentada manifestação requerendo
(0,10). condenação nos termos da denúncia. Em seguida, a defesa
técnica de Lauro foi intimada, em 04 de setembro de 2018,
20. ALEGAÇÕES FINAIS terça-feira, sendo quarta-feira dia útil em todo o país, para
apresentação da medida cabível. Considerando apenas as
(XXVI EXAME DA ORDEM) Em 03 de outubro de 2016, na informações narradas, na condição de advogado(a) de
cidade de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, Lauro, 33 Lauro, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas
anos, que é obcecado por Maria, estagiária de uma outra corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A
empresa que está situada no mesmo prédio em que fica o peça deverá ser datada do último dia do prazo para
seu local de trabalho, não mais aceitando a rejeição dela, interposição. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abranger todos
decidiu que a obrigaria a manter relações sexuais com ele, os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para
independentemente da sua concordância. Confiante em sua dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição
decisão, resolveu adquirir arma de fogo de uso permitido, do dispositivo legal não confere pontuação.
considerando que tinha autorização para tanto, e a
registrou, tornando-a regular. Precisando que alguém o
substituísse no local do trabalho no dia do crime, narrou sua PADRÃO DE RESPOSTA
intenção criminosa para José, melhor amigo com quem Endereçamento:
trabalha, assegurando-lhe que comprou a arma
exclusivamente para ameaçar Maria a manter com ele 1) Vara Criminal da Comarca de Campos/RJ (0,10).
conjunção carnal, mas que não a lesionaria de forma 0,00/0,10 Cabimento:
alguma. Ainda esclareceu a José, que alugara um quarto em 2) Fundamento legal para apresentação de Alegações Finais
um hotel e comprara uma mordaça para evitar que Maria por Memoriais: Art. 403, § 3º do CPP (0,10).
gritasse e os fatos fossem descobertos. Quando Lauro saía Fundamentação:
de casa, em seu carro, para encontrar Maria, foi
surpreendido por viatura da Polícia Militar, que havia sido 3) Preliminarmente, reconhecimento da nulidade dos atos
da instrução (0,20).
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4) A nulidade decorre da ausência de intimação do réu para enquanto, na mochila do adolescente, foram encontrados
realização da audiência de instrução e julgamento (0,40), o 30 g de cocaína, quantidade essa distribuída em 50 pinos.
que representa cerceamento de defesa OU configurando Após a oitiva das testemunhas em sede policial, da juntada
violação ao princípio da ampla defesa (0,15), nos termos do do laudo e da oitiva do adolescente e de João, que
Art. 5º, LV, CRFB/88 OU Art. 564, IV, do CPP (0,10). permaneceram em silêncio com relação aos fatos, foram
5) No mérito, absolvição de Lauro (0,30). 0,00/0,30 6) Não lavrados o auto de prisão em flagrante em desfavor do
foram iniciados atos executórios do crime de estupro (0,60), imputável e o auto de apreensão em desfavor do
sendo certo que os atos preparatórios são impuníveis adolescente. Toda a documentação foi encaminhada aos
(0,20). Promotores de Justiça com atribuição. O Promotor de
Justiça, junto à 1ª Vara Criminal de Maceió/AL, órgão
7) Subsidiariamente, afastar a qualificadora pois não há competente, ofereceu denúncia em face de João,
prova nos autos da idade da vítima (0,50), nos termos do imputando-lhe a prática dos crimes previstos nos artigos 33
Art. 213, §1º do CP (0,10) e 35, ambos com a causa de aumento do Art. 40, inciso VI,
8) Aplicação da pena base no mínimo legal, já que as todos da Lei nº 11.343/06. Foi concedida a liberdade
circunstâncias do Art. 59 do CP são favoráveis (0,20). provisória ao denunciado, aplicando-se as medidas
9) Afastamento da agravante do Art. 61, inciso II, alínea ´f´, cautelares alternativas. Após a notificação, a apresentação
do CP (0,20), pois o crime não foi praticado em situação de de resposta prévia e o recebimento da denúncia e da
violência doméstica, familiar ou de coabitação contra citação, foi designada a audiência de instrução e
mulher (0,10). julgamento, ocasião em que foram ouvidas as testemunhas
de acusação. Estas confirmaram a apreensão de drogas em
10) Reconhecimento da atenuante da confissão espontânea poder de Marcelo e João, bem como que eles estariam
(0,30), nos termos do Art. 65, III, ´d´, CP (0,10). juntos, esclarecendo que não se conheciam anteriormente
11) Aplicação do quantum máximo de redução de pena em e nem tinham informações pretéritas sobre o adolescente e
razão da tentativa (0,15), tendo em vista que o crime ficou o denunciado. O adolescente, ouvido, disse que conhecera
longe da consumação OU tendo em vista que o critério a ser João no dia anterior ao de sua apreensão e que nunca o
observado é do iter criminis percorrido (0,10). tinha visto antes vendendo drogas. Em seguida à oitiva das
0,00/0,10/0,15/0,25 testemunhas de acusação e defesa, foi realizado o
12) Aplicação do regime aberto ou semiaberto, interrogatório do acusado, sendo que nenhuma das partes
considerando a pena mínima a ser aplicada (0,20), nos questionou o momento em que este foi realizado. Na
termos do Art. 33, §2º, alíneas b ou c, do CP (0,10) OU ocasião, João confirmou que o material que ele e Marcelo
Aplicação da suspensão condicional da pena (0,20), nos traziam seria destinado à ilícita comercialização. Ele ainda
termos do Art. 77 do CP (0,10) esclareceu que conhecera o adolescente no dia anterior,
que era a primeira vez que venderia drogas e que tinha a
Pedidos: intenção de praticar o ato junto com o adolescente
13) Nulidade dos atos da instrução (0,05). somente aquela vez, com o objetivo de conseguir dinheiro
14) Absolvição de Lauro (0,20), nos termos do Art. 386, para comprar uma moto. Foi acostado o laudo de exame
inciso III, do CPP (0,10). 14.1) Afastamento da qualificadora definitivo de material entorpecente confirmando o laudo
do Art. 213, § 1º, do CP (0,05). 0,00/0,05 14.2) Aplicação da preliminar e a Folha de Antecedentes Criminais de João,
pena base no mínimo legal ou reconhecimento da onde constava uma anotação referente a crime de furto,
atenuante da confissão (0,05). 14.3) Afastamento da ainda pendente de julgamento. O juiz, após a devida
agravante do Art. 61, II, ´f´, do CP (0,05). 0,00/0,05 14.4) manifestação das partes, proferiu sentença julgando
Redução do máximo em razão da tentativa (0,05). 14.5) parcialmente procedente a pretensão punitiva estatal. Em
Aplicação de regime inicial aberto ou semiaberto (0,05). um primeiro momento, absolveu o acusado do crime de
associação para o tráfico por insuficiência probatória. Em
Tempestividade: 15) Prazo: 10 de setembro de 2018 (0,10) seguida, condenou o réu pela prática do crime de tráfico de
Fechamento: Data, local, assinatura, OAB (0,10). drogas, ressaltando que o réu confirmou a destinação das
drogas à ilícita comercialização. No momento de aplicar a
21. CONTRARRAZÕES pena, fixou a pena-base no mínimo legal, reconhecendo a
existência da atenuante da confissão espontânea;
(XXVII EXAME DA ORDEM) João, 22 anos, no dia 04 de maio
aumentou a pena em razão da causa de aumento do Art.
de 2018, caminhava com o adolescente Marcelo, cada um
40, inciso VI, da Lei nº 11.343/06 e aplicou a causa de
deles trazendo consigo uma mochila nas costas. Realizada
diminuição de pena do Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06,
uma abordagem por policiais, foi constatado que, no
restando a pena final em 1 ano, 11 meses e 10 dias de
interior da mochila de cada um, havia uma certa quantidade
reclusão e 195 dias multa, a ser cumprida em regime inicial
de drogas, razão pela qual elas foram, de imediato,
aberto. Entendeu o magistrado pela substituição da pena
encaminhadas para a Delegacia. Realizado laudo de exame
privativa de liberdade por duas restritivas de direitos. O
de material entorpecente, constatou-se que João trazia 25 g
Ministério Público, ao ser intimado pessoalmente em 22 de
de cocaína, acondicionados em 35 pinos plásticos,
outubro de 2018, apresentou o recurso cabível, em 25 de
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outubro de 2018, acompanhado das respectivas razões restou provada situação de permanência/estabilidade entre
recursais, requerendo: a) nulidade da instrução, porque o o adolescente e o acusado (0,40). 0,00/0,20/0,40/0,60
interrogatório não foi o primeiro ato, como prevê a Lei nº 7) Manutenção da pena base no mínimo legal (0,20), uma
11.343/06; b) condenação do réu pelo crime de associação vez que o argumento utilizado pelo Ministério Público
para o tráfico, já que ele estaria agindo em comunhão de considera a gravidade em abstrato do delito OU tendo em
ações e desígnios com o adolescente no momento da vista que haveria bis in idem no aumento da pena em razão
prisão, e o Art. 35 da Lei nº 11.343/06 fala em de violação ao bem jurídico protegido pela norma (0,40).
“reiteradamente ou não”; c) aumento da pena-base em 0,00/0,20/0,40/0,60
relação ao crime de tráfico diante das consequências graves
que vem causando para a saúde pública e a sociedade 8) Manutenção do reconhecimento da atenuante da
brasileira; d) afastamento da atenuante da confissão, já que confissão espontânea (0,20), considerando que foi a
ela teria sido parcial; e) afastamento da causa de confissão utilizada como argumento/para formação da
diminuição do Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06, convicção do juiz (0,35), nos termos da Súmula 545 do STJ
independentemente da condenação pelo crime do Art. 35 (0,10). 0,00/0,20/0,30/0,35/ 0,45/0,55/0,65
da Lei nº 11.343/06, considerando que o réu seria portador 9) Manutenção do reconhecimento da causa de diminuição
de maus antecedentes, já que responde a ação penal em do Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343 (0,15), eis que o fato de o
que se imputa a prática do crime de furto; f) aplicação do réu responder à ação penal por crime de furto não justifica
regime inicial fechado, diante da natureza hedionda do o reconhecimento de maus antecedentes (0,35), nos termos
delito de tráfico; g) afastamento da substituição da pena da Súmula 444 do STJ, por analogia OU conforme o Art. 5º,
privativa de liberdade por restritiva de direitos, diante da LVII, da CRFB/88 (princípio da não culpabilidade ou da
vedação legal do Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06. Já o presunção de inocência) (0,10). 0,00/0,15/0,25/
acusado e a defesa técnica, intimados do teor da sentença, 0,35/0,45/0,50/0,60
mantiveram-se inertes, não demonstrando interesse em 10) Afastamento do pedido de aplicação do regime inicial
questioná-la. O magistrado, então, recebeu o recurso do fechado (0,20), pois o crime de tráfico privilegiado não é
Ministério Público e intimou, no dia 05 de novembro de considerando hediondo pelo STF OU porque é
2018 (segunda feira), sendo terça-feira dia útil em todo o inconstitucional a previsão do Art. 2º, § 1º, da Lei nº
país, você, advogado(a) de João, a apresentar a medida 8.072/90 de aplicação obrigatória do regime inicial fechado
cabível. Com base nas informações expostas na situação aos crimes hediondos (0,40). 0,00/0,20/0,40/0,60
hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluídas as possibilidades 11) Manutenção da substituição da pena privativa de
de habeas corpus e embargos de declaração, no último dia liberdade por restritiva de direitos (0,20), já que a vedação
do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. em abstrato viola o princípio da individualização da pena
(Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abranger todos os OU porque o STF declarou a inconstitucionalidade da
fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar vedação trazida pelo Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06 OU
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do porque a Resolução 05 do Senado suspendeu a eficácia da
dispositivo legal não confere pontuação. expressão que vedava a substituição (0,40).
0,00/0,20/0,40/0,60
Pedido
PADRÃO DE RESPOSTA
12) Não provimento do recurso OU manutenção da
Petição de Juntada sentença (0,25). 0,00/0,25
1) Endereçamento: 1ª Vara Criminal da Comarca de 13) Prazo: 13 de novembro de 2018 (0,10). 0,00/0,10
Maceió/AL (0,10). 0,00/0,10
Fechamento
2) Fundamento legal: Art. 600 do CPP (0,10). 0,00/0,10
14) Local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10
Razões do Apelado ou Contrarrazões de Apelação
Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas
(0,10). 0,00/0,10 22. APELAÇÃO
4) Afastamento da nulidade requerida (0,20), considerando (XXXIII) Breno, 19 anos, no dia 03 de novembro de 2017,
que não foi arguida em momento adequado (0,15). quando estava em uma festa em que era proibida a entrada
0,00/0,15/0,20/0,35 de menores de 18 anos, conheceu Carlos. Após ingerirem
grande quantidade de bebida alcoólica, Breno conta para
5) O interrogatório, como instrumento de defesa, poderá Carlos que estava portando uma arma de fogo e que tinha a
ser realizado como último ato da instrução OU o intenção de subtrair o dinheiro da loja de conveniência de
procedimento da Lei nº 11.343/06 deve se adequar àquele um posto de gasolina. Carlos concorda, de imediato, com o
previsto no CPP (0,25). 0,00/0,25 plano delitivo, desde que ficasse com metade dos bens
6) Manutenção da absolvição em relação crime de subtraídos. A dupla, então, comparece ao local, anuncia o
associação para o tráfico (0,20), tendo em vista que não assalto para o único funcionário presente e, no exato
momento em que abriram o caixa onde era guardado o
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dinheiro, são abordados por policiais militares, que Público, intimado da sentença, manteve-se inerte. Você,
encaminham a dupla para a Delegacia. Em sede policial, foi como advogado(a) de Breno, é intimado(a) no dia 03 de
constatado que Carlos era adolescente de 16 anos e que dezembro de 2019, terça-feira, sendo o dia seguinte útil em
tinha se valido de documento falso para ingressar na festa todo o país, bem como todos os dias da semana seguinte,
em que conheceu Breno. A arma de fogo foi apreendida e exceto sábado e domingo. Considerando apenas as
devidamente periciada, sendo identificado que estava informações narradas, na condição de advogado de Breno,
municiada e que era capaz de efetuar disparos. Houve, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e
ainda, a juntada da Folha de Antecedentes Criminais de embargos de declaração, apresentando todas as teses
Breno, onde constava a existência de 03 inquéritos policiais jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último
em que figurava como indiciado em investigações dia do prazo para interposição. (Valor: 5,00) Obs.: o(a)
relacionadas a crimes patrimoniais, além de 05 ações penais examinando(a) deve abordar todas os fundamentos de
em curso, duas delas com condenações de primeira Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à
instância, pela suposta prática de crimes de roubo pretensão. A mera citação do dispositivo legal não confere
majorado, em nenhuma havendo trânsito em julgado. Antes pontuação.
do oferecimento da denúncia, o Ministério Público solicitou
que fossem realizadas diligências destinadas à obtenção da
filmagem do estabelecimento onde os fatos teriam PADRÃO DE RESPOSTA
ocorrido, razão pela qual houve relaxamento da prisão de ITEM PONTUAÇÃO Petição de interposição 1.
Breno. Após conclusão das diligências, sendo acostado ao Endereçamento: 1ª Vara Criminal da Comarca de
procedimento a filmagem que confirmava a autoria delitiva Florianópolis/SC (0,10). 0,00/0,10 2. Fundamento legal: Art.
de Breno, em 05 de junho de 2019, Breno foi denunciado 593, inciso I, do CPP (0,10). 0,00/0,10 Razões de apelação 3.
pelo Ministério Público, perante a 1ª Vara Criminal da Endereçamento: Tribunal de Justiça de Santa Catarina
Comarca de Florianópolis/SC, órgão competente, como (0,10). 0,00/0,10 4. Preliminar: Nulidade da instrução (0,20),
incurso nas sanções penais do Artigo 157, § 2º, inciso II e § tendo em vista que houve inversão na ordem da realização
2º-A, inciso I, do Código Penal e do Art. 244-B da Lei no das perguntas para as testemunhas OU tendo em vista que
8.069/90, na forma do Art. 70 do Código Penal. Após o juiz iniciou as perguntas para as partes, não permitindo
regular processamento, durante audiência de instrução e complementação (0,25), o que viola 0,00/0,20/0,25/0,30/
julgamento, o magistrado optou por perguntar diretamente 0,35/0,45/0,55. o Art. 212 OU o Art. 564, inciso IV, ambos
para as testemunhas de acusação e defesa, não do CPP (0,10). 4.1. A conduta do magistrado de não permitir
oportunizando manifestação das partes, tendo a defesa complementação viola o princípio da ampla defesa OU do
demonstrado seu inconformismo com a conduta. A vítima devido processo legal OU gera cerceamento de defesa
confirmou os fatos narrados na denúncia, destacando que (0,20), em desconformidade com Art. 5º, inciso LIV OU LV,
ficou muito assustada porque Breno e Carlos eram muito da CRFB (0,10). 0,00/0,20/0,30 5. No mérito, deveria ser
altos e fortes, parecendo jovens de aproximadamente 25 buscada a absolvição do réu em relação ao crime de
anos de idade, além de destacar que havia cerca de R$ corrupção de menores (0,20), tendo em vista que ocorreu
5.000,00 no caixa do estabelecimento que seriam erro de tipo (0,40), nos termos do Art. 20, caput, do CP
subtraídos se não houvesse a intervenção policial. O réu, (0,10). 0,00/0,20/0,30/0,40/ 0,50/0,60/0,70 6. Breno não
em seu interrogatório, permaneceu em silêncio. Após agiu com dolo nem culpa OU sua conduta foi atípica em
apresentação de manifestação derradeira pelas partes, foi relação ao crime de corrupção de menores (0,15). 0,00/0,15
proferida sentença condenatória nos termos da denúncia, 7. No que tange à aplicação da pena, deveria ser reduzida a
conforme requerido pelo Ministério Público. Na primeira pena base (0,20), considerando que inquéritos policiais e
fase, fixou o magistrado a pena base dos crimes de roubo e ações em curso não podem ser valoradas negativamente na
corrupção de menores acima do mínimo legal, em razão da pena base, nem mesmo para avaliar personalidade (0,15),
personalidade do réu, que seria voltada para prática de nos termos do Art. 5º, inciso LVII, da CRFB, OU da Súmula
crimes, conforme indicaria sua folha de antecedentes 444 do STJ (0,10). 0,00/0,15/0,20/0,25/ 0,30/0,35/0,45 8.
criminais, restando a pena do roubo em 4 anos e 06 meses Reconhecimento da atenuante da menoridade relativa, já
de reclusão e 12 dias multa e da corrupção em 01 ano e 02 que o réu era menor de 21 anos na data dos fatos (0,30),
meses de reclusão. Na segunda fase, não foram nos termos do Art. 65, inciso I, do CP (0,10). 0,00/0,30/0,40
reconhecidas agravantes e nem atenuantes. Na terceira 9. Redução do quantum de aumento realizado na terceira
fase, a pena base do crime de corrupção de menores foi fase da dosimetria do crime de roubo (0,20), já que os fatos
confirmada como definitiva, enquanto a pena de roubo foi foram praticados antes da entrada em vigor da lei que
aumentada em 2/3, em razão do emprego de arma de fogo, aumentou o percentual de aumento em razão do emprego
diante das previsões da Lei nº 13.654/18, restando a pena de arma de fogo OU em razão do princípio da
definitiva do roubo em 07 anos e 06 meses de reclusão e 20 irretroatividade da lei penal prejudicial ao réu (0,35),
dias multa, já que não foram reconhecidas causas de conforme Art. 5º, inciso XL, da CRFB (0,10).
diminuição de pena. O regime inicial fixado foi o fechado, 0,00/0,20/0,30/0,35/ 0,45/0,55/0,65 10. Reconhecimento
em razão da pena final de 8 anos e 8 meses de reclusão e 20 da causa de diminuição de pena da tentativa (0,35), já que o
dias multa (Art. 70, parágrafo único, CP). O Ministério crime não se consumou por circunstâncias alheias à
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vontade dos agentes OU porque não houve subtração do responsabilizá-lo. O réu permaneceu em silêncio durante
dinheiro que estava no caixa do estabelecimento OU seu interrogatório. Em seguida, foi acostado ao
porque não houve inversão da posse como exige a Súmula procedimento o laudo definitivo de lesão corporal da vítima
582 do STJ (0,15). 0,00/0,15/0,35/0,50 11. Aplicação do atestando a existência de lesões de natureza leve, assim
regime inicial semiaberto ou aberto com base na pena a ser como a Folha de Antecedentes Criminais de Luiz, que
aplicada e primariedade do réu (0,30), nos termos do Art. registrava uma única condenação, com trânsito em julgado
33, § 2º, alíneas b ou c, do CP (0,10). 0,00/0,30/0,40 em 10 de dezembro de 2019, pela prática de contravenção
Pedidos 12. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso penal. O Ministério Público apresentou a manifestação
(0,30). 0,00/0,10/0,30/0,40 Prazo e Fechamento 13. Prazo: cabível requerendo a condenação do réu nos termos da
09 de dezembro de 2019 (0,10). 0,00/0,10 14. Local, data, denúncia, destacando, ainda, a incidência do Art. 61, inciso
advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10 I, do CP. Em seguida, a defesa técnica de Luiz foi intimada,
em 19 de janeiro de 2021, terça-feira, para apresentação da
medida cabível. Considerando apenas as informações
23. MEMORIAIS expostas, apresente, na condição de advogado(a) de Luiz, a
(XXXII) Na madrugada do dia 1º de janeiro de 2020, Luiz, peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus e
nascido em 24 de abril de 1948, estava em sua residência, embargos de declaração, expondo todas as teses cabíveis
em Porto Alegre, na companhia de seus três filhos e do de direito material e processual. A peça deverá ser datada
irmão Igor, nascido em 29 de novembro de 1965, que no último dia do prazo para apresentação, devendo
também morava há dois anos no mesmo imóvel. Em segunda a sexta-feira serem considerados dias úteis em
determinado momento, um dos filhos de Luiz acionou fogos todo o país. (Valor: 5,00) Obs.: o examinando deve abordar
de artifício, no quintal do imóvel, para comemorar a todas os fundamentos de Direito que possam ser utilizados
chegada do novo ano. Ocorre que as faíscas atingiram o para dar respaldo à pretensão. A mera citação do
telhado da casa, que começou a pegar fogo. Todos dispositivo legal não confere pontuação.
correram para sair pela única e pequena porta da casa, mas
Luiz, em razão de sua idade e pela dificuldade de
locomoção, acabou ficando por último na fila para saída da PADRÃO DE RESPOSTA
residência. Percebendo que o fogo estava dele se ITEM PONTUAÇÃO 1. Endereçamento: 5ª Vara Criminal da
aproximando e que iria atingi-lo em segundos, Luiz desferiu Comarca de Porto Alegre/RS (0,10) 0,00/0,10 2.
um forte soco na cabeça do irmão, que estava em sua Fundamento legal: Art. 403, § 3º, do CPP ou Art. 404,
frente, conseguindo deixar o imóvel. Igor ficou caído por parágrafo único do CPP(0,10) 0,00/0,10 Preliminares 3.
alguns momentos, mas conseguiu sair da casa da família, Preliminarmente, extinção da punibilidade do agente OU
sangrando em razão do golpe recebido. Policiais chegaram nulidade em razão da ausência de representação (0,20),
ao local do ocorrido, sendo instaurado procedimento para com reconhecimento da decadência (0,15), conforme o Art.
investigar a autoria do crime de incêndio e outro 107, inciso IV, do CP OU 564, inciso III, alínea a, ou inciso IV,
procedimento para apurar o crime de lesão corporal. Luiz, CPP (0,10) 0,00/0,15/0,20/ 0,25/0,30/0,35/0,45 3.1. O crime
verificando as consequências de seus atos, imediatamente de lesão corporal leve do Art. 129, § 9º, do CP é de ação
levou o irmão para unidade de saúde e pagou pelo penal pública condicionada à representação (0,20), nos
tratamento médico necessário. Igor compareceu em sede termos do Art. 88 da Lei nº 9.099/95 (0,10), e a vítima
policial após ser intimado, narrando o ocorrido, apesar de demonstrou não ter interesse em ver o autor do fato
destacar não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado criminalmente (0,15) 0,00/0,15/0,20/
responsabilizado criminalmente. Concluídas as 0,25/0,30/0,35/0,45 4. Nulidade decorrente do não
investigações em relação ao crime de lesão, os autos foram oferecimento de proposta de suspensão condicional do
encaminhados ao Ministério Público, que, com base no processo (0,30), tendo em vista que o crime não foi
laudo prévio de lesão corporal de Igor atestando a praticado no contexto da violência doméstica e familiar
existência de lesão de natureza leve na cabeça, ofereceu contra mulher ou tendo em vista não ser aplicável a
denúncia, perante a 5ª Vara Criminal de Porto Alegre/RS, previsão do Art. 41 da Lei nº 11.340 pelo fato de a vítima
órgão competente, em face de Luiz como incurso nas ser homem (0,20). 0,00/0,20/0,30/0,50 MÉRITO 5. No
sanções penais do Art. 129, § 9º, do Código Penal. Deixou o mérito, reconhecimento do estado de necessidade (0,40),
órgão acusador de oferecer proposta de suspensão que é causa excludente da ilicitude (0,20), na forma do Art.
condicional do processo com fundamento no Art. 41 da Lei 24 ou do Art. 23, inciso I, ambos do CP (0,10)
nº 11.340/06, que veda a aplicação dos institutos da Lei nº 0,00/0,20/0,30/0,40/ 0,50/0,60/0,70 5.1. Luiz agiu diante de
9.099/95, tendo em vista que aquela lei (Lei nº 11.340/06) perigo atual para sua integridade física (0,20), utilizando
estabeleceu nova pena para o delito imputado. Após meios disponíveis, não sendo razoável a exigência do
citação e apresentação de resposta à acusação, na qual Luiz sacrifício (0,10) 0,00/0,10/0,20/0,30 6. Aplicação da pena
demonstrou interesse na aplicação do Art. 89 da Lei nº base no mínimo legal, já que circunstâncias do art. 59 do CP
9.099/95, os fatos foram integralmente confirmados são favoráveis (0,10) 0,00/0,10 7. Afastamento da
durante a instrução probatória. Igor confirmou a agressão, a agravante da reincidência OU afastamento da agravante do
ajuda posterior do irmão e o desinteresse em art. 61, I, do CP (0,20), tendo em vista que a condenação
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anterior se refere à contravenção ou tendo em vista que o juiz determinou a conclusão do feito para decisão. Antes
não ostenta condenação anterior definitiva pela prática de de ser proferida decisão, mas após manifestação das partes
crime (0,10) 0,00/0,10/0,20/0,30 8. Reconhecimento da em alegações finais, foram juntados aos autos o boletim de
atenuante prevista no Art. 65, inciso I, do CP (0,20), tendo atendimento médico de Joaquina, no qual consta a
em vista que o réu era maior de 70 anos na data da informação de que ela não estivera grávida no momento
sentença (0,10) 0,00/0,10/0,20/0,30 9. Reconhecimento da dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio sem
atenuante prevista no Art. 65, inciso III, alínea b, do CP outras anotações e um exame de corpo de delito, que
(0,20), pois Luiz procurou reduzir as consequências de seus indicava que o remédio utilizado não causara lesões na
atos levando Igor para o hospital e pagando por seu adolescente. Com a juntada da documentação, de imediato,
tratamento (0,10) 0,00/0,10/0,20/0,30 10. Fixação do sem a adoção de qualquer medida, o magistrado proferiu
regime aberto para início do cumprimento da pena (0,20), decisão de pronúncia nos termos da denúncia, sendo
considerando a pena a ser aplicada ou considerando que o publicada na mesma data, qual seja, 18 de junho de 2018,
delito é punido apenas com pena de detenção (0,10) segundafeira, ocasião em que as partes foram intimadas.
0,00/0,10/0,20/0,30 11. Requerimento de suspensão Considerando apenas as informações narradas, na condição
condicional da pena (0,20), nos termos do Art. 77 do CP de advogado(a) de Túlio, redija a peça jurídica cabível,
(0,10) 0,00/0,20/0,30 Pedidos 12. Preliminar de nulidade do diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses
processo OU reconhecimento da extinção da punibilidade jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último
OU decadência OU oferecimento de proposta de suspensão dia do prazo para interposição, considerando-se que todos
condicional do processo (0,10) 0,00/0,10 13. Absolvição os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país.
(0,20), na forma do Art. 386, VI, do CPP (0,10) (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abranger todos os
0,00/0,20/0,30 14. Aplicação da pena no mínimo legal OU fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
reconhecimento das atenuantes (0,10) 0,00/0,10 15. respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do
Fixação do regime aberto OU concessão de suspensão dispositivo legal não confere pontuação.
condicional da pena (0,10) 0,00/0,10 Fechamento 16. Data:
25 de janeiro de 2021 (0,10) 0,00/0,10 17. Local, data,
advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10 PADRÃO DE RESPOSTA
Petição de interposição
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(0,30), já que o juiz proferiu decisão após juntada de todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser
documentação, sem dar vista às partes (0,15). datada no último dia do prazo para interposição,
0,00/0,15/0,30/0,45 considerando que, em todos os locais do país, de segunda a
8. No mérito, absolvição sumária (0,20) em razão de o fato sexta-feira são dias úteis. (Valor: 5,00). Obs.: a peça deve
evidentemente não constituir crime OU diante da abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser
atipicidade da conduta (0,25), nos termos do Art. 415, III, utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção
CPP (0,10) 0,00/0,20/0,25/0,30/ 0,35/0,45/0,55 9. A ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.
conduta de Túlio configura crime impossível (0,80), nos
termos do Art. 17 do CP (0,10). 0,00/0,80/0,90 10. Houve PADRÃO DE RESPOSTA
absoluta impropriedade do objeto (0,15), tendo em vista
que Joaquina não estava grávida quando da ação visando O examinando deve redigir, na condição de advogado,
causar aborto (0,10). 0,00/0,10/0,15/0,25 Pedidos recurso de Agravo em Execução, com fundamento no Art.
197 da Lei nº 7.210/84 – Lei de Execução Penal (LEP). Isso
11. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,30). porque, nos termos do dispositivo mencionado, das
0,00/0,10/0,30/0,40 decisões proferidas pelo magistrado em sede de Execução
12. Prazo: 25 de junho de 2018 (0,10). 0,00/0,10 Penal, sempre caberá recurso de agravo, sem efeito
Fechamento 13. Local, data, advogado e OAB (0,10). suspensivo. No caso, claro está que a decisão a ser
0,00/0,10. combatida foi proferida pelo juiz em atuação na Vara de
Execuções Penais de São Paulo, de fato em sede de
execução, já que o requerimento formulado pelo Ministério
25. AGRAVO EM EXECUÇÃO Pública referia-se à perda de benefícios durante execução
(XXIX EXAME DA ORDEM) Guilherme foi condenado de pena privativa de liberdade aplicada em sentença penal
definitivamente pela prática do crime de lesão corporal com trânsito em julgado. Apesar de o Art. 197 da LEP trazer
seguida de morte, sendo aplicada a pena de 06 anos de a previsão de que o recurso cabível é o de Agravo, não
reclusão, a ser cumprida em regime inicial fechado, em estabelece a Lei nº 7.210/84 qual seria o procedimento a
razão das circunstâncias do fato. Após cumprir 01 ano da ser seguido, de modo que a doutrina e a jurisprudência
pena aplicada, Guilherme foi beneficiado com progressão pacificaram o entendimento de que seria o mesmo do
para o regime semiaberto. Na unidade penitenciária, o Recurso em Sentido Estrito. Diante disso, primeiramente
apenado trabalhava internamente em busca da remição. deveria o examinando apresentar petição de interposição,
Durante o cumprimento da pena nesse regime, veio a ser direcionada ao Juízo da Vara de Execução Penal da Comarca
encontrado escondido em seu colchão um aparelho de de São Paulo/SP, com formulação de pedido de retratação
telefonia celular. O diretor do estabelecimento por parte do juízo a quo, na forma do Art. 589 do CPP, por
penitenciário, ao tomar conhecimento dos fatos por meio analogia. Em caso de não acolhimento, deveria haver
dos agentes penitenciários, de imediato reconheceu na requerimento de encaminhamento do feito para instância
ficha do preso a prática de falta grave, apenas afirmando superior, com as respectivas razões recursais. Após, o
que a conduta narrada pelos agentes, e que teria sido examinando deveria apresentar Razões do Recurso,
praticada por Guilherme, se adequava ao Art. 50, inciso VII, direcionadas ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
da Lei nº 7.210/84. O reconhecimento da falta pelo diretor com a fundamentação necessária para rebater a decisão do
foi comunicado ao Ministério Público, que apresentou magistrado de primeira instância. Inicialmente, deveria o
promoção ao juízo da Vara de Execuções Penais de São examinando destacar que o reconhecimento da falta grave
Paulo, juízo esse competente, requerendo a perda de não observou as formalidades legais. Nos termos do Art. 50
benefícios da execução por parte do apenado. O juiz da Lei 7.210/84, realmente como mencionado pelo diretor
competente, analisando o requerimento do Ministério do estabelecimento penitenciário, a conduta de esconder
Público, decidiu que, “considerando a falta grave celular configura prática de falta grave. Todavia, para
reconhecida pelo diretor da unidade, impõe-se: a) a assegurar o direito ao exercício do princípio da ampla
regressão do regime de cumprimento de pena para o defesa e do princípio do contraditório, pacificou a
fechado; b) perda da totalidade dos dias remidos; c) reinício jurisprudência o entendimento de que o reconhecimento
da contagem do prazo de livramento condicional; d) reinício de falta grave depende de regular procedimento
da contagem do prazo do indulto.” Ao ser intimado do teor administrativo disciplinar, devidamente assegurado o
da decisão, em 09 de julho de 2019, terça-feira, Guilherme acompanhamento de defesa técnica. Nesse sentido é o teor
entra em contato, de imediato, com seu advogado, da Súmula 533 do Superior Tribunal de Justiça. Na situação
esclarecendo que nunca fora ouvido sobre a aplicação da apresentada, o diretor do estabelecimento reconheceu a
falta grave, apenas tendo conhecimento que a Defensoria prática de falta grave sem observar as exigências antes
se manifestou no processo de execução após o mencionadas, ou seja, sem instaurar procedimento
requerimento do Ministério Público. Considerando apenas administrativo e sem garantir o direito de defesa. Dessa
as informações narradas, na condição de advogado(a) de forma, não pode aquele reconhecimento ser considerado
Guilherme, redija a peça jurídica cabível, diferente de pelo juízo da execução. Não sendo válido o reconhecimento
habeas corpus e embargos de declaração, apresentando da prática de falta grave, sequer seria possível a regressão
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do cumprimento da pena para o regime fechado, apesar de, com base no boletim de atendimento médico. Pedro nunca
abstratamente, essa ser uma sanção possível na hipótese de compareceu em sede policial para narrar o ocorrido e nem
reconhecimento válido de falta grave, nos termos do Art. ao Instituto Médico Legal, apesar de testemunhas
118, inciso I, da LEP e Súmula 534 do STJ. Superada a presenciais confirmarem as lesões sofridas. No curso da
invalidade no reconhecimento da falta grave, deveria o instrução, foram ouvidas testemunhas presenciais, não
examinando destacar que, ainda que o reconhecimento da sendo Pedro localizado. Em seu interrogatório, Carlos negou
falta grave fosse considerado válido, impossível seria a estar em excesso de velocidade, esclarecendo que perdeu o
sanção de perda da integralidade dos dias remidos. O Art. controle do carro em razão de um buraco existente na pista.
127 da LEP admite que a punição por falta grave gere perda Foi acostado exame pericial realizado nos automóveis e no
dos dias remidos. Todavia, o mesmo dispositivo assegura local, concluindo que, realmente, não houve excesso de
um limite de perda de até 1/3, sendo incorreta a decisão do velocidade por parte de Carlos e que havia o buraco
magistrado que determina a perda de TODOS os dias mencionado na pista. O exame pericial, todavia, apontou
remidos. Da mesma forma, incorreta a decisão que que possivelmente haveria imperícia de Carlos na condução
determinou o reinício da contagem do prazo para fins de do automóvel, o que poderia ter contribuído para o
obtenção de livramento condicional e indulto. A explicação resultado. Após manifestação das partes, o juiz em atuação
é simples: em que pese muitos defendam que o ideal seria perante a 3ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo/RJ,
o reinício da contagem desses prazos, fato é que a execução em 10 de julho de 2019, julgou totalmente procedente a
penal está sujeita ao princípio da legalidade, sendo certo pretensão punitiva do Estado e, apesar de afastar o excesso
que tais sanções não estão previstas na lei. Diante da de velocidade, afirmou ser necessária a condenação de
ausência de previsão legal, não pode o magistrado impor o Carlos em razão da imperícia do réu, conforme mencionado
reinício da contagem do prazo do livramento condicional, no exame pericial. No momento da dosimetria, fixou a pena
nos termos da Súmula 441 do STJ. Pelas mesmas razões, foi base de cada um dos crimes no mínimo legal e, com relação
editada a Súmula 535 do STJ, prevendo que a prática de à vítima Mário, na segunda fase, reconheceu a agravante
falta grave não interrompe o prazo para fins de comutação prevista no Art. 61, inciso II, alínea h, do CP, pelo fato de ser
de pena ou indulto, sem prejuízo de esta ser considerada no criança, aumentando a pena base em 3 meses. Não
momento de analisar o preenchimento dos requisitos havendo causas de aumento ou diminuição, reconhecido o
subjetivos deste benefício. Na conclusão, após o mérito, concurso material, a pena final ficou acomodada em 04
deveria o examinando apresentar pedido de conhecimento anos e 09 meses de detenção. Não houve substituição da
e provimento do recurso, afastando-se o reconhecimento pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em
da falta grave e suas consequências. Em relação ao prazo, razão do quantum final, nos termos do Art. 44, inciso I, do
absolutamente pacificado o entendimento de que seria de CP, sendo fixado regime inicial fechado de cumprimento da
05 dias, na forma do Enunciado 700 da Súmula de pena, com fundamento na gravidade em concreto da
Jurisprudência do STF. Considerando que a intimação conduta. O Ministério Público foi intimado e manteve-se
ocorreu em 09 de julho de 2019, terçafeira, o prazo se inerte. A defesa técnica de Carlos foi intimada em 18 de
iniciou em 10 de julho de 2019, quarta-feira, encerrando-se setembro de 2019, quarta-feira, para adoção das medidas
em 15 de julho de 2019, porque 14 de julho de 2019 seria cabíveis. Considerando apenas as informações narradas, na
domingo. O examinando deve, ainda, concluir sua peça, condição de advogado(a) de Carlos, redija a peça jurídica
indicando local, data, advogado e número de OAB. cabível, diferente de habeas corpus e embargos de
declaração, apresentando todas as teses jurídicas
pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do
26. APELAÇÃO prazo para interposição, considerando que de segunda a
(XXX EXAME DA ORDEM) Carlos, primário e de bons sexta-feira são dias úteis em todos os locais do país. (Valor:
antecedentes, 45 anos, foi denunciado como incurso nas 5,00). Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de
sanções penais dos artigos 302 da Lei nº 9.503/97, por duas Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à
vezes, e 303, do mesmo diploma legal, todos eles em pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo
concurso material, porque, de acordo com a denúncia, “no legal não confere pontuação.
dia 08 de julho de 2017, em São Gonçalo, Rio de Janeiro, na
direção de veículo automotor, com imprudência em razão
do excesso de velocidade, colidiu com o veículo em que PADRÃO DE RESPOSTA
estavam Júlio e Mário, este com 9 anos, causando lesões ITEM PONTUAÇÃO Petição de interposição 1.
que foram a causa eficiente da morte de ambos”. Consta, Endereçamento: 3ª Vara Criminal da Comarca de São
ainda, da inicial acusatória que, “em decorrência da mesma Gonçalo/RJ (0,10). 0,00/0,10 2. Fundamento legal: Art. 593,
colisão, ficou lesionado Pedro, que passava pelo local com inciso I, do CPP (0,10). 0,00/0,10 Razões de recurso de
sua bicicleta e foi atingido pelo veículo em alta velocidade apelação 3. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado
de Carlos”. As mortes de Júlio e Mário foram atestadas por do Rio de Janeiro (0,10). 0,00/0,10 4. Extinção da
auto de exame cadavérico, enquanto Pedro foi atendido em punibilidade em relação ao crime de lesão corporal (0,15),
hospital público, de onde se retirou, sem ser notado, razão em razão da decadência (0,20), nos termos do Art. 107, IV,
pela qual foi elaborado laudo indireto de corpo de delito do CP OU 38 do CPP (0,10). 0,00/0,15/0,20/0,25/0,30/
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0,35/0,45 4.1. Não houve representação do ofendido (0,20), pretensão inicial e todos os fatos descritos pela vítima.
sendo que essa seria indispensável OU e o crime era de Concluído o procedimento, após relatório final, os autos
ação penal pública condicionada à representação (0,15), foram encaminhados ao Ministério Público, que ofereceu
nos termos do Art. 291, §1º, do CTB OU do Art. 88 da Lei denúncia em face de Rômulo, no dia 22 de janeiro de 2020,
9.099/95 (0,10). 0,00/0,15/0,20/0,25/0,30/ 0,35/0,45 5. perante o Tribunal do Júri da comarca de Maricá/Rio de
Absolvição de Carlos em relação aos crimes de homicídio Janeiro, imputando-lhe a prática do crime previsto no Art.
culposo (0,30), já que comprovado que não houve 121, § 2º, inciso VI (feminicídio), com redação dada pela Lei
imprudência e nem excesso de velocidade (0,20). 13.104/15, c/c. Art. 14, inciso II, todos do Código Penal. A
0,00/0,20/0,30/0,50 5.1. Não poderia o magistrado ter inicial acusatória foi recebida em 24 de janeiro de 2020,
condenado em razão de imperícia (0,15), já que esta não foi sendo o denunciado citado pessoalmente, e juntada Folha
narrada na denúncia OU em razão da violação ao princípio de Antecedentes Criminais, em que constava apenas uma
da correlação (0,30). 0,00/0,15/0,30/0,45 6. Afastamento outra anotação por ação penal em curso pela suposta
da agravante em razão da idade da vítima (0,30), já que tal prática de crime de furto qualificado. Após regular
agravante somente pode ser aplicada aos crimes dolosos prosseguimento do feito até aquele momento, foi
OU não pode ser aplicada aos crimes culposos OU sob pena designada audiência na primeira fase do procedimento do
de configuração de responsabilidade penal objetiva (0,15). Tribunal do Júri, ocasião em que foram ouvidas a vítima e as
0,00/0,15/0,30/0,45 7. Afastamento do concurso material testemunhas de acusação e defesa. Todos prestaram
de crimes (0,25), devendo ser reconhecido o concurso declarações que confirmaram efetivamente o ocorrido.
formal de delitos (0,20), nos termos do Art. 70 do CP (0,10). Rômulo não compareceu porque não foi intimado, mas seu
0,00/0,20/0,25/0,30/ 0,35/0,45/0,55 7.1. Com uma única advogado estava presente e consignou inconformismo com
ação o réu causou mais de um resultado (0,15). 0,00/0,15 8. a realização do ato sem a presença do réu. O magistrado,
Afastamento do regime inicial fechado (0,30), tendo em contudo, destacou que designaria nova data para
vista que tal regime inicial não pode ser fixado aos crimes interrogatório e que a defesa técnica estaria presente, não
punidos exclusivamente com pena de detenção OU havendo, então, prejuízo. De fato, foi marcada nova data
considerando a pena aplicada (0,15), nos termos do Art. 33 para a realização do interrogatório, ocasião em que Rômulo
do CP (0,10). 0,00/0,15/0,25/0,30/ 0,40/0,45/0,55 9. compareceu e permaneceu em silêncio. Após, as partes
Possível a substituição da pena privativa de liberdade por apresentaram manifestação, reiterando, a defesa, o
restritiva de direitos (0,30), pois o limite do quantum de inconformismo com a realização da primeira audiência. Os
pena do Art. 44, I, do CP é aplicável exclusivamente aos autos foram para conclusão, e foi proferida decisão
crimes dolosos OU porque não existe limite de pena quando pronunciando o réu nos termos da denúncia. Pessoalmente
o crime for de natureza culposa (0,25). 0,00/0,25/0,30/0,55 intimado, o Ministério Público se manteve inerte. A defesa
Pedidos 10. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso técnica e Rômulo foram intimados em 10 de março de
(0,30). 0,00/0,10/0,30/0,40 11. Prazo: 23 de setembro de 2020, uma terça-feira. Considerando apenas as informações
2019 (0,10). 0,00/0,10 Fechamento 12. Local, data, expostas, na condição de advogado(a) de Rômulo,
advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10 apresente a peça jurídica cabível, diferente de habeas
corpus e embargos de declaração, apresentando todas as
teses jurídicas de direito material e direito processual
27. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO cabíveis. A peça deverá ser datada no último dia do prazo
(XXXI EXAME DA ORDEM) Rômulo, nascido em 04 de abril para interposição, considerando que de segunda a sexta-
de 1991, em Maricá, ficou inconformado por encontrar, em feira são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00). Obs.: a
02 de janeiro de 2010, mensagens de sua esposa Paola, peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que
nascida em 06 de junho de 1992, para Bruno, desejando a possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A
este, um próspero ano. Em razão disso, desferiu golpes de simples menção ou transcrição do dispositivo legal não
faca nas mãos de Paola, pretendendo, em seguida, utilizar a confere pontuação.
arma branca para golpear a vítima e causar sua morte. 1. Endereçamento: Juízo do Tribunal do Júri da Comarca de
Ocorre que Rômulo ficou sensível ao sofrimento de sua Maricá/RJ (0,10) 0,00/0,10
esposa após as facadas na mão, decidindo deixar o local dos
fatos para se acalmar, apesar de ter consciência de que os 2. Fundamento legal: Art. 581, inciso IV, do CPP (0,10)
atos praticados seriam insuficientes para causar a 0,00/0,10
inicialmente pretendida morte de Paola. Paola informou os 3. Pedido de exercício do juízo de retratação (0,30), nos
fatos à sua mãe, que a levou ao hospital e, em seguida à termos do Art. 589 do CPP (0,10) 0,00/0,30/0,40 Razões de
Delegacia, onde ela narrou o ocorrido à autoridade policial. recurso em sentido estrito
O Delegado instaurou inquérito policial, realizando, por 4. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
vários anos, diligências para a confirmação da versão da Janeiro (0,10) 0,00/0,10
vítima, ouvindo testemunhas, realizando laudo de exame de
local, acostando o exame de corpo de delito de Paola, que 5. Pedido de extinção da punibilidade do agente em relação
constatou a existência de lesão corporal de natureza grave, ao delito imputado na denúncia (0,30), em razão da
dentre outras. Por fim, ouviu o indiciado, que confirmou sua prescrição da pretensão punitiva estatal pela pena em
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abstrato do crime de homicídio (0,25), nos termos do Art. em que conheceu Breno. A arma de fogo foi apreendida e
107, inciso IV, do CP OU 109, inciso I, c/c Art. 115, ambos do devidamente periciada, sendo identificado que estava
CP (0,10) 0,00/0,25/0,30/0,35/ 0,40/0,55/0,65 municiada e que era capaz de efetuar disparos. Houve,
6. Entre a data do fato e do recebimento da denúncia foi ainda, a juntada da Folha de Antecedentes Criminais de
ultrapassado o prazo prescricional aplicável de 10 anos OU Breno, onde constava a existência de 03 inquéritos policiais
entre a data do fato e do recebimento da denúncia foi em que figurava como indiciado em investigações
ultrapassado o prazo prescricional do crime de homicídio, relacionadas a crimes patrimoniais, além de 05 ações penais
que deverá ser computado pela metade considerando a em curso, duas delas com condenações de primeira
idade do réu na data do fato (0,20) 0,00/0,20 instância, pela suposta prática de crimes de roubo
majorado, em nenhuma havendo trânsito em julgado. Antes
7. Nulidade da pronúncia OU nulidade da instrução (0,30), do oferecimento da denúncia, o Ministério Público solicitou
tendo em vista que o réu não foi intimado para audiência que fossem realizadas diligências destinadas à obtenção da
em que foram ouvidas as testemunhas (0,25) filmagem do estabelecimento onde os fatos teriam
0,00/0,25/0,30/0,55 ocorrido, razão pela qual houve relaxamento da prisão de
8. O não comparecimento do réu configura violação ao Breno. Após conclusão das diligências, sendo acostado ao
princípio da ampla defesa (0,15), nos termos do Art. 5º, procedimento a filmagem que confirmava a autoria delitiva
inciso LV, da CRFB (0,10) 0,00/0,15/0,25 de Breno, em 05 de junho de 2019, Breno foi denunciado
9. Pedido de desclassificação para afastar o reconhecimento pelo Ministério Público, perante a 1ª Vara Criminal da
de crime doloso contra a vida (0,40), nos termos do Art. 419 Comarca de Florianópolis/SC, órgão competente, como
do CPP (0,10) 0,00/0,40/0,50 incurso nas sanções penais do Artigo 157, § 2º, inciso II e §
2º-A, inciso I, do Código Penal e do Art. 244-B da Lei no
10. Houve desistência voluntária (0,40), já que Rômulo 8.069/90, na forma do Art. 70 do Código Penal. Após
optou por não prosseguir na empreitada criminosa OU já regular processamento, durante audiência de instrução e
que não ocorreram circunstâncias alheias à vontade do julgamento, o magistrado optou por perguntar diretamente
agente (0,15), nos termos do Art. 15 do CP (0,10) para as testemunhas de acusação e defesa, não
0,00/0,15/0,25/0,40/ 0,50/0,55/0,65 oportunizando manifestação das partes, tendo a defesa
11. Rômulo deverá responder apenas pelos atos já demonstrado seu inconformismo com a conduta. A vítima
praticados (0,15), qual seja de lesão corporal grave (0,20) confirmou os fatos narrados na denúncia, destacando que
0,00/0,15/0,20/0,35 ficou muito assustada porque Breno e Carlos eram muito
12. Afastamento da qualificadora do feminicídio (OU do Art. altos e fortes, parecendo jovens de aproximadamente 25
121, § 2º, inciso VI, do CP) (0,30), em razão do princípio da anos de idade, além de destacar que havia cerca de R$
irretroatividade da lei penal desfavorável (0,25), nos termos 5.000,00 no caixa do estabelecimento que seriam
do Art. 5º, inciso XL, da CRFB (0,10) 0,00/0,25/0,30/0,35/ subtraídos se não houvesse a intervenção policial. O réu,
0,40/0,55/0,65 Pedidos em seu interrogatório, permaneceu em silêncio. Após
apresentação de manifestação derradeira pelas partes, foi
13. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,20) proferida sentença condenatória nos termos da denúncia,
0,00/0,10/0,20/0,30 conforme requerido pelo Ministério Público. Na primeira
14. Prazo: 16 de março de 2020 (0,10) 0,00/0,10 fase, fixou o magistrado a pena base dos crimes de roubo e
Fechamento corrupção de menores acima do mínimo legal, em razão da
15. Local, data, advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10 personalidade do réu, que seria voltada para prática de
crimes, conforme indicaria sua folha de antecedentes
criminais, restando a pena do roubo em 4 anos e 06 meses
28. APELAÇÃO de reclusão e 12 dias multa e da corrupção em 01 ano e 02
(XXXIII) Breno, 19 anos, no dia 03 de novembro de 2017, meses de reclusão. Na segunda fase, não foram
quando estava em uma festa em que era proibida a entrada reconhecidas agravantes e nem atenuantes. Na terceira
de menores de 18 anos, conheceu Carlos. Após ingerirem fase, a pena base do crime de corrupção de menores foi
grande quantidade de bebida alcoólica, Breno conta para confirmada como definitiva, enquanto a pena de roubo foi
Carlos que estava portando uma arma de fogo e que tinha a aumentada em 2/3, em razão do emprego de arma de fogo,
intenção de subtrair o dinheiro da loja de conveniência de diante das previsões da Lei nº 13.654/18, restando a pena
um posto de gasolina. Carlos concorda, de imediato, com o definitiva do roubo em 07 anos e 06 meses de reclusão e 20
plano delitivo, desde que ficasse com metade dos bens dias multa, já que não foram reconhecidas causas de
subtraídos. A dupla, então, comparece ao local, anuncia o diminuição de pena. O regime inicial fixado foi o fechado,
assalto para o único funcionário presente e, no exato em razão da pena final de 8 anos e 8 meses de reclusão e 20
momento em que abriram o caixa onde era guardado o dias multa (Art. 70, parágrafo único, CP). O Ministério
dinheiro, são abordados por policiais militares, que Público, intimado da sentença, manteve-se inerte. Você,
encaminham a dupla para a Delegacia. Em sede policial, foi como advogado(a) de Breno, é intimado(a) no dia 03 de
constatado que Carlos era adolescente de 16 anos e que dezembro de 2019, terça-feira, sendo o dia seguinte útil em
tinha se valido de documento falso para ingressar na festa todo o país, bem como todos os dias da semana seguinte,
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de habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas da família em fazenda localizada longe do centro da cidade.
as teses jurídicas de direito material e processual aplicáveis. Para tanto, coloca gasolina na casa, que estava desabitada,
A peça deverá ser datada do último dia do prazo para e acende um fósforo, sendo certo que o fogo gerado
interposição, devendo ser considerado que segunda a destruiu de maneira significativa o imóvel, que era
sexta-feira são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00) completamente afastado de outros imóveis, e, como
ninguém costumava passar pelo local, o crime demorou
algumas horas para ser identificado. Júlio foi localizado,
PADRÃO DE RESPOSTA confessou a prática delitiva e, realizado exame de
Petição de interposição 1. Endereçamento: Juízo do alcoolemia, foi constatado que se encontrava
Tribunal do Júri da Comarca de São Paulo/SP (0,10) completamente embriagado, sem capacidade de
0,00/0,10 2. Fundamento legal: Art. 581, inciso IV, do CPP determinação do caráter ilícito do fato, em razão de
(0,10) 0,00/0,10 3. Requerimento do juízo de retratação ou situação não esperada, já que ele solicitou uma água com
exercício do efeito regressivo (0,30), nos termos do Art. 589 gás e limão em determinado bar, mas o proprietário, sem
do CPP (0,10) 0,00/0,30/0,40 Razões de recurso em sentido que Júlio soubesse, misturou cachaça na bebida, que
estrito 4. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado de ingerida junto com o remédio que vinha tomando para
São Paulo (0,10) 0,00/0,10 5. Preliminarmente, nulidade da combater a dependência química, causou sua embriaguez.
pronúncia ou nulidade da instrução (0,30), por violação ao Foi, ainda, realizado exame de local, constando da
princípio da ampla defesa e contraditório ou devido conclusão que o imóvel foi destruído, havendo prejuízo
processo legal (0,15), nos termos do Art. 5º, inciso LIV ou considerável aos proprietários, mas que não havia ninguém
LV, da CRFB/88 ou do Art. 564, inciso IV, do CPP (0,10) no local no momento do crime e nem outras pessoas ou
0,00/0,15/0,25/0,30/ 0,40/0,45/0,55 5.1. Houve bens de terceiros a serem atingidos. Com base em todos os
inadequada inversão da ordem de oitiva das testemunhas elementos informativos produzidos, o Ministério Público
ou as testemunhas de defesa foram ouvidas antes das ofereceu denúncia em face de Júlio, perante a 2ª Vara
testemunhas de acusação (0,30), em desrespeito à previsão Criminal da Comarca de Florianópolis/SC, juízo competente,
do Art. 411 do CPP (0,10) 0,00/0,30/0,40 6. No mérito, imputando-lhe a prática do crime do Art. 250 do Código
pedido de absolvição sumária (0,30), diante da manifesta Penal. Foi concedida liberdade provisória. Após citação e
causa de isenção de pena ou excludente de culpabilidade apresentação de defesa, entendeu o magistrado por realizar
(0,15), nos termos do Art. 415, inciso IV, do CPP (0,10) produção antecipada de provas, ouvindo as vítimas antes da
0,00/0,15/0,25/0,30/ 0,40/0,45/0,55 6.1. A imputabilidade audiência de instrução e julgamento, motivando sua
penal restou afastada em razão da embriaguez (0,30), que decisão no risco de esquecimento, já que a pauta de
foi completa, decorrente de caso fortuito ou força maior, e audiência de processos de réu solto estava para data
que tornou o réu inteiramente incapaz de entender o longínqua, tendo a defesa questionado a decisão. Após
caráter ilícito do fato (0,15), conforme o Art. 28, §1º, do CP oitiva das vítimas, foi agendada audiência de instrução e
(0,10) 0,00/0,15/0,25/0,30/ 0,40/0,45/0,55 7. julgamento, que foi realizada em 05 de março de 2021,
Subsidiariamente, desclassificação para crime não doloso ocasião em que os fatos acima narrados foram confirmados.
contra a vida (0,30), nos termos do Art. 419 do CPP (0,10), Em seu interrogatório, o réu confirmou a autoria delitiva,
pois Rodrigo pretendia desferir um soco na barriga da destacando que pouco, porém, se recordava sobre o
vítima e um empurrão, tendo apenas intenção de causar ocorrido. Após apresentação da manifestação cabível pelas
lesão, mas não o resultado morte ou houve dolo na lesão e partes, o juiz proferiu sentença condenando o réu nos
culpa em relação ao resultado morte (0,25) 0,00/0,25/0,30/ termos da denúncia. No momento de aplicar a pena base,
0,35/0,40/0,55/0,65 7.1. Deveria Rodrigo responder, caso reconheceu a existência de maus antecedentes,
reconhecida a imputabilidade, pelo crime de lesão corporal aumentando a pena em 03 meses, tendo em vista que, na
seguida da morte (0,30), previsto no Art. 129, §3º, do CP Folha de Antecedentes Criminais, acostada ao
(0,10) 0,00/0,30/0,40 8. Ainda de maneira subsidiária, procedimento, constava uma condenação de Júlio pela
afastamento da causa de aumento imputada na denúncia prática do crime de tráfico, por fato ocorrido em 20 de abril
(0,30), tendo em vista que somente aplicável ao homicídio de 2019, cujo trânsito em julgado ocorreu em 10 de março
culposo ou tendo em vista que foi imputada a prática do de 2020. Na segunda fase, reconheceu a presença da
crime de homicídio doloso (0,40) 0,00/0,30/0,40/0,70 agravante do Art. 61, inciso II, alínea b, do Código Penal,
Pedidos 9. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso aumentando a pena em 05 meses, já que o meio
(0,20) 0,00/0,10/0,20/0,30 10. Prazo: 12 de abril de 2021 empregado por Júlio poderia resultar perigo comum. Não
(0,10) 0,00/0,10 Fechamento 11. Local, data, advogado e foram reconhecidas atenuantes da pena. Na terceira fase,
OAB (0,10) 0,00/0,10 não foram aplicadas causas de aumento ou de diminuição
de pena, sendo mantida a pena de 03 anos e 8 meses de
reclusão e multa de 15 dias, a ser cumprida em regime
30. RECURSO DE APELAÇÃO semiaberto, não sendo substituída a privativa de liberdade
(XXXV) No dia 04 de março de 2019, Júlio, insatisfeito com a por restritiva de direitos com base no Art. 44, III, do CP.
falta de ajuda de sua mãe no tratamento que vinha fazendo Intimado da sentença, o Ministério Público se manteve
contra dependência química, decide colocar fogo no imóvel inerte, sendo a defesa técnica de Júlio intimada em 11 de
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OAB 2ª FASE / 2023
amigos José e Antônio, que teriam presenciado os fatos. Barnabeu, Estado de Campo Novo (CN), de posse de
Confirmou, todavia, que desferiu o golpe de garrafa na equipamentos tipo serrote, chave de fenda e alicate. A
cabeça de Caio, que deixou o local com sangramento. Polícia Militar fora acionada por vigilantes da agência que,
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade remotamente, por meio de câmeras de segurança,
de advogado de Matheus, a peça jurídica cabível diferente acompanharam a ação de Ricardo e Roberto, que tentaram
de habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas utilizar o serrote para romper a placa de aço e, assim, ter
as teses jurídicas de direito material e direito processual acesso ao conteúdo dos caixas eletrônicos da agência. Após
pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do 30 minutos de tentativas, Ricardo e Roberto deixaram a
prazo, considerando que de segunda a sexta-feira são dias agência, momento em que, já ao lado de fora, foram
úteis em todo o país. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abordados pelos policiais militares. Com base em tais fatos,
abranger todos os fundamentos de Direito. e constando como elemento informativo produzido no
inquérito apenas a oitiva dos acusados e dos policiais,
Ricardo e Roberto foram denunciados como incursos nas
PADRÃO DE RESPOSTA penas do Art. 155, § 4º, incisos I e IV, e do Art. 14, inciso II,
Endereçamento 1. A resposta à acusação deve ser ambos do Código Penal. A denúncia foi distribuída ao Juízo
encaminhada à 2ª Vara Criminal da Comarca de Vitória/ES competente da 5ª Vara Criminal da Comarca de Barnabeu-
(0,10). 0,00/0,10 2. Fundamento legal: Art. 396 ou 396-A, CN. A prisão em flagrante de Ricardo foi convertida em
ambos do CPP (0,10). 0,00/0,10 Tempestividade 3. Prazo de preventiva, para a garantia da ordem pública, salientando-
10 (dez) dias, na forma do Art. 396 do CPP (0,10). 0,00/0,10 se que Ricardo possuía condenação anterior pela prática de
Fundamentação 4.1. Pedido de nulidade do recebimento da furto de caixa eletrônico, cuja pena foi cumprida e extinta
denúncia ou rejeição da denúncia por ausência de justa em 10/04/2019. Já Roberto obteve liberdade provisória na
causa (0,30), nos termos do Art. 395, inciso III, do CPP ou audiência de custódia, realizada no dia seguinte à prisão em
Art. 564, inciso III, alínea b, do CPP (0,10). 0,00/0,30/0,40 flagrante. Ricardo obteve ordem de habeas corpus, que o
4.2. A infração penal imputada deixa vestígios (0,35) e não pôs em liberdade após 30 (trinta) dias preso, condicionada a
consta do procedimento qualquer prova pericial ou boletim cautelares diversas da prisão. A instrução processual repetiu
de atendimento médico (0,20). 0,00/0,20/0,35/0,55 4.3. as provas orais realizadas na fase inquisitiva, tendo sido
Nulidade em razão da ausência de exame de corpo de ouvidos os Policiais Militares e, em seguida, realizado o
delito, direto ou indireto (0,40), nos termos do Art. 158 do interrogatório dos réus, que confessaram a tentativa de
CPP (0,10). 0,00/0,40/0,50 5.1. Cabimento de proposta de arrombamento do caixa eletrônico. Afirmaram que, com o
suspensão condicional do processo (0,50), nos termos do serrote e a chave de fenda, tentaram romper a ferragem do
Art. 89 da Lei nº 9.099/95 (0,10). 0,00/0,50/0,60 5.2. O caixa ou abrir os parafusos, mas, após cerca de 30 minutos
sursis processual é admitido mesmo a infração não sendo dentro da agência, apenas conseguiram realizar arranhões
de menor potencial ofensivo ou relevante é que a pena na proteção de aço existente, razão pela qual paralisaram a
mínima seja fixada em até 01 ano e não a pena máxima ação e saíram da agência, quando então, do lado de fora,
(0,20). 0,00/0,20 5.3. A condenação anterior por foram abordados por Policiais Militares. Finalizada a
contravenção penal não impede a concessão do benefício instrução, o Ministério Público não requereu a produção de
ou a lei somente proíbe a proposta quando houver outras provas. Em diligência requerida pela defesa, foi
condenação por crime (0,20). 0,00/0,20 6.1. A conduta do juntado aos autos um ofício do Banco Peixe, que informou
agente não configura crime (0,20), em razão da ausência de ao Juízo que a estrutura do caixa eletrônico é de aço, imune
culpabilidade (0,40). 0,00/0,20/0,40/0,60 6.2. A embriaguez à ação mecânica por força humana, e que os acusados não
de Matheus era completa e decorrente de caso fortuito ou lograram danificar a estrutura do caixa eletrônico. Os autos
força maior (0,45), nos termos do Art. 28, §1º, do CP (0,10). foram enviados ao Ministério Público para manifestação, o
0,00/0,45/0,55 Pedidos 7. Pedido de acolhimento das qual postulou pela condenação dos acusados, nos termos
alegações para reconhecer a nulidade no ato de da denúncia. O(A) advogado(a) constituído(a) foi
recebimento da denúncia ou rejeição da denúncia pela intimado(a) no dia 11/04/2023 (terça-feira). Considerando
ausência de justa causa (0,20). 0,00/0,20 8.1. Oferecimento apenas as informações expostas, apresente, na condição de
de proposta de suspensão condicional do processo (0,10). advogado(a) de Ricardo e Roberto, a peça jurídica cabível,
0,00/0,10 8.2. Absolvição sumária (0,30), nos termos do Art. diferente do habeas corpus e embargos de declaração,
397, inciso II, do CPP (0,10). 0,00/0,30/0,40 9. Apresentação expondo todas as teses pertinentes de direito material e
de rol de testemunhas (0,20). 0,00/0,20 10. Prazo: 28 de processual. A peça deverá ser datada no último dia do prazo
novembro de 2022 (0,10). 0,00/0,10 Fechamento 11. Local, para apresentação, devendo segunda a sexta-feira serem
data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10 considerados dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00)