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ITAJAÍ – UNIDAVI
DA TUTELA PROVISÓRIA
RIO DO SUL
2023
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DA TUTELA PROVISÓRIA
RIO DO SUL
2023
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO …………………………………………………………………...4
2.1 TUTELA PROVISÓRIA…………………………………………….…………………...4
2.2 COMPETÊNCIA…………………………………...…….………………………………6
2.3 DISPOSIÇÕES GERAIS E ESPÉCIES………………………………………………….7
2.4 DEVER DE MOTIVAÇÃO……………………………………………………………....7
2.5 DURAÇÃO……………………………………………………………………………….8
2.6 DEVER - PODER GERAL DE ASSEGURAMENTO (CAUTELA) E DE SATISFAÇÃO
(ANTECIPAÇÃO).....................................................................................................................9
2.7 TUTELA PROVISÓRIA REQUERIDA EM CARÁTER INCIDENTAL……………….9
2.8 RECORRIBILIDADE DAS INTERLOCUTÓRIAS RELATIVAS À TUTELA
PROVISÓRIA………………………………………………………………………………..10
2.9 RESTRIÇÕES A TUTELA PROVISÓRIA……………………………………………...10
3. TUTELA DE URGÊNCIA………………………………………………………………...11
3.1 SURGIMENTO DA TUTELA DE URGÊNCIA………………………………………...12
3.2 PRESSUPOSTOS………………………………………………………………………...12
3.3 CAUÇÃO…………………………………………………………………………………13
3.4 CONCESSÃO LIMINAR OU MEDIANTE AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO - A
QUESTÃO DA IRREVERSIBILIDADE…………………………………………………….14
3.5 EFETIVAÇÃO DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DA NATUREZA
CAUTELAR……………………………………………………………………………….…16
3.6 TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE………..…17
3.7 .. PETIÇÃO INICIAL…………………………………………………………………….18
3.7.1 CONCESSÃO DE TUTELA…………………………………………………………...18
3.7.2 NÃO CONCESSÃO DA TUTELA…………………………………………………….19
3.7.3 DA PARTICIPAÇÃO DO RÉU………………………………………………………...19
3.8.4 ESTABILIZAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA…………………………………….19
3.9.5 REVERSÃO DA ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA…………………………………..20
4. TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE DISPOSIÇÕES
GERAIS………………………………………………………………………………………21
4.1 CITAÇÃO DO RÉU E SUAS
ATITUDES…………………………………….……………………………………………...22
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1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
A tutela provisória trata-se de tutela jurisdicional, mas não definitiva, logo que é
provisória. Onde tem como objetivo antecipar no todo ou em parte os efeitos de uma futura e
provável decisão de mérito.
O Art. 294 do Código de Processo Civil cita as duas espécies de Tutela provisória,
discorrendo como:
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Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para
efetivação da tutela provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao
cumprimento provisório da sentença, no que couber. (BRASIL, 2015).
O caput do artigo citado acima descreve que “o juiz poderá determinar as medidas que
considerar adequadas para efetivação da tutela provisória”, o art. 301, traz exemplos de
medidas cabíveis para a efetivação da tutela de urgência, tais como “mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra
medida idônea para asseguração do direito.”.
O Art. 299 do CPC discorre sobre o endereçamento, onde trata que a tutela será
requerida ao juiz da causa e em de tutela antecedente ao juízo competente para conhecer do
pedido principal. O autor Daniel Amorim Assumpção Neves no livro de Manual de Direito
Processual Civil (2017, p. 485/486),
2.2 COMPETÊNCIA
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente,
ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária
de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional
competente para apreciar o mérito. (BRASIL, 2015).
De tal forma, o pedido da tutela provisória será analisado no local no qual será julgado
o mérito do processo principal, quando houver, será pelo juiz do processo que está em curso.
Conforme preceitua o art. 294, caput, do NCPC, o gênero tutelas provisórias pode ser
subdividido em duas espécies: urgência ou evidência.
Na tutela de evidência a mesma pode ser classificada como satisfativa, sendo
mencionado no próprio artigo acima, podendo também ser chamada de antecipada pelo
Legislador.
Diferentemente das tutelas de urgência, as quais tem o objetivo de demonstrar o perigo
de dano que o demorado deferimento da tutela satisfativa pode ocasionar, já a tutela de
evidência em suma pode ser utilizada quando o direito é aplicado de forma inequívoca.
Fredie Didier Jr., Rafael Alexandria de Oliveira e Paulo Sarno Braga afirmam. “A
principal finalidade da tutela provisória é abrandar os males do tempo e garantir a efetividade
da jurisdição (os efeitos da tutela). Serve, então, para redistribuir, em homenagem ao princípio
da igualdade, o ônus do tempo do processo, [...]” (2015, p. 567).
Por conseguinte, que as tutelas provisórias de urgência possuem em comum o objetivo
de impedir as consequências resultantes da longa demora de um processo, que pode ajudar
tanto a sua efetividade (nesse caso, cabível a tutela cautelar) tanto a própria existência do
direito material (cabível, aqui, a tutela satisfativa). Além da necessidade de demonstração por
parte do autor da existência de uma situação de perigo de dano iminente (periculum in mora),
resultante da morosidade de um processo, as tutelas provisórias de urgência devem também
demonstrar a probabilidade de existência do direito (fumus boni iuris).
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Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente
ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III ;
(BRASIL, 2015).
Contudo, nesta redação, se diz que o caput não se aplica ao tema da tutela provisória,
logo o abordado no nosso artigo. Logo isso, não iria de contra os princípios abordados na
nossa legislação e Constituição Federal?
Respondendo essa indagação, o nosso Código de Processo Civil, diz que a tutela
provisória poderá ser aplicada com Inaudita altera parte, logo, sem ouvir a parte contrária, e
por quê isso não fere o direito do contraditório e a ampla defesa da parte ré?
O primeiro ponto a ser abordado diante deste conflito, se há o pedido de tutela
provisória, logo, podemos imaginar tamanha urgência e demanda para a lide, de tal forma, a
demora para interpor a defesa contra a tutela poderá prescrever ou prejudicar o direito
tutelado pela parte solicitante.
De acordo com Paulo Afonso Brum Vaz, o mesmo discorre em seu livro “Manual de
tutela antecipada”, que, as medidas exercidas devem ser pesadas, de tal forma. Analisando
mais princípios como o da proporcionalidade e razoabilidade VAZ, MANUAL DE TUTELA
ANTECIPADA; 2002, p. 122)
Analisando os fatos, decisões tomadas pelo juiz terão total embasamento,
fundamentação, proporcionalidade, logo, a ampla defesa e direito do contraditório não é
extinto, mas sim, postergado. Não trazendo diretamente um ônus para a parte solicitada, que
no transcorrer do processo terá o direito da sua defesa.
2.5 DURAÇÃO
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Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas
pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a
eficácia durante o período de suspensão do processo. (BRASIL, 2015).
O referido art. 297 do Código de Processo Civil, traz um poder ao juiz em requerer
diligências para que seja possível efetivar a Tutela Provisória. Este poder, é ainda dever,
porque cabe a ele também zelar pelo bom andamento do processo mesmo que não seja
satisfativo.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para
efetivação da tutela provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao
cumprimento provisório da sentença, no que couber. (BRASIL, 2015).
Logo, foi decidido, que o rol de taxatividade é de forma mitigada. No entanto, com a
parte conseguindo contrapor que haveria periculum in mora e não sendo analisado naquele
momento, ele poderia se tornar inútil.
As restrições, ao que indica, são vedadas quando apuradas contra a fazenda pública.
Pouco abordado no novo cpc, artigos de autores dizem que é mais do mesmo. Usado outras
leis para gerir.
Com base no Art. 1.059 do Código de Processo Civil, que traz que:
Art. 1º. Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no
procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou
preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações
de mandado de segurança, em virtude de vedação legal.
§ 3º Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o
objeto da ação. [...] (BRASIL, 2015).
3. TUTELA DE URGÊNCIA
A tutela de urgência, portanto, é uma medida judicial, prevista entre os artigos 300 e
310 do Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015).
Dispõe o art. 300 do Código de Processo Civil:
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.” (BRASIL, 2015).
Em resumo, é um pedido realizado ao juiz, que tem como objetivo solicitar ao mesmo
que decida sobre um assunto urgente na demanda judicial. Percebe-se que a tutela de urgência
é utilizada apenas quando se pode provar que há a iminência de dano irreparável ou risco para
a parte caso a mesma tenha que esperar todo o trâmite judicial para ter o seu direito atendido.
(FACHINI, 2020).
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3.2 PRESSUPOSTOS
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir
caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir
a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação
prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. (BRASIL, 2015)
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3.3 CAUÇÃO
A caução da tutela de urgência é um requisito que pode ser imposto pelo juiz ao
conceder uma medida de urgência, como uma liminar. Ela se refere a uma garantia ou
depósito que a parte requerente da medida deve fazer para assegurar que, caso a decisão seja
revogada posteriormente, a outra parte não sofra prejuízos irreparáveis.
Menciono o art. 330, §1º do Código de Processo Civil:
Conforme o caso em concreto, o juiz pode exigir que o autor apresente garantias, que
sejam capazes de ressarcir qualquer dano ocasionado pela concessão da tutela provisória, a
menos que este não tenha condições financeiras para tanto. (TRILHANTES)
Vale mencionar que a caução é estendida às duas modalidades de tutelas de urgência: a
satisfativa e a cautelar, como regra, sendo que somente em caso de a parte-demandante ser
beneficiária de gratuidade da justiça ou de assistência judiciária é que não estará obrigada a
prestá-la, caso em que o juiz poderá conceder essa tutela, dispensando a caução.
Ou seja, a caução pode ser exigida quando houver indícios de que a parte que está
solicitando a tutela de urgência poderia causar danos à parte contrária caso a medida seja
concedida e posteriormente revela-se injustificada, não podendo esquecer que a necessidade
de caução varia de caso para caso, sendo decidida pelo juiz com base nas circunstâncias
específicas da demanda.
[...] significa dizer que o pedido da parte foi concedido de pronto, antes de sequer se
ouvir a outra parte, assim que o juiz tomou conhecimento do pedido. No CPC/2015,
é possível que a tutela seja concedida assim, liminarmente, como também que seja
determinada necessidade de justificação prévia. Ou seja, que o juiz, não convencido
pelo pedido escrito formulado pelo autor, convoque uma audiência para o requerente
se justificar oralmente sobre os requisitos da medida provisória. (TRILHEIROS)
A mesma deve ter como fundamento urgência tamanha a ponto de impossibilitar que
se aguarde a citação do réu, ou em casos em que a situação se não deferida com urgência,
pode se tornar inefetiva. (ALVIM, 2017).
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[...] É essencial que o requerente da tutela demonstre que, caso o juiz defira a tutela,
a eventual revogação futura não acarretará dano irreversível para a outra parte.
Como vimos no §1º, uma das formas para se certificar disso pode ser a garantia de
caução real. Ou seja, se juiz verificar que os efeitos da concessão da tutela
antecipada não podem ser revertidos, no caso de improcedência da ação, deve negar
a tutela. Deve ser possível atender às partes no caso de procedência ou
improcedência da ação. (TRILHEIROS)
[...] presta-se o requisito da reversibilidade a não per- mitir que a concessão de tutela
provisória de urgência satisfativa crie uma situação insuscetível de restabelecimento
do estado anterior, justamente pelo fato de que seu deferimento se dá, de ordinário,
após cognição sumária acerca dos fatos e fundamentos, sendo cumprida a
determinação por apli- cação dos dispositivos atinentes ao cumprimento provisório
de sentença. (ALVIM, 2017, p. 172)
“Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante
arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e
qualquer outra medida idônea para assegurar o direito.” (BRASIL, 2015)
Este artigo estabelece que a tutela de urgência de natureza cautelar pode ser
concedida, mediante exigência da parte, para evitar o risco de dano ao direito.
Preceitua o Código de Processo Civil:
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo
autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos
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É crucial, portanto, que haja uma colaboração estreita entre as partes e o sistema
judiciário, visando garantir a responsabilidade conjunta na efetivação da tutela provisória de
urgência de natureza cautelar.
A transparência, o respeito às decisões judiciais e a pronta atuação na implementação
das medidas são fundamentais para assegurar que a finalidade protetiva da tutela de urgência
seja plenamente realizada, protegendo assim os direitos das partes envolvidas no processo
judicial.
Conforme o artigo 303, a petição inicial que requer a tutela em caráter antecedente
será resumida. Poderá conter apenas:
I. O requerimento da tutela antecipada;
II. A indicação do pedido de tutela final (não precisa ser formulado, só indicado);
III. Exposição da lide (controvérsia);
IV. Exposição do direito pretendido pelo autor;
V. Demonstração de probabilidade do direito;
VI. Demonstração da ausência de risco de irreversibilidade dos efeitos da decisão;
VII. Demonstração do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo
quando da demora na satisfação do requerimento;
VIII. Indicação do valor da causa, considerando o pedido de tutela final.
IX. Custas devem ser recolhidas, considerando-se o valor da causa do pedido de
tutela final (não serão recolhidas novamente no futuro).
X. Exemplos de antecipada antecedente:
XI. É o caso de pedido de cancelamento de restrição indevida por grande empresa,
que não pode ficar negativada em razão do comércio. Normalmente, há
probabilidade do direito (erro na restrição), há urgência para requerer a tutela e
não há perigo de irreversibilidade (restrição pode ser refeita). Outros
documentos serão juntados depois.
XII. Também é o caso de corte de linha telefônica indevidamente. Pedido de
religamento, que é urgente, pode ser feito antes, e posteriormente será feito o
pedido de indenização.
Como visto anteriormente, no caso de tutela concedida, o réu será citado e intimado.
Mas o que ocorre se o réu, intimado, não se manifestar para recorrer da decisão?
Se a tutela é concedida e o réu não recorre, abre-se a possibilidade da estabilização, se
não interposto o respectivo recurso, conforme o art. 304 do CPC. Com a estabilização, surgirá
uma sentença terminativa, o processo é extinto e não é mais possível discutir a decisão
concessiva de tutela nos próprios autos.
“Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se,
da decisão que a conceder, não for interposto o respectivo recurso.
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto.” (BRASIL, 2015).
Contudo, como podemos ver no artigo 304 parágrafo 1º - apenas o recurso pode
combater a estabilização da tutela.
Há autores defendendo que estes recursos abarcam vários meios de impugnação.
Cássio Scarpinella Bueno, por exemplo, entende que qualquer forma de impugnação (defesa,
contestação, recurso) será válida para combater estabilização dos efeitos da tutela. Daniel
Assunção Amorim também defende que basta haver uma impugnação qualquer, inclusive
petição simples, combatendo os fundamentos da concessão da tutela, ou embargos de
declaração com efeitos modificativos.
Outra parte da doutrina, no entanto, entende que a impugnação deveria acontecer
unicamente por recurso, e pelo recurso constante na lei que, no caso, seria o Agravo de
Instrumento, visto que decisão sobre tutela tem caráter de decisão interlocutória (art. 1.015,I).
Vejamos um entendimento proferido pelo STJ:
“§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar
ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.” (BRASIL, 2015).
Temos ainda:
§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar,
proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo.
(BRASIL, 2015).
Art. 303 Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a
petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do
pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do
perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. (BRASIL,2015).
O réu deve ser citado no prazo de 5 dias, contados da intimação da decisão que deferiu
a tutela cautelar.
O prazo para a citação pode ser prorrogado pelo juiz, a pedido do réu ou do autor da
ação.
III. O juiz pode revogar ou modificar a tutela cautelar, a pedido do réu ou do autor
da ação.
4.3 DURAÇÃO
No entanto, a tutela cautelar requerida em caráter antecedente deve ser deferida por
prazo determinado, que não pode ser superior a 30 dias, prorrogável por igual período, a
pedido do autor da ação (somente em casos excepcionais, o que fica a critério do juiz).
Quando for o caso de haver o indeferimento desta tutela, o autor da ação tem algumas
opções:
I. Recurso contra a decisão de indeferimento: a decisão de indeferimento da
tutela cautelar requerida em caráter antecedente é irrecorrível de imediato. No
entanto, o recurso cabível contra essa decisão é o agravo de instrumento.
II. Aditamento da petição inicial;
III. Abandonar a ação.
Muito embora seja possível o pedido da Tutela Cautelar na inicial, nem sempre esse
pedido é atendido. Em que pese a negativa, o indeferimento da Tutela Cautelar não acarreta
em prejuízo no pedido principal. Vejamos:
“Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o
pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do
indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.” (BRASIL,
2015).
Ou seja, o autor não vai ser impedido de formular seu pedido principal que será
devidamente julgado, salvo exceções, pois apesar do juiz entender não ser o caso da aplicação
de uma medida de urgência, o direito ainda poderá ser discutido.
Conforme preceitua Elpídio Donizetti:
principal, nem influi no julgamento desse (art. 310). Apenas numa hipótese o motivo
do indeferimento vai deixar reflexos sobre o pedido principal: quando o juiz acolher
a alegação de decadência ou de prescrição. Nessa circunstância, a decisão que
apreciar a tutela cautelar antecedente vai compor definitivamente a demanda,
impedindo, por força da coisa julgada, a formulação do pedido principal acerca do
direito atingido pela decadência ou cuja pretensão foi declarada prescrita.
(DONIZETTI, pg. 271, 2018)
Notório que é possível que alguém requeira a concessão de tutela contra a fazenda
pública, seja ela de evidência ou urgência.
Muito embora o Código de Processo Civil anterior (1973), não tenha dado uma
resposta acerca da possibilidade ou não da aplicação da tutela provisória em face da fazenda
pública, depois de muitas controvérsias na jurisprudência e na doutrina, o Código de Processo
Civil de 2015 trouxe consigo em seu art. 1.059 a possibilidade da concessão dessa tutela, diz
o artigo supramencionado:
Seguindo essa base, podemos confirmar que a tutela provisória contra a fazenda
pública é possível, entretanto, sempre é necessário observar suas exceções, quais sejam:
I. Que tenha por objeto a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior (art. 7º,
§ 2º, Lei 12.016/09 c/c art. 1059, NCPC).
II. Quando o deferimento da medida esgotar, no todo ou em parte, o objeto da ação (art.
1, §3º, Lei 8.437/92 c/c art. 1059, NCPC).
III. Que tenha, em relação aos servidores públicos, por objeto i) liberação de recursos; ii)
inclusão em folha de pagamento; iii) reclassificação; iv) equiparação; v) concessão de
aumento; vi) extensão de vantagens (art. 2º-B, Lei 9.494/97 c/c art. 1059, NCPC).
IV. Que tenha por objeto saque ou movimentação da conta vinculada do trabalhador no
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (art. art. 29-B, Lei 8.036/90, incluído pela
MP 2197-43/01).
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Nessa ADI, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional o §2° do art.
7º da Lei do Mandado de Segurança. Portanto, é viável conceder liminares em mandados de
segurança nos casos de: a) compensação de créditos tributários; b) entrega de mercadorias e
bens do exterior; c) reclassificação ou equiparação de servidores públicos; d) concessão de
aumento, extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
Mesmo assim, o levantamento da proibição não implica automaticamente na
aprovação imediata de todos os pedidos de liminares apresentados em mandados de
segurança. Ainda é crucial examinar se o requerente demonstrou os requisitos essenciais para
a concessão da tutela provisória: a probabilidade do direito (fumus boni juris) e o risco de
dano irreparável ou de difícil reparação (periculum in mora). Se esses critérios não forem
adequadamente estabelecidos, a tutela provisória deve ser negada.
Visto isso, as únicas restrições que ainda prevalecem são aquelas contidas nos artigos
1º a 4º da Lei nº 8.437 de 1992.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALVIM, Eduardo A. Tutela provisória, 1ª edição. São Paulo. Editora Saraiva, 2017. E-book.
ISBN 9788547219154. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547219154/. Acesso em: 28 out. 2023.
BUENO, Cassio S. Tutela provisória no CPC: dos 20 anos de vigência do art. 273 do
CPC/1973 ao CPC/2015. Editora Saraiva, 2018. E-book. ISBN 9788553601677. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553601677/. Acesso em: 02 nov.
2023.
DONIZETTI, Elpídio. Novo Código de Processo Civil Comentado, 3ª edição. Grupo GEN,
2018. E-book. ISBN 9788597016734. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597016734/. Acesso em: 03 nov. 2023.
FACHINI, T. Tutela de urgência no Novo CPC: o que é e como funciona: O que é tutela de
urgência? Art. 300 e 310 do CPC/15. [S. l.]: PROJURIS, 23 out. 2020. Disponível em:
https://www.projuris.com.br/blog/tutela-de-urgencia/. Acesso em: 4 nov. 2023.
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LAMY,, Eduardo, Tutela provisória / Eduardo Lamy. – São Paulo: Atlas, 2018. Disponível
em:<https://trilhante.com.br/curso/tutelas-provisorias-na-pratica/aula/tutela-de-urgencia-antec
ipada -antecedente-2.> Acesso em: 15/10/2023.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 9 ed. Salvador:
Ed. Juspodivm, 2017, p. 485/486. Disponível em < NEVES, Daniel Amorim Assumpção.
Manual de Direito Processual Civil. 9 ed. Salvador: Ed. Juspodivm, 2017, p. 485/486.>.