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Autor:
Ricardo Torques
26 de Junho de 2022
Sumário
2.2 - Requerimento...................................................................................................................................... 8
Gabarito ........................................................................................................................................................... 61
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Aula 07
TUTELA PROVISÓRIA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Enfim temos uma aula menor! Hoje, será um encontro tranquilo, no qual abordaremos assunto de primacial
importância, contudo, menos denso quando comparado com os temas anteriores que estudamos.
Na aula de hoje vamos nos ocupar com as tutelas provisórias, que foram totalmente reformuladas à luz do
CPC, o que exigirá grande esforço para compreendê-las na nova sistemática.
De todo modo, é importante registrar que não obstante a matéria seja menos extensa – arts. 294 a 311 do
CPC – a incidência nas provas recentes é grande. Note que a maioria das questões são, inclusive, elaboradas
com base no CPC.
Bons estudos!
TUTELA PROVISÓRIA
Antes de apresentar a classificação das tutelas provisórias, vamos, rapidamente, diferenciar a tutela
definitiva da provisória.
Segundo a doutrina, a tutela definitiva é aquela obtida com base em cognição exauriente, com profundo
debate acerca do objeto da decisão, garantindo-se o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa.
Essa tutela definitiva poderá ser satisfativa, ou seja, poderá ser voltada para certificar direitos (ações
declaratórias, constitutivas e condenatórias) ou para efetivar direitos (ações executivas).
Além disso, a tutela definitiva também poderá ser assecuratória (ou cautelar), cuja finalidade é conservar o
direito do autor, neutralizando efeitos maléficos do tempo. A tutela cautelar caracteriza-se pela
referibilidade e pela temporariedade.
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Aula 07
A tutela provisória, por sua vez, tem por finalidade antecipar o gozo de determinado direito ou assegurá-lo
a fim de que possa ser gozado em momento oportuno.
A tutela provisória caracteriza-se pela sumariedade da cognição, pela precariedade e pela impossibilidade
de sofrer os efeitos da coisa julgada.
IMPOSSIBILIDADE DE
não poderá sofrer os efeitos da coisa julgada
COISA JULGADA
Feito isso, vamos analisar a classificação das tutelas provisórias, com base na posição majoritária da doutrina.
tutela antecipada
ESPÉCIES DE TUTELA
tutela cautelar
PROVISÓRIA
tutela de evidência
Essas três espécies de tutela são chamadas de provisórias ou provisionais, o que significa dizer que não são
definitivas, e se sujeitam a mudanças. De forma técnica, podemos afirmar que a tutela provisória não se
estabiliza pela formação da coisa julgada.
A tutela antecipada é satisfativa e urgente. Além de ser provisória, nessa tutela antecipa-se a concessão da
prestação jurisdicional à parte em razão de alguma situação urgente. A ideia é simples: a parte precisa do
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bem da vida agora, caso contrário, não lhe será mais útil. Caso não receba o bem nesse momento, a parte
sofrerá um dano irreparável ou de difícil reparação.
De acordo com a doutrina1, a tutela provisória satisfativa antecipa os efeitos da tutela definitiva satisfativa,
conferindo eficácia ao direito afirmado.
Por exemplo, determinada pessoa precisa da liberação do SUS para o recebimento de determinado
medicamento. Nesse caso, ajuíza a ação e pleiteia tutela antecipada para a concessão do medicamento, uma
vez que corre risco de morte.
No exemplo:
É importante que você não confunda a tutela provisória com julgamento antecipado da lide. Não temos um
julgamento antecipado do processo, mas tão somente a antecipação da tutela jurisdicional.
Assim...
antecipação da
TUTELA PROVISÓRIA
tutela
concessão da
julgamento do
JULGAMENTO tutela
mérito do
ANTECIPADO jurisdicional
processo
definitiva
Além disso, as hipóteses de cabimento de uma e de outra hipótese são distintas e, no caso de julgamento
antecipado, temos um julgamento definitivo, não provisório.
1
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora JusPodvim,
2016, p. 582.
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A tutela cautelar, tal como a tutela antecipada, é provisória e fundada na urgência. A diferença dessa tutela
é que, nesse caso, ela é conservativa. Assim, não há concessão da tutela jurisdicional, mas conservação do
interesse da parte a fim de que ela possa ser beneficiada posteriormente com a tutela jurisdicional.
De acordo com a doutrina2, a tutela provisória cautelar antecipa os efeitos de tutela definitiva não satisfativa
(cautelar), conferindo eficácia imediata ao direito à cautela.
Por exemplo, bloqueio de bens da pessoa devedora para que, na execução, haja valores suficientes para
pagar o valor devido.
A tutela de evidência, tal como a tutela antecipada, caracteriza-se pela provisoriedade e por ser satisfativa.
A grande distinção em relação à tutela antecipada é que não há urgência. Nesse caso, a cessão antecipada
da tutela jurisdicional não se funda na urgência, mas na evidência do direito pleiteado pelo autor.
Por exemplo, em um contrato de financiamento, a contratante não paga o financiamento e, após notificação
extrajudicial sem manifestação do contratante, a financiadora ingressa em juízo com pedido de busca e
apreensão do bem dado em garantia. Nesse caso, se o juiz conceder a tutela, não o fará em face da urgência,
mas poderá determinar a medida constritiva em razão da evidência de que a contratante não pagou as
mensalidades do financiamento.
Assim...
urgente urgente
O quadro acima identifica claramente a distinção de elementos entre essas espécies de tutelas provisórias
no CPC. Vistos esses conceitos gerais, vamos adentrar na disciplina específica da matéria no CPC.
2
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora JusPodvim,
2016, p. 583.
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Antes de iniciar a análise dos dispositivos do CPC em relação às tutelas provisórias, vamos destacar duas
mudanças importantes que tivemos em relação ao CPC73.
A primeira delas refere-se à unificação do trato na parte geral. O CPC unifica o tratamento da temática
referente às tutelas provisórias em um único título, a partir do art. 294. Essa disciplina é abordada na parte
geral do Código, comum, portanto, tanto à fase de conhecimento como à fase de execução.
Além disso, temos o fim das cautelares em espécie. O CPC não dispõe de um livro específico para tratar das
cautelares em espécie, tal como tínhamos no CPC73. Não temos mais, portanto, dispositivos específicos para
tratar do arresto, do sequestro, da caução, da busca e apreensão, da separação de corpos etc.
A supressão dessas cautelares específicas decorreu do fato de que o nosso sistema confere ao magistrado o
poder geral de cautela. Desse modo, não haveria necessidade de uma disciplina específica para temas
cautelares. Isso não impede que essas cautelares específicas sejam concedidas, mas o fundamento será
extraído do art. 301, do CPC, que disciplina a temática em termos gerais.
O CPC, ao contrário do que tínhamos em relação ao CPC73, consolida a disciplina relativa à tutela de
evidência e agrupa as tutelas de natureza urgentes sob o nome de “tutelas de urgência”.
TUTELA
PROVISÓRIA
tutela de tutela de
urgência evidência
tutela
tutela cautelar
antecipada
O que justifica a denominação de tutela de urgência com dois subgêneros é o fato de que ambas estão
condicionadas ao perigo da demora (periculum in mora). É justamente isso que trata do art. 294, caput, do
CPC.
Na sistemática do CPC73, a medida cautelar era antecedente. Assim, antes de ingressar com a demanda
principal, a parte ajuizava uma ação cautelar preparatória a fim de obter a garantia do direito e, após,
ajuizava a ação principal. Além disso, em relação à tutela antecipada, tínhamos o ajuizamento da ação
principal e, em pedido preliminar, o pedido antecipado.
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Essa distinção não existe mais no CPC. Tanto no caso de tutela cautelar como nas hipóteses de tutela
antecipada é possível o pedido antecedente, preparatório. No caso específico da tutela antecipada, uma vez
concedida, confere-se à parte prazo para que ela possa emendar o pedido, a fim de tornar o pedido
antecedente em pedido principal.
Há, portanto, uma sistemática específica em relação à forma de se apresentar os pedidos em juízo.
Nos arts. 295 a 299, todos do CPC, temos algumas regras gerais específicas:
o art. 295 esclarece que as tutelas provisórias, quando requeridas incidentalmente, não dependem do
pagamento de custas.
As despesas processuais têm por finalidade custear a obtenção da tutela jurisdicional final. Assim, eventual
pedido incidente será isento de custas.
o art. 296 aborda o conceito de provisoriedade dessas tutelas, na medida em que podem ser revogadas
ou modificadas a qualquer tempo.
Apenas para esclarecer: admite-se, em determinadas situações, que as partes convencionem a suspensão
do processo. Suspenso o processo, questiona-se: a medida provisória concedida mantém seus efeitos ou
também será suspensa? O parágrafo único acima determina que, em regra, os efeitos da tutela provisória
permanecem, a não ser que haja decisão expressa do juiz em sentido contrário.
Contudo, simplesmente conceder a tutela provisória poderá não ser eficiente, nesse caso, faz-se
necessário dispor de instrumentos a fim de tornar a decisão executável, para garantir a efetividade da tutela
concedida. Nesse contexto, o art. 297 estabelece que o juiz poderá adotar as medidas que entender
necessárias para a efetivação da tutela provisória. O dispositivo não traz limitações às medidas aplicadas, ele
prevê, de modo geral, a possibilidade de que sejam utilizadas quaisquer medidas executivas, como, por
exemplo, a fixação de multas.
De acordo com a doutrina3, conclui-se que esse dispositivo concede ao julgador “um poder geral de cautela
e de efetivação, com a adoção de todas as medidas provisórias idôneas e necessárias para a satisfação ou
acautelamento adiantados”.
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JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora JusPodvim,
2016, 603.
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Sigamos!
o art. 298 obriga o magistrado a fundamentar a decisão de tutela provisória de forma clara a precisa,
aproximando-se do dever de esclarecimento extraído do princípio da cooperação, previsto expressamente
no art. 6º, do CPC.
Esse dispositivo tem por finalidade evitar decisões monocráticas que simplesmente concedem a tutela
provisória com base nos pressupostos legais sem expor qualquer fundamentação mais aprofundada e
completa.
A tutela provisória poderá ser concedida de forma antecedente ou no curso da ação. Nesse contexto, o
art. 299 disciplina que se a tutela for concedida no curso da ação, naturalmente, deve ser requerida ao juiz
competente para a causa. Quando se tratar de tutela provisória de caráter antecedente, deverá ser
endereçada diretamente ao magistrado que será competente para analisar a futura ação principal.
Em relação aos processos que tramitam perante tribunais, estabelece o parágrafo único que, tanto nos
processos de natureza originária (que começam perante o tribunal) como os processos que chegam ao
tribunal por intermédio de recurso, se houver requerimento de tutela provisória, quem deverá analisar o
pedido é o órgão responsável pela decisão de mérito da ação originária ou do recurso. Assim, se a
competência para julgar o processo for de determinada turma, órgão especial ou do pleno do tribunal, a
decisão de mérito competirá à turma, ao órgão especial ou ao pleno, respectivamente, a decisão de
requerimentos de tutelas provisórias.
Antes de passarmos adiante na análise da disciplina das tutelas de urgência no CPC, vamos tratar de dois
pontos doutrinários relevantes: requerimento e fungibilidade.
2.2 - Requerimento
Ao contrário do que tínhamos em relação ao CPC73, o CPC não prevê a possibilidade de concessão de ofício
da tutela provisória. Logo, não poderá o magistrado, mesmo que entenda presentes os pressupostos,
conceder uma tutela provisória sem requerimento da parte (ou seja, conceder de ofício)4.
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JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora JusPodvim,
2016, p. 606.
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Portanto, o entendimento atual é no sentido de que a tutela provisória está circunscrita ao princípio da
demanda, de modo que a parte deverá requerê-la expressamente.
Isso, contudo, não impede que o magistrado, ciente da situação fática envolvida no processo – à luz do
princípio da cooperação –, consulte a parte interessada para que requeira a tutela.
2.3 - Fungibilidade
No CPC73 tínhamos regra específica de fungibilidade entre a tutela antecipada e a cautelar. Pela sistemática
anterior, se a parte equivocadamente ingressasse com uma ação cautelar, mas o magistrado, ao analisar o
pedido, entendesse que se tratava em verdade de pedido antecipatório, aplicava a regra da fungibilidade e,
se estivessem presentes os pressupostos, concederia a tutela antecipada.
No CPC não temos essa regra, tal como disposta no Código anterior.
Contudo, o entendimento da doutrina5 é no sentido de que é possível transmudar-se uma tutela em outra,
não com fundamento em regra de fungibilidade, mas pela “necessidade de aproveitamento dos atos
processuais – por força do princípio da duração razoável do processo e da necessidade de promoção da
economia processual dele decorrente – e a necessidade de se privilegiar a proteção de decisão de mérito em
detrimento de decisões puramente formais para a causa”.
Observe-se, ainda, que a fungibilidade é aplicada de forma expressa para as tutelas de urgência de caráter
antecedente, com base no parágrafo único do art. 305, conforme veremos adiante.
2.4 - Legitimidade
Quando falamos em tutelas provisórias, pensamos sempre que ela será requerida pelo autor. Assim, o autor,
diante do risco da demora ou da probabilidade do direito, pode requerer uma das espécies de tutelas
provisórias.
Contudo, como ressalta a doutrina6, “todo aquele que alega ter direitos à tutela jurisdicional (definitiva) está
legitimado a requerer a antecipação provisória dos seus efeitos”. Portanto, o autor, o réu e os terceiros
intervenientes possuem legitimidade para requerer tais tutelas. O mesmo ocorre em relação ao Ministério
Público, tanto quando atuar como parte como na função de fiscal da ordem jurídica.
5
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 378.
6
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora JusPodvim,
2016, p. 587.
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3 - Tutelas de Urgência
A tutela de urgência está disciplinada no CPC entre os arts. 300 e 310. Nos primeiros dispositivos temos
algumas regras de caráter geral, após, o CPC se ocupa de regrar a tutela de urgência antecipada e, na
sequência, a tutela de urgência cautelar.
Conforme já explicitado, a tutela de urgência é concedida sempre que houver elementos que evidenciem
que a não concessão possa implicar perigo de dano, ou risco ao resultado útil do processo.
Primeiramente devemos lembrar que a tutela de urgência abrange tanto a tutela antecipada como a
cautelar. De acordo com a doutrina, quando o CPC se refere a “perigo de dano” está abordando a concessão
da tutela de urgência de natureza antecipada (satisfativa); ao passo que quando se reporta à expressão “risco
ao resultado útil do processo”, temos campo para tutela de urgência de natureza cautelar (conservativa).
Essa possível associação feita pelo legislador é criticada pela doutrina. Afirmam, em síntese, que a tutela de
urgência antecipada não deve ser concedida apenas com a hipótese de dano. Além disso, critica-se o fato de
associarem a tutela de urgência cautelar à necessidade de conservar o processo, quando deveria visar à
proteção do direito.
Nesse contexto, para a prova, que é o que realmente importa para nós, primeiramente devemos assinalar a
alternativa que fizer referência à literalidade expressa do dispositivo. Se a questão se referir ao
entendimento doutrinário, devemos considerar que a tutela de urgência decorre do perigo da demora
(periculum in mora).
Assim:
“perigo de dano”
para a literalidade do CPC
“risco ao resultado útil do
TUTELA DE URGÊNCIA processo”
“perigo da demora”
para a doutrina
(periculum in mora)
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grave, vale dizer, com aptidão para prejudicar ou impedir a fruição de direitos.
Afirma-se, também, que toda tutela provisória depende de configuração da probabilidade do direito, vale
dizer, há de se verificar a plausibilidade do direito a ser provisoriamente satisfeito ou realizado. Para tanto,
inicialmente, deve-se verificar a verossimilhança fática do alegado e, em sequência, a plausibilidade jurídica.
Além do perigo da demora, da plausibilidade do direito, o último requisito apontado pela doutrina, que pode
configurar a possibilidade de concessão da tutela de urgência, é a irreparabilidade do dano ou, pelo menos,
deve o dano tratar-se de difícil reparação.
Em regra, portanto...
periculum in mora; ou
PARA CONFIGURAÇÃO DA
plausibilidade do direito; e
TUTELA DE URGÊNCIA
irreparabilidade do dano ou de
difícil reparação
Como a concessão de tutela antecipada implica riscos, pois a cognição é sumária, poderá o magistrado exigir
caução.
Em face disso, exceto se tratar de pessoa hipossuficiente economicamente, o magistrado poderá exigir
caução a fim de minimizar os riscos da concessão provisória da tutela.
A concessão da tutela de uma ou outra forma dependerá de decisão do magistrado, que irá se basear nas
peculiaridades do caso concreto.
Para finalizar o dispositivo, note que o §3º impõe uma limitação à concessão de tutela de urgência de caráter
antecipatório: a irreversibilidade dos efeitos da decisão. Essa limitação NÃO se aplica às tutelas de urgência
de caráter cautelar, mas apenas às tutelas antecipadas.
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Assim, a tutela provisória antecipada concedida à parte deve poder ser revertida, ou seja, deve haver a
possibilidade de que as partes retornem ao status quo em caso de decisão definitiva que reverta a concessão
provisória.
O art. 301 ratifica o que dissemos no início. Não existe mais regras específicas acerca das cautelares, mas
apenas a disciplina geral que estudamos nesta aula. Ao contrário do CPC73, que expressamente abordava
cautelares específicas, no CPC elas não mais existem.
• arrestos
• sequestros
• arrolamento de bens
• registro de protesto contra alimentação de bem
• QUALQUER outra medida idônea para assegurar o direito
Veja que a última hipótese traz uma regra geral, que amplia a possibilidade de concessão de cautelares, na
medida em que forem identificadas as situações necessárias no caso concreto.
Medida cautelar que tem por objetivo resguardar o direito à tutela ressarcitória,
ARRESTO em razão de perigo de algum dano. Objetiva, portanto, resguardar futura execução
por QUANTIA.
Medida cautelar que tem por finalidade proteger o direito à coisa de um perigo de
SEQUESTRO
dano. Objetiva, portanto, resguardar futura entrega de COISA.
Medida cautelar que tem por finalidade apreender, descrever e depositar a
ARROLAMENTO DE BENS universalidade de bens que está exposta a risco de dano. Objetiva, portanto,
garantir futura PARTILHA DE BENS.
Medida cautelar que visa assegurar os frutos de determinada tutela em razão de
PROTESTO CONTRA
um perigo de dano. Objetiva, portanto, EVITAR TRANSFERÊNCIA supostamente
ALIENAÇÃO DE BENS
indevida de bem sujeito a registro.
Por se tratar de medida de caráter provisório, a concessão de tutela provisória gera responsabilidade do
requerente.
De acordo com a doutrina, as hipóteses previstas no artigo 302 são de responsabilidade objetiva! O fator
culpa é irrelevante.
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No CPC73, o requerimento de tutela antecipada era formulado de forma preliminar em ação ajuizada, com
o objetivo de atingir a decisão final de mérito. Assim, o magistrado recebia a ação, analisava o requerimento
de tutela antecipada e dava seguimento ao processo.
No CPC há a tentativa de facilitar o requerimento da tutela antecipada, que poderá ser formulada em caráter
antecedente. Logo, temos efetivamente o ajuizamento de uma ação inicial sumarizada (simplificada) cujo
pedido principal é a concessão da tutela antecipada.
Para tanto, essa ação inicial sumarizada deve observar seis requisitos, declinados no caput, do art. 303, do
CPC.
a informação de qual a pretensão final, para que seja possível verificar a correspondência entre a
tutela inicial e final;
a referência ao direito que se busca tutelar, denominado tecnicamente de fumus boni iuris;
a indicação do valor da causa, a fim de que possa ser posteriormente emendada e se torne a ação
principal.
Esses são, portanto, os requisitos para a postulação antecedente de pedido de tutela antecipada.
1ª – CONCESSÃO DA TUTELA
Com a concessão da tutela, o autor será intimado para complementar a argumentação, juntar novos
documentos e confirmar o pedido da tutela inicial no prazo de 15 dias.
Caso não haja autocomposição, o réu sairá intimado da audiência para apresentar a contestação no
prazo de 15 dias.
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O autor será intimado para emendar a petição inicial no prazo de 5 dias, a fim de que seja dada
continuidade à ação na forma regular.
Caso não haja aditamento, o processo será extinto sem julgamento do mérito.
Para a prova...
aditamento
concessiva
prazo de 15 dias
DA DECISÃO
emenda
denegatória
prazo de 5 dias
Não há lógica na diferença de prazos e expressões utilizados, mas essa é a disciplina do CPC. Portanto,
cuidado com questões literais.
TUTELA ANTECIPADA
EM PEDIDO DE
ANTECEDENTE
conflito
fumus boni iuris
periculum in mora
valor da causa
No art. 304, do CPC, passamos a tratar de uma novidade no direito processual civil: a estabilização da tutela
antecipada com caráter antecedente.
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Esse dispositivo intenta a estabilização das decisões provisórias. Por exemplo, determinada parte entra com
uma ação e pede a tutela antecipada. Se após concedida pelo magistrado, não houver insurgência do réu e
nenhum outro pedido da parte autora, a tutela antecipada se estabiliza e torna-se perene.
De acordo com o caput, do art. 304, a estabilização da demanda ocorrerá com a não interposição de recurso,
o que implicará a extinção no processo na forma do §1º, do art. 304, do CPC.
Assim, da concessão da tutela antecipada, o réu deverá interpor o recurso – no caso o agravo de instrumento
– sob pena de estabilização da tutela antecipada. Como a tutela antecipada é provisória, admite-se, a
qualquer tempo, que o réu ingresse com pedido revisional dessa tutela, a fim de modificá-la ou extingui-la.
Esse dispositivo é criticado pela doutrina, pois não atende a algumas situações específicas. De todo modo,
para fins de prova, devemos nos pautar pela legalidade.
(i) a estabilização ocorre apenas no pedido de tutela antecipada antecedente, pois não há previsão para a
estabilização no caso de a tutela antecipada constar de pedido preliminar no bojo de ação principal ajuizada.
Além disso, é importante destacar que a estabilização da demanda não se aplica à tutela provisória de
natureza cautelar, pois ela tem caráter conservativo e não satisfativo.
Do mesmo modo, por faltar previsão, não se fala em aplicação da estabilização da demanda em tutela de
evidência.
Assim, não obstante as dúvidas que ainda pairam sobre o assunto, para a prova...
(ii) outro ponto importante é o fato de que o caput afirma que o recurso impede a estabilização.
Literalmente, o recurso cabível dessa decisão interlocutória que concede a tutela antecipada antecedente é
o agravo de instrumento.
Segundo entendimento do STJ, divulgado no Informativo 639, deve-se tomar como base uma interpretação
sistemática e teleológica do instituto, é que a estabilização somente ocorrerá se não houver qualquer tipo
de impugnação pela parte contrária, sob pena de se estimular a interposição de agravos de instrumento e
do ajuizamento da ação autônoma, a fim de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada.
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A regra é que a tutela antecipada antecedente estabilizada é provisória e, por isso, poderá ser revisada a
qualquer tempo pelas partes. A revisão da tutela antecipada estabilizada dependerá de uma ação, em autos
apartados, podendo ser requerido o desarquivamento do processo anterior. Nesse caso, o juízo competente
para essa ação será o mesmo juízo da decisão estabilizada.
Pergunta-se: a tutela antecipada poderá permanecer estabilizada para sempre, permitindo à parte
requerer a revisão, a reforma ou a invalidação a qualquer tempo? De acordo com o §5º, do art. 304, a tutela
PERMANECERÁ ESTABILIZADA PELO PRAZO DE DOIS ANOS. Decorrido o prazo de dois anos, a tutela
antecipada torna-se definitiva.
Em razão do prazo acima, faz-se outro questionamento: após os dois anos, se não houver pedido revisional
da parte interessada, há formação da coisa julgada?
1ª CORRENTE – não faz coisa julgada e, portanto, poderá ser revista a qualquer tempo. Registre-se que
essa corrente contraria expressamente o §5º, do art. 304, acima citado, que fixa um lapso para a
revisão.
3ª CORRENTE – findo o prazo de dois anos, há formação da coisa julgada material, com possibilidade de
ação rescisória caso adentre nas hipóteses legais.
Novamente:
Não há consenso para fins de prova de concurso público, nem mesmo questões anteriores retrataram o tema
de modo a nos conceder segurança. O entendimento que tende a se consolidar é no sentido de que não é
cabível ação rescisória nos casos de estabilização da tutela antecipada urgência, conforme o Enunciado 33
do Fórum Permanente e Processualistas Civis.
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A disciplina da tutela cautelar requerida em caráter antecedente está disciplinada nos arts. 305 ao 310 do
CPC. O caput, do art. 305, indica que a ação cautelar antecedente deve conter:
Sigamos!
Distribuída a ação, o réu será citado para apresentar defesa e indicar as provas que pretende produzir no
prazo de 5 dias. Caso não conteste, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor e o processo será
remetido à decisão do magistrado no prazo de 5 dias. Assim, a não apresentação da contestação constitui
presunção das alegações de fato do demandante da probabilidade para a concessão da medida cautelar.
Se o pedido for contestado, o trâmite da ação seguirá o rito comum. Após o trâmite processual, será
proferida sentença a fim de conceder, ou não, a ação cautelar.
Sigamos!
Concedida a tutela, a parte autora tem o prazo de 30 dias para ajuizar a ação principal, sem necessidade de
adiantamento de custas processuais, podendo, inclusive, aditar pedidos na forma do §2º, do art. 308, do
CPC.
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O §1º permite à parte formular o pedido principal conjuntamente com o pedido cautelar.
O dispositivo acima destaca a necessidade de que o pedido principal se refira à tutela cautelar
(referibilidade).
De todo modo, formulado o pedido principal, o magistrado determinará a intimação das partes, por
intermédio dos respectivos advogados, para comparecimento à audiência de conciliação e de mediação, sem
necessidade de citar o réu.
Note que o prazo de aditamento da petição inicial é maior na tutela cautelar. O prazo será de 30 dias,
enquanto que, na tutela antecipada antecedente, o prazo é de 15 dias para a aditar a petição inicial.
Se infrutífera a conciliação, a parte ré sai do ato processual intimada para contestar a ação no prazo de 15
dias.
Assim:
Sigamos!
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Para a prova...
exceto no caso de
não impede o
reconhecimento de
ajuizamento da ação
prescrição ou
principal
decadência
O INDEFERIMENTO DA
TUTELA CAUTELAR
não influencia o
julgamento da ação
principal
4 - Tutela de Evidência
A tutela de evidência trabalha com a ideia de que a probabilidade do direito do autor é alta e a defesa possui
pouca seriedade a fim de poder influenciar o provimento final. Desse modo, a concessão da tutela de
evidência independe de demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
A probabilidade do direito para a concessão da tutela de evidência deve ser altíssima, de modo que a
doutrina tem se manifestado no sentido de que a verossimilhança para a concessão da tutela de evidência
deve ser muito superior àquela verificada na prática quando do requerimento formulado pela parte em
tutelas de urgência.
Para nosso estudo é relevante compreender bem as quatro hipóteses descritas no art. 311, do CPC:
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IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
Antes de analisar cada uma dessas hipóteses, cumpre observar que não existe impedimento para que
procedimentos específicos disciplinem outras hipóteses de tutela de evidência.
Nesse caso, é necessário ouvir o réu para a concessão da tutela de evidência, não podendo ser concedida
liminarmente.
Trata-se de uma hipótese em que a tutela de evidência é concedida com intuito punitivo, como uma sanção
à parte que agir de má-fé ou que provoque empecilhos ao regular andamento do processo, capazes de
comprometer a celeridade e lealdade processuais.
Cita-se, como exemplo, o fornecimento de endereços errados ou incompletos a fim de dificultar a intimação
da testemunha. Outro exemplo referido pela doutrina é a retirada dos autos físicos do cartório e a não
devolução pela parte, não obstante intimação para devolução.
Alegações de fato comprovadas apenas com documentos e tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante.
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Importante destacar que, nesse caso, admite-se a concessão da medida em caráter liminar, em razão do que
dispõe o parágrafo único do art. 311, do CPC.
ação de depósito, quando quem está com algum bem em razão de contrato de depósito e não o entrega
a quem de direito na forma e nos prazos devidos, poderá a parte demandar tutela de evidência com a
cominação de multa em caso de não devolução no prazo fixado.
Do mesmo modo, também se admite a concessão da medida em caráter liminar, em razão do que dispõe o
parágrafo único do art. 311, do CPC.
petição instruída com prova documento suficiente dos fatos constitutivos sem oposição razoável do
réu.
Note que, nesse caso, não é necessário haver entendimento jurisprudencial em caso repetitivo ou súmula
vinculante para subsidiar o pedido.
prova documental;
incapacidade de o réu, documentalmente, causar qualquer dúvida à evidência do direito ou, muito
menos, de produzir contraprova suficiente a contrapor o autor.
Nessa hipótese também é necessário ouvir o réu para a concessão da tutela de evidência, não podendo ser
concedida liminarmente.
Para a prova...
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QUESTÕES COMENTADAS
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1. (IBFC/TRE-PA - 2020) No tocante à disciplina das tutelas provisórias, tal qual previstas no Código de
Processo Civil, assinale a alternativa incorreta.
a) Para a concessão de tutela de urgência ou evidência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
b) A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco
ao resultado útil do processo, quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante, caso
em que o juiz poderá decidir liminarmente.
c) Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação
da tutela de urgência causar à parte adversa, entre outras hipóteses, obtida liminarmente a tutela em caráter
antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias.
d) Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta)
dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não
dependendo do adiantamento de novas custas processuais.
Comentários
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. A caução só será exigida para a concessão de tutela
de urgência (não engloba a tutela de evidência). De acordo com o art. 300, §1º do CPC: "para a concessão
da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir
os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la."
A alternativa B está correta. A alternativa apresenta o caput do art. 311, inciso II e parágrafo único do Código
de Processo Civil.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
A alternativa C está correta. O Código de Processo Civil prevê, no art. 302, inciso II, que "independentemente
da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência
causar à parte adversa, se: (...) II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os
meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias."
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A alternativa D está correta. Trata-se da literalidade do caput do art. 308 do CPC: "Efetivada a tutela cautelar,
o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado
nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas
custas processuais."
Comentários
A questão faz um jogo com os institutos da tutela de urgência e tutela de evidência. Como o próprio nome
diz, a primeira será concedida no caso o juiz verifique uma situação de risco, caso a medida não seja
concedida imediatamente. Já a tutela de evidência tem cabimento quando o direito da parte se encontra
suficientemente demonstrado, sendo desnecessário provar urgência.
3. (INAZ do Pará/CORE-SP - 2019) No que diz respeito à Tutela de Urgência e de Evidência reguladas pelo
Código de Processo Civil vigente, marque a alternativa correta
a) A tutela de urgência de natureza antecipada será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, ainda que exista perigo
de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
b) O juiz não poderá exigir caução real ou fidejussória, pois não há obrigação nesse sentido prevista no atual
Código de Processo Civil.
c) A concessão da Tutela de Evidência independe da demonstração de perigo de dano ou de risco ao
resultado útil do processo quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da outra parte.
d) Concedida a tutela antecipada em caráter antecedente, o autor deverá aditar a inicial, complementando
sua argumentação, juntando novos documentos e confirmando o pedido de tutela final, no prazo legal de 30
(trinta) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar.
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e) O Novo Código de Processo Civil traz a possibilidade da tutela de urgência ser concedida em caráter
liminar, não trazendo, contudo, a possibilidade de concessão após audiência de justificação prévia, pois,
neste caso, perderia sua natureza provisória.
Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 311, I, do CPC, a concessão da
tutela de evidência não depende da demonstração de perigo de dano/risco ao resultado útil do processo
quando haja abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório da parte adversa. Confira a
redação do dispositivo:
A alternativa A está incorreta. A tutela de urgência é tutela provisória concedida pela forma de satisfação
antecipada do direito ou pelo deferimento de medida protetiva, quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito (fumus boni juris) e o perigo de dano (periculum in mora) ou o risco ao resultado
útil do processo, isto é, risco de que sem a medida o litigante possa sofrer perigo de prejuízo irreparável ou
de difícil reparação.
A tutela de urgência de natureza antecipada será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, mas ela não será
concedida se houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão concessiva da tutela. Neste sentido,
o art. 300, §3º, do CPC:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo
de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
A alternativa B está errada. Para conceder a tutela de urgência, o juiz pode exigir caução real ou fidejussória,
podendo dispensá-la se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. Neste sentido, veja
o art. 301, § 1º, do CPC:
§1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real
ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo
a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
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A assertiva D está incorreta. A tutela provisória antecedente é aquela que deflagra o processo em que se
pretende, no futuro, pedir a tutela definitiva. É requerimento anterior à formulação do pedido de tutela
definitiva e tem por objetivo adiantar seus efeitos. Primeiro, pede-se a tutela provisória; só depois, pede-se
a tutela definitiva. Concedida a tutela antecipada em caráter antecedente, o autor deverá aditar a inicial,
complementando sua argumentação, juntando novos documentos e confirmando o pedido de tutela final,
no prazo legal de 15 dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar. Neste sentido, o art. 303, § 1º, I, do CPC:
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do processo.
A alternativa E está errada. O CPC/2015 traz a possibilidade da tutela de urgência ser concedida em caráter
liminar e a possibilidade de concessão após audiência de justificação prévia, não perdendo neste último caso
sua natureza provisória. Justificação prévia é a oitiva da parte contrária antes da concessão da tutela de
urgência.
§2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
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Comentários
A alternativa E está correta. Qualquer espécie de tutela provisória pode ser concedida incidentalmente.
Significa que já estando em trâmite o processo de conhecimento, ou de execução, basta à parte apresentar
petição devidamente fundamentada requerendo a concessão da tutela provisória cabível no caso concreto.
Também poderá fazer o pedido de tutela provisória como tópico da petição inicial. Sendo o pedido de tutela
provisória feito incidentalmente, o art. 295, do CPC, dispensa o pagamento de custas. Confira:
Em suma, o requerimento de tutela provisória incidental não depende do pagamento de custas, porque o
processo já está em andamento e a decisão que determinar tal pagamento é recorrível por meio de agravo
de instrumento, conforme determina o art. 1.015, I, do CPC:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
A alternativa A está incorreta. Inicialmente vejamos o quadro comparativo entre a tutela de evidência e de
urgência:
Somente a tutela provisória de urgência pode ser concedida de forma antecedente; a tutela provisória de
evidência não pode ser, de modo que é este o erro da assertiva. Neste sentido, o art. 294, parágrafo único,
do CPC:
A alternativa B está incorreta. Na técnica da estabilização da tutela antecipada o sistema permite que a
tutela provisória deferida conserve sua eficácia independentemente de confirmação por decisão posterior
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de mérito, a ser proferida em cognição exauriente. Sendo extinto o processo com a estabilização da tutela
antecipada, o § 2º do art. 304 do CPC prevê que qualquer das partes poderá ingressar com novo processo
com o objetivo de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada. Essa será uma ação própria,
com o prazo decadencial de 2 anos da decisão que estabiliza os efeitos da tutela antecipada. Neste sentido,
o art. 304 do CPC:
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou
invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput .
Frise-se que esta nova ação não é rescisória, nem com ela se confunde. Isto porque, a previsão expressa de
que não há coisa julgada afasta o cabimento de ação rescisória contra tal decisão, de forma que teremos
uma decisão de mérito no sistema que jamais será impugnável por ação rescisória, ainda que definitiva.
A alternativa C está errada. Para a concessão da tutela de evidência não é necessária a demonstração de
risco ao resultado útil do processo e do perigo de dano (art. 311, caput, do CPC), mas não poderá ser
concedida de maneira liminar, quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa (art. 311, I, do CPC).
Somente podem ser concedidas liminarmente as tutelas de evidência que tenham por fundamento alegações
de fato que podem ser comprovadas documentalmente e sobre as quais haja tese firmada em julgamento
de casos repetitivos ou em súmula vinculante (art. 311, II, do CPC) ou tenham por fundamento pedido
reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito (art. 311, III, do CPC),
conforme determina o art. 311, parágrafo único, do CPC. Confira o CPC:
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
A assertiva D está errada, porque qualquer das partes poderá demandar com o intuito de rever, reformar
ou invalidar a tutela antecipada estabilizada. Neste sentido, o art. 304, § 2º, do CPC:
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Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou
invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput .
Comentários
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida
em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.
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A alternativa A está correta, pois, segundo consta da redação do art. 300, §1º, do CPC, a medida de
contracautela será dispensada quando o demandante for hipossuficiente econômico. Confira:
§1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real
ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo
a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-
la.
A assertiva B está certa, porque equivale ao entendimento do STJ, divulgado no Informativo 505, de que o
autor da ação responde objetivamente pelos danos sofridos pela parte adversa decorrentes da antecipação
de tutela que não for confirmada em sentença, independentemente de pronunciamento judicial e pedido
específico da parte interessada. Segundo a redação do art. 302, I, do CPC/2015, constitui-se a obrigação de
reparar se a sentença for desfavorável à parte de obteve a tutela de urgência:
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo
prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
A alternativa C está correta, porque está de acordo com a jurisprudência do STJ. Cite-se, neste sentido, o
AgInt. nos EDcl. no AREsp. 1.057.249/AM:
6. (CS UFG/SANEAGO – 2018) São requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência, nos
termos do Código de Processo Civil:
a) abuso de direito e manifesto propósito protelatório da parte.
b) probabilidade do direito e manifesto propósito protelatório da parte.
c) perigo de dano e tese firmada em julgamento de recursos repetitivos ou em súmula vinculante.
d) probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. São requisitos para a concessão da tutela de urgência
a probabilidade do direito (fumus boni juris) e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo
(periculum in mora). Veja a redação do art. 300, caput, do CPC:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
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A assertiva A está incorreta, porque o abuso de direito de defesa e o manifesto propósito protelatório da
parte são requisitos para a concessão da tutela de evidência. Neste sentido, o art. 311, I, do CPC:
A alternativa B está errada, porque a probabilidade do direito é um dos requisitos da tutela de urgência (art.
300, caput, do CPC) e o manifesto propósito protelatório da parte é um dos requisitos da tutela de evidência
(art. 311, I, do CPC). Confira o CPC:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
A assertiva C está errada, pois o perigo de dano é um dos requisitos da tutela de urgência (art. 300, caput,
do CPC) e a tese firmada em julgamento de recursos repetitivos ou em súmula vinculante é um dos requisitos
da tutela de evidência (art. 311, II, do CPC). Veja o CPC:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
7. (NC-UFPR/FOZPREV – 2018) Sobre o regime da defesa do réu, da tutela provisória e da coisa julgada
no CPC, assinale a alternativa correta.
a) A incompetência relativa deve ser alegada mediante exceção de incompetência, atendidas as formalidades
estabelecidas no Código de Processo Civil.
b) A antecipação de tutela concedida estabiliza-se se o réu não apresentar contestação.
c) A coisa julgada não favorece nem prejudica terceiros.
d) Quando alegar sua ilegitimidade ad causam, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica
discutida sempre que tiver conhecimento.
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A alternativa D é a correta e gabarito da questão. O art. 339 do CPC preconiza que é dever do réu a indicação
da parte legítima na ação, ou seja, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida
sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos
prejuízos decorrentes da falta da indicação. Neste sentido, o CPC:
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da
relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as
despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de
indicação.
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de
contestação.
A assertiva B está errada. Não é toda tutela de urgência que pode ser estabilizada, apenas uma única espécie
dela: a tutela antecipada concedida de forma antecedente (art. 304 do CPC). E assim é porque nela a decisão
é satisfativa, ou seja, concede a tutela final antes que o pedido principal tenha sido apresentado ou, ao
menos, antes que ele tenha sido apresentado com a argumentação completa. Veja o CPC:
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
A alternativa C está incorreta. No conceito legal, coisa julgada material é o efeito da decisão de mérito que
a torna imutável e indiscutível (art. 502 do CPC). A coisa julgada material se opera entre as partes entre as
quais é dada a sentença, não podendo prejudicar terceiros; se for para beneficiar a sentença transitada em
julgado pode atingir terceiros. Neste sentido, o art. 506 do CPC:
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando
terceiros.
A assertiva E está errada, porque o art. 678 do CPC permite a antecipação da tutela na ação de embargos de
terceiro. Qualquer das espécies de tutela provisória pode ser concedida nos embargos de terceiro se o juiz
estiver suficientemente convencido das alegações do embargante em juízo de cognição sumária. Veja o CPC:
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8. (IDECAN/IPC – 2018) No âmbito das tutelas provisórias, o atual Código de Processo Civil prevê que a
tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo, quando:
I. Houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante, ainda que as alegações
de fato demandem a produção de prova testemunhal.
II. Ficar caracterizado o manifesto propósito protelatório da parte.
III. Houver o abuso do direito de defesa.
Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) Todos estão corretos.
Comentários
O item I está incorreto, quando haja tese firmada em julgamento de repetitivos ou súmula vinculante que
dependa da produção de prova testemunhal, não será possível a concessão da tutela de evidência, haja vista
que as alegações de fato demandam produção de prova testemunhal; apenas é possível a concessão de
tutela de evidência se as alegações pudessem ser provadas somente com prova documental, nos termos do
art. 311, II, do CPC:
Os itens II e III estão certos, porque de acordo com o art. 311, I, do CPC restou previsto como requisito para
a concessão da tutela de evidência o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da
parte. Confira o CPC:
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Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois apenas os itens II e III estão certos.
9. (IBFC/TRF 2 – 2018) Caio requereu, como tutela provisória de urgência, em caráter antecedente, o
bloqueio de cem mil reais, na conta-corrente de Tício, a título de garantia para a eventual procedência
de pedido de condenação pecuniária em face do mesmo, tendo o juiz deferido a medida, que não foi
impugnada. Em seguida, o juiz considerou estabilizada a demanda e extinguiu o processo sem o
julgamento do mérito. Em relação ao caso descrito, pode-se afirmar que:
a) o processo deveria ser extinto com o julgamento do mérito.
b) o juiz deveria ter aguardado a contestação, tendo em vista que a impugnação à estabilização pode ser
realizada na contestação.
c) a tutela provisória concedida não é suscetível de estabilização.
d) o juiz deveria ter indeferido a tutela em questão porque não cabível em caráter antecedente.
e) o juiz deveria ter aplicado o princípio da fungibilidade à hipótese.
Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, porque a tutela provisória concedida não é suscetível
de estabilização, haja vista que se trata de tutela cautelar concedida para garantir o futuro cumprimento da
sentença.
Frise-se, que não é toda tutela de urgência que pode ser estabilizada, mas tão somente a tutela antecipada
concedida de forma antecedente, nos termos do art. 304 do CPC, pois nela a decisão é satisfativa, i.e.,
concede-se a tutela final antes que o pedido principal tenha sido apresentado ou, ao menos, antes que ele
tenha sido apresentado com a argumentação completa. Neste sentido, o caput dos arts. 303 e 304 do CPC:
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do processo.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
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A alternativa A está incorreta, porque quando há estabilização da tutela antecipada antecedente o processo
deve ser extinto sem julgamento do mérito, uma vez o pedido não é ainda objeto do processo, só sendo a
ele levado com o aditamento da petição inicial pelo autor. Neste sentido, o art. 304, §1º, do CPC:
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
A assertiva B está errada, porque o instrumento cabível para impugnar a estabilização é o agravo de
instrumento, nos termos do art. 1.015, I, do CPC:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
A alternativa D está incorreta. Nos termos do art. 303, caput, do CPC, quando a urgência for contemporânea
à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação
do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou
do risco ao resultado útil do processo. Como se pode notar do dispositivo legal, não se trata propriamente
de uma petição inicial, mas de um requerimento inicial voltado exclusivamente à tutela de urgência
pretendida. No caso em apreço, era totalmente cabível o pedido de tutela antecipada requerida em caráter
antecedente, haja vista que o autor estava apenas buscando garantir o futuro cumprimento de sentença,
caso a ação que ajuizará seja julgada procedente.
A assertiva E está errada. A fungibilidade entre as tutelas de urgência está prevista no art. 305, parágrafo
único, do CPC, que preconiza que uma vez requerida tutela cautelar em caráter antecedente, caso o juiz
entenda que sua natureza é satisfativa (antecipatória), poderá assim recebê-la, desde que seguindo o rito
correspondente. Veja o CPC:
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se
objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
Ocorre que, no caso disposto no enunciado da questão não comporta a aplicação do princípio da
fungibilidade, porque a tutela possível é só a cautelar antecedente como foi feito.
10. (COSEAC UFF/Pref Maricá – 2018) Acerca da tutela provisória, é correto afirmar que:
a) não conserva sua eficácia se o processo for suspenso, salvo decisão judicial em contrário.
b) ressalvada disposição especial, nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional a
quo.
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c) nos casos de tutela provisória de urgência em caráter antecedente, não é necessário que a parte indique,
na petição inicial visando à tutela de urgência antecipada, o valor da causa incluindo o valor do pedido final.
d) entre as hipóteses de acolhimento de tutela provisória de evidência, não se inclui tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou súmula vinculante.
e) em havendo acolhimento de alegação de decadência ou prescrição da pretensão, a parte responderá
pelos prejuízos que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, independentemente da
reparação por dano processual.
Comentários
A alternativa A está incorreta, porque a tutela provisória conserva sim a sua eficácia caso o processo seja
suspenso, salvo decisão em contrário do juiz. Neste sentido, o art. 296, parágrafo único, do CPC:
A assertiva B está errada, pois nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão ad quem, ou seja,
aquele competente para apreciar o mérito recursal, ressalvada alguma disposição especial. Neste sentido, o
art. 299, parágrafo único, do CPC:
A alternativa C está errada, nos termos do art. 303, §4º, do CPC, nos casos de tutela provisória de urgência
em caráter antecedente é sim necessário que a parte indique, na petição inicial visando à tutela de urgência
antecipada, o valor da causa incluído o valor do pedido final. Veja o CPC:
§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor
da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final.
A assertiva D está incorreta, porque dentre as hipóteses de acolhimento de tutela provisória de evidência,
inclui-se a tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou súmula vinculante, na redação do art. 311, II,
do CPC:
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A alternativa E é a correta e gabarito da questão. A parte responderá, segundo o art. 302, IV, do CPC, pelos
prejuízos que a concessão da tutela de urgência causar, quando o juiz acolher a alegação de decadência ou
prescrição, independe do dano processual (previsto no art. 79 do CPC). Veja o CPC:
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo
prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
11. (FUNRIO/ALERR – 2018) De acordo com o Código de Processo Civil, as tutelas jurisdicional provisórias
serão concedidas pelo magistrado, utilizando o juízo de cognição sumária, e serão de duas espécies: de
urgência e de evidência.
Portanto, pode-se afirmar que a tutela
a) cautelar requerida em juízo, em caráter antecedente, seguirá em processo autônomo.
b) de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
c) da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao
resultado útil do processo, quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa.
d) da evidência será concedida quando houver a demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado
útil do processo, quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito.
Comentários
A assertiva A está errada, pois o CPC/2015 extinguiu o processo cautelar autônomo. No novo regime a tutela
cautelar é tratada como espécie de tutela provisória, baseada na urgência, que pode ser concedida em
caráter antecedente ou incidental, conforme tenha sido requerida antes ou depois do pedido principal, mas
sempre dentro processo cuja efetividade visa assegurar.
A alternativa B está incorreta. A tutela de urgência é concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito (fumus boni juris) e o perigo de dano (periculum in mora) ou o risco ao resultado
útil do processo, isto é, risco de que sem a medida o litigante possa sofrer perigo de prejuízo irreparável ou
de difícil reparação. Neste sentido, o art. 300 do CPC:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
A alternativa C é a correta e o gabarito da questão. De acordo com o art. 311, I, do CPC, a concessão da tutela
de evidência não depende da demonstração de perigo de dano/risco ao resultado útil do processo quando
haja abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório da parte adversa. Confira a redação do
dispositivo:
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A alternativa D está errada. A tutela de evidência, diferente do que ocorre na tutela de urgência, independe
da demonstração de perigo da demora da prestação da tutela jurisdicional, nos termos do art. 311 do CPC.
Quanto às hipóteses de cabimento da tutela de evidência, sua terceira hipótese vem prevista no inciso III do
art. 311 do CPC, que trata das situações de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada
do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob
cominação de multa. Confira a redação do art. 311, III, do CPC:
Comentários
Em contrapartida, são requisitos para a concessão da tutela de urgência a probabilidade do direito (fumus
boni juris) e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (periculum in mora). Veja a redação do art.
300, caput, do CPC:
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Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
A alternativa A está errada. A tutela de evidência é tutela provisória que permite ao juiz antecipar uma
medida satisfativa, transferindo para o réu o ônus da prova porque há a possibilidade de aferir a existência
de elementos que não só evidenciem a probabilidade do direito, mas a sua existência.
De acordo com o art. 311, I, do CPC, a concessão da tutela de evidência não depende da demonstração de
perigo de dano/risco ao resultado útil do processo quando haja abuso do direito de defesa ou manifesto
propósito protelatório da parte adversa. Confira a redação do dispositivo:
As assertiva B e D estão incorretas, porque são requisitos para a concessão da tutela de urgência a
probabilidade do direito (fumus boni juris) E perigo de dano OU risco ao resultado útil do processo (periculum
in mora). Veja a redação do art. 300, caput, do CPC:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Probabilidade Probabilidade
do direito do direito
Tutela Tutela
provisória provisória
de urgência de urgência
Risco ao
Perigo de resultado
dano útil do
processo
A alternativa E está incorreta. Em regra, o juiz primeiro ouve as partes, prestigiando o contraditório, e
somente decide depois. Contudo, poderá haver, em algumas situações específicas, o contraditório diferido
caso em que o juiz pode ouvir as partes depois de decidir, i.e., o contraditório é diferido porque primeiro se
decide e só depois é que se realiza a oitiva das partes.
O contraditório diferido é a exceção no processo civil, sendo permitido nas tutelas de urgência, nos termos
do arts. 9º, parágrafo único, I e art. 300, §2º, do CPC:
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Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente
ouvida.
Por consequência, pelo CPC/2015, não se proferirá decisão contra uma das partes em ouvi-la previamente,
sendo que esse princípio traz em sua essência o oposto do princípio do contraditório diferido.
13. (NC-UFPR/COREN PR – 2018) No que toca ao tratamento legal da tutela provisória, pelo Código de
Processo Civil, assinale a alternativa correta.
a) As tutelas provisórias de urgência e de evidência podem ser requeridas pela via incidental ou antecedente.
b) Para a efetivação da tutela provisória, o magistrado encontra-se adstrito às técnicas típicas de execução
previstas pelo próprio Código de Processo Civil.
c) A caução real ou fidejussória é imprescindível para a concessão de tutela de evidência.
d) Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, pode o autor requerer a tutela
de urgência em caráter antecedente, hipótese em que deverá demonstrar a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
e) Uma das hipóteses para a concessão de tutela de evidência, prevista no Código de Processo Civil é que a
matéria controvertida seja unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total
procedência em casos idênticos.
Comentários
A alternativa D é a correta e gabarito da questão. Nos termos do art. 303, caput, do CPC, quando a urgência
for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela
antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar
e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. Confira o CPC:
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do processo.
A assertiva A está incorreta, porque as tutelas provisórias são dividas em tutela provisória de urgência que
podem ser cautelar ou antecipada, e a tutela de evidência. Ou seja, não há previsão no CPC de tutela de
evidência antecedente. Neste sentido, o art. 294 do CPC:
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A alternativa B está errada. Segundo a previsão do art. 297, caput, do CPC, o juiz poderá determinar as
medidas que considerar adequadas para a efetivação da tutela provisória. O dispositivo legal prevê a
efetivação da tutela provisória e não a execução da decisão concessiva de tutela provisória. O termo
efetivação na realidade significa execução da tutela, que não dependerá de processo autônomo,
desenvolvendo-se por mera fase procedimental. Confira o art. 297 do CPC:
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação
da tutela provisória.
A assertiva C está incorreta. A fim de garantir a efetiva indenização dos prejuízos que eventualmente o
requerido venha a sofrer, se entender que existe risco de que sobrevenham, o juiz pode determinar a
prestação de caução como condição para a concessão da tutela de urgência. Neste sentido, o art. 300, §1º,
do CPC:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real
ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo
a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
A alternativa E está errada, pois não há previsão de tais requisitos para a concessão da tutela de evidência
no CPC. A tutela de evidência, prevista no art. 311 do CPC, independe da demonstração da demora da
prestação jurisdicional e pode ser concedida nas seguintes hipóteses:
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
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14. (IBADE/IPM JP – 2018) Sobre o instituto da tutela provisória, está correto afirmar que:
a) a tutela de evidência só pode ser concedida liminarmente nos casos de prova exclusivamente documental
apresentada pelo autor. acompanhada de tese firmada em casos repetitivos ou súmula vinculante, ou
quando se tratar de pedido reipersecutório, com prova documental do contrato de depósito.
b) a concessão de tutela provisória em caráter incidental depende do pagamento das respectivas custas.
c) na tutela de evidência, exige-se a comprovação do requisito do risco de dano grave, irreparável ou de
difícil reparação.
d) a tutela de urgência pode ser concedida mesmo nos casos em que houver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão.
e) não é cabível em grau recursal.
Comentários
A alternativa A é a correta e gabarito da questão. Na tutela de evidência não é necessário demonstrar risco
ao resultado útil do processo e o perigo de dano (art. 311, caput, do CPC), e só poderá ser concedida de
maneira liminar, quando tenha por fundamento alegações de fato que podem ser comprovadas
documentalmente e sobre as quais haja tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante (art. 311, II, do CPC) ou tenham por fundamento pedido reipersecutório fundado em prova
documental adequada do contrato de depósito (art. 311, III, do CPC), conforme determina o art. 311,
parágrafo único, do CPC.
A assertiva B está incorreta. Qualquer espécie de tutela provisória pode ser concedida incidentalmente. Ou
seja, já estando em trâmite o processo de conhecimento ou de execução basta à parte apresentar petição
devidamente fundamentada pleiteando a concessão da tutela provisória cabível no caso concreto. Nesse
caso, não há necessidade de recolhimento em separado. Neste sentido, o art. 295 do CPC:
A alternativa C está errada, porque a tutela de evidência não dependerá da demonstração de risco de dano
grave, irreparável ou de difícil reparação e poderá ocorrer até nas situações em que os efeitos da decisão
sejam irreversíveis, porque a reversibilidade não é pressuposto dela. Neste sentido, o art. 311, caput, do
CPC:
A assertiva D está incorreta. A tutela de urgência de natureza antecipada será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo, mas ela não será concedida se houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão concessiva
da tutela. Neste sentido, o art. 300, §3º, do CPC:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
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§3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo
de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
A alternativa E está errada, pois a tutela provisória poderá requerida e, eventualmente, concedida, em
qualquer momento durante a pendência do processo, desde que presentes os requisitos. Assim, não há
nenhum impedimento para que seja requerida em sede de recurso, desde que pendente o processo.
Observe que o parágrafo único do art. 299, do CPC, menciona que a tutela pode ser requerida em recurso:
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao
juízo competente para conhecer do pedido principal.
15. (Legalle/MPE-GO – 2018) Segundo o Código de Processo Civil, afirma-se que independentemente da
reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência
causar à parte adversa se obtida liminarmente em caráter antecedente, não fornecer os meios
necessários para a citação do requerido em que prazo?
a) 30 dias.
b) 10 dias.
c) 5 dias.
d) 3 dias.
Comentários
A alternativa C é a correta e gabarito da questão. A parte responderá, segundo o art. 302, II, do CPC, pelos
prejuízos que a efetivação da tutela de urgência causar à parte contrária quando não fornecer os meios
necessários à citação do requerido em 5 dias. Confira:
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo
prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
16. (MPE-MS/MPE-MS – 2018) A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. A esse
respeito, é correto afirmar:
a) A tutela cautelar de urgência não pode ser efetivada mediante arresto, sequestro ou arrolamento de
bens, porquanto sujeitos a procedimento cautelar específico.
b) Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação e a petição inicial pode limitar-se
ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, se concedida a tutela
antecipada, o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada
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de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em quinze dias ou em outro prazo fixado
pelo juiz.
c) A tutela de evidência será concedida se demonstrado perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo, quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da
parte ou se as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante.
d) A petição inicial, na ação judicial que pleiteia tutela cautelar em caráter antecedente, indicará a lide e o
seu fundamento, a exposição sumária do direito que se visa assegurar e o perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo, porém será a petição inicial indeferida se o pedido tiver natureza antecipatória.
e) Concedida a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de trinta dias,
em autos apartados e mediante a complementação de custas processuais.
Comentários
A assertiva B é a certa e gabarito da questão. Nos termos do art. 303, caput, do CPC, quando a urgência for
contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada
e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo
de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
Neste caso, concedida a tutela antecipada em caráter antecedente, o autor deverá aditar a inicial,
complementando sua argumentação, juntando novos documentos e confirmando o pedido de tutela final,
no prazo legal de 15 dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar. Neste sentido, o art. 303, § 1º, I, do CPC:
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do processo.
A alternativa A está incorreta. No período de vigência do CPC/73 havia a previsão de cautelares típicas (ou
nominadas), previstas em um rol exemplificativo na lei processual. Contudo, o CPC/15 não prevê mais
cautelares típicas, mas em seu art. 301 prevê que a tutela cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida
idônea para asseguração do direito. Confira o CPC:
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer
outra medida idônea para asseguração do direito.
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A assertiva C está errada, pois a tutela de evidência independe de demonstração de perigo de dano ou risco
e dentre as hipóteses para sua concessão, estão as situações em que ficar caracterizado o abuso do direito
de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte ou quando as alegações de fato puderem ser
comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em
súmula vinculante. Veja o CPC:
A assertiva D está incorreta. Nos termos do art. 305, caput, do CPC a petição inicial da ação que visa à
prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária
do direito que se visa assegurar e o perigo na demora da prestação da tutela jurisdicional. Veja o CPC:
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se
objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Ademais, caso o magistrado entenda que o pedido tenha natureza antecipada, deverá observar o
procedimento da tutela antecipada requerida em caráter antecedente. Logo, a assertiva está errada.
A alternativa E está incorreta, pois sendo deferido o pedido de tutela cautelar formulada em caráter
antecedente e havendo sua efetivação, o autor terá o prazo de 30 dias para formular o pedido principal por
meio de emenda da petição inicial (i.e., nos mesmos autos em que deduzida a cautelar), sem a necessidade
de complementar as custas processuais, nos termos do art. 308 do CPC:
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no
prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que
deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas
processuais.
17. (MPE-MS/MPE-MS – 2018) A requerimento da parte, o juiz poderá antecipar, total ou parcialmente, os
efeitos da tutela judicial pretendida. Assinale a alternativa correta.
a) O autor da ação não responde pelos danos sofridos pela parte contrária decorrentes da antecipação de
tutela que não for confirmada em sentença.
b) A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, não podendo ser revogada ou
modificada, salvo no caso de interposição de recurso.
c) Ainda que requerida em caráter incidental, a tutela provisória depende do pagamento de custas.
d) É possível a antecipação da tutela em sede de recurso, desde que presentes os requisitos legais.
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Comentários
A alternativa D é a correta e gabarito da questão. No tocante aos processos em que haja recurso interposto,
após essa interposição cabe à parte interessada requerer a concessão de tutela provisória perante o tribunal
competente para julgar o mérito recursal. Ou seja, é possível a concessão de tutela provisória em grau
recursal. Neste sentido, os arts. 299 e 932, II, do CPC:
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao
juízo competente para conhecer do pedido principal.
[...]
A alternativa A está errada, porque a parte responderá, segundo o art. 302, I, do CPC, pelos prejuízos que a
efetivação da tutela de urgência causar à parte contrária quando a sentença lhe for desfavorável. Confira:
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo
prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
A assertiva B está incorreta. Segundo a previsão do art. 296, caput, do CPC, a tutela provisória conserva sua
eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. A regra legal
reforça a compreensão de que tanto a tutela de urgência como a tutela da evidência são tutelas provisórias,
que não existem para durar eternamente. Veja o CPC:
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
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A assertiva C está errada. Qualquer espécie de tutela provisória pode ser concedida incidentalmente. Sendo
o pedido de tutela provisória feito incidentalmente, o art. 295 do CPC dispensa o pagamento de custas.
Confira:
A alternativa E está incorreta. Segundo a previsão do art. 304, caput, do CPC, a tutela antecipada concedida
anteriormente só não se estabiliza na hipótese de interposição de recurso pelo réu, que embora não esteja
indicado expressamente no dispositivo legal, é o agravo de instrumento, nos termos do art. 1.015, I, do CPC.
Havendo a interposição do agravo de instrumento pelo réu, estará afastada a estabilização da tutela
antecipada concedida de forma antecedente, independentemente do resultado do recurso.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
18. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS – 2018) Nos termos do Código de Processo Civil em vigor, concedida a tutela
antecipada, o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a
juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, não havendo outro prazo
fixado pelo juiz, em
a) cinco dias
b) dez dias
c) quinze dias
d) vinte dias
e) trinta dias
Comentários
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do processo.
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19. (IESES/TJ-AM – 2018) Em relação a tutela provisória no Código de Processo Civil, é INCORRETO:
a) Na tutela da evidência será exigido conforme norma expressa no Código de Processo Civil, a demonstração
de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
b) Na tutela de urgência, deferida em caráter antecedente, o réu será citado e intimado para audiência de
conciliação ou de mediação, e não havendo autocomposição, o prazo para contestar terá sua fluência da
negativa de acordo.
c) Na tutela de urgência, independente da natureza da medida, cautelar ou antecipada os requisitos legais
para devida concessão são respectivamente, a probabilidade do direito e o risco de dano ou resultado útil
do processo, podendo ser dispensada a caução, caso a parte interessada comprove a sua hipossuficiência.
d) As decisões interlocutórias que dizem respeito a tutela provisória serão recorríveis via agravo de
instrumento, já as sentenças que confirmam, concedem, ou revogam a tutela provisória serão recorríveis
por meio de apelação, a qual será desprovida de efeito suspensivo.
Comentários
A alternativa B está correta. Caso seja concedida tutela antecipada antecedente, o réu será citado e intimado
a comparecer a uma audência de conciliação e mediação. Caso não haja autocomposição, será iniciado o
prazo para o réu contestar do próprio ato. Neste sentido, o art. 303, §1º, II e III, do CPC:
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do processo.
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art.
335.
A assertiva C está certa, uma vez que com o CPC/2015, houve a uniformização dos requisitos para a
concessão das tutelas cautelares e antecipadas. Em termos gerais, os requisitos para a concessão da tutela
antecipada passaram a ser iguais aos exigidos para a concessão da tutela cautelar, quais sejam: (a)
probabilidade do direito; e (b) perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Neste sentido, o art.
300 do CPC:
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Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
A diferença entre as tutelas cautelares e antecipadas é a seguinte: enquanto a tutela cautelar busca
resguardar o resultado final do processo, a tutela antecipada antecipa a concessão do bem da vida
pretendido com o processo.
Ademais, segundo consta da redação do art. 300, §1º, do CPC, a medida de contracautela será dispensada
quando o demandante for hipossuficiente econômico. Confira:
§1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real
ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo
a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-
la.
A assertiva D está correta, porque o recurso cabível contra a concessão da tutela provisória pelo juízo de
primeira instância depende da natureza do provimento judicial que a concede: quando é concedida no curso
do processo, a decisão concessiva tem natureza jurídica de decisão interlocutória impugnável por agravo de
instrumento (art. 1.015, I, do CPC); quando é concedida na sentença o recurso cabível é a apelação (art.
1.013, §5º, do CPC). Veja o CPC:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
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b) Segundo o Código de Processo Civil, a tutela provisória de urgência antecipada pode ser concedida em
caráter antecedente ou incidental, mas a tutela provisória de urgência cautelar não poderá ser apresentada
em caráter incidental.
c) O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória, mas
a tutela concedida não conservará a sua eficácia nos períodos em que o processo estiver suspenso.
d) Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se
ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do
direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. Nesse caso, caso
entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional
obrigatoriamente indeferirá a petição inicial.
e) A tutela antecipada antecedente torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o
respectivo recurso, caso em que tal decisão estará sujeita aos efeitos da coisa julgada, tornando-se imutável
e indiscutível.
Comentários
A alternativa correta e gabarito da questão é a letra A. A tutela provisória é proferida mediante cognição
sumária, ou seja, o juiz, ao concedê-la, ainda não tem acesso a todos os elementos de convicção a respeito
da controvérsia jurídica. Entretanto, essa espécie de tutela poderá ser concedida mediante cognição
exauriente, quando o juiz a concede em sentença. A concessão da tutela provisória é fundada em juízo de
probabilidade, ou seja, não há certeza da existência do direito da parte, mas uma aparência de que esse
direito exista. É consequência natural da cognição sumária realizada pelo juiz na concessão dessa espécie de
tutela. Se ainda não teve acesso a todos os elementos de convicção, sua decisão não será fundada na certeza,
mas na mera aparência – ou probabilidade – de o direito existir.
A alternativa B está incorreta, porque a tutela provisória de urgência cautelar pode ser concedida em caráter
antecedente ou incidental. Veja o art. 294, do CPC:
A assertiva C está errada, pois a tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo. Veja o
CPC:
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação
da tutela provisória.
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A alterativa D está incorreta, porque no caso de tutela antecipada requerida em caráter antecedente, caso
não haja elementos para a concessão da tutela, o órgão jurisdicional deverá determinar a emenda da petição
inicial. Confira o § 6º, do art. 303, do CPC:
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do processo.
§6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser
indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.
A assertiva E está errada, porque a decisão que concede a tutela antecipada antecedente não faz coisa
julgada. Confira o CPC:
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida
em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do §2º deste artigo.
21. (FUNRIO /ALE-RR - 2018) André, menor impúbere, beneficiário do plano de saúde coletivo Z, começa a
sentir fortes dores abdominais, vomitando durante a madrugada, e é socorrido por seus pais que o
levaram para o Hospital Y, credenciado ao plano de saúde. O pediatra que fez o atendimento inicial de
André diagnosticou um quadro clínico muito grave, com risco de morte, sendo necessário o imediato
encaminhamento do menor para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital. Os funcionários
administrativos do hospital entraram em contato com o plano de saúde Z, pedindo autorização para
internação e cirurgia do menor, mas a autorização foi negada, uma vez que André ainda não havia
cumprido o período de carência exigido em contrato. Ao saber a resposta do plano de saúde, a mãe,
que é advogada, resolve elaborar uma petição de ação de obrigação de fazer com pedido de tutela
provisória numa das varas cíveis da Comarca Capital do Tribunal de Justiça X.
Diante do caso hipotético apresentado e, levando-se em consideração o Código de Processo Civil no que
tange à utilização do instituto da tutela provisória, assinale a alternativa CORRETA.
a) Devido à urgência do caso, contemporânea à propositura da ação, a petição inicial poderá limitar-se
simplesmente ao requerimento da tutela antecipada, com a exposição do direito que se busca realizar e do
perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
b) A petição inicial da ação de obrigação de fazer, que visa também à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente, indicará somente a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar.
c) Devido à urgência do caso, contemporânea à propositura da ação, a petição inicial que será redigida
poderá limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido final. Concedida a tutela
antecipada, o autor deverá aditar a petição inicial em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz
fixar.
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d) Para que o magistrado conceda a tutela de evidência em favor de André, autorizando sua internação no
CTI do hospital, bem como a cirurgia; a petição inicial deverá obrigatoriamente demonstrar a existência de
perigo de dano e risco ao resultado útil do processo.
Comentários
A alternativa A esta incorreta. De acordo com o art. 303, do CPC, nos casos em que a urgência for
contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se (i) ao requerimento da tutela
antecipada e (ii) a indicação do pedido de tutela final. Como podemos ver, não basta que ela se limite,
simplesmente, ao requerimento da tutela antecipada.
A alternativa B também está incorreta. Do mesmo modo, não basta que a petição inicial exponha, apenas,
sumariamente, o direito que se objetiva assegurar. É preciso que a petição inicial traga (i) o requerimento da
tutela antecipada e (ii) a indicação do pedido de tutela final.
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do processo.
E a alternativa D, por fim, está incorreta. O caso não trata de tutela de evidência, mas sim, de tutela de
urgência. Ainda que tratasse, nos casos de tutela de evidência não há a obrigatoriedade de se demonstrar a
existência de perigo de dano e risco ao resultado útil do processo (art. 311, do CPC).
22. (CEBRASPE/PGM-Manaus - 2018) À luz das disposições do CPC relativas aos atos processuais, julgue os
itens subsequentes.
Para a concessão da tutela de evidência, o juiz deverá verificar, além da probabilidade de direito, o perigo
de dano ou de risco ao resultado último do processo.
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LISTA DE QUESTÕES
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1. (IBFC/TRE-PA - 2020) No tocante à disciplina das tutelas provisórias, tal qual previstas no Código de
Processo Civil, assinale a alternativa incorreta.
a) Para a concessão de tutela de urgência ou evidência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
b) A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco
ao resultado útil do processo, quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante, caso
em que o juiz poderá decidir liminarmente.
c) Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação
da tutela de urgência causar à parte adversa, entre outras hipóteses, obtida liminarmente a tutela em caráter
antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias.
d) Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta)
dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não
dependendo do adiantamento de novas custas processuais.
3. (INAZ do Pará/CORE-SP - 2019) No que diz respeito à Tutela de Urgência e de Evidência reguladas pelo
Código de Processo Civil vigente, marque a alternativa correta
a) A tutela de urgência de natureza antecipada será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, ainda que exista perigo
de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
b) O juiz não poderá exigir caução real ou fidejussória, pois não há obrigação nesse sentido prevista no atual
Código de Processo Civil.
c) A concessão da Tutela de Evidência independe da demonstração de perigo de dano ou de risco ao
resultado útil do processo quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da outra parte.
d) Concedida a tutela antecipada em caráter antecedente, o autor deverá aditar a inicial, complementando
sua argumentação, juntando novos documentos e confirmando o pedido de tutela final, no prazo legal de 30
(trinta) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar.
e) O Novo Código de Processo Civil traz a possibilidade da tutela de urgência ser concedida em caráter
liminar, não trazendo, contudo, a possibilidade de concessão após audiência de justificação prévia, pois,
neste caso, perderia sua natureza provisória.
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a) a tutela provisória de urgência, assim como a tutela provisória de evidência, pode ser concedida em
caráter antecedente ou incidente.
b) é cabível ação rescisória no prazo decadencial de dois anos da decisão que estabiliza os efeitos da tutela
antecipada.
c) a tutela de evidência prescinde de risco ao resultado útil do processo e do perigo de dano e poderá ser
concedida de maneira liminar, quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa.
d) apenas o réu poderá demandar com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada
estabilizada.
e) é vedada a exigência de recolhimento de custas para apreciar requerimento de tutela provisória
incidental, cuja decisão, se assim subordiná-lo, é recorrível por meio de agravo de instrumento.
6. (CS UFG/SANEAGO – 2018) São requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência, nos
termos do Código de Processo Civil:
a) abuso de direito e manifesto propósito protelatório da parte.
b) probabilidade do direito e manifesto propósito protelatório da parte.
c) perigo de dano e tese firmada em julgamento de recursos repetitivos ou em súmula vinculante.
d) probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
7. (NC-UFPR/FOZPREV – 2018) Sobre o regime da defesa do réu, da tutela provisória e da coisa julgada
no CPC, assinale a alternativa correta.
a) A incompetência relativa deve ser alegada mediante exceção de incompetência, atendidas as formalidades
estabelecidas no Código de Processo Civil.
b) A antecipação de tutela concedida estabiliza-se se o réu não apresentar contestação.
c) A coisa julgada não favorece nem prejudica terceiros.
d) Quando alegar sua ilegitimidade ad causam, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica
discutida sempre que tiver conhecimento.
e) O Código de Processo Civil veda a antecipação da tutela na ação de embargos de terceiro.
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8. (IDECAN/IPC – 2018) No âmbito das tutelas provisórias, o atual Código de Processo Civil prevê que a
tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo, quando:
I. Houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante, ainda que as alegações
de fato demandem a produção de prova testemunhal.
II. Ficar caracterizado o manifesto propósito protelatório da parte.
III. Houver o abuso do direito de defesa.
Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) Todos estão corretos.
9. (IBFC/TRF 2 – 2018) Caio requereu, como tutela provisória de urgência, em caráter antecedente, o
bloqueio de cem mil reais, na conta-corrente de Tício, a título de garantia para a eventual procedência
de pedido de condenação pecuniária em face do mesmo, tendo o juiz deferido a medida, que não foi
impugnada. Em seguida, o juiz considerou estabilizada a demanda e extinguiu o processo sem o
julgamento do mérito. Em relação ao caso descrito, pode-se afirmar que:
a) o processo deveria ser extinto com o julgamento do mérito.
b) o juiz deveria ter aguardado a contestação, tendo em vista que a impugnação à estabilização pode ser
realizada na contestação.
c) a tutela provisória concedida não é suscetível de estabilização.
d) o juiz deveria ter indeferido a tutela em questão porque não cabível em caráter antecedente.
e) o juiz deveria ter aplicado o princípio da fungibilidade à hipótese.
10. (COSEAC UFF/Pref Maricá – 2018) Acerca da tutela provisória, é correto afirmar que:
a) não conserva sua eficácia se o processo for suspenso, salvo decisão judicial em contrário.
b) ressalvada disposição especial, nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional a
quo.
c) nos casos de tutela provisória de urgência em caráter antecedente, não é necessário que a parte indique,
na petição inicial visando à tutela de urgência antecipada, o valor da causa incluindo o valor do pedido final.
d) entre as hipóteses de acolhimento de tutela provisória de evidência, não se inclui tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou súmula vinculante.
e) em havendo acolhimento de alegação de decadência ou prescrição da pretensão, a parte responderá
pelos prejuízos que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, independentemente da
reparação por dano processual.
11. (FUNRIO/ALERR – 2018) De acordo com o Código de Processo Civil, as tutelas jurisdicional provisórias
serão concedidas pelo magistrado, utilizando o juízo de cognição sumária, e serão de duas espécies: de
urgência e de evidência.
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13. (NC-UFPR/COREN PR – 2018) No que toca ao tratamento legal da tutela provisória, pelo Código de
Processo Civil, assinale a alternativa correta.
a) As tutelas provisórias de urgência e de evidência podem ser requeridas pela via incidental ou antecedente.
b) Para a efetivação da tutela provisória, o magistrado encontra-se adstrito às técnicas típicas de execução
previstas pelo próprio Código de Processo Civil.
c) A caução real ou fidejussória é imprescindível para a concessão de tutela de evidência.
d) Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, pode o autor requerer a tutela
de urgência em caráter antecedente, hipótese em que deverá demonstrar a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
e) Uma das hipóteses para a concessão de tutela de evidência, prevista no Código de Processo Civil é que a
matéria controvertida seja unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total
procedência em casos idênticos.
14. (IBADE/IPM JP – 2018) Sobre o instituto da tutela provisória, está correto afirmar que:
a) a tutela de evidência só pode ser concedida liminarmente nos casos de prova exclusivamente documental
apresentada pelo autor. acompanhada de tese firmada em casos repetitivos ou súmula vinculante, ou
quando se tratar de pedido reipersecutório, com prova documental do contrato de depósito.
b) a concessão de tutela provisória em caráter incidental depende do pagamento das respectivas custas.
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15. (Legalle/MPE-GO – 2018) Segundo o Código de Processo Civil, afirma-se que independentemente da
reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência
causar à parte adversa se obtida liminarmente em caráter antecedente, não fornecer os meios
necessários para a citação do requerido em que prazo?
a) 30 dias.
b) 10 dias.
c) 5 dias.
d) 3 dias.
16. (MPE-MS/MPE-MS – 2018) A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. A esse
respeito, é correto afirmar:
a) A tutela cautelar de urgência não pode ser efetivada mediante arresto, sequestro ou arrolamento de
bens, porquanto sujeitos a procedimento cautelar específico.
b) Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação e a petição inicial pode limitar-se
ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, se concedida a tutela
antecipada, o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada
de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em quinze dias ou em outro prazo fixado
pelo juiz.
c) A tutela de evidência será concedida se demonstrado perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo, quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da
parte ou se as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante.
d) A petição inicial, na ação judicial que pleiteia tutela cautelar em caráter antecedente, indicará a lide e o
seu fundamento, a exposição sumária do direito que se visa assegurar e o perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo, porém será a petição inicial indeferida se o pedido tiver natureza antecipatória.
e) Concedida a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de trinta dias,
em autos apartados e mediante a complementação de custas processuais.
17. (MPE-MS/MPE-MS – 2018) A requerimento da parte, o juiz poderá antecipar, total ou parcialmente, os
efeitos da tutela judicial pretendida. Assinale a alternativa correta.
a) O autor da ação não responde pelos danos sofridos pela parte contrária decorrentes da antecipação de
tutela que não for confirmada em sentença.
b) A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, não podendo ser revogada ou
modificada, salvo no caso de interposição de recurso.
c) Ainda que requerida em caráter incidental, a tutela provisória depende do pagamento de custas.
d) É possível a antecipação da tutela em sede de recurso, desde que presentes os requisitos legais.
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18. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS – 2018) Nos termos do Código de Processo Civil em vigor, concedida a tutela
antecipada, o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a
juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, não havendo outro prazo
fixado pelo juiz, em
a) cinco dias
b) dez dias
c) quinze dias
d) vinte dias
e) trinta dias
19. (IESES/TJ-AM – 2018) Em relação a tutela provisória no Código de Processo Civil, é INCORRETO:
a) Na tutela da evidência será exigido conforme norma expressa no Código de Processo Civil, a demonstração
de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
b) Na tutela de urgência, deferida em caráter antecedente, o réu será citado e intimado para audiência de
conciliação ou de mediação, e não havendo autocomposição, o prazo para contestar terá sua fluência da
negativa de acordo.
c) Na tutela de urgência, independente da natureza da medida, cautelar ou antecipada os requisitos legais
para devida concessão são respectivamente, a probabilidade do direito e o risco de dano ou resultado útil
do processo, podendo ser dispensada a caução, caso a parte interessada comprove a sua hipossuficiência.
d) As decisões interlocutórias que dizem respeito a tutela provisória serão recorríveis via agravo de
instrumento, já as sentenças que confirmam, concedem, ou revogam a tutela provisória serão recorríveis
por meio de apelação, a qual será desprovida de efeito suspensivo.
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d) Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se
ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do
direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. Nesse caso, caso
entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional
obrigatoriamente indeferirá a petição inicial.
e) A tutela antecipada antecedente torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o
respectivo recurso, caso em que tal decisão estará sujeita aos efeitos da coisa julgada, tornando-se imutável
e indiscutível.
21. (FUNRIO /ALE-RR - 2018) André, menor impúbere, beneficiário do plano de saúde coletivo Z, começa a
sentir fortes dores abdominais, vomitando durante a madrugada, e é socorrido por seus pais que o
levaram para o Hospital Y, credenciado ao plano de saúde. O pediatra que fez o atendimento inicial de
André diagnosticou um quadro clínico muito grave, com risco de morte, sendo necessário o imediato
encaminhamento do menor para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital. Os funcionários
administrativos do hospital entraram em contato com o plano de saúde Z, pedindo autorização para
internação e cirurgia do menor, mas a autorização foi negada, uma vez que André ainda não havia
cumprido o período de carência exigido em contrato. Ao saber a resposta do plano de saúde, a mãe,
que é advogada, resolve elaborar uma petição de ação de obrigação de fazer com pedido de tutela
provisória numa das varas cíveis da Comarca Capital do Tribunal de Justiça X.
Diante do caso hipotético apresentado e, levando-se em consideração o Código de Processo Civil no que
tange à utilização do instituto da tutela provisória, assinale a alternativa CORRETA.
a) Devido à urgência do caso, contemporânea à propositura da ação, a petição inicial poderá limitar-se
simplesmente ao requerimento da tutela antecipada, com a exposição do direito que se busca realizar e do
perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
b) A petição inicial da ação de obrigação de fazer, que visa também à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente, indicará somente a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar.
c) Devido à urgência do caso, contemporânea à propositura da ação, a petição inicial que será redigida
poderá limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido final. Concedida a tutela
antecipada, o autor deverá aditar a petição inicial em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz
fixar.
d) Para que o magistrado conceda a tutela de evidência em favor de André, autorizando sua internação no
CTI do hospital, bem como a cirurgia; a petição inicial deverá obrigatoriamente demonstrar a existência de
perigo de dano e risco ao resultado útil do processo.
22. (CEBRASPE/PGM-Manaus - 2018) À luz das disposições do CPC relativas aos atos processuais, julgue os
itens subsequentes.
Para a concessão da tutela de evidência, o juiz deverá verificar, além da probabilidade de direito, o perigo
de dano ou de risco ao resultado último do processo.
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GABARITO
1. A 9. C 17. D
2. INCORRETA 10. E 18. C
3. C 11. C 19. A
4. E 12. C 20. A
5. D 13. D 21. C
6. D 14. A 22. INCORRETA
7. D 15. C
8. C 16. B
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