Você está na página 1de 15

DIREITO ADMINISTRATIVO

Professora Aline Doval

Dicas Finais
Responsabilidade Civil do Estado
No caso de vítima atingida por projétil de arma de fogo durante uma operação policial, é dever do
Estado, em decorrência de sua responsabilidade civil objetiva, provar a exclusão do nexo causal
entre o ato e o dano, pois ele é presumido. (STF – Plenário - ARE 1.382.159 AgR-RJ)

Nos termos do artigo 37 §6º da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil
objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema
prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta
praticada. (RE 608.880, Tema 362, julgado em 14/9/2020)
Responsabilidade Civil do Estado
É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da imprensa ferido por
agentes policiais durante cobertura jornalística, em manifestações em que haja tumulto ou conflitos
entre policiais e manifestantes. Cabe a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva da
vítima, nas hipóteses em que o profissional de imprensa descumprir ostensiva e clara advertência
sobre acesso a áreas delimitadas, em que haja grave risco à sua integridade física. [RE 1.209.429,
rel. Min. Marco Aurélio, red. do ac. Min. Alexandre de Moraes, j.10-6-2021, P, Informativo 1.021,
RG, Tema 1.055.]

1. O Estado responde civilmente por danos causados a profissional de imprensa ferido pela polícia, durante cobertura
jornalística de manifestação popular. A apuração da responsabilidade dá-se na forma da teoria do risco administrativo,
pacificamente aceita pela jurisprudência e pela doutrina.
2. Admite-se a invocação da excludente de responsabilidade civil da culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em que em que o
profissional de imprensa I - descumpra ostensiva e clara advertência sobre o acesso a áreas delimitadas em que haja grave
risco à sua integridade física; ou II - participe do conflito com atos estranhos à atividade de cobertura jornalística.
Responsabilidade Civil do Estado
Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da
CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão geral) (Info 819)

4. O Tribunal de origem decidiu de forma fundamentada pela improcedência da pretensão recursal, uma vez que não se
conseguiu comprovar que a morte do detento foi decorrente da omissão do Estado que não poderia montar vigilância a fim de
impedir que ceifasse sua própria vida, atitude que só a ele competia.
5. Tendo o acórdão recorrido consignado expressamente que ficou comprovada causa impeditiva da atuação estatal protetiva do
detento, rompeu-se o nexo de causalidade entre a suposta omissão do Poder Público e o resultado danoso. Com efeito, o
Tribunal de origem assentou que ocorreu a comprovação de suicídio do detento, ficando escorreita a decisão que afastou a
responsabilidade civil do Estado de Santa Catarina.
Poder de Polícia
Tese fixada pelo STF (RE 633.782)

É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito
privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que
prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não
concorrencial.
Agentes Públicos
Remuneração:

É defeso o pagamento de remuneração em valor inferior ao salário mínimo ao servidor público,


ainda que labore em jornada reduzida de trabalho. [RE 964659 (Tema 900), relator Min. Dias Toffoli,
Plenário, Sessão Virtual de 1.7.2022 a 5.8.2022]
Agentes Públicos
Regime de Subsídios:

STF – Plenário - ADI 5.404-DF

O regime de subsídio não é compatível com a percepção de outras parcelas inerentes ao exercício
do cargo, mas não afasta o direito à retribuição pelas horas extras realizadas que ultrapassem a
quantidade remunerada pela parcela única.
Controle da Administração Pública
Súmula Vinculante 3 – Nos processos perante o TCU asseguram-se o contraditório e a ampla
defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que
beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.

Tema 445: Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada
do processo à respectiva Corte de Contas, em atenção aos princípios da segurança jurídica e da
confiança legítima.

TEMA 899: “É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de Tribunal


de Contas” (RE 636.886)
Controle da Administração Pública
STJ - Primeira Seção - Súmula 615

Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos fundada em


irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências
cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos.

O princípio da intranscendência subjetiva das sanções significa que não poderão ser
impostas sanções e restrições que superem a dimensão pessoal de quem cometeu o delito
e que atinjam pessoas que não tenham sido as causadoras do ato ilícito.
Parcerias com a Sociedade Civil – Lei nº 13.019/2014
Termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse
público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência de recursos
financeiros;

Termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse
público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de
recursos financeiros;

Acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse
público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros.
Bens Públicos
Súmula nº 496, STJ: Os registros de propriedade particular de imóveis situados em terrenos de marinha não
são oponíveis à União.

Súmula 619, STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária,
insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.

As terras devolutas pertencem, em regra, aos Estados-membros, com exceção daquelas indispensáveis à
defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à
preservação ambiental, que são de propriedade da União (STF, informativo 969)

Continuam pertencendo à União os terrenos de marinha situados em ilha costeira que seja sede de Município
(STF, informativo 862).
Intervenção do Estado na Propriedade
O permissivo constitucional para a requisição administrativa de bens particulares, em caso de iminente perigo
público, tem aplicação nas relações entre Poder Público e patrimônio privado, não sendo possível estender a
hipótese às relações entre as unidades da Federação.

Ofende o princípio federativo a requisição de bens e serviços de um ente federado por outro, o que somente se
admitiria excepcionalmente à União durante a vigência de estado de defesa (art. 136, § 1º, II) e estado de sítio
(art. 139, VII).Entre os entes federados não há hierarquia, sendo-lhes assegurado tratamento isonômico,
ressalvadas apenas as distinções porventura constantes na própria CF/88.

Portanto, como as relações entre eles se caracterizam pela cooperação e horizontalidade, tal requisição, ainda
que a pretexto de acudir situação fática de extrema necessidade, importa ferimento da autonomia daquele cujos
bens ou serviços públicos são requisitados, acarretando-lhe incontestável desorganização. STF. Plenário. ADI
3454/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2022 (Info 1059).
Expropriação
Recurso extraordinário. 2. Constitucional. Administrativo. Cultivo ilegal de plantas psicotrópicas. Expropriação.
Art. 243 da CF/88. Regime de responsabilidade. 3. Emenda Constitucional 81/2014. Inexistência de mudança
substancial na responsabilidade do proprietário. 4. Expropriação de caráter sancionatório. Confisco
constitucional. Responsabilidade subjetiva, com inversão de ônus da prova. 5. Fixada a tese: “A expropriação
prevista no art. 243 da CF pode ser afastada, desde que o proprietário comprove que não incorreu em
culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo”. 6. Responsabilidade subjetiva dos proprietários assentada
pelo Tribunal Regional. 7. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 635336, Relator(a): GILMAR
MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 14/12/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL -
MÉRITO DJe-209 DIVULG 14-09-2017 PUBLIC 15-09-2017)
Lei nº 13.709/2018 - Fundamentos
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos:

I - o respeito à privacidade;

II - a autodeterminação informativa;

III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião;

IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;

V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;

VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e

VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o exercício da


cidadania pelas pessoas naturais.
Lei nº 13.709/2018 - Conceitos
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:

I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável;

II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião
política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado
referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa
natural;

V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de tratamento;

Você também pode gostar