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LEI 13.

140/2015 – LEI DA
MEDIAÇÃO

Código de Processo Civil


CONCEITO DE MEDIAÇÃO
 Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a mediação
como meio de solução de controvérsias
entre particulares e sobre a
autocomposição de conflitos no âmbito da
administração pública
 Parágrafo único. Considera-se mediação a
atividade técnica exercida por terceiro
imparcial sem poder decisório, que,
escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e
estimula a identificar ou desenvolver
soluções consensuais para a controvérsia.
OBJETO DA MEDIAÇÃO
(MATÉRIA)
 Lei 13.140/2015.
 Art. 3º - O conflito deve versar sobre direitos
disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que
admitem transação.
 A mediação pode tratar sobre todo o conflito ou
parte dele.
 No caso de direitos indisponíveis, o consenso deve
ser homologado pelo juízo, exigida a oitiva do
Ministério Público.
DIREITOS DISPONÍVEIS
 São aqueles que o titular pode abrir mão, sem
que isto traga prejuízo a sua vida “comum”.
 São direitos que podem ser negociados.
Ex.: o direito ao crédito, o direito à propriedade
(material: bens físicos, como os móveis e os
imóveis; imaterial: autoria e imagem), o direito à
indenização por danos (materiais ou morais), o
direito à obrigação prevista em contrato.
 (A vida e a personalidade daquele que renuncia, a
rigor, não são afetadas.)
DIREITOS INDISPONÍVEIS QUE ADMITAM
TRANSAÇÃO
 São aqueles que o titular, em princípio, não pode
renunciar.
 Admite-se que possam ser negociados, desde que isso
não represente prejuízo irreversível à digna
manutenção de sua vida.
 Ex.: direitos fundamentais da pessoa (direito à
intimidade e à vida privada, o direito à liberdade
(física: ir e vir; intelectual: opinião e expressão), o
direito a bens básicos que garantam sua subsistência
(alimentos).
 (Podem ser negociados desde que dentro dos
parâmetros considerados razoáveis e não
alcancem graus de intensidade passíveis de atingir os
atributos de sua personalidade.
 Acordo - deve ser homologado em juízo, exigida
a oitiva do Ministério Público
NATUREZA JURÍDICA DA MEDIAÇÃO

 Contratual
 Instrumentalizado por duas ou mais vontades
orientadas para um fim comum de contratar uma
terceira pessoa que promova o diálogo entre elas.
 Mecanismo consensual – nasce do acordo entre as
pessoas envolvidas
 Oneroso – remunera o profissional

 Informal – pressupõe regras flexíveis.


MEDIADOR (A)
 É um facilitador, coordenador dos trabalhos
 Instiga a dialética e a comunicação (falar o que
não havia sido dito)
 Fornece elementos para reconhecer valores
relevantes à análise da relação.
 Não sugestiona a tomada de decisão (terceiro
imparcial), de acordo com a corrente da mediação
passiva.
 Precisa ter sensibilidade para identificar a
origem real do conflito e capacidade para levar as
partes a essa percepção.
EXIGEM-SE DO MEDIADOR:

 Conhecimento sobre o processo de mediação para


auxiliar na pacificação do conflito
 Postura ética inatacável para preservar sua
credibilidade
 Manter os seguintes valores: imparcialidade,
independência, confidencialidade, competência,
diligência
 Humildade – os principais atores devem ser os
mediados.
 Acolhimento das partes e de seus advogados.
 Mediação judicial – segue o CPC que
contempla todos os procedimentos . Art. 334
 Art. 3º e parágrafos, CPC – já demonstram a
intenção do legislador em adotar os métodos
adequados de solução de conflitos.
 Art. 359, CPC – conciliação ou mediação na
audiência de instrução.
 Art. 565, CPC – incentiva a audiê4ncia de
mediação nos conflitos coletivos pela posse de
imóvel (turbação e esbulho há mais de ano e dia).
 ART. 24 a 29 - da Lei 13.140/2015
 Os mediadores não estão sujeitos à aceitação das
partes.
PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO – ART. 2º DA
LEI 13.140/2015 E ART. 166 DO0 CPC

 I - imparcialidade do mediador –
(independência – não ter vínculo com as partes)
(art. 166 do CPC). O mediador não deve deixar
que seus interesses pessoais influenciem na
condução do procedimento, em especial quanto à
avaliação do comportamento das partes.
 II - isonomia entre as partes (decorre da
imparcialidade);
 III - oralidade;

 IV – informalidade; V – autonomia da vontade


V - AUTONOMIA DA VONTADE DAS
PARTES – CARACTERIZADA POR:

a) Opção dos mediados -


voluntariedade
 b) Escolha dos mediadores pelas
partes –consenso
c) Decisão dos assuntos a serem
abordados - autonomia
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE
DAS PARTES

 d) Administração do
procedimento - Liberdade e
responsabilidade
 e)Compromisso de
comparecimento à primeira
reunião – art. 2º, § 1º da Lei
13.140/2015
 f) encerramento no momento em
que os mediados decidirem -
liberdade
EXCEÇÃO AO DEVER DE
CONFIDENCIALIDADE

 1) o uso das informações autorizado pelas


partes;
 2) as situações exigidas por lei ou necessárias
para o cumprimento do acordo resultante da
mediação (art. 30, caput, da Lei n. 13.140/2015);
 3) informação relativa ao cometimento de
crime de ação pública - art. 30, parágrafo 3º,
Lei n. 13.140/2015 - permite a informação à
administração tributária, após a mediação, para
possibilitar a adequada fiscalização, cuja
atividade também é protegida pelo sigilo
(parágrafo 4º, do art. 30, da Lei n. 13.140/2015).
EFEITOS DA VIOLAÇÃO AO DEVER
DE CONFIDENCIALIDADE

 Resulta na ilicitude de prova oriunda de


procedimento de mediação
 Não será admitida em processo arbitral ou
judicial (parágrafo 2º, do art. 30, da Lei n.
13.140/2015)
 Constitui-se afronta aos deveres da boa-fé e da
lealdade.
 Admite-se a possibilidade de indenização à parte
prejudicada, se constatados danos causados pela
indevida revelação.
PECULIARIDADES DA LEI 13.140/2015
 Dever de Revelação – (Art. 5º) Aplicam-se ao
mediador as mesmas hipóteses legais de
impedimento e suspeição do juiz.

 Parágrafo único. A pessoa designada para atuar


como mediador tem o dever de revelar às
partes, antes da aceitação da função,
qualquer fato ou circunstância que possa
suscitar dúvida justificada em relação à sua
imparcialidade para mediar o conflito,
oportunidade em que poderá ser recusado por
qualquer delas.
PECULIARIDADES DA LEI 13.140/2015

 Art. 8º. O mediador e todos aqueles que o


assessoram no procedimento de mediação,
quando no exercício de suas funções ou em razão
delas, são equiparados a servidor público,
para os efeitos da legislação penal.
A MEDIAÇÃO CONFERE AO JUIZ CAUSA
ESPECÍFICA DE SUSPENSÃO DO PROCESSO

 Art. 16. Ainda que haja processo arbitral ou


judicial em curso, as partes poderão
submeter-se à mediação, hipótese em que
requererão ao juiz ou árbitro a suspensão do
processo por prazo suficiente para a solução
consensual do litígio.
 § 1º É irrecorrível a decisão que suspende o
processo nos termos requeridos de comum acordo
pelas partes.
 § 2º A suspensão do processo não obsta a
concessão de medidas de urgência pelo juiz ou
pelo árbitro.
AUTOCOMPOSIÇÃO COM ENTES
PÚBLICOS
 Art. 32. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão criar câmaras de prevenção e
resolução administrativa de conflitos, no âmbito dos
respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde houver,
com competência para:
 I - dirimir conflitos entre órgãos e entidades da
administração pública;
 II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução
de conflitos, por meio de composição, no caso de
controvérsia entre particular e pessoa jurídica de
direito público;
 III - promover, quando couber, a celebração de termo
de ajustamento de conduta.
 § 1º O modo de composição e funcionamento das
câmaras de que trata o caput será estabelecido em
regulamento de cada ente federado.
AUTOCOMPOSIÇÃO COM ENTES
PÚBLICOS
 § 2º A submissão do conflito às câmaras de que trata
o caput é facultativa e será cabível apenas nos casos
previstos no regulamento do respectivo ente federado.
 § 3º Se houver consenso entre as partes, o acordo será
reduzido a termo e constituirá título executivo
extrajudicial.
 § 4º Não se incluem na competência dos órgãos
mencionados no caput deste artigo as controvérsias
que somente possam ser resolvidas por atos ou
concessão de direitos sujeitos a autorização do Poder
Legislativo.
 § 5º Compreendem-se na competência das câmaras de
que trata o caput a prevenção e a resolução de
conflitos que envolvam equilíbrio econômico-
financeiro de contratos celebrados pela administração
com particulares.
DOS CONFLITOS ENVOLVENDO A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL
DIRETA, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES
 Art. 35. As controvérsias jurídicas que envolvam
a administração pública federal direta, suas
autarquias e fundações poderão ser objeto de
transação por adesão, com fundamento em:
 I - autorização do Advogado-Geral da União, com
base na jurisprudência pacífica do Supremo
Tribunal Federal ou de tribunais superiores; ou
 II - parecer do Advogado-Geral da União,
aprovado pelo Presidente da República.
 § 1º Os requisitos e as condições da transação por
adesão serão definidos em resolução
administrativa própria.

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