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PROCESSO CIVIL

MÓDULO II
Sumário:

- INSTITUTOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL


- MEIOS ALTERNATIVOS PARA SOLUÇÃO DE CONFLITOS
- COMPETÊNCIA INTERNA
- COOPERAÇÃO NACIONAL
- PARTES E PROCURADORES
- LITISCONSÓRCIO
- INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
- JUIZ
- AUXILIARES DA JUSTIÇA
- MINISTÉRIO PÚBLICO
- ADVOCACIA PÚBLICA
- DEFENSORIA PÚBLICA
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em
julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas
repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão
fundamentada.

Lei processual civil no tempo

A lei processual, quando entra em vigor, possui efeito imediato e não retroage.

INSTITUTOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL


A necessidade da jurisdição se justifica na medida em que apenas a previsão de direitos e deveres nas
leis não é suficiente para evitar ou solucionar conflitos. Desse modo, é necessário existir instrumento
capaz, justo e efetivo de solucionar os conflitos, para restabelecer a harmonia nas relações sociais.
Nesse contexto, a partir da divisão de poderes, o Estado cria um poder específico para exercer a função
jurisdicional, cuja atuação é voltada para promoção dessa harmonia social. Com o tempo, houve
fortalecimento da jurisdição estatal. Contudo, continuamos a prever e admitir os outros meios até
então utilizados, como a conciliação, a mediação, a arbitragem. Todas essas formas de resolução de
conflitos coexistem.

O resultado do exercício da jurisdição é a solução da lide existente entre as partes, com a pretensão
última de que ambos (autor e réu) saiam do processo satisfeitos com a solução adotada. Pode-se
afirmar, por tanto, que a satisfação faz parte do conceito de jurisdição.

A jurisdição é inerte, não havendo possibilidade de dar início de ofício ao processo. O processo se
desenvolve a partir da petição inicial, que é o ato processual inaugural da parte autora. Não obstante
essas razões, temos algumas exceções à característica da inércia, tal como o procedimento de
restauração de autos, previsto a partir do art. 712 do CPC. No caso de perda dos autos físicos,
independentemente de quem deu causa, o juízo poderá instaurar de ofício o processo incidente de
restauração de autos que terá por finalidade a reconstituição do processo a partir de cópias e
informações do processo perdido.

A coisa julgada é a principal característica da jurisdição, é a que distingue dos meios consensuais de
solução de conflitos. É a partir da coisa julgada que a sentença se torna definitiva, torna-se lei para as
partes.

Ao contrário do que se afirmou durante muito tempo, o juiz não apenas aplica a lei ao caso concreto.
Para construir uma decisão no caso concreto, busca fundamento no conjunto de normas do nosso
ordenamento jurídico, criando a norma jurídica do caso concreto.
Princípio da investidura: O princípio da investidura envolve a transmissão do poder jurisdicional ao
juiz, que exercerá a atividade jurisdicional. Vale dizer que o princípio implica a necessidade de que
a jurisdição seja exercida pela pessoa legitimamente investida na função jurisdicional. Em nosso
ordenamento, confere-se a prerrogativa de exercer essa função aos magistrados, que podem ser
investidos no cargo por intermédio de concurso público ou por indicação (por exemplo, quinto
constitucional). A ausência da investidura acarreta o vício da inexistência jurídica. Não há, portanto,
processo.

Princípio da territorialidade: A jurisdição é exercida dentro dos limites territoriais brasileiros e com
observância das regras de competência territorial, que buscam distribuir a função jurisdicional entre
os diversos juízos. Trata-se da delimitação da jurisdição dentro de uma circunscrição territorial. Há
situações em que mesmo se tratando de caso que possa ser analisado por juízos no Brasil (e,
portanto, dentro da nossa jurisdição), não é descartada a possibilidade de decisão dada por juízo
estrangeiro. São os casos em que a jurisdição nacional concorre com a internacional e cujas
hipóteses estão disciplinadas nos arts. 21 e 22 do CPC. Por outro lado, temos situações em que a
jurisdição nacional será exclusiva (art. 23, CPC). Nesse caso, a decisão do juízo estrangeiro, por
questões de soberania, não produz qualquer efeito em nosso território.

Princípio da indelegabilidade: Pela perspectiva externa, o princípio da indelegabilidade remete à


ideia de que o Poder Judiciário não poderá outorgar a sua competência a outros poderes. Não pode
o Poder Judiciário delegar a atribuição de julgar os processos aos poderes Executivo ou Legislativo.
Pela perspectiva interna, o princípio da indelegabilidade entende que a jurisdição é fixada por
intermédio de um conjunto de normas gerais, abstratas e impessoais, não sendo admissível a
delegação da competência para julgar de um Juiz para outro. Existem duas exceções (1a exceção:
carta de ordem determinando a prática de atos de instrução em caso de ações originárias de
segundo grau e 2a exceção: execução dos julgados do STF pelo Juiz de primeiro grau por intermédio
de carta de ordem). A expedição de carta precatória não constitui exceção ao princípio da
indelegabilidade, mas ato de cooperação processual. Em razão das regras de competência
territorial, o Juiz deprecante (quem expede a carta) não tem competência para a prática do ato.
Quem possui a competência é o Juiz deprecado (quem recebe a carta). Portanto, o magistrado pede
auxílio ao juiz verdadeiramente competente para a prática de um ato processual que possa instruir
o processo. Veja que, ao contrário do que podemos ser levados a crer, a carta precatória confirma
o princípio da indelegabilidade.

Princípio da inevitabilidade: A jurisdição é inevitável, de modo que as partes estão vinculadas ao


processo judicial e em estado de sujeição. Em síntese, o princípio da inevitabilidade impõe às partes
a vinculação ao processo e a sujeição aos efeitos da decisão judicial.

Princípio da inafastabilidade: A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça
de lesão a direito.
Princípio do juízo natural: Vedação dos tribunais ou órgãos de exceção. Ninguém será julgado a não
ser pela autoridade competente.

MEIOS ALTERNATIVOS PARA SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Nas formas autocompositivas, as partes conferem solução ao litígio autonomamente, com ou sem
intermediação de terceiros. Com auxílio de terceiros temos a conciliação e a mediação. Sem o auxílio
de terceiros, fala-se em reconhecimento jurídico do pedido e em renúncia.

De forma heterônoma, a solução do conflito é determinada por um terceiro, como ocorre na jurisdição
estatal, na arbitragem e nos tribunais administrativos.
Interesse e legitimidade:

Art. 17. PARA POSTULAR EM JUÍZO é necessário ter interesse e legitimidade.

O interesse refere-se à necessidade e utilidade da tutela jurisdicional pedida pelo demandante. O


autor deve demonstrar que o provimento pretendido é capaz de melhorar a sua situação fática a
ponto de justificar o dispêndio de tempo, de energia e de dinheiro no processo.

Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:


I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;

II - da autenticidade ou da falsidade de documento.

A legitimidade refere-se à pertinência subjetiva da ação, ou seja, refere-se à titularidade para


promover ativa ou passivamente a ação. Em regra, terá legitimidade o titular da relação jurídica de
direito material. Esse será o legitimado comum, originário. Há, contudo, algumas especificidades
previstas na legislação que permitem que alguém que não seja o titular do direito possa buscar a tutela
jurisdicional. Nesse contexto, veja o que nos ensina o art. 18 do CPC:

Art. 18. NINGUÉM poderá pleitear direito alheio em nome próprio, SALVO quando autorizado pelo
ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá
intervir como assistente litisconsorcial.

Para facilitar a compreensão, vamos citar alguns exemplos:

O MP poderá ajuizar uma ação civil pública para tutelar interesses coletivos da população ribeirinha,
prejudicada pela emissão de poluentes despejados no rio por empresa mineradora.

Associação de direito das pessoas com deficiência poderá ajuizar ação coletiva para pleitear a
observância de regras de acessibilidade nos órgãos municipais.

Nos dois casos acima, existe lei específica que autoriza que ambos pleiteiem direito alheio em nome
próprio. Note que a emissão de poluentes não prejudica diretamente o Ministério Público, mas a
população ribeirinha. Perceba também que a não observância das regras de acessibilidade pelos
órgãos municipais não prejudica a associação, mas as pessoas com deficiência que eventualmente
necessitarem de atendimento por tais órgãos. Nesses casos, outros são os titulares da relação jurídica
material, mas a ação, por lei, poderá ser ajuizada respectivamente pelo MP e pela associação.

Elementos da Ação:

De forma bastante simples para que eu tenha uma ação será necessário haver partes (pelo menos um
autor e um réu). Essas partes pretendem um objeto (que se materializa na ação pelo pedido). Para
que a prestação da tutela jurisdicional lhe seja favorável deverão trazer fatos consistentes e
fundamentá-los juridicamente, ou seja, irão expor a causa de pedir.

As partes são os sujeitos que participam da relação jurídica, quem figura na ação como autor ou réu.
A causa de pedir é o que fundamenta o pedido, são as razões do pedido. De modo simples, somente
posso pedir algo para o juiz, caso lhe conte uma história e lhe mostre que está de acordo com o
direito. Assim, eu preciso provar os fatos (a história) e argumentar os fundamentos jurídicos.

O pedido é o objeto da ação, consiste na pretensão do autor que é levada ao Estado-Juiz, que irá
prestar a tutela jurisdicional sobre essa pretensão.
Um processo somente existirá se existirem os sujeitos principais do processo – parte autora e parte
ré – e o juiz. Além disso, faz-se necessário haver uma demanda, um conflito, uma lide. Sem eles, não
há processo. São elementos que marcam a existência do processo.

O processo existente necessita observar, ainda, requisitos de validade os quais permitirão ao processo
transcorrer de forma válida. Não basta haver um juiz, este magistrado deve ser competente e
imparcial. As partes devem possuir capacidade processual, capacidade postulatória e legitimidade
ad causam. Além disso, necessário observar regras formais e não incorrer em situações jurídicas que
limitam a possibilidade de o processo transcorrer validamente, como é o caso da perempção,
litispendência, coisa julgada ou convenção de arbitragem. Necessário, ainda, que haja interesse de
agir.
As partes devem possuir capacidade processual, ou seja, devem ter condições de titularizar relações
jurídicas processuais e, para tanto, devem ser capazes para a prática de atos da vida civil.

A capacidade postulatória, portanto, decorre da outorga de instrumento de procuração a um


advogado.

A legitimidade ad causam envolve a discussão a respeito da pertinência subjetiva da ação. Se a parte


for a titular do direito material que pretende discutir em juízo poderá ser autora ou ré.

• Não poderá ocorrer no processo situação de perempção. A perempção constitui uma sanção
a ser aplicada à parte autora que, por sucessivas vezes, ajuizou e abandonou o processo. Se o
autor der causa a três abandonos sucessivos do processo, o juiz imporá a pena de perempção.
Como resultado, caso a parte insista em ajuizar a ação, o processo será existente, mas não
válido.

• Não poderá ocorrer também situação de litispendência. A litispendência envolve a repetição


da mesma demanda. Se a parte já ajuizou a demanda uma vez e o fizer novamente. Esse
segundo ajuizamento gerará um processo, mas que será inválido.
• No caso de convenção de arbitragem, embora dependa de alegação da parte ré, se houver
alegação, a ação será inválida porque as partes se compromissam em legar o processo para
um juízo arbitral e não para um juízo estatal.

• Por fim, faz-se necessário verificar o interesse de agir. Se o ajuizamento da ação for necessária
e trouxer um resultado útil para o demandante, ele terá legitimidade. Caso contrário, ainda
que existente o processo ele será inválido.

Jurisdição internacional concorrente:

Nas hipóteses de jurisdição internacional concorrente admite-se atuação tanto da jurisdição civil
brasileira como da internacional. Em relação à jurisdição internacional, que é excepcional, a sentença
terá validade em nosso território desde que homologada pelo STJ. De forma objetiva, quando
estivermos diante das hipóteses dos arts. 21 e 22, tanto a sentença dada por magistrado brasileiro
quanto por juiz estrangeiro poderão produzir efeitos internamente, desde que, no caso da sentença
estrangeira, seja homologada pelo STJ.

O art. 21 retrata três situações:

ação contra réu domiciliado no Brasil.

ação cujo objeto envolva obrigação que deve ser cumprida no país.

ação cujo fato objeto de discussão tenha sido praticado no Brasil.

O art. 22 retrata mais algumas situações:

ação de alimentos em duas situações específicas:

a) credor domiciliado ou residente no Brasil; ou

b) réu com vínculos no Brasil, que revelem capacidade econômica.

ação decorrente de relação de consumo quando o consumidor tiver domicílio ou residir no Brasil.

ação em que as partes se submetam à jurisdição nacional.

Poderão surgir situações nas quais um mesmo processo seja simultaneamente proposto perante a
jurisdição brasileira e a estrangeira. O art. 24, do CPC, estabelece uma regra: será aplicada a sentença
que transitar em julgado primeiro. Isso significa que ambos os processos podem tramitar
regularmente. Contudo, a sentença estrangeira passará adicionalmente pelo procedimento de
homologação no STJ. Há, entretanto, uma exceção: se entre o país estrangeiro e o Brasil houver um
tratado internacional, ou acordo bilateral, atribuindo regras de prevenção da competência, essas
normas devem ser observadas e ambas as ações não poderão tramitar ao mesmo tempo. Isso irá
depender de cada tratado ou acordo.
Outra exceção à concorrência da jurisdição nacional ou estrangeira está no art. 25 do CPC. Esse
dispositivo trata da possibilidade de eleição de foro pelas partes em relação às matérias disciplinadas
nos arts. 21 e 22 do CPC, nas quais a competência é concorrente. Com correta eleição do foro e desde
que a parte alegue o respeito a essa cláusula, a competência deixa de ser concorrente, devendo
observar o que disciplina a cláusula elegida pelas partes.

Por questões ligadas à soberania nacional, não é aceita a sentença estrangeira.

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, COM EXCLUSÃO DE QUALQUER OUTRA:

I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;

II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao


inventário e à partilha de bens situados no Brasil, AINDA QUE o autor da herança seja de
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;

III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens
situados no Brasil, AINDA QUE o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora
do território nacional.

Cooperação Jurídica Internacional:

A cooperação internacional para a prática de atos processuais envolve a carta rogatória e o auxílio
direto. A diferença entre os dois está no conteúdo decisório do ato praticado.
A carta rogatória é compreendida como um mecanismo de cooperação internacional e pode ser
utilizada tanto para a prática de atos de comunicação como de conteúdo decisório. Esses atos de
conteúdo decisório exigem prévia homologação perante o STJ (para sentenças) ou concessão de
exequatur (para decisões interlocutórias), para que possam produzir efeitos no Brasil.

O auxílio direto constitui uma técnica de cooperação internacional que dispensa a prévia homologação
pelo STJ e é feito diretamente perante uma autoridade central, que coordenará o recebimento e o
envio de atos de cooperação. Desse modo, o auxílio direto será utilizado, por exemplo, para requisição
de ofício ou colheita de provas.

Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e
observará:

I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;

II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em


relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos
necessitados;

III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na
do Estado requerente;

IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação;

V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.

§ 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em


reciprocidade, manifestada por via diplomática.

§ 2o NÃO se exigirá a reciprocidade referida no § 1o para homologação de sentença estrangeira.

§ 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou
que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado
brasileiro.

§ 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação


específica.

TODOS os atos processuais não proibidos pela lei brasileira poderão ser praticados em cooperação
internacional.

O auxílio direto, de acordo com a doutrina, “constitui técnica de cooperação internacional que torna
dispensável a expedição de carta rogatória para viabilizar não só a comunicação, mas também a
tomada de providência solicitadas entre Estados”. O art. 28 prevê expressamente que o auxílio direto
pode ser utilizado apenas quando não for necessário o juízo de delibação no Brasil (homologação ou
concessão de exequatur perante o STJ). O uso do auxílio direito é amplo. O art. 30, do CPC, explicita
que qualquer assunto poderá ser objeto do auxílio, desde que não seja proibido pela legislação.
A carta rogatória é instrumento de cooperação entre juízos de nacionalidade distintos. Trata-se de
documento oficial que serve de instrumento para que autoridade judicial rogue a outra autoridade
judicial estrangeira cooperação para a prática do ato processual.

ANOTAÇÕES:

• É competência da autoridade brasileira a partilha de bens situados no Brasil em caso de


divórcio. Nesse caso, a decisão da autoridade estrangeira não poderá ser homologada, pois a
competência brasileira exclui qualquer outra.

COMPETÊNCIA INTERNA

Estudar a competência interna, portanto, é desvendar quem é o juiz concretamente competente.


Portanto, a finalidade principal da competência é organizar o sistema judiciário brasileiro, atribuindo
a diferentes juízes a jurisdição no caso concreto.
O art. 46 do CPC afirma a regra clássica de distribuição de competência quando envolver questões de
direito pessoal e de direito real fundada em bens móveis. Como regra, as ações serão ajuizadas no
foro do domicílio do réu.

Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em
regra, no foro de domicílio do réu.

§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.

§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de
domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.

§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de
qualquer deles, à escolha do autor.

§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar
onde for encontrado.

Primeiramente, devemos compreender o que se entende por ações fundadas em “direito pessoal” ou
“direito real sobre bens móveis”. As ações fundadas em direito pessoal são aquelas que decorrem de
um vínculo obrigacional entre duas ou mais pessoas, a exemplo de uma relação contratual.

Temos, ainda, as ações fundadas em direito real sobre bens móveis, a exemplo da disputa judicial
pela propriedade de um determinado carro. Nesse caso se discute um direito real, fundado em um
bem móvel.

O art. 47 do CPC estabelece competência para as ações fundadas em direito real e ações possessórias
imobiliárias. Nesse caso, como a discussão envolve imóveis, vamos voltar nossas atenções para o local
onde estiver situado o imóvel. Fala-se, portanto, em foro de situação da coisa (forum rei sitae).

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro desituação da
coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio NÃO recair
sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação
de obra nova.

§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem
competência absoluta.

No art. 48, temos a disciplina das regras relativas à sucessão causa mortis, que observa, em regra, o
foro do domicílio do falecido (de cujus). Essa regra é aplicada às situações em que a pessoa falece e
deixa bens, imóveis ou móveis:

1a regra: o último domicílio do falecido;

2a regra: se não tiver domicílio certo, será o local da situação dos bens imóveis. Caso, o réu tenha
bens imóveis em variadas comarcas, o autor poderá ajuizar a ação em qualquer foro;

3a regra: se não tiver domicílio nem bens imóveis, a ação poderá ser ajuizada em qualquer local dos
bens móveis do espólio.

Cuidado! O local do óbito não tem qualquer relevância para definição de onde será ajuizada ação
sucessão causa mortis. O que importa, em ordem sucessiva, é: domicílio do falecido, local dos bens
imóveis e local dos bens móveis.

Nas ações ajuizadas pela União, o foro competente será o domicílio do réu; e nas ações ajuizadas
contra a União, o jurisdicionado tem quatro possibilidades:

a) foro do domicílio;

b) no local do ato ou fato;

c) no foro da situação da coisa; ou

d) no Distrito Federal (para ações contra o Distrito Federal e União) e na capital do Estado para ações
contra estados-membros.

A Lei 13.894/2019 acrescentou a alínea “d” ao inc. I para prever que quando houver vítima de
violência doméstica e familiar (nos termos da Lei Maria da Penha) ação deverá ser ajuizada no
domicílio da vítima. Aqui temos mais uma regra protetiva importante. A mulher, vítima de violência
doméstica, é vulnerável e uma das formas de facilitar a propositura ou a defesa em uma ação de
divórcio é atraindo a ajuizamento para o local em que ela tem domicílio.

incidente de deslocamento de competência: Estabelece esse dispositivo que nos casos de grave
violação a direitos humanos, a fim de assegurar o cumprimento das obrigações assumidas em tratados
internacionais de direitos humanos, é possível ao PGR que requeira perante o STJ o deslocamento do
processo da Justiça estadual para a Justiça federal.
foro de eleição: Ocorre também a modificação da competência por intermédio do foro de eleição.
Como o nome indica, não obstante o conjunto de regras objetivas de competência previstas, as partes
elegem um foro para julgar eventual demanda relacionada a negócio jurídico específico, modificando
a regra de competência originariamente prevista.

Devido à normatização e à possibilidade ou não de flexibilização das regras, surge a relevância de se


estudar a incompetência, ou seja, ações que são ajuizadas em violação às regras de competência que
estudamos acima. Essa incompetência poderá ser relativa ou absoluta.

Assim, quando a competência for fixada a partir da matéria, da pessoa ou da função, trata-se de
critério absoluto, que não admite flexibilização por vontade das partes. Por outro lado, se fixada a
competência em razão do valor ou do território, como o foi em razão de interesses privados, haverá
maleabilidade, ou seja, o critério é relativo.

Conflito de Competência: O conflito de competência envolve o fato de dois ou mais juízes se darem
por competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo) para o julgamento da
mesma causa ou de mais uma causa. Importante destacar que não há conflito de competência se,
entre os juízes, houver diferença hierárquica. Por exemplo, suposto conflito entre juiz de direito de
determinado estado e o Tribunal de Justiça da mesma unidade da federação. Nesse caso, o magistrado
de primeiro grau vincula-se à decisão de segundo grau.

Art. 66. Há conflito de competência quando:

I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;

II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência;

III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos.

Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, SALVO
se a atribuir a outro juízo.
Importante registrar que o julgamento do conflito de competência se dá pela autoridade judiciária
superior aos dois ou mais juízes conflitantes e, pelas regras do CPC, será sempre um tribunal.

COOPERAÇÃO NACIONAL

O CPC define as seguintes formas de cooperação: auxílio direto, reunião ou apensamento de


processos, prestação de informações e atos concertados entre os juízes cooperantes.

O auxílio direto envolve a comunicação de informações a respeito do processo entre juízos distintos,
sem tantas formalidades.

A reunião ou apensamento de processos envolve a verificação de conexão ou continência entre


ações, que irão exigir a reunião dos autos para evitar julgamentos díspares.

A prestação de informações envolve a mais simples forma de comunicação, na qual um dos juízos
requer informações relativas a processo que tramita em outro.

Por fim, por atos concertados entre juízos devemos compreender como verdadeiros acordos entre
juízos cooperantes para a prática de certos atos processuais.

Além dos instrumentos acima, a cooperação nacional pode se dar por intermédio das cartas (de
ordem, precatória e arbitral). A cooperação não está limitada a mesmos ramos do Poder Judiciário
(por exemplo, Juízo Cível com Juízo Cível; ou Juízo Estadual com Juízo Estadual), mas entre órgãos de
diferentes ramos do Poder Judiciário (Juízo Cível com Juízo Criminal; Juízo Federal com Juízo
Trabalhista).

OBSERVAÇÕES

• Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de
decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão
entre eles.
• Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da
coisa. A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem
competência absoluta.

PARTES E PROCURADORES

Somente haverá um processo se existirem os sujeitos principais do processo – parte autora e parte ré
– e o juiz. Sem eles, não há processo. Tem-se, assim, um elemento de existência do processo, também
conhecido como pressuposto de existência.

A capacidade de ser parte, a de estar em juízo e a postulatória são conceitos distintos. Segundo a
doutrina, capacidade processual é gênero que comporta as espécies.

Importante destacar que a capacidade de ser parte é mais ampla que a personalidade civil, pois, para
além das pessoas, excepcionalmente, o Direito Processual assegura a capacidade de ser parte a
determinados entes sem personalidade jurídica, para, excepcionalmente, atuarem na defesa de
direitos e interesses próprios, para manutenção, preservação, autonomia e independência em relação
a outro órgão. Bons exemplos disso são a figura do condomínio, a massa falida e o espólio.

A capacidade de estar em juízo é sinônimo de capacidade processual em sentido estrito. Define-se


capacidade de estar em juízo como a aptidão para praticar atos processuais independentemente de
assistência ou de representação, pessoalmente ou por intermédio de pessoas indicadas pela lei, como
ocorre, por exemplo, no caso do síndico e do inventariante. Por exemplo, um incapaz, embora possua
capacidade de ser parte, não tem capacidade de estar em Juízo, exceto mediante representação,
assistência ou curadoria. O que diferencia a representação da assistência é a medida da capacidade.
Se a pessoa for absolutamente incapaz, será representada; se for relativamente incapaz, será assistida.
No último caso (assistência), a parte possui alguma capacidade, razão pela qual poderá participar do
processo, embora necessariamente acompanhada do assistente. No caso da representação, os atos
em nome do incapaz são praticados pelo representante, sempre no interesse do incapaz.
A curadoria do incapaz, por sua vez, será determinada em duas situações:

a) quando o incapaz não possuir representante ou assistente; Por exemplo, adolescente órfão, cuja
guarda esteja em definição.

b) quando os interesses do incapaz colidirem com os interesses do representante ou do assistente.


Por exemplo, quando a criança deveria estar sob os cuidados apenas do genitor, pois é falecida a
genitora, e este negligencia seus direitos. A criança, nesse caso, necessita de curador especial para
ir a Juízo.

Além disso, o art. 72 do CPC prescreve a designação de curador especial para o réu preso revel e
para réus revéis que foram citados por edital ou por hora certa. Essas citações, ao contrário da
citação pessoal, são consideradas fictas. Presume-se que ocorreu a citação, embora, na prática, as
chances de ter havido a comunicação da parte sejam ínfimas. A curadoria, nessas três hipóteses,
persistirá até que o preso revel ou os réus citados fictamente decidam constituir um advogado.

As pessoas jurídicas não são incapazes processualmente, logo, não é correto falar em representação.
As pessoas jurídicas se farão presentes por intermédio dos seus representantes. Portanto, é
tecnicamente mais correto falar que elas são presentadas ao invés de representadas.

Prevê o art. 75, § 1o, que, em caso de inventariante dativo (nomeado pelo juízo), os herdeiros serão
intimados para acompanhar o andamento do processo e para fiscalizar a atuação do inventariante.
Isso ocorre porque o inventariante é pessoa desconhecida da família.

O §2o esclarece que, no caso de sociedade ou de associações sem personalidade jurídica, não é
admissível a oposição da irregularidade de constituição para evitar a demanda judicial. Seria o
exemplo de o administrador dos bens de um pequeno comércio sem personalidade jurídica alegar,
em juízo, que não pode quitar a dívida porque a empresa não pode ser parte, uma vez que foi
constituída de forma irregular.

Para praticar atos no processo exige-se a capacidade postulatória, que é conferida, em regra, ao
advogado habilitado perante a OAB. Fala-se “em regra”, pois temos situações nas quais a capacidade
postulatória é conferida à parte diretamente, tal como observamos em alguns processos que
tramitam perante os Juizados Especiais e no caso do habeas corpus. Quando a parte não possuir
capacidade postulatória, deverá entregar uma procuração a um advogado, que o representará em
Juízo. Se o magistrado verificar, no curso do processo, qualquer situação de incapacidade processual
ou irregularidade na representação, por falta de capacidade, deverá suspender o curso do processo
e fixar prazo para que a parte corrija o vício.
- Se o autor não regularizar a incapacidade processual ou a irregularidade de representação,
o processo será extinto sem resolução do mérito.

- Se o réu não regularizar a incapacidade processual ou a irregularidade de representação, ele


será revel no processo, considerando-se a recusa para se manifestar validamente no
processo.

- Se for terceiro interessado no processo, poderá ser excluído ou considerado revel.

Legitimação para agir:

A pessoa, pela simples existência, tem a capacidade de ser parte. Digamos que seja plenamente capaz,
não esteja presa e tenha sido citada regularmente; logo, terá também capacidade de estar em Juízo.
Vamos supor, ainda, que essa pessoa tenha constituído advogado de forma regular, que juntou a
documentação nos autos de forma que não há qualquer vício da capacidade postulatória. Na situação
acima, ainda que atendidas as regras relativas à capacidade, pode ocorrer de a parte não ter
legitimação para agir sozinha no processo.

O caput do art. 73 estabelece que os cônjuges somente terão legitimidade para agir se estiverem
juntos nas ações que envolvam direito real imobiliário, a não ser que o casamento se dê em regime
de bens de separação absoluta. Desse modo, cabe destacar que não é necessário formar litisconsórcio
no polo ativo, basta o consentimento do cônjuge. Dito de outra forma, a parte poderá agir sozinha
desde que tenha obtido o consentimento do cônjuge e isso reste provado no processo.

§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:

I - que verse sobre direito real imobiliário, SALVO quando casados sob o regime de separação
absoluta de bens;

II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;

III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;

IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de
um ou de ambos os cônjuges.

Para fins de prova, você deve ter em mente que a ação de suprimento de vontade de um dos cônjuges
poderá ser proposta em duas situações:

- negativa de um dos cônjuges sem justo motivo; e


- quando for impossível o cônjuge conceder o consentimento.
EX: O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ações sobre direitos reais
imobiliários; contudo, a autorização do marido e a outorga da mulher podem suprir-se judicialmente
se um cônjuge a recusar ao outro sem justo motivo ou se for-lhe impossível dá-la.

Deveres das partes e de seus procuradores:

O juiz advertirá as partes que o não cumprimento das decisões jurisdicionais, a criação de embaraços
à efetivação do processo ou a inovação ilegal no estado de fato ou de bem litigioso pode ser punido
como ato atentatório à dignidade da justiça. Assim, de acordo com o explicitado no §2o, se, mesmo
advertida, a parte ainda violar os deveres acima, será multada em até 20% do valor da causa. Note
que essa multa poderá ser de até 20%, pelo que podemos ter uma multa de 5%, 10% e até de 20%.
Não será admissível, como regra, multa que supere esse percentual. Essa multa poderá ser aplicada à
parte independentemente de ter vencido ou perdido a demanda e, se não for paga, a parte será
inscrita em dívida ativa para ser cobrada em execução fiscal. O valor arrecadado não é devido à parte
contrária, mas será destinado a fundos de modernização do Poder Judiciário. Ainda em relação aos
parâmetros da multa, se o valor da causa for baixo, ou não puder ser estimado, resta inviável aplicar
a multa “de até 20%”. Para essas situações, prevê o §5o que a multa poderá ser aplicada, segundo o
critério de razoabilidade do magistrado, em valor de até 10 vezes o salário-mínimo.

Responsabilidade das Partes por Dano Processual:

Dano processual é o resultado da litigância de má-fé. Se a parte agir com interesses espúrios no
processo, poderá ser condenada a indenizar o dano processual causado.

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;

II - alterar a verdade dos fatos;


III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;

VI - provocar incidente manifestamente infundado;

VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

A condenação por litigância de má-fé será fixada em razão dos prejuízos que a parte contrária possa
ter sofrido em razão da conduta espúria da outra parte. Justamente porque o dano é da parte, a
indenização não será recolhida para os cofres públicos, tal como ocorre em relação ao ato atentatório
da dignidade da Justiça (fundo de modernização do Poder Judiciário). No caso de condenação por
litigância de má-fé, o juiz arbitrará o valor de acordo com os parâmetros fixados no art. 81 e esses
valores serão revertidos para a parte. A multa será fixada, em regra, à razão de 1 a 10%, calculado
sobre o valor atualizado da causa. Caso o valor da causa seja irrisório ou inestimável, o juiz poderá
fixar, a seu arbítrio, o valor da indenização em até 10 salários mínimos. Não confunda ato atentatório
à dignidade da Justiça com litigância de má-fé.

Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas:

O art. 91, por sua vez, trata das despesas processuais referentes a atos praticados pela Fazenda
Pública, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública. Nesses casos, quando o requerimento for
efetuado por esses entes, não se aplica a regra do adiantamento. A cobrança das despesas ocorrerá
apenas ao final do processo e serão pagas pelo vencido.

Por fim, registre-se que o orçamento da Defensoria Pública NÃO poderá ser utilizado para pagamento
de despesas processuais relativas às perícias que o órgão requerer.
Como o assistente é sujeito parcial, cabe à parte que o contratar remunerá-lo.

Em relação ao perito, temos as seguintes regras:

A) parte que requerer paga adiantadas as custas da perícia.

B) em perícia requerida pelo juiz, o adiantamento será rateado por ambas as partes.

C) caso a perícia seja requerida pelo Ministério Público (na qualidade de fiscal da ordem jurídica), o
adiantamento será rateado por ambas as partes.

Se o processo tiver reconvenção, sentença, cumprimento de sentença, recursos etc., teremos a fixação
de honorários em todas essas fases. Ao final, o valor devido aos advogados será o somatório (ou a
quantia acumulada) do montante apurado em cada uma dessas fases do processo. Essa regra é
importante, pois o advogado que, eventualmente, tenha vencido ao final do processo receberá
certamente honorários, mas o advogado da parte vencida poderá ser sagrado vencedor parcial em
determinada fase ou recurso processual, fato que possibilita que ele tenha direito a honorários
também. O valor dos honorários será fixado pelo magistrado, em percentual entre 10 e 20% do valor
da condenação, do proveito econômico obtido com a ação ou sobre o valor da causa.

Gratuidade da Justiça:

A gratuidade constitui benefício que visa a garantir, na prática, o acesso à Justiça. Sabemos que o
ingresso no Poder Judiciário é custoso. Por mais que a parte tenha razão no processo, necessitará
fazer frente a adiantamentos, para que possa entrar em juízo ou se defender.

Diante disso, de acordo com o art. 98 do CPC, toda pessoa que se encontrar em situação de
insuficiência de recursos para pagar custas, despesas processuais e honorários terá direito à
gratuidade de Justiça, de acordo com as regras definidas em legislação específica.

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para
pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.
A parte permanecerá responsável, mas a exigibilidade ficará suspensa até que a parte tenha condições
financeiras para arcar com as despesas do processo. Assim, no momento em que ela passar a ter
condições, deverá arcar com tais custos. Esse efeito suspensivo não é eterno; prevê o §3o do art. 98
que a exigibilidade ficará suspensa pelo prazo de 5 anos. Passado esse período, o crédito deixa de ser
exigível, prescreve. Assim, a parte beneficiária da justiça gratuita será responsável pelas despesas e
honorários em razão da sucumbência e de multas que lhe foram impostas. Contudo, as despesas
processuais somente serão exigíveis caso seja demonstrada a capacidade financeira dentro do prazo
de 5 anos.

Desse modo, nota-se que apenas as despesas decorrentes da sucumbência ficarão sob condição
suspensiva. A multa será exigível de imediato, a partir da decisão judicial.

Lembre-se, a gratuidade pode ser total ou parcial.

Emolumentos são taxas devidas aos notários e registradores em razão dos serviços prestados. Essas
taxas também estão abrangidas pela gratuidade.

O pedido deve ser formulado, quando for beneficiada a parte autora, com o ajuizamento da ação, na
petição inicial. Quando for o réu o requerente do benefício, deverá ser formulado em preliminar de
contestação. Agora, se a parte requerente for terceiro interveniente no processo, deverá formular o
pedido na primeira oportunidade que tiver para se manifestar. É possível, ainda, que a incapacidade
financeira se revele no curso do processo. Nesse caso, se superveniente a incapacidade, a parte deverá
requerer a gratuidade na primeira oportunidade que tiver de falar nos autos, aplicando-se essa regra
ao autor, ao réu e ao terceiro interveniente. Em princípio, quando envolver pessoa natural, é
desnecessário qualquer comprovação para solicitar a gratuidade. Em nome da lealdade e da boa-fé
objetiva que informa o processo civil, acredita-se que a parte está manifestando-se de forma
verdadeira. Quando o pedido envolver, entretanto, pessoa jurídica, a parte deverá informar a
realidade financeira da empresa nos Autos.

A presunção de veracidade em face da alegação da pessoa natural não é absoluta. Trata-se de


presunção relativa. A parte contrária poderá impugnar a alegação e o magistrado, à luz de provas ou
de elementos produzidos nos Autos, poderá indeferir o requerimento.

• A primeira extraímos do §4o acima citado. Pode, por exemplo, a pessoa contratar um dos
melhores escritórios de advocacia do país, firmando um contrato de êxito, em valor altíssimo
e, ainda sim, requerer o benefício da gratuidade? Pode! Em um contrato de êxito, os
advogados somente recebem seus honorário se vencerem em percentual a partir da
condenação. Desse modo, nada impede que o beneficiário esteja assistido por advogado
particular.
Após análise e deferimento do requerimento de gratuidade da Justiça, a parte contrária terá prazo de
15 dias para apresentar impugnação. Essa impugnação deve ser ofertada:

- na contestação, se o requerimento constar da petição inicial (formulado pela parte autora);


- na réplica, se o requerimento constar das contrarrazões (formulado pelo réu);
- nas contrarrazões de recurso, se o requerimento constar do recurso (por qualquer uma das
partes);
- por petição simples, se se tratar de incapacidade superveniente ou de terceiro.

Além disso, de acordo com o art. 102 do CPC, em caso de revogação da gratuidade, a parte deverá
recolher todas as despesas que deixou de pagar no prazo fixado pelo juiz. Caso a parte autora não faça
o reconhecimento do valor devido, o processo será extinto sem julgamento de mérito e, se o
reconhecimento não for efetuado por parte do réu, os atos ou diligências requeridos não serão
deferidos.

Procuradores:

A representação processual (capacidade postulatória) será feita por advogado regularmente inscrito
na OAB. Desse modo, a atuação no processo exige a constituição de advogado com procuração nos
Autos.

Há, entretanto, algumas situações nas quais é admitida, excepcionalmente, a atuação sem mandato
de procuração:

atuação em causa própria (art. 103, parágrafo único, do CPC);

para evitar preclusão, decadência ou prescrição; e

para praticar ato considerado urgente.

Essas duas últimas hipóteses estão disciplinadas no art. 104 e estabelecem formas de a parte não ser
prejudicada por eventual demora na constituição de mandato. Em tais situações, a validade do ato
processual praticado dependerá da juntada posterior do mandato. Estabelece o Código que a parte
deverá juntar a procuração no prazo de 15 dias, prorrogáveis por outros 15 dias.

Vimos acima que, nas hipóteses em que o advogado atuar em causa própria, não será necessário
constituir mandato. Nesse caso, de acordo com o art. 106 do CPC, basta ao advogado declarar, na
petição inicial ou na contestação, seus dados como advogado (nome, número da OAB e endereço e a
respectiva sociedade de advogados, se for o caso), devendo manter atualizado o endereço onde deve
receber intimações.
O art. 111, por sua vez, declina que, se a parte revogar o mandato, deverá, no mesmo ato, constituir
novo advogado, sob pena de, se não o fizer no prazo de 15 dias, ter o processo extinto sem resolução
de mérito.

O art. 112, CPC, trata da dispensa por parte do advogado. Para tanto, será necessária a comunicação
do autor ou do réu, devendo permanecer na defesa dos interesses do representado por 10 dias ou
até a juntada de novo instrumento de mandato.

LITISCONSÓRCIO

Litisconsórcio refere-se à pluralidade de partes.

Quanto aos sujeitos:

Ativo - O litisconsórcio será ativo quando houver mais de um autor.

Passivo - O litisconsórcio será passivo quando houver mais de um réu.

Misto - O litisconsórcio será misto quando, concomitantemente, houver mais de um autor e mais de
um réu.

Quanto ao momento:

Inicial - O litisconsórcio inicial é a regra geral, pela necessidade de se preservar o princípio do juiz
natural. A estipulação do litisconsórcio inicial, como regra, tem como finalidade principal evitar que a
parte possa escolher o órgão no qual irá propor a demanda. Isso porque, se a demanda já estiver
proposta, a parte poderá, à luz do Juízo, da comarca e da unidade judiciária, optar pelo ingresso na
ação já distribuída. É justamente essa “escolha” do juiz da causa que o sistema quer evitar.

Ulterior - O litisconsórcio ulterior é aquele que se dá no momento posterior à propositura da


demanda. É interessante destacar que o litisconsórcio ulterior é a absoluta exceção do sistema, sendo
admitido apenas se houver expressa autorização legal. Não havendo autorização legal, a parte não
poderá ingressar na demanda após a sua formação.

São três situações previstas em lei em que há admissão da formação do litisconsórcio ulterior.

1a situação: sucessão

Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus
sucessores.
2a situação: conexão

Ao falar da conexão, o CPC estabelece que duas demandas serão conexas se possuírem identidade
parcial dos elementos da demanda (pedido ou causa de pedir). Identificada a situação de conexão,
haverá reunião das demandas para julgamento conjunto, gerando a modificação da competência.

3a situação: intervenção de terceiros

A intervenção de terceiros ocorre toda vez que a lei autoriza alguém, que estava fora da relação
jurídica processual, a ingressar na relação jurídica alheia. Com esse ingresso, o terceiro vira parte,
conduzindo à ampliação do polo subjetivo da demanda. Conforme será estudado adiante, o réu faz a
denunciação da lide para que a seguradora passe a integrar o polo passivo da demanda. Outra situação
é o chamamento ao processo, que constitui hipótese de intervenção de terceiros na qual é permitido
que se traga ao feito o coobrigado, que é o indivíduo tão ou mais responsável pelo cumprimento da
obrigação que o réu.

Quanto aos efeitos:

Simples - O litisconsórcio simples é aquele cujos efeitos da decisão proferida no processo podem ser
diferentes para cada um dos litisconsortes. Nesses casos, os autores ou os réus em litisconsórcio não
receberão, necessariamente, a mesma sentença. Aqui devemos prestar atenção, pois basta a
possibilidade de que a sentença seja diferente para a caracterização do litisconsórcio simples. É
possível que as sentenças sejam iguais, o que não irá descaracterizar o litisconsórcio simples.

Unitário - Para a configuração do litisconsórcio unitário devemos ter a mesma sentença para todos os
litisconsortes. Diferentemente do litisconsórcio simples, a sentença será necessariamente igual para
os autores ou para os réus em litisconsórcio.

Quanto à obrigatoriedade:

Facultativo - O litisconsórcio facultativo é aquele não obrigatório, de formação opcional pelo autor.
Dito de outro modo, quem poderá decidir pela formação do litisconsórcio é a parte autora. A parte
fará essa decisão quando ingressar com a ação, momento em que avaliará se entrará conjuntamente
com outras pessoas ou se demandará várias pessoas no polo passivo.

São três espécies de litisconsórcio facultativo:

comunhão de direito ou de obrigações relativamente àquela lide - Essa espécie de litisconsórcio


facultativo se aplica ao caso de obrigação solidária, na qual temos pessoas que comungam da mesma
obrigação. Por exemplo, duas pessoas são devedoras solidárias de terceiro. Esse terceiro poderá
ingressar com uma ação para cobrar o crédito de ambos ao mesmo tempo, de forma isolada em
relação a cada um deles ou, ainda, cobrar apenas de um deles. Do mesmo modo, se duas pessoas
forem credoras solidárias de uma obrigação de terceiro elas podem decidir ingressar em juízo sozinhas
ou separadamente para cobrar o débito.

conexão pelo pedido ou pela causa de pedir - A conexão não envolve comunhão de direitos ou de
obrigações, mas apenas semelhança entre os direitos e as obrigações. Nesse caso, há uma identidade
parcial entre os elementos da demanda, facultando a formação do litisconsórcio. Desse modo, a
formação é admitida por questões de economia processual. É importante registrar que, se as partes
decidirem ingressar em separado com a ação, nada impede que, futuramente, com a verificação da
conexão, seja determinada a reunião dos processos, na forma do art. 58 do CPC.

afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito - Mesmo que não se trate de comunhão
ou de conexão, se os direitos e as obrigações forem diferentes, mas haja afinidade de questões ligadas
por um ponto comum de fato ou de direito, permite-se a formação do litisconsórcio facultativo.

Caso a parte se sinta prejudicada em razão da morosidade processual ou em face da dificuldade


para o cumprimento da sentença, poderá requerer a limitação do litisconsórcio. Feito o
requerimento, o juiz deverá interromper o prazo para contestação e decidir quanto à divisão das
ações. Após a interrupção, intimará as partes novamente para oferecimento da resposta. Embora
não haja referência quanto ao número de litisconsortes ativos para que seja necessária a cisão,
entende-se que essa análise deve ser efetuada pelo magistrado no caso concreto, segundo a
complexidade da causa. Somente no litisconsórcio facultativo é admitida a limitação do número de
litigantes pelo juiz.

Necessário - O litisconsórcio necessário é obrigatório, devendo ser formado sem opção para a parte
autora, como vimos em relação ao litisconsórcio facultativo. O sistema somente considera que a parte
é legítima para o processo se ela estiver acompanhada de outra pessoa. Tanto é assim que se o juiz
notar que é caso de litisconsórcio necessário intimará a parte para que integre a ação, trazendo para
o polo os demais litisconsortes, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito.

Muito cuidado! Quando o litisconsórcio for necessário, em razão do que prevê a lei, ele poderá ser
simples ou unitário.

O art. 115 do CPC estabelece a consequência quando o litisconsórcio deveria ser formado, mas não
foi. Nesse caso, a sentença poderá ser nula ou declarada ineficaz.

- Será nula a sentença se for caso de litisconsórcio unitário, ou seja, se a decisão deveria ser
uniforme para todos aqueles que deveriam ter integrado o polo da ação.
- Se o litisconsórcio for necessário, mas simples, a sentença será ineficaz em relação àqueles
que não foram integrados à lide. Dito de outra forma, a sentença não produzirá efeitos em
relação a essas outras partes.

De toda forma, como o juiz não pode forçar o ingresso da parte no polo passivo da demanda, caso o
autor não requeira a citação dos demais litisconsortes, o juiz concederá prazo para que o autor o faça,
sob pena de extinção do processo. Contudo, se a parte não requerer e o juiz não intimar a parte para
requerer a citação dos demais litisconsortes, teremos a nulidade ou a ineficácia da sentença na forma
analisada acima.

No caso de litisconsórcio unitário, os atos e omissões praticados por um dos litisconsortes não poderá
prejudicar a todos; contudo, se for benéfico, atingirá todos os litisconsortes do polo.

Não se admite o litisconsórcio ativo facultativo ulterior, pois, nesse caso, a parte autora poderia
escolher ingressar em demandas já distribuídas, violando a regra do juiz natural.

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Devido à complexidade das relações jurídicas, por vezes, temos situações nas quais os efeitos da
sentença atingem pessoas que estão fora da relação jurídica processual demandada. Se isso
acontecer, temos a intervenção de terceiros. Toda vez que o terceiro for atingido direta ou
reflexamente pela decisão proferida em processo alheio, ele se tornará parte legítima para ingressar
no processo. Trata-se, portanto, de um fato jurídico processual que implica a modificação de processo
que já existe.

Desse conceito, em regra, o terceiro legitimado, ao ingressar no processo alheio, deixa de ser
terceiro e torna-se parte, pois formulará pedidos ou terá pedidos formulados contra ele.
Intervenção de terceiros espontânea ou provocada

A intervenção de terceiros espontânea é aquela em que o terceiro peticiona pelo ingresso no


processo e o magistrado, após a manifestação das partes, analisa o ingresso. É o que ocorre em
relação à assistência e com a figura do amicus curiae.

Na outra espécie, o terceiro é provocado a ingressar na demanda, pois ele poderá sofrer os efeitos
da sentença. É o que ocorre nos casos de denunciação da lide, de chamamento ao processo e de
incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Importante registrar, ainda, que o amicus
curiae também poderá ser provocado a ingressar no processo.

Assistência:

A assistência é uma forma de intervenção de terceiro por intermédio da qual um terceiro passa a
atuar para auxiliar (assistir, ajudar) a parte no processo. Haverá assistência toda vez que uma das
partes tiver interesse jurídico que uma pessoa seja vencedora da demanda. Admitido no processo,
o assistente o receberá no estado em que se encontrar.
A assistência simples é a hipótese tradicional que estudamos acima. Envolve as situações nas quais
um terceiro ingressa em juízo para auxiliar uma das partes por possuir interesse jurídico no deslinde
da demanda.

O art. 121 prevê que o assistente atue como auxiliar da parte, exercendo os mesmos poderes e
deveres. O art. 121, parágrafo único, prevê que, caso o assistido seja revel ou omisso, o assistente
será considerado substituto processual.

O art. 123 trata da extensão dos efeitos do processo para o assistente. Em regra, o assistente não
poderá, após o trânsito em julgado da sentença, discutir a justiça da decisão, exceto se foi impedido
de produzir provas no processo (em razão do estado em que recebeu a demanda ou pelas
declarações do assistido) ou se desconhecia as alegações ou as provas que poderiam ser utilizadas
no bojo do processo.

Vizinho avança sobre o terreno comum do condomínio, construindo sobre ele. Sentindo-se lesado,
o condômino A ingressa com ação ressarcitória contra o vizinho. No curso da demanda, os outros
condôminos podem ingressar como assistentes litisconsorciais, pois além de manterem contrato de
condomínio entre si também possuem relação jurídica contra o réu, que avançou sobre a
propriedade comum.

Em termos práticos, o assistente litisconsorcial poderia ter sido litisconsorte facultativo, mas como
não foi demandado contra todos os litisconsortes, será assistente litisconsorcial.

No que diz respeito ao procedimento, devemos conhecer o art. 120 do CPC. Uma vez pleiteado o
ingresso do assistente na ação, o magistrado poderá:

• rejeitar liminarmente o ingresso.

• se não for o caso de rejeição, o magistrado deverá intimar as partes para que, no prazo de
15 dias, apresentem impugnação.

Denunciação da lide:
Segundo da doutrina, a denunciação da lide é uma forma de intervenção forçada de terceiro em um
processo já pendente que tem cabimento à vista da afirmação, pelo denunciante, da existência de
um dever legal ou contratual de garantia do denunciado de sua posição jurídica. A denunciação da
lide vem estabelecida entre os arts. 125 e 129 do CPC, e envolve o direito de regresso de uma parte
contra outra. Assim, na denunciação da lide teremos duas relações jurídicas processuais envolvidas,
sendo que a segunda dependerá do resultado da primeira.

A primeira hipótese envolve o denominado direito de evicção, que é a hipótese na qual o comprador
do imóvel, se vier a perder a propriedade por ação de terceiro, poderá buscar os direitos que
resultam da evicção. Dito de forma mais simples, poderá buscar a ação de indenização em face do
vendedor do imóvel.

A segunda hipótese é mais ampla e possibilita o direito de regresso quando houver previsão em lei
ou em contrato. Nesse caso, se vencido da primeira ação, o réu poderá exercer o direito de regresso
em relação a quem estiver, pela lei ou por contrato, obrigado a indenizar.

A denunciação da lide poderá ocorrer tanto pelo autor como pelo réu. Caso a denunciação da lide
ocorra pelo autor, ela deverá ser feita com o ajuizamento da inicial; caso seja feita pelo réu, ela
deverá ocorrer com a contestação.

Chamamento ao processo:

Somente poderá ser manejada pelo réu. Segundo a doutrina, chamamento ao processo é hipótese
de intervenção forçada de terceiro que tem por objetivo chamar ao processo todos os possíveis
devedores de determinada obrigação comum, a fim de que se forme título executivo que a todos
apanhe. Se comum a dívida, é legítimo o chamamento ao processo, oportunidade em que haverá
ampliação do polo passivo da demanda.

O chamamento será requerido pelo réu em três hipóteses:

- Admite-se o chamamento do afiançado quando o fiador for demandado.


- Admite-se o chamamento ao processo dos demais fiadores quando a ação for proposta
apenas contra um deles.
- Admite-se o chamamento ao processo dos demais devedores solidários quando o credor
ingressar apenas contra um deles.

A regra é que o prazo para efetuar o chamamento ao processo é de 30 dias a contar da citação.
Contudo, quando o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção, ou se estiver em local
incerto e não sabido (chamado de LINS), o prazo será de 2 meses.

Incidente de desconsideração da personalidade jurídica:


A desconsideração, conforme doutrina, consiste na desconsideração da autonomia entre o
patrimônio da pessoa jurídica e dos seus sócios, de modo a permitir, em determinadas
circunstâncias, que o patrimônio dos sócios seja atingido mesmo quando a obrigação tenha sido
assumida pela pessoa jurídica. Normalmente, objetiva evitar que a autonomia patrimonial da
pessoa jurídica possa ser usada como instrumento para fraudar a lei ou para o abuso de direito.
Importante deixar claro, ainda nessa abordagem inicial, que o mesmo procedimento poderá ser
utilizado para desconsideração da personalidade jurídica inversa, ou seja, quando se desconsidera
a personalidade jurídica da empresa pelo esvaziamento dos bens do sócio com a transmissão
espúria dos bens para a empresa.

Existem dois modelos do procedimento de desconsideração da personalidade jurídica: via de ação


ou via incidental.

O incidente terá vez em processos que estejam em trâmite. Se a parte, em algum momento do curso
do processo, requerer a desconsideração da personalidade jurídica, dá-se lugar a essa hipótese de
intervenção de terceiros. A instauração do incidente, de acordo com o art. 134, §3o, do CPC, implica
a suspensão do processo. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica somente
poderá ser instaurado mediante provocação, a pedido da parte ou do Ministério Público, quando
lhe couber intervir no processo.

Amicus Curiae:

O amicus curiae atua no processo para a defesa de determinado ponto de vista. Poderá ser utilizado
para ampliar a legitimidade democrática da decisão judicial com a pluralização do debate. Assim, o
amicus curiae trará elementos importantes para o julgamento da demanda. Segundo Fredie Didier
Jr., o amicus curiae é o terceiro que, espontaneamente, a pedido da parte ou por provocação do
órgão jurisdicional, intervém no processo para fornecer subsídios que possam aprimorar a
qualidade da decisão.
Apresentado o pedido de ingresso, o juiz proferirá decisão irrecorrível.

O amicus curiae não se confunde com a atuação do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica,
pois a figura interventiva não tem qualquer interesse no julgamento da ação. O amicus curiae atua
como um órgão meramente opinativo e não tem tantos poderes quanto o MP. Outra questão
relevante é o fato de que o amicus curiae não se confunde com o assistente, pois o assistente tem
interesse no resultado do julgamento, tendo poderes mais amplos que a figura interventiva. Os
poderes do amicus curiae serão fixados pelo magistrado na decisão que determina o ingresso. Desse
modo, em regra, o amicus curiae irá se manifestar sobre os fatos discutidos no processo. Contudo,
prevê o §1o do art. 138 que o amicus curiae poderá opor embargos de declaração e interpor recursos
que julguem os incidentes de resolução de demandas repetitivas. Outras possibilidades recursais
somente serão admitidas se o juiz permitir. Por fim, importante notar que o art. 138 fala que a
decisão que admite o amicus curiae é irrecorrível.

OBSERVAÇÕES:

• Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte,


o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. § 2o
Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional
federal ou tribunal superior, o relator: não conhecerá do recurso, se a providência couber
ao recorrente.

• Tendo ajuizado uma ação que versa sobre direito real imobiliário, o seu autor deixou de
apresentar o consentimento do cônjuge, que estava hospitalizado e inconsciente. Sendo
ambos casados em regime de comunhão universal de bens, deve o juiz: suprir o
consentimento faltante, dada a impossibilidade física do cônjuge de concedê-lo. Art. 74. O
consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por
um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo.

• Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular,
não altera a legitimidade das partes. §1o O adquirente ou cessionário não poderá ingressar
em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária.
• É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu

JUIZ

Poderes, Deveres e Responsabilidade do Juiz:

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:

I - assegurar às partes igualdade de tratamento;

II - velar pela duração razoável do processo;

III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações
meramente protelatórias;

1o exemplo: Determinada pessoa efetua empréstimo, mas não faz o pagamento no tempo e forma
acordados. Após tentativas de penhora de bens e com indícios de que a pessoa está ocultando os
bens, o magistrado poderá adotar uma medida restritiva de direitos a fim de proibir o devedor de
fazer novos empréstimos até que esse débito seja saldado. 2o exemplo: Pessoa adquire um veículo
e não faz o pagamento das parcelas. Tenta-se executar o valor devido sem encontrar o veículo,
muito menos bens em nome do devedor. Nesse caso, poderia o magistrado adotar medida restritiva
de direitos para suspensão do direito de dirigir até quitação da dívida.

Temos o exercício do poder de polícia pelo magistrado na condução do processo. Veja: exercer o
poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos
fóruns e tribunais.

Na audiência de instrução, o magistrado irá tomar o depoimento das partes, momento em que
poderá haver a confissão. Passado esse momento processual, o magistrado poderá determinar o
comparecimento das partes para ouvi-las, contudo, não pode pretender obter a confissão nessa
oitiva em razão da vedação constante do dispositivo.
Quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a
Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no
7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o
caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.

O art. 140, do CPC, estabelece o princípio da proibição do non liquet. Assim, ao juiz não é dada a
possibilidade de evitar o julgamento pela simples alegação de que o ordenamento jurídico não
apresenta uma norma que se adeque perfeitamente ao caso concreto.

Impõe-se ao magistrado decidir a lide nos limites propostos, vedando-se a sentença extra, intra ou
citra petita. Na realidade, essa limitação está em consonância com o princípio da congruência, que
será melhor aprofundado em outra oportunidade. O magistrado não pode decidir nada a mais
(ultra), nada a menos (citra) ou nada diferente (extra) do que fora pedido pelas partes. Em face
disso, o juiz deve decidir nos limites propostos pelas partes. Evidentemente, esse dispositivo contém
exceções. Uma delas é a que permite o magistrado decidir questões de ordem pública, ainda que
não alegadas pelas partes. Outro exemplo de exceção é a fixação de astreintes (multa coercitiva),
para o qual o art. 537, do CPC, concede ao magistrado a prerrogativa de decidir sobre a aplicação
de ofício.

Se as partes utilizam do processo para praticar atos simulados ou para conseguir fim proibido por
lei, os atos praticados no processo são nulos, devendo o juiz decretar, de ofício, a nulidade.

Impedimentos e da Suspeição:

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:

I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do
Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério
Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no


processo;

VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;

VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou
decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que
patrocinado por advogado de outro escritório;

IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

Art. 145. Há suspeição do juiz:

I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o
processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios
para atender às despesas do litígio;

III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de
parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

Além das hipóteses acima, o §1o estabelece uma situação específica de suspeição, que poderá ser
alegada unicamente pelo magistrado atuante: o Juiz poderá se declarar suspeito para atuar no
processo por razões de foro íntimo, ou seja, por motivos de ordem privada.

É importante conhecer, também, o §2o, que traz duas situações em que a alegação de suspeição
será considerada ilegítima:

se a própria parte que alegar a suspeição a provocar: Por exemplo, o advogado, sabendo que o
magistrado para quem foi distribuída a causa possui tese que irá, com grande probabilidade, levar
ao indeferimento do pedido, cria inimizada com o magistrado a fim de arguir a suspeição na forma
do art. 145, I, do CPC.

se a parte que alegar a suspeição já tiver praticado ato no processo que implique a aceitação tácita
do magistrado: Por exemplo, havendo a inimizade com o magistrado, o advogado da parte contesta
a ação após a citação e, apenas na audiência, lembra da relação conflituosa com o magistrado e
argui a suspeição.
Desse modo, se a parte tiver ciência em determinado momento do impedimento, terá 15 dias para
suscitar o incidente. Contudo, dada a natureza dessa nulidade, o entendimento amplamente
majoritário é no sentido de que o impedimento pode ser suscitado a qualquer momento no
processo. Desse modo, não obstante a previsão do prazo, não há preclusão lógica se a parte arguir
o impedimento após.

Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:

I - ao membro do Ministério Público;

II - aos auxiliares da justiça;

III - aos demais sujeitos imparciais do processo.

AUXILIARES DA JUSTIÇA

A primeira coisa que devemos saber é que o chefe de secretaria e o oficial compreendem um ofício
de justiça. É a estrutura mínima de uma unidade funcional judiciária, que se denomina de cartório
ou secretaria. Os ofícios de justiça constituem repartições, dentro do juízo, responsáveis por dar
cumprimento às determinações judiciais. A regra é que para cada juízo haja, pelo menos, um ofício.
Nada impede, entretanto, que dentro de um mesmo juízo haja mais de um ofício.

Art. 153. O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferencialmente, à ordem cronológica de


recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais.
A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá reclamar, nos próprios autos, ao
juiz do processo, que requisitará informações ao servidor, a serem prestadas no prazo de 2 (dois)
dias.

Caso o chefe de secretaria ou o oficial de justiça se recusem a cumprir os atos processuais no prazo
concedido pela lei, ou fixado pelo magistrado, ou praticarem ato nulo com dolo, ou culpa, podem
ser responsabilizados civilmente. Cumpre esclarecer que essa responsabilização será, em regra,
regressiva. Vale dizer, o Poder Judiciário será demandado e, caso condenado, haverá ação regressiva
contra o servidor.

O perito é o auxiliar do juízo que tem conhecimentos técnicos ou científicos específicos sobre
determinados fatos alegados no processo. Trata-se de um auxiliar ocasional que atuará apenas
quando necessária a produção de prova técnica. A utilização de perícia ocorrerá sempre que o
processo exigir a utilização de prova técnica ou científica.

1o - formação de cadastro de órgãos: O tribunal respectivo deve providenciar o cadastramento de


órgãos controladores da atuação profissional de técnicos ou cientistas. Para o cadastro dessas
entidades, haverá consulta pública e consulta a alguns órgãos (por exemplo, universidade,
conselhos de classe, Ministério Público, Defensoria e OAB). Uma vez cadastrados, a entidade
indicará o perito para atuar.

2o - na hipótese de não haver perito inscrito para a localidade no cadastro, o magistrado poderá
nomear livremente profissional ou órgão técnico ou científico para realização da perícia.

O depositário ou administrador é uma figura comum no processo civil. Sempre que houver
apreensão judicial de bens, o juiz poderá nomeá-los para a guarda e conservação.

Súmula Vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade
do depósito.
Segundo ensina a doutrina, intérprete ou tradutor é quem se atribui o encargo de traduzir para o
Português os atos e os documentos em língua estrangeira ou em linguagem dos surdos-mudos. É,
portanto, como perito, um auxiliar da justiça por necessidade técnica.

A distinção entre mediador e conciliador, embora ambos sejam terceiros estranhos aos conflitos
que auxiliam os conflitantes na busca consensual do conflito, está na técnica ou no modo utilizado
para chegar a autocomposição. O mediador é mais sutil, ele não pode ser proativo, ou seja, não
pode propor o acordo. O mediador, como facilitador do diálogo, atua apenas como um ouvinte das
partes, a fim de facilitar a comunicação para que os conflitantes construam a solução. Em razão
disso, sugere-se a utilização da mediação para os processos nos quais haja relação entre os
conflitantes, a exemplo de relações de família, de societários ou de vizinhança. A conciliação é
proativa, com possibilidade de formulação de proposta pelo conciliador. Recomenda-se a utilização
da conciliação para conflitos ocasionais, episódicos, de pessoas que não se relacionavam antes, por
exemplo, fornecedor e consumidor, pessoas envolvidas em acidente de carro etc.

É importante destacar que os advogados podem atuar como conciliadores e mediadores. Contudo,
não podem atuar como advogados no mesmo juízo perante o qual atuam como conciliador ou
mediador.

Os conciliadores e mediadores serão, em regra, remunerados, conforme estabelece o art. 169, do


CPC. Contudo, é importante destacar que a função poderá ser exercida de forma voluntária e, para
atender a situações de gratuidade de justiça, há previsão de que um percentual desses
atendimentos não remunerados deve ser efetuado, inclusive, pelas câmaras privadas.
MINISTÉRIO PÚBLICO

Para fins do nosso estudo, devemos saber que o Ministério Público atua ora como parte, ora como
fiscal da ordem jurídica.

Atuação como parte:

De acordo com o art. 176, do CPC, o Ministério Público atuará na defesa...

da ordem jurídica;

do regime democrático; e

dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis.

Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribuições
constitucionais.

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no PRAZO DE 30 (TRINTA) DIAS, intervir como
fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos
que envolvam:

I - interesse público ou social;

II - interesse de incapaz;

III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção
do Ministério Público.

Nesses casos, o Ministério Público será intimado para se manifestar no prazo de 30 dias.

Nas hipóteses acima, o Ministério Público:

terá vista dos autos após as partes;

será intimado de todos os atos do processo;

poderá produzir provas;

poderá requerer medidas processuais;

poderá recorrer.
Como o Ministério Público possui uma grande carga de processos para atuar, prevê o art. 180, do
CPC, que ele terá sempre prazo em dobro para se manifestar nos autos, a contar da intimação
pessoal, que poderá ocorrer por carga ou remessa dos autos e, também, por meio eletrônico. Esse
prazo em dobro somente não será considerado quando a legislação prever prazo específico para a
manifestação do Ministério Público.

ADVOCACIA PÚBLICA

1o - A advocacia pública atua na defesa do interesse público da União, dos estados-membros, do


Distrito Federal e dos Municípios.

2o - A advocacia pública goza de prazo em dobro para todas as manifestações processuais, a não ser
quando a lei prever prazo específico, contando-se o prazo da intimação pessoal (carga, remessa ou
meio eletrônico).

3o - Os advogados públicos sujeitam-se à responsabilidade civil regressiva em caso de atuação com


dolo ou fraude.

DEFENSORIA PÚBLICA

Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a
defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de forma integral e
gratuita.

Tal como o Ministério Público e a advocacia pública, a Defensoria também goza da prerrogativa
processual do prazo em dobro: A diferença em relação à Defensoria Pública está no fato de que
poderá requerer a intimação pessoal do próprio titular do direito material quando se referir à
providência ou informação que apenas ele possa realizar ou prestar.
OBSERVAÇÕES:

• O mediador deve auxiliar na compreensão das questões em conflito, mas a sugestão para a
solução do litígio cabe ao conciliador.

• Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas
normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o
perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador
judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.

• Como Defensor Público atuando em um processo eletrônico, o seu prazo para resposta deverá
ser contado em dobro e terá início quando do recebimento da intimação eletrônica pelo
defensor ou, caso não a receba no prazo de dez dias da disponibilização da intimação
eletrônica no portal, terá início automaticamente após esta data.
• A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais,
não se aplicando esse benefício quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio
para ela.

• O prazo em dobro para as manifestações processuais aplica-se aos escritórios de prática


jurídica das Faculdades de Direito reconhecidos na forma da lei e às entidades que prestam
assistência jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Pública.

• A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a


defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de forma
integral e gratuita.

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