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JURISDIÇÃO A Jurisdição e o Poder

Judiciário
A JURISDIÇÃO

“Conceitua-se pois a jurisdição estatal, a partir dessas premissas, como


função do Estado, destinada à solução imperativa de conflitos e
exercida mediante a atuação da vontade do direito em casos concretos”.
(Dinamarco e Lopes)

“A jurisdição, primeiro instituto fundamental do direito processual civil,


deve ser compreendida como parcela de poder exercitada pelo Estado-
juiz, o Poder Judiciário, a sua função típica”.
(Scarpinella Bueno)
A JURISDIÇÃO
Características:
 Inevitabilidade / Imperatividade – em relação à obrigatoriedade quanto aos
litigantes;
 Substitutividade – em relação à autotutela;
 Imutabilidade – por meio da formação da coisa julgada material;
 Há exceções.
 Inafastabilidade – após a provocação do Judiciário;
 Indelegabilidade – a atividade é privativa de integrantes do Judiciário;
 Inércia;
 Contraditório regular;
 Atuação em casos concretos – quanto comparada à atuação genérica do Legislativo.
 Esta característica está caindo em desuso. É pensar na formação dos precedentes.
A JURISDIÇÃO
No CPC:

Art. 16.  A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais


em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.
ESPÉCIES DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL
Classificação tomada apenas para fins didáticos, na medida em que a
Jurisdição é una:
 Segundo a existência ou não de conflito: jurisdição contenciosa x jurisdição
voluntária;
 O conceito de lide (pretensões antagônicas / resistidas levadas ao Judiciário para apreciação).
 Segundo a matéria envolvida: jurisdição comum (e, dentro desta jurisdição civil x
jurisdição penal) x jurisdição especial (trabalhista, eleitoral ou militar)
 Haveria uma jurisdição arbitral?
 Segundo a posição hierárquica do julgador: jurisdição inferior x jurisdição
superior
 Aqui aparecem as regras relativas à competência.
 A jurisdição superior refere-se a todos os Tribunais.
LIMITES DA JURISDIÇÃO
NACIONAL
Limites internos:
 Competência,
 Condições da ação (legitimidade de parte e interesse);
 Territorialidade da investidura do juiz.

Limites externos:
 Competência internacional – “Por falta de competência internacional o juiz será
carecedor de jurisdição”.
LIMITES DA JURISDIÇÃO
NACIONAL
Nosso legislador entende ser de jurisdição nacional, exclusivamente
(arts. 21-23 CPC):
 Casos em que o réu (pessoa física ou jurídica) é domiciliado no Brasil, não
importando a nacionalidade;
 Casos em que há uma obrigação a ser cumprida no Brasil;
 Casos cujo fundamento seja fato ou ato ocorrido no Brasil;
 Casos relativos a alimentos quando o credor tiver domicílio no Brasil ou o réu
mantiver vínculos no Brasil;
 Casos relativos a imóveis situações no Brasil;
 Casos de testamento, inventário ou partilha de bens localizados no Brasil, ainda que
o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira;
 Casos de divórcio, separação e dissolução da união estável, para a partilha dos bens.
LIMITES DA JURISDIÇÃO
NACIONAL
Fora das hipóteses mencionadas, as partes podem convencionar foro
estrangeiro em contrato internacional, com o que se afastará a
jurisdição nacional (art. 25).

Além disso, admite-se pendência de “demanda estrangeira” e


“demanda nacional” ao mesmo tempo --- a chamada litispendência
---, ressalvados eventuais acordos e tratados bilaterais.
COOPERAÇÃO
INTERNACIONAL
A cooperação é, novamente, tema do CPC, quando se fala em jurisdição
nacional e estrangeira (art. 26). Seu objeto é definido pelo Código:
Art. 27.  A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
II - colheita de provas e obtenção de informações;
III - homologação e cumprimento de decisão;
IV - concessão de medida judicial de urgência;
V - assistência jurídica internacional;
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela
lei brasileira.
COOPERAÇÃO
INTERNACIONAL
Existem dois formatos principais para efetivar a cooperação
internacional:
 Auxílio direto
 Carta Rogatória
 Ação de homologação de sentença estrangeira.
ORGANIZAÇÃO
JUDICIÁRIA BRASILEIRA
Preocupação da Constituição Federal – e do Direito Constitucional –
historicamente (v. arts. 92-126 da CF).

Órgãos integrantes:
 Supremo Tribunal Federal
 Superior Tribunal de Justiça
 Tribunais Regionais Federais e os juízos federais de primeira instância
 Tribunais e juízes do trabalho
 Tribunais e juízes eleitorais
 Tribunais e juízes militares
 Tribunais e juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios
 Conselho Nacional de Justiça – que não exerce Jurisdição.
O JUDICIÁRIO
BRASILEIRO
DIVISÃO DA JUSTIÇA
FEDERAL
A PROPOSTA DA EC
73/2013
LIMINAR NA ADI 5071
Concedida pelo Min. Joaquim Barbosa durante o recesso de jul/2013:
Contudo, no controle jurisdicional, é imprescindível apontar o risco que correm as
instituições em caso de precedente que autorize hipoteticamente um Poder a
modificar unilateralmente a estrutura ou a competência de outro Poder. Sem o
Judiciário, o Legislativo e o Executivo independentes, é mera questão de tempo a
ocorrência de algo que não se deseja: a supressão das competências de cada
órgão formador da vontade do Estado.
Por outro lado, é importante assinalar que o CNJ, como órgão encarregado de
auxiliar o Judiciário na formulação, na execução e na fiscalização de suas
atividades administrativas, tem que ter resguardada a sua competência para
opinar, fundamentadamente, sobre a eficiência das mudanças propostas.
Por fim, é bom que se diga que a suspensão temporária dos efeitos da EC 73/2013
é plenamente reversível. Estando sujeita ao referendo do Colegiado, a medida
cautelar ora concedida poderá ser examinada em breve. Não haverá prejuízo,
portanto, se o Plenário entender por sua cassação.
DECISÃO FINAL ADI 5071
Em dezembro de 2017, após recurso da Associação autora.

Trânsito em julgado ocorrido em 02/2018.

E agora? Haverá a instalação das novas Regiões e Tribunais?


DIVISÃO DA JUSTIÇA
FEDERAL
Dentro das Regiões há, ainda, divisões entre:
 Seções
 Subseções

Pode-se dizer, também, que há divisão entre instâncias.


DIVISÃO DA JUSTIÇA
ESTADUAL
A Justiça Estadual, por sua vez, divide-se em Comarcas.
 Há, ainda, a noção de circunscrição judiciária.

Algumas Comarcas têm, também, divisão em Foros Regionais.

Outra divisão comum é a que existe entre as Varas Especializadas.

Por fim, há, igualmente, divisão entre instâncias.

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