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SANÇÃO: reação da ordem jurídica à violação do direito mediante a aplicação de uma consequência.

#Sentido mais amplo: é o modo juridicamente adequado de converter a intenção normativa em efeitos
práticos. Inclui a sanção negativa que é a reação desfavorável do direito ao incumprimento de uma
norma e a sanção positiva que é a reação favorável. Consiste na atribuição de vantagens ao
comportamento de alguém.- SENTIDO MENOS COMUM na linguagem corrente.
#Sentido menos amplo: apenas inclui sanção negativa. é sempre uma consequência desfavorável que
atinge aquele que viola uma regra. – SENTIDO MENOS COMUM na linguagem corrente
Na perspetiva da sanção existem 2 tipos de normas:
#1Normas ordenadoras/primárias: definem o modelo de comportamento a observar
#2Normas sancionatórias/secundárias: estabelecem a sanção, para o caso da inobservância desse
comportamento
-Habitualmente a mesma norma inclui os 2 aspetos: ordenador e sancionatório (artº483,1cc)
-Excecionalmente os 2 aspetos podem constar de normas diferentes(artº875 c/ 220 cc)
Tipologia:
#1 Quanto ao bem/valor sobre o qual recaem
Sanções patrimoniais: incidem sobre o património do infrator(ex: indeminizações e multas)
Sanções pessoais: incidem sobre a pessoa do infrator(ex:pena de prisão e do trabalho a favor da
comunidade)
#2 Quanto ao fim que pretendem atingir: Critério funcional 7 tipos de sanções: Reconstitutivas,
compensatórias, preventivas, punitivas, compulsórias, positivas, ineficácia jurídica.
INEFICÁCIA JURIDICA: é diferente dos outros tipos de sanção pq não incide sobre o infrator, mas
sobre os seus atos que se tornam inúteis, pq não produzem os efeitos jurídicos pretendidos.
#A ineficácia jurídica “lato sensu”: o direito impede que os atos jurídicos desconformes com a lei
produzam os efeitos que, em condições normais, lhes estariam associados.
Tipos de ineficácia jurídica “lato sensu” por ordem decrescente de gravidade:
#1 Inexistência jurídica: é a mais grave em que para o direito é como se não houvesse nada, nem
sequer uma base que permita afirmar-se que existiu um ato inválido(1628,c) CC-casamento sem
declaração de vontade de um dos nubentes)
#2 Invalidade: o direito considera o ato que deveria ser fonte dos efeitos jurídicos sem valor.
*Nulidade(286cc) Um ato jurídico é nulo qd devido a um vicio existente no momento em que foi
celebrado, não produz os efeitos jurídicos que diz produzir. A nulidade é uma forma de invalidade
mais grave, contrapondo-se à anulabilidade, menos grave. A nulidade tb é uma forma de ineficácia,
isto é, de não produção dos efeitos. De acordo com o artº 286 do cc pode ser invocada a qq momento
por qq interessado e deve ser declarada oficiosamente pelo tribunal, mesmo que ninguém lho peça.
São nulos por ex. os negócios celebrados verbalmente quando a lei exige que o sejam por escrito (875
e 220 cc)
*Anulabilidade(287,1 cc) um ato jurídico é anulável qd devido a um vicio existente no momento em
que foi celebrado, os seus efeitos jurídicos podem ser eliminados por alguém a quem o sistema
confere esse poder. A anulabilidade é uma forma de invalidade. De acordo com o art287 cc a anulação
do ato por quem de direito destrói os efeitos do negócio retroativamente, ou seja de modo equivalente
a se o negócio nunca tivesse sido celebrado. Verifica-se a restrição da legitimidade para anular, a
existência de um prazo para anular e a possibilidade de confirmação. São anuláveis, por ex. os
negócios viciados por coação moral, erro ou dolo, ou praticados por menores(125,1cc)
#3 Ineficácia jurídica “Stricto sensu”: o direito não considera o ato inválido, mas impede que ele
produza os efeitos que se destinava a produzir
COAÇÃO E ESTADO
Não pode haver coação sem estado pq só este está legitimado a utilizá-la, mas pode haver estado sem
coação pq esta não é essencial ao estado, é um mero instrumento de eficácia

TRIBUNAIS são os órgãos de soberania com competência para administrar a justiça (função
jurisdicional) em nome do povo(202,1CRP). São órgãos independentes estando exclusivamente
vinculados à lei(203CRP).
As funções dos tribunais incluem: a tutela dos direitos, defendendo os direitos e interesses legalmente
protegidos dos cidadãos e dirimir os conflitos de interesses públicos e privados e a tutela do direito no
sentido de que incumbe aos tribunais reprimir a violação da legalidade democrática.
Tribunais Judiciais comuns dividem-se em Tribunais de 1ª instância, Tribunais da Relação e Supremo
Tribunais de Justiça(209,1CRP).
Esta estruturação permite que tribunais diferentes apreciem a mesma questão em sede de recurso.
De acordo com o art33, 1 da LOSJ(aprovada pela lei 62/2013 de 26/08), os Tribunais Judiciais de 1º instância
incluem os Tribunais de Competência Territorial Alargada e os Tribunais de Comarca. O território nacional está
dividido em 23 Tribunais de Comarca(33,2LOSJ-anexoII). Cada comarca corresponde a um Distrito, exceto
porto(2) e Lisboa(3).
*Tribunais de Competência Territorial Alargada(83,3LOSJ):
-Tribunal da propriedade intelectual, Tribunal Marítimo e Tribunal Central de Instrução Criminal têm
jurisdição nacional e sede em Lisboa;
-Tribunal da concorrência, Regulação e supervisão tem jurisdição nacional e sede em Santarém;
-Tribunal de execução de Penas são 5, Porto, Coimbra , Lisboa, Évora e Açores (sede em Ponta Delgada)
*Tribunais da Relação (Tribunais de 2ªinstância) são 5: Guimarães, Porto, Coimbra, Lisboa e Évora;
*Supremo Tribunal de Justiça é o Tribunal de última instância tem jurisdição nacional e sede em
Lisboa(45LOSJ) e em regra apenas conhece de matéria de direito(46LOSJ).
Só é possível recorrer das decisões dos Tribunais de 1ªinstância (alçada de 5000€) para os Tribunais da Relação
(alçada de 30000€)e das decisões destes para o STJ se o valor das causas exceder os das respetivas
alçadas(42,2LOSJ).
Os magistrados judiciais denominam-se juízes(1ªinstância), desembargadores (Relação) e Conselheiros (STJ)
TRIBUNAIS DE COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA situam-se fora dos Tribunais Judiciais Comuns e são
o Tribunal Constitucional(209,1 e 221 CRP), Tribunais Administrativos e Fiscais(209,1b,CRP) e o Tribunal de
Contas(209,1c e 214 CRP)
Tribunais Administrativos e Fiscais(145,1LOSJ) estão estruturados em Supremo Tribunal Administrativo,
Trbunais Centrais Administrativos, Tribunais Administrativos de Círculo e Tribunais Tributários.
O ano judicial corresponde ao ano civil(27,1LOSJ)

Conceito de lei: o artº 1,2CC define lei. Integra 2 elementos: o elemento material que significa que a lei
corresponde a uma norma jurídica o que significa que é geral pq se dirige a um conjunto indeterminado de
sujeitos e abstrata pq prevê um conjunto de fatos que ainda hão de ocorrer e o elemento formal que significa
que a lei é emitida por uma autoridade competente, através das formas destinadas ao exercício da função
legislativa
-Uma lei em sentido próprio reúne os 2 elementos. Ex. Constituição, Leis de revisão constitucional e Leis da
AR.
-Uma lei meramente material só tem presente o elemento material. Há uma norma jurídica, mas não reveste a
forma de lei. Ex. regulamentos.
-Uma lei meramente formal só tem presente o elemento formal. É aprovada pelo órgão competente e reveste a
forma de lei, mas não corresponde a uma norma jurídica. Ex. Leis de autorização legislativa.
-Uma lei em sentido estrito é um ato legislativo aprovado pela AR.
-Um ato legislativo (112,1 CRP-lei, DL, D Legislativo Regional) é um ato normativo aprovado por um órgão
com competência legislativa
-Um ato normativo corresponde a uma norma jurídica. Estão presentes as características de generalidade e
abstração, independentemente do órgão que aprova o ato. Assim além dos atos legislativos, tb cabem no
conceito de ato normativo os regulamentos administrativos.
-Normas Corporativas(1,2CC)antes eram emitidas pela Câmara Corporativa (estado novo), atualmente são
fontes institucionais correspondentes às regras aprovadas, por ex. pelas ordens profissionais.
-Leis imperativas prevalecem sobre as leis corporativas (1,3CC)
FONTES DE DIREITO: A expressão é uma metáfora, são os locais onde é possível encontrar o Direito.
Leis, normas corporativas, usos, equidade, jurisprudência, doutrina, princípios fundamentais de direito, costume
As leis e normas corporativas (1CC) são fontes diretas, imediatas e voluntárias;
Os usos (3CC) e a equidade (4CC) são fontes diretas e mediatas;
A jurisprudência e a doutrina são fontes indiretas e voluntárias;
O costume e os princípios fundamentais de Direito são fontes não voluntárias;
-Fontes diretas estão expressamente previstas na lei;
-Fontes indiretas não estão expressamente previstas na lei pelo que têm funções, essencialmente de
interpretação e integração;
-Fontes imediatas são aquelas cuja vinculatividade resulta da própria fonte;
-Fonte mediatas são aquelas que só são vinculativas, se a lei para elas remeter;
-Fontes voluntárias são as que pressupõem um ato explícito de criação normativa. Resultam de uma vontade
humana identificável;
-Fontes não voluntárias são as que não pressupõem um ato explícito de criação normativa. Transcendem a
vontade humana;
SENTIDOS DA EXPRESSÃO “FONTES DE DIREITO”
-Sentido histórico atende às origens históricas e às influências exercidas sobre um determinado sistema
jurídico. Ex. Direito Romano e Direito Francês;
-Sentido instrumental (cognoscendi) corresponde aos documentos que contêm as normas jurídicas. Ex. CRP e
CC
-Sentido Orgânico/político (Existendi) trata dos órgãos encarregados de produzir as normas jurídicas. Ex. AR,
Governo, e as Assembleias Legislativas Regionais;
-Sentido técnico-jurídico/dogmático (manifestandi) é o mais relevante (na perspetiva jurídica) e corresponde
aos modos de formação ou de revelação das normas jurídicas. Ex. leis, normas corporativas, usos, equidade,
jurisprudência, doutrina, costume e os princípios fundamentais de Direito;
- Sentido material/substancial corresponde a qualquer facto social gerador de efeitos jurídicos. Ex. o
nascimento, a morte, o casamento, o contrato e o acidente de viação:
TIPOS DE NORMAS
Na perspetiva das “fontes de Direito” há 2 tipos de normas jurídicas:
-Normas secundárias/2ºgrau são normas sobre as fontes. Estabelecem quais as fontes admitidas pelo sistema
jurídico. Ex.(Artº 1º,3º e 4º CC);
-Normas primárias/1ºgrau são as próprias fontes diretas de Direito. São em geral, todas as outras, `exceção das
referidas.

O que verdadeiramente leva ao conhecimento do Direito é a sua imperatividade em sentido axiológico.


Axiológico é tudo aquilo que se refere a um conceito de valor ou que constitui uma axiologia, isto é, os valores
predominantes em uma determinada sociedade.
A imperatividade atende à ideia de força obrigatória dos atos jurídicos.
As normas jurídicas são imperativas porque a sua essência é a do dever ser: devemos obedecer-lhes sem a
possibilidade de escolhermos livremente entre o seu cumprimento e não cumprimento.
Por isso, dir-se-á que o Direito orienta as nossas condutas independentemente da nossa vontade porque só
assim se cumprirá a sua função ordenadora indispensável à subsistência da sociedade.
DESVALORES DO ATO LEGISLATIVO
O ato legislativo está sujeito aos mesmos desvalores/vícios de qualquer outro ato jurídico:
-Inexistência: significa que o ato nem sequer é considerado. é o q resulta da conjugação dos art.137º e 134ºb
CRP;
-Invalidade: significa que o ato é considerado sem valor. Exemplo da declaração de inconstitucionalidade, com
força obrigatória geral (282º,1 CRP)
-Ineficácia: significa que o ato é válido, mas não produz efeitos. Ex.119º,2CRP
HIERARQUIA DAS FONTES E DAS NORMAS
As varias fontes de Direito e normas jurídicas estão sujeitas a uma hierarquia até pq em caso de conflito aplica-
se a fonte ou norma de valor hierárquico superior
1º Princípios fundamentais do Direito: são anteriores e superiores à própria constituição, pelo que prevalecem
sobre esta, situam-se no plano do Direito Natural. Um princípio é o fundamento de uma norma jurídica, são as
vigas do direito que não estão definidas em nenhum diploma legal. É possível concluir que o princípio inspira a
criação da norma, ou seja, tem a função de instruir o legislador sobre os seus motivos. Direito à vida, à
igualdade, à liberdade
2º Normas constitucionais
-Normas constitucionais originárias – foram aprovadas pelo legislador constituinte originário e impõem
limites ao poder de revisão constitucional.
-Normas constitucionais derivadas- foram aditadas à constituição pelo legislador constituinte derivado (ou
seja, no âmbito de uma revisão constitucional) e têm de respeitar os limites ao poder de revisão
-Normas constitucionalizadas-normas que não integram a constituição, mas são por esta recebidas, na ordem
interna. É o caso do artº8 da CRP
A constituição prevalece sobre todas as outras leis
A inconstitucionalidade é o vicio que afeta uma lei ordinária que viole a constituição
Há 4 tipos de inconstitucionalidade: orgânica (tem a haver com a competência do órgão); formal (tem a haver
com a forma do ato); procedimental (tem a haver com a tramitação do processo legislativo);
material/substancial (qd o conteúdo da lei ordinária viola o conteúdo da norma constitucional)
3ºLeis ordinárias com valor reforçado: estão previstas no artº112,3CRP e têm um valor jurídico
infraconstitucional (pq têm de respeitar a CRP, sob pena de inconstitucionalidade) e supra legal (pq prevalecem
sobre as leis ordinárias comuns, sob pena de ilegalidade)
4ºLeis ordinárias comuns: são todas as leis ordinárias que não têm valor reforçado
CRITÉRIOS DE RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS DE NORMAS
Diz-se que há um conflito de normas quando à mesma situação concreta, são aplicáveis, potencialmente duas
ou mais normas diferentes. Os critérios de resolução dos conflitos de normas são por ordem subsidiária:
De acordo com o critério da superioridade, entre duas normas de valor hierárquico diferente, aplica-se a de
valor hierárquico superior
De acordo com o critério (Princípio)da especialidade, em princípio, entre uma norma geral e uma especial,
aplica-se a norma especial. Ex. o CC não revoga o Código do Trabalho ou o Código Comercial, naquilo que for
específico destes(7º,3CC)
De acordo com o critério da posteridade, entre uma norma anterior e uma posterior, aplica-se a norma posterior

Publicação: todos os atos legislativos têm de ser publicados no DR de acordo com o artº5, 1CC e do
Artº119,1CRP sob pena de ineficácia jurídica prevista no artº119,2CRP e artº1,1LPIFD. A data da
publicação é a da disponibilização do DR no site da INCM (artº1,2LPIFD) e acontece na 1ªserie do
DR (artº3,2c,LPIFD)
Verificando-se ineficácia o ato jurídico deixa de produzir os efeitos que em condições normais lhes
estariam associados.
A publicidade da lei visa torná-la cognoscível de todos os seus destinatários até pq o artº6 CC
estabelece o princípio ignorantia iuris non excusat: " ignorância da lei não desculpa" é um princípio
jurídico que sustenta que uma pessoa que não está ciente de uma lei não pode escapar da
responsabilidade por violar essa lei simplesmente por não ter conhecimento de seu conteúdo.   A
ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento nem isenta as pessoas
das sanções nela estabelecidas
Identificação: todos os atos legislativos também têm de ser identificados por um nº e uma data
(artº7,1LPIFD) e um titulo que traduza sinteticamente o seu objecto (artº7,2LPIFD). No caso seria
DL X/2008 de 10 de Dezembro.
Cessação da vigência da lei (7º,1 CC)
CADUCIDADE: qd a lei não se destina a ter vigência temporária. É uma espécie de” lei a prazo”,
que deixará de vigorar pela superveniência de um facto (pode ser um facto meramente cronológico
(lei determina que vigorará por x meses ou até ao dia y) ou um facto de outra ordem (a lei vigorará
enquanto persistirem certas condições especiais)) ou pelo desaparecimento de uma realidade (a lei
deixa de vigorar qd desaparecerem os pressupostos de aplicação- a lei sobre a caça a uma
determinada espécie animal desaparece se, entretanto, essa espécie se extinguir)
Exemplos de leis que cessam por caducidade as publicadas em contextos como a pandemia, o
Euro2004 ou a Expo98
REVOGAÇÃO: a lei só deixa de vigorar se for revogada por outra lei. É o processo habitual de
cessação da vigência da lei (7º,1CC)
#Quanto à forma de revogação (7º,2CC): expressa e tácita
#Quanto ao âmbito da revogação
-Revogação total: significa que a lei nova regula toda a matéria que constava da lei anterior;
-Revogação parcial: consiste na revogação de apenas uma parte da lei anterior, mantendo-se em
vigor as restantes normas. Neste caso temos uma lei alterada que se mantêm em vigor.
Relativamente à cessação da vigência da lei, a lei de 2000 cessou por revogação (artº7,1CC), uma vez
que foi substituída pelo Decreto-Lei de 2008.
Quanto à forma o enunciado não esclarece se foi expressa ou tacita (Artº7,2CC). Considera-se
revogação expressa qd resulta de uma declaração expressa que consta da lei revogatória e que indica
quais as normas revogadas e revogação tácita qd resulta da incompatibilidade entre as novas
disposições e as regras anteriores (Ex. uma nova tx de imposto é incompatível com a tx anterior) ou
do facto de a lei revogatória regular toda a matéria da lei anterior.
Quanto ao âmbito trata-se de uma revogação parcial pq só foram revogados 20 dos 100 artigos, apenas
uma parte da lei anterior, mantendo-se em vigor as restantes normas. Neste caso temos uma lei
alterada que se mantêm em vigor o que nos leva para as questões das alterações e da republicação que
só se aplicam no caso da revogação parcial.
Quanto às alterações, o DL de 2008 deveria, conforme o artº6,1LPIFD, indicar o nº de ordem da
alteração introduzida e identificar as alterações anteriores. Se fosse uma revogação total em que a
nova lei regula toda a matéria que consta da lei anterior, não se aplicaria porque há uma lei nova.
Entende-se por republicação, a publicação, em anexo à última alteração, do texto integral do ato
legislativo e segundo o artº6,2LPIFD, sempre que sejam introduzidas alterações, deve proceder-se à
republicação integral dos correspondentes diplomas legislativos, em anexo às referidas alterações.
Não se conhece a natureza das alterações nem se modificam substancialmente o pensamento
legislativo das leis em vigor (artº6, nº2 e nº4 a)b) da LPIFD).
Não se aplica o artº6, nº3, b) da LPIFD, pq as alterações não excedem os 20%, mas sim o artº6, nº3, a)
pq verificam-se mais de 3 alterações. Esta norma não se aplicaria se fosse um código.
Vacatio legis: Relativamente ao conceito de Vacatio legis definido no artº5,2CC que consiste no
período de tempo que ocorre entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor, o mesmo artigo
esclarece que o prazo da vacatio legis será o que a própria lei determinar (artº2,1LPIFD) ou se esta
nada disser, o que for determinado em legislação especial. A legislação especial em referência é a lei
sobre a PIFD, aprovada pela lei nº74/98 de 11/11 e que regula a publicação, vigência, retificação,
alterações, republicação e identificação dos atos legislativos. A LPIFD, no seu artº2,2 estabelece que
na falta de fixação do dia, os atos legislativos entram em vigor no 5º dia após a publicação, sendo este
considerado o prazo geral da vacatio legis. Este prazo conta-se a partir do dia imediato ao da
disponibilização do diploma no site da INCMA (artº2,4LPIFD). Neste caso o DL em referência entrou
em vigor no dia 15/12/2008.
#Razões para que o prazo geral da vacatio legis seja alargado a mais de 5 dias:
-Dificuldades de apreensão do conteúdo de certas leis que exigem um estudo mais prolongado. Ex.CC
foi aprovado em 25/11/66 mas só entrou em vigor em 1/6/67.
-Dificuldade de adaptação dos destinatários ao condicionalismo imposto pela lei. Ex. lei que
estabeleceu a obrigatoriedade do uso de segurança ou a lei que definiu a necessidade de dividir os
espaços para os fumadores e não fumadores.
#Razões para que o prazo geral da vacatio legis seja encurtado para menos de 5 dias ou no limite para
a vigência imediata:
-Situações de inadiável urgência como catástrofes públicas (cheias, incêndios, terramotos, epidemias,
etc)
-Evitar a frustração dos objetivos da lei. Ex. se uma lei pretender proibir o comércio de determinado
produto, ela terá que ter vigência imediata sob pena de, no período da vacatio legis , acontecer um
efeito inverso ao pretendido.
Retificação: Têm de respeitar requisitos de conteúdo, de forma e de prazo. Não havendo informação
supõe-se que se encontram cumpridos os requisitos previstos no nº1 do artº5 da LPIFD. Não se
verificou, no entanto os 60 dias previstos no nº2 do mesmo artigo. As declarações de retificação
devem ser publicadas até 60 dias após a publicação do texto retificando. Assim sendo o Decreto
retificativo é nulo conforme o artº5,3LPIFD, mantendo o DL a redação com que foi publicado.
A inconstitucionalidade verifica-se pq o governo violou a reserva absoluta de competência legislativa
prevista art164CRP constituindo uma inconstitucionalidade orgânica.
Verifica-se aqui a Repristinação que é a reposição em vigor de um ato legislativo que já tinha deixado
de vigorar. Neste caso a lei de 2000 após a declaração de inconstitucionalidade do DL de 2008 volta a
vigorar.
O artº7,4CC estabelece uma regra geral de proibição de repristinação mas o artº282, 1CRP admite
uma exceção para os efeitos da declaração de inconstitucionalidade.

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