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1º grupo - Técnicas legislativas

1 - As presunções legais são ilações retiradas de um facto conhecido para


firmarem um facto desconhecido. A lei extrai de um facto empiricamente verificado um
facto construído não empiricamente verificado. Estas são ilidíveis mediante prova em
contrário (regra-geral), artigos 349.o a 351.o do Código Civil, n.o 2 do artigo 350.o. As
presunções legais podem ser ilididas mediante prova em contrário, exceto nos casos em
que a lei o proibir.
2- A REMISSÃO é uma técnica legislativa da qual o legislador se serve com
frequência para evitar a repetição de normas artigo 678.o do Código Civil
3 - As Partes Gerais pretendem evitar repetições fixando desde logo aqueles
princípios gerais e disposições normativas que são comuns às diversas regulamentações
particulares que a lei vai esclarecer dando desde logo resposta antecipada a um conjunto
de questões iniciais.
4 - Ficções Legais funcionam como remissões implícitas: em vez de
expressamente remeter para normas determinadas que regulam determinados factos ou
situações, o legislador estabelece que o facto ou situação a regular é ou se considera
igual àquele facto ou situação para que já se acha estabelecido um regime na lei. Trata-se
da assimilação fictícia de realidades factuais diferentes, para efeito de as sujeitar ao
mesmo regime jurídico.
5- - Definições Legais os enunciados legais que se limitam a estabelecer
definições e classificações não são, evidentemente, normas autónomas e completas:
contêm apenas partes de normas que hão de integrar outras disposições legais,
resultando dessa combinação uma norma completa, artigos 202.o a 212.o
6 - Os CONCEITOS INDETERMINADOS são conceitos intencionalmente
indeterminados de forma a forçar o julgador a configurar de forma mais exata a situação
jurídica, em forma das intenções da norma genérica aplicada às circunstâncias do caso.
São realidades cambiantes ou ainda pouco conhecidas que envolvem a adequação do
alcance da norma ao caso concreto. Exemplo Bons costumes
7 - As CLÁUSULAS GERAIS são standards, padrões, referências, causas
delimitadoras, diretrizes genéricas e abstratas, coordenadas que determinam o alcance
da norma e a diversidade de comportamentos que esta comporta. Cláusulas gerais são,
portanto, normas com diretrizes indeterminadas, que não trazem expressamente uma
solução jurídica (consequência). A norma é inteiramente aberta. Uma cláusula geral,
noutras palavras, é um texto normativo que não estabelece "a priori" o significado do
termo (pressuposto), tampouco as consequências jurídicas da norma (consequente).
Exemplo: despedimento

2º grupo - conceitos
Interpretação Jurídica
Interpretação declarativa - quando o sentido que o intérprete fixou à norma coincide com o
significado literal ou um dos significados literais. Pode ser lata ou restrita
Interpretação extensiva - quando o intérprete chega à conclusão que a letra da lei fica
aquém do seu espírito, porque o legislador disse menos do que no fundo pretendia artigo
877.o, n.o 1 do Código Civil
Interpretação restritiva - a letra da lei vai além do seu espírito, porque o legislador disse
mais do que aquilo que pretendia.
Interpretação enunciativa - quando o intérprete deduz, de uma norma interpretada outras
que nela estão implícitas, utilizando para tal certos processos lógicos-jurídicos.
Interpretação ab-rogante - quando o intérprete chega à conclusão que o sentido da norma
é indecifrável, não sendo possível apreender o seu conteúdo, pelo que a reputa
inexistente.
Elementos de interpretação
Elemento Sistemático Torna-se indispensável enquadrar a lei a interpretar no sistema de
que faz parte, tendo em atenção os princípios gerais do sistema a que pertence. Nesta
atividade consiste o recurso ao elemento sistemático, que é constituído pelo conjunto de
disposições imediatamente próximas da norma a interpretar e que regulam a mesma
matéria.
Elemento Histórico este elemento compreende todos os dados ou acontecimentos
históricos que expliquem a criação da lei.
Revogações da Lei
Quanto à forma
Revogação expressa: se certo ato legislativo explicitar o seu desiderato de revogar lei
anterior. O legislador indica quais os diplomas que a nova lei revoga.
Revogação tácita: se o seu conteúdo revogatório não for explicitado na letra da lei, mas
decorrer da sua interpretação e permitir considerar a existência de «uma
incompatibilidade entre as novas disposições e as regras precedentes», artigo 7.o, n-o 2
do Código Civil.
Quanto à extensão
Revogação total ou ab-rogação: se a lei anterior cessar completamente a sua eficácia,
i.e., quando todas as disposições de uma lei são atingidas.
Revogação parcial ou derrogação: quando só algumas disposições da lei antiga são
revogadas pela lei nova.
Lei revogada posta novamente em vigor
a revogação da lei revogatória não importa o renascimento da lei que esta revogara –
artigo 7.o, n.o 4 do CC. – i.e., a lei revogada só revive através de uma disposição
REPRISTINATÓRIA.
Chama-se LEI REPRISTINATÓRIA à lei que repõe em vigor uma lei revogada.
Aplicação de leis no tempo - 12º cc
Aplicação de leis no espaço - cada Estado tem a sua própria ordem jurídica interna, o seu
Direito. Porém, as relações sociais transcendem o âmbito dos Estados e estabelecem-se,
quer entre indivíduos de Estados diferentes, quer entre os próprios Estados. Estes,
formam também entre si uma verdadeira sociedade internacional, cada vez mais
complexa e exigente, e que dá origem a uma Ordem Jurídica comum – a Ordem Jurídica
internacional.
resulta que os Estados não aplicam exclusivamente o seu Direito interno no seu espaço,
e têm por vezes de aplicar nos seus tribunais as leis de outros Estados. Leis estrangeiras
entram, assim, em concorrência com as leis do próprio Estado, dentro do seu próprio
território

3º grupo - Caso prático


Negócio Jurídico unilateral e bilateral
Contratos unilaterais e bilaterais
Principio da autonomia
Principio da liberdade contratual - 405
Lacunas Jurídicas omissão da lei e na lei
A lacuna é uma falha de legislação, na regulação de uma situação da vida que exige uma
disciplina normativa. I. A existência de lacunas é inevitável, pois as leis são impotentes
para prever todas as situações que carecem de ser disciplinadas pelo Direito. Tal ocorre,
seja pelo facto de existirem matérias não reguladas, seja porque o conteúdo da lei é
incompleto pois não contempla certos domínios de uma determinada matéria, seja porque
a mesma lei, abarcando os referidos domínios, não é suficientemente pormenorizada para
reger determinados efeitos jurídicos que neles emirjam. Assim, lacuna pode envolver quer
uma falha de previsão (a lei não contempla uma situação que deve ser regulada
juridicamente) ou de estatuição (a lei prevê a referida situação mas não determina as
correspondentes consequências jurídicas).Principio da Retroatividade da lei artigo 2º
código penal

Os atos jurídicos lícitos são aqueles que estão em conformidade com a Ordem Jurídica,
como por exemplo o casamento, a doação, o mútuo.
Os atos jurídicos ilícitos são aqueles que contrariam a Ordem Jurídica e implicam uma
sanção para o seu autor. Ex: o homicídio, o furto.
A ilicitude, qualidade do ato ilícito, consiste, assim, na violação de uma norma e do dever
jurídico que ele impõe. Logo, é ilícito, por exemplo, furtar, difamar ou não cumprir uma
obrigação.
Os atos ilícitos civis, porque violam uma norma de Direito Privado, atingem simples
interesses particulares e dão lugar às sanções civis
Os atos ilícitos criminais, porque violam uma norma de Direito Penal (Direito Público),
atingem interesses gerais e valores básicos da sociedade e dão origem às sanções
criminais. Há ilícito disciplinar quando um funcionário ou agente integrado em certa
organização pratica um ato voluntário que infringe alguns dos deveres decorrentes da
função que exerce, violando regras que disciplinam o funcionamento dessa organização.
Sanção - mera repreensão até à suspensão ou, em casos muito graves, à demissão.
Exemplo: Falta de assiduidade e de pontualidade,
Ilícito de Mera Ordenação Social:
abrange as contraordenações e que consiste no desrespeito de regras que visam
proteger valores coletivos de segunda relevância.
Ilícito Intencional e Ilícito Meramente Culposo
Os factos ilícitos classificam-se em intencionais e meramente culposos: os primeiros, são
praticados com a intenção de prejudicar, causar dano (dolo), enquanto nos segundos não
existe essa intenção, mas apenas imprudência ou negligência do seu autor (culpa em
sentido estrito).
Aos factos ilícitos intencionais chama-se delitos e aos meramente culposos quase-delitos.
O autor da prática de tais atos, quer os tenha praticado com intenção ou mera culpa é
sempre obrigado a
indemnizar o lesado por perdas e danos.O Código Civil considera de interesse prático
essa distinção entre dolo (art.o. 253.o) e mera culpa; assim, por
exemplo, nos artigos 814.o, n.o 1, e 1681.o, n.o 1, a obrigação de indemnizar pressupõe o
dolo.
O ilícito pode ser contratual e extracontratual.
✓A chamada responsabilidade civil contratual consiste na infração de uma relação
obrigacional ou de crédito, que existia entre o lesante e o ofendido. Ex: a responsabilidade
consequente ao não pagamento de uma dívida.
O Código Civil trata esta forma de responsabilidade nos artigos 798.o e seguintes.
Por sua vez, a responsabilidade civil extracontratual resulta da infração de um dever ou
vínculo jurídico geral, i.e., um daqueles deveres gerais de abstenção impostos a todas as
pessoas e que correspondem, como já estudamos, aos direitos absolutos. Ex: a
responsabilidade resultante da violação de um direito de propriedade, ou de um direito de
personalidade (direito à vida, à honra, etc.).
O Código Civil refere-se a esta forma de responsabilidade no art.o. 483.o (já transcrito no
início) e seguintes. À responsabilidade contratual e extracontratual interessam ainda os
artigos 562.o e ss., do CC., respeitantes «à obrigação de indemnização» seja qual for a
sua origem.
Exclusões da licitude
1. ação direta; É a situação em que se considera justificado o recurso à força com o
fim de preservar ou realizar o próprio direito 336º
2. A legítima defesa; É a situação em que se considera justificado o ato destinado a
afastar qualquer agressão dirigida contra o agente ou terceiro 337º
3. O estado de necessidade; Em estado de necessidade, atua-se por iniciativa
própria e como meio de defesa para afastar um perigo que pode ter variada proveniência,
mas nunca a agressão de outrem. 339º
4. O consentimento do lesado. consiste no consentimento do titular do direito à
prática de um determinado ato que, sem esse consentimento constituiria uma violação
desse direito ou da norma que tutela o respetivo interesse. 340º cc

Direito potestativo
Direito potestativo e sujeição – consiste no poder, conferido pelo seu titular, de produzir
determinados efeitos jurídicos que se impõem inevitavelmente a outra pessoa. Correlativo
a esse poder é, não um dever, mas uma sujeição que se traduz na inevitabilidade de
sujeito passivo suportar o exercício desse poder e respetivos efeitos.

Os Direitos Potestativos, consoante os efeitos jurídicos que tendem produzir, costumam


dividir-se em constitutivos 1550º , modificativos 1568º ou extintivos 1569º conforme
provocam, respetivamente, a constituição, a modificação ou a extinção de relações
jurídicas
Direito subjetivo
Direitos subjetivos propriamente ditos ou em sentido restrito – consiste no poder de o seu
titular exigir de outra pessoa uma certa conduta, positiva (fazer) ou negativa (não fazer),
ao qual corresponde, do lado passivo, um dever jurídico a que está adstrito o respetivo
sujeito e que se traduz na necessidade jurídica de observar essa conduta.
Factos jurídicos voluntários ou atos jurídicos são manifestações de vontade, quer do
sujeito, quer de quem o represente, com relevância jurídica.
✓Factos jurídicos involuntários são estranhos e independentes da vontade (factos
naturais). São puramente obra da natureza, embora possam verificar-se no próprio
homem, como por exemplo o nascimento e a morte.
➢Os factos jurídicos voluntários ou atos jurídicos podem ser:• Atos jurídicos lícitos –
aqueles que estão em conformidade com a Ordem Jurídica, como por exemplo o
casamento, a doação, o mútuo.
• Atos jurídicos ilícitos – os que contrariam a Ordem Jurídica e implicam uma sanção para
o seu autor. Ex: o homicídio, o furto.
negócio jurídico como um facto político voluntário, lícito, constituído por uma ou várias
declarações de vontade dirigidas à realização de determinados efeitos jurídicos práticos,
normalmente de caráter patrimonial, com a intenção de que tais efeitos sejam tutelados
pelo direito.
Os negócio jurídicos podem ser unilaterais ou bilaterais ou contratos – há só uma
declaração de vontade ou várias declarações, mas paralelas, formando um só grupo.
Nos negócios jurídicos bilaterais ou contratos – há duas ou mais declarações de vontade,
com conteúdos diversos e até opostos, mas que se harmonizam ou conciliam
reciprocamente, com vista à produção de um resultado jurídico unitário, embora com um
significado diferente para cada uma das partes.
De entre os contratos, podemos distinguir ainda os contratos unilaterais e os contratos
bilaterais.
Os contratos unilaterais, como por exemplo a doação, geram obrigações apenas para
uma das partes.
Diz-nos o artigo 940.o do CC
Os contratos bilaterais geram obrigações para ambas as partes e podem ainda ser
sinalagmáticos só há obrigações numa das partes ou imperfeitos.
inicialmente, só há obrigações para uma das partes, surgindo eventualmente mais tarde
obrigações para a outra parte, em virtude do cumprimento das primeiras.

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