Você está na página 1de 12

AO

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL DE SÃO PAULO – APS


CENTRO - Código: 21001030

SUSTENTAÇÃO ORAL

REF.: NB xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, brasileiro, casado,


metalúrgico, portador da cédula de identidade RG nº. xxxxxxxxxxxxxxx e inscrito
no CPF/MF sob o nº. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua
xxxxxxxxxxx, n.º xxxxxxxxxx, Jd. xxxxxxxxxxxxxxxxx – xxxxxxxxxxxxxxxx/ SP –
CEP xxxxxxxxxxxxxxxx, por seus procuradores e advogados (procuração anexa)
que ao final subscrevem, vem, respeitosamente perante esta autarquia, por
intermédio de seu procurador e advogado que esta subscreve, com arrimo nos
artigos 56 e 58 da Lei Federal 9.784/99, c.c. com artigo 305 do Decreto 3.048/99,
537 da IN 77/2014 e art. 5 do RICRSS, portaria 116/2017, apresentar o presente:

RECURSO ORDINÁRIO PARA FINS DE CONVERSÃO


DE APOSENTADORIA ESPECIAL

Pelos motivos de fatos e direitos a seguir, que, não havendo a retratação, nos
termos do §1º do art. 56 da Lei 9.784/99, após os trâmites legais seja o mesmo
encaminhado para a E. Junta de Recursos.

DA TEMPESTIVIDADE RECURSAL

O presente Recurso é tempestivo, veja-se:

Nos termos do parágrafo 1ª do artigo 305 do Decreto 3048/99, o prazo para


interposição dos recursos é de 30 (trinta) dias, contados do recebimento da
notificação.
Como é cediço, o INSS RECUSA o protocolo de qualquer solicitação sem o
prévio agendamento, inclusive o protocolo dos Recurso, conforme abaixo:

Assim sendo, o Recorrente, submetendo-se as malgradas regras impostas, fez


o agendamento para o protocolo deste Recurso em 22/09/2014, ou seja,
dentro do prazo legal para interposição do Recurso.

O agendamento fora realizado pela internet, conforme cópia anexa.

Em que pese o protocolo deste recurso em 19/11/2014, o mesmo é


tempestivo, haja vista que os recursos são interpostos perante as agências do
Instituto e o mesmo não procede com o protocolo sem o prévio agendamento.

Ademais, como disposto no item 2 “prazos e comunicações” do manual de


Recursos da Previdência Social, o agendamento eletrônico será considerado
como data de apresentação do recurso, portanto o demonstrado está a
tempestividade do recurso.

DO PRAZO PARA CONTRARRZAÕES E JULGAMENTO DO RECURSO

1. Nos termos do § 1º do artigo 305 do Regulamento da Previdência Social,


aprovado pelo Decreto 3.048/99, o prazo para o INSS apresentar
contrarrazões ao Recurso interposto é de 30 (trinta) dias, contados da data da
interposição.

2. Ademais, conforme preceitua o § 1º do artigo 59 da Lei 9.784/99, que


regulamenta o Processo Administrativo Federal, o prazo o órgão julgador
decidir o mérito do Recurso é de 30 (trinta) dias, contados a partir do
recebimento dos autos.

3. Assim sendo, em obediência ao princípio constitucional da Legalidade Estrita,


segundo o qual a Administração Pública está estritamente vinculada aos
termos legais, o Recorrente requer observância aos prazo legais, tanto para
oferecimento das contrarrazões, bem como para julgamento do mérito
recursal.

DOS FATOS

4. O Segurado, requereu que lhe fosse concedido o benefício previdenciário,


neste caso, a aposentadoria especial, identificado pelo NB
xxxxxxxxxxxxxxxxxx, com DER em xx/xx/xxxx, uma vez que tinha
cumprido os pressupostos ensejadores a jubilação previdenciária, quais
sejam: carência e tempo de trabalho exercido em condições especiais
superior a 25 anos.

5. Com efeito, o analista responsável pela análise e concessão do benefício, por


desconhecer a Lei, reconheceu como especial apenas o período entre
11/09/1991 à 02/12/1998, deixando de reconhecer como Especial os períodos
entre 01/07/80 à 27/06/89, 26/07/89 à 28/01/91, 03/12/98 à 24/08/2006 e
12/02/2007 a 16/02/2012, fundamentando que as atividades exercidas não
foram consideradas prejudiciais à saúde ou a integridade física, contudo sem
razão.

6. No momento temporal do Requerimento Administrativo, como se nota às fls.


20, 21, 22, 23, 24, 25 e 26 do processo administrativo, o Recorrente
comprovou mais de 25 anos de TEMPO EXCLUSIVAMENTE ESPECIAL,
ensejando assim o direito da Aposentadoria Especial (espécie 46), nos
termos do artigo 57 da Lei 8.213/91 c.c 64 do Decreto 3048/99, eis que
exercia atividade de modo habitual e permanente, de forma não ocasional e
não intermitente, conforme se comprova com os formulários juntados ao
processo administrativo e a este requerimento.

7. A título meramente ilustrativo, confira-se abaixo a planilha, contendo o tempo


de contribuição ESPECIAL do segurado:

CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO


NOME: XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

EMPRESA ADM. DEM. TEMPO TOTAL


ESPECIAL - E ESPECIAL

Globalpack Ind e Comercio 01/07/80 27/06/89 3283 3283


Robert Bosch Ltda 26/07/89 28/01/91 551,00 551,00
Cia Metalurgica Prada 11/09/91 02/12/98 2639,00 2639,00
Cia Metalurgica Prada 03/12/98 24/08/06 2821,00 2821,00
Cia Metalurgica Prada 12/02/07 16/02/12 1830,00 1830,00

TOTAL EM DIAS 11124,00 11124,00

ANOS 30,476712
MESES 5,7205479
DIAS 21,616438

TEMPO
TRABALHADO 30 ANOS 30,4767 0
Atividade Especial 5 MESES 5,7205 0,0000
21 DIAS 21,6164 0,0000

8. Portanto, os períodos entre 01/07/80 à 27/06/89, laborado na empresa


Globalpack Industria e Comércio, 26/07/89 à 28/01/91, laborado na empresa
Robert Bosch Ltda, 03/12/98 à 24/08/2006 e período de 12/02/2007 à
16/02/2007, ambos laborados na empresa Cia Metalúrgica Prada, somam 30
anos e 05 meses e 21 dias de ATIVIDADE ESPECIAL, consumando-se o direito
a aposentadoria especial, espécie B 46, o que se requer.

9. Ocorre que, o fundamento para não reconhecer como especial os períodos


supra citados, se dá pelo fato de constar nos formulários acostados entre as
fls. 20/26 do processo administrativo, de que o Recorrente fazia uso do EPI e
por essa simples razão, não faz jus a contagem do tempo especial, contudo
sem razão.
10. Aliás, insta consignar que a 14ª Junta de Recursos da Previdência Social, em
acórdão recente (anexado), deu procedência ao recurso ora interposto,
afastando a alegação de que o USO do EPI elidiria a contagem do tempo
especial, confira-se o breve trecho do acórdão:

“observo, no entanto, que, nos termos do


Parecer/Conjur/MPS n.º 616/2010, o
fornecimento de EPI’s não implica da
imediata descaraterização do direito ao
enquadramento da atividade como especial”.

DO DIREITO DA APOSENTADORIA ESPECIAL

11. Insta transcrever os dispositivos legais referenciados:

Art. 57 da Lei 8.213/91 (Lei de Benefícios)

A aposentadoria especial será devida, uma vez


cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado
que tiver trabalhado sujeito a condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física,
durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco)
anos, conforme dispuser a lei. (Redação dada pela
Lei nº 9.032, de 1995)

§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto


no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal
equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-
benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de
1995)

Art. 64 do Decreto 3048/99 (Regulamento da


Previdência Social)

A aposentadoria especial, uma vez cumprida a


carência exigida, será devida ao segurado
empregado, trabalhador avulso e contribuinte
individual, este somente quando cooperado filiado a
cooperativa de trabalho ou de produção, que tenha
trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco
anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)

§ 1º A concessão da aposentadoria especial


dependerá de comprovação pelo segurado, perante o
Instituto Nacional do Seguro Social, do tempo de
trabalho permanente, não ocasional nem
intermitente, exercido em condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante
o período mínimo fixado no caput.

12. A Lei de Benefícios e o Decreto que aprova o Regulamento da Previdência


Social, dispõe que a aposentadoria especial será devida ao segurado que
trabalhar em condições prejudiciais à saúde ou a integridade física.

13. Em toda jornada de trabalho, o segurado esteve exposto de modo habitual


e permanente, de forma não ocasional e não intermitente ao agente físico
RUÍDO SUPERIO AOS LIMIETES DE TOLERÂNCIA, ou seja, acima de 90 dB,
situação que dá ao segurado o direito de se aposentar de forma especial.
Direito esse vilipendiado pelo ANÁLISTA, que de forma deficitária, deixou não
de forma correta o pleito do segurado.

14. Logo, o direito do segurado em gozar o melhor benefício fora extirpado pelo
analista responsável pela análise e concessão do benefício do segurado, haja
vista que este ao invés de conceder o melhor benefício, como manda a Lei,
concedeu benefício diverso do direito do segurado.

15. Sobre a questão do ruído, o CRSS1 editou o seguinte enunciado:

“Enunciado nº 21 – O simples fornecimento


de equipamento de proteção individual de
trabalho pelo empregador não exclui a
hipótese de exposição do trabalhador aos
agentes nocivos à saúde, devendo ser
considerado todo o ambiente de trabalho.”

16. Ademais, o parecer exarado pela Divisão de Segurança e Saúde do


Trabalhado da Delegacia Regional do Trabalho do Estado de São Paulo,
ressalta que o uso do equipamento de proteção individual não protege
integralmente o indivíduo, eis que o ruído não adentra ao corpo apenas pelo
ouvido, mas também pela via óssea, confira-se o breve trecho:

“Some-se ainda o entendimento de que o EPI não


é totalmente eficaz na proteção do trabalhador.
Nesse sentido, há o parecer técnico exarada pela
Divisão de Segurança e Saúde do Trabalhador da
1
Conselho de Recursos da Previdência Social
Delegacia Regional do Trabalho no Estado de São
Paulo, no processo nº 46000.000090/99-71,
manifestando-se no sentido de que o agente
nocivo ruído não penetra só no ouvido, mas
também por via óssea. Portanto, não é possível
proteger completamente o trabalhador com
tampões, plugues e nem mesmo capacetes,
conforme exige o item da NR 06.”

17. Outrossim, a Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais


Federais, editou uma Súmula, no sentido de que o uso do EPI, no caso de
exposição ao ruído, não descaracteriza o tempo especial, veja:

“Súmula nº 09 – O uso de Equipamento de Proteção


Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade,
no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o
tempo de serviço especial prestado.

18. Com efeito, no período compreendido entre 01/07/1980 à 27/06/1989 – o


Recorrente foi empregado da empresa Globalpack Industria e Comércio,
atividade profissional de metalúrgico, tida como especial, com
enquadramento profissional pelos códigos 2.5.2 e 2.5.3 do Decreto 53.831/64,
bem como enquadrada pelo código 2.5.1 e 2.5.2 do anexo II do Decreto
83.080/79. Além do enquadramento por atividade profissional, o Recorrente
estava exposto de modo habitual e permanente ao agente físico ruído
superior aos limites de tolerância, conforme se comprova com o formulário
posto às fls. 23/25.portanto, tal período deve ser reconhecido como especial.

19. No mesmo sentido, no período compreendido entre 26/07/1989 à


28/01/1991 – o Recorrente foi empregado da empresa Robert Bosch Ltda,
atividade profissional de metalúrgico, tida como especial, com
enquadramento profissional pelos códigos 2.5.2 e 2.5.3 do Decreto 53.831/64,
bem como enquadrada pelo código 2.5.1 e 2.5.2 do anexo II do Decreto
83.080/79.

20. Nesse compasso, registra-se, também, que os períodos entre 03/12/98 à


24/08/2006 e 12/02/2007 à 16/02/2012, os quais o Recorrente laborou na
empresa Companhia Metalúrgica Prada, são especiais, eis que o Recorrente
estava exposto de modo habitual e permanente, não ocasional nem
intermitente ao agente físico ruído SUPERIOR AO NÍVEL DE 92,8 dB.
21. De outra banda, além do enquadramento especial pela exposição ao
agentes agressores à saúde ou a integridade física, o Recorrente tem direito
ao enquadramento por atividade profissional, haja vista que suas atividades
profissionais foram desenvolvidas em empresas do ramo industrial e
metalurgia.

22. É evidente a manifesta violação da Lei e ao Direito do Recorrente, pois este


direito à aposentadoria especial, uma vez que no desempenho da atividade
esteve exposto de modo habitual e permanente não ocasional nem
intermitente ao agente físico ruído, tipificado nos códigos 1.1.6 do Decreto
53.831/94, 1.1.5 do Decreto 83.080/79, 2.0.1 do Decreto 2.172/97 e 2.0.1 do
Decreto 3.048/99.

23. Restou assim o enquadramento da atividade especial do Segurado:

DECRETO 53.831/64
Jornada normal ou
Trepidações sujeitos aos especial fixada em
1.1.6 RUÍDO efeitos de ruídos lei em locais com
Operaçõe industriais excessivos - Insalubre 25 anos ruídos acima de 80
s em caldereiros, operadores de decibéis. Decreto
locais máquinas pneumáticas, número 1.232, de 22
com ruído de motores - turbinas e de junho de 1962.
excessivo outros. Portaria Ministerial
capas de 262, de 6-8-62 e Art.
ser 187 da CLT.
nocivo à
saúde.
FUNDIÇÃO, Trabalhadores nas Insalubre 25 anos Jornada normal.
2.5.2 COZIMENTO, indústrias metalúrgicas,
LAMINAÇÃO, de vidro, de cerâmica e de
TREFILAÇÃO, plásticos-fundidores,
MOLDAGEM laminadores, moldadores,
trefiladores, forjadores.
SOLDAGEM, Trabalhadores nas Insalubre 25 anos Jornada normal.
2.5.3 GALVANIZAÇÃO, indústrias metalúrgicas,
CALDERARIA de vidro, de cerâmica e de
plásticos - soldadores,
galvanizadores,
chapeadores, caldeireiros.

DECRETO 83.080/79

Calderaria (atividades Jornada normal ou


discriminadas no código 2.5.2 do especial fixada em lei
Anexo II). em locais com ruídos
1.1.5 RUÍDO Trabalhos em usinas geradoras de acima de 80 decibéis.
Operações em locais
eletricidade (sala de turbinas e Insalubre 25 anos Decreto número 1.232,
com ruído excessivo
geradores). de 22 de junho de
capas de ser nocivo
Trabalhos
à com exposição 1962. Portaria
saúde. permanente a ruído acima de 90 Ministerial 262, de 6-8-
db. 62 e Art. 187 da CLT.
Operação com máquinas
pneumáticas (atividades
discriminadas entre as do código
2.5.3 do Anexo II).
Trabalhos em cabinas de prova de
motores de avião.

INDÚSTRIAS METALÚRGICAS E MECÂNICAS


(Aciarias, fundições de ferro e metais não ferrosos, laminações, forneiros, mãos de
2.5.1 forno, reservas de forno, fundidores, soldadores, lingoteiros, tenazeiros,
caçambeiros, amarradores, dobradores e desbastadores.
25 anos
Rebarbadores, esmerilhadores, marteleteiros de rebarbação.
Operadores de tambores rotativos e outras máquinas de rebarbação.
Operadores de máquinas para fabricação de tubos por centrifugação.
Operadores de pontes rolantes ou de equipamentos para transporte de peças e
caçambas com metal liquefeito, nos recintos de aciarias, fundições e laminações.
Operadores nos fornos de recozimento ou de têmpera-recozedores, temperadores.

DECRETO 2.172/97
2.0.1 RUÍDO 25 anos
a) exposição permanente a níveis de ruído acima de 90 decibéis.

DECRETO 3.048/99
2.0.1 RUÍDO 25 anos
Exposição permanente a níveis de ruído acima de 85 decibéis.

24. Ademais, ressalta-se que, até 28/04/1995, o tempo especial é considerado


pelo simples exercício da atividade profissional, na espécie categoria
profissional, veja o disposto no enunciado 32 do CRPS:

ENUNCIADO CRPS Nº 32 - DOU DE 08/07/2011


A atividade especial efetivamente
desempenhada pelo (a) segurado (a), permite o
enquadramento por categoria profissional nos
Anexos aos Decretos Nº 53.831/64 e Nº
83.080/79, ainda que divergente do registro em
Carteira de Trabalho da Previdência Social -
CTPS - e/ou Ficha de Registro de Empregados,
desde que comprovado o exercício nas mesmas
condições de insalubridade, periculosidade ou
penosidade.

25. Assim o segurado possui o direito da jubilação previdenciária ESPECIAL,


tendo em vista que todos os períodos trabalhados são especiais. Destarte, o
Recorrente possui mais de 25 (vinte e cinco) anos, laborados em condições
especiais, fazendo jus a aposentadoria especial, nos termos do artigo 57 da
Lei 8.213/91 c.c. artigo 64 do Decreto 3.048/999.

26. Tal medida está em acordo com artigo 687 da IN 77/2015, bem como
lastreada no enunciado nº 5 da Conselho de Recursos da Previdência Social:

Art. 687 – IN 77/2015


O INSS deve conceder o melhor benefício a que o
segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientar nesse
sentido.
Enunciado 05 do CRPS:
"A Previdência Social deve conceder o melhor benefício
a que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientá-
lo nesse sentido.”

27. Portanto, considerando os documentos juntados ao processo administrativo,


quando do requerimento administrativo, em especial os documentos às fls.
20/26, bem como os documentos ora juntados, é manifesto o direito do
segurado, ora Recorrente, que lhe seja concedida aposentadoria especial,
retroagindo os efeitos financeiros desde a DER.

28. Diante de tais assertivas, ficou claramente demonstrado que o Recorrente


cumpriu todos os requisitos necessários para a Concessão da Aposentadoria
Especial.

29. Todavia, em razão do princípio da eventualidade e, com base no princípio


do dever de agir de ofício da administração pública, escorado no artigo 1º da
Lei 9.784/99, dispondo que é dever da administração proteger o segurado e,
por fim, com base no artigo 687 da IN 77/2015, o qual determina que a
administração deve conceder o melhor benefício, caso Vossa Senhoria
entenda não ser devida a aposentadoria especial-B46, requer-se, desde já,
nos termos do §5º do artigo 57 da Lei 8.213/91, a conversão do tempo
especial em comum, o qual somando ao tempo comum do segurado, seja
concedido aposentadoria por tempo de contribuição mais vantajosa.

DO PEDIDO

30. Diante de todo o acima esposado, o Recorrente vem a presença de Vossa


Senhoria, requerer:

31. a) O reconhecimento de especiais das atividades laboradas na empresa


GLOBALPACK INDUSTRIA E COMERCIO – no período de 01/07/80 à
27/06/89, onde há a comprovação da atividade especial pelo simples
fato do enquadramento pela atividade profissional (pelos códigos 2.5.2
e 2.5.3 do Decreto 53.831/64, bem como enquadrada pelo código 2.5.1 e
2.5.2 do anexo II do Decreto 83.080/79 ), bem como a exposição aos
níveis de ruído prejudicial à saúde, superior a 90 decibéis, conforme
se comprova com o formulário posto às fls. 23/25.portanto, tal período deve
ser reconhecido como especial.

b) O reconhecimento de especiais das atividades laboradas na empresa


ROBERT BOSCH LTDA – no período de 26/07/89 à 28/01/91, onde há a
comprovação da atividade especial pelo simples fato do
enquadramento pela atividade profissional (enquadramento profissional
pelos códigos 2.5.2 e 2.5.3 do Decreto 53.831/64, bem como enquadrada
pelo código 2.5.1 e 2.5.2 do anexo II do Decreto 83.080/79).

c) O reconhecimento de especiais das atividades, entre os períodos de


03/12/98 à 24/08/2006 e 12/02/2007 à 16/02/2012, os quais o Recorrente
laborou na empresa Companhia Metalúrgica Prada, pela exposição de modo
habitual e permanente, não ocasional nem intermitente ao agente físico ruído
SUPERIOR AO NÍVEL DE 92,8 dB.

d) A transformação da aposentadoria por tempo de contribuição NB n.º


xxxxxxxxxxxxxxxx, em APOSENTADORIA ESPECIAL (espécie 46), desde a DER,
onde o Segurado comprovou o tempo de contribuição superior a 25 anos em
condições prejudiciais à saúde, nos termos do enunciado 05 do CRPS, onde a
previdência social deve conceder o melhor benefício que o segurado fizer jus,
bem como o pagamento da diferença desde a DER.

e) Que em caso de descumprimento do prazo para resposta deste


Requerimento Administrativo pela Autarquia-Previdenciária, seja
procedida a abertura de Sindicância para a apuração da
responsabilidade pela mora administrativa; e

f) Que em caso de negativa de protocolização, seja tal decisão a


motivada expressamente, contendo a identificação da autoridade
administrativa ou servidor responsável, para que assim seja
efetivada eventual responsabilização na esfera judiciária.

g) No caso da analise previa no ato do recebimento deste recurso a


ser recepcionado pela APS Centro, não entenda a devida reforma no
ato administrativo, requer à JUNTA DE RECURSOS quando do
julgamento deste a SUSTENTAÇÃO ORAL do mesmo.

h) De acordo com os artigo 27 e 28 da portaria MDSA 116 de 2017, as


intimações deverão ser realizadas nas pessoas dos subscritores da
presente, sob pena de nulidade.

Nestes termos,
Pede deferimento.

São Paulo,

Você também pode gostar