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AO EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DA 00º VARA DO JUIZADO

ESPECIAL FEDERAL DA COMARCA DE CIDADE/UF

NOME DO CLIENTE, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do


CPF/MF nº 00000000, com Documento de Identidade de n° 0000000000,
residente e domiciliado na Rua TAL, nº 00000000, Bairro TAL, CEP: 000000,
CIDADE/UF, , por meio de seu advogado com procuração anexa aos autos,
com escritório profissional localizado na Rua TAL, nº 00000000, Bairro TAL,
CEP: 000000, CIDADE/UF, onde recebe intimações e correspondências – vem
à presença de V. Exa., propor a presente:

AÇÃO DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA DE PROFESSORA POR


TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO COM PROVENTOS INTEGRAIS

em face do INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS, com


sede em Brasília/DF, e representação legal através da Gerência Executiva
Estadual, localizada na Avenida Professor Mário Melo, nº 343, Santo Amaro,
Recife/PE, pelos fundamentos fáticos e nas razões de direito que se seguem:
DOS FATOS

A Autora iniciou suas atividades de professora no dia DIA/MÊS/ANO, onde


leciona até a presente data na mesma instituição, o Instituto TAL, como pode
ser comprovada pela declaração fornecida por esta instituição de ensino, onde
lecionou na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, exercendo
hoje a função de professora da série Maternal da Educação Infantil, onde
recebe um salário de R$ 0000 (REAIS), conforme cópia dos contracheques em
anexo.

Diante disso a Autora possui na data de hoje 00 anos, 0 meses e 00 dias de


efetivo exercício de atividade laboral na função TAL, tendo assim o mesmo
período de tempo de contribuição com Instituição Ré.

A Autora requereu administrativamente sua aposentadoria por tempo de


contribuição em DIA/MÊS/ANO perante a Ré, sob o nº 000000 e teve no dia
DIA/MÊS/ANO o seu pedido negado pelo motivo de ter comprovado na data
do requerimento apenas 00 anos, 00 meses e 00 dias de contribuição, sendo
informada em tal decisão que para a concessão da sua aposentadoria fazia-se
necessário a comprovação de 25 anos de contribuição, conforme cópia da
decisão em anexo.

Desta feita, em DIA/MÊS/ANO, a Autora requereu novamente


administrativamente a concessão do benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição, que obteve o nº 00000, haja vista, que, como informado na
primeira decisão, a mesma já possuía os 25 anos de contribuições necessários
para a concessão do benefício, tendo sido completado tal tempo em
DIA/MÊS/ANO.

Ocorre que a Autora teve seu pedido indeferido mais uma vez, na data de
DIA/MÊS/ANO, e para sua surpresa, a decisão afirmava que a Autora possuía
na data de DIA/MÊS/ANO apenas 00 anos, 00 meses e 00 dias de
contribuição, conforme decisão anexada a presente exordial.

Considerando que a Autora preenche todos os requisitos exigidos pela


legislação previdenciária para concessão do benefício pleiteado, requer a
concessão do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição integral
de Professora, com o pagamento das parcelas vencidas e vincendas desde a
data da entrada do requerimento administrativo, acrescidas de correção
monetária e juros de mora.

DO DIREITO

DO BENEFÍCIO – DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO E DOS PROVENTOS INTEGRAIS.

Elencam os § 7º e § 8º, do art. 201 da Constituição Federal:


“Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de
regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência


social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de


contribuição, se mulher;

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de


idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os
trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o
produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior


serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

Elenca ainda o artigo 56 da Lei 8.213/1991:

“Art. 56. O professor, após 30 (trinta) anos, e a professora, após 25


(vinte e cinco) anos de efetivo exercício em funções de magistério
poderão aposentar-se por tempo de serviço, com renda mensal
correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício,
observado o disposto na Seção III deste Capítulo.”
É importante esclarecer que a Autora é optante das Regras Permanentes do
Regime Geral da Previdência Social, não sendo optante pelas regras de
transição previstas no artigo 9º da Emenda Constitucional 20/98, não
necessitando assim a comprovação de Idade Mínima e nem Pedágio.

Assim tem decidido os nossos tribunais:

“PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO - TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL - DIREITO
ADQUIRIDO À FORMA DE CONTAGEM - AGENTES NOCIVOS:
TENSÃO ELÉTRICA (250 VOLTS), UMIDADE, MICRORGANISMOS,
FUNGOS E BACTÉRIAS - DECRETOS Nº 53.831/64 e 2.172/97 -
CONVERSÃO - PROVENTOS INTEGRAIS - SENTENÇA MANTIDA.1.
"O segurado que presta serviço em condições especiais, nos
termos da legislação então vigente, e que teria direito por isso à
aposentadoria especial, faz jus ao cômputo do tempo nos moldes
previstos à época em que realizada a atividade. Isso se verifica à
medida em que se trabalha. Assim, eventual alteração no regime
ocorrida posteriormente, mesmo que não mais reconheça aquela
atividade como especial, não retira do trabalhador o direito à
contagem do tempo de serviço na forma anterior, porque já
inserida em seu patrimônio jurídico" (STJ; RESP 425660/SC; DJ
05/08/2002 PG:407; Relator Min. FELIX FISCHER).2. Tratando-se
de período anterior à edição da Lei nº 9.032/95, não há
necessidade de comprovação de exposição permanente e efetiva
aos agentes nocivos, conforme orientação da Instrução Normativa
84 do INSS, de 22.01.2003 (art. 146).3. Constatado que as
atividades descritas têm enquadramento nos Decretos
nºs 53.831/64 (1.1.8 - eletricidade, 1.1.3 - umidade e 1.2.11 -
tóxicos orgânicos) e 2.172/97 (item 3.0.1 - microorganismos),
devem ser reconhecidos os períodos de 12/01/1977 a
30/04/1980, 01/06/1982 a 30/11/1996 e 01/12/1996 a
30/08/2000 como tempo de serviço especial, com possibilidade de
conversão para tempo comum.4. Esta Corte já se posicionou no
sentido de que "o uso de equipamentos de proteção não
descaracteriza a situação de agressividade ou nocividade à saúde
ou à integridade física, no ambiente de trabalho" (AMS
2001.38.00.017669-3/MG, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL
TOURINHO NETO, SEGUNDA TURMA do TRF 1ª Região, DJ de
24/10/2002 P.44).5. O inciso Ido § 7ºdo art. 201, da CF/88, na
redação do Projeto de Emenda à Constituição, associava tempo
mínimo de contribuição (35 anos, para homem e 30 anos, para
mulher) à idade mínima de 60 anos e 55 anos, respectivamente.
Como a exigência da idade mínima não foi aprovada quando da
promulgação da Emenda 20, a regra de transição para a
aposentadoria integral (art. 9º, incisos I e II da EC 20) restou sem
efeito, já que, no texto permanente (art. 201, § 7º, Inciso I), a
aposentadoria integral será concedida levando-se em conta
somente o tempo de contribuição, sem exigência de idade ou
"pedágio". Precedentes: TRF 3ª Região, AG 216632/SP, Rel. Juíza
Marisa Santos, Nona Turma, unânime, DJ de 22/03/2005, p. 448;
TRF 4ª Região, AC 628276/RS, Rel. Juiz Celso Kipper, Quinta
Turma, unânime, DJ 09/03/2005, p. 511 e TRF 4ª Região, AC
363694/RS, Rel. Juiz Luiz Carlos Cervi, Quinta Turma, unânime, DJ
07/05/2003, p. 740.6. As exigências de idade mínima e período
adicional, para a aposentadoria integral, antes previstas no
art. 188 do Regulamento da Previdência Social (Decreto
nº 3.048/99), foram suprimidas pelo Decreto 4.729, de
09/06/2003, que deu nova redação ao art. 188. E a Instrução
Normativa nº 118 do INSS, de 14/04/2005 (art. 109), em
consonância com o Regulamento, disciplinou a concessão da
aposentadoria integral sem as exigências do art. 9º, incisos I e II
da EC/20.7. O tempo especial reconhecido (12/01/1977 a
30/04/1980, 01/06/1982 a 30/11/1996 e 01/12/1996 a
30/08/2000) somado aos períodos especiais já computados no
"Resumo de Documentos para Cálculo de Tempo de Contribuição"
(fls. 66/67) e não impugnados pelo INSS, e, ainda, ao tempo de
exercício comum devidamente comprovado pela CTPS (fls. 82/88),
perfaz um total superior a 35 anos, o que autoriza a concessão da
aposentadoria por tempo de contribuição com proventos integrais
como deferida.8. Os juros são devidos à razão de 1% ao mês, a
partir da citação, considerada a natureza alimentar da dívida, na
linha de orientação do STJ (RESP 314181/AL, Quinta Turma, Rel.
Min. Felix Fischer, in DJ de 05/11/2001, pág. 133, unânime;
AGRESP 289543/RS, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Scartezzini, in
DJ 19/11/2001, pág. 307, unânime).9. As verbas em atraso devem
ser corrigidas monetariamente nos termos da Lei nº 6.899/81, a
partir do vencimento de cada parcela, e das Súmulas de nºs 43 e
148 do eg. STJ, aplicando-se os índices legais de correção.10. Na
linha de entendimento da 1ª Seção desta Corte, tratando-se de
causa previdenciária, os honorários advocatícios devem ser fixados
em 10% sobre o valor das parcelas pretéritas até a data da
sentença, sem incidência sobre parcelas vincendas (Súmula
111/STJ). Precedentes: (AC 96.01.44863-2/MG; D. J. De
20/09/2001, e, AC 1997.01.00.025648-6/MG; D. J. De
25/09/2000).11. Apelação e remessa oficial improvidas.

(AC 0003434-70.2003.4.01.3801 / MG, Rel. DESEMBARGADOR


FEDERAL LUIZ GONZAGA BARBOSA MOREIRA, Rel. Conv. JUIZ
FEDERAL ITELMAR RAYDAN EVANGELISTA (CONV.), PRIMEIRA
TURMA, DJ p.11 de 17/09/2007)”

(...)

“PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. APOSENTADORIA COM


PROVENTOS INTEGRAIS. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL. ART. 201, § 7º, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL .
REGRAS PERMANENTES. DESNECESSIDADE DE IMPLEMENTO
CONCOMITANTE DE REQUISITO ETÁRIO. EXIGÊNCIA ADSTRITA
ÀS REGRAS DE TRANSIÇÃO PREVISTAS NO ART. 9º DA
EMENDACONSTITUCIONAL 20/98. PROVIMENTO DO PEDIDO DE
UNIFORMIZAÇÃO. RETORNO DOS AUTOS À TURMA RECURSAL A
FIM DE APRECIAR ORECURSO INOMINADO DO AUTOR QUANTO
AO VALOR LIMITE DA REQUISIÇÃO DE PAGAMENTO.

(TNU, Relator: JUIZ FEDERAL EDILSON PEREIRA NOBRE JÚNIOR,


Data de Julgamento: 23/04/2008, Turma Nacional de
Uniformização)”
Dessa forma, atingindo a autora 25 anos de contribuição, é devida a
concessão de aposentadoria por tempo de contribuição integral, com valor de
renda mensal correspondente a 100% do seu salário de benefício.

DO PEDIDO

PELO EXPOSTO,

requer a V. Exa.:

a) a concessão da Justiça Gratuita, nos termos da Lei nº 1.060/50,


assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei
13.105/2015 (NCPC), artigo 98 e seguintes;

b) citar o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS para, querendo, oferecer


resposta a presente ação, sob pena de confissão quanto aos fatos articulados
nesta petição, independente de audiência, que poderá ser dispensada, nos
termos do art. 330, I, NCPC, por se tratar de matéria unicamente de Direito;
c) julgar PROCEDENTE a presente pretensão, em todos os seus termos, para
condenar o INSS a conceder o benefício de APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO a Autora, com coeficiente integral ao tempo reconhecido por
este Juízo, retroativa à data do primeiro requerimento administrativo
(DIA/MÊS/ANO);

d) CONDENAR o INSS ao pagamento das parcelas retroativas à data do


primeiro requerimento administrativo (DIA/MÊS/ANO), com juros e correção
monetárias;

e) a produção de toda e qualquer prova em direito permitida, em especial a


juntada de novos documentos, e a feitura de prova técnica pela contadoria
desse Juízo, para que verifique a RMI;

f) caso seja ofertada defesa a presente demanda, deve o INSS fazê-lo


acompanhado do processo administrativo pertinente, conforme mandamenta o
art. 11 da Lei nº. 10.259/2001 e art. 399 do Novo Código de Processo Civil;

f) no caso de procedência da pretensão, requer a V. Exa. A isenção do


pagamento do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza sobre
as parcelas recebidas acumuladamente de uma vez só, seja através de RPV ou
de precatório, uma vez que devem ser observados os valores mensais do
benefício eventualmente concedido (RMI) para fins de verificação da
incidência do indigitado imposto (RESP 1075700/RS).
A Autora, desde já, renuncia expressamente a receber a quaisquer valores
superiores a sessenta salários mínimos, valor máximo de alçada desse
procedimento especial.

Dá-se à causa o valor de R$ 000 (REAIS)

Termos em que,

Pede Deferimento.

CIDADE, 00, MÊS, ANO.

ADVOGADO

OAB Nº

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