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25 de Agosto de 2018

[Modelo/INSS] Aposentadoria por Tempo de Contribuição c/


períodos rurais e especiais.

Com pedidos e fundamentos para averbação de tempos especiais e


rurais. (Fundamentos válidos em esfera administrativa e judicial)

AO SR (A). GERENTE EXECUTIVO DA AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA


SOCIAL DE XXXXXXX - SC

NOME DO SEGURADO, brasileiro, casado, empregado, inscrito no


CPF sob nº XXX.XXX.XXX-XX, Identidade nº X.XXX.XXX, residente e
domiciliado na Rua XXXXXXXXXX, nº XXX, Bairro XXXXX, na
cidade de XXXXXX – SC, CEP XXXXXX, vem, respeitosamente,
perante o Instituto Nacional do Seguro Social, por seu procurador
infra-assinado, requerer a APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO com fulcro nos fatos e fundamentos adiante
consignados:

I. DOS FATOS

Do período de XX/XX/1985 a XX/XX/1991, o Requerente trabalhou


exclusivamente no campo, na agricultura, colaborando com seus
pais e demais familiares, sem o auxílio de empregados a qualquer
título.

Posteriormente, o Requerente exerceu diversas atividades como


empregado e com registro na CTPS – todos já constantes do CNIS -,
 
pendentes, porém, do acréscimo ao fator de 1,4, pois que o
segurado esteve exposto a agentes insalubres, tais como: ruído,
calor, umidade, agentes químicos, físicos e biológicos.

As empresas em que o Requerente esteve sujeito a esses agentes


nocivos são as seguintes: XXXXXXX e XXXXXXXX LTDA.

Os períodos rurais encontram-se comprovados nos documentos


anexos, tais como: certidão do INCRA, declaração do sindicato
rural, ITR, (ACRESCENTAR O QUE POSSUIR), notas fiscais em
nome do pai do Requerente, Sr. xxxxxxx, contratos e demais
documentos constantes do Processo Administrativo NB nº
XXXXXXXXX, cujo beneficiário detém o CPF nº
XXXXXXXXXXXXX.

No que se refere às demais atividades, tanto comuns quanto


especiais, todas encontram-se devidamente inseridas no CNIS,
corroboradas pelos PPP’s anexados a estes autos.

II. DO DIREITO

a) DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Preconiza o Decreto nº 3.048/99, em seu art. 56, a aposentadoria


por tempo de contribuição será devida ao segurado após trinta e
cinco anos de contribuição, se homem, ou trinta anos, se mulher,
observado o disposto no art. 199-A.

No caso em comento, vê-se claramente que os requisitos


encontram-se cumpridos, na medida em que restarão declarados,
no decorrer deste procedimento, todos os demais períodos
faltantes.

b) DO TEMPO DE SERVIÇO RURAL

 
Resta claramente delineada pelo art. 55, § 2º, da Lei nº 8.213/91, a
possibilidade de cômputo do período de trabalho exercido em
área rural, senão vejamos:

O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no


Regulamento, compreendendo, além do correspondente às
atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata
o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de
segurado:

§ 2º O tempo de serviço do segurado trabalhador rural,


anterior à data de início de vigência desta Lei, será
computado independentemente do recolhimento das
contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito de
carência, conforme dispuser o Regulamento.

Ademais, os documentos utilizados para fazer prova perante a


Previdência Social prescindem da inscrição, em seus corpos, do
nome do Requerente, havendo permissivo legal e infralegal – art.
115, da IN INSS/PRES nº 77/15 - para que possam ser utilizados
documentos em nome de outros membros do grupo familiar,
senão vejamos:

Art. 115. Tratando-se de comprovação na categoria de segurado


especial, o documento existente em nome de um dos componentes
do grupo familiar poderá ser utilizado como início de prova
material por qualquer dos integrantes desse grupo, assim
entendidos os pais, cônjuges, companheiros, inclusive os
homoafetivos e filhos solteiros ou a estes equiparados.

A respeito, a Súmula n. 73 do TRF da 4ª Região: “Admitem-se


como início de prova material do efetivo exercício de atividade
rural, em regime de economia familiar, documentos de terceiros,
membros do grupo parental.”
 
Impende expor que o art. 54, § 2º, da IN INSS/PRES nº 77/15,
dispõe que os documentos apresentados, ainda que se refiram a
períodos anteriores aos que se buscam comprovar, podem ser
estendidos por outras fontes probatórias. Assim, inobstante a
Certidão do Incra adstringir-se a tempos pretéritos, não há
prejuízo algum ao Requerente, porquanto a instrução probatória
há de ser feita por entrevista e justificação administrativa.

Cabe destacar que é dispensável o recolhimento das


contribuições previdenciárias em relação ao período de
atividade rural anterior a novembro de 1991 para ser somado
ao tempo de atividade urbana para fins de concessão de benefício
pelo RGPS.

Esta, inclusive, é a regra prevista no art. 123 do Decreto n.


3.048/99. Neste sentido: STJ, REsp n. 635.741/PR, 6ª Turma. Rel.
Min. Hamilton Carvalhido, DJ de 25.10.2004.

Assim restou consignado pela Súmula, 23, da TNU:

O tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior ao


advento da Lei n. 8.213/91, sem o recolhimento das contribuições
previdenciárias, pode ser considerado para a concessão dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), exceto
para efeito de carência, conforme a regra do art. 55, § 2º, da Lei
n. 8.213/91”.

Na hipótese em comento, o requerente exercia, juntamente com


os demais membros familiares, atividades destinadas a
manutenção, desenvolvimento e subsistência do próprio núcleo
familiar, não havendo a contratação de empregados a qualquer
título, adequando-se, por conseguinte, à disposição do art. 11, § 1º,
da Lei nº 8.213/99, a qual vem conceituar o regime de economia
familiar.
 
Corrobora os fatos supramencionados, no que tange ao labor
rural, a Carta de Concessão da Aposentadoria por Tempo de
Contribuição do pai do Requerente, tendo como base o benefício
sob o NB XXXXXXX, atentando-se para os períodos de trabalho
rural desta natureza, devidamente averbados, declarados e
homologados naquele processo. A comprovação da atividade
supramencionada faz-se em conformidade com os documentos
anexos a este requerimento, não se olvidando do uso de eventual
prova testemunhal, se necessária ao deslinde deste feito.

c) DA PROVA EMPRESTADA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO

No caso em comento, faz-se necessária a utilização do conjunto


probatório produzido no requerimento administrativo do NB
XXXXXXX, com fulcro na Instrução Normativa 77/2015 do INSS,
tendo como objetivo fazer prova do tempo rural em economia
familiar:

Art. 685. Caso o segurado requeira novo benefício, poderá


ser utilizada a documentação de processo anterior para
auxiliar a análise.

§ 1º Identificada a existência de processo de benefício indeferido


da mesma espécie, deverão ser solicitadas informações acerca
dos elementos nele constantes e as razões do seu indeferimento,
suprindo-se estas pela apresentação de cópia integral do
processo anterior, a qual deverá ser juntada ao novo pedido.

§ 2º Nos casos de impossibilidade material de utilização do


processo anterior ou desnecessidade justificada fica dispensada a
determinação do parágrafo anterior.

d) DA CONVERSÃO DOS PERÍODOS ESPECIAIS

 
Como fora exposto e também será exemplificado no quadro
abaixo, o Requerente laborou na condição de empregado
estampador na empresa XXXXXXX Ltda., de abril de 1995 a maio
de 1995, e na função de Tinturaria na empresa XXXXXXXXX Ltda
desde 11/01/1999 a 02/09/2014.

Entendimento unívoco é o que prima afirmar a plenitude do


direito à conversão do tempo especial em tempo comum, com a
aplicação do fator de conversão de “1,4” sobre o tempo naquelas
condições, porquanto destacada a subsunção dos fatos – prestação
de labor insalubre – à norma imperativa.

O direito à conversão do tempo exercido em atividades especiais


para o comum está respaldado em diversas normas
constitucionais, infraconstitucionais e infralegais, veja-se o teor
do art. 57 e parágrafos, da Lei nº 8.213/91:

Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida


a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado
sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e
cinco) anos, conforme dispuser a lei.

(...)

§ 4º. O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho,


exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou
associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade
física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do
benefício.

 
§ 5º. O tempo de trabalho exercido sob condições especiais à
saúde ou à integridade física será somado, após a respectiva
conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum,
segundo critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência e
Assistência Social, para efeito de concessão de qualquer
benefício.

(...)"(grifo nosso)

Igualmente, colaciona-se o texto literal do art. 66, do Decreto nº


3.048/99:

Art. 66. Para o segurado que houver exercido duas ou mais


atividades sujeitas a condições especiais prejudiciais à saúde ou
à integridade física, sem completar em qualquer delas o prazo
mínimo exigido para a aposentadoria especial, os respectivos
períodos de exercício serão somados após conversão, devendo
ser considerada a atividade preponderante para efeito de
enquadramento.

Nesta mesma senda assinala o art. 64, do Decreto nº 357/91,


reproduzido pelo art. 173, da IN INSS/PRES nº 20/07 e art. 256, da
IN INSS/PRES nº 77/15, cuja criação da Tabela de Conversão
instrui os julgadores no que tange aos parâmetros para a
conversão dos períodos especiais. Nestes termos:

O tempo de serviço exercido alternadamente em atividade


comum e atividade profissional sob condições especiais que
sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou a
integridade física será somado, após a respectiva conversão,
aplicada a Tabela de Conversão seguinte, para efeito de
concessão de qualquer benefício:

 
Ressalta-se que a Turma Nacional de Uniformização dos Juizados
Especiais Federais – TNU sempre se posicionou em conformidade
com esse entendimento do STJ, concedendo o direito à conversão
do tempo especial em comum, sem resistência alguma. Citam-se, a
título de exemplo, os seguintes processos:

TNU - PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE


LEI FEDERAL:

Processo nº 2007.70.53.00.2076-0

Processo nº 2004.50.50.00.5167-8

Dito isso, o segurado, à época em que visa utilizar como


parâmetro para a conversão do período, vinha exercendo
atividades absolutamente insalubres, expostos a tinturas; ao
agente físico ruído acima dos limites legais de tolerância; à
umidade; a produtos químicos, gases e vapores; ao calor; ao
ácido acético, nítrico e clorídrico. Todos esses períodos
encontram-se confirmados de acordo com o PPP anexo a estes
autos.

Cabe mencionar que o Decreto n.º 3.048/99, aduz, em seu art. 70, 2
1º, de modo unívoco, que"as regras de conversão de tempo de
 
atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum
constantes deste artigo aplicam-se ao trabalho prestado em
qualquer período”.

O Decreto nº 53831/64, pelo quadro anexo, sob o código 1.1.6,


estabelece os conceitos e requisitos para enquadramento do
agente físico Ruído, conforme tabela seguinte:

Por outro lado, o Decreto nº 3.048/99, no anexo IV, sob o código


2.0.1, esclarece que a exposição a níveis de ruído superiores a
85dB (A) transmuta a necessidade de enquadramento em
atividade especial.

Concomitantemente ao ruído, o Requerente esteve exposto aos


inúmeros agentes prejudiciais já elencados, os quais serão
relacionados nas colunas abaixo, citando-se, para auxiliar o
julgador, discriminadamente, cada agente nocivo em correlação à
legislação vigente:

* INSERIR TABELA CONTENDO:

AGENTE NOCIVO/ CATEGORIA PROFISSIONAL

PERÍODO DE TRABALHO

LEGISLAÇÃO VIGENTE

CÓDIGO OU DISPOSITIVO LEGAL

NÍVEL DE EXPOSIÇÃO

 
Não obstante, impende destacar que o tempo de serviço e/ou
contribuição deve ser disciplinado pela lei vigente à época em que
efetivamente prestado, passando a integrar, como direito
autônomo, o patrimônio jurídico do trabalhador.

Esse é o entendimento estabelecido pela TNU, por meio da


Súmula 50, ditando que “é possível a conversão do tempo de
serviço especial em comum do trabalho prestado em qualquer
período”.

A lei nova que venha a estabelecer restrição ao cômputo do


tempo de serviço não pode ser aplicada retroativamente, em
razão da intangibilidade do direito adquirido.

Dessa forma, em respeito ao direito adquirido, se o trabalhador


laborou em condições adversas e a lei da época permitia a
contagem de forma mais vantajosa, o tempo de serviço assim
deve ser contado. Nesse sentido asseguram os precedentes: STF:
RE-AgR n.º 463.299; e STJ: REsp n.º 200200147709.

Requer, pois, a conversão do tempo especial em comum ao


coeficiente de conversão em 1,4, que em simples operação
aritmética de multiplicação, resulta num acréscimo de 40% do
período, segundo se demonstra a seguir:

TEMPO COMUM NÃO CONVERTIDO

*INSERIR TABELA

TEMPO COMUM TOTAL DEVIDAMENTE CONVERTIDO (1,4 ou


+ 40%)

*INSERIR TABELA

 
Somatório de todos os períodos de contribuição do segurado até
a Data de Entrada do Requerimento - DER: 36a 07m 01d.
III. DOS PEDIDOS

ANTE O EXPOSTO, requer:

a) O recebimento do presente requerimento;

b) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos,


em especial documental e testemunhal, por meio de Justificação
Administrativa. Nesses casos, o procedimento de justificação
administrativa destinar-se-á à comprovação de trabalho rural
do Requerente, nos termos do art. 574 da IN 77/2015.

b.1) As testemunhas serão apresentadas em momento oportuno;

b.2) Com fulcro no art. 585, o Autor requer, desde já, caso as
testemunhas residam em localidade distante do local do
processamento da JA, que seja realizada a oitiva na Unidade de
Atendimento mais próxima da residência de cada uma delas;

c) Se proceda, para fins de comprovar fatos e direitos necessários


aos pedidos aqui suscitados, notadamente no que tange às
atividades especiais nas empresas XXXXXXXXX e XXXXXXXXX
LTDA a realização de pesquisa externa junto aos beneficiários,
empresas, órgãos públicos, entidades representativas de classe,
cartórios, e demais entidades e profissionais credenciados, nos
termos do art. 103 e seguintes, da IN INSS/PRES nº 77/15.

d) A reutilização da prova utilizada nos autos do processo


administrativo NB xxxxxxxxxx, nos termos do art. 685, da IN
INSS/PRES nº 77/2015.

e) A concessão do benefício de APOSENTADORIA POR TEMPO


DE CONTRIBUIÇÃO ao Requerente, devendo as parcelas serem
pagas desde a DER originária ou relativizada; 

a) e.1) Caso destoe deste entendimento a Autoridade julgadora,
requer a averbação e/ou conversão dos seguintes períodos de
labor:

b.1) rural em economia familiar, considerando para esse fim os


períodos de 25/05/1985 a 20/06/1991, cuja soma resulta em 06
(seis) anos e 25 (vinte e cinco) dias;

b.2) atividade especial sob a incidência dos incontáveis agentes


insalubres e nocivos à saúde, com a conversão ao coeficiente de
1,4 sobre o tempo de labor dos períodos de:

b.2.1) 04/1995 a 05/1995, totalizando 42 (quarenta e dois) dias;

b.2.2) 11/01/1999 até 02/09/2014, totalizando 21 (anos), 10 (dez)


meses e 24 (vinte e quatro) dias.

f) No caso de o segurado cumprir os requisitos para a


Aposentadoria durante o trâmite deste processo, requer se
proceda à reafirmação da DER, conforme o art. 690, da IN/PRES
nº 77/15

g) Não sendo reconhecido o direito à aposentadoria pleiteada,


requer seja imediatamente agendada cópia do processo
administrativo deste benefício, devendo correr o prazo recursal
somente após a entrega da cópia do processo. Requer que os
agendamentos sejam informados para os procuradores no
momento do indeferimento do pedido.

Nestes termos, pede deferimento.

Cidade XXXXXX, 03 de julho de 2018.

__________________________  

João Leandro Longo


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Posso ter direito a benefício previdenciário?

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