Você está na página 1de 9

EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DE

UNIÃO DA VITÓRIA – PARANÁ

SEBASTIÃO MULLER, brasileiro, divorciado, autônomo, portador do documento


de identidade n. 20895292, inscrito no CPF/MF sob o n. 353.775.209-49, residente e domiciliado
na Travessa Santa Rosa, n. 50, no Município de Porto União/SC – autor não dispõe de endereço
eletrônico -, por sua procuradora constituída mediante instrumento de procuração anexo, com
escritório profissional localizado na Travessa Afonso Schwartz, nº 55, Bairro São Bernardo,
União da Vitória – Paraná, onde recebe intimações, vem propor a presente

AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE RURAL C/C CONCESSÃO


DE APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS , pelos


seguintes fatos e fundamentos jurídicos abaixo aduzidos.
1. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A parte autora não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem
prejuízo próprio ou de sua família, conforme declaração de hipossuficiência que acompanha a
inicial em epígrafe e, de acordo com o art. 99, § 3º do Código de Processo Civil, “presume-se
verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural”.

Assim, requer a parte autora a concessão da gratuidade processual INTEGRAL


(justiça gratuita), com fulcro no artigo 5º, incisos XXXV, LV e LXXIV da Constituição Federal,
artigos 98 e seguintes do Código de Processo Civil e nas disposições ainda em vigor da Lei
1.060/50.

2. DA CAUSA DE PEDIR

2.1. DOS FUNDAMENTOS DE FATO

A parte autora havia requerido a concessão do benefício assistencial cadastrado sob


o n. 711.170.878-5, com DER em 17/03/2022. Esse pedido foi realizado através do Serviço Social
Municipal, já que o requerente não tem conhecimento para tanto ou recursos que permitam
acessar os sistemas do INSS.

Quando ainda tramitava o requerimento, e após o segurado procurar auxílio


especializado da advogada em epígrafe, identificou-se o preenchimento dos requisitos para a
concessão do benefício de aposentadoria por idade híbrida, já que ostentava período rural
remoto na condição de segurado especial., que somado ao tempo urbano, ultrapassam a
carência mínima exigida.

Entretanto, como estava em trâmite a análise da concessão do benefício assistencial,


o Meu INSS ou o INSS Digital não permitiam o protocolo do pedido de aposentadoria, que foi
realizado pelo próprio servidor da autarquia, vide informação constante na página 3 do
processo administrativo.

Ocorre que ao realizar o pedido, o servidor não vinculou o segurado ao INSS Digital
da procuradora em epígrafe. Essa situação, portanto, causou enorme prejuízo ao requerente, já
que a exigência formulada em 23/09/2022 não foi visualizada pela advogada, impossibilitando o
seu cumprimento.

De toda maneira, os motivos do indeferimento do benefício de aposentadoria


cadastrado sob o NB 195.460.872-9 não devem prosperar, porque ao realizar o pedido constante
das páginas 7 a 8 do processo administrativo, o segurado apresentou os seguintes documentos:

1961 – certidão de inteiro teor do registro de nascimento de Honório Muller, seu


irmão, lavrado em 25/05/1961, onde consta a qualificação do pai do requerente como
“lavrador”, senhor Rodolfo Muller – página 16 do processo administrativo;
1963 – certidão de inteiro teor do registro de nascimento de Acir Muller, seu
irmão, lavrado em 07/05/1963, onde consta a qualificação do pai do requerente como
“lavrador”, senhor Rodolfo Muller – página 14 do processo administrativo;

1969 – certidão de inteiro teor do registro de nascimento de Roseli Muller, sua


irmã, lavrado em 03/10/1969, onde consta a qualificação do pai do requerente como
“lavrador”, senhor Rodolfo Muller – página 15 do processo administrativo;

1969 – certidão de inteiro teor do registro de nascimento de Adolino Muller, seu


irmão, lavrado em 01/01/1969, onde consta a qualificação do pai do requerente como
“lavrador”, senhor Rodolfo Muller – página 17 do processo administrativo.

Ao indeferir o benefício, a autarquia previdenciária apresentou o seguinte motivo:

Constata-se, assim, que a razão para denegar a averbação do período rural não
subsiste, razão pela qual a decisão administrativa deve ser revista, já que há início de prova
material a fundamentar sua pretensão.

Assim, o autor, nascido em 20/1/1956, na localidade denominada Espingar,


pertencente ao Município de Porto Vitória – Paraná, começou a trabalhar no campo com 09
(nove) anos de idade, por dia, para várias pessoas na região, também ajudando os genitores,
que eram lavradores. O pai arrendava terras e um pouco depois adquiriu uma área, que foi
registrada em nome da irmã, Lindaura Muller Zadra.

O terreno era pequeno, então a maior parte da renda da família era proveniente do
trabalho para terceiros. De toda maneira, plantavam milho, feijão, arroz e mandioca. Estudou
em escola rural até os 9 (nove) anos, quando então interrompeu os estudos para se dedicar
exclusivamente ao trabalho.

Com o primeiro vínculo urbano, saiu definitivamente do campo.

Assim, considerando o exposto, requer o reconhecimento da condição de segurado


especial entre 20/01/1965 e 17/12/1978.

Como consequência, a concessão do benefício de aposentadoria por idade rural


desde a DER do benefício, ou seja, 23/09/2022 (data do cadastramento do pedido pelo servidor),
com o pagamento dos valores devidos, corrigidos monetariamente e com incidência de juros.
2.2. DOS FUNDAMENTOS DE DIREITO

2.2.1 DA APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA

A aposentadoria por idade híbrida tem previsão legal no artigo 48, §§ 3º e 4º, da Lei
8.213/91, que assim dispõe:

Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a
carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
e 60 (sessenta), se mulher.

§ 1o Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e cinquenta e cinco anos no
caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do
inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11.

§ 2o Para os efeitos do disposto no § 1 o deste artigo, o trabalhador rural deve comprovar o


efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período
imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de
contribuição correspondente à carência do benefício pretendido, computado o período a que se

referem os incisos III a VIII do § 9o do art. 11 desta Lei.

§ 3º Os trabalhadores rurais de que trata o § 1º deste artigo que não atendam ao disposto no § 2º
deste artigo, mas que satisfaçam essa condição, se forem considerados períodos de contribuição sob
outras categorias do segurado, farão jus ao benefício ao completarem 65 (sessenta e cinco) anos
de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se mulher. (Incluído pela Lei nº 11,718, de 2008)

§ 4º Para efeito do § 3º deste artigo, o cálculo da renda mensal do benefício será apurado de acordo
com o disposto no inciso II do caput do art. 29 desta Lei, considerando-se como salário-de-
contribuição mensal do período como segurado especial o limite mínimo de salário-de-contribuição da
Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 11,718, de 2008)

É importante consignar que a natureza do trabalho exercido pelo segurado no


período que antecede ao requerimento administrativo é irrelevante para a concessão do
benefício de aposentadoria híbrida,. Por sinal, o assunto foi objeto de reiteradas decisões
tomadas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que editou a súmula 103 sobre a matéria,
assim redigida:

Súmula 103/TRF4 -A concessão da aposentadoria híbrida ou mista, prevista no art. 48, §3º,
da Lei nº 8.213/91, não está condicionada ao desempenho de atividade rurícola pelo segurado
no momento imediatamente anterior ao requerimento administrativo, sendo, pois, irrelevante
a natureza do trabalho exercido neste período.

Em relação ao trabalho rural anterior à vigência da Lei 8.213/91, o Superior Tribunal


de Justiça – STJ, ao julgar o REsp 1674221-SP e REsp 1788404-PR sob a sistemático dos recursos
repetitivos, pacificou a questão, firmando a seguinte tese:
Tema 1007 - O tempo de serviço rural, ainda que remoto e descontínuo, anterior ao advento da Lei
8.213/1991, pode ser computado para fins da carência necessária à obtenção da
aposentadoria híbrida por idade, ainda que não tenha sido efetivado o recolhimento das
contribuições, nos termos do art. 48, § 3º, da Lei 8.213/1991, seja qual for a predominância do labor
misto exercido no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no momento do implemento do
requisito etário ou do requerimento administrativo.

Portanto, para o cômputo da carência do benefício de aposentadoria por idade


híbrida, ou seja, os 15 (quinze) anos exigidos pela legislação, é possível a utilização de tempo
remoto e descontínuo, seja qual for a predominância do labor no período de carência ou no
momento do implemento dos requisitos ou do requerimento administrativo.

Em suma, basta que o segurado cumpra a idade necessária – 60 anos se mulher,


acrescido de 6 (seis) meses a cada ano a partir da vigência da EC 103/2019, até atingir 62 ou; 65
(sessenta e cinco) anos, se homem – e a carência de 15 (quinze) anos exigida pela legislação.

2.2.2. O SEGURADO ESPECIAL E OS REQUISITOS PARA O RECONHECIMENTO DESSA


CONDIÇÃO

O artigo 195, o § 8º, da Constituição Federal, define o segurado especial como sendo
“o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos
cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes,
contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da
comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei”.

Por força do artigo 11, inciso VII e do § 1º, da Lei 8.213/91 com redação dada pelas
alterações promovidas pela da Lei nº. 11.718/2008, de 20/6/2008, o conceito de segurado especial
é o seguinte:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:

(...)

VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou
rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio
eventual de terceiros, na condição de:

a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados,


comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:

1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;

2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput
do art. 2º da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida;

b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de
vida; e

c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado,
do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o
grupo familiar respectivo.
§ 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da
família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar
e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados
permanentes.

É importante frisar que alteração legislativa implementada pela Lei 11.718/08 não
atinge fatos anteriores, considerando o princípio tempus regits actum.

Quanto à comprovação da condição de segurado especial, o § 3º do artigo 55, da Lei


8.213/91 dispõe que “a comprovação do tempo de serviço para os fins desta Lei, inclusive mediante
justificativa administrativa ou judicial, observado o disposto no art. 108 desta Lei, só produzirá efeito
quando for baseada em início de prova material contemporânea dos fatos, não admitida a prova
exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, na forma
prevista no regulamento”.

Essa regra, prevista na legislação e sedimentada na jurisprudência, comporta


temperamentos, pois devem ser consideradas as dificuldades que o segurado especial enfrenta
para produzir provas materiais relativas ao labor rural e, principalmente em se tratando de
trabalhador boia-fria, é prescindível que a comprovação documental seja contemporânea a
todos os anos integrantes do período correspondente à carência (Tema 554/STJ).

Essa é, inclusive, a conclusão da Turma Nacional de Uniformização - TNU ao julgar


o Tema 3, que entendeu que “no caso de aposentadoria por idade rural, é dispensável a existência de
prova documental contemporânea, podendo ser estendida a outros períodos através de robusta prova
testemunhal”.

O "início" de prova material deve ser entendido como tudo que indicie o exercício de
atividade rural. Nesse ponto, vale ressaltar que o rol de documentos previstos no artigo 106 da Lei
8.213/91, artigo. 62, §2º, inciso II, do Decreto 3.048/99, e artigos 47 e 54 da Instrução Normativa
77/2015, é meramente exemplificativo, podendo ser aceitos outros tipos de documentos comprobatórios da
atividade (TRF4, APELREEX 2006.71.17.000042-0, Quinta Turma, Relator Rômulo Pizzolatti, D.E.
17/12/2009).

Cabe referir, ainda, que é firme o entendimento jurisprudencial de que os


documentos apresentados em nome de terceiros (pai, filho, marido, esposa) são hábeis à
comprovação do trabalho rural desenvolvido pelos outros membros do grupo que labora em
regime de economia familiar, bem como não é necessário que os documentos apresentados
comprovem, ano a ano, o exercício da atividade rural, seja porque se deve presumir a
continuidade nos períodos imediatamente próximos, seja porque é inerente à informalidade do
trabalho campesino a escassez documental, sendo que os documentos públicos onde conste a
qualificação do segurado como agricultor constituem início de prova material do exercício de
atividades rurais para fins previdenciários.

Cumpre destacar, por oportuno, que recentemente o Superior Tribunal de Justiça


consolidou seu entendimento a respeito da extensão de validade do início da prova material na
recente Súmula nº 577, cujo enunciado dispõe ser "possível reconhecer o tempo de serviço rural
anterior ao documento mais antigo apresentado, desde que amparado em convincente prova testemunhal
colhida sob o contraditório".

Além disso, a partir da alteração legislativa introduzida pela Medida Provisória n.


871/2019, convertida na Lei n. 13.846, de 18/6/2019, que modificou o artigo 106 e o §3º do artigo
55 da Lei n. 8.213/1991, torna possível a comprovação da atividade do segurado especial por
intermédio de AUTODECLARAÇÃO DO SEGURADO ESPECIAL, prevista no artigo 38-B, § 2º,
que torna desnecessária a produção de prova testemunhal para requerimentos apresentados a
partir de 18/1/2019, desde que corroborada por documentos que se constituam em início de
prova material de atividade rural e/ou consulta às bases governamentais.

É de se ressaltar também que o documento apresentado pelo segurado pode


retroagir sete anos e meio a partir da data de sua emissão ou se estender para o futuro, no
mesmo prazo, conforme interpretação dos itens 6.1, I e 7, II, do Ofício-Circular nº 46
/DIRBEN/INSS.

Sobre o trabalho urbano de quaisquer dos membros da família e seu reflexo em


relação aos demais integrantes, é forçoso reconhecer a orientação do Superior Tribunal de
Justiça, que ao julgar o Tema 532, definiu que “o trabalho urbano de um dos membros do grupo
familiar não descaracteriza, por si só, os demais integrantes como segurados especiais, devendo ser
averiguada a dispensabilidade do trabalho rural para a subsistência do grupo familiar, incumbência esta
das instâncias ordinárias (Súmula 7/STJ)”. Esse entendimento também se encontra cristalizado na
Súmula 41, da Turma Nacional de Uniformização.

Por fim, mesmo que haja desempenho de atividade urbana intercalada com a
campesina, esse fato, por si só, não impede a concessão de benefício previdenciário ao
trabalhador rural, conforme inteligência da Súmula 46 da TNU.

3. REAFIRMAÇÃO DA DER

A possibilidade da reafirmação da DER foi objeto do REsp 1.727.063/SP, REsp


1.727.064/SP e REsp 1.727.069/SP, representativos da controvérsia repetitiva descrita no Tema
995 - STJ, com julgamento em 22/10/2019, cuja tese firmada foi no sentido de que é possível a
reafirmação da DER (Data de Entrada do Requerimento) para o momento em que
implementados os requisitos para a concessão do benefício, mesmo que isso se dê no interstício
entre o ajuizamento da ação e a entrega da prestação jurisdicional nas instâncias ordinárias, nos
termos dos artigos 493 e 933 do Código de Processo Civil, observada a causa de pedir.

4. COMPLEMENTAÇÃO/UTILIZAÇÃO/AGRUPAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES


PREVIDENCIÁRIAS RECOLHIDAS EM VALOR INFERIOR AO MÍNIMO OU EM
ALÍQUOTAS DISTINTAS E INDENIZAÇÃO DE EVENTUAIS PERÍODOS

Havendo necessidade, requer a parte interessada que seja oportunizada a


complementação/utilização/agrupamento das contribuições previdenciárias recolhidas em valor
inferior ao salário-mínimo ou em alíquotas distintas, com a expedição da Guia da Previdência
Social, bem como a indenização de eventuais períodos, garantindo-se todos os efeitos esperados
desde a DER do benefício de aposentadoria escolhido ao final.
5. APLICAÇÃO DO TEMA 629 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Desde já, requer que, entendo o juízo que as provas são insuficientes para
comprovar o direito alegado, seja aplicado o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de
Justiça ao julgar o Tema 629, submetido ao rito do artigo 543-C, do Código de Processo Civil.
Segundo a tese firmada, “A ausência de conteúdo probatório eficaz a instruir a inicial, conforme
determina o art. 283 do CPC, implica a carência de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido
do processo, impondo sua extinção sem o julgamento do mérito (art. 267, IV do CPC) e a consequente
possibilidade de o autor intentar novamente a ação (art. 268 do CPC), caso reúna os elementos
necessários à tal iniciativa”.

6. DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, a parte autora vem requerer a Vossa Excelência:

1) A citação do réu INSS, para, querendo, responder a presente ação no prazo legal,
sob pena de revelia, sendo desnecessária a designação de audiência de conciliação, nos termos
do artigo 334, Código de Processo Civil.

2) A produção de provas admitidas em Direito, tais como juntada de novos


documentos, oitivas de testemunhas, dentre outras, se necessário, para comprovar o direito do
autor.

3) A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, nos moldes da Lei


1.060/1950.

4) Ao final, a condenação do INSS em:

4.1) reconhecer a condição de segurado especial do autor no período de 20/01/1965


e 17/12/1978;

4.2) como consequência, a concessão do benefício de aposentadoria por idade


híbrida, NB 195.460.872-9, requerido em 23/09/2022, indeferido sob o argumento de não
apresentação de documentos que comprovassem a condição de segurado especial;

4.3) pagar os valores atrasados desde a data da entrada do requerimento


administrativo (DER), realizado em 23/09/2022, monetariamente corrigidos desde o respectivo
vencimento, acrescidos dos juros moratórios, incidentes até a data do efetivo pagamento,
ocorrida com a expedição de RPV/precatório;

5) Sendo as provas apresentadas insuficientes, requer a aplicação do Tema 629, do


Superior Tribunal de Justiça, julgado sob o rito dos recursos repetitivos, extinguindo-se o feito
sem resolução do mérito;
6) Havendo necessidade, requer a parte interessada que seja oportunizada a
complementação/utilização/agrupamento das contribuições previdenciárias recolhidas em valor
inferior ao salário-mínimo ou em alíquotas distintas, com a expedição da Guia da Previdência
Social, bem como a indenização de eventuais períodos, garantindo-se todos os efeitos esperados
desde a DER do benefício.

7) Por fim, condenar o INSS a pagar honorários advocatícios no percentual de 20% e


nas custas processuais.

Dá-se à causa o valor de R$ 79.200,00 (setenta e nove mil e duzentos reais).

União da Vitória, 29 de maio de 2023.

HEYLA THAIS GURSKI


OAB/PR 96.463

Você também pode gostar