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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO

ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA CÍVEL E CRIMINAL DA


COMARCA DE TEÓFILO OTONI/MG.

ADENILDO DE SOUSA COSTA, brasileiro, casado, lavrador, portador da


cédula de identidade nº MG – 57.325.505-2, inscrito no CPF nº 749.228.155-20,
residente e domiciliado no Sítio Água Bela, zona rural, no município de Almenara/MG,
CEP: 39.900-000, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio
dos seus procuradores in fine assinados (procuração em anexo), propor a presente

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA COMINATÓRIA DE APOSENTADORIA RURAL C/C


PEDIDO LIMINAR DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS,


pessoa jurídica de direito público interno, com endereço na Rua José Souza Neves, nº
75, em Teófilo Otoni/MG, CEP 39803 -137, pelos fatos e fundamentos a seguir:

1. DA JUSTIÇA GRATUITA

O Requerente trata-se de pessoa simples e hipossuficiente financeiramente,


trabalhador rural, que sobrevive com apertada renda, vivenciando uma dura realidade.

Em razão disso, não dispõe de condições para arcar com as despesas


processuais, sem o sacrifício do próprio sustento e o de sua família, motivo pelo qual
pleiteia os benefícios da justiça gratuita.

Portanto, o Requerente faz jus aos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA de


forma integral, com base na Lei 1060/50.
2. DOS FATOS E DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Conforme se extrai da documentação anexa, no dia 07/04/2021, o


Requerente pleiteou, pela via administrativa o benefício de aposentadoria por idade
rural, contudo, o Requerido, após análise da documentação apresentada, não
reconheceu o seu direito, ao argumento de que não foi comprovado o efetivo exercício
de atividade rural, falta de período de carência.

Em decisão detalhada, o Requerido indeferiu o benefício sob as seguintes


alegações:

“Em atencao ao seu pedido de Aposentadoria formulado em


07/04/2021, informamos que, apos a analise da documentacao
apresentada, nao foi reconhecido o direito ao beneficio em
13/11/2019 ou nao atingiu os requisitos para direito as regras de
transicao Emenda Constitucional no. 103, previstos nos artigos 15,
16, 17, 18, 20, 21 e 22..”

Novamente, em 01/12/2021 o Requerente pleiteou, pela via administrativa o


benefício de aposentadoria por idade rural, contudo, o Requerido, após análise da
documentação apresentada, não reconheceu o seu direito, ao argumento de que:

“Em atendimento ao seu pedido de Aposentadoria por Idade efetuado


em 01/12/2021, a Previdencia Social comunica que, apo's a ana'lise
dos documentos, na~o foi reconhecido o direito ao benefi'cio em
raza~o de na~o ter sido comprovado o efetivo exerci'cio de atividade
rural na data da entrada do requerimento, no peri'odo de grac,a ou na
data em que implementou todas as condic,a~es exigidas para a
concessa~o do benefi'cio..”

Todavia, as razões apresentadas pelo Requerido para indeferir o aludido


pedido administrativo de aposentadoria rural feito pelo Requerente não merecem
prosperar, haja vista que, por não terem sido antecedidas de uma análise ponderada
da documentação àquele acostada, ensejaram uma conclusão equivocada.

Como sabido, a concessão de aposentadoria por idade rural é condicionada


à satisfação do requisito etário de 60 (sessenta) anos para homens e 55 (cinquenta e
cinco) anos para mulheres, nos termos do artigo 48, §1º, da Lei n.º 8.213/1991, além
da comprovação da carência prevista em lei.
O Requerente, atualmente com 62 (sessenta e dois) anos de idade
(requisito etário), diversamente do alegado pelo Requerido, tanto possui provas do
exercício da atividade rural, quanto do período de carência e, por conseguinte, legítimo
direito ao benefício pleiteado.

Vale ressaltar que na data do requerimento administrativo (07/04/2021), o


Requerente já atendia o mencionado requisito.

Cumpre destacar que o conjunto probatório demonstra o efetivo


desempenho do labor rurícola pelo Requerente, ao menos desde os seus 12
anos de idade, em mútua e recíproca colaboração com seus genitores.

Salienta-se a possibilidade de contagem do período de atividade rural como


tempo de contribuição para fins previdenciários a partir dos 12 anos de idade, portanto
o tempo de atividade rural é mais que necessário que o exigido pelo INSS, ou seja,
180 contribuições.

Nesse diapasão, destaco trecho do recente voto da Relatora Edna


Fernandes Silverio, julgado em 17/07/2015, pela 27ª Junta de Recursos da
Previdência Social (processo nº 44232.268884/2014-53), acompanhando a
jurisprudência pacificada do TRF4, STJ e STF. Veja-se (grifos nossos):

(...) Verifica-se, ainda, que o recorrente completou 12 anos idade em


1965. Com efeito, a vedação constitucional do trabalho antes de
completados 14 (quatorze) anos de idade, tem como objetivo
coibir o trabalho infantil, não podendo trazer prejuízo ao
trabalhador, no que diz respeito à contagem de tempo de
contribuição para fins previdenciários. Todavia, pacificado na
jurisprudência, o entendimento segundo o qual o labor para fins
previdenciários pode ser computado a partir dos 12 anos de
idade. (...)

Por oportuno, destaca-se que a atividade rural desempenhada pelo


Requerente e sua família está em estrita consonância com o conceito de “atividade
desenvolvida em regime de economia familiar” constante no § 1 º do art. 39 da
Instrução Normativa INSS/PRES Nº 77, de 21 de janeiro de 2015:

Art. 39. São considerados segurados especiais o produtor rural e o


pescador artesanal ou a este assemelhado, desde que exerçam a
atividade rural individualmente ou em regime de economia familiar,
ainda que com o auxílio eventual de terceiros.

§1º A atividade é desenvolvida em regime de economia familiar


quando o trabalho dos membros do grupo familiar é
indispensável à sua subsistência e desenvolvimento
socioeconômico, sendo exercido em condições de mútua
dependência e colaboração, sem a utilização de empregados
permanentes, independentemente do valor auferido pelo segurado
especial com a comercialização da sua produção, quando houver,
observado que: (...)

Quanto ao Requerido informar que a documentação não foi suficiente para


comprovar o labor exercido pelo Requerente, necessário enfatizar que a vasta
documentação apresentada são consideradas início de prova material para fins de
comprovação da atividade rural, uma vez que ora mencionam a profissão da
Requerente de lavradora, ora o seu endereço rural, sendo todos contemporâneos a
estes fatos.

Os documentos referidos são os adiante elencados:

1. Carteira de associada ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de


Bandeira/MG;
2. Contribuição Sindical de Agricultor Familiar;
3. Recibo de Mensalidade referente ao STR;
4. Recibo de entrega da Declaração do ITR 2017;
5. Declarações de apitdão ao PRONAF;
6. Declaração de segurado especial rural;
7. Declaração do STR Almenara, afirmando que a Requerente é
associada ao sindicato;
8. Cadastro domiciliar do SUS constando endereço rural;
9. Ficha individual do aluno com endereço rural;
10. Relatórios de atividades do Produtor Rural;
11. Prontuário Hospitalar com endereço rural da Requerente;
12. Prontuário Hospitalar com atividade e endereço rural do
cônjuge;
13. Histório escolar com endereço rural dos filhos;
14. Escritura pública da propriedade rural dos pais do cônjuge;
15. Ficha de inscrição no STR do cônjuge;

Desse modo, o início de prova material demonstra claramente que a


Recorrente possui vocação campesina, dedicando-se, efetivamente, às lides
campestres desde sua tenra idade, portanto, estando satisfeitos todos os requisitos
exigidos para a concessão do benefício pleiteado.

Ademais, é válido ressaltar que há extensão da condição de trabalhor


rural ao cônjuge, conforme já determinou o STJ:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.627.249 - PE (2016/0248066-8)


RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
RECORRIDO : MARIA ANUNCIADA BENIGNO DOS SANTOS
ADVOGADO : CAMILLO SOUBHIA NETTO - PE001265A DECISÃO
Trata-se de recurso especial interposto pelo INSTITUTO NACIONAL
DO SEGURO SOCIAL, com fundamento no art. 105, III, a, da
Constituição Federal, contra acórdão proferido pelo TRIBUNAL
REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO, assim ementado:
PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO. APOSENTADORIA POR IDADE.
TRABALHADORA RURAL. SEGURADA ESPECIAL. REGIME DE
ECONOMIA FAMILIAR. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. EXTENSÃO
DA CONDIÇÃO DE TRABALHADOR RURAL AO CONJUGE.
COMPROVAÇÃO. VALORES EM ATRASO. JUROS DE MORA.
CORREÇÃO MONETÁRIA. MODULAÇÃO DOS EFEITOS DAS ADI's
4357/DF e 4425/DF. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. - O
trabalhador rural tem direito à aposentadoria especial, aos 60
(sessenta) anos, se homem, e aos 55 (cinquenta e cinco) anos, se
mulher (art. 201, § 7º, II, CF/88), comprovados o exercício de labor no
campo e o período de carência (art. 143, da Lei nº. 8.213/91). - A
prova da atividade rural deve ser feita na forma prevista no artigo 106
da Lei 8.213/91. Contudo, ante as reconhecidas dificuldades daqueles
que vivem na zona rural, em sua maioria desprovidos de qualquer
registro de seu trabalho, a jurisprudência tem admitido que a
comprovação seja feita mediante início de prova documental,
corroborado por depoimentos testemunhais. - No caso, a autora
colacionou aos autos o comprovante de recebimento do benefício de
pensão por morte, decorrente do óbito de seu esposo, como
empregado rural, além dos registros na CTPS de seu cônjuge como
empregado rural, que complementado pelos depoimentos
testemunhais comprovam a sua atividade rurícola, fazendo, jus,
portanto, a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na
qualidade de trabalhadora rural, desde a data do requerimento
administrativo. - É assente a jurisprudência no colendo STJ de
que a juntada de documentos em nome do marido da requerente
demonstrando a condição de rurícola deste aproveita-se,
também, a esposa, sendo despicienda, assim, a documentação
em nome próprio. Precedentes do colendo STJ. (...) (STJ - REsp:
1627249 PE 2016/0248066-8, Relator: Ministro FRANCISCO
FALCÃO, Data de Publicação: DJ 20/04/2018). (GN).

Insta, ainda, registrar que as provas em nome dos genitores do Requerente,


que ora se junta, e todas já acostadas nos autos são revestidas de veracidade e de
idoneidade probante, sendo certo ainda que a profissão de lavradora da esposa
também se estende ao marido.

Deve, portanto, serem-lhe atribuídas as provas emprestadas em nome de


seus familiares pela eficácia dos documentos e de sua materialidade, reputando-se,
assim, satisfeita a exigência do § 3º do art. 55 da Lei 8.213/91, que assim dispõe
(grifos acrescidos):

Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida


no Regulamento, compreendendo, além do correspondente às
atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o
art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de
segurado: (...)

§3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta


Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial,
conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando
baseada em início de prova material, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de
força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regul/amento. (...)

Saliente-se, ainda, que, muito embora o Autor apresente documentos da


maioria do período rural, para o reconhecimento do tempo de serviço do trabalhador
rural, não há exigência legal de que o documento apresentado como início de prova
material abranja todo o período que se quer comprovar. É preciso, no entanto, que o
início de prova material seja contemporâneo aos fatos alegados e referir-se, pelo
menos, a uma fração daquele período. Veja-se entendimento o Superior Tribunal de
Justiça – STJ acerca da matéria (grifei):

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. TRABALHADOR


RURAL. APOSENTADORIAPOR IDADE. TEMPO DE SERVIÇO.
COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE AGRÍCOLA.INÍCIO DE PROVA
MATERIAL. SÚMULA 7/STJ. 1. O Tribunal a quo concluiu que o autor
preencheu os requisitos para a concessão da aposentadoria,
ressaltando que a prova documental foi complementada pela
testemunhal. 2. Acolher a pretensão do agravante, de que não foram
preenchidos todos os requisitos para a concessão de aposentadoria
de trabalhador rural, é tarefa que demandaria o revolvimento dos
elementos fático-probatórios da demanda, o que é vedado na
presente seara recursal, consoante a Súmula 7/STJ. 3. Para o
reconhecimento do tempo de serviço do trabalhador rural,não há
exigência legal de que o documento apresentado como início
deprova material abranja todo o período que se quer comprovar.
É preciso, no entanto, que o início de prova material seja
contemporâneo aos fatos alegados e referir-se, pelo menos, a uma
fração daquele período, corroborado com prova testemunhal, o qual
amplie sua eficácia probatória. Precedentes. 4. Agravo regimental não
provido.(STJ - AgRg no REsp: 1320089 PI 2012/0082553-9, Relator:
Ministro CASTRO MEIRA, Data de Julgamento: 09/10/2012, T2 -
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 18/10/2012)

Sendo assim, roga o Autor pelo bom senso, pois seria absolutamente injusto
retirar completamente os efeitos previdenciários da atividade rural por ela
desempenhada ao longo de toda a sua carreira laborativa!

No tocante ao fato que a filiação da Requerente ao Sindicato dos


Trabalhadores Rurais se deu de pouco tempo, mas, a bem da verdade, a Requerente
e sua família, sempre trabalharam na zona rural, sendo o labor campesino o único
meio de vida de todos (conforme observa-se na documentação anexa).

Sobre a atividade rural do Requerente, deve-se também levar em


consideração que a condição de lavrador, da qual sempre acompanhou a lavoura com
muito zelo, o que faz jus à concessão do benefício.

Com relação ao endereço do Requerente, vale frisar que é residente e


domiciliada, atualmente, no Sítio Água Bela, Zona Rural, no município de
Almenara/MG.

As atividades rurícolas do Requerente são realizadas em regime de


economia familiar, assim permanecendo, ininterruptamente, até os dias atuais,
dedicando-se ao cultivo destinados à subsistência da família.

Outrossim, vale salientar que o trabalhador rural muito tempo, sendo


nascido e criado no meio rural, pode ter o tempo de lavoura acrescentado na sua
aposentadoria, sendo necessário apenas, declararem a condição de segurada
especial.
Nesse diapasão, o segurado especial, é aquele trabalhador rural que
trabalha sob o regime de economia familiar, boia fria, meeiro, porcenteiro e
arrendatário. Isso significa que para ser segurado especial, e ter direito a contar o
tempo rural (antes de 1991) sem precisar pagar nada para o INSS, é necessário que:

1. A família/trabalhador trabalhasse no meio rural, para o próprio sustento;


2. Poderia haver venda ou troca de mercadorias, mas somente de um
pequeno excedente;
3. A família podia contratar no máximo 120 dias de trabalho para auxiliar
no trabalho rural;
4. A subsistência da família tinha que ser garantida pelo meio rural
5. A propriedade rural não explorasse o turismo mais que 120 dias no ano.

Em suma, o trabalhador tinha que sobreviver da sua própria produção rural,


e, no presente caso, o Requerente e sua família, sempre laboraram na zona rural, em
regime de economia familiar.

Noutro vértice, impõe-se ressaltar que a jurisprudência do STJ há muito vem


reconhecendo o tempo de serviço rural mediante apresentação de um início de prova
material, sem delimitar o documento mais remoto como termo inicial do período a ser
computado, contanto que corroborado por testemunhas idôneas a elastecer sua
eficácia, o que será feito por ocasião na audiência de instrução e julgamento.

O STJ também admite como início de prova material para a comprovação


da atividade rural nas quais conste a qualificação da Requerente como trabalhadora
rural.

Importa consignar que para o reconhecimento do tempo rural a Corte


Superior preleciona que não é necessário que o início de prova material seja
contemporâneo a todo o período de carência exigido, desde que a sua eficácia
probatória seja ampliada pela prova testemunhal colhida nos autos , o que se fará
oportunamente.

Por fim, o Requerente possuiu alguns vínculos de trabalho urbano, de forma


intercalada com o exercício de atividade rural, mas nunca em período superior ao um
ano, não implicando em afastametno definitivo das atividades rurais.

Por outo lado, não é necessário que a prestação da atividade rural seja
contínua, mas apenas que o segurado esteja trabalhando no campo no momento da
aposentadoria, conforme preceitua o § 2º do art. 48 da lei 8.213/91.

Nesse sentido, a jurisprudência da TNU vem se posicionando no sentido de


que o exercício de atividade urbana durante o período de carência não impede a
concessão de aposentadoria por idade rural caso não signifique ruptura definitiva com
as lides rurais.

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI


FEDERAL. APOSENTADORIA POR IDADE. ATIVIDADE RURAL.
INÍCIO DE PROVA MATERIAL. FICHA DE CADASTRO DE
SINDICATO RURAL. VÍNCULO URBANO POR PERÍODO
PONTUAL NÃO DESNATURA O REGIME DE ECONOMIA
FAMILIAR. COMPROVAÇÃO DE CARÊNCIA. QUESTÃO DE
ORDEM Nº 20. INCIDENTE PARCIALMENTE PROVIDO. 1. O
requerente interpôs pedido de uniformização de jurisprudência em
face de acórdão proferido pela Turma Recursal da Seção Judiciária
Federal do Amazonas, que confirmou a sentença de improcedência,
ao fundamento de fragilidade da prova material e de que o exercício
de atividade urbana no período de janeiro de 2005 a julho de 2007
impede a concessão do benefício de aposentadoria rural. 2. Alegou
que o acórdão recorrido diverge da jurisprudência dessa Turma
Nacional de Uniformização (PEDILEF 200670950115762; PEDILEF
200950520004680; PEDILEF 5023355920074058100; PEDILEF
2004.81.10.01.3382-5-CE e Súmula 06) e do STJ (AgRg no REsp
1399389 GO 2011/0026930-1; AgRg nos EDcl no RECURSO
ESPECIAL Nº 1.057.059 – PR), segundo as quais o exercício de
atividade urbana em períodos pontuais não afasta o direito à
aposentadoria rural e que a certidão de casamento e a ficha de
cadastro de sindicato rural são documentos idôneos como início de
prova material. 3. A divergência está caracterizada.

(...)

8.Quanto à descaracterização do direito à aposentadoria rural em


função do vínculo urbano com duração de 2 anos e meio com a
Prefeitura Municipal de Tefé/AM (janeiro de 2005 a julho de 2007),
também restou demonstrada divergência jurisprudencial entre o
acórdão recorrido e a jurisprudência desta Turma Nacional. 9. A
jurisprudência desta Turma Nacional é pacífica no sentido de
que a norma do art. 143 da Lei n.º 8.213/91 admite a concessão
do benefício de aposentadoria também nos casos em que a
atividade rural seja descontínua, e que “o exercício de atividade
urbana intercalada não impede a concessão de benefício
previdenciário de trabalhador rural, condição que deve ser
analisada no caso concreto” (Súmula 46). Já o acórdão indicado
como paradigma é ainda mais explícito quanto a não
descaracterização do regime de economia familiar pelo exercício de
atividade urbana em períodos pontuais, tendo considerado
insuficiente para descaracterizá-lo, na ocasião, vínculo com duração
idêntica (2 anos e 7 meses) àquele considerado pelo acórdão
recorrido como impeditivo (TNU, PEDILEF Nº 2004.81.10.01.3382-5-
CE, Rel. Juíza Rosana Noya Alves Weibel Kaufmann, 28/05/2009).
10. Tal entendimento foi reafirmado por esta TNU,
acrescentando-se que a descontinuidade da atividade rural
admitida pela legislação é aquela que não representa uma
ruptura definitiva do trabalhador em relação ao campo, situação
que deve ser aferida em cada caso concreto, conforme as
particularidades regionais (PEDILEF 2007.82.01.501836-6, DOU
15/06/2012; PEDILEF 0004050-20.2004.4.02.5050, DOU 27/04/2012;
PEDILEF 2007.83.05.500279-7, DOU 20/04/2012 e PEDILEF
2008.70.57.001130-0, DOU 31/05/2013) 11. Apesar de comprovada a
divergência e a necessidade de reforma do acórdão para garantir a
uniformidade de interpretação da lei federal, impossível a conclusão
do julgamento de mérito nesta instância, eis que não há no acórdão
recorrido conclusão a respeito da prova testemunhal produzida no
caso concreto, havendo necessidade de análise de aspecto fático, o
que é incabível no presente incidente. Aplicação do decidido na
Questão de Ordem nº 20: “Se a Turma Nacional decidir que o
incidente de uniformização deva ser conhecido e provido no que toca
a matéria de direito e se tal conclusão importar na necessidade de
exame de provas sobre matéria de fato, que foram requeridas e não
produzidas, ou foram produzidas e não apreciadas pelas instâncias
inferiores, a sentença ou acórdão da Turma Recursal deverá ser
anulado para que tais provas sejam produzidas ou apreciadas,
ficando o juiz de 1º grau e a respectiva Turma Recursal vinculados ao
entendimento da Turma nacional sobre a matéria de direito” (DJ
11/09/2006). 12. Incidente conhecido e parcialmente provido para
determinar o retorno dos autos à turma recursal de origem para que o
restante do conjunto probatório seja reavaliado, fixando a premissa de
que os documentos referidos no acórdão satisfazem a exigência de
início de prova material da atividade rural e que o exercício de
atividade urbana intercalada não desnatura o regime de
economia familiar, se não for evidenciada ruptura definitiva do
trabalhador com o meio rural. (PEDILEF 00072669020114013200,
JUIZ FEDERAL ANDRÉ CARVALHO MONTEIRO, TNU, DOU
20/06/2014 PÁG. 219/252.)

Na mesma esteira, os precedentes da TRU4:

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO.


APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. DESCONTINUIDADE.
PARTICULARIDADES DO CASO CONCRETO. PRECEDENTES DA
TRU. INCIDENTE NÃO CONHECIDO. 1. "A questão da
descontinuidade deve ser valorada caso a caso, nos termos da
aplicação do art. 143, buscando verificar se, no caso concreto, o
afastamento da atividade rural por um certo período de tempo
não afeta toda a vocação rural apresentada pelo trabalhador"
(5002637-56.2012.404.7116, Turma Regional de Uniformização da 4ª
Região, Relator p/ Acórdão José Antonio Savaris, juntado aos autos
em 08/03/2013). 2. Incidente não conhecido (Questão de Ordem nº
13 da TNU). (5000085-54.2012.404.7202, Turma Regional de
Uniformização da 4ª Região, Relator p/ Acórdão Alessandra Günther
Favaro, juntado aos autos em 22/09/2014)

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO REGIONAL. DIREITO


PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE.
TRABALHADOR RURAL. ART. 143. CLÁUSULA DA
DESCONTINUIDADE. LIMITE DE PRAZO TEMPORAL.
IMPOSSIBILIDADE. PARTICULARIDADES DO CASO CONCRETO.
EXAME. NECESSIDADE. PRECEDENTES DA TNU. REABILITAÇÃO
DA JURISPRUDÊNCIA DESTA TRU. INCIDENTE CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Nos termos do art. 143 da Lei
8.213/91, o trabalhador rural "pode requerer aposentadoria por idade,
no valor de um salário mínimo, durante quinze anos, contados a partir
da data de vigência desta Lei, desde que comprove o exercício de
atividade rural, ainda que descontínua, no período imediatamente
anterior ao requerimento do benefício, em número de meses idêntico
à carência do referido benefício" (sublinhado). 2. Para fins de
concessão de aposentadoria por idade rural, as balizas temporais que
levam à perda da qualidade de segurado (Lei 8.213/91, art. 15) não
podem ser confundidas com o período de tempo que implica a ruptura
do trabalhador em relação ao meio rural a ponto de afastar seu
histórico de trabalho rural e o acesso às prestações destinadas aos
trabalhadores rurais. 3. Inexiste amparo legal a emprestar à perda da
qualidade de segurado a consequência extrema de vedação, ao
trabalhador, do cômputo do tempo de atividade rural exercido
anteriormente para fins de atendimento da regra do art. 143 da Lei
8.213/91, valendo-se da permissão legal da descontinuidade. 4. A
expressão legal "ainda que descontínua" foi propositadamente
expressa em termos nebulosos, isto é, não se pretendeu estipular um
prazo certo a partir do qual seria vedada a soma de períodos
intercalados de atividade rural, para fins de concessão de
aposentadoria por idade. Precedentes da TNU (v.g., PEDILEF
2007.83.05.50.0279-7, Rel. p/ Acórdão Juiz Federal Otávio Port, j.
02/08/2011, DJ 24/04/2012). 5. A orientação mais recente desta TRU
não merece prevalecer, data venia, (i) porque não subsiste a testes
reais impostos pelo mundo em que vivemos, (ii) engessa as
instâncias ordinárias em seu juízo de convencimento no caso
concreto, (iii) encontra-se em dissonância com o entendimento da
TNU, fruto de intenso e refletido debate e (iv) culmina por oferecer
solução mais restritiva do que aquela própria oferecida no âmbito
administrativo pelo INSS. 6. Reabilita-se, assim, firme orientação
desta TRU no sentido de que "A questão da descontinuidade
deve ser valorada caso a caso, nos termos da aplicação do art.
143, buscando verificar se, no caso concreto, o afastamento da
atividade rural por um certo período de tempo não afeta toda a
vocação rural apresentada pelo trabalhador. (TRU4, PU
2005.72.95.00.8479-0, Rel. p/ Acórdão Juíza Federal Flávia da Silva
Xavier, DJ 07.05.2008). 7. Recurso do INSS conhecido e
parcialmente provido. (5002637-56.2012.404.7116, Turma Regional
de Uniformização da 4ª Região, Relator p/ Acórdão José Antonio
Savaris, juntado aos autos em 08/03/2013)
De outro lado, a jurisprudência do TRF4 vem reconhecendo o direito à
aposentadoria por idade rural caso o afastamento da lide rural ocorra por período
inferior ao “período de graça” previsto no art. 15 da LBPS. Nesse sentido, vale conferir
os seguintes julgados:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL.


DESCONTINUIDADE DO LABOR. PRAZO MÁXIMO. 1. A
descontinuidade, prevista na Lei 8.213/91, artigos 39, I, 48, § 2º, e
143, é possível de ser admitida quando o interregno entre um e
outro período de labor rural não seja superior a 36 meses, que é
o máximo do período de graça possível de ser alcançado, nos
termos do artigo 15 da Lei 8.213/91, em interpretação analógica e
sistemática dessa norma. 2. Caso em que a autora não apresente
vínculo com o meio rural de 1983 a 2001, o que implica a
impossibilidade de somar os períodos anterior e posterior para
concessão da aposentadoria requerida. (TRF4, APELREEX 5010633-
24.2011.404.7122, Sexta Turma, Relator p/ Acórdão Paulo Paim da
Silva, juntado aos autos em 16/09/2013)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE.


CARÊNCIA DE AÇÃO. REQUISITOS. COMPROVAÇÃO. INÍCIO DE
PROVA MATERIAL COMPLEMENTADA POR PROVA
TESTEMUNHAL. DESCONTINUIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA
E JUROS MORATÓRIOS. HONORÁRIOS E CUSTAS.
IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO. 1. Procede o pedido de
aposentadoria rural por idade quando atendidos os requisitos dos
artigos 11, VII, 48, § 1º e 142, da Lei nº 8.213/91, ou seja, o
implemento da idade mínima (60 anos para o homem e de 55 anos
para a mulher) e o exercício de atividade rural ainda que de forma
descontínua por tempo igual ao número de meses correspondentes à
carência. 2. Considera-se comprovado o exercício de atividade rural
havendo início de prova material complementada por prova
testemunhal idônea, sendo dispensável o recolhimento de
contribuições para fins de concessão do benefício. 4. O trabalhador
rural deve comprovar o efetivo exercício da atividade, ainda que de
forma descontínua, no período imediatamente anterior ao
requerimento do benefício, por tempo igual ou número de meses de
contribuição correspondente à carência do benefício (arts. 39, I, e
143, da Lei nº 8.213/9). É possível considerar o afastamento das
atividades sem configurar o abandono do meio rurícola, no caso
de manutenção da qualidade de segurado (art. 15, II, §§ 1º e 2º,
da Lei nº 8.213/91). Todavia, havendo perda da qualidade de
segurado trabalhador rural, o período anterior a esta data só será
computado se após a nova filiação como trabalhador rural o segurado
comprovar pelo menos 1/3 da carência total, no caso, atividade rural.
5. No caso, restou comprovado o exercício da atividade rural de 1965
a 1978 e de 2003 a 2008, fazendo a parte autora jus à aposentadoria
por idade rural pleiteada, nos termos do art. 143 da Lei nº. 8.213/91.
[...] (TRF4, APELREEX 0010662-64.2011.404.9999, Quinta Turma,
Relator Sérgio Renato Tejada Garcia, D.E. 13/10/2011)

Tal entendimento, pela aplicação do denominado “período de graça”


parâmetro para aferição do afastamento das lides rurícolas capaz de ensejar a perda
da qualidade de segurado rural encontra embasamento na vedação da adoção de
critérios diferenciados para aposentadoria dos segurados rurais e urbanos, conforme
disposto no art. 201, § 9º, da Constituição Federal.

Destaca-se ainda que o próprio INSS adotou este posicionamento, conforme


pode ser observado através da sua mais recente Instrução Normativa (INSS/PRES nº
77, de 6 de agosto de 2010):

Art. 231. Para fins de aposentadoria por idade prevista no inciso I do


art. 39 e caput e § 2º do art. 48, ambos da Lei nº 8.213, de 1991 dos
segurados empregados, contribuintes individuais e especiais,
referidos na alínea "a" do inciso I, na alínea "g" do inciso V e no inciso
VII do art. 11, todos do mesmo diploma legal, não será considerada
a perda da qualidade de segurado nos intervalos entre as
atividades rurícolas, devendo, entretanto, estar o segurado
exercendo a atividade rural ou em período de graça na DER ou
na data em que implementou todas as condições exigidas para o
benefício.

Ante estas circunstâncias, não há dúvidas da condição de trabalhador rural,


segurad especial, do Requerente, fazendo jus à concessão do benefício pleiteado.

3. DO DIREITO

A pretensão do segurado está fundamentada no art. 201, I, da Constituição


Federal, e nos arts. 39, 48 e 142 da Lei 8.213/91, Lei de Benefícios, encontrando-se
presentes os requisitos exigidos para a concessão da aposentadoria rural por idade, a
saber, atividade rural pelo período idêntico à carência do benefício e a idade de 55
anos para as mulheres.

Por outro lado, cumpre mencionar a desnecessidade de desempenho de


atividade rural de forma contínua, exigindo-se apenas que o segurado esteja
trabalhando no campo no momento da aposentadoria, ou na data em que satisfaz
todos os requisitos para a concessão do benefício. Assim determina o artigo 48 da Lei
8.213/91, perceba-se (grifos acrescidos):

Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao segurado que,


cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher.
1º Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e
cinqüenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais,
respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do
inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11.
2º Para os efeitos do disposto no § 1o deste artigo, o trabalhador
rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda
que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao
requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de
contribuição correspondente à carência do benefício pretendido,
computado o período a que se referem os incisos III a VIII do § 9o do
art. 11 desta Lei.

No caso em tela, a idade mínima foi implementada em 01/11/2020,


momento em que o Autor completou 60 anos de idade.

Quanto à carência, a redação do § 2º do art. 48 da Lei 8.213/91 estatui que


o trabalhador rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de
forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício,
por tempo igual ao número de meses de contribuição. No caso do Autora, o período de
carência exigido corresponde a 180 meses de atividades ruícolas, tendo em vista que
a segurada implementou o requisito etário em 2020, posteriormente a vigência da Lei
8.213/91.

Dessa forma, considerando os períodos de atividade rural, o Autor comprova


o exercício de atividade rural durante, pelo menos, 180 meses anteriores ao
requerimento administrativo, restando comprovados os requisitos ensejadores do
benefício.

4. DA TUTELA DE URGÊNCIA

A concessão da tutela de urgência é medida que se impõe, mormente em


razão da novel disposição dos artigos 300 e seguintes do CPC/15, haja vista a
existência de elementos que evidenciam a probabilidade do direito, além, é claro, da
existência de inequívoco risco ao resultado útil do processo e o latente perigo de dano.

Consoante o teor da presente inicial, o benefício perquirido tem caráter de


verba alimentar, e aliado à condição de segurado especial do Requerente, verifica-se
a presença dos requisitos para concessão do mesmo, no entanto, o indeferimento do
benefício em tela associado ao interstício necessário à prolação de decisão final
apenas dificultará a consecução do seu direito.

Ademais, além do prejuízo decorrente do indeferimento e do interstício


necessário à prolação de decisão final, há ainda que mencionar os riscos a que será
submetido o Requerente, eis que necessita urgentemente ter seu direito antecipado
para prover suas necessidades básicas, garantindo o mínimo existencial para sua
vivência em dignidade.

Ora, o Requerente é trabalhador rural, pessoa humilde e de parcos


recursos, integrante do grupo de pessoas mais vulneráveis aos nefastos efeitos da
crise econômica desencadeada pela pandemia da Covid-19, que atualmente, assola o
país.

Demais disso, não obstante a sua pequena produção agrícola seja


destinada, essencialmente, ao consumo da família, o que excedia a esta finalidade era
vendido para conseguir recursos destinados à aquisição dos produtos não produzidos
na lavoura e necessários ao sustento próprio, contudo, com a paralisação das
atividades econômicas e o isolamento das pessoas, a Requerente não consegue mais
vender, devido às dificuldades para manter a produção e às vésperas de ficar sem
alimentos em casa.

A persistir a pandemia da Covid-19 sem poder usufruir do seu benefício


previdenciário, o dano ao Requerente poderá ser irreversível, impondo-se a concessão
de tutela de urgência, atentando-se, para tanto, que as alegações e as provas
documentais ora apresentadas são suficientes para o seu deferimento liminar.

Enfim, vislumbra-se de forma translúcida a presença dos requisitos para


concessão da tutela antecedente de urgência em epígrafe no caso sub examine, razão
pela qual este Juízo está autorizado a concedê-la.

5. DOS PEDIDOS
Diante de tudo que foi exposto, REQUER a Vossa Excelência, seja( m):

a) Concedida a TUTELA DE URGÊNCIA, inaudita alterapars, para cominar


ao Requerido a obrigação de implantar, imediatamente, o Benefício da Aposentadoria
Rural por idade em favor do Requerente, sob pena de multa diária a ser estipulada por
este í. Juízo;

b) CITADO o Requerido, na pessoa do respectivo representante legal, para


contestar, querendo, apresente, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia;

c) No final, confirmando-se a tutela antecedente concedida, e JULGADO


PROCEDENTE o pedido para:

I) cominar o Requerido a implantar, definitivamente, o Benefício da


Aposentadoria Rural por idade em favor do Requerente;

II) condenar o Requerido a pagar o valor retroativo e devido desde a data do


requerimento administrativo do benefício, efetivado em 07/04/2021, tendo em vista
que os requisitos já estavam caracterizados quando do requerimento administrativo.

d) Condenado, ainda, o Requerido ao pagamento das custas, despesas


processuais e honorários advocatícios.

e) Atendendo ao disposto no artigo 319, VII do NCPC, a Requerente informa


que não ter interesse na realização de audiência de conciliação, uma vez que é prática
costumeira do Requerido o não comparecimento.

f) Concedidos os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA para a Requerente,


nos termos do artigo 98 e seguintes do CPC e artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição
Federal, visto que a Autora é pessoa pobre na acepção jurídica do termo, conforme
declaração anexa.

g) Pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas


desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e moratórios, incidentes
até a data do efetivo pagamento;

h) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários advocatícios,


eis que cabíveis em segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95
c/c art. 1º da Lei 10.259/01.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em Direito,


notadamente documental, pericial e testemunhal.

Dá-se-à causa o valor de R$ 47.419,59 (quarenta e sete mil quatrocentos


de dezenove reais e cinquenta e nove centavos).

Nestes termos,
Pede deferimento.

Almenara/MG, 30 de junho de 2022.

Maria D’Ajuda dos Anjos Fernandes Lima


OAB/MG 179.840

Bernardo Santos Ferraz Tullio Magalhães Medeiros


OAB/MG 180.964 OAB/MG 208.516

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