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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS


DISCIPLINA DE HISTÓRIA ECONÔMICA E SOCIAL DO BRASIL

FICHAMENTOS AVALIATIVOS

Izabella Souza de Araujo - 12111RIT052

Fichamento 1 “Sociedade de classes e subdesenvolvimento - Capítulo IV - O


Desenvolvimento como Problema Nacional” - Florestan Fernandes:

● Definições sobre desenvolvimento sociológicas pela nível estrutural-


funcional e no nível de análise histórico-sociológica;
● Desenvolvimento pela perspectiva estrutural funcional: diferenciação
das formas de integração da ordem social
● Desenvolvimento em nível de análise histórico sociológica: modo pela
qual os homens transformam socialmente a organização da sociedade
● desenvolvimento sobre a perspectiva sociológica deve ser encarada
como através de um grupo de sociedades que compartilham um
mesmo padrão de civilização;
● Noções de tipos sociais: as potencialidades de desenvolvimento e a
intensidade e os limites dentro dos quais possuem um mesmo padrão
de civilização.
● A civilização industrial, enquanto padrão, tem apresentado um rápido
desenvolvimento, tudo isso baseado em análises do mercado
capitalistas e na tecnologia utilizada.
● O grau de integração determina o grau de instabilidade dos fatores
socioculturais dinamizados pelo funcionacional normal do ssistema
csocial
● O conflito surge como uma forma básica de impor alterações de
carater estrutural através da luta de classes.
● O planejamento muda a estrutura através das esferas que o interesse
de classe é controlado.
● A posição das classes sociais determina a maneira pela qual a as
mudanças sociais se concretizam historicamente.
● O funcionamento da moderna “civilização industrial” é o de privilegiar a
sociedade nacional .
● A luta principal do poder político é a luta pelo controle das mudanças.
● O passado colonial influencia negativamente na visão sociológica
brasileira.
● A civilização que está sob o comando do processo civilizatório são as
sociedades que possuem mais recursos para a realização das
potencialidades.
● O Brasil é um país fruto de um passado colonial, portanto, é um país
periférico em termos de desenvolvimento e não possui os seus
interesses nacionais privilegiados no planejamento de civilização
compartilhada.
● O Brasil necessita sair do ciclo vicioso e entender que um país colonial
se converte em uma nação dependente.
● O Brasil passa por dois ciclos revolucionários: no processo histórico de
emancipação política e a extinção do pacto colonial e a constituição de
um Estado nacional independente; já o segundo ciclo revolucionário é
um conjunto de forças econômicas, sociais e políticas no processo de
desagregação da ordem social escravista.
● Os ciclos revolucionários foram frutos da transformação estrutural
profunda da organização da economia e da sociedade.
● “Ao mesmo tempo que o capitalismo alcança sua maior complexidade
e maturidade, como capitalismo industrial, exprimindo uma economia
de mercado especificamente moderna e afirmando-se como algo
irreversível nas atividades humanas ou nas aspirações sociais,
também revela, ao máximo, que o crescimento económico de uma
economia nacional dependente completa-se dentro de um círculo
vicioso. Na era do capitalismo industrial a Nação atinge seu maior
nível de riqueza e de desenvolvimento mas configura, igualmente, a
plenitude do capitalismo dependente.” ( p. 154 )
● “A ‘revolução burguesa’ e o capitalismo só conduzem a uma
verdadeira independência econômica, social e cultural quando, atrás
da industrialização e do crescimento econômico, exista uma vontade
nacional que se afirme coletivamente por meios políticos, e tome por
seu objetivo supremo a construção de uma sociedade nacional
autônoma.” ( p. 154 )
● Os problemas do Brasil não são problemas de “crescimento”. Para
mudar a realidade do Brasil seria necessário uma introdução de
alterações concomitantes em dois níveis distintos: interno e externo.
● O processo só terá resultado se for efetuado internamente através das
modificações das estruturas sociais, econômicas e políticas da
sociedade brasileira.
● Para obter bons resultados da mudança, a elite brasileira deveria ser
capaz de fazer diagnósticos precisos e completos de sua situação
histórica e os seus diversos desdobramentos. Porém, o Brasil não
possui elites desse tipo.
● A partir do momento que o desenvolvimento do país é encarado como
um problema nacional a implicação prática seria um querer coletivo
polarizado nacionalmente.
● “Sob esse aspecto, a democratização da renda, do prestígio social e
do poder aparece como uma necessidade nacional. É que - e somente
ela - pode dar origem e lastro a um "querer coletivo” fundado em um
consenso democrático, isto é, capaz de alimentar imagens do "destino
nacional" que possam ser aceitas e defendidas por todos, por
possuírem o mesmo significado e a mesma importância para todos”
( p. 157 )

Considerações Pessoais:
O mais importante desse texto, na minha concepção, é mostrar como no
Brasil as relações e colonização influenciou na realidade de um país
subdesenvolvido. De maneira crítica, o texto nos mostra a necessidade de lutar
contra esse sistema e essa realidade, além de mostrar que a democratização de
renda poderia mudar a realidade das pessoas e de toda uma população.

Fichamento 2 “História Econômica do Brasil - Apogeu de um sistema” - Caio


Prado Júnior
● Larga expansão das forças produtivas no Brasil que geraram
progresso material (durante o período republicano) e teve um apogeu
da economia voltada para a produção extensiva, de larga escala e
com produtos destinados à exportação.
● O progresso econômico veio pelo aperfeiçoamento e aplicação do
liberalismo econômico na economia brasileira. O país tinha um
contexto interno único: momento em que a escravidão foi abolida e
teve um forte corrente de trabalhadores imigrantes.
● Além disso, outros fatores influenciaram como o desenvolvimento da
eletricidade, o desenvolvimento da maquinaria que era indispensável,
os transportes ferroviários e marítimos como progresso das técnicas
modernas.
● República e contexto favorável: ânsia de crescimento e
enriquecimento consagrado pelo novo regime (república) que
estimularam atividades brasileiras.
● Os interesses privados se tornaram um dos principais eixos das
atividades políticas e durante a república quadros conservadores
foram rompidos .
● A fase de prosperidade material desencadeou um novo espírito e tom
social, a finança internacional, interesse comercial estrangeiro dentro
do brasil através de empréstimos, e iniciativas de capital estrangeiro
em setores privados.
● O capital estrageiro se alastra e entra em todos os setores econômicos
do Brasil o que estimula as atividades comerciais.O surto economico
resulta de todos esses fatores e se verifica no desenvolvimento do
capital externo
● Nesse período o brasil se torna um grande produtor mundial de
materia prima e gêneros tropicais
● Contraditório: o brasil tendo que importar alimentos quase (30% da
importação) sendo um país agrário e grande exportador de produtos
alimentícios.
● As exportações compensam as importações - geram desenvolvimento
ao país - o serviço da dívida pública, pagamento de dividendos e
lucros comerciais das empresas estrangeiras operando no Brasil
mesmo com um sistema frágil.
● Crise do café: superprodução, queda de preços, dificuldade de
escoamento normal da produçã;
● Crise da borracha: depois de 1910 começa a ser excluída dos
mercados internacionais pela concorrência do Oriente;
● Crise do cacau (menor escala);
● Não é, aliás, apenas esta contradição máxima do sistema econômico
brasileiro que lhe compromete a estabilidade. Outros
comprometimentos com a estabilidade: desintegração da estrutura
básica daquele sistema: a grande propriedade agrária. A adaptação do
trabalhador livre ao regime da grande lavoura não se mostrará fácil.
● Como resolveu: reter o trabalhador por dívidas (acontece
principalmente com a borracha) - proprietário fornecedor obrigatório
dos gêneros consumidos por seus trabalhadores - Essa realidade é
mais difícil ao imigrante europeu o que gera instabilidade
● Trabalho livre também compromete o sistema de lavoura - direitos e
reivindicações. Os fazendeiros, formados até então no antigo regime
servil, não se habituaram facilmente a lidar com trabalhadores livres
● Resultado: evolução da legislação brasileira; reorganização do
aparelhamento policial para tirar os delegados de polícia da influência
direta em que se encontravam dos grandes proprietários rurais, e
conceder-lhes liberdade suficiente para a defesa dos mais
elementares direitos e interesses dos trabalhadores. Além disso,
contratos de trabalho (direitos que afetam a base financeira das
explorações de menor rendimento).

Considerações Finais:
O texto mostra bem como funcionavam as relações comerciais entre o Brasil
colonial e outras nações, como o capitalismo e as relações industriais foram
implementadas no Brasil. É através dele que entendemos por que o Brasil hoje é um
país com uma realidade de desigualdade tão acentuada e por que isso influencia a
vida das pessoas atualmente.

Fichamento 3 “Entre prerrogativas e regras: Justiça Criminal e Controle


político
no Regime Vargas (1930-1945)” - Elizabeth Cancelli
● A autora apresenta uma dualidade clara no regime político de Vargas.
Os dois regimes são: estado de prerrogativas e estado normativo.
● Getúlio toma o poder em 1930 sem suspender a constituição de 1891.
Em 1937, com um novo golpe de estado, dissolveu o congresso e se
apossou do que foi denominado de Governo Provisório.
● A carta de 1934 mantinha o sistema federativo da primeira constituição
, mas possui algumas peculiaridades que garantia um o voto direto em
1938 que não chegou a acontecer por que Getúlio aplica um golpe de
estado em 1937.
● “Em 1934 haviam sido ampliadas as leis sociais, especialmente as
trabalhistas e previdenciárias. As mulheres ganharam o direito ao voto
e a idade mínima para votar passou dos 21 para os 18 anos. Como a
proibição do voto aos analfabetos continuou a existir, 75% da
população - dos então 46 milhões de habitantes do Brasil - que não
sabia ler nem escrever, continuou alijada das urnas.III A nova
constituição consolidou ainda a tendência centralizadora e autoritária
inaugurada no Governo Provisório e garantida pelo direito de Getúlio
continuar governando através de decretos-lei.” (p. 4)
● Uma frente ampla de oposição foi implantada (a Aliança Nacional
Libertadora) e houve uma tentativa de derrubar o governo.
● Na primeira metade do séc XX o número de condenados era baixo
porque haviam isenções de presos e aplicações normativas;
● Porém, nos anos de Governo de Getúlio muitas pessoas foram presas
sob a justificativa de correção em um governo ditatorial.
● “As prisões para averiguação eram de longe as maiores, seguidas das
● ocasionadas por alcoolismo, desordem e o ócio. Nelas, porém, não
estavam
● incluídos os dados sobre os prisioneiros políticos” (pág.15)
● Nesse cenário, o estado era de superlotação nas prisões, e inclusive
muitos detentos tinham que ficar nús para compensar a falta de verbas
com as vestimentas dos presos.
● A intentona comunista foi uma tentativa de golpe que aconteceu em
novembro de 2015 e aumentou o número de detentos de uma maneira
exponencial durante os 15 anos de governo de Getúlio.
● Durante todos esses anos os presos viviam em situações desumanas,
obrigados a viverem em locais sem um mínimo de higiene, além de
muitos serem torturados e expostos a doenças. Diante disso, os
juristas do Conselho penitenciário no Rio de Janeiro se mostraram
inconformados.
● O presídio Carandiru foi inaugurado em 21 de abril de 1920 no Estado
de São Paulo e era considerado um presídio de prestígio pelo seu alto
investimento e por apresentarem melhores condições aos presos.
● Esse presídio tinha um sistema de referência por causa das normas de
reclusão, determinação máxima de pena pra 30 anos e implementação
de táticas para diminuição de pena se bom comportamento e
livramento condicional quando o preso cumpria metade da pena.
● Os presos do Carandiru viraram objetos de pesquisa e análise, e após
esse período foi criado o Tribunal de Segurança Nacional que serviu
como aparato legal para processos estatais e foi criado para frear as
ameaças comunistas.

Considerações Finais:
O texto apresenta um cenário informativo grande sobre o período de governo
de Getúlio Vargas. Porém, em uma análise crítica podemos ver que foi um período
bastante repressivo, com uma quantidade alarmante de presos e pessoas em
situações precárias e desumanas. O texto também mostra como os direitos foram
negados, como as pessoas foram deixadas de lado e uma ditadura foi
implementada. É um cenário realmente desanimador.

Fichamento 4 “Proclamação da República: o mito da democracia racial no


Brasil” - Emília Viotti da Costa
● Gilberto Freyre é um sociólogo brasileiro que desenvolveu ideias
sobre a democracia racial brasileira que bebe das teorias de Marx e
acredita que as segregações na sociedade brasileira derivam da luta
de classe e não apenas de fatores raciais.
● “Freyre também apontou o fato de que, no Brasil, qualquer pessoa que
não fosse obviamente negra era considerada branca.” ( pág.363);
● A miscigenação é, para Freyre, um modo de evitar que acontecesse
uma grande segregação, mas toda a teoria apresentada por Freyre foi
entendida como errada por que muitos cientistas sociais acreditam que
as segregações raciais são sim geradas por fatores raciais.
● Freyre traz uma teoria sobre sobre mobilidade sociail que é negada,
pois acreditam que existe sim discriminação por raça e por classe.
● “Os mitos sociais, como sabemos, são constantemente criados e
destruídos. São uma parte integrante da realidade social e não devem
ser vistos meramente como um epifenômeno. Na vida diária, mito e
realidade estão inextricavelmente inter relacionados. Os cientistas
sociais e os historiadores
operam no nível da mitologia social e eles mesmos, quer queiram quer
não,
ajudam a destruir e a criar mitos. No processo, a “verdade” de uma
geração
muito frequentemente torna-se o mito da geração seguinte.” ( pág.365)
● Esse sistema preconceituoso é gerado e caracterizado pela
construção da elite branca, o que justifica as diferenças de classe
social e problemas raciais.
● “No Brasil, o mito da democracia racial não está completamente morto.
Embora profundamente enfraquecido nos centros urbanos, o sistema
de
clientela e patronagem ainda sobrevive no Brasil – quase intacto,
como em
algumas regiões do interior, ou remodelado para ajustar-se à
sociedade
moderna.” (pág.384)
● Por fim , foi apenas em 1960 que os cientistas sociais passaram a
discutir e entender esses problemas e temas.

Comentários Pessoais:
Acredito que a discriminação e o racismo enraizado no Brasil é gerado por
fatores raciais e pelas implicações de imposição do colonialismo e branquitude.
Também acredito que o processo de miscigenação muitas vezes só estimula o
racismo enraizado, já que dependendo do tom de pele da pessoa muitas vezes ela
não se identifica como negra e até mesmo nega e tenta modificar seus traços de
origem africana.

Fichamento 5 - “ A invenção do trabalhismo- capítulo IV” - Ângela de Castro


Gomes:
● Uma nova constituição brasileira foi criada em 1934 que apresentava a
sindicalização e novos ministros do trabalho, indústria e comércio.
● O movimento sindicalista foi um golpe aos interesses dos
trabalhadores e do movimento operário.
● “ O período então era de radicalizações ideológicas e de crescente
mobilização de massas. O PC começava a articular de forma mais
intensa uma linha de frente popular” ( pág 4).
● As leis de segurança nacional e o fracasso da ANL e o caso da
Intentona Comunista, e em 1935 um novo quadro na vida política
brasileira foi inaugurado.
● A reação dos trabalhadores dos movimentos foi tentar entrar nos
sindicatos para mudar as funções internas.
● “ A primeira grande indicação é a da “ ideologia da outorga”. Isto é, os
benefícios sociais teriam sido apresentados à classe trabalhadora no
pós-40 como um presente outorgado pelo Estado. A classe
trabalhadora, mesmo antes de demandar, teria sido atendida por uma
autoridade benevolente, cuja imagem mais recorrente é a da
autoridade paternal’ (pág.6).
● Por fim, é importante traçar que o objetivo era o estreitamento das
relações do Estado com o movimento operário através da criação dos
sindicatos. O ministério queria controlar os sindicatos, mas era
necessário que esse movimento fosse dominado pelos operários.

Conclusões Pessoais:
É entendido que o sistema dos sindicatos foi criado pelo Estado como uma
maneira de controlar os trabalhadores garantindo para eles alguns direitos, mas não
o que eles necessitavam de verdade. Isso enfraqueceu os movimentos operários, já
que satisfez grande parte dos trabalhadores que acabaram apoiando o sindicalismo
e se voltando contra o movimento operário.

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