O documento relata sobre a segunda mesa de discussões da XIV Semana Acadêmica de Relações Internacionais da UFU, que teve como tema "Os esportes como ferramenta de geopolítica dos Estados do Oriente Médio: a Copa do Mundo no Catar". Os palestrantes discutiram como o Catar usa investimentos em esportes para aumentar seu "soft power", as críticas aos direitos humanos no país e os problemas da escolha do Catar para sediar a Copa de 2022.
O documento relata sobre a segunda mesa de discussões da XIV Semana Acadêmica de Relações Internacionais da UFU, que teve como tema "Os esportes como ferramenta de geopolítica dos Estados do Oriente Médio: a Copa do Mundo no Catar". Os palestrantes discutiram como o Catar usa investimentos em esportes para aumentar seu "soft power", as críticas aos direitos humanos no país e os problemas da escolha do Catar para sediar a Copa de 2022.
O documento relata sobre a segunda mesa de discussões da XIV Semana Acadêmica de Relações Internacionais da UFU, que teve como tema "Os esportes como ferramenta de geopolítica dos Estados do Oriente Médio: a Copa do Mundo no Catar". Os palestrantes discutiram como o Catar usa investimentos em esportes para aumentar seu "soft power", as críticas aos direitos humanos no país e os problemas da escolha do Catar para sediar a Copa de 2022.
RELATÓRIO SARI Relatório para fins de presença - aula do dia 30/11 Microeconomia
Milena de Andrade
Entre os dias 29/11 e 01/12 foi marcada a XIV Semana Acadêmica de
Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia. Na quarta-feira (30/11) ocorreram três eventos distintos que compunham a programação da SARI: o segundo dia de minicursos, a simulação em parceria com o Clube de Simulação Osvaldo Aranha (CSOA) e a segunda mesa de discussões para finalizar a noite. O presente relatório tratará desta última atividade. A 2a mesa, que tinha como título: Os esportes como ferramenta de geopolítica dos Estados do Oriente Médio: a Copa do Mundo no Catar, contava com os palestrantes César Castilho (UFMG) e Erwin Pádua Xavier (UFU) e com o mediador Áureo Toledo (UFU), tinha também como parceria o Grupo de Estudos em Oriente Médio (GEOM). O primeiro palestrante fez uma apresentação sobre “Novos atores do futebol moderno: Catar/ fundo soberano catari e Copa do Mundo de 2022”. Nesta, argumentou sobre a instrumentalização do esporte, dizendo que alguns países do Oriente Médio, como Catar e Emirados Árabes, utilizam do futebol para certa “lavagem de dinheiro”. Para discussão, dividiu sua fala em três partes: a batalha pelas camisas de futebol, que dizia respeito a disputa de empresas árabes (principalmente companhias aéreas) para patrocinar uniformes de times grandes do futebol europeu; a batalha dos clubes de futebol, cujo exemplo dado foi a compra do PSG pelo Catar em 2011; e a batalha das imagens a partir da compra de clubes, os países acabam ganhando mais visibilidade principalmente no ocidente. Uma das informações que o professor Castilho trouxe foi sobre os Fundos Soberanos de Investimentos, como o QIA, que servem para investir em outras áreas, e a existência de um “subfundo” voltado apenas para esportes (Qatar Sports Investments - QSI), que apesar de representar uma das menores parcelas do total deste fundo, ainda sim move bilhões de dólares. Sendo assim, é possível pensar, tais investimentos são utilizados para aumentar o Soft Power destes países ou são Sportwashing? Sobre o Catar sediar a Copa, os pontos trazidos foram: é a primeira vez que um país do Oriente Médio está neste papel, a incoerência com os Direitos Humanos, as críticas artísticas tecidas aos patrocinadores do evento, as disputas dentro da FIFA para presidir a entidade e as denúncias de corrupção ao decidir qual país sediaria o evento. Por fim, Castilho se diz surpreso pela falta de boicotes vendo a situação controversa do país com os direitos humanos em geral. Já o segundo palestrante, Prof Erwin, dividiu sua fala nos seguintes pontos: perfil do Catar (político, social e econômico), o esporte na política do Catar (prestígio, Soft Power e desenvolvimento social) e críticas e problemas na escolha do Catar como sede da Copa de 2022. Em primeiro momento citou a história catari no que diz respeito ao seu território ser pequeno; sua população total, embora seja pouco mais de 2 milhões de pessoas, quase 90% destas não possuem cidadania (composta por imigrantes); e a proximidade do país com o governo estadunidense – desde a Guerra do Golfo, os EUA instalaram bases aéreas avançadas no Catar, bases antes sediadas na Arábia Saudita. Sobre esportes, o palestrante trouxe dados sobre a ideia de colocar o Catar na mentalidade mundial, para isto, o país sediou mais de 20 eventos esportivos nos últimos anos, sendo a cereja do bolo a Copa deste ano. Também falou sobre a pressão para que as instituições passem a monitorar melhor os países que sediam os esportes, para que situações como a atual (um evento esportivo imenso ter sede em um país que viola tantos direitos humanos) não ocorra mais – essa posição sofre uma dificuldade adicional por em geral os candidatos para estes eventos serem pouco atraentes. E por fim, apresentou o vácuo social presente no Catar. Na construção das estruturas para a realização da Copa, mais de 6500 morreram (em comparação, quando o evento ocorreu no Brasil morreram 10 pessoas), problema adjacente da falta de proteção ao trabalhador estrangeiro. Além disso, tem toda a questão sendo discutida a respeito do país ser abertamente homofóbico e sexista, e o compromisso no que tange o meio ambiente que não foi, e provavelmente não será cumprido.
Andrea Zhouri - O Fantasma Da Internacionalizacao Da Amazonia Revisitado. Ambientalismo, Direitos Humanos e Indigenas Na Perspectiva de Militares e Politicos Brasileiros