Você está na página 1de 9

GUERRA ISRAEL X PALESTINA (/GUERRA-ISRAEL-X-PALESTINA)

‘Nos aproximamos do maior


número de mortes civis na história
da Palestina’, alerta escritor
Rashid Khalidi fala à Opera Mundi, sobre o discurso
norte-americano em torno de Israel e da Palestina

GERCYANE OLIVEIRA (HTTPS://OPERAMUNDI.UOL.COM.BR/AUTORES


/8076/GERCYANE-OLIVEIRA)
 São Paulo (Brasil) (/news?city_id=1)
 23 de nov de 2023 às 17:30

A guerra em Gaza está prestes a ultrapassar o número de mortes de 1948, ano da


Nakba. Naquele mesmo ano da Catástrofe, nasceu em Nova York o historiador e
escritor palestino-americano Rashid Khalidi, que tem a mesma idade que a luta do
seu povo.

Em 1899, seu tataravô Yusuf Diya al Khalidi, então prefeito de Jerusalém, escreveu a
um dos pais do sionismo, Theodor Herlz, para avisá-lo de que os palestinos não
aceitariam ser expulsos. O intelectual que hoje ocupa o lugar de Edward Said,
dedicou sua carreira a estudar o que descreve como o “projeto colonial” israelense.
Khalidi é professor de estudos árabes na Universidade Columbia.

Autor, entre outros livros, de The Hundred Years’ War on Palestine: A History of
Settler Colonialism and Resistance, 1917-2017 (Metropolitan Books), Khalidi
escreveu uma biografia na qual não fala da ideia de um país que é o seu – mas não
existe como Estado fora do coração de milhões de refugiados e exilados que
continuam com as chaves das suas casas guardadas. Também publicou mais de
80 artigos sobre história e política do Médio Oriente, incluindo peças no The New
York Times, Boston Globe, Los Angeles Times, Chicago Tribune, entre outros.

Nesta entrevista a Opera Mundi, o escritou fala sobre o cada vez mais assustador
Continuar
número de vítimas da ofensiva lendo
israelense este texto
a Gaza e sobre
 a postura do governo de

Joe Biden, que tem comandado um fluxo aberto de armas e apoio a Israel.
Anadolu

Ofensiva de Israel já matou mais de 14 mil pessoas em Gaza desde o início da ofensiva

atual, em 7 de outubro

Opera Mundi – Há muitos anos, você analisa cuidadosamente o contexto Israel


e Palestina. Com a guerra atual, o que você acredita que mudou na opinião
pública a respeito de Israel?

Rashid Khalidi: Depois de um período de empatia em relação a Israel após a


revelação do alto número de vítimas civis durante as primeiras semanas da guerra,
a opinião pública global mudou de forma decisiva à luz da matança de Israel de
talvez 15 mil pessoas (com milhares de outras desaparecidas, provavelmente
mortas e enterradas sob os escombros). Cerca de 70% das vítimas são crianças,
mulheres e idosos, e isso é evidente para o mundo, apesar de ter sido ocultado por
grande parte da mídia ocidental dominante.

Analisando a cobertura midiática atual, acredita que há uma fissura na


representação idílica de Israel com uma aproximação de uma representação
mais realista dos palestinos?
Houve uma certa mudança, mas ela ocorreu principalmente na mídia não
convencional e nas redes sociais. Ainda há uma forte pressão de cima para baixo
em grande parte da mídia para continuar a apresentar uma imagem focada na
imagem a favor de Israel.

A crescente brutalidade dos ataques israelenses, juntamente com a crescente


dependência de Israel da extrema direita nos Estados Unidos, desencadearam
uma perda significativa de apoio dos setores progressistas. A era de
impunidade de Israel pode estar chegando ao fim?

Há uma mudança significativa nos círculos progressistas e em alguns círculos


intelectuais favoráveis ao apoio aos direitos dos palestinos, como é evidenciado na
base do Partido Democrata, que se opôs fortemente ao governo Biden que apoiou
a guerra de Israel em Gaza. Israel agora está começando a ser visto de forma
negativa pela maioria dos americanos. Entretanto, a narrativa palestina ainda não é
bem conhecida nos Estados Unidos, e há muitos estereótipos negativos. Esses
estereótipos foram reforçados por uma propaganda implacável de atrocidades que
ganhou grande repercussão durante os primeiros dias da guerra, em resposta ao
que provavelmente constituiu o maior número de mortes de civis (cerca de 800)
na história de Israel (o maior número anterior foi de pouco mais de 700 nos quatro
anos da segunda intifada). O fato de estarmos nos aproximando do maior número
de mortes de civis na história da Palestina (o maior número anterior foi de cerca de
20 mil em 1948) provavelmente passará despercebido pela grande mídia.

O senhor acredita que uma oscilação da relação Estados Unidos e Israel está
próxima?

Há uma pequena chance disso acontecer enquanto as lideranças de ambos os


partidos políticos dos Estados Unidos, todo o establishment da política externa, o
empresariado e a mídia forem resolutamente pró-Israel, não importa o que eles
façam. Qualquer mudança de base levará muito tempo para afetar esse poderoso
consenso pró-Israel que existe no topo.

DIREITOS HUMANOS (HTTPS://OPERAMUNDI.UOL.COM.BR/DIREITOS-HUMANOS)


 (https://news.google.com

(https://www.youtube.com
   /publications

/channel
(https://www.facebook.com
(https://twitter.com
(https://instagram.com
/CAAqBwgKMOz1lAsw4ciqAw?oc=3&

/UCOjUlJ4EpPxuhtT0zEVw25A)
/operamundi.br/)
/operamundi)
/operamundi)
ceid=BR:pt-419)
(https://operamundi.uol.com.br/rss)

MEIO AMBIENTE (/MEIO-AMBIENTE)

COP28: dependente do carvão,


África do Sul ilustra desafio da
transição energética em países
emergentes
País mostra quanto a transição para uma economia de
baixo carbono é, ao mesmo tempo, vetor de
desenvolvimento e de redução de emissões de gases
de efeito estufa

LÚCIA MÜZELL (HTTPS://OPERAMUNDI.UOL.COM.BR/AUTORES


/143/LUCIA-MUZELL)
RFI (//www.rfi.fr/br/)
 Joanesburgo (África do Sul) (/news?city_id=172)
 23 de nov de 2023 às 16:50

<div class="adsense adsense-medium-rectangle"><div class="adsense adsense-


medium-rectangle news"><div class="wrapper"><div id="banner-300x250-
area-2"><script>window.uolads.push({ id: "banner-300x250-area-2" });</script>
</div></div></div>
Difícil encontrar um país com mais sol e ventos, e o melhor: durante o ano todo.
Mesmo assim, a África do Sul tem uma das matrizes energéticas
(https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/81786/em-encontro-com-
von-der-leyen-lula-declara-transicao-energetica-como-prioridade)mais 'sujas'
do mundo, dependente do carvão. A gigante emergente do continente africano
Continuar
ilustra o quanto a transição para lendo este texto
uma economia  carbono é, ao mesmo
de baixo
tempo, vetor de desenvolvimento e de redução de emissões de gases de efeito
estufa.

Há anos, o país convive com as consequências do colapso das usinas a carvão,


responsável por mais de 80% do mix energético sul-africano. As infraestruturas
antigas e com manutenção deficiente são incapazes de responder à demanda
crescente da maior economia do continente. Os apagões viraram rotina e
motivaram um movimento da sociedade civil e das empresas por fontes
renováveis (https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/84092/uniao-
europeia-anuncia-construcao-usina-de-hidrogenio-verde-no-brasil), em busca
de autonomia da rede nacional de energia (https://operamundi.uol.com.br/meio-
ambiente/79386/emissoes-de-co2-de-energia-batem-recorde-em-2022-mas-
ficam-abaixo-do-esperado-gracas-a-renovaveis).

"Depois do covid, começou a ser diário, em vários períodos do dia: duas horas de
manhã, duas de tarde, duas de noite. Depois, por todos esses problemas de
manutenção e outros problemas externos, os cortes passaram a ser de quatro
horas a cada vez. Você ficava praticamente o dia inteiro sem energia", lembra a
mineira Marília, que vive há mais de 17 anos em Joanesburgo.

Marília conta que os load sheddings, como são chamados os apagões regulares
programados pela companhia nacional Eskom, levaram inicialmente a uma corrida
por geradores a diesel ou gasolina. Mais recentemente, é a procura por instalações
particulares de painéis solares que virou moda – pelo menos para quem pode
pagar.

A casa onde ela mora é equipada com painéis fotovoltaicos que geram energia
para atender às principais necessidades, como os eletrodomésticos ou a televisão,
durante os apagões. Os equipamentos, de vários tamanhos, também
transformaram a iluminação do jardim ou o sistema de alarme da residência
autossuficientes em energia.

"Está virando uma coisa comum. Cada vez mais, você está precisa ficar
independente do governo, já que a companhia elétrica não está aguentado",
constata. "As pessoas têm painéis, mesmo pequenos como esses nossos, mas que
resolvem."
Transição em Sowetto e 'pobreza
energética'
Mas essa realidade que o país começa a viver está longe de beneficiar a todos. A
cerca de 50 quilômetros dali, no bairro de Sowetto, na periferia de Joanesburgo, a
instalação de painéis fotovoltaicos ainda é um privilégio raro.

O restaurante Sakhumzi é um dos poucos estabelecimentos com geração própria


sobre os telhados – um investimento feito há quase 10 anos. “Não temos energia
suficiente no país, então pensamos que para podermos oferecer uma boa
experiência para os nossos clientes, nós teríamos que investir em uma solução de
energia renovável, no caso, a solar, que não seja ligada à rede convencional. E essa
também é a nossa contribuição para a conservação da Terra”, relata Lebongang
Makola, um dos gerentes do local.

"Já chegamos num ponto em que podemos ver os impactos negativos se não
cuidarmos da nossa 'Mãe Terra'. É muito importante para nós, cidadãos, pensarmos
nas ideias para podermos renovar os recursos limitados que nós temos, porque se
nós esgotarmos os nossos recursos, vamos ter um enorme problema", acrescenta
ele.

O restaurante é parada obrigatória dos turistas que visitam o emblemático bairro


onde viveu o líder antiapartheid Nelson Mandela. O estabelecimento ainda não é
totalmente autônomo em energia, mas a ampliação do número de painéis, num
futuro próximo, deve levar o Sakhumzi a ser cada vez menos atingido pelos
apagões generalizados. "O impacto na conta de luz é claro: ela é bem mais baixa
que a dos nossos vizinhos, afinal dependemos menos da rede nacional de energia.
E ter energia de reserva nos permite continuar a ter luz por vários dias, quando o
país tem blackouts", afirma Makola.

A desigualdade do acesso à energia não é de agora, e se perpetua: na construção


das infraestruturas sul-africanas, o regime do apartheid teve a política deliberada
de deixar de fora os subúrbios e as zonas rurais ocupados pela população negra.
Até hoje, ainda são essas as áreas que mais sofrem com os apagões, na
comparação com bairros ricos como o Sandton, em Joanesburgo, onde os cortes
são bem menos frequentes.

O geólogo e gestor de investimentos Clyde Mallinson não tem nenhuma dúvida:


vive no lugar mais abençoado do mundo para se tornar uma potência na energia
do futuro, o hidrogênio verde, graças ao sol e ventos abundantes e constantes na
África do Sul. Ele estima que o país poderá triplicar a oferta de eletricidade até

 (https://news.google.com

(https://www.youtube.com
   /publications

/channel
(https://www.facebook.com
(https://twitter.com
(https://instagram.com
/CAAqBwgKMOz1lAsw4ciqAw?oc=3&

/UCOjUlJ4EpPxuhtT0zEVw25A)
/operamundi.br/)
/operamundi)
/operamundi)
ceid=BR:pt-419)
(https://operamundi.uol.com.br/rss)

Você também pode gostar