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CID NA CADEIA
A ordem de prisão foi emitida por Moraes e Cid já está cumprindo os protocolos antes de
ser encaminhado à cadeia. Segundo o STF, o tenente-coronel foi preso por
descumprimento de medidas cautelares e obstrução à Justiça.
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"Após o término da audiência de confirmação dos termos da
colaboração premiada, foi cumprido mandado de prisão preventiva
expedido pelo Ministro Alexandre de Moraes contra Mauro Cid por
descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça.
Mauro Cid foi encaminhado ao IML pela PF", diz nota divulgada
pela Corte.
Nos áudios vazados, Cid afirma a um interlocutor, cujo nome ainda não foi divulgado, ter
sido pressionado pela PF durante depoimentos, fazendo críticas a Alexandre de
Moraes. Ao prestar esclarecimentos ao juiz de instrução no STF, nesta sexta-feira,
entretanto, o tenente-coronel confirmou o teor de seus depoimentos - contrariando o que
disse nos áudios que vazaram.
Os áudios
Bolsonaristas entraram em polvorosa com a divulgação dos áudios pois acreditam que o
material teria potencial para anular as provas obtidas a partir dos depoimentos de Cid à PF
que implicam Jair Bolsonaro, militares, membros do antigo governo e aliados.
Investigadores da PF, entretanto, avaliam que os áudios vão apenas para anular o acordo
de delação do tenente-coronel, enquanto as provas colhidas a partir dos relatos de Cid
continuarão valendo - algo que prejudicaria o próprio militar, que perderia possíveis
benefícios acordados na delação.
Mauro Cid havia deixado a cadeia em setembro de 2023, sob condição do uso de
tornozeleira eletrônica, justamente após o acordo de delação ser homologado.
Os áudios vazados de Mauro Cid coincidem com a estratégia de Jair Bolsonaro, que desde
que o acordo de delação foi firmado tem dito a interlocutores que o ex-ajudante sofreu
uma pressão emocional para falar sobre as investigações. Receber
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Na última semana, Bolsonaro voltou a dizer a pessoas próximas que Cid só aceitou a fazer a
delação porque estava sob forte pressão após ficar preso por mais de 100 dias - impedido,
inclusive, de se encontrar com a família.
Nos áudios vazados pela Veja, Cid repete o discurso de Bolsonaro, de que já há uma
"narrativa pronta" feita pela PF.
“Eu vou dizer o que eu senti: já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar, e eles
querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles
querem”, emendou.
"Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem
Ministério Público, com acusação, sem acusação”, diz.
O militar ainda faz suspense sobre um suposto encontro entre Moraes e Bolsonaro. “Eu
falei daquele encontro do Alexandre de Moraes com o presidente, eles ficaram
desconcertados, desconcertados. Eu falei: ‘Quer que eu fale?’".
Mais adiante, ele volta a falar que Moraes "já tem a sentença dele pronta".
Cid também reclama de sua vida ter sido completamente destruída por Jair Bolsonaro, a
quem serviu de maneira tão fiel como ajudante de ordens por todos esses anos.
“Quem mais se fodeu fui eu, quem mais perdeu coisa fui eu. Pega todo mundo aí. Ninguém
perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era quatro
estrelas, já tinha atingido o topo, né? O presidente teve pix de milhões, ficou milionário.
Está todo mundo aí. Pra quem é político é até bom essas porras porque depois ele
consegue se eleger fácil. O único que teve pai, filha e esposa envolvidos; o único que
perdeu a carreira; o único que perdeu a vida financeira, toda fudida, fui eu”, lamentou.
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