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Clube de Revistas R E V I S T A
Foto: Pexels
Um novo
George Soros?
Conheça o bilionário
que doa milhões para
grupos de esquerda
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A ex-juíza Ludmila Grilo, que vive nos Estados Unidos e teve suas contas
bancárias bloqueadas no Brasil.| Foto: Reprodução redes sociais
EDITORIAL.
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Clube de Revistas
em uma live em seu canal do YouTube, que só
teve como ser assistida por brasileiros que usam
serviços de VPN, já que o acesso convencional
aos perfis da ex-magistrada também está
vetado por ordem do STF. À Gazeta do Povo,
Ludmila ainda disse que seu advogado nem teria
sido informado da decisão; segundo seu relato,
foi a gerente do banco onde ela mantinha conta
quem a teria informado sobre o bloqueio e a
procedência da decisão judicial.
4
inquéritos abusivos conduzidos pelo STF, como
o das “fake news” e o das “milícias digitais”.
Além disso, no início deste ano ela revelou estar
vivendo nos Estados Unidos desde 2022, mesmo
ainda estando à frente da Vara de Infância e
Juventude de Unaí (MG) – seu afastamento pelo
CNJ se deu em fevereiro de 2023.
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Medidas desproporcionais, que
violam direitos básicos de cidadãos,
tomadas sem motivo razoável que
as justifiquem, não merecem outra
qualificação que não seja a de
arbítrio puro e simples
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medidas e os supostos crimes “contra a
democracia” pelos quais todas essas pessoas
estariam sendo investigadas – isso quando se
sabe pelo que são investigadas, dado o caráter
sigiloso dos inquéritos.
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na prática, constitui um confisco que priva a
ex-magistrada de valores essenciais para sua
manutenção, algo que nem mesmo juízes
condenados por corrupção chegaram a sofrer.
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que são atingidos por ela, e que até o momento
não chegaram a ser denunciados por crime
algum – assim como Bruno Monteiro Aiub, o
Monark, repetidamente punido por Alexandre
de Moraes em decisões nas quais o ministro não
é capaz de citar que artigos do Código Penal
teriam sido desrespeitados pelo influenciador.
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perseguição político-ideológica sempre se
esconde sob o pretexto de “preservação da
democracia”, esta mesma que é rotineiramente
agredida pela banalização desse tipo de medida,
ainda por cima oriunda de uma “criatividade
jurídica” de Moraes, pois bloqueio de contas e
suspensão de perfis não constam do artigo 319
do Código de Processo Penal. Ninguém é
obrigado a concordar com Ludmila Grilo
quando ela afirma que o Brasil já passou a
Venezuela e se aproxima da China em termos de
autoritarismo; mas qualquer um com bom
senso haverá de constatar que essa rotina de
“castigos sem crime” está muito longe do que
se espera ver em uma democracia.
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O ex-presidente Jair Bolsonaro| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
OPINIÃO.
Rodrigo Constantino
Bolsonaro deu um golpe
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ações praticadas por ele não deixam margem a
dúvidas. Assim que Bolsonaro deu o golpe, a
primeira coisa que ele fez foi aparelhar o
Supremo Tribunal Federal. Ciente de que tudo
hoje passa pelo STF - mesmo o que não deveria
- e que poucos ministros podem basicamente
mandar no país, Bolsonaro aparelhou com
bolsonaristas o Supremo.
12
após o golpe bolsonarista, passaram a perseguir
parlamentares de esquerda, além de censurar
jornalistas ligados ao petismo.
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Lula é o presidente, e salvou nossa
democracia. Alexandre de Moraes é
um juiz imparcial que protege nossa
Constituição.
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A corrupção tomou conta do país. Um
ex-governador bolsonarista condenado a mais
de 400 anos e que confessara os crimes foi solto
pelo STF aparelhado, e virou influencer nas
redes sociais, caindo no samba durante o
carnaval. Tudo era festa para os safados,
seguros da impunidade garantida pelo ditador e
seus comparsas supremos.
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Seria terrível se esses parágrafos acima fossem
verdade, não é mesmo? Ainda bem que são pura
ficção. Na verdade, um pesadelo que tive.
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| Foto: Lubov Lisitsa/Pixabay
OPINIÃO.
Samia Marsili
Criança é igual videogame
17
sim, verdades absolutas, valores inegociáveis e
paradigmas incontestes. O relativismo, essa
visão de popularidade fácil, que rejeita a
objetividade, não oferece resistência ao seu
próprio argumento, e degenera muito logo
numa opinião boboca, bolha de sabão verbal. E,
no que concerne à educação das nossas
crianças, a falta dessa clareza pode ser bastante
grave, pois dela depende o destino, real e
concreto, de pessoas de verdade, desses seres
humanos que são confiados pela Vida ao nosso
cuidado e à nossa orientação.
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professamos verbalmente, e que talvez
gostaríamos que fossem nossas verdadeiras
crenças. Assim, quanto mais profundamente
conscientes formos dos valores que nos
norteiam, melhor; e quanto mais semelhantes
forem a nossa palavra e a nossa vida, quanto
mais coerentes formos como o paradigma que
elegemos, melhor.
19
qualquer vento de opinião. Valerá a “verdade”
dos pais, ou a das crianças? Ou qualquer uma
que vier de fora, do mundo? Portanto, não basta
“sermos sinceros” quanto àquilo em que
acreditamos, quanto à “nossa verdade”,
apenas. Esse processo precisa, de fato, estar
apoiado numa busca por desenterrar em nós a
verdade em que cremos no fundo; mas em seu
centro mesmo deve estar uma sincera e
persistente busca por conhecer a verdade
objetiva, e sobretudo por reconhecê-la, quero
dizer, aceitá-la, não fechando os olhos quando
for menos conveniente. Sem isso não vem o
passo seguinte, que é obstinar-se em modelar
nossas ações, pensamentos e sentimentos em
concordância com ela.
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crianças, quais são os pontos inegociáveis e os
objetivos do nosso plano educativo, enfim,
aquelas coisas que entendemos como sendo
boas para o ser humano e que não podemos nos
furtar de legar aos nossos filhos. Nós os
ensinaremos a serem honestos, a falarem a
verdade, a serem justos, perseverantes,
estudiosos; mostraremos a eles que, na família,
o amor é incondicional e que jamais os
abandonaremos; queremos que sejam
generosos, autônomos, livres. – Sim, é
verdade... Mas atenção, pois também nisso
existe um ardil.
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e correm o grave perigo de errar justamente por
negligenciar a justa parcela de relatividade da
vida: a que se dá na progressão no tempo.
22
adequação, nenhuma adaptação ou acomodação
no caso concreto.
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tratam seus filhinhos pequenos como se fossem
mais velhos e já tivessem o dever de se
controlar, como se já tivessem a capacidade de
se guiar e uma consciência de moralidade,
compreendendo condições complicadas e
merecendo castigos – quando, na verdade,
estão ainda muito aquém de tudo isso, e é de
guiamento dos pais que precisam. Ou, segundo
exemplo, pais que tratam seus filhos mais
velhos como criancinhas de colo, que não lhes
exigem nada e não lhes permitem dar os justos
passos de seu amadurecimento, ou importunam
os adolescentes com demandas infantis. Em
ambos os casos, esses pais, por mais bem
intencionados que sejam, e mais corretos em
seus princípios, estão deslocados no tempo,
desfocados quanto ao momento do processo,
como quem abrisse uma crisálida antes da hora,
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ou então quisesse meter a borboleta ali dentro
novamente.
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parece que existe uma engraçada analogia entre
o videogame e a educação de crianças, e que esta
é uma boa maneira de pensarmos sobre a nossa
maternidade, e os pais sobre a paternidade: há
alguns conceitos com os quais concordamos, e
que em si mesmos são de fato verdadeiros, mas
que não podem ser aplicados igualmente em
todos os momentos do crescimento das
crianças, pois cada fase exige a sua acomodação
própria, ainda que todas visem ao mesmo fim.
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acabamos aplicando a coisa imediatamente – e
fracassando, é claro. Ou, em vez de se antecipar,
continuamos repetindo algo que aprendemos a
fazer com os bebês quando eles já estão
chegando aos 4 anos – e começa a dar muito
errado, é claro... Para saber como agir em cada
momento, o mais importante é que nós
estejamos atentos ao processo evolutivo pelo
qual as crianças estão passando, e nos
relacionemos com ele de uma maneira ativa e
consciente, promovendo as alterações em nossa
atitude, não às tontas, sempre com uma
intencionalidade educativa; não apenas
reagindo àquilo que vem deles, como se fossem
estímulos para nós, pois assim seremos sempre
pegas de surpresa, o salto não dará pé – e game
over.
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Vamos analisar brevemente três exemplos, três
dessas coisas boas e verdadeiras que, contudo,
carecem de atenção quanto ao momento e à
forma em que serão oferecidas ou ensinadas,
três das que há pouco mencionamos en passant:
liberdade, autonomia, e segurança afetiva.
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esse jeito e imprimir nela as suas próprias
expectativas, que estão carregadas de escolhas
ideológicas. O seu filho é uma outra pessoa
diferente etc.”.
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elas têm acesso pleno a suas capacidades de
pessoa humana. O processo de amadurecimento
dessas faculdades seguirá, pelo menos, até os
12.
30
fazer, articulando os elementos da
circunstância e com força suficiente para não
ceder às dificuldades que ela impõe. Se as
crianças ainda não têm operantes as duas
faculdades que lhes permitiriam fazer isso, é
uma tolice acreditar que, deixando-as ao léu,
para escolher o que querem ao seu próprio
sabor, nós as estamos criando livres. Ao
contrário: é conduzindo-as na conquista de
bons hábitos, sendo para elas uma luz de
interpretação do mundo e uma vontade auxiliar,
durante as primeiras fases, que as
capacitaremos para serem livres, quando o
momento da maturidade chegar.
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adolescência marca o progressivo aumento de
autonomia que nós podemos lhes dar,
acompanhando o quanto estão maduras para
usarem, por si sós, a própria inteligência e
vontade, e de assumir a responsabilidade por
seus atos. É a hora em que as nossas palavras,
em que uma boa conversa orientando sobre o
que é bom e o que é mau, dando razões, passa a
fazer sentido, um sentido que não havia antes,
em argumentar com uma criança que não
dispõe do uso da razão. Se nós respondíamos
publicamente por tudo que nossos filhos faziam
até então, a partir de agora essa atribuição
passa a ser paulatinamente assumida pelo
próprio adolescente, na medida em que queira
ser respeitado como alguém crescido, até
tornar-se um jovem adulto e se emancipar.
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Algo semelhante vale para a autonomia. Como
mães, desejamos que os nossos filhos sejam
pessoas autônomas, que consigam fazer as
coisas sozinhos, tocar a própria vida sem
depender de que os outros façam as coisas para
eles. Ora, é para isso que os estamos educando,
não? Para a vida, e não para que fiquem
agarrados à barra da nossa saia para sempre.
Verdade? A mais pura verdade. Porém, onde
erram os pais? Em querer que os filhos façam
sozinhos as coisas que eles simplesmente não
sabem fazer, porque não aprenderam ainda a
fazer; em querer que eles tenham um
autodomínio e um domínio de certos processos
que é praticamente impossível aprender por
conta própria, sem ensiná-los.
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do bebê ou da criança pequena pode, por si só,
desenvolver uma autonomia na condução de
uma rotina de sono, que respeitasse suas
necessidades biológicas, como se a criança não
fosse guiada pelos sentidos, pela diversão e por
todas as coisas que a estimulam ao seu redor,
que a convidam a despertar. Não; somos nós que
devemos conduzir o seu ânimo para o momento
de dormir, e firmar o seu costume, o seu hábito
de ir para a cama no horário certo, tanto à noite
como nas sonecas, zelando para que repouse
horas suficientes e tenha saúde e disposição
para as atividades do dia. Ou por acaso nós,
adultos, não precisamos respeitar certa
disciplina para não dormir mais tarde do que
deveríamos, acordar pontualmente pela manhã,
e não dormir demais quando a ocasião se
apresenta? A depender dos nossos desejos de
rédea solta, não estaria bem cuidada a nossa
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saúde. Essa força de vontade que temos, a
criança ainda não tem; portanto, mais uma vez:
para que tenha a autonomia que desejamos para
ela como um bem, é preciso antes formá-la nos
bons hábitos, mostrando de perto como se faz, e
conduzindo – o que, ao olhar desatento, que
não leva em conta a progressão das fases do
crescimento e da educação, parece o oposto da
autonomia.
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ensinarmos os nossos filhos a estudar, o que se
dá, num primeiro momento, sentando mesmo
ao seu lado, e mostrando, passo a passo, como
se faz. A virtude da estudiosidade é uma
conquista.
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muda com um adolescente que tenha sido bem
educado. Parece o oposto da autonomia, mas
não é: é a sua condição. Sim, educar é um longo
processo, e o dinamismo da coisa está em
compreender quando “mudamos de fase”.
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suas más inclinações, e deixá-los avançar na
direção da preguiça, da gula, da inveja, do
egoísmo. Quero que meu filho se sinta amado,
então, quando ele me pede, dou a comidinha em
sua boca, e sorrio sempre: “É claro, meu amor”.
Ou então: “Filho, deixa que a mamãe amarre
seus sapatos. Meu filho, deixa que a mamãe faça
a cama para você. Deixa que a Joana, que
trabalha aqui em casa, arrume os seus
brinquedos para vocês, já que você tem tanta
coisa para fazer, ir para o futebol, a natação, o
inglês. Sim, pode dormir na cama com a gente.
Não precisa ajudar a mamãe a limpar, não, pode
ir brincar... Deixa que eu lavo a louça, deixa que
eu faço tudo. A mamãe te ama, então deixa que
eu faça tudo por você!” Assim, a “segurança
afetiva”, que é uma coisa boa e necessária,
estará avançando sem nuances, com o mesmo
peso e os mesmos traços para fases
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subsequentes, impedindo que seus desafios
próprios emerjam. Descompassada no processo
evolutivo, ela não só impede progressos como
causa alguns males, por vezes graves. Quando
tratamos crianças mais velhas como
bebezinhos, o afeto se torna, aí sim,
condescendência, mimo.
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igual com todos os filhos, e tratá-los sempre de
maneira idêntica, acreditando que, se for de
outro modo, um vai se sentir mais amado que o
outro, ou até mesmo rejeitado. Isso é um erro,
pois cada criança é diferente: além de serem
pessoas diferentes, com seus temperamentos e
tendências próprios, têm idades diferentes, e
estão em momentos diferentes do seu
desenvolvimento. Atender às exigências
emocionais de cada uma delas requer,
exatamente, compreender a fase, e não
acachapar um padrão de comportamento
idêntico. Equanimidade, sim, e não igualdade, é
dar a cada um dos nossos filhos aquilo de que
ele precisa em cada momento, considerando
todas as coisas.
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na educação, sempre, tem a ver com esse ponto.
É preciso sempre compreender em que
momento aquela criança, aquele adolescente ou
jovem está, e qual é o próximo passo; o que já
foi conquistado, e pode ser exigido, e qual é o
próximo desafio, em que fase nós estamos para
vencer esse jogo. As crianças mudam desde que
nascem, e logo nas primeiras semanas nós já
precisamos estar atentos para acompanhar seus
novos passos na amamentação, e depois nas
cólicas, na chupeta, e no caminhar, na fala, no
desfralde... até que, num piscar de olhos,
estaremos mostrando para eles as coisas ruins
do mundo, que até há pouco escondíamos,
porque estão prontos para as compreender de
forma madura, e para pensá-las criticamente.
41
pensar “agora aprendi a fazer, é só seguir”, ou
“isso deu certo, basta repetir”. Temos de estar
constantemente revisando e repensando as
nossas atitudes educativas
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42
Hansjörg Wyss: perfil discreto, influência palpável| Foto: Divulgação/Wyss Foundation
Influência oculta
43
estado de Wyoming, o menos populoso dos
Estados Unidos.
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local, que restringe a interferência de
estrangeiros em assuntos de governo.
45
Agora, Hansjorg Wyss começa a gerar uma
preocupação semelhante entre liberais e
conservadores. Com uma desvantagem: o
destino de seus repasses é menos transparente
que os da Open Society, a organização criada
por Soros.
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Antes disso, como aluno de intercâmbio,
conseguiu um emprego no Departamento de
Estradas do estado do Colorado, que é
conhecido pelas paisagens naturais
exuberantes. Ele diz ter se apaixonado pela
paisagem da região, o que reforçou nele o desejo
de atuar em defesa do meio-ambiente.
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de pacientes. Segundo os promotores, a Synthes
descumpriu as normas do FDA, a agência do
governo americano que regula o setor de saúde.
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Natureza e futebol
49
como alguém que usa organizações "opacas",
que "mascaram" os destinatários finais das
doações.
50
O documento afirma que ele já despejou US$
475 milhões em organizações progressistas
americanas.
51
ataques a candidatos republicanos. Outro ramo
da Arabella, o New Venture Fund, recebeu US$
57,8 milhões de Wyss e usou o dinheiro para,
dentre outras coisas, influenciar a cobertura da
imprensa a favor das causas do Partido
Democrata.
52
Em seu relatório, think tank pede uma
investigação sobre a atuação de Wyss e sugere
que o Congresso aprove uma lei impedindo que
estrangeiros contribuam com ongs americanas
da mesma maneira que eles já são proibidos de
fazerem doações a campanhas eleitorais nos
Estados Unidos.
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53
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promete se defender em público de todas as
acusações pelas quais é investigado.| Foto: Elaine Menke/PL
54
de que o cerco judicial a Jair Bolsonaro (PL) e
seus aliados está se estreitando. A operação
Tempus Veritatis, desencadeada pela Polícia
Federal (PF) no dia 9 de fevereiro e autorizada
pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo
Tribunal Federal (STF), para investigar suposta
tentativa de golpe de Estado, teve como alvo de
maior destaque o ex-presidente, resultando no
impedimento para ele deixar o país e criando
dificuldades para a sua atuação como
protagonista do jogo de poder.
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elementos suficientes para solicitar a detenção
do ex-presidente, muitos acreditam na opção
dos integrantes da Corte pela cautela, de modo a
permitir evolução mais substancial do inquérito
antes de chegar a um veredicto a ser submetido
ao plenário.
56
Na prática, sublinham os líderes oposicionistas,
entre os quais o senador Rogério Marinho
(PL-RN), as estratégias que estão sendo
montadas pelo maior partido de oposição do
país foram prejudicadas pelo Judiciário, com
apoio do Planalto. Uma das expectativas dos
aliados do Planalto, que era um distanciamento
do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB),
apoiado por Bolsonaro na corrida pela reeleição,
não se concretizou. Pelo contrário, ele fez um
apelo para que a Justiça e os formadores de
opinião levem em conta a presunção de
inocência do ex-presidente.
57
sem foro privilegiado, condição atual de
Bolsonaro, o que alguns interpretam como um
reflexo do atual estágio de ativismo judicial.
Esse avanço reiterado contra garantias da
defesa já recebe críticas inclusive da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), que passou a se
queixar de excessos contra os réus em processos
relacionados aos atos de vandalismo do 8 de
Janeiro. O ministro aposentado do STF Marco
Aurélio Mello criticou a operação da PF que
mirou Bolsonaro, considerando a decisão de
Alexandre de Moraes como "extremada". Em
entrevista à revista Veja, lamentou que a
operação tenha "enxovalhado" o perfil "de um
cidadão".
58
investigados entre integrantes das Forças
Armadas, outro aspecto também considerado
inédito e politicamente sensível por muitos
analistas. No entanto, parlamentares da
oposição destacam que o principal pano de
fundo é mesmo uma interferência deliberada
nos planos partidários para as eleições
municipais, especialmente do PL. O STF
determinou a incomunicabilidade entre os alvos
da operação, incluindo seus advogados, o que,
na prática, desarticulou estratégias do maior
partido de oposição, com o apoio do Planalto.
59
rejeitou, contudo, a inclusão do partido de
Bolsonaro como objeto de investigação,
defendendo a necessidade de "partidos fortes
para a democracia". O presidente do Congresso,
senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), assim
como Lira, tem preferido o silêncio diante das
cobranças da oposição sobre a nova etapa de
ativismo judicial. Para dificultar ainda mais as
demandas de oposicionistas, o retorno efetivo
das atividades pós-Carnaval deve ocorrer
apenas na próxima semana.
60
reunião com embaixadores para avaliar o
sistema eletrônico de votação. Além dos
supostos casos de desvio de joias, falsificação de
cartão de vacina e aparelhamento da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin), entre outros, a
investigação sobre uma suposta tentativa de
golpe de Estado é considerada a mais grave,
aquela que pode levar à prisão.
61
“uma foto”, em outras palavras, uma
demonstração de alentado apoio popular. Nesse
particular, destacou que os apoiadores não
devem levar cartazes e faixas contra “quem
quer que seja”.
62
Indícios de trama golpista vistos pela PF e STF
são contestados
63
mensagens e em outros indícios. Embora haja
indícios consistentes, analistas acreditam que a
prisão de Bolsonaro ainda este ano poderia
transformá-lo em um mártir, sendo uma
medida a ser considerada apenas em caso de
condenação judicial. Mas o surgimento de mais
dados e alegações de obstrução da Justiça
podem precipitar uma decisão pela privação de
sua liberdade.
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64
Cissa Guimarães com Lula na gravação de clipe usado durante a campanha.|
Foto: Reprodução/Instagram @CissaGuimaraes
Toma lá, dá cá
65
Cissa Guimarães, “a garota que quebra o coco,
mas não arrebenta a sapucaia” (nas palavras de
Miguel Falabella, seu antigo colega no ‘Vídeo
Show’), está de volta à tevê. No próximo dia 26,
a atriz e apresentadora assume o comando do
‘Sem Censura’, histórico programa diário de
debates da TV Brasil, emissora do Governo
Federal.
66
dobro na televisão da família Marinho para
participar de apenas uma atração semanal (o ‘É
de Casa’).
67
parece ser um requisito básico para se dar bem
nessa área do governo: mantém uma boa
relação com a primeira-dama Janja Silva.
68
Estado de S. Paulo – autora de matérias que
comprovaram a participação de Luciane
Barbosa Farias, a “Dama do Tráfico”, em
eventos promovidos pelos ministérios dos
Direitos Humanos e da Justiça e Segurança
Pública.
69
Mas os exemplos de lulistas agraciados com
cargos na EBC não param por aí. Depois de
ensaiar uma candidatura a deputado federal
pelo PSB fluminense, e apoiar publicamente
Lula em 2022, o ex-global Marcos Uchôa virou
assessor da presidência da empresa estatal – e
hoje acompanha o petista em suas viagens pelo
mundo, além de ancorar as lives ‘Conversa com
o Presidente’. Remuneração mensal: R$ 17,8
mil.
70
Há boquinhas disponíveis até para
“influenciadores digitais” engraçadinhos. O
publicitário Jeferson Monteiro, criador do perfil
chapa-branca Dilma Bolada, recebia R$ 17,8 mil
para ser “produtor educativo” na Gerência
Executiva de Produção, Aquisições e Parcerias
de Conteúdos Educativo da EBC. “Recebia”, no
tempo passado, porque Monteiro acabou sendo
exonerado no final de 2023.
71
do chefe do executivo municipal. Seu “soldo”
no Rio é ainda maior: R$ 32,8 mil.
72
famoso “Caso Choquei”). Também é –
surpresa! – amicíssimo de Janja.
73
participassem, sem receber cachê, de dois
eventos simbólicos da nova era do marido no
poder: a regravação do clipe para o jingle ‘Sem
Medo de Ser Feliz’ (aquele do refrão ‘Lula lá’),
durante a campanha, e o Festival do Futuro,
realizado em Brasília no dia da posse, em
janeiro do ano passado.
74
Criadas para conscientizar a população sobre a
importância das vacinas, as peças publicitárias
foram estreladas por nomes como Emicida, Caio
Blat, Camila Morgado, Leandra Leal, Paulo
Betti, Natália Lage, Sheron Menezes e Ivan
Baron (o ativista portador de necessidades
especiais que subiu a rampa com Lula na posse).
Todos, sem exceção, declararam seu apoio em
algum momento ao presidente – basta uma
passada por suas redes sociais para confirmar.
75
Em 2021, Chalub viralizou com um vídeo em que
ironizava o ex-presidente Jair Bolsonaro por
causa da denúncia – feita pelo senador Randolfe
Rodrigues (sem partido-AP) durante a CPI da
Covid – sobre os mais de 50 e-mails enviados
pela farmacêutica Pfizer (e não respondidos
pelo governo) para solicitar um posicionamento
quanto à compra de vacinas.
76
Questionado sobre o custo dos cachês, o
Ministério da Saúde afirmou, por meio de uma
nota, que o valor pago às celebridades estava
abaixo do preço de mercado e era menor que o
recebido por participantes das campanhas de
publicidade da gestão anterior.
O influencer Rafael Chalub, conhecido como Esse Menino, recebeu R$ 50 mil para
participar de uma campanha do Ministério da Saúde (crédito: Divulgação/Doma
02)
77
Pastor progressista que cantou de graça na
posse estrelou campanha de final de ano
78
O sertanejo, gênero musical hegemônico do
Brasil (e cujos principais astros têm
posicionamentos conservadores), não foi
representado no evento – protagonizado por
cantores como Pablo Vittar, Gaby Amarantos,
Chico César, Maria Rita e a ministra Margareth
Menezes (outra que “fez o L” na campanha e
ganhou – muito – com isso).
79
valor gasto será divulgado apenas quando
terminar, ainda neste ano).
80
“Prefiro Ciro, mas entre Lula e Bolsonaro, voto
em Lula”, declarou para o jornal O Dia.
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81
A indicada ao Oscar Danielle Brooks vive Sofia, papel que foi de Oprah Winfrey no
“A Cor Púrpura” original| Foto: Warner Bros./Divulgação
Nos cinemas
82
Cor Púrpura, em cartaz nos cinemas brasileiros
desde a semana passada, busca uma resposta
hostil dos espectadores, algo diferente de
qualquer coisa do romance epistolar original de
Alice Walker ou do maravilhoso filme clássico
de 1985, de Steven Spielberg. Esta nova versão
de A Cor Púrpura foi produzida por Oprah
Winfrey de acordo com o oportunismo do Black
Lives Matter e do feminismo vingativo do
#MeToo.
83
Dickensianas da história desta sobrevivente,
preservando sutilmente a afirmação de Walker
sobre o empoderamento feminino: a subtrama
lésbica na qual Celie encontra confiança por
meio das atenções amorosas de uma cantora de
blues, Shug Avery. Foi um avanço tão grande
que o filme conquistou o público fora de
Hollywood e da academia feminista, apesar de
sua rejeição por parte dos críticos mais
entendidos.
84
Taystee de Orange Is the New Black, Danielle
Brooks, que recebeu indicação ao Oscar de
Melhor Atriz Coadjuvante), a canção não apenas
confronta a autoridade masculina e a violência
doméstica, mas seu refrão repetitivo rejeita o
tradicional companheirismo homem-mulher.
85
monumento às conquistas dos brancos que
precisava ser demolido. Bazawule e Gardley
favorecem a misandria punitiva que atinge os
homens negros e que recentemente livrou a
América de proeminentes figuras culturais
negras de outrora, como Bill Cosby e R. Kelly,
tornando o matriarcado negro dominante,
como nos filmes Pantera Negra: Wakanda Para
Sempre e A Mulher Rei. Hell, No! afirma a
amargura que sempre esteve logo abaixo da
superfície do feminismo despótico e da astuta
perseguição racial de Oprah.
Exageros históricos
86
passam em juke joints, pequenos
estabelecimentos com música, coloca homens
negros irresponsáveis contra mulheres negras
trabalhadoras.) Visualmente inexpressiva, essa
versão carece do potencial musical de
aprimoramento emocional (em oposição ao
impacto no filme de Spielberg das imagens
exuberantes de Allen Daviau, que os racistas dos
anos 80 chamaram de “Disneyficado”). Na
versão de Bazawule, todos os pontos sobre a
subjugação negra e feminina tornam-se
demasiado óbvios, ao estilo dos lamentos dos
millennials.
87
simbólicas em Retrato de uma Mulher, dirigido
por Jane Campion. Elas usam longos vestidos
brancos como as mulheres Gullah em Filhas do
Pó. Os negros rurais vivem em casas
gigantescas, frequentam enormes edifícios de
igrejas onde celebrações gospel excessivamente
coreografadas rivalizam com os bacanais
cartunescos dos Os Irmãos Cara-de-Pau.
Prisioneiros listrados cantam uma canção de
gangue, batendo marretas na terra sem trilhos
de trem. E a saída bissexual de Celie e Shug
(vivdas pelas atrizes Fantasia Barrino e Taraji P.
Henson) é flagrante, em vez de convincente e
compassiva.
88
Spielberg pela escandalosa. Um ridículo número
de dança em preto e branco mostra as mulheres
indo a um encontro no cinema, onde elas se
fantasiam como figuras de Fred Astaire-Ginger
Rogers girando em cima de um disco de
gramofone gigante, no estilo Busby Berkeley –
corrigindo a negligência da Velha Hollywood,
mas ignorando a infatigável energia bruta dos
filmes raciais da época. Mais grosseiramente,
Push the Button, interpretada por Taraji P.
Henson, bate e mói a relação sáfica sem
intimidade emocional, apoiada por um coral em
câmera lenta roubado de Air Erotica, de Bob
Fosse, em All That Jazz.
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reaproveitou os tropos de Hollywood para
atualizar e iluminar uma história negra épica
como parte da saga americana. Eu poderia
preencher um segundo volume de “Make
Spielberg Great Again”, detalhando como Oprah
não consegue justificar A Cor Púrpura como
cinema negro. Esse filme insulta a ideia da
cultura americana ao prescrever a
incompetência cinematográfica segregada e
baseada na raça. A participação de Spielberg
neste estratagema sugere a tentativa de um
liberal branco cheio de culpa de se apagar “para
um bem maior”, mas isso exigiria que Oprah e o
seu exército negro igualassem ou melhorassem
a visão imaginativa e comovente de Spielberg.
(Perdeu o Oscar em 1986 para o agora esquecido
romance colonialista Entre Dois Amores.)
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Em 1985, quando o filme de Spielberg gerou
polêmica por causa de sua ousadia radical, o
grande dissidente Melvin Van Peebles defendeu
o talento artístico de Spielberg, dizendo: “Eu só
queria ter dirigido o filme tão bem quanto ele”.
Agora, essa pálida A Cor Púrpura resume a
escassez artística de uma época em que uma
charlatã cultural como Oprah usa a raça e a
astúcia feminista para nos enganar nas
realizações mais criativas da América.
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