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UNIVERSIDADE DO ESTADO BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS VI


COLEGIADO DE HISTÓRIA
COMPONENTE CURRICULAR: Brasil: Do Regime Militar À Era Lula
DOCENTE: Lucia Porto e Nivaldo
DISCENTE: Maria José de Jesus Lima

ANALISE DO TEXTO

CAETITÉ-BA
NOVEMBRO- 2021
O texto ‘Fim do Regime Militar: Ruptura ou Continuidade?’ da autora Wilma
Antunes Maciel, discute questões importantes para a análise pós ditatorial,
principalmente sobre a Lei da Anistia e dos desparecidos. De início, a autora questiona
se após o fim do regime militar, houve rupturas ou continuidades em relação as práticas
de justiça de impunidade dos crimes cometidos contra os opositores do regime, já
antecipando que na sua análise, considera que apenas houve continuidade e vários
crimes denunciados não foram julgados e os assassinos continuaram livres.
Devido ao Ato Institucional n° 2 (AL-2) em 1965, a Justiça Militar que ficou
encarregada de julgar os crimes cometidos pelos militares e agentes públicos durante a
ditadura, criando leis que garantissem a impunidade dos infratores, como a Lei de
Anistia n° 6.683. Essa lei retirava a obrigatoriedade do Estado em investigar e punir os
agentes que cometeram crimes, além das torturas e desparecimento de vários brasileiros
(as) que opuseram-se com o governo, além disso, essa lei deu anistia a todos os
militares e agentes públicos que mataram e torturaram, não havendo processo criminal
que garantissem justiça as vítimas e as famílias.
Outra lei que a autora discute que acabou prejudicando uma verdadeira punição
dos ---- foi a Lei dos Desaparecidos n° 9.140, que segundo sua visão acabou que
retirando a obrigatoriedade do Estado na investigação dos desaparecimentos da
ditadura, pois deveria ser os familiares a apresentar os ônus da prova dos crimes
cometidos, deixando transparecer que isso seria uma questão a ser tratada no âmbito
familiar e não de interesse de toda a sociedade, simplesmente ignorando e omitindo seu
dever de investigar e penalizar todos os atos cometidos durante a ditadura.
Wilma discute como a justiça brasileira é complexa e falha, pois da mesma
forma que considera que todos os crimes contra a humanidade devem ser punidos,
fazem vista grossa em relação ao que aconteceu no regime, mesmo que isso vá de
contramão nas obrigações internacionais, pois a Convenção Americana sobre Direitos
Humanos diz que os atos praticados de tortura, desparecimento e assassinato são crime
contra a humanidade e devem ser punidos, mas o Brasil não cumpre com as obrigações
internacionais, pois não é algo de interesse de determinados grupos.
Uma das reinvindicações que os militares impuseram para entregar o Brasil foi
ser aprovado a lei de anistia, fato que garantiu total impunidade dos autores dos crimes,
de forma que não houve possibilidade das famílias e vitimas entrarem com um processo
criminal. Os torturadores foram poupados da impunidade e até condecorados pela
Nação, fato que podemos comprovar no impectham de Dilma Rousseff 2m 2016 em que
Jair Bolsonaro homenagea Brilhante Ustra, um dos torturadores do regime militar, tendo
em vista que Dilma foi uma das torturadas e o próprio texto menciona isso.
Por fim, percebemos que o texto retrata bem as questões paradoxais e
contraditórias da própria Constituição Federal, onde a lei sempre foi levada em
consideração quando um grupo sai privilegiada por ela. Isso fica evidente na lei de
Desaparecidos em que a lei é cumprida e descumpridos em interesse dos que estavam ao
lado do regime militar, tanto antes, como depois. Os torturadores tiveram a lei de
Anistia, já os presos políticos continuaram respondendo processo e em liberdade
condicional, por vários anos.

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