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Socialismo: desmistificando

algumas lendas urbanas


Já fazia algum tempo que eu tinha vontade escrever um texto sobre
as lendas urbanas que são construídas em cima dos termos
“socialismo” e “comunismo”. Esta semana, ao deparar com o show de
horrores, machismo, deselegância e bizarrices que foi o programa
Roda Viva com a candidata do PCdoB a presidenta do país Manuela
D'Ávila, resolvi que era hora de falar um pouco sobre isso de maneira
simples e direta. Para isso, escolhi para este mês 5 bobagens
espalhadas acerca dos comunistas.

por Pedro Luiz Teixeira de Camargo (Peixe)


Publicado 02/07/2018 09:46

O primeiro ponto que quero desmistificar é o papo furado de que ser


socialista é fazer voto de pobreza. Quem fala isso com certeza comete
um erro grave, pois quem faz este voto, não são os comunistas, mas
sim a Ordem Franciscana da Igreja Católica, afinal que pediu para
vender tudo que se tinha e fazer caridade foi um famoso santo
católico, e não Marx ou Engels.

A segunda lenda sem pé nem cabeça que cabe comentar é aquela


que fala que socialista não pode usar Iphone. Mais um erro grave de
definição, pois os comunistas querem socializar os meios de
produção, não os bens de consumo. Portanto, se à classe operária
tudo pertence pelo fato dela tudo produzir, não há problema algum
em se ter um celular, um carro ou um computador.

A terceira bobagem proferida popularmente é a de que os


comunistas odeiam Deus. Esta é uma das mais famosas! Por acaso
existe obrigatoriedade de crer ou não crer em algo, alguém ou
alguma coisa para adentrar nas fileiras comunistas? Obviamente que
não, inclusive vários padres, pastores, pais e mães de santo militam
em agremiações socialistas. E sabe por que? Pois são estas mesmas
pessoas que defendem o livre credo, tendo sido do deputado federal
Jorge Amado (PC do Brasil) na década de 1940 a lei de liberdade
religiosa até hoje vigente no país.
A quarta fábula está relacionada ao fato de que o comunismo nunca
deu certo. Esta é a mais fácil de responder, e com outra pergunta: o
capitalismo deu certo? Tanta fome, miséria e desigualdade social para
mim são provas mais que justas do fracasso do sistema econômico
burguês. Nos países socialistas não existe luxo, mas não existe
miséria, este é um ponto chave! “A cada um de acordo com a sua
necessidade”, este sim é um pensamento balizado nas ideias
marxistas.

A última das bravatas que pretendo comentar tem a ver com o papo
de que o nazi-fascismo era de esquerda. Chega a dar dó da falta de
estudo histórico de algumas figuras que repetem este tipo de
bobagem por aí. Mussolini na Itália e Hitler na Alemanha foram dois
sanguinários que odiavam não só os judeus, ciganos e imigrantes,
mas também os comunistas, prendendo e assassinando muitos de
seus líderes (Antonio Gramsci na Itália, Rosa Luxemburgo e Olga
Benário na Alemanha são apenas alguns bons exemplos). O fato do
partido nazista ter se chamado Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães (do alemão: Nationalsozialistische Deutsche
Arbeiterpartei – NSDAP) não o faz ter sido uma agremiação comunista
ou que representasse a enorme gama de operários alemães, muito
pelo contrário!

O que faz um partido ser ou não comunista é o seu estatuto e as suas


ações, coisa que os nazistas não tinham em sua ideologia, como dizia
Lênin: “a prática é o critério da verdade”. Acusar estas figuras
deploráveis de socialistas por conta da similaridade de nomenclatura,
é o mesmo que eu propagar que o fato de ter Camargo em meu
nome me faz parente da falecida Hebe Camargo ou do Zezé de
Camargo, isso não tem a menor lógica! Portanto, quem propaga esse
tipo de coisa, age de pura má fé!

Para concluir, proponho uma reflexão: por que tantos temas


importantes são tratados com desdém, mentira e desrespeito? Você
faz ideia? Eu faço: porque é mais fácil manipular os que não sabem
que são explorados. Se a maior parte da população soubesse o que
significa mais valia, com certeza se revoltaria muito, mas muito mais
do que com a corrupção.

Até a próxima.
1 – Cuba é comunista?

Apesar de Cuba manter um regime socialista, o termo “comunismo”


consta na Constituição cubana.  Ou seja, na teoria, as ações políticas e
sociais da ilha devem ser direcionadas pa...

2 – Constituição

Em 2019, Cuba ganhou uma nova constituição. Esse documento reconheceu pela primeira vez
o direito à propriedade privada e à riqueza individual na ilha, com algumas ressalvas.

3 – Eleições

Em Cuba existem eleições sim, mas elas são diferentes do que estamos acostumados. Como
apenas o Partido Comunista tem autorização para existir na ilha, nas eleições participam
cidadãos independentes e não partidos 4 – Analfabetismo

Cuba erradicou o analfabetismo e a democratização do sistema educacional parece ser o maior


trunfo do regime socialista no país

Leia mais em: https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/5-fatos-sobre-o-socialismo-


em-cuba/

5 – Exportação
Por fim, apesar do bloqueio com os Estados Unidos, Cuba ainda assim realiza trocas comerciais
e importa alimentos, inclusive do Brasil. A ilha exporta açúcar e tabaco (com a produção co...

Leia mais em: https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/5-fatos-sobre-o-socialismo-


em-cuba/

Atualmente, segundo o relatório da Freedom House, o mundo conta com 49 ditaduras,


sendo: 18 na África Subsaariana, 12 no Oriente Médio e Norte da África, 8  na Ásia-
Pacífico, 7 na Eurásia, 3 nas Américas, e apenas 1 na Europa. Como pode ser visto no
gráfico abaixo:

Para chegar nessa conclusão, a Freedom House utiliza uma combinação de


dados fornecidas por governos, ONGs, pesquisas, contato com locais etc, que
ainda passam por uma análise feita por um conjunto de consultores e
especialistas, com o intuito de ratificar os dados e, posteriormente, definir a
situação do país analisado. Os principais tópicos observados são os referentes
aos direitos políticos – como o processo eleitoral e o pluralismo político, por
exemplo – e as liberdades civis – referentes a liberdades de expressão e
crença, por exemplo. 

De forma geral, os países são considerados livres quando apresentam


democracias consolidadas e liberdades civis asseguradas, como ocorre em
países como a Suécia, Japão e Uruguai.
Na categoria dos parcialmente livres é considerado Estados que apresentam
problemas de intervenção nas tomadas de decisões dos indivíduos, mas que
ainda são garantidos processos básicos políticos, sendo que dessas pátrias
podemos citar a Ucrânia, Bolívia e Nigéria.

Por fim, os países considerados como ditaduras, ou não livres, são aqueles que
apresentam eleições em processos não democráticos, ou nem existem
eleições, assim como países em que atuam no controle das liberdades civis de
seus cidadãos. Alguns exemplos de países assim são o Iraque, Vietnã e
Venezuela.

Cabe ressaltar que dentro das categorias existem diferenças entre os países.
Por exemplo, a Suécia tem pontuação de 100, enquanto o Brasil conta com 75
pontos e os dois estão classificados como livres. 

Entretanto, antes de entrar em mais detalhes sobre as ditaduras existentes e as


suas características, vamos apresentar o conceito e os principais tipos de
ditaduras.

O que é uma ditadura?


Ditadura é uma forma de governo em que uma pessoa ou um pequeno grupo
possui poder absoluto sem limitações constitucionais efetivas. O termo
ditadura deriva do título latino de ditador, que na República Romana designava
um magistrado temporário a quem eram conferidos poderes extraordinários
para lidar com as crises do Estado.

Algumas características gerais de ditaduras são: 

1. Violência e controle intenso do Estado para com os cidadãos;


2. Censura e fim das liberdades civis;
3. Supressão e controle dos outros poderes, legislativo e judiciário;
4. Restrição na atuação da imprensa;
5. Não permissão de eleições democráticas.
6. Basicamente, existem dois tipos de ditaduras comuns hoje: as militares
e as socialistas.

7. As ditaduras militares ocorrem quando as forças militares tomam o


poder, normalmente com o uso de seu próprio arsenal bélico. O motivo
para haver tantas ditaduras militares na história é justamente a força
que tal segmento do Estado possui. 

8. Na época moderna, o primeiro ditador militar foi Napoleão


Bonaparte quando se proclamou Primeiro-Cônsul da França. Após
Napoleão, vieram vários ditadores, inclusive no Brasil. De 1964 até 1985,
perdurou a conhecida ditadura militar brasileira. Esse período ficou
caracterizado por ser um regime violento, controlador e antidemocrático.
Diversos casos de violações de direitos humanos nesse período foram
investigados posteriormente pela Comissão da Verdade, com o objetivo
de esclarecer os fatos que acontecerem nesse momento da história
brasileira.

9. O segundo tipo de ditadura pode ser definido como as que se


autodenominam socialistas. Essas ditaduras estão mais alinhadas com
os discursos de esquerda, enquanto as ditas militares são mais
caracterizadas com o pensamento de direita. Cabe ressaltar que a
maioria dessas ditaduras socialistas foram controladas por pessoas
associados aos militares, como aconteceu com a União
Soviética de Josef Stalin (1922 a 1953) e Cuba de Fidel Castro (1959 a
2011).

10. Assim como é comum em uma ditadura, esses regimes usaram de


violência e controle estatal para que se mantivessem no poder. Todavia,
a diferença entre uma ditatura militar e uma socialista é que no segundo
caso os ditadores seguem os conceitos criados pela teoria marxista.
Logo, dentro das características comuns nesses lugares estão a
estatização da economia, divisão de terras e partido único.

11. Como está o avanço democrático pelo mundo?


12. O século XXI começou muito mais democrático do que o século XX, o
qual ficou caracterizado pelo fracasso de regimes autoritários, como
o Nazismo e o Comunismo. Assim, pode-se considerar que o final do
século XX apresentou um boom democrático – especialmente após o
fim da guerra fria em 1980 – no qual os países foram de 32,2% vivendo
em ditaduras, no ano de 1978, para o seu ápice democrático, em 2009,
em que somente 24,2% dos países viviam nestas condições.

13. Entretanto, regimes democráticos passaram a minguar após a crise de


2008 e a ascensão de potências mundiais em regimes ditatoriais, como
a Rússia e a China. Em 2019, quando era projetado um menor nível de
ditadores em nosso mundo, viu-se um aumento para 25,1% de países
que não são livres, segundo a Freedom House. 

14. O infográfico abaixo mostra como os países vêm apresentando mais


perdas democráticas nos últimos 14 anos do que ganhos, com base nas
pontuações feitas pela Freedom House sobre as liberdades existentes
em cada país.
Regiões do mundo e ditaduras
África Subsaariana 
A região do mundo que mais sofre com ditadores, mas que vem melhorando
com o passar dos anos, é a África Subsaariana – correspondente à parte
situada ao sul do deserto do Saara, que pega países como Angola, Camarões,
Nigéria e África do Sul. Nela residem ditadores bastante longevos que se
utilizam da violência para se manter no poder.

A disseminação de ditadores nessa região está bastante ligada com os


reflexos negativos gerados pelo neocolonialismo. O processo de
colonização que ocorreu ao longo do século XX impulsionou o
empobrecimento de muitos países africanos. Para além disso, por conta da
divisão de terras feita de modo arbitrário pelos europeus, diversas tensões
entre os povos africanos surgiram, as quais eram em grande parte incentivadas
pelos europeus.

A falta de acesso aos insumos mais básicos pela população, a qual acabam


ficando a mercê de autoridades que controlam a máquina estatal, aliado a
uma baixa cobertura da mídia global sobre os conflitos africanos, também
ajudam os consecutivos abusos de direitos humanos praticados por esses
tiranos.

Fonte: Freedom House.

Camarões
Paul Biya, ditador camaronês, está sob o comando do país por mais de 45
anos. Ele tem permanecido no poder por meio da manipulação de eleições,
usando recursos públicos para o clientelismo político, além de limitar a atuação
da oposição.

Como de costume em uma ditadura, ele se utiliza da violência para dispersar os


protestos contra o governo, particularmente nas regiões em que se fala o
inglês. O seu governo é acusado por diversas violações dos direitos humanos,
que vão desde a detenções arbitrárias de jornalistas e opositores até a
execução de civis por seus soldados. Inclusive, ele vem sofrendo consecutivas
pressões das Nações Unidas para o esclarecimento das mortes que vem
acontecendo em seu país.

Para piorar a situação dos camaroneses, eles ainda precisam lidar com o grupo
fundamentalista Boko Haram, que ataca continuamente civis no norte do país.
Esse grupo surgiu na Nigéria com o intuito de combater os avanços da
influência ocidental, assim como para buscar a implantação da lei islâmica, a
Sharia. Para isso, eles se usam de atentados e de sequestros de pessoas,
como forma de ganhar território. Por exemplo, em 2014,  o grupo sequestrou
276 mulheres para vendê-las como escravas sexuais.

Oriente Médio e Norte da África


Essa região é a que vem passando por mais transformações ultimamente,
desde o impacto gerado pelas manifestações da conhecida Primavera Árabe, a
qual produziu a queda de alguns ditadores.

Algo muito peculiar dessa região é o fato de que muito das ditaduras estão
conectadas com discursos religiosos, o que dificulta ainda mais para a
oposição criticar o governo. A religião também acaba sendo usada como
forma de suprimir as liberdades civis, especialmente das minorias. Para se ter
uma ideia, em grande parte do Oriente Médio, os homossexuais ainda são
punidos com apedrejamento, chibatadas ou até a pena de morte.

Fonte: Freedom House.

Arábia Saudita
O rei Abdullah bin Abdul-Aziz chegou ao trono em 2005, mas a sua família já
está no poder desde 1932, o que a tornou uma das famílias mais ricas do
mundo, devido as vastas reservas de petróleos existentes no país. Ao mesmo
tempo, contudo, esse país se caracteriza por ter uma pobreza generalizada,
apresentando um Coeficiente de Gini de 45.9.

Com o avanço dos protestos da Primavera Árabe, o estado saudita atuou de


forma muito dura contra manifestantes, prendendo e assassinando centenas
deles. Porém, com medo de um levante popular, o rei Abdullah anunciou em 23
de Fevereiro de 2011, uma série de medidas para acalmar os ânimos no seu
país, incluindo aumentos de salários, criação de empregos e programas de
moradia.

O rei Abdullah bin Abdul-Aziz morreu em 2015, deixando o seu cargo nas mãos
de um de seus 7 filhos, Salman bin Abdul Aziz al-Saud. Ele é amplamente
conhecido por ser conservador e sustentar visões tradicionais com relação a
reformas políticas e mudanças sociais, e uma das suas principais iniciativas
até então foi a intervenção saudita na Guerra Civil do Iêmen.

Guga Chacra, mestre em relações internacionais pela Columbia University e


jornalista da GloboNews, expõe suas críticas ao regime saudita comandado por
Salman Bin

“Mata crianças em bombardeios no Yemen, apoia jihadistas na Síria, impõe


apartheid contra mulheres e homosexuais, proíbe igrejas e sinagogas, mantém
a mãe em cativeiro e adora entorpecentes”.

Outro ponto que vale a pena mencionar sobre a Arábia Saudita é que eles ainda
conservam métodos de punições bastantes medievais em seu sistema
judiciário, como apedrejamentos e decapitações, por exemplo. Inclusive, a alta
comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, já fez críticas
aos sauditas por causa da decapitação de 37 homens em 2019 , que eram em
sua maioria xiitas ou envolvidos em protestos contra o governo. 

Ásia-Pacífico
A Ásia vem passando por instabilidades em suas democracias e liberdades
civis. Nos últimos anos algumas situações mostram isso, como por exemplo,
as perseguições e expulsões em massa de membros da minoria Rohingya –
muçulmanos de origem bengali – em Mianmar, e as consecutivas investidas
chinesas para que sejam aprovadas leis para garantir um maior controle da
China em Hong Kong.

O surgimento de novas lideranças extremas, como Rodrigo Duterte, presidente


filipino – muito conhecido por sua política de guerra as drogas, na qual já
deixou mais de 27 mil mortos nos últimos 3 anos nas Filipinas – e o sultão de
Brunei, Hassanal Bolkiah – que havia tentado adicionar, no Código Penal do
país, a pena de morte para homossexuais e para pessoas que praticassem
sexo fora do casamento –  deixam essa região com tendências contrárias as
práticas da liberdade.

Pelo lado positivo, a Ásia ainda conta com a maioria dos países sendo livres ou
parcialmente livres. 
Fonte: Freedom House.

China
A “República Popular da China”  tem um dos governos mais autoritários do
mundo. É conhecido que o país promove forte censura na internet, conta com
um sofisticado programa de vigilância por câmeras pela suas cidades, tem um
processo eleitoral dominado pelo Partido Comunista Chinês (PCC), assim
como tem toda a estrutura dos três poderes na mão de uma elite política. Além
disso, há relatos de que o país limita as liberdades civis, como acesso a
informação, liberdade religiosa, direitos humanos etc.

O monopólio do poder é garantido em Constituição ao PCC, cujo tem a função


de determinar todas as diretrizes e metas que eles desejam para o país. Como
o controle estatal é amplo, diversos casos de censuras generalizadas são
denunciados. Inclusive, é importante ressaltar que diversos sites  e aplicativos
– como Google, Facebook e Instagram, por exemplo – são bloqueados em
territórios chineses

Entretanto, a censura é só uma parte do problema. O país


é severamente criticado pelas frequentes violações aos direitos humanos,
praticando prisões sem julgamento de ativistas políticos, confissões forçadas,
tortura e maus-tratos, entre outras.

Eurásia
A Eurásia ainda pode ser muito explicada pelo legado ditatorial deixado
pela União Soviética. Até hoje, a Rússia tenta intervir nos países da região,
sempre apoiando ditadores que estejam alinhados com seus interesses de
domínio regional. Por isso, como mostra o gráfico abaixo, não existe nenhum
país livre nessa região, segundo a Freedom House. 

Há partidos pós-comunismo em todos os países do antigo Pacto de Varsóvia,


que advogam uma plataforma de esquerda moderada e europeia. Esses
partidos têm tido espaço na Polônia, Hungria, Romênia, Eslováquia e Bulgária,
mas não há possibilidade  de voltar ao sistema político socialista de outrora.
Inclusive, um dos líderes mais proeminentes dessa geração não é de esquerda,
e sim de extrema direita, que seria Viktor Orbán, o primeiro ministro da Hungria.

Fonte: Freedom House.

Rússia
Vladimir Putin é hoje a principal figura da política russa. Ex-membro da KGB,
passou anos vivendo na Rússia soviética e, após o colapso em 1991, entrou
com posição de destaque no poder executivo do país. Desde 2000, Putin não
deixou de assumir cargos governamentais na federação russa, como
presidente ou primeiro-ministro. Uma das marcas do governo Putin foi a
concretização de um projeto que, ao mesmo tempo, apoiava o capitalismo
empresarial e combatia as oligarquias russas que dominavam a produção
nacional. 

Na política externa, houve ainda uma aproximação de ditaduras antiamericanas


do Terceiro Mundo, como o caso do
governo Assad na Síria e Maduro na Venezuela. Além disso, existe a situação
com a Chechênia, que passou por um processo de dominação completa pelos
russos em 1859, e desde então, ainda não conseguiu reivindicar a sua
independência.

O governo Putin está sendo marcado pelo aumento da corrupção, violência,


supressão de liberdades civis e por escândalos de alto nível, como o
assassinato não esclarecido dos opositores Anna Politkovskaia e Alexander
Litvinenko.

Américas
No século XX, vários países da América Latina sofreram ditaduras militares
devido as fragilidades de suas instituições democráticas. Aliado a isso, a
disputa pela hegemonia mundial durante os anos de Guerra Fria também
impulsionaram esses ocorridos.
Países como o Brasil (1964-1985), Chile (1973-1990) e Argentina (1966-
1973) passaram por experiências ditatoriais durante esse período, mas lutaram
pela sua redemocratização. 

Atualmente, existem 3 ditaduras atuantes nas américas, sendo elas: Venezuela,


guiada por Nicolas Maduro, sucessor de Hugo Chávez; Cuba, liderada
por Miguel Díaz-Canel, sucessor de Fidel Castro; Nicarágua com Daniel Ortega
como comandante. Cabe ressaltar que esses países são aliados, pois todos
compartilham dos mesmo ideais socialistas.

Fonte: Freedom House.

Cuba
A ditadura em Cuba começou antes de Fidel Castro. Em 1952, após um golpe
militar, Fulgêncio Batista instaurou um regime de exceção na ilha caribenha. O
seu governo se caracterizou por ser corrupto e violento. Como resposta a esse
governo, em 1959, liderados por Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara, a ilha
passou pela conhecida Revolução Cubana, que colocava fim no regime
autoritário até então vigente.

Entretanto, o que se viu após essa revolução não foi o esperado. Fidel Castro
instaurou uma ditadura autoritária. Segundo os dados da ONG Cuba Archive,
chegou-se a conclusão que a ditadura cubana é a mais letal das américas. O
número de mortos ou desaparecidos durante esse regime são de 65 por 100
mil habitantes, enquanto que o segundo lugar, que é da ditadura na Argentina,
fica com 30,9. Ao se olhar para os mortos ou desaparecidos por ano do regime
autoritário, a ilha aparece em 3° lugar com 143,6 pessoas, perdendo apenas
para os regimes argentinos (1280,1) e chileno (180,2).

Mesmo com a morte de Fidel Castro em 2011, Cuba continuou em sua


trajetória avessa aos direitos democráticos, pois Miguel Díaz-Canel assumiu o
poder com o objetivo de manter a ilha em um regime autoritário.
Europa
Essa região conta com quase todos os países sendo livres ou parcialmente
livres com apenas 1 país caracterizado por um regime mais autoritário.

Entretanto, essa referência democrática vem sendo colocado sob pressão nos


últimos anos, especialmente pelos partidos que são taxados
como ultranacionalistas. O avanço dos discursos de extrema direita na Europa
trazem consigo demandas como uma maior fiscalização para com a imigração,
protecionismos econômicos e fortalecimento da identidade nacional. Vale
ressaltar que em 2019 somente 3 parlamentos europeus não contavam com
representantes da extrema direita.

Fonte: Freedom House.

Bielorússia
Alexandro Lukashenko, conhecido como “o último ditador da europa“, governa
a Bielorússia desde 1994 – quando foi eleito presidente do país. Com apenas 1
mês de mandato, ele passou a controlar a televisão do país, e em 1996,
resolveu dissolver o parlamento, atribuindo o poder de legislar a ele mesmo. 

Durante os últimos anos, a oposição vem sendo reprimida e fraudada nas


eleições. Na eleição de 2020, Lukashenko disse que foi reeleito com 80% dos
votos, mas a população se revoltou com esse resultado, e foi-se iniciado
consecutivas manifestações contra ele, que vem sendo reprimidas com
violência pela polícia da ex-república soviética.

Uma fala de Lukashenko sobre a pandemia do Covid-19 acabou reverberando


pelo mundo, pois ele considera a covid-19 uma “psicose” em massa, e
recomendou vodca e sauna para repelir o vírus, além disso, ele não adotou
medidas de restrição.

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