As frases "bandido bom é bandido morto" e "CPF cancelado" influenciam a percepção da sociedade sobre violência e criminosos. Programas policiais e filmes contribuem para estereótipos de criminosos como sujeitos marginalizados e promovem a ideia de que a única solução é a punição, incluindo de forma ilegal. Isso viola os direitos humanos, especialmente de cidadãos pobres. Deve-se ensinar sobre o sistema jurídico para melhor compreender os processos e evitar julgamentos est
As frases "bandido bom é bandido morto" e "CPF cancelado" influenciam a percepção da sociedade sobre violência e criminosos. Programas policiais e filmes contribuem para estereótipos de criminosos como sujeitos marginalizados e promovem a ideia de que a única solução é a punição, incluindo de forma ilegal. Isso viola os direitos humanos, especialmente de cidadãos pobres. Deve-se ensinar sobre o sistema jurídico para melhor compreender os processos e evitar julgamentos est
As frases "bandido bom é bandido morto" e "CPF cancelado" influenciam a percepção da sociedade sobre violência e criminosos. Programas policiais e filmes contribuem para estereótipos de criminosos como sujeitos marginalizados e promovem a ideia de que a única solução é a punição, incluindo de forma ilegal. Isso viola os direitos humanos, especialmente de cidadãos pobres. Deve-se ensinar sobre o sistema jurídico para melhor compreender os processos e evitar julgamentos est
“Bandido bom é bandido morto” e “CPF cancelado”, essas frases que
rodeiam a sociedade brasileira a certo tempo, provocam os sentidos sociais
para produzir novos significados e estereótipos relacionados a bandido, violência, etc... colocados em prática pela mídia, mais especificamente a televisão – que ainda é um dos meios de comunicação mais utilizados pela população brasileira e as redes sociais para a busca de informações como um instrumento de poder, que ajuda a contribuir na construção das percepções sobre o mundo.
Nesse sentido, alguns programas policias contribuem para a
construção de um significado sobre o que é violência e bandido. Vinculando a mídia e o sistema penal, expondo a forma de funcionamento de alguns setores da sociedade brasileira, ao mesmo tempo que contribuem para a formação de um imaginário social de uma violência seletiva e de uma construção do bandido como o sujeito historicamente marginalizado socialmente, pregando como única solução para os conflitos sociais o endurecimento da punição contra este, dando a ideia que pode ser inclusive de forma extralegal, ou seja, “com as próprias mãos”.
Essa mesma representação do bandido, crime e violência é levada às
telas do cinema, como ocorre em alguns filmes brasileiros, que usam destas representações para mostrar o abuso da força policial em ações de combate, especialmente contra o crime nas favelas brasileiras. Um exemplo é o filme Tropa de Elite (2007), no qual métodos de tortura são usados para obtenção de confissões e execuções a sangue frio são feitas sem nenhum julgamento, corroborando a máxima segundo a qual “bandido bom é bandido morto”.
Seguindo este pensamento, entende-se que a violação dos direitos
humanos deve ser discutida com foco na questão de como os policiais lidam com os cidadãos pobres e marginalizados trazendo à tona o fato de que cidadania no Brasil é um tema que deve ser tratado como uma questão de direitos humanos, mas também, de reconhecimento social, pois todos fazem parte da mesma sociedade. Nosso país conta com um sistema processual penal, para atender as demandas de toda a sociedade, que inclusive já passou por diversas modificações para tentar reduzir as injustiças sociais perante a adequação de leis e das normativas que assegurem a credibilidade, a segurança jurídica e dignidade da pessoa humana. Fazendo com que os direitos humanos, por exemplo, sejam colocados em prática e cada delito provocado por alguém seja tratado dentro da sua esfera, considerando as contingências de cada evento e dos respectivos envolvidos.
Uma estratégia interessante e importante para que pudéssemos
analisar melhor sem julgamentos estereotipados sobre o que é “bandido”, ou quem é “bandido”, seria se as leis e códigos jurídicos fossem estudados na escola, a fim de deixar as pessoas conhecedoras de como os processos ocorrem. Dessa forma, “bandido bom é bandido morto” e “CPF cancelado” poderiam ser ressiginificadas, ou seja, as possibilidades de ressocialização seriam mais bem sucedidas, pois ainda aquele que comete um crime, ao tentar “voltar” a vida em sociedade enfrenta muita dificuldade devido ao preconceito que sofre.