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CENTRO DE APOIO A SISTEMAS OPERATIVOS

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE


REFERÊNCIAS:
CFRB/88

DGPM-315 (3ª Revisão – 2018)

NORDINAVRIO nº 02.3-01

DECRETO-LEI Nº 3.689/1941 DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.


(CPP – Código de Processo Penal)

DECRETO-LEI Nº 1.001, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969.


(CPM - Código Penal Militar)

DECRETO-LEI Nº 1.002, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969.


(CPPM – Código de Processo Penal Militar)
1 – FLAGRANTE DELITO
Conceito
Previsão Legal
Características

2 - POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR


Exercício da PJM

3 -COMO EFETUAR A PRISÃO DO INFRATOR


Medidas preliminares
Passo a passo da elaboração do APF
ORIGEM DO TERMO
Provém do latim flagrare, que significa queimar, arder, que está crepitando.
É o crime que ainda queima, isto é, que está sendo cometido ou acabou de sê-lo.
Desta forma, em sentido figurado, o que está a queimar, crepitar, é o que está
acontecendo no ato, no momento, evidente, notório, manifesto.
Prisão em flagrante delito é, assim, a prisão daquele que é surpreendido no instante
da consumação da infração penal.
penal
QUANDO SE APLICA?
(Art. 244 do Código de Processo Penal Militar)

quando o agente está cometendo a infração penal (CRIME);


quando acaba de cometê-la;
é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido, ou por qualquer pessoa, em
situação que faça presumir ser o autor da infração;
quando é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que
façam presumir ser o sujeito ativo.
CONDIÇÕES

Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e


fundamentada da autoridade judiciária competente, expedida por meio
de mandado de prisão, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar (art. 221 do CPPM e inciso LXI, art. 5º, CF/1988).
CRIME PRÓPRIO X CRIME COMUM

Natureza: ser militar


Consequência: dispensa o flagrante delito
CRIME PRÓPRIO X CRIME COMUM

CRIMES PROPRIAMENTE MILITARES


Motim, revolta, violência contra superior, desrespeito ao superior, insubordinação,
usurpação, excesso ou abuso de autoridade, deserção, abandono de posto, ineficiência de
força.
A prisão do infrator independerá de estar em flagrante delito ou de ordem escrita da
autoridade judiciária, podendo ser efetivada pela autoridade militar competente.
IMPORTANTE
DA RESISTÊNCIA
Resistência mediante ameaça ou violência
Art. 177. Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência ao executor, ou
a quem esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Se o ato não se executa em razão da resistência:
Pena - reclusão de dois a quatro anos.
IMPORTANTE
DESOBEDIÊNCIA
Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar:
Pena - detenção, até seis meses.

DESACATO A MILITAR
Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de natureza militar ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro crime.
IMPORTANTE
PECULATO
Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo,
em proveito próprio ou alheio.
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa

FURTO
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR E O DEVER MILITAR
(ARTIGOS 183 a 204 DO CPM)
SUJEITO ATIVO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

É a pessoa que efetua a prisão


O artigo 243 do CPPM prevê que:
“Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem for insubmisso ou
desertor, ou seja encontrado em flagrante delito”
Aos militares, detentores do poder de polícia judiciária militar, é dado o dever legal
de efetuar a prisão em flagrante.
O não-cumprimento desse dever, dependendo do caso concreto, poderá sujeitar a
autoridade omissa às sanções de natureza administrativa e penal, pois poderá
configurar o crime de prevaricação.
POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
A Polícia Judiciária Militar (PJM) é composta por militares que, decorrente da atribuição
conferida à Autoridade de Polícia Judiciária Militar (APJM) pelo art. 7º do Código de
Processo Penal Militar (CPPM), impõe aos Titulares de OM a responsabilidade pela
apuração de fatos que se considerem crimes militares.
POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
A atividade de PJM pode se desenvolver tanto sobre o aspecto da prevenção
quanto na repressão aos ilícitos penais. Preventivamente, a PJM visa proteger o
patrimônio, instalações e demais bens jurídicos tutelados na legislação penal,
por meio de medidas de caráter educativo, de orientação e de segurança nas
áreas de sua atuação. Repressivamente, cabe à PJM atuar nos delitos que
deixam vestígios, onde se faz necessária a realização de perícia, de modo a
contribuir para a elucidação da prática delitiva
APF
APF
QUEM DEVERÁ LAVRAR O APF?
O artigo 245 do CPPM determina que será:
O Comandante ou a Autoridade equivalente.
O seu representante legal (Oficial de Serviço ou de Quarto) da OM onde se der a
apresentação do preso ou a realização da prisão.
É recomendável que todos os atos que envolvam o acusado sejam acompanhados de
duas testemunhas diferentes das que acompanharam o flagrante – Recusa de assinatura
LAVRATURA DO APF
Deve ser respeitada a ordem de oitiva:
1º – Condutor
2º – Ofendido (SFC)
3º – Testemunha
4º – indiciado
ISSO PODE GERAR ILEGALIDADE DA PRISÃO!!!
COMO EFETUAR A PRISÃO DO INFRATOR?
A prisão em flagrante se fará com a simples “voz de prisão”, sendo permitido o uso de
força quando indispensável, nos casos de desobediência, resistência ou tentativa de
fuga (Artigo 234 do CPPM).
“Art. 230. A captura se fará:
a) em caso de flagrante, pela simples voz de prisão; (...)”
TIPOS DE FLAGRANTE
Art. 244. Considera-se em flagrante delito aquele que (além daquelas condições já
mencionadas:
d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos, material ou papéis que
façam presumir a sua participação no fato delituoso – Presumido ou ficto
§ único. Nas infrações permanentes, considera-se o agente em flagrante delito
enquanto não cessar a permanência. (Deserção e insubmissão)
TIPOS DE FLAGRANTE

A expressão “logo após – logo depois”: imediata e ininterrupta, não podendo haver
tempo longo de tranquilidade para o agente.
Vai depender do bom senso!!!!
Ex: furto de celular a bordo
MEDIDAS PRELIMINARES
Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, a autoridade competente
deverá, se possível:
dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das
coisas, enquanto necessário;
INSPEÇÕES DE ARMÁRIO
Certificar que cada militar tem seu próprio armário;
Militar dividindo armário – (Evitar);
Iniciada a inspeção, ninguém deve entrar no alojamento desacompanhado de inspetor;
Sempre 2 inspetores – Oficial e praça;
O inspecionado tem que estar presente;
Utilizar luvas, se possível;
Caso algo seja encontrado, periciar e colocar à disposição da justiça;
APF só depois que houver perícia conclusiva; e
Registros fotográficos são boas medidas.
MEDIDAS PRELIMINARES
apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato;
efetuar a prisão do infrator, lavrar o auto de prisão em flagrante (APF);
dar conhecimento ao OSPE do APF;
verificar no Código Penal Militar o enquadramento da infração penal. Em caso de
dúvida, consultar à Núcleo de Polícia Judiciária ou a Assessoria Jurídica;
acionamento do Núcleo de Polícia Judiciária Militar (NPJM) do Com1ºDN, caso seja
necessária a realização de perícia e preservação da cena do crime.
DA PRISÃO
VOZ DE PRISÃO EM FLAGRANTE
Ordem de prisão
direito ao silêncio
direito a advogado
direito a comunicar a família
identificação da autoridade

Voz de prisão em flagrante tem que observar antiguidade?


Não
DA PRISÃO
O preso será informado de seus direitos (art. 5º, LXIII e LXIV, Constituição
Federal):
Permanecer em silêncio
Assistência da família
Assistência de advogado
Identificação dos responsáveis pela prisão e interrogatório
Comunicação imediata ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada (art. 5º, LXII, CF).
Comunicação ao MPM e DPU
Indicar no interrogatório, sem tem filhos menores ou deficientes e seus cuidadores
DA PRISÃO EFETUADA FORA DA OM DO MILITAR
Caso a prisão do militar ocorra no meio civil:
✔O preso de justiça (Justiça Militar da União), se for militar da MB, será encaminhado
ao PM (se regime fechado) ou ao GptFNRJ (se regime aberto), mediante ofício, pela
OM que realizou a prisão;
✔Os presos recebidos de Delegacias de Polícia (ou local da audiência de custódia) ou
de outras Forças serão recolhidos pela escolta (conforme subalínea I, da alínea c, do
subitem 8.1) e encaminhados diretamente ao PM (se regime fechado) ou ao
GptFNRJ (se regime aberto), sem necessidade de Ofício Interno;
DA PRISÃO EFETUADA FORA DA OM DO MILITAR
Caso a prisão do militar ocorra no meio civil:
O OSE de OM localizada na área do Grande Rio, ao ser contatado por autoridade de polícia
(Delegacia de Polícia Civil ou Federal, OM de outras Forças, ou por local responsável pela
audiência de custódia) que prendeu militar da MB e que esteja solicitando o seu recolhimento
para custódia, deverá:
I) apurar junto à autoridade policial qual seria o regime prisional (aberto, semiaberto ou
fechado); e
II) informar à referida autoridade policial os contatos da Sala de Estado e do OSE do PM (se
regime fechado) ou do GptFNRJ (se regime aberto), para que a escolta seja providenciada pela
unidade prisional. Em caso de regime semiaberto, vide subitem 4.3*
e) Cabe ao PM ou ao GptFNRJ, conforme o caso, tomar as providências necessárias para a
custódia e, caso seja verificado um equívoco, providenciar a imediata transferência para o local
correto e a comunicação às devidas autoridades policiais e judiciárias.
ATENÇÃO!!!!!

O APF DEVERÁ SER


LAVRADO EM ATÉ 24
HORAS
ESCRIVÃO DO APF
Se o infrator for oficial, a função de escrivão será exercida por um Oficial intermediário
ou subalterno. Se for praça, o escrivão será um Suboficial ou Sargento.

O Escrivão prestará compromisso legal (“Termo de compromisso” - anexo C)


PROCEDIMENTOS
O preso será informado de seus direitos constitucionais e a prisão deverá ser comunicada à família ou pessoa
por ele indicada
Assinará nota das garantias constitucionais
O auto de prisão em flagrante deverá conter, pelo menos, o depoimento de duas pessoas que tiverem
assistido ao fato delituoso ou presenciado a apresentação do preso à autoridade competente.
Todos os depoimentos serão tomados à termo no auto de prisão em flagrante.
Testemunha tem o compromisso de dizer a verdade artigo 352 do CPPM, e este fato constará do texto inicial
de seu depoimento, exceto o infrator e o ofendido.
Menores de 18 anos, pessoas com deficiência mental, os ascendentes e descendentes, sogro, sogra, genro,
nora, cônjuge, irmão ou pessoa ou que tenha vínculo de adoção do preso poderão ser ouvidos como
informantes, contudo estando isentos do compromisso de dizer a verdade .
ROL DE DOCUMENTOS
ANEXO A – Modelo de Capa
ANEXO B – Modelo de Termo de Apresentação
ANEXO C – Modelo de Termo de Compromisso prestado pelo Escrivão
ANEXO D – Modelo de Auto de Prisão em Flagrante
ANEXO E – Modelo de Despacho (fundamentação da soltura de preso em flagrante)
ANEXO F – Modelo de Laudo de Exame Pericial
ANEXO G – Modelo de Laudo de Exame de Corpo de Delito
ANEXO H – Modelo de Laudo de Exame de Corpo de Delito Indireto
ANEXO I – Modelo de Laudo de Exame de Toxidez
ANEXO J – Modelo de Laudo de Exame de Sanidade
ANEXO L – Modelo de Ofício (apresentação de preso, interno
ANEXO M – Modelo de Modelo de Recibo (a ser passado em cópia do auto de prisão em flagrante)
ANEXO N – Modelo de Nota de Culpa
ANEXO O – Modelo de Certidão (entrega de nota de culpa)
ANEXO P – Modelo de Termo de Juntada
ANEXO Q – Modelo de Despacho
ANEXO R – Modelo de Ofício (comunicação de prisão em flagrante)
ANEXO S – Modelo de Ofício (de apresentação-liberação de preso-interno)
ANEXO T – Modelo de Ofício (de apresentação-liberação de preso-externo)
ANEXO U – Modelo de Termo de Acareação
ANEXO V – Modelo de Portaria (nomeação de peritos)
ANEXO X – Modelo de Laudo de Exame Pericial
ANEXO Z – Modelo de Laudo de Avaliação
ANEXO AA – Modelo de Laudo de Avaliação Indireta
ANEXO AB – Modelo de Laudo de Constatação de Substância Entorpecente
ANEXO AC – Modelo de Despacho (avaliação de improcedência de laudo)
ROL DE DOCUMENTOS (CONTINUAÇÃO)
ANEXO AD – Modelo de Termo de Reconhecimento de Pessoa
ANEXO AE – Modelo de Termo de Reconhecimento de Objetos
ANEXO AF – Modelo de Termo de Apreensão
ANEXO AG – Modelo de Termo de Conclusão
ANEXO AH – Modelo de Quesitos para Exames Periciais
ANEXO AI – Modelo de Nota das Garantias Constitucionais
ANEXO AJ – Modelo de Folha de Qualificação do Preso
ANEXO AL – Modelo de Termo de Compromisso do Perito
NOTA DE CULPA
“Nota de Culpa” (modelo do Anexo N), sendo a ele solicitado firmar recibo. Em caso
de recusa do preso em passar o recibo, ou em caso de impossibilidade de fazê-lo, este
será firmado por duas testemunhas para tal convocadas (art. 247 do CPPM).
10.21.2 - A entrega da “Nota de Culpa” ao infrator será certificada por meio de uma
“Certidão” (modelo do Anexo O), passada pelo escrivão.
NOTA DE CULPA x ABUSO DE AUTORIDADE
Dentro do prazo de até 24 horas deverá ser entregue ao preso por meio de certidão.
CRIME DE TRÁFICO, POSSE/USO DE ENTORPECENTES
OU DE SUBSTÂNCIA DE EFEITO SIMILAR

A prisão em flagrante depende do LAUDO PRELIMINAR

Fontes: https://www.conjur.com.br/2020-jan-06/posse-uso-drogas-quartel-foi-crime-julgado-stm
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/06/29/militares-condenados-por-envolvimento-com-drogas-crescem-706-em-8-anos.htm
CRIME DE TRÁFICO, POSSE/USO DE ENTORPECENTES
OU DE SUBSTÂNCIA DE EFEITO SIMILAR

Fontes: https://www.conjur.com.br/2020-jan-06/posse-uso-drogas-quartel-foi-crime-julgado-stm
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/06/29/militares-condenados-por-envolvimento-com-drogas-crescem-706-em-8-anos.htm
CRIME DE TRÁFICO, POSSE/USO DE ENTORPECENTES
OU DE SUBSTÂNCIA DE EFEITO SIMILAR
DÚVIDAS?
OBRIGADO!!!

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