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Corpo de Alunos

Justiça Militar
Auto de Prisão em Flagrante Delito
OBJETIVOS

- Definir prisão em flagrante delito.


∙ - Conhecer as disposições gerais do CPPM sobre a prisão em flagrante.
- Identificar os documentos que compõem o auto de prisão em flagrante
delito.
SUMÁRIO
∙ INTRODUÇÃO

∙ DESENVOLVIMENTO
⮚ Situação de flagrante;
⮚ Providências a serem adotadas;
⮚ Fases da prisão;
⮚ Lavratura do auto; e
⮚ Pontos de atenção.

∙ CONCLUSÃO
CONSIDERA-SE EM FLAGRANTE DELITO

AQUELE QUE:

- é encontrado cometendo infração penal;


- acaba de cometê-la;
- quando, após a prática da infração penal, seja perseguido dentro de um tempo
bem próximo ao tempo da infração, não importando por quanto tempo dure a
perseguição, desde que não haja solução de continuidade;
- quando for encontrado, num prazo compatível com as circunstâncias de cada caso,
com instrumentos, objetos, material ou papéis que façam presumir ser ele o autor
ou partícipe do ato delituoso.
CONSIDERA-SE EM FLAGRANTE DELITO

CRIMES PERMANENTES

- Nos crimes permanentes, assim considerados aqueles cuja consumação se


prolonga no tempo (o sequestro, o cárcere privado e a ocultação de cadáver,
por exemplo), considerar-se-á o agente em flagrante delito, até que cesse sua
atividade criminosa.
FLAGRANTE DELITO

QUAL SÃO AS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS A SEREM


TOMADAS QUANDO OCORRER UM CRIME?
FLAGRANTE DELITO

QUAL SÃO AS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS A SEREM


TOMADAS QUANDO OCORRER UM CRIME?

- dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação


das coisas, enquanto necessário;
- apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato;
- efetuar a prisão do infrator; e
- colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias.
FASES DA PRISÃO

- captura do autor;
- condução coercitiva à presença da autoridade;
- lavratura do auto de prisão em flagrante; e
- recolhimento à prisão.
PRISÃO

RECOLHIMENTO À
PRISÃO CAPTURA CONDUÇÃO COERCITIVA LAVRATURA DO AUTO
PRISÃO
FASES DA PRISÃO

- captura do autor;
- condução coercitiva à presença da autoridade;
- lavratura do auto de prisão em flagrante; e
- recolhimento à prisão.
QUEM É A AUTORIDADE?

FORA DO
EXPEDIENTE
EXPEDIENTE

COMANDANTE OFICIAL-DE-DIA
RELAXAMENTO DA PRISÃO

- Em caso de a autoridade militar verificar a manifesta inexistência de infração


penal militar ou a não participação da pessoa conduzida, relaxará a prisão,
desde que o auto de prisão ainda não tenha sido encerrado e a prisão não tenha
sido comunicada à autoridade judiciária.
RELAXAMENTO DA PRISÃO
RELAXAMENTO DA PRISÃO

RECOLHIMENTO À
PRISÃO CAPTURA CONDUÇÃO COERCITIVA LAVRATURA DO AUTO
PRISÃO

RELAXAMENTO DA
PRISÃO
RELAXAMENTO DA PRISÃO

RECOLHIMENTO À
PRISÃO CAPTURA CONDUÇÃO COERCITIVA LAVRATURA DO AUTO
PRISÃO

RELAXAMENTO DA
PRISÃO
RELAXAMENTO DA PRISÃO

RECOLHIMENTO À
PRISÃO CAPTURA CONDUÇÃO COERCITIVA LAVRATURA DO AUTO
PRISÃO

RELAXAMENTO DA
PRISÃO
LAVRATURA DO AUTO

Pessoas envolvidas:

- Presidente do auto de prisão flagrante delito;


- Escrivão;
- Condutor;
- Preso ou indiciado;
- Testemunha;
- Testemunha instrumentária; e
- Ofendido.
LAVRATURA DO AUTO

Presidente do auto de prisão flagrante delito

Pessoa com autoridade de polícia judiciária militar


(originária ou delegada) responsável pela lavratura do
auto de prisão, assim como pela observância de sua
liturgia. No âmbito da administração militar, a
presidência do auto de prisão recairá sobre comandante,
originariamente, ou quem o represente, como o oficial de
dia, de serviço ou de quarto.
LAVRATURA DO AUTO

Escrivão

Auxiliar do Presidente do auto, digitador e guardião dos autos.


Se o preso for oficial, a autoridade de polícia judiciária militar
designará para servir de escrivão um capitão, primeiro ou
segundo-tenente. Nos demais casos, ou seja, se o indiciado for
praça ou mesmo um civil, poderá designar um subtenente,
suboficial ou sargento. Em casos em que não se possa observar
essas regras, qualquer pessoa.
LAVRATURA DO AUTO

Condutor

Pessoa que encaminha o preso ao Presidente do auto de


prisão em flagrante, geralmente responsável por dar a voz
de prisão ao conduzido, a ser ratificada pelo Presidente,
bem como pela observância, em primeiro momento, dos
direitos do preso, especialmente o direito a permanecer
calado (art. 5º, LXIII, CF) e ao de não produzir prova
autoincriminatória (art. 296, § 2º, CPPM)
LAVRATURA DO AUTO

Preso ou indiciado

Pessoa que cometeu, em tese, o crime militar e que será


conduzida à presença da autoridade de polícia judiciária
militar (recomenda-se a leitura dos arts. 302 a 306 do CPPM)
LAVRATURA DO AUTO

Testemunha

Pessoa que presenciou o crime praticado pelo preso ou


alguma situação de interesse da apuração (recomenda-se
a leitura dos arts. 347 a 364 do CPPM)
LAVRATURA DO AUTO

Testemunha instrumentária

Pessoa que não presenciou o crime praticado pelo preso,


nem uma situação de interesse da investigação, mas que
presencia um ato procedimental sendo praticado (ex.:
testemunha de leitura do auto de prisão para o preso
analfabeto)
LAVRATURA DO AUTO
Ofendido

Pessoa que sofreu as consequências do crime praticado com


a lesão, ou ameaça de lesão, a algum bem jurídico seu. Em
alguns casos, não haverá registro da versão do ofendido,
por se tratar de pessoa jurídica ou por impossibilidade
outra (morte, internação etc.) (recomenda-se a leitura dos
arts. 311 a 313 do CPPM)
PRISÃO

A prisão em flagrante poderá ser efetuada em


qualquer dia, hora e local e, se necessário, podendo-se
penetrar em qualquer casa em que se encontre o infrator
(art. 5º, inciso XI da Constituição Federal). Porém,
recomenda-se que seja observado o disposto nos art. 231
a 233 do CPPM e que não haja dúvida da situação de
flagrância.
PRISÃO

No momento da prisão o preso será informado de


seus direitos constitucionais e legais, entre os quais:

- o direito à sua integridade física e moral (art. 5º, XLIX CF);

- de permanecer calado (art. 5º, LXIII CF);


PRISÃO

No momento da prisão o preso será informado de


seus direitos constitucionais e legais, entre os quais:

- de comunicar-se com pessoa de sua família ou outra que


queira indicar, com seu advogado (caso não tenha advogado,
deverá ser tentado um contato com a Defensoria Pública da
União, o que será devidamente registrado, tanto em caso de
sucesso, como de insucesso) (inciso LXII, art. 5º, LXII CF);
PRISÃO

No momento da prisão o preso será informado de


seus direitos constitucionais e legais, entre os quais:

- da identificação dos responsáveis por sua prisão e


pelo seu interrogatório (inciso LXIX, art. 5º CF);

- de não produzir prova que o incrimine ou a seu


cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art.
296, §2º, CPPM)
CONFECÇÃO DO AUTO

1º CONDUTOR

2º TESTEMUNHAS

3º VÍTIMA

POR ÚLTIMO:
INDICIADO
ATENÇÃO
CRIMES PREVISTOS NO Art 290 CPM

Receber, preparar, produzir, vender, fornecer, ainda que


gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
ainda que para uso próprio, guardar, ministrar ou entregar de
qualquer forma a consumo substância entorpecente, ou que
determine dependência física ou psíquica, em lugar sujeito à
administração militar, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, até cinco anos.
ATENÇÃO
CRIMES PREVISTOS NO Art 290 CPM

NECESSIDADE DE LAUDO PERICIAL

Em se tratando de prisão decorrente de posse ou


tráfico de entorpecentes, previsto no art. 290 do CPM,
para a materialização do flagrante, há necessidade do
laudo pericial de constatação da substância apreendida.
ATENÇÃO
CRIMES PREVISTOS NO Art 290 CPM

NECESSIDADE DE LAUDO PERICIAL

Ainda que se tenha feito o exame de constatação


preliminar na administração militar, o material
apreendido deverá ser encaminhado para a elaboração de
laudo definitivo junto às repartições periciais da Polícia
Federal, registrando-se a cadeia de custódia da droga.
ATENÇÃO

ADOLESCENTES

Adolescentes infratores que cometeram fatos típicos


análogos a crime militar, por força do artigo 172 e 173
da Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), este
menor deverá ser apresentado, por ofício,
à Delegacia de Proteção à Criança/Adolescente mais
próxima da Organização Militar, ou a outra delegacia que
atenda a esse tipo de ocorrência.
ATENÇÃO
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial
competente.

Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para


atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracional
praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da
repartição especializada, que, após as providências necessárias
e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial
própria.
ATENÇÃO
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido
mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade
policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo
único, e 107, deverá:

I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o


adolescente;
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
III - requisitar os exames ou perícias necessários à
comprovação da materialidade e autoria da infração.
ATENÇÃO
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido
mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade
policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo
único, e 107, deverá:
ATENÇÃO

A apreensão (e evidentemente a prisão de maior


de idade que tenha sido preso, também) deverá
ser comunicada ao Ministério Público Militar, ao
ofício do Ministério Público Estadual que atua na
área de infância e adolescência (juventude), à Vara
da Infância e Juventude do local e à Auditoria da
Justiça Militar.
ATENÇÃO

Os menores – bem como quaisquer presos e


quaisquer pessoas – não devem ser submetidos a
maus tratos, humilhações e constrangimentos, nem
a fazer o que a Lei não manda, ainda que se trate de
suposta reparação do dano cometido.
ATENÇÃO

Afastada a hipótese de flagrante, sempre que houver


indícios de participação de adolescente na prática de
ato infracional, a autoridade policial encaminhará
ao representante do Ministério Público Militar e ao
Ministério Público Estadual atuante em infância e
adolescência, relatório das investigações e demais
documentos.
ATENÇÃO

O menor a quem se atribua autoria de ato infracional não


poderá ser conduzido ou transportado em compartimento
fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua
dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou
mental, sob pena de responsabilidade.
ATENÇÃO

USO DE ALGEMAS

Deve-se recorrer ao uso de algemas em caso de real


necessidade e nas estritas hipóteses enumeradas no § 1º do art.
234 do Código de Processo Penal Militar;

§ 1º O emprego de algemas deve ser evitado, desde que não


haja perigo de fuga ou de agressão da parte do preso, e de modo
algum será permitido, nos presos a que se refere o art. 242.
ATENÇÃO
FLAGRANTE PREPARADO

Súmula 145 STF

Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia


torna impossível a sua consumação.
CUIDADO COM A LITERALIDADE

Art. 305. Antes de iniciar o interrogatório, o juiz observará


ao acusado que, embora não esteja obrigado a responder
às perguntas que lhe forem formuladas, o seu silêncio
poderá ser interpretado em prejuízo da própria defesa.
Conclusão

Dúvidas?

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