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O tema PRISÃO, sofreu muitas alterações nos últimos dias, principalmente com o pacote
anticrimes (Lei 13.964/2019). Considero que a banca irá explorar bastante este tema,
justamente por ser uma inovação legislativa e por ter havido muitas discussões acerca
deste tema.
Todavia, a banca não irá explorar entendimentos jurisprudenciais e/ou doutrinários, mas
a letra fria da lei. Por isso, é de extrema importância a leitura reiterada, atenta, fazendo
destaques nos artigos do Código de Processo Penal abaixo listados.
Em sala de aula vamos explorar bastante este tema, justamente devido à importância.
Aqui vamos apenas destacar conceitos gerais e imprescindíveis para o entendimento da
matéria.
IMPORTANTE - Para o cidadão ser preso, é preciso ter o flagrante delito ou a ordem
judicial.
Atenção - Do ponto de vista processual penal, não é o condutor que prende, ele apenas
conduz. É o delegado de polícia que dá a voz de prisão formal e manda recolher ao
cárcere.
Assim, há:
A prisão em flagrante tem lastro constitucional no art. 5º, LXI, da Lex Excelsa:
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
4. Presidente da República – não estará sujeito a prisão enquanto não sobrevier sentença
condenatória na seara das infrações penais comuns, cf. art. 86, § 3º, da CF/88.
Audiência de Custódia
de infração penal de natureza grave. Ela, portanto, somente tem pertinência no curso
do inquérito policial, não podendo ser decretada em sede de Ação Penal.
A prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz, somente podendo ser
imposta mediante:
Indícios suficientes de autoria – autoria: não é exigido, por assim dizer, prova plena da
“culpa” do indiciado ou réu, basta “um prognóstico de um julgamento positivo sobre a
autoria ou participação.”
3.4. Garantia de Aplicação da Lei Penal – Segundo NUCCI, este requisito visa garantir
“a finalidade útil do processo penal, que é proporcionar ao Estado o exercício do seu
direito de punir, aplicando a sanção devida a quem é autor de infração.”
Tem cabimento, por exemplo, quando o indiciado ou réu promove manobras para a sua
fuga.
3.5. Descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras
medidas cautelares, notadamente as do art. 319 do CPP.
Art. 5º, LXVI – Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.
A prisão no Brasil é a exceção e a liberdade, enquanto o processo não atinge o seu ápice
com a condenação com trânsito em julgado, a regra.
Elas estão elencadas no artigo 319 do CPP. Podem sem impostas uma ou mais, de acordo
com a necessidade do caso. No entanto, qualquer uma delas, o Juiz ao impor deve
fundamentar sua decisão. IMPORTANTE – Ler o Art. 319 cuidadosamente.
FIANÇA - Nos termos legais, fiança é caução, decavere, que quer dizer "acautelar",
servindo para designar qualquer meio que sirva para assegurar o cumprimento de uma
obrigação. Destarte, fiança é uma garantia real de cumprimento das obrigações
processuais do réu. É garantia real porque tem por objeto coisas (art. 330), não existindo
mais a fiança fidejussória no processo penal comum.
Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo
e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
IV - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
V - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida
ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts.
327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
III - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva
(art. 312).
obs.: os presos provisórios são os presos cautelares, aqueles: que estão em prisão em
flagrante, temporária ou preventiva. A prisão especial tem cabimento somente dentro do
escopo das prisões cautelares dos presos provisórios.
Devemos atentar, neste ponto, no artigo 295 e 296 do CPP, que dispõe o rol de pessoas
que gozam da prisão especial, além daquelas prevista em legislação esparsa como a
LOMAN e a LOMP.
Ou seja, uma vez preclusa a sentença para o MP, e só a defesa tendo recorrido, nada
impede a aplicação de benefícios da execução da pena, conforme a LEP, ainda que o
preso cautelar tenha direito a prisão especial.
Segundo o STF, o uso de algemas é uma exceção. Além disso, sobre a responsabilidade
penal, o uso indevido das algemas pode dar ensejo ao abuso de autoridade.