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VILHENA
2023
GABRIELLY MARIE DE SOUZA
VILHENA
2023
Diferença entre Prisão Preventiva e Temporária
Prisão Preventiva
Conceito
A prisão preventiva é uma forma de privação de liberdade decretada antes do
trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Ela é uma medida excepcional e
deve ser aplicada apenas quando os outros meios cautelares não são suficientes para
garantir os objetivos da persecução penal.
Requisitos
A prisão preventiva pode ser decretada como garantia da ordem pública, por
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova de existência do crime e indícios suficientes da autoria. Além disso, é
necessário observar outros requisitos, como no caso do artigo 313 do CPP, segundo
o qual, será admitida a decretação da prisão preventiva:
a) Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4
anos;
b) Quando o réu já foi condenado por outro crime doloso há menos de 5 anos
(reincidente);
c) Crime que envolva violência contra a mulher, criança, adolescente, idosos, enfermo
ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência;
d) Crimes dolosos punidos com detenção, quando o indiciado é vadio ou, havendo
dúvidas sobre a sua identidade, este não fornecer elementos suficientes para
esclarecê-la.
Prazo
A prisão preventiva não possui prazo para a sua duração determinado em lei.
No entanto, a Lei Anticrime trouxe no caput do art.316 e inclusão do parágrafo único
do CPP, a necessidade de que a prisão preventiva seja reavaliada a cada 90
(noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de torná-la ilegal
caso não seja revista dentro deste prazo.
Crimes
Os motivos para a prisão preventiva estão descritos no artigo 312 do CPP:
Prisão Temporária
Conceito
A prisão temporária é aquela decretada, por juiz, exclusivamente na fase de
inquérito policial, quando houver representação da autoridade policial ou
requerimento do Ministério Público, em razão da existência de hipótese autorizadora
prevista em lei, observados os requisitos da necessidade e adequação.
Requisitos
Para a aplicação da prisão temporária é necessário que estejam presentes os
requisitos da necessidade e da adequação da medida ao caso concreto da seguinte
forma:
• Necessidade: exige-se a presença simultânea do fumus comissi delicti (fumaça da
prática do delito, indícios da prática do delito) e periculum libertatis(perigo causado
pela liberadde do suspeito) para possibilitar a decretação da prisão temporária.
• Adequação: É necessário verificar se a decretação da prisão temporária seria
proporcional à gravidade do crime, às circuntâncias do fato e às condições pessoais
do indiciado. Se tal medida cabe a ele e se é a melhor e mais indicada ao caso
concreto.
Prazo
A prisão temporária possui prazo pré-determinado:
• 5 dias, prorrogáveis por mais 5 em caso de comprovada necessidade (art. 2º, caput,
da Lei 7.960/89)
• 30 dias, prorrogáveis por mais 30 em caso de comprovada necessidade (art. 4º da
Lei 8.072/90)
Crimes
Hipóteses expressamente previstas no art. 1º da Lei 7.960/89. Define-se que
só será aplicada a prisão temporária:
• Quando imprescindível para as investigações do inquérito policial (inciso I): Se
houver motivos sólidos para que a prisão preventiva seja essencial ao sucesso das
investigações, ela deverá ser decretada.
• Quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários
ao esclarecimento de sua identidade (inciso II): Nestes casos, haveria
supostamente um risco de a lei não se concretizar e, para não se “perder o suspeito
de vista”, decreta-se a prisão temporária. Porém, a falta de residência do réu não é
motivo suficiente para decretar sua prisão. O próprio ordenamento, então, deu
solução posterior a isto ao prever o instituto da identificação criminal.
• Quando houver razões fundamentadas, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes
(inciso III).
Também admitem a decretação de prisão temporária em crimes hediondos e
assemelhados, embora não estejam incluídos no rol do inciso III, conforme entendimento
da jurisprudência e da doutrina.