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HABEAS CORPUS
COM PEDIDO LIMINAR
O réu foi preso em flagrante pelo suposto crime de tráfico de drogas, na situação,
portava 500g de maconha. Além disso, teve a prisão em flagrante convertida em prisão
preventiva.
Ocorre, no entanto, que apesar de ter sido decretada a prisão preventiva do paciente, a
audiência de custódia não foi realizada por ora. A não realização da solenidade fere a
resolução nº 213 de 2015, do Conselho Nacional de Justiça.
Por conseguinte, há de frisar que o flagrante foi realizado sem quaisquer diligências
investigativas, havendo sido baseada somente por notitia criminis feita por terceiro. Ainda,
relevante ressaltar ser o réu primário e possuir bons antecedentes.
Não conformada com a ilegalidade da prisão e do procedimento, revela-se a
necessidade da impetração do presente remédio em favor do paciente.
É o sucinto relatório.
II. FUNDAMENTOS
Como alternativas à prisão processual, desde já requer sejam determinadas, não sendo
o caso de concessão da liberdade provisória, alguma das medidas cautelares diversas da prisão
previstas no art. 319, do CPP, sugerindo-se o comparecimento periódico em juízo quando
assim determinado e proibição de ausência da Comarca enquanto necessário para a instrução.
Nesse sentido, a doutrina:
Vale dizer que, embora impropriamente designadas de substitutivas à prisão
preventiva, pelo §6º, do artigo 282 do CPP, as medidas previstas no artigo 319
caracterizam-se como alternativas à prisão processual porque configuram obstáculo
à sua decretação. Por isso, se é possível tutelar o processo com as alternativas
processuais, a orientação dominante na Corte Interamericana veda recurso à prisão
preventiva.
Diante do exposto acima, é inafastável a presença, no presente caso, dos requisitos que
permitem a concessão da medida liminar. A plausibilidade do direito é evidente, uma vez que
os fatos em análise não requerem qualquer apreciação subjetiva, pois o constrangimento ilegal
sofrido pelo paciente é manifesto.Trata-se, em suma, de simples questão de direito.
Além disso, o perigo da demora também é claro, uma vez que o dano moral infligido
ao paciente, privado de sua liberdade sem respaldo legal, é irreparável.
É importante destacar que, uma vez superado o momento crítico e harmonizada a
situação, a prisão deixa de ser justificada. Isso ocorre não apenas devido à completa
desproporcionalidade com relação à punição que o ato em questão poderia representar, mas
também porque ninguém pode ser mantido sob custódia indefinidamente. Ademais, não há
informações sobre a apresentação de denúncia e o início de um processo penal, o que sugere
que a prisão provisória poderia perdurar por um período igual ou superior à pena potencial em
caso de condenação, o que evidencia a desproporcionalidade da medida neste momento.
Portanto, solicita-se a concessão da ordem neste habeas corpus, inicialmente sob a
forma de liminar, a fim de assegurar a imediata libertação do paciente.
Advogada,
OAB