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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA

COMARCA DE SÃO PAULO-SP

Proc. N. ...

Fulano de tal, brasileiro, solteiro, portador(a) da carteira de identidade


nº ... e do CPF nº ..., residente e domiciliado(a) na Rua ..., São Paulo/SP,
representado por seu advogado devidamente constituído, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 5º da
Constituição Federal, requerer a:

REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA

pelas seguintes razões de fato e de direito:


DOS FATOS

No dia D passado, Fulano de Tal, foi preso em flagrante no interior de


sua residência, enquanto portava vários comprimidos de ecstasy. A prisão se
deu após investigação baseada em denúncia anônima e os policiais civis
entraram em sua residência sem mandado judicial, alegando que o acusado
estaria praticando crime classificado como permanente, de forma que o
flagrante poderia ser dado a qualquer momento, independentemente de
autorização judicial, ainda que sem consentimento do morador.
Em seguida, foi requerido o relaxamento da prisão em flagrante às
fls. ..., uma vez que a audiência de custódia, ao contrário do que prevê o art.
310 do CPP, não foi realizada no prazo legal de 24 horas, mas sim UM MÊS
APÓS O FATO, bem como que estavam ausentes os requisitos da prisão
preventiva, a investigação foi lastreada em denúncia anônima e o flagrante foi
feito dentro do lar do morador, sem o consentimento dele.
Porém, o excelentíssimo magistrado, afirmando que o prazo de 24 horas
é impróprio, decretou a prisão preventiva, decidindo pela legalidade do
flagrante, uma vez que se trata de crime permanente, corroborando as
alegações do Dr. Promotor, de que o acusado é rico e poderia fugir se posto
em liberdade, abalando a garantia da ordem pública.

DA PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA

A nossa Constituição Federal, em seu art. 5°, LVII, prescreve:

Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença


penal condenatória. (BRASIL, 1988, [s. p.])

Em consequência, quaisquer medidas restritivas de direito,


especialmente as mais gravosas, como uma prisão preventiva, só pode ser
decretada se preenchidos TODOS os requisitos legais, uma vez que a
liberdade é a regra.
O Professor Avena ensina:

Como qualquer medida cautelar, a preventiva pressupõe a existência de


periculum in mora (ou periculum libertatis) e fumus boni iuris (ou fumus
comissi delicti), o primeiro significando o risco de que a liberdade do agente
venha a causar prejuízo à segurança social, à eficácia das investigações
policiais/apuração criminal e à execução de eventual sentença
condenatória, e o segundo, consubstanciado na possibilidade de que tenha
ele praticado uma infração penal, em face dos indícios de autoria e da
prova da existência do crime verificados no caso concreto. (AVENA, 2020, p.
1054)

Ainda, o art. 312 do CPP, sobre os da realização da prisão preventiva:

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou
para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência
do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de
liberdade do imputado. (BRASIL, 1988, [s. p.])

Assim, o juiz deverá se certificar da existência do crime e da existência


de indícios suficientes de autoria. Os sábios juristas Nestor Távora e Osmar
Rodrigues escreveram sobre o assunto:

Temos a necessidade de comprovação inconteste da ocorrência do delito,


seja por exame pericial, testemunhas, documentos, interceptação
telefônica autorizada judicialmente ou quaisquer outros elementos
idôneos, impedindo-se a segregação cautelar quando houver dúvida
quanto à existência do crime. Quanto a autoria, são necessários apenas
indícios aptos a vincular o indivíduo à prática da infração. Não se exige a
concepção de certeza, necessária para uma condenação. A lei se conforma
com o lastro superficial mínimo vinculando o agente ao delito. (TÁVORA;
ALENCAR, 2019, p. 980)

O nosso CPP, no art. 312, estabelece os pontos necessários para


fundamentação da prisão preventiva, estabelecendo os seus requisitos:
1º requisito: é a garantia da ordem pública. Entretanto, por possuir um
conceito amplo, é alvo de críticas por alguns doutrinadores, como Leonardo
Barreto:

[...] violam a ordem pública: aqueles que afetam a credibilidade do


judiciário; os que contam com a divulgação pela mídia (não confundir com
sensacionalismo, clamor público); os crimes cometidos com violência ou
grave ameaça ou com outra forma de execução cruel; se o agente delitivo
possui longa ficha de antecedentes etc. (ALVES, 2019, p. 117)

Seguindo essa linha, o STJ entende que a prisão preventiva para


garantir a ordem pública não deve se basear em dados abstratos, por exemplo,
o indivíduo estar submetido a processo criminal ou já ter sido condenado por
outro crime ou possuir capacidade econômica dele ser elevada. Nesses
termos, o Superior Tribunal de Justiça:

EMENTA

PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO

PREVENTIVA.

FUNDAMENTAÇÃO. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. RISCO DE REITERAÇÃO


DELITIVA. REINCIDÊNCIA. DECRETO DEVIDAMENTE MOTIVADO. MEDIDAS
CAUTELARES ALTERNATIVAS À PRISÃO. SUFICIÊNCIA.

1. Preliminarmente, não há óbice ao conhecimento do writ, pois "a


superveniência de sentença penal condenatória, na qual se nega o apelo
em liberdade com os mesmos fundamentos utilizados anteriormente para
justificar a prisão preventiva, sem agregar fatos novos, não conduz à
prejudicialidade da ação constitucional de habeas corpus ou do recurso
ordinário em habeas corpus dirigidos contra decisão antecedente de
constrição cautelar" (AgRg no RHC n. 119.723/RO, relatora Ministra
LAURITA VAZ, Sexta Turma, julgado em 16/6/2020, DJe 29/6/2020).
2. A prisão preventiva revela-se cabível tão somente quando estiver
concretamente comprovada a existência do periculum libertatis, sendo
impossível o recolhimento de alguém ao cárcere caso se mostrem
inexistentes os pressupostos autorizadores da medida extrema, previstos
na legislação processual penal. Nessa linha, esta Corte firmou orientação
de ser indispensável, por ocasião da prolação da sentença condenatória,
que o magistrado fundamente, com base em dados concretos extraídos dos
autos, a necessidade de manutenção ou imposição de segregação cautelar.

3. No caso, verifica-se que a negativa de recurso em liberdade se deu com


base na manutenção dos requisitos da custódia cautelar demonstrados
quando da prolação do decreto prisional. Nesse cenário, observa-se que o
periculum libertatis encontrase evidenciado por ter sido registrada a
existência de risco de reiteração criminosa, uma vez que o agente, no
momento da sua prisão em flagrante, seria reincidente, tendo a pena sido
recentemente extinta pelo cumprimento.

4. Todavia, verifica-se suficiente, para os fins acautelatórios pretendidos, a


imposição de medidas outras que não a prisão, notadamente porque não
se trata da apreensão de elevada quantidade de entorpecentes, mas, sim,
de cerca de 50g (cinquenta gramas) de maconha, 0,2g (dois decigramas) de
haxixe e 19g (dezenove gramas) de ecstasy. Outrossim, quanto à existência
de risco de reiteração delitiva em relação ao agente, observa-se que seria
configurado por outro processo criminal, já transitado em julgado, pela
prática do delito previsto no art. 129, § 9º, do CP, cuja respectiva pena
corporal consistiu em três meses de detenção, em regime aberto, já extinta
pelo seu cumprimento.

5. Assim, as particularidades do caso, sobretudo a quantidade de droga


apreendida, demonstram a suficiência, a adequação e a proporcionalidade
da fixação das medidas menos severas previstas no art. 319 do Código de
Processo Penal, em observância à regra de progressividade das restrições
pessoais disposta no art. 282, §§ 4º e 6º, do Código de Processo Penal, o
qual determina que apenas em último caso será decretada a custódia
preventiva, ou seja, quando não for cabível sua substituição por outra
cautelar menos gravosa.

6. Ordem parcialmente concedida para substituir a custódia preventiva do


paciente por medidas cautelares diversas da prisão, as quais deverão ser
fixadas pelo Juízo de primeiro grau. (HC 717072 / SP)
2º requisito: garantia da ordem econômica. No presente caso, deve
restar comprovado que a liberdade do acusado possa gerar um grave dano à
ordem econômica. Porém, tal forma de prisão cautelar é totalmente genérica e
difícil de constatar por ser muito parecida com a garantia da ordem pública.

Nesse sentido, Nestor Távora e Osmar Rodrigues: “[...] afinal, havendo


temor da prática de novas infrações, afetando ou não a ordem econômica, já
haveria o enquadramento na expressão maior, que é a garantia da ordem
pública” (TÁVORA; ALENCAR, 2019, p. 984).

3º requisito: garantia da instrução criminal. A lei a prevê a possibilidade


de prisão preventiva de alguém que esteja colocando em xeque a produção
probatória, ameaçando testemunhas ou destruindo provas.
A jurisprudência e a doutrina majoritárias entendem que o simples fato
de o agente possuir condição financeira abastada não é suficiente para
presumir que ele irá fugir, ou seja, não pode isoladamente ser fundamento
necessário para a decretação de sua prisão preventiva. Segue pensamento
pretoriano:

EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.


PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA.
REQUISITOS. ESPECIAL GRAVIDADE DA CONDUTA. QUANTIDADE DE DROGA
APREENDIDA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. CONDIÇÕES PESSOAIS
FAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA, NO CASO. ALEGADA DESPROPORÇÃO ENTRE
A PRISÃO CAUTELAR E A PENA ADVINDA DE EVENTUAL CONDENAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE DE AFERIÇÃO. AGRAVO DESPROVIDO.

1. A prisão preventiva, para ser legítima à luz da sistemática constitucional,


exige que o Magistrado, sempre mediante fundamentos concretos
extraídos de elementos constantes dos autos (arts. 5.º, LXI, LXV e LXVI, e 93,
inciso IX, da Constituição da República), demonstre a existência de prova da
materialidade do crime e de indícios suficientes de autoria delitiva (fumus
comissi delicti), bem como o preenchimento de ao menos um dos requisitos
autorizativos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal, no sentido
de que o réu, solto, irá perturbar ou colocar em perigo(periculum libertatis)
a ordem pública, a ordem econômica, a instrução criminal ou aaplicação da
lei penal.

2. Hipótese em que a necessidade da segregação cautelar do Acusado foi


justificada no decreto prisional com base na gravidade concreta da
conduta, evidenciada pela expressiva quantidade de droga apreendida, o
que, nos termos da jurisprudência desta Corte, justifica a prisão provisória
como forma de garantia da ordem pública. Precedentes.

3. A existência de condições pessoais favoráveis não tem o condão de, por


si só, desconstituir a custódia antecipada, caso estejam presentes um dos
requisitos de ordem objetiva e subjetiva que autorizem a decretação da
medida extrema, como ocorre, na espécie.

4. Nessa fase processual, não há como prever a quantidade de pena que


eventualmente poderá ser imposta, caso seja condenado o Agravante,
menos ainda se iniciará o cumprimento da reprimenda em regime diverso
do fechado, de modo que não se torna possível avaliar a arguida
desproporção da prisão cautelar.

5. Agravo desprovido. (AgRg no RHC 157460 / SP)

Dessa forma, simples conjecturas sobre o poder aquisitivo do acusado


não são suficientes para a imposição da medida cautelar.

DA APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES

O Pacote Anticrime inovou ao estabelecer a prisão cautelar como


medida extrema, ou seja, o magistrado deve estudar medidas cautelares
diversas da prisão antes de determinar o encarceramento do acusado.
Tais cautelares estão dispostas no art. 319, CPP:

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:


I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas
pelo juiz, para informar e justificar atividades;

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por

circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado


permanecer

distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por


circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela
permanecer distante;

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja


conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando


o

investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza


econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para
a prática de infrações penais;

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados


com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser
inimputável ou semiimputável e houver risco de reiteração;

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o


comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento
ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;

IX - monitoração eletrônica. (BRASIL, 1941, [s. p.]).

DA REVISÃO DA PRISÃO PREVENTIVA

Mais uma inovação do Pacote Anticrime é a norma inscrita no art. 316


do CPP, qual seja, a necessidade de revisão da prisão preventiva decretada
após o decurso do prazo de 90 dias:

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão
preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de
motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da
decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias,
mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão
ilegal. (BRASIL, 1941, [s. p.])

Ainda nesse sentido, conforme recentes decisões do Superior Tribunal


de Justiça:

EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS.


AGRAVANTE CONDENADO À PENA DE9 ANOS E 8 MESES DE RECLUSÃO.
EXCESSO DE PRAZO PARA O JULGAMENTO DA APELAÇÃO. NÃO
CONFIGURADO. RAZOABILIDADE.

EXCESSO DE PRAZO DA PRISÃO. PRAZO NONAGESIMAL PARA REVISÃO DA


NECESSIDADE DE SEGREGAÇÃO CAUTELAR. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
INEXISTÊNCIA DE NOVOS ARGUMENTOS APTOS A DESCONSTITUIR A
DECISÃO IMPUGNADA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

I - Quanto ao aventado excesso de prazo para o julgamento do recurso de


apelação contra sentença condenatória prolatada, em 17/6/2019, tenho
que, por ora, não está configurado o alegado excesso de prazo para a
análise do referido recurso; eis que, no que tange à hipótese aventada, é
preciso registrar que a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça é
no sentido de que a análise do excesso de prazo para o julgamento da
apelação deve levar em consideração o quantum da pena aplicada pela
sentença condenatória que, in casu, totalizou 9 (nove) anos e 8 (oito) meses
de reclusão, no regime fechado. Logo, a espera por cerca de
aproximadamente 1 (um) ano e 5 (cinco) meses, desde o envio do recurso à
eg. Corte a quo, em 08/7/2020, não se me afigura desproporcional.

II - No que toca à tese acerca da ocorrência de excesso de prazo na prisão,


mormente, no ponto em que aduz que "o advento da Lei nº 13.964/19, em
vigor desde 23.01.2020, passou-se a exigir a revisão, a cada noventa dias,
da necessidade de manutenção de prisão preventiva decretada, sob pena
de tornar a prisão ilegal, nos exatos termos do art. 316, parágrafo único, do
Código de Processo Penal", verifico que a quaestio não comporta
conhecimento, haja vista que não foi apreciada pelo eg.Tribunal de origem,
o que impede a manifestação desta Corte Superior, sob pena de indevida
supressão de instância.

III - É assente nesta Corte Superior que o agravo regimental deve trazer
novos

argumentos capazes de alterar o entendimento anteriormente firmado, sob


pena de ser mantida a r. decisão vergastada pelos próprios fundamentos.
Precedentes.

Agravo regimental desprovido. (AgRg no HC 706626 / PE).

DO PRAZO PARA CONCLUSÃO DA INVESTIGAÇÃO

Ademais, o art. 51 da lei nº 11.343/06, determina o prazo de 30 dias


para conclusão do inquérito policial, de forma que a Autoridade Policial conlua
a investigação, indicie ou peça dilação de prazo caso se trate de acusado
preso.
Em adição, a Lei de Drogas, nos artigos 50 e seguintes, exige a
realização de dois laudos periciais para satisfação do devido processo legal:

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária


fará,

imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do


auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24
(vinte e quatro) horas.

§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e


estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de
constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial
ou, na falta deste, por pessoa idônea.

§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não


ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.

§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10


(dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e
determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra
necessária à realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de
2014)

§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia


competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público
e da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das


drogas referida no § 3º, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado
de polícia, certificando-se neste a destruição total delas. (Incluído pela Lei
nº 12.961, de 2014)

Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão


em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta)
dias contado da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à
realização do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedimento
dos §§ 3º a 5º do art. 50. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014). (BRASIL,
2006, [s. p.])

Cumpre ressaltar que não houve indiciamento, com o esgotamento do


prazo de 90 dias de investigação, excedendo o que determina o art. 51 da Lei
nº11.343/06. Somando-se a isso, necessário destacar que a autoridade policial
não requereu a realização do laudo definitivo e nem procedeu à oitiva de
testemunhas, portanto deve o fato ser imediatamente corrigido com o
revogação da prisão preventiva

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer a LIBERDADE DO ACUSADO COM A IMEDIATA


EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ DE SOLTURA, trazendo a lume o flagrante
descumprimento aos artigos: 316 do CPP, cujo período de revisão de 90 dias
não fora atendido; 312 do CPP; 50 a 52 da Lei nº 11.343/06. Enfim, requerer a
aplicação subsidiária das medidas cautelares do art. 319 do CPP.

Nestes termos, pede deferimento.


Local, 19 de outubro de 2022

__________________________________
Advogado
OAB n. ...

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