Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Com fundamento no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, e no artigo 316 do
Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
I. DOS FATOS:
O Requerente foi preso em flagrante por ter praticado a tentativa do crime descrito no artigo
155 Código Penal. Após ser realizada Audiência de Custódia, este Juízo decretou a prisão
preventiva do Requerente, embasando a sua decisão para o fim de resguardar a ordem
pública, a conveniência da instrução criminal, e assegurar a aplicação lei penal, nos termos
do art. 312 do Código de Processo Penal.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da
lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de
perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
2. DOS DIREITOS:
Pelo sistema implantado pela Lei nº 12.403/2011, às prisões cautelares são a última ratio,
ou seja, deve ser o ultimato final de todas as medidas cautelares disponíveis em nosso
ordenamento jurídico, por isso o Requerente pugna o Princípio da Presunção de Inocência,
até que se esgotem todos os recursos da ampla defesa e contraditório, onde a prisão
cautelar é uma exceção.
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se
a:
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e,
nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; II -
adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do
indiciado ou acusado. § 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a
sua substituição por outra medida cautelar
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz
deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares
previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste
Código.
Observa-se que, no caso em tela, não há presente nenhum dos fundamentos que ensejam
prisão preventiva, uma vez que:
b) não há que se falar pela condição pessoal do Requerente, bem como do tipo penal em
questão que haja risco à ordem econômica;
c) não há indícios de que o Postulante em liberdade ponha em risco a instrução criminal nos
autos;
d) tem o Requerente residência fixa na Rua, nº, bairro, cidade, Estado, CEP, e trabalha na
função de especificar, conforme fazem prova as cópias reprográficas do comprovante de
endereço e da carteira de trabalho e previdência social, portanto não há risco à aplicação da
lei penal já que o Requerente mantém vínculos.
Nesta linha de raciocínio, o Código de Processo Penal estabelece medidas que assegurem
o desenvolvimento regular do processo com a presença do acusado sem sacrifício de sua
liberdade, deixando a prisão cautelar apenas para as hipóteses de absoluta necessidade.
Passa-se a analisar a ausência do requisito ensejador da prisão cautelar, previsto no artigo
312 do Código de Processo Penal.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da
lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de
perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
O Requerente não apresenta nenhum risco para a ordem pública, pelo qual entende-se pela
expressão da necessidade de se manter em ordem a sociedade, que, como regra, é
abalada pela prática de um delito. Verifica-se que o Requerente foi preso em flagrante e já
se passaram X dias de prisão, restabelecendo a ordem pública, não existindo nenhum fato
que demonstra que a sociedade encontra-se abalada pelo crime, razão pela qual não se
pode cometer a injustiça de presumir uma periculosidade inexistente. Impor ao Requerente
o cumprimento antecipado de uma pena é fechar os olhos aos princípios que norteiam o
ordenamento jurídico, em especial, no que se refere a presunção de inocência e a
dignidade da pessoa humana. Deve-se levar em consideração que outros acusados de
participação no crime estão em liberdade, não podendo o Requerente, que teve uma menor
participação no crime, responder o processo custodiado.
Por fim, quanto à aplicação da lei penal, que visa garantir a finalidade útil do processo, qual
seja, garantir ao Estado o seu exercício do direito de punir, aplicando a sanção devida a
quem é considerado o autor de uma infração penal, também não se encontra presente.
Dessa forma, é perfeitamente cabível que sejam impostas medidas cautelares diversas da
prisão, previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal:
3. DOS PEDIDOS:
Diante de todo o exposto, pede-se, a Vossa Excelência, nos termos do artigo 316 do Código
de Processo Penal, a revogação da prisão preventiva do requerente, com a expedição do
competente alvará de soltura, e a aplicação de medidas cautelares previstas no artigo 319
do Código de Processo Penal.
ADVOGADO
OAB/___, Nº _________.