DE PORTO ALEGRE/RS
Nessa senda, merece destacar que a MÃE da menor, ora supostamente abusada,
foi quem contratou a defesa para o paciente uma vez que declarou no inquérito
policial nº 456876/50 (anexo), testemunhando a favor do réu, mencionando
entre que a menor seguidamente conta muitas histórias, que o crime nunca teria
ocorrido.
DO DIREITO
Expostos os fatos, sabemos que a maior parte das prisões é decretada com
fundamento na Ordem Pública, contudo, no caso em tela está provado que o
requerente é primário, apresentou endereço fixo e goza de atividade lícita, o que
torna injustificável a sua prisão, entretanto, mesmo assim, o magistrado se
limitou em considerar o crime de estupro de vulnerável com juízo valorativo
genérico e abstrato, violando o disposto no art. art. 5º, inciso LVII, da
Constituição Federal, quando decretou a prisão preventiva do ora acusado.
Vejamos o que reza o dispositivo constitucional.
Art. 5º da CF. (...)
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória;
Assim sendo, o art. 312 do Código de Processo Penal determina em quais casos
ocorrerá à prisão preventiva, no qual o requerente não se enquadra em nenhum
deles, muito menos semelhante, conforme demonstrado nos autos. Se não,
vejamos:
Art. 312 do CPP. A prisão preventiva poderá ser decretada
como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência
do crime e indício suficiente de autoria.
Por tantas razões, o promovente não apresenta nenhum risco ou dano a ordem
pública e compromete-se fielmente a contribuir para as investigações dessa
instrução criminal, a fim de retificar com boa fé sua já então inocência perante
todas as acusações que lhe são injustamente imputadas.
Como ora vislumbra-se não há razão para manter o requerido em cárcere penal,
pela falta de razões que justifiquem sua mantença ou motivo que determine sua
subsistência, portanto roga-se a Vossa Excelência pela revogação da prisão
preventiva decretada, tudo em conformidade com o art. 316 do Código de
Processo Penal:
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no
correr do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a VOSSA EXCELÊNCIA que se digne:
1. A revogação da prisão preventiva nos termos do artigo 316 do Código de
Processo Penal, em virtude de não estarem presentes os requisitos autorizadores
da prisão preventiva do artigo 312 do Código de Processo Penal, tendo em vista
a ausência de fundamentos justificadores da sua existência, e a consequente
expedição do alvará de soltura;
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Gastão Pinto Pache de Faria Júnior, OAB/RS 52E029
PROCURAÇÃO
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RODRIGO OLIVEIRA
(Ourtorgante)
CPF: 987.654.321-20