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PRISÃO PREVENTIVA

Conceito de prisão preventiva


A prisão preventiva possui natureza processual de natureza cautelar, que visa tutelar a
investigação criminal ou a ação penal.
É decretada exclusivamente pelo juiz e somente quando presentes os pressupostos e
hipóteses previstas nos artigos 312 e 313 do CPP.

Ordem judicial
A prisão preventiva somente pode ser decretada por ordem judicial – mandado expedido por
juiz competente – art. 5º, LXI, da CF.
Não pode, no entanto o juiz decretá-la de ofício. De acordo com o que dispõe o art. 311 do
CPP, deve haver requerimento do MP, do querelante, do assistente de acusação ou representação da
autoridade policial.
Pode ser decretada em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal.

Se o problema mencionar que o juiz decretou a prisão preventiva de ofício, essa prisão é
ILEGAL – deve ser relaxada!!

Pressupostos
A prisão preventiva somente pode ser decretada quando presentes os pressupostos
presentes nos arts. 312 e 313 do CPP:

O primeiro pressuposto a ser observado é a existência de prova de materialidade (existência)


do crime e indícios suficientes de autoria. A partir daí, deve-se somar uma das necessidades
cautelares previstas no art. 312, quais sejam, garantia da ordem pública, da ordem econômica, para
assegurar a instrução criminal ou a aplicação da lei penal. Nesse segundo momento, basta a presença
de uma necessidade, desde que devidamente fundamentada.
Após, deve ainda ser observado o art. 313 do CPP, que determina a possibilidade de
decretação da preventiva apenas para crimes dolosos, cuja pena privativa de liberdade máxima
prevista seja superior a 4 anos. Essa é uma observação importante a ser feita – não basta a presença
dos requisitos previstos no art. 312, se o crime não tiver PPL máxima superior a 4 anos.
Acerca da reincidência, entende-se que sendo o acusado reincidente em crime doloso,
caberá a prisão preventiva, mesmo de o crime tiver PPL inferior a 4 anos, mas desde que presentes
os requisitos previstos no art. 312. O mesmo para os casos relativos à violência doméstica.
A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer
das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares.
Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da
pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida.

Necessidade/adequação
Além de observar os requisitos determinados pelo art. 312 do CPP e s condições de
admissibilidade previstas no art. 313, o juiz deve se pautar no binômio necessidade/adequação
determinado pelo art. 282 do CPP.
Isso quer dizer que a prisão preventiva somente terá cabimento quando demonstrada sua
real necessidade e adequação ao caso, ou seja, quando não couber outro tipo de medida restritiva
como a liberdade provisória com imposição de medidas cautelares.

Fundamentação
A decisão que determina a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada. É o que
dispõe o art. 315 do CPP. O mesmo artigo determina como deve ser fundamentada a decisão:

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e
fundamentada. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá
indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da
medida adotada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com
a causa ou a questão decidida; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no
caso; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

A decisão que não atender ao disposto no art. 315 será considerada nula, nos termos do art.
564, V, do CPP.

Se o problema mencionar uma decisão eivada de nulidade, a prisão será ilegal e deverá ser
relaxada.

Prazo
Diferente da prisão temporária, a preventiva não tem prazo de duração determinado,
podendo durar o tempo do processo.
No entanto, conforme dispõe o art. 316, p. único, decretada a prisão preventiva, deverá o
órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias,
mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
Revogação da prisão preventiva
Requerimento a ser feito quando a prisão preventiva for legal, mas não mais
subsistirem os motivos que a ensejaram.
Por exemplo, nos casos em que se determina a prisão preventiva para
conveniência da instrução criminal em razão de o réu estar ameaçando
testemunhas. Superada a instrução processual, ouvidas as testemunhas, a
motivação da prisão deixa de existir. Caberá o pedido de revogação da prisão
preventiva.
O pedido deve ser direcionado ao Juiz de Direito e fundamentado nos artigos
316 e 282, §5º do CPP.
Pode ser requerido ao juiz que imponha medidas cautelares diversas da
prisão, com fundamento no art. 319 do CPP.

Relaxamento da prisão preventiva


Requerimento a ser feito quando a prisão preventiva for ilegal, ou seja,
decretada sem a observância aos ditames legais.
Por exemplo, nos casos em que a prisão preventiva é decretada de ofício pelo
juiz; ou quando não estão presentes os requisitos.
O pedido deve ser direcionado ao juiz de Direito e fundamentado no artigo 5º,
LXV, da CF.

REVOGAÇÃO
RELAXAMENTO

Prisão Legal
Não subsistem os Prisão
motivos que a Ilegal
decretaram

FICHA DA PEÇA – Requerimento de revogação da prisão preventiva


Fundamento Jurídico Art. 5º, XXXV, da CF e arts. 316 e 282, §5º do CPP
Cabimento Quando não mais estiverem presentes os requisitos que ensejaram a
prisão preventiva
Prazo Não há
Quantidade de peças 01
Estrutura Petição simples
Destinatário Juiz de Direito – conforme competência
Terminologia Acusado / Requerente
Verbo Requerer
Teses a serem desenvolvidas Demonstrar que os requisitos não estão mais presentes
Pedido Revogação da prisão preventiva, expedição do alvará de soltura, aplicação
de medida cautelar, vista ao MP.
FICHA DA PEÇA – Requerimento de relaxamento da prisão preventiva
Fundamento Jurídico Art. 5º, LXV, da CF
Cabimento Quando a prisão tiver sido ilegalmente decretada pelo juiz
Prazo Não há
Quantidade de peças 01
Estrutura Petição simples
Destinatário Juiz de Direito – conforme competência
Terminologia Acusado / Requerente
Verbo Requerer
Teses a serem desenvolvidas Demonstrar a ilegalidade da prisão

Pedido Relaxamento da prisão preventiva, expedição do alvará de soltura, vista ao


MP.
MODELO DE REQUERIMENTO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca de.... (competência
estadual e crimes comuns).
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Júri da Comarca de... (competência
estadual e crimes dolosos contra a vida).
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito Corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais
da Capital. (somente na capital/SP – fase de inquérito policial – crimes comuns)
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Criminal da Subseção Judiciária de.../...
(competência federal e crimes comuns).
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara do Júri da Subseção Judiciária de.../...
(competência federal e crimes dolosos contra a vida).

..., (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e


domiciliado na Rua..., nesta comarca, por seu advogado que esta subscreve (procuração anexa –
documento...), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º,
XXXV da Constituição Federal, art. 282, §5º do CPP e Lei 7960/89, requerer a REVOGAÇÃO DA
PRISÃO PREVENTIVA, pelas razões a seguir aduzidas:

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência e
certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os
argumentos que demonstram a ilegalidade da prisão e que, por consequência, autorizam sua
revogação.
Desenvolver o raciocínio, demonstrando que cessaram
os motivos que ensejaram a prisão preventiva; fazer referência às medidas cautelares (arts.
282 e 319 do CPP).

Outra não é a posição da jurisprudência dominante:...


(copiar jurisprudência).

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência, digne-se
determinar:
A revogação da prisão preventiva, a fim de que possa o
requerente responder em liberdade a eventual processo;
A expedição do competente alvará de soltura;
A aplicação de medida cautelar, se entender necessário;
Vista ao Ministério Público.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local..., data...

___________________________
Advogado... – OAB/... nº....
MODELO DE REQUERIMENTO DE RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca de.... (competência
estadual e crimes comuns).
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Júri da Comarca de... (competência
estadual e crimes dolosos contra a vida).
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito Corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais
da Capital. (somente na capital/SP – fase de inquérito policial – crimes comuns)
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Criminal da Subseção Judiciária de.../...
(competência federal e crimes comuns).
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara do Júri da Subseção Judiciária de.../...
(competência federal e crimes dolosos contra a vida).

..., (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e


domiciliado na Rua..., nesta comarca, por seu advogado que esta subscreve (procuração anexa – documento...),
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LXV da Constituição
Federal, requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA, pelas razões a seguir aduzidas:

DOS FATOS
Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem
inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência e
certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os
argumentos que demonstram a ilegalidade da prisão e que, por consequência, autorizam seu
relaxamento.

Desenvolver o raciocínio, demonstrando a ilegalidade


da prisão.

Outra não é a posição da jurisprudência dominante:...


(copiar jurisprudência).

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência, digne-se
determinar:

a) O relaxamento da prisão preventiva, a fim de que


possa o requerente responder em liberdade a eventual
processo;
b) A expedição do competente alvará de soltura;
c) Vista ao Ministério Público.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local..., data...

___________________________
Advogado... – OAB/... nº....

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