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DIREITO
SERRA – ES
2023
LIBERDADE PROVISÓRIA
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
A liberdade provisória é uma medida que permite que uma pessoa aguardando julgamento ou
cumprindo uma pena aguarde em liberdade, sujeita a certas condições impostas pelo tribunal.
No Brasil, por exemplo, o pedido de liberdade provisória está previsto no Código de Processo
Penal. Existem diferentes modalidades de liberdade provisória, como a liberdade provisória
sem fiança e a liberdade provisória com fiança.
Conforme o artigo 310, inciso III do CPP a liberdade poderá ser com ou sem fiança se não
infringir os termos da lei.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de
até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá
promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado
constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei
nº 12.403, de 2011).
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
PRISÃO PREVENTIVA
A prisão preventiva é uma medida cautelar de natureza excepcional que consiste na privação
da liberdade de uma pessoa antes do julgamento, com o objetivo de garantir a efetividade do
processo penal, a aplicação da lei penal e, em certos casos, a ordem pública.
Fumus comissi delicti: Indícios suficientes de autoria e materialidade do crime. Ou seja, deve
haver elementos que demonstrem que o indivíduo tenha cometido efetivamente o delito em
questão. E o Periculum libertatis: Fundado receio de que o acusado, se permanecer em
liberdade, possa prejudicar o andamento do processo penal ou a aplicação da lei penal. Esse
fundamento envolve a possibilidade de fuga do acusado, ameaça à ordem pública, risco de
reiteração criminosa, obstrução à justiça, influência sobre testemunhas, entre outros.
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão
preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de
motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevivem
razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da
decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias,
mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6581) (Vide
ADI 6582)
O pedido de revogação da prisão preventiva é uma medida que pode ser tomada pelo advogado
de defesa do acusado. Geralmente, o pedido é feito perante o tribunal responsável pelo caso, e
o advogado deve fundamentar sua solicitação com base em argumentos jurídicos relevantes.
Alguns argumentos comuns para um pedido de revogação da prisão preventiva podem incluir:
1. Mudança nas circunstâncias: O advogado pode alegar que as circunstâncias que levaram à
imposição da prisão preventiva ocorreram significativamente desde então, tornando-a
desnecessária ou desproporcional.
Quando ocorre uma prisão em flagrante, o pedido cabível é a liberdade provisória, por sua vez,
quando o juiz decreta a prisão preventiva enquadra a revogação da prisão preventiva. O pedido
de liberdade provisória e a revogação da prisão preventiva são duas personalidades distintas
relacionadas à liberdade de um indivíduo que está sob prisão preventiva durante um processo
criminal. Embora ambos tenham o objetivo de libertar a pessoa da prisão, existem diferenças
entre eles.
Um pedido de liberdade provisória é uma solicitação feita pela defesa do acusado para que ele
seja solto durante o processo criminal. Esse pedido pode ser feito em diferentes momentos do
processo, como antes do julgamento ou mesmo durante o andamento das investigações. A
liberdade provisória é uma medida que permite que o acusado aguarde o encerramento do
processo em liberdade, desde que compre certas condições restritas pelo juiz, como o
pagamento de fiança, comparecimento a audiências ou restrições de deslocamento.
Assim que um indivíduo é preso em flagrante delito, será levado à delegacia, momento no qual
a autoridade policial lavrará o Termo de Flagrante Delito e demais documentos pertinentes.
Uma vez que, o crime no qual o réu está sendo acusado tenha pena inferior a 4 anos, segundo
o Código Penal, a autoridade policial poderá arbitrar fiança, colocando imediatamente em
liberdade provisória. Nestes casos, o pedido de liberdade provisória não precisa ser submetido
ao juiz competente.
Por outra perspectiva, caso a pena pelo crime seja superior a 4 anos, mesmo que exista a
possibilidade de fiança, os autos deverão ser remetidos ao juiz competente para apreciação do
pedido de liberdade provisória, se houver, e de aplicação de fiança, se for o caso, a depender
do crime. No que se refere ao pedido de revogação da prisão preventiva, é diferente porque não
vale para prisões em flagrante, assim como não pode ser apreciado pela autoridade policial, tão
somente pelo magistrado.
A prisão preventiva é uma medida cautelar de natureza processual penal que tem como objetivo
garantir a ordem pública, a conveniência da instrução criminal ou assegurar a aplicação da lei
penal. O processo de decretação e processamento da prisão preventiva varia de acordo com o
sistema jurídico de cada país, mas segue panorama geral do processo.
Requerimento: A prisão preventiva pode ser requerida pelo Ministério Público ou pelo próprio
juiz responsável pelo caso. O pedido deve ser fundamentado e conter elementos que
demonstrem a necessidade da medida.
Decisão judicial: O juiz analisa o pedido de prisão preventiva e decide se a medida deve ser
decretada. Ele leva em consideração os requisitos legais, a situação do acusado e as
circunstâncias do caso. Caso entenda que a prisão preventiva é necessária, o juiz emite uma
ordem de prisão.
Duração: A prisão preventiva é uma medida temporária e deve ser revisada periodicamente
pelo juiz. Em muitos países, existe um prazo máximo para a duração da prisão preventiva, após
o qual é necessária uma justificativa adicional para sua manutenção.
Já a liberdade provisória é um instituto jurídico que permite que uma pessoa acusada de um
crime aguarde o julgamento em liberdade, mediante certas condições estabelecidas pelo juiz.
O andamento da liberdade provisória pode variar de acordo com o sistema jurídico de cada
país, mas geralmente envolve os seguintes passos:
Pedido de liberdade provisória: Após a prisão, o acusado ou seu advogado pode solicitar ao
juiz a concessão da liberdade provisória. Esse pedido normalmente é fundamentado em
argumentos que demonstram que a prisão não é necessária para garantir o comparecimento do
acusado ao julgamento ou para a preservação da ordem pública.
Condições impostas: Caso o juiz decida conceder a liberdade provisória, ele poderá impor uma
série de condições para garantir que o acusado cumpra com suas obrigações e não represente
um risco para a sociedade. Essas condições podem incluir o pagamento de fiança, a proibição
de se ausentar do país, a obrigação de comparecer aos atos do processo, o recolhimento
domiciliar noturno, entre outras.
Os prazos para interpor o pedido de liberdade provisória pode ser diferente com base no tipo
de prisão e no estágio do processo penal.
II - FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Embora a autoridade policial tenha optado pela não concessão da fiança, vê-se, Excelência, que
o acusado é pessoa de boa conduta social, sendo primário e trabalhador (conforme registro
anexos), o que leva a concluir que não é um indivíduo corriqueiro a atividades criminosas.
Destaca-se que esta foi a primeira vez que tal indivíduo se deparou com uma situação como
esta. Não pode ser subjugado dos benefícios da lei apenas pela prática de um suposto delito.
Aliás, o veículo do delito em tela fora encontrado em perfeito estado de conservação, sem
maiores danos ou prejuízos ao proprietário, conforme autos de apreensão (fls...), não tendo a
vítima qualquer prejuízo financeiro.
A prisão cautelar reveste-se de caráter de excepcionalidade, pois somente deve ser decretada
quando ficarem demonstrados o fumus bonis iuris e o periculum in mora, o que não ocorreu no
presente caso.
Da mesma forma, não há indícios de que o acusado em liberdade ponha em risco a instrução
criminal, a ordem pública e, tampouco, traga risco à ordem econômica.
Portanto, não há risco à aplicação da lei penal e, destarte, não há fundamento que sustente a
manutenção do cárcere.
Assim, conforme leciona a melhor doutrina, uma vez verificado que estão ausentes os
requisitos autorizadores da prisão preventiva previstos no artigo 312 do Código de Processo
Penal, a liberdade provisória é medida que se impõe, conforme determina o artigo 321, do
Código de Processo Penal:
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá
conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art.
319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.
III - DO PEDIDO
Ante o exposto, requer que seja deferida a liberdade provisória sem fiança ao Requerente, com
a expedição do devido alvará de soltura.
Caso assim não se entenda, desde já postula também a concessão da liberdade provisória
cumulada com as medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo Penal, uma
vez que a prisão é a última ratio a ser seguida pelo julgador.
Por tudo, requer a intimação do Ilustre representante do Ministério Público, nos termos da lei.
Comarca..., data...
Advogado...
OAB.../UF…
Com fundamento no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, e no artigo 316 do Código
de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
I- DOS FATOS
2. DOS FUNDAMENTOS:
A Requerente pugna pela sua liberdade para que possa responder adequadamente ao processo,
pela aplicabilidade do Princípio da Presunção de Inocência, até que se esgotem todos os
recursos da ampla defesa e contraditório, onde a prisão cautelar é uma exceção.
3. DOS PEDIDOS:
Diante de todo o exposto, pede-se, encarecidamente a Vossa Excelência, nos termos do artigo
316, ab initio, do Código de Processo Penal, a revogação da prisão preventiva do requerente
FULANO DE TAL, com a expedição do competente alvará de soltura, e a aplicação de medidas
cautelares previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, as quais Vossa Excelência
entender ser justa e cabível ao presente caso.
ADVOGADO
OAB/___, Nº _________.
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REFERÊNCIAS
VADE MECUM SARAIVA. VADE MECUM: Saraiva 2023. 35° São Paulo: Saraiva S.A. -
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