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FACULDADE MULTIVIX SERRA

DIREITO

ATIVIDADE AVALIATIVA DE PRÁTICA JURÍDICA PENAL

DALILA KAROLAINE SILVA SANTOS

JESSICA THAMARA SANTANA LEROY

YASMIN FROIS CAMPELLO


SERRA – ES

DALILA KAROLAINE SANTOS

JESSICA THAMARA SANTANA LEROY

YASMIN FROIS CAMPELLO

Atividade Avaliativa do 2º Bimestre da


Disciplina Prática Jurídica Penal do Curso de
Direito, 10º período, apresentado à Faculdade
Brasileira Multivix Serra, como requisito parcial
para aprovação do semestre.

SERRA – ES

2023
LIBERDADE PROVISÓRIA

A liberdade provisória é uma espécie de medida cautelar decorrente da presunção de inocência


ou de não culpabilidade explícita no artigo 5º inciso LVII da Constituição Federal. Tal instituto
permite que o indivíduo aguarde o julgamento de um processo criminal em liberdade. Sua
previsão legal encontra-se:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;

A liberdade provisória é uma medida que permite que uma pessoa aguardando julgamento ou
cumprindo uma pena aguarde em liberdade, sujeita a certas condições impostas pelo tribunal.
No Brasil, por exemplo, o pedido de liberdade provisória está previsto no Código de Processo
Penal. Existem diferentes modalidades de liberdade provisória, como a liberdade provisória
sem fiança e a liberdade provisória com fiança.

Para solicitar a liberdade provisória, é necessário que a defesa apresente um requerimento ao


juiz competente, argumentando que estão presentes os requisitos legais para a concessão da
medida. Os requisitos podem incluir elementos como a inexistência de provas concretas de
autoria do crime, bons antecedentes criminais, residência fixa, trabalho, entre outros.

Conforme o artigo 310, inciso III do CPP a liberdade poderá ser com ou sem fiança se não
infringir os termos da lei.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de
até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá
promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado
constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei
nº 12.403, de 2011).
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
PRISÃO PREVENTIVA

A prisão preventiva é uma medida cautelar de natureza excepcional que consiste na privação
da liberdade de uma pessoa antes do julgamento, com o objetivo de garantir a efetividade do
processo penal, a aplicação da lei penal e, em certos casos, a ordem pública.

No contexto do sistema jurídico brasileiro, a prisão preventiva está prevista no Código de


Processo Penal (CPP), nos artigos 311 a 316. A sua decretação requer a presença de requisitos
específicos, os quais são:

Fumus comissi delicti: Indícios suficientes de autoria e materialidade do crime. Ou seja, deve
haver elementos que demonstrem que o indivíduo tenha cometido efetivamente o delito em
questão. E o Periculum libertatis: Fundado receio de que o acusado, se permanecer em
liberdade, possa prejudicar o andamento do processo penal ou a aplicação da lei penal. Esse
fundamento envolve a possibilidade de fuga do acusado, ameaça à ordem pública, risco de
reiteração criminosa, obstrução à justiça, influência sobre testemunhas, entre outros.

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão
preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de
motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevivem
razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da
decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias,
mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6581) (Vide
ADI 6582)

PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA

O pedido de revogação da prisão preventiva tem como objetivo preservar os direitos


substanciais do preso, e garantir que sejam respeitados os princípios fundamentais do devido
processo legal, da presunção de inocência e da proporcionalidade. Até que ocorra a sentença
condenatória transitada em julgado. Cabe ao juiz que decretou o pedido apreciar a revogação
dele.

O pedido de revogação da prisão preventiva é uma medida que pode ser tomada pelo advogado
de defesa do acusado. Geralmente, o pedido é feito perante o tribunal responsável pelo caso, e
o advogado deve fundamentar sua solicitação com base em argumentos jurídicos relevantes.
Alguns argumentos comuns para um pedido de revogação da prisão preventiva podem incluir:
1. Mudança nas circunstâncias: O advogado pode alegar que as circunstâncias que levaram à
imposição da prisão preventiva ocorreram significativamente desde então, tornando-a
desnecessária ou desproporcional.

DIFERENÇA E CABIMENTO DA LIBERDADE PROVISÓRIA E REVOGAÇÃO DA


PRISÃO PREVENTIVA

Quando ocorre uma prisão em flagrante, o pedido cabível é a liberdade provisória, por sua vez,
quando o juiz decreta a prisão preventiva enquadra a revogação da prisão preventiva. O pedido
de liberdade provisória e a revogação da prisão preventiva são duas personalidades distintas
relacionadas à liberdade de um indivíduo que está sob prisão preventiva durante um processo
criminal. Embora ambos tenham o objetivo de libertar a pessoa da prisão, existem diferenças
entre eles.

Um pedido de liberdade provisória é uma solicitação feita pela defesa do acusado para que ele
seja solto durante o processo criminal. Esse pedido pode ser feito em diferentes momentos do
processo, como antes do julgamento ou mesmo durante o andamento das investigações. A
liberdade provisória é uma medida que permite que o acusado aguarde o encerramento do
processo em liberdade, desde que compre certas condições restritas pelo juiz, como o
pagamento de fiança, comparecimento a audiências ou restrições de deslocamento.

Assim que um indivíduo é preso em flagrante delito, será levado à delegacia, momento no qual
a autoridade policial lavrará o Termo de Flagrante Delito e demais documentos pertinentes.

Uma vez que, o crime no qual o réu está sendo acusado tenha pena inferior a 4 anos, segundo
o Código Penal, a autoridade policial poderá arbitrar fiança, colocando imediatamente em
liberdade provisória. Nestes casos, o pedido de liberdade provisória não precisa ser submetido
ao juiz competente.

Por outra perspectiva, caso a pena pelo crime seja superior a 4 anos, mesmo que exista a
possibilidade de fiança, os autos deverão ser remetidos ao juiz competente para apreciação do
pedido de liberdade provisória, se houver, e de aplicação de fiança, se for o caso, a depender
do crime. No que se refere ao pedido de revogação da prisão preventiva, é diferente porque não
vale para prisões em flagrante, assim como não pode ser apreciado pela autoridade policial, tão
somente pelo magistrado.

COMO SE DÁ O PROCESSAMENTO DE CADA UMA DELAS E OS RESPECTIVOS


PRAZOS

A prisão preventiva é uma medida cautelar de natureza processual penal que tem como objetivo
garantir a ordem pública, a conveniência da instrução criminal ou assegurar a aplicação da lei
penal. O processo de decretação e processamento da prisão preventiva varia de acordo com o
sistema jurídico de cada país, mas segue panorama geral do processo.

Requisitos: Em geral, a prisão preventiva só pode ser decretada se estiverem presentes


requisitos legais específicos, como a existência de indícios de autoria e prova da materialidade
do crime, além da presença de um dos fundamentos que justifiquem a medida, como a
gravidade do delito, risco de fuga do acusado ou perigo à ordem pública.

Requerimento: A prisão preventiva pode ser requerida pelo Ministério Público ou pelo próprio
juiz responsável pelo caso. O pedido deve ser fundamentado e conter elementos que
demonstrem a necessidade da medida.

Decisão judicial: O juiz analisa o pedido de prisão preventiva e decide se a medida deve ser
decretada. Ele leva em consideração os requisitos legais, a situação do acusado e as
circunstâncias do caso. Caso entenda que a prisão preventiva é necessária, o juiz emite uma
ordem de prisão.

Cumprimento da prisão: A ordem de prisão é encaminhada às autoridades responsáveis pela


execução da medida, como a polícia. O acusado é detido e levado à custódia.

Audiência de custódia: Em muitos sistemas jurídicos, é realizada uma audiência de custódia


em um prazo determinado após a prisão preventiva. Nessa audiência, o juiz avalia a legalidade
e a necessidade da prisão, ouvindo o acusado e seu advogado. O juiz pode decidir pela
manutenção, revogação ou substituição da prisão preventiva por outra medida menos gravosa,
como o uso de monitoramento eletrônico.

Duração: A prisão preventiva é uma medida temporária e deve ser revisada periodicamente
pelo juiz. Em muitos países, existe um prazo máximo para a duração da prisão preventiva, após
o qual é necessária uma justificativa adicional para sua manutenção.
Já a liberdade provisória é um instituto jurídico que permite que uma pessoa acusada de um
crime aguarde o julgamento em liberdade, mediante certas condições estabelecidas pelo juiz.
O andamento da liberdade provisória pode variar de acordo com o sistema jurídico de cada
país, mas geralmente envolve os seguintes passos:

Pedido de liberdade provisória: Após a prisão, o acusado ou seu advogado pode solicitar ao
juiz a concessão da liberdade provisória. Esse pedido normalmente é fundamentado em
argumentos que demonstram que a prisão não é necessária para garantir o comparecimento do
acusado ao julgamento ou para a preservação da ordem pública.

Decisão do juiz: O juiz analisará o pedido de liberdade provisória levando em consideração


diversos fatores, como a gravidade do crime, os antecedentes do acusado, a existência de risco
de fuga ou de cometimento de novos delitos, entre outros. Com base nessa análise, o juiz pode
decidir pela concessão ou negação da liberdade provisória.

Condições impostas: Caso o juiz decida conceder a liberdade provisória, ele poderá impor uma
série de condições para garantir que o acusado cumpra com suas obrigações e não represente
um risco para a sociedade. Essas condições podem incluir o pagamento de fiança, a proibição
de se ausentar do país, a obrigação de comparecer aos atos do processo, o recolhimento
domiciliar noturno, entre outras.

Monitoramento: Em alguns casos, a liberdade provisória pode envolver o monitoramento do


acusado, por meio de tornozeleiras eletrônicas ou outros dispositivos similares. Isso permite
que as autoridades acompanhem os movimentos do acusado e garantam o cumprimento das
condições estabelecidas.

Acompanhamento do processo: Durante o andamento do processo criminal, o acusado deverá


comparecer às audiências e demais atos processuais, conforme determinado pelo juiz. O não
cumprimento dessas obrigações pode resultar na revogação da liberdade provisória e retorno à
prisão.

Os prazos para interpor o pedido de liberdade provisória pode ser diferente com base no tipo
de prisão e no estágio do processo penal.

Em geral, em casos de prisão em flagrante, o pedido de liberdade provisória deve ser


apresentado imediatamente após a prisão. Já em casos de prisão preventiva, que ocorre durante
a fase de investigação ou processo penal, o pedido pode ser feito a qualquer momento, inclusive
após a decretação da prisão.

MODELO DE PEÇA DE PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA. ª VARA CRIMINAL DA


COMARCA... /...

"ACUSADO", nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade nº...,


inscrito no CPF/MF sob o nº..., residente e domiciliado na rua na comarca de..., atualmente
detido junto ao Distrito Policial... Nº..., bairro..., por seu advogado que esta subscreve, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a concessão de LIBERDADE
PROVISÓRIA com fulcro no artigo 5º, inciso LXVI, da Constituição Federal, bem como nos
artigos 310, III e 321 do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir
expostas:

I - SÍNTESE DOS FATOS

(aqui deve-se narrar os fatos ocorridos).

II - FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Embora a autoridade policial tenha optado pela não concessão da fiança, vê-se, Excelência, que
o acusado é pessoa de boa conduta social, sendo primário e trabalhador (conforme registro
anexos), o que leva a concluir que não é um indivíduo corriqueiro a atividades criminosas.

Destaca-se que esta foi a primeira vez que tal indivíduo se deparou com uma situação como
esta. Não pode ser subjugado dos benefícios da lei apenas pela prática de um suposto delito.
Aliás, o veículo do delito em tela fora encontrado em perfeito estado de conservação, sem
maiores danos ou prejuízos ao proprietário, conforme autos de apreensão (fls...), não tendo a
vítima qualquer prejuízo financeiro.
A prisão cautelar reveste-se de caráter de excepcionalidade, pois somente deve ser decretada
quando ficarem demonstrados o fumus bonis iuris e o periculum in mora, o que não ocorreu no
presente caso.

Para a legítima manutenção em cárcere, na forma de prisão preventiva, há de ser preenchido os


requisitos do art. 312 e 313 do Código de Processo Penal. Passa-se a análise destes:

O Requerente é primário e portador de bons antecedentes, conforme comprova documentos de


folhas..., logo não há risco à ordem pública se posto em liberdade.

Da mesma forma, não há indícios de que o acusado em liberdade ponha em risco a instrução
criminal, a ordem pública e, tampouco, traga risco à ordem econômica.

Portanto, não há risco à aplicação da lei penal e, destarte, não há fundamento que sustente a
manutenção do cárcere.

Assim, conforme leciona a melhor doutrina, uma vez verificado que estão ausentes os
requisitos autorizadores da prisão preventiva previstos no artigo 312 do Código de Processo
Penal, a liberdade provisória é medida que se impõe, conforme determina o artigo 321, do
Código de Processo Penal:

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá
conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art.
319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.

III - DO PEDIDO

Ante o exposto, requer que seja deferida a liberdade provisória sem fiança ao Requerente, com
a expedição do devido alvará de soltura.

Caso assim não se entenda, desde já postula também a concessão da liberdade provisória
cumulada com as medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo Penal, uma
vez que a prisão é a última ratio a ser seguida pelo julgador.

Por tudo, requer a intimação do Ilustre representante do Ministério Público, nos termos da lei.

Nesses termos, pede deferimento.

Comarca..., data...
Advogado...

OAB.../UF…

MODELO DE PEÇA DE PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA


COMARCA DE ________________ – ESTADO DO __________.

Autuação por dependência

Autos sob nº: XXXXXXXXXXXXXXX

FULANO DE TAL, devidamente qualificado nos autos em epígrafe, atualmente recolhido no


Setor de Carceragem Temporária da Delegacia de Polícia Civil desta Cidade, por intermédio
de seu defensor constituído, conforme instrumento particular de procuração anexo, vêm,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar

PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA

Com fundamento no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, e no artigo 316 do Código
de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I- DOS FATOS

(aqui deve-se narrar os fatos ocorridos)

2. DOS FUNDAMENTOS:
A Requerente pugna pela sua liberdade para que possa responder adequadamente ao processo,
pela aplicabilidade do Princípio da Presunção de Inocência, até que se esgotem todos os
recursos da ampla defesa e contraditório, onde a prisão cautelar é uma exceção.

3. DOS PEDIDOS:

Diante de todo o exposto, pede-se, encarecidamente a Vossa Excelência, nos termos do artigo
316, ab initio, do Código de Processo Penal, a revogação da prisão preventiva do requerente
FULANO DE TAL, com a expedição do competente alvará de soltura, e a aplicação de medidas
cautelares previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, as quais Vossa Excelência
entender ser justa e cabível ao presente caso.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

_______________, ___ de _________ de 2019.

ADVOGADO

OAB/___, Nº _________.

____________________
REFERÊNCIAS

VADE MECUM SARAIVA. VADE MECUM: Saraiva 2023. 35° São Paulo: Saraiva S.A. -
Livreiros Editores.

JUSBRASIL: PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA,2020.Disponível


Em:<https://www.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/modelo-pedido-de-revogacao-de-prisao-
preventiva/1110554333>. Acesso em: 15 de Julho de 2023.

JUSBRASIL:PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA, 2020. Disponível


em:<https://www.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/modelo-pedido-de-liberdade-
provisoria/357593029>. Acesso em: 15 de Julho de 2023.

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