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Lei n. 8.397/92
Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o sujeito passivo de
crédito tributário ou não tributário, quando o devedor:
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CONRADO, Paulo Cesar. Execução Fiscal. 3 ed. São Paulo: Noeses, 2017
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I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa de
pagar a obrigação no prazo fixado;
II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o
adimplemento da obrigação;
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens;
IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu patrimônio;
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito
fiscal:
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade;
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;
VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados ultrapassem trinta
por cento do seu patrimônio conhecido;
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda
Pública competente, quando exigível em virtude de lei;
VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo órgão
fazendário;
IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito.
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DALLA PRIA, Rodrigo. Direito Processual Tributário. São Paulo: Noeses, 2020.
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Assim, entendo que quanto aos art. 914 e art. 915 do CPC não se
aplicam nos processos de execução fiscal, eis que a LEF possui disposições
expressas e específicas atinentes ao prazo para oposição de embargos à
execução, bem como sobre a necessidade de apresentação da garantia para opor
EEF, conforme se depreende da leitura dos dispositivos abaixo retirados da LEF:
I - do depósito;
Por outro lado, quanto ao art. 919, CPC, entendo que este se aplica
nos processos de execução, uma vez que a LEF, além de ser silente quanto aos
efeitos suspensivos dos embargos à execução, compatibiliza-se com a atribuição
de efeito suspensivo aos EEF do CPC, qual seja: condicionado a apresentação
de garantia; verificação pelo juiz da relevância da fundamentação (fumus boni
juris) e perigo de dano irreparável ou de difícil reparação (periculum in mora).
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Deste modo, tendo em vista que a LEF preconiza, no art. 8º, que: o
executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com os
juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou
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I - do depósito;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido
reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida
inscrita.
(b) a alienação engendrada até 08.06.2005 exige que tenha havido prévia citação
no processo judicial para caracterizar a fraude de execução; se o ato translativo
foi praticado a partir de 09.06.2005, data de início da vigência da Lei
Complementar n. 118/2005, basta a efetivação da inscrição em dívida ativa para
a configuração da figura da fraude;
fiscal de ordem pública, enquanto que o CPC dispõe sobre fraude à execução no
âmbito do interesse civil/privado, nos termos do REsp n. 1.141.990/PR: “A
diferença de tratamento entre a fraude civil e a fraude fiscal justifica-se pelo fato
de que, na primeira hipótese, afronta-se interesse privado, ao passo que, na
segunda, interesse público, porquanto o recolhimento dos tributos serve à
satisfação das necessidades coletivas.”.
Entendo que não é possível discussão de mérito no IDPJ, uma vez que
a própria natureza – incidental – do instituto não permite tal discussão. Outro
ponto, é que o sócio ou pessoa jurídica responsabilizada no incidente de
desconsideração da personalidade jurídica não é parte no processo (execução
fiscal), justamente por ser uma ação incidental que depende da tramitação da EF,
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Disponível em https://www.conjur.com.br/2021-jun-15/opiniao-trf3-fixa-tese-aplicacao-idpj-
execucoes-fiscais
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Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou
não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores,
que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
§ 5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter:
[...]
VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver
apurado o valor da dívida.