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CURITIBA
18 de abril de 2018.
Questões
1. Quanto à ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária,
pergunta-se:
a) Quando nasce o interesse processual para sua propositura? O manejo
do referido instrumento processual em momento anterior à constituição do
crédito configura questionamento de “lei em tese”?
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Artigo: “Ação anulatória de débito fiscal”, de Júlio M. de Oliveira. Processo tributário analítico, volume
1. São Paulo: Noeses.
anulatória de débito fiscal, enquanto já devidamente constituído.
Entretanto, seguindo o entendimento de Júlio M. de Oliveira, em seu artigo
“Ação anulatória de débito fiscal”, é compatível o ajuizamento concomitante ou
mesmo cumulativo da ação anulatória tributária e também da ação declaratória
negativa, enquanto “a segunda busca uma declaração ampla que inviabilize
mediatamente quaisquer atentivas fazendárias de constituir créditos advindos da
relação jurídica declarada inexistentes”.
Portanto, enquanto a ação anulatória objetiva o mandamento constitutivo de
relação pré-existente devidamente constituída, de modo específico, a ação
declaratória poderia ser proposta objetivando declarar como inexistente tal
relação jurídica, sob créditos que ainda não foram constituídos, mas poderiam
ser no futuro.
Nos termos da jurisprudência do STJ do REsp 862.230/DF e AgRg no AgRg
no REsp 1.025.893/RJ, irrelevante a nominação dada pelo autor, sendo
necessário verificar qual o objetivo da ação em si para delimitar a natureza da
referida ação, seja ela constitutiva negativa (ação anulatória) ou declaratória
negativa (ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária).
2 Oliveira, Júlio M. de. Ação Anulatória de Débito Fiscal. Processo Tributário Analítico, pág. 87.
Portanto, não sendo possível a conexão entre as ações, a ação anulatória é
julgada por uma vara, e o executivo fiscal e o embargos à execução na vara de
competência absoluta de execução fiscal.
Assim, havendo o risco de prejudicialidade entre as decisões da ação
anulatória e do executivo fiscal, poderá ser decretada a suspensão do
procedimento de executivo fiscal, caso esteja devidamente garantido, conforme
julgado 105.358/SP.
(a) A medida cabível para a defesa dos interesses da AZT Foods do Brasil
Ltda., seria ação anulatória de débito fiscal, com fundamento de que a instituição
de multa tributária por ato normativo infralegal se dá de forma inconstitucional. O
ajuizamento da anulatória possui fundamento no art. 38 da lei 6.830/80.
(b) O fundamento jurídico utilizado para afastar a exigência dessa multa
tributária, denominada de obrigação tributária acessória, prevista no artigo 113,
§2º, do Código Tributário Nacional, estabelece que tal obrigação decorre da
legislação tributária, assim entendida com um complexo de normas jurídicas
veiculadas através de expressa disposição em lei em sentido formal, sendo
descabida sua imposição por atos infralegais.
Ad argumentaum, poderia ser utilizado o argumento de que além da multa não
ter previsão legal, esta também teria o caráter confiscatório.
c) Portanto, o pedido da ação anulatória no caso seria para declarar nula a
multa arbitrada, em razão da ofensa ao princípio da legalidade, e pelo princípio
da eventualidade, a abusividade da multa.
d) A sentença da ação anulatória produzirá efeitos não apenas sobre a
eficácia da obrigação em questão, mas também sobre as possíveis multas
futuras advindas deste ato normativo infralegal.
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VERGUEIRO, Camila Campos, A Consignação em pagamento e a extinção do crédito tributário.
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VERGUEIRO, Camila Campos, A Consignação em pagamento e a extinção do crédito
tributário.