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Nessa perspectiva, define o artigo 142 do Código Tributário Nacional, que compete à
autoridade administrativa constituir o crédito tributário, através do lançamento, de modo
a verificar a ocorrência do fato gerador, determinar a matéria tributável, calcular o
montante devido, identificar o sujeito passivo e, caso necessário, aplicar a penalidade
apropriada.
Além disso, explica Sabbag (2017) que o lançamento é ato privativo do Fisco. No
entanto, os particulares podem auxiliar em menor ou maior participação no ato de
constituição do crédito, a depender do tipo de lançamento. Essas espécies estão
presentes nos artigos 149, I, 147 e 150 do CTN.
Por sua vez, a prescrição só se dá após o lançamento do crédito, visto que está ligada
ao prazo para que a Fazenda Pública cobre, por meio de execução fiscal, o valor devido.
Sendo assim, a decadência e a prescrição não correm juntas, de modo que só se
observará esta última, se a decadência tiver sido superada/não tiver ocorrido. Caso
contrário, sequer será necessário analisar o prazo prescricional.
Nesse ínterim, dispõe o artigo 156, V, do CTN, que a prescrição é causa extintiva do
crédito tributário, relacionada à perda do direito de ação (actio nata), apresentando-se,
portanto, para Sabbag (2017), como uma figura de direito processual. Ocorrida a
prescrição, desaparece o direito de a Administração cobrar o crédito, através da
intervenção do Poder Judiciário. Logo, considera-se nula a execução baseada em título
prescrito. Nas palavras do jurista (2017, p. 1145): “A decadência supõe um direito que,
embora nascido, não se tornou efetivo pela falta de exercício”. Ademais, o referido prazo
é também de cinco anos, por força do artigo 174 do CTN, cuja contagem se dá da
“constituição definitiva do crédito tributário”.
Vale ressaltar que a prescrição está sujeita às causas de interrupção, as quais zeram o
quinquênio e retomam a contagem do início, favorecendo, portanto, o sujeito ativo da
cobrança e que não se confundem com as hipóteses de suspensão – elencadas no
artigo 151.
Por fim, defende Sabbag (2017), que em caso de pagamento de tributo pelo contribuinte,
cuja prescrição ou decadência tenha se operacionalizado, ele terá direito à restituição
dos valores pagos, dada a inexistência da obrigação e do próprio crédito, não havendo
razões para a Administração reter os valores. No entanto, destaca-se que uma minoria
de juristas entende que não poderia ocorrer a devolução de pagamentos relativos a
créditos prescritos, visto que essa hipótese de extinção exclui somente o direito de ação
e não a pretensão. Logo, não poderia a Fazenda mais cobrar judicialmente o crédito,
mas esta não perderia o direito de recebimento. Contudo, tal posicionamento não é o
adotado pelo CTN, tampouco pela maioria dos doutrinadores.
Referências: BRASIL. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. Dispõe sobre o Sistema
Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União,
Estados e Municípios.. Lei Nº 5.172, de 25 de Outubro de 1966;
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 9. ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2017.