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Direito Tributário

Revisão do tópico “Suspensão do Crédito Tributário” e resolução de 10 questões.

Inicialmente, lembre-se que a obrigação tributária se torna exigível com a constituição do crédito
tributário. Nesse sentido, é importante verificar que existem situações onde o fisco, para
compelir que o sujeito passivo pague o tributo devido, necessita entrar com ação de execução
fiscal junto ao Poder Judiciário.

Em algumas ocasiões, todavia, o crédito tributário tem sua exigibilidade suspensa, o que
significa que a Fazenda Pública não poderá cobrar o tributo devido, tampouco promover a ação
de execução fiscal.

Com relação a suspensão do crédito tributário, vale relembrar alguns pontos:

- A suspensão do crédito não implica na dispensa de cumprimento das obrigações acessórias.

- A autoridade fazendária deve efetuar o lançamento tributário e constituir o crédito, ficando


impedida apenas de cobrar os valores.

- A legislação tributária que disponha sobre suspensão do crédito tributário deve ser
interpretada literalmente.

As situações que geram suspensão do crédito tributário podem ser assim esquematizadas:

MOR-DE-R e LIM-PAR

MORatória

DEpósito do montante integral

Reclamações e Recursos administrativos

LIMinares em M.S. ou Liminar ou tutela antecipada em outras ações

PARcelamento

Moratória

A moratória consiste na dilatação do prazo para o pagamento do tributo ou penalidade. Assim


há suspensão temporária da exigibilidade do crédito tributário, podendo ser concedida das
seguintes formas:

(a) caráter individual ocorre quando o benefício é restrito a determinadas pessoas, que
preencham os requisitos estabelecidos pela lei. É concedida pelo despacho da autoridade.
(b) caráter geral ocorre quando a lei generaliza os sujeitos passivos que serão beneficiados. Não
há, portanto, necessidade de comprovação, nem despacho individual por
parte da autoridade administrativa. Em relação à moratória geral, podemos dividi-la em dois
tipos:

(b.1) moratória autônoma é concedida pelo ente que detém a competência tributária para
instituir o tributo objeto do benefício, como o Município quanto ao IPTU.

(b.2) moratória heterônoma é quando concedida pela União quanto aos tributos de
competência dos Estados, DF ou Municípios.

ATENÇÃO: O CTN inibiu a extensão da benesse aos casos de dolo, fraude ou simulação de
sujeito passivo ou terceiros em benefício daquele. Lembre-se que na concessão da moratória em
caráter individual, podem ser exigidas garantias do sujeito passivo.

OBSERVAÇÕES:
1 - A moratória em caráter geral gera direito adquirido.
2 - A moratória em caráter individual não gera direito adquirido.
3 - Não estando satisfeitos os requisitos ou as condições, a moratória é revogada, ficando o
sujeito passivo obrigado a pagar o crédito tributário acrescido de juros de mora.
4 - Caso seja constatado que houve dolo ou simulação do beneficiado ou de terceiro para se
beneficiar ilicitamente da moratória, haverá, ainda, imposição de penalidade.
Parcelamento

O parcelamento é uma medida criada para que os devedores inadimplentes tenham condições
de cumprir com as obrigações tributárias. O parcelamento será concedido na forma e condição
estabelecidas em lei específica. A inexistência dessa lei importa na aplicação das leis gerais de
parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste
caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica.

Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência
de juros e multas.

Reclamações e recursos no âmbito do processo administrativo fiscal

Diante de lançamento efetuado com o qual não concorda, o sujeito passivo pode impugná-lo
tanto na via administrativa como na via judicial. Ao impugnar o lançamento administrativamente,
o crédito tributário tem a sua exigibilidade suspensa durante o litígio administrativo,
independentemente de depósito realizado pelo sujeito passivo.

Com a decisão administrativa final favorável ao sujeito passivo, o crédito tributário fica extinto
(CTN, art. 156, IX). Por outro lado, se a decisão for desfavorável, o crédito volta a se tornar
exigível. Vale ressaltar também que, no caso de decisão desfavorável ao sujeito passivo na órbita
administrativa, sempre será possível ingressar com ação judicial.

Liminar em mandado de segurança ou liminares (ou tutela antecipada) em outras


ações judiciais

O CTN estabelece duas modalidades de suspensão da exigibilidade do crédito tributário,


originadas de decisões proferidas no âmbito do Poder Judiciário:
(a)Concessão de medida liminar em mandado de segurança (art. 151, IV);
(b)Concessão de medida liminar ou tutela antecipada em outras espécies de ação (art. 151, V).
Com o trânsito em julgado da decisão judicial, sendo favorável ao sujeito passivo, o crédito
tributário fica extinto (CTN, art. 156, X). Por outro lado, se a decisão for desfavorável ao sujeito
passivo, o crédito volta a ser exigível.

Depósito do montante integral

O depósito do montante integral é direito subjetivo do contribuinte, podendo ser realizado


tanto na via judicial quanto na administrativa. O depósito deve ser do valor exigido pela
Fazenda.

Não se inclui nas modalidades de suspensão da exigibilidade do crédito tributário o ajuizamento


de ação judicial. Portanto, se o contribuinte ingressa com uma ação judicial com o intuito de
discutir a legitimidade da cobrança que está sendo feita, nada impede que o fisco, durante o
curso da ação, entre com outra ação de execução fiscal.

Surgem, então, duas opções para o sujeito passivo: tentar obter liminar ou tutela antecipada
(CTN, art. 151, IV e V) ou realizar o depósito do montante integral.

Sendo a decisão favorável à Fazenda Pública, ou seja, se o lançamento for legítimo, o depósito é
convertido em renda (ver CTN, art. 156, VI), e o crédito tributário é extinto.

Por outro lado, se a decisão de mérito for favorável ao sujeito passivo, ou seja, se o lançamento
ou o valor lançado for ilegítimo, caberá ao sujeito passivo proceder ao levantamento (resgate)
do depósito realizado.

Objetivos do depósito do montante integral:


(a) Via Judicial: suspender exigibilidade do crédito tributário.

(b) Via Administrativa: evitar fluência dos juros de mora.

Agora que você já revisou os principais pontos, realize as questões propostas sobre esse
assunto clicando no link abaixo:
http://questo.es/327mzi

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