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APRESENTAÇÃO
Olá, meu(minha) amigo(a)!
É um prazer participar da sua caminhada de sucesso rumo à aprovação.
Meu objetivo com este material é facilitar o estudo deste conteúdo, organi-
zando-o de forma esquematizada e direta. A esquematização da matéria como
apresentada neste material foi desenvolvida por mim com o objetivo de apresen-
tar o conteúdo da maneira mais fácil de ser absorvida e memorizada pelo aluno.
Tive o cuidado de colocar TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER sobre a matéria,
de modo que NÃO É NECESSÁRIO, a não ser que você queira, ESTUDAR OUTRO
MATERIAL. Aqui você encontrará:
• TODA A LEGISLAÇÃO ESQUEMATIZADA
• TODA A DOUTRINA RELEVANTE PARA CONCURSOS PÚBLICOS
• TODA A JURISPRUDÊNCIA DO STF E DO STJ PERTINENTE AO CONTEÚDO
Este material servirá, também, para as suas revisões, as quais são indispen-
sáveis à medida que se aproxima o dia da prova.
Além de conter toda a parte teórica, o material apresenta DEZENAS DE QUES-
TÕES separadas por assunto para que você possa treinar o conteúdo que você
acabou de estudar.
De fácil compreensão e em linguagem direta, o material foi elaborado de
modo que você possa estudá-lo sozinho(a); mas, se ainda restar alguma dúvida,
conte comigo por meio do Fórum.

Um abraço! Permaneça FIRME NO PROPÓSITO!

Professor: Ismael Noronha


Instagram: professorismael Noronha

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SUMÁRIO

Mapas 1 a 3 – DOS FUNDAMENTOS DO ESTADO DE SÃO PAULO.......................................4

Questão de prova – MAPAS 1 a 3 ...............................................................................................7

Mapa 4 – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ..........................................................................8

Mapas 5 a 24 – DO PODER LEGISLATIVO................................................................................. 9

ADENDO – COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO – 1................................................. 13

ADENDO – COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO – 2................................................ 14

Questões de prova – MAPAS 5 a 24........................................................................................31

Mapas 25 a 37 – DO PROCESSO LEGISLATIVO..................................................................... 34

ADENDO – ASSUNTOS QUE EXIGEM LEI COMPLEMENTAR.............................................. 44

ADENDO – FLUXO DO PROCESSO LEGISLATIVO DAS LEIS..................................................47

Questões de prova – MAPAS 25 a 37......................................................................................49

Mapas 38 a 43 – DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO.......................50

Questões de prova – MAPAS 38 a 43..................................................................................... 56

Mapas 44 a 51 – PODER EXECUTIVO......................................................................................58

Questões de prova – MAPAS 44 a 51 ..................................................................................... 66

Mapas 52 a 60 – DO PODER JUDICIÁRIO................................................................................67

Questões de prova – MAPAS 52 a 60...................................................................................... 76

Mapas 61 a 71 – DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA......................................................78

Questões de prova – MAPAS 61 a 71.......................................................................................89

Mapas 72 a 86 – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA................................................................. 90

ADENDO – DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS SOBRE OS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA....................................................................................................... 91

ADENDO – DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.......................................................92

Questões de prova – MAPAS 72 a 86.................................................................................... 107

GABARITO....................................................................................................................................113

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1 - DOS FUNDAMENTOS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 1
1 - DOS FUNDAMENTOS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 1

1. O Estado de São Paulo como ente participante da República Federativa do Brasil

CF Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal , constitui-se
em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

CF Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa


do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, todos autônomos , nos termos desta Constituição.

2. A autonomia dos entes implica nos seguintes atributos:

a. Autonomia política

NOÇÕES i. Auto Organização


GERAIS

É a capacidade de cada ente federativo de elaborar suas


Constituições – no caso dos Estados, ou Leis Orgânicas,
no caso dos Municípios e do Distrito Federal
Consiste, também, na competência para editar as próprias
leis, dentro dos limites delineados pela Lei Fundamental.

ii. Auto Governo

Consiste na capacidade conferida aos entes


federativos para escolher os representantes
de seus poderes Executivo e Legislativo

b. Autonomia Administrativa (Auto Administração)

Refere-se à capacidade conferida aos entes federativos para


gerir, de forma autônoma, as competências constitucionais
que lhes forem outorgadas, da maneira que melhor lhes
aprouver, desde que não ponham em risco o pacto federativo

c. Autonomia Financeira

Consiste na capacidade de o DF arrecadar suas próprias receitas,


incluindo seus próprios tributos, e realizar suas próprias despesas

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2 - DOS FUNDAMENTOS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 2
 2 - DOS FUNDAMENTOS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 2

1. Das competências do Estado de São Paulo

a. Da previsão na Constituição de SP

Artigo 1º - O Estado de São Paulo, integrante da República Federativa do Brasil,


exerce as competências que não lhe são vedadas pela Constituição Federal.

b. Dos tipos de competências

As competências legislativas de SP estabelecem os assuntos


sobre os quais o Estado poderá Legislar. Em resumo, o Estado
poderá legislar sobre assuntos que não são nem da
competência da União nem dos Municípios, mas a CE-SP não
i. Legislativas entra em detalhes. Isso você estudará em direito constitucional

Delimitam o campo de atuação político-administrativo


do ente federado. São as competências para realizar
ii. Administrativas determinadas atividades e prestar serviços

Essa competência permite ao Estado cobrar os


iii. Tributárias Tributos autorizados pela Constituição Federal

2. Das direitos relativos ao acesso à justiça

a. Da defesa dos direitos e liberdades fundamentais


NOÇÕES
GERAIS
Artigo 2º - A lei estabelecerá procedimentos judiciários abreviados
e de custos reduzidos para as ações cujo objeto principal seja a
salvaguarda dos direitos e liberdades fundamentais.

b. Da assistência jurídica integral e gratuita

Artigo 3º - O Estado prestará assistência jurídica integral


e gratuita aos que declara insuficiência de recursos.

Artigo 103 - À Defensoria Pública, instituição essencial à


função jurisdicional do Estado, compete a orientação
jurídica e a defesa dos necessitados, em todos os graus

3. Dos princípios aplicados aos procedimentos administrativos

Artigo 4º - Nos procedimentos administrativos , qualquer que seja o objeto,


observar-se-ão, entre outros requisitos de validade, a igualdade entre os administrados
e o devido processo legal , especialmente quanto à exigência da publicidade, do
contraditório, da ampla defesa e do despacho ou decisão motivados.

O objetivo desse dispositivo é assegurar que nos processos


administrativos, todos os interessados serão tratados de forma a
possibilitar igualdade de direitos e respeito ao devido processo legal

CF Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,


e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

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3 - DOS FUNDAMENTOS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 3
3 - DOS FUNDAMENTOS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 3

Outros assuntos sobre a Organização do Estado de SP

A. Da Capital do Estado

Artigo 6º - O Município de São Paulo é a Capital do Estado.

B. Dos Símbolos do Estado

Artigo 7º - São símbolos do Estado a


bandeira, o brasão de armas e o hino.

C. Dos bens do Estado

Artigo 8º - Além dos indicados no art. 26 da Constituição


NOÇÕES
GERAIS
Federal, incluem-se entre os bens do Estado os terrenos
reservados às margens dos rios e lagos do seu domínio.

CF Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,


emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso,
na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que
estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres
não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não
compreendidas entre as da União.


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QUESTÃO DE PROVA – MAPAS 1 A 3

01. (VUNESP/2016) A Constituição do Estado de


São Paulo prevê, dentre os fundamentos do Es-
tado, que os processos administrativos, qual-
quer que seja o objeto, deverão observar, entre
outros requisitos de validade

(A) o devido processo legal, mediante intima-


ção pessoal de todos os atos praticados.
(B) a igualdade entre os administrados.
(C) a publicidade como regra geral e o sigilo
como exceção.
(D) a ampla defesa, mediante assistência jurí-
dica integral e gratuita.
(E) a motivação da decisão, sempre que dela
possa resultar restrição de direitos.

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44--DA
DAORGANIZAÇÃO
ORGANIZAÇÃODOS
DOSPODERES - UMA
PODERES VISÃO
- UMA GERAL
VISÃO GERAL


Considerações Gerais sobre os Poderes do Estado de SP

A. Dos Poderes do Estado de São Paulo

Art 5º - São Poderes do Estado, independentes e harmônicos


entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

A União também tem os 3 poderes. Já os


Municípios têm, apenas, o Executivo e Legislativo

B. Da vedação de delegação de Poderes

Art 5º, § 1º - É vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições.

No âmbito federal há exceções. Por exemplo, o Congresso


Nacional pode delegar ao Presidente da República a competência
para editar LEIS DELEGADAS. Mas isso não existe em SP
NOÇÕES
GERAIS C. Da regra que impede que um membro de Poder seja
concomitantemente membro de outro Poder

a. Previsão na CE-SP

Art 5º, § 2º - O cidadão, investido na função de


um dos Poderes, não poderá exercer a de outro,
salvo as exceções previstas nesta Constituição.

b. Exemplo de Exceção - Situação em que um


membro de Poder poderá fazer parte de outro
sem perder seu mandato no Poder Originário

Artigo 17, I - Não perderá o mandato


o Deputado investido na função de:

i. Ministro de Estado
ii. Governador de Território
iii. Secretário de Estado, do Distrito Federal,
de Território, de Prefeitura de Capital
iv. chefe de missão diplomática temporária;

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5 - DO PODER LEGISLATIVO - 1
5 - DO PODER LEGISLATIVO - 1

Considerações Iniciais sobre o Poder Legislativo

A. Da Assembléia Legislativa Artigo 9º - O Poder Legislativo é exercido pela Assembléia Legislativa (ALESP)

B. Dos membros da Assembléia Legislativa

Artigo 9º - O Poder Legislativo é exercido pela Assembléia Legislativa, constituída de Deputados, eleitos e investidos na forma da legislação federal, para uma legislatura de 4 anos.

Cada Legislatura contém 4 Sessões Legislativas Ordinárias (SLO) e 8 (oito) Períodos Legislativos (P)
A sessão legislativa não será
interrompida sem aprovação do
projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e sem deliberação LEGISLATURA - 4 ANOS
sobre o projeto de lei do
orçamento e sobre as contas
prestadas pelo Governador, 1ª SLO (P1 + P2) 2ª SLO 3ª SLO 4ª SLO
referentes ao exercício anterior.
Ou seja, se até 30 de junho a
Assembleia não tiver feito isso,
1º período 2º período P1 P2 P1 P2 P1 P2
ela não pode ir para o recesso de
Legislativo (P1) Legislativo (P2)
meio de ano
As reuniões marcadas para as datas fixadas serão
transferidas para o primeiro dia útil subseqüentes,
1 Fevereiro a 30 de junho 1 de agosto a 15 de Dezembro quando recaírem em sábado, domingo ou feriado
NOÇÕES
GERAIS
Entre os períodos legislativos temos os RECESSOS PARLAMENTARES. É
No primeiro ano da legislatura, a Assembleia Legislativa reunir-se-á possível que haja convocação para a casa funcionar durante os recessos,
em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, para o que se denomina SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA (SLE)

a. a posse de seus membros a. Hipóteses de Convocação Extraordinária

A Mesa é composta pelo Presidente, Vices e


Secretários, conforme Regimento da Casa A convocação extraordinária da Assembléia Legislativa far-se-á:

b. eleição da Mesa
1 - pelo Presidente da Assembleia, nos seguintes casos:

Artigo 11 - Os membros da Mesa e seus substitutos a) decretação de estado de sítio ou de estado de


serão eleitos para um mandato de dois anos. defesa que atinja todo ou parte do território estadual;

b) intervenção no Estado ou em Município;

c) recebimento dos autos de prisão de Deputado, na hipótese de crime inafiançável.


§ 1º - A eleição far-se-á, em primeiro escrutínio,
pela maioria absoluta da Assembléia Legislativa. 2 - pela maioria absoluta dos membros da Assembléia Legislativa ou
pelo Governador, em caso de urgência ou interesse público relevante.
§ 2º - É vedada a recondução para o mesmo
cargo na eleição imediatamente subseqüente. b. Dos assuntos a serem tratados na SLE

Artigo 12 - Na constituição da Mesa e das Comissões assegurar-se-á, Na sessão legislativa extraordinária, a Assembléia Legislativa somente
tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos deliberará sobre a matéria para a qual foi convocada, vedado o
políticos com assento na Assembleia Legislativa. pagamento de parcela indenizatória de valor superior ao subsídio mensal

A CF (art. 57, § 7º) veda o pagamento de verba


 indenizatória quando da convocação extraordinária

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66--DO PODER LEGISLATIVO - 2
DO PODER LEGISLATIVO - 2


1. Da quantidade de Deputados Estaduais da ALESP

a. Da previsão na CF

CF Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa (DE)


corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos
Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de
tantos quantos forem os Deputados Federais (DF) acima de doze.

O numero de DF é estabelecido em Lei Complementar de acordo


com a população de cada Estado e DF. Hoje temos 513 DF.

b. RESUMINDO o art. 27 da CF

DE = 3 x DF
i. Até 12 DF O ACRE tem 8 DF. Então sua Assembleia
Legislativa terá 24 DE (3 x 8)

DE = DF + 24
ii. Mais 12 DF O Estado de SP tem 70 DF. Então sua
Assembleia Legislativa terá 94 DE (70 + 24)

2. Dos quóruns mínimos


NOÇÕES
GERAIS
Dos quóruns mínimos para a abertura das Sessões

Artigo 10 - A Assembleia Legislativa funcionará


em sessões públicas, presente

a. nas sessões deliberativas, pelo menos 1/4 de seus membros

Nessas sessões ocorrerá a votação de proposições. Para


a sessão ser aberta, é necessário que estejam presentes
pelo menos 1/4 dos Deputados. No entanto, as matérias
só poderão ser votadas se estiverem presentes, pelos
menos, a MAIORIA ABSOLUTA dos Deputados

Artigo 10, §1º - Salvo disposição constitucional em


contrário, as deliberações da Assembleia Legislativa e de
suas Comissões serão tomadas por maioria de votos,
presente a maioria absoluta de seus membros

A maioria absoluta corresponde a 48 presentes


Artigo 10, §2º - O voto será público.

b. nas sessões exclusivamente de debates , pelo menos 1/8 de seus membros

Nessas sessões não há deliberação, mas apenas debates



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7 - DO PODER LEGISLATIVO - 3
7 - DO PODER LEGISLATIVO - 3

Das Comissões da ALESP

São organismos constituídos na ALESP, com número restrito


A. Definição
de membros, cujo objetivo é estudar e examinar proposições e
emitir pareceres relacionados à sua área de atuação

B. Da Previsão da CE-SP

Artigo 13 - A Assembleia Legislativa terá Comissões permanentes e


temporárias, na forma e com as atribuições previstas no Regimento Interno.

São organizadas em função da Matéria, geralmente coincidentes com o campo


funcional das Secretarias do Executivo. Não tem prazo de duração
determinado, permanecendo sua existência mesmo após o fim da Legislatura

Permanentes
Exemplo Comissão de Constituição e Justiça

Essas comissões especiais são criadas para apreciar uma matéria


específica , extinguindo-se com o término da legislatura ou
cumprida a finalidade para a qual foram criadas (Pedro Lenza)
Temporárias
Exemplo Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI

C. Regra para a Composição


Artigo 12 - Na constituição da Mesa e das Comissões
das Comissões
assegurar-se-á, tanto quanto possível, a representação proporcional
dos partidos políticos com assento na Assembleia Legislativa.

D. Das Competências Gerais da Comissões

NOÇÕES
GERAIS Artigo 13, §1º - Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

1 - discutir e votar projetos de lei que dispensarem, na forma do Regimento


Interno, a competência do Plenário, salvo se houver, para decisão deste,
requerimento de 1/10 dos membros da Assembleia Legislativa;
2 - convocar Secretário de Estado, sem prejuízo do disposto no artigo 52-A, para prestar
pessoalmente, no prazo de 30 (trinta) dias , informações sobre assunto previamente
determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada;
3 - convocar dirigentes de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, para prestar informações sobre assuntos
de área de sua competência, previamente determinados, no prazo de trinta dias, sujeitando-se,
pelo não comparecimento sem justificação adequada, às penas da lei;
4 - convocar o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do
Estado e o Defensor Público-Geral, para prestar informações a respeito
de assuntos previamente fixados, relacionados com a respectiva área;
5 - acompanhar a execução orçamentária;
6 - realizar audiências públicas dentro ou fora da sede do Poder Legislativo;
7 - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer
pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
8 - velar pela completa adequação dos atos do Poder Executivo que regulamentem dispositivos legais;
9 - tomar o depoimento de autoridade e solicitar o de cidadão;
10 - fiscalizar e apreciar programas de obras, planos estaduais,
regionais e setoriais de desenvolvimento e, sobre eles, emitir parecer;
11 - convocar representantes de empresa resultante de sociedade desestatizada e representantes
de empresa prestadora de serviço público concedido ou permitido, para prestar informações
sobre assuntos de sua área de competência, previamente determinados, no prazo de 30 (trinta)
dias, sujeitando-se, pelo não comparecimento sem adequada justificação, às penas da lei.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

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8 - DO PODER LEGISLATIVO - 4
8 - DO PODER LEGISLATIVO - 4

1. Regras Específicas sobre as CPI


IMPORTANTÍSSIMO

Art. 13, § 2º - Às comissões parlamentares de inquérito aplica-se o seguinte:

são criadas mediante requerimento de 1/3 dos membros dos Deputados


STF MS 24.831 - Por ser uma prerrogativa das minorias, o exercício
do direito constitucional à investigação parlamentar NÃO pode ser
comprometido pelo bloco majoritário, por exemplo, no caso de recusa
intencional de indicação de membros para determinada comissão. Ou
seja, a simples apresentação do requerimento de 1/3 dos membros
a. CRIAÇÃO é suficiente para a instauração da CPI (Novelino)
STF - MS 24.831 - Cumpridos os requisitos, a criação da CPI é determinada
no ato mesmo de apresentação do requerimento ao Presidente da Casa
Legislativa, independentemente de deliberação Plenária
STF - ADI 3.619 - O modelo federal de criação e instauração das
comissões parlamentares de inquérito constitui matéria a ser
compulsoriamente observada pelas Casas legislativas estaduais

destinam-se à apuração de fato determinado e por prazo certo;


b. FINALIDADE
O fato não precisa ser ÚNICO, mas todos devem ser determinados

têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros


previstos em lei e no regimento interno da Câmara Legislativa;

c. PODERES
Ver o próximo mapa

suas conclusões, quando for o caso, serão encaminhadas


aos órgãos competentes do Estado para que promovam a
d. DAS CONCLUSÕES responsabilidade civil e criminal de quem de direito.

NOÇÕES
GERAIS 2. Das Comissões Representativas da ALESP

Art. 13, §3º - O Regimento Interno disporá sobre a competência da


Comissão representativa da Assembleia Legislativa que funcionará
durante o recesso, quando não houver convocação extraordinária.

Durante o recesso, como não há funcionamento da ALESP, essa comissão representa a


Casa. Caso haja convocação extraordinária, a MESA da ALESP reassumi a direção da Casa

3. Do Conselho de Defesa das Prerrogativas Parlamentares

Criado pela Resolução ALESP 853/2007, tem por finalidade promover, em


colaboração com a Mesa Diretora, a defesa do Poder Legislativo, seus órgãos e
membros, em especial quando atingidos em sua honra e imagem perante a
a. Da Finalidade sociedade, em razão do exercício do mandato ou das suas funções institucionais

Art. 13, §4º - Aplicam-se ao Conselho de Defesa das Prerrogativas


Parlamentares da Assembleia Legislativa as competências previstas
nos itens 2, 3, 7 e 11 do § 1º deste artigo, para apuração de fatos e
informações estritamente afetos à inobservância ou infringência
b. Das competências das prerrogativas das Deputadas e Deputados.

4. Da Procuradoria da Assembleia Legislativa

Artigo 30 - À Procuradoria da Assembleia Legislativa compete exercer a representação


judicial, a consultoria e o assessoramento técnico-jurídico do Poder Legislativo.

Parágrafo único - Lei de iniciativa da Mesa da Assembleia Legislativa organizará a


Procuradoria da Assembleia Legislativa, observados os princípios e regras pertinentes
da Constituição Federal e desta Constituição, disciplinará sua competência e disporá
sobre o ingresso na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

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ADENDO – COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO – 1
ADENDO I - COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - 1

1. CPI Federais, Estaduais e Municipais

STF - ACO - 730 - Todas as prerrogativas e vedações das CPI


federais são estendidas às CPI estaduais e distritais

Em face da inexistência de Poder Judiciário municipal, NÃO podem ser


atribuídos a uma CPI instaurada na Câmara Municipal poderes de
investigação próprios de autoridade judicial, sob pena ser atribuída ao
Município uma competência que a Constituição não lhe outorga (Novelino)

2. Outras Considerações

a. Controle Judicial A autoridade coatora sempre


será o Presidente da CPI

Uma CPI no âmbito do Congresso Nacional sujeita-se ao controle


judicial, por meio de habeas corpus ou de mandado de segurança ,
diretamente pelo Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, i)

STF - HC 100200 - O fato de o paciente já ter prestado declarações à CPI


NOÇÕES não acarreta prejudicialidade do writ quando ainda existir a possibilidade
GERAIS
de futuras convocações para prestação de novos depoimentos
CUIDADO - STF - MS 25.991 - O mandado de segurança não
é meio hábil para questionar relatório parcial de Comissão
Parlamentar de Inquérito, cujo trabalho, presente o § 3º do
artigo 58 da Constituição Federal, deve ser conclusivo

No âmbito estadual e distrital, o controle será realizado


pelo Tribunal de Justiça do Estado ou do DF

b. Contraditório

Aos depoentes NÃO é assegurado o direito ao contraditório,


haja vista a natureza apenas inquisitória (preparatória) das CPI

c. Prejudicialidade de ações perante o STF

STF - MS 23.852 - A jurisprudência do STF, por regra, determina a


prejudicialidade das ações de mandado de segurança e de habeas
corpus, sempre que as CPI vierem a extinguir-se, em virtude da
conclusão de seus trabalhos investigatórios, independentemente
da aprovação, ou não, de seu relatório final

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ADENDO
ADENDOII–-COMISSÃO
COMISSÃOPARLAMENTAR
PARLAMENTAR DE
DEINQUÉRITO
INQUÉRITO –- 2
2

a. Determinar a quebra de sigilo BANCÁRIO, FISCAL e TELEFÔNICO

STF - MS 25.966 - A quebra de sigilo só será legítimas se for pertinente e imprescindível à investigação,
devidamente fundamentada, limitada no tempo e tomada pela maioria absoluta de seus membros

b. Investigar, simultaneamente, fatos que estejam sendo


investigados pelo Poder Judiciário ou em inquéritos policiais

c. Determinar diligências, perícias e exames que entenderem necessários

Deve ser observado a inviolabilidade domiciliar (art. 5, XII) , uma vez que a busca e apreensão
domiciliar é medida da competência exclusiva do Poder Judiciário (Reserva de Jurisdição)

d. Utilizar-se da polícia judiciária para localizar testemunha cujo endereço seja desconhecido
1. As CPI
podem
Em respeito ao princípio da não-incriminação, essa prerrogativa
NÃO alcança o convocado na condição de investigado

e. Convocar particulares e autoridadades públicas para depor

NÃO pode convocar autoridade judicial para depor a respeito de ato de natureza jurisdicional.
Se o ato for administrativo, a autoridade judiciária poderá ser convocada
HC 80.153 - O privilégio de que gozam determinadas autoridades, de no processo
penal, marcar dia e hora, para serem inquiridas deverá ser observado pelas CPI

CUIADO: As CPI não podem mais obrigar o comparecimento,


sendo facultado à parte o comparecimento ou não à CPI.

f. HC 80.240 - Convocar indígena para depor, desde que na sua


comunidade e na presença de representante da FUNAI e de antropólogo

a. Assuntos de competência privativa do Judiciário - Cláusula de Reserva de Jurisdição

NOÇÕES
i. A INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA (escuta telefônica) é de competência restrita
GERAIS do Poder Judiciário e que somente poderá ser utilizada nos casos de
investigação criminal ou instrução processual penal

ii. Busca e apreensão domiciliar

iii. Decretar a indisponibilidade dos bens, Proibir o afastamento do país


e outras medidas cautelares , como, por exemplo, arresto, sequestro, etc

iv. Determinar qualquer espécie de prisão, ressalvada a prisão em flagrante

O investigado ou testemunha NÃO podem ser presos em flagrante por falso


testemunho nas hipóteses em que a revelação dos fatos possam incriminá-los

b. Publicidade de atos sigilosos

STF - MS 23.452 - Os dados sigilosos obtidos em razão da investigação não podem ser revelados a outrem
2. As CPI
NÃO c. Investigar fato de interesse público vinculado exclusivamente às atribuições dos
podem Estados e Municípios, quando não há em torno do mesmo fato interesse simultâneo
da União. A competência, nesses casos, é das respectivas Casas legislativas

d. Desrespeitar o direito ao silêncio e ao sigilo profissional

STF - HC 79.589 - O direito ao silêncio alcança o depoente na condição de


investigado ou na condição de testemunha , independentemente da formalização, ou
não, do compromisso de dizer a verdade, sempre que a resposta possa incriminá-lo
STF - HC 79.812 - O privilégio contra a autoincriminação é plenamente invocável perante as CPIs

e. STF - HC 94.082 - Atingir a honra ou a imagem de depoente, o qual


poderá pleitear judicialmente indenização por danos morais ou materiais,
no caso de prejuízo financeiro advindo de sua exposição pública

f. Impedir a presença do advogado do depoente nas reuniões

g. Oferecer denúncia ao Judiciário, Processar, julgar ou condenar


alguém, uma vez que sua competência é apenas investigatória

Suas conclusões, se for o caso, serão encaminhadas ao Ministério Público,


para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores

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99 -- PODER LEGISLATIVO
PODER LEGISLATIVO - 5- 5

O Estatuto dos Deputados é o conjunto de normas que instituem prerrogativas e


1. Definição proibições aos parlamentares com a finalidade de assegurar a liberdade no exercício
do mandato. Algumas dessas prerrogativas são denominadas IMUNIDADES

2. Das Imunidades

a. NÃO se tratam de privilégios pessoais, mas,


sim, garantias decorrentes do cargo ocupado
b. Garantem a independência do Poder Legislativo frente aos outros poderes
c. Fortalecem a Democracia e o Pluralismo Político
A. Características
d. São IRRENUNCIÁVEIS por parte do parlamentar, uma vez que se referem à
relevância do cargo exercido (ratione muneris) e não à pessoa que o ocupa
e. NÃO são estendidas aos suplentes, salvo se estiverem no exercício do mandato

Garantem que os parlamentares não sejam responsabilizados civil


ou penalmente por quaisquer de suas palavras, opiniões e votos
a. Materiais proferidos no exercício do mandato ou em razão dele

i. Em relação à prisão

O parlamentar, desde a expedição do diploma, só poderá ser preso em flagrante de


crime inafiançável ou após trânsito em julgado de decisão penal condenatória

ii. Em relação ao prosseguimento de processo instaurado contra parlamentar

B. Tipos Recebida pelo Judiciário a denúncia contra o parlamentar por crime


ocorrido após sua diplomação, a Casa respectiva receberá uma
b. Formais comunicação deste órgão e poderá, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros , suspender
a tramitação do processo enquanto durar o mandato do parlamentar
NOÇÕES
GERAIS iii. Foro por prerrogativa de função

É a garantia assegurada pela Constituição Federal de os parlamentares


serem julgados pelo Tribunal de Justiça quando da prática de crimes
comuns praticados durante o mandato e em razão dele

i. Senadores, Deputados Federais, Estaduais e Distritais

A imunidade é garantida em todo o território nacional em relação às


palavras, opiniões e votos relacionados com o exercício do mandato
a. Materiais
ii. Vereadores

A imunidade só é garantida dentro do território do seu Município

i. Senadores, Deputados Federais, Estaduais e Distritais

A imunidade é garantida, mas, como veremos


adiante, há mitigações na jurisprudência do STF
C. Dos
parlamentares ii. Vereadores
beneficiados com
as Imunidades Em relação à Prisão e ao prosseguimento do processo

STF - HC 94.059 - Os VEREADORES não gozam dessas imunidades.


b. Formais
Em relação ao Foro por prerrogativa de função

Novidade 2019 STF ADI 2.553 - A CF não prevê prerrogativa de foro para
vereadores. A prerrogativa de foro é uma excepcionalidade e a
Constituição Federal já excepcionou, também nos estados, as
autoridades dos três Poderes com direito a essa prerrogativa. Foi
Mudança de entendimento
afastada a interpretação de que o artigo 125, parágrafo 1º, da
Constituição Federal permitiria aos estados estabelecer,
 livremente ou por simetria com a União, prerrogativas de foro.

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10 - PODER LEGISLATIVO - 6
10 - PODER LEGISLATIVO - 6


Da Imunidade Material, Real ou Substantiva


(Inviolabilidades dos Parlamentares)

a. Da Previsão na CE

Art. 14, caput - Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e


penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos

b. Características

Essa imunidade impede que os parlamentares, NO EXERCÍCIO DO


MANDATO, sejam incriminados civil, penal ou administrativamente pelo
"crimes de opinião" ou de "palavra", tais como Calúnia, Difamação, Injúria.
Essa imunidade persistirá em relação àqueles fatos mesmo após o término do
mandato. Ou seja, ele não responderá, após o término do mandato por
aqueles atos que estavam protegidos pela imunidade durante o mandato

STF – Inq 2.273 - A imunidade Penal é causa EXCLUDENTE DA TIPICIDADE


(Fato típico). Ou seja, sua conduta NÃO é tipificada como crime
NOÇÕES
GERAIS c. Da abrangência da Imunidade

O STF vem reduzindo o alcance dessa imunidade, não permitindo que ela seja
utilizada para acorbertar a prática deliberada de crimes ou insultos irrazoados

STF - HC 115.397 - O mandato parlamentar não implica, por si só,


imunidade. Há de apreciar-se o nexo entre as ideias expressadas e
as atribuições próprias à representação do povo brasileiro.
STF Pet 5.714 AgR - A imunidade parlamentar não contempla ofensas
pessoais, via achincalhamentos ou licenciosidade da fala . Garante,
contudo, modelo de expressão não protocolar, ou mesmo desabrido,
em manifestações muitas vezes ácidas, jocosas, mordazes, ou até
impiedosas, em que o vernáculo contundente, ainda que acaso
deplorável no patamar de respeito mútuo a que se aspira em uma
sociedade civilizada, embala a exposição do ponto de vista do orador
STF Pet 5.705 - A imunidade parlamentar material, estabelecida para fins de
proteção republicana ao livre exercício do mandato, NÃO confere aos
parlamentares o direito de empregar expediente fraudulento, artificioso
ou ardiloso, voltado a alterar a verdade da informação, com o fim de
desqualificar ou imputar fato desonroso à reputação de terceiros.

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11 - PODER LEGISLATIVO - 7
11 - PODER LEGISLATIVO - 7

Da Imunidade Material, Real ou Substantiva (Inviolabilidades dos Parlamentares)

A. Da abrangência da Imunidade

a. Atos praticados dentro da Casa Legislativa

i. Regra

STF - Pet 3.686 - Qualquer manifestação dentro dos recintos das Casas
Legislativas tem PRESUNÇÃO ABSOLUTA de pertinência com o
exercício do Mandato, sendo amparado com a Imunidade. Desnecessário,
nesse caso, perquirir sobre a pertinência entre o teor das afirmações
supostamente contumeliosas e o exercício do mandato parlamentar

ii. Exceção

STF Pet 5.243 - Mudança de entendimento - Caso Jair Bolsonaro x Maria do


Rosário - O fato de o parlamentar estar em seu gabinete no momento em
que concedeu a entrevista é fato meramente acidental, já que não foi ali
que se tornaram públicas as ofensas, mas sim através da imprensa e da
internet. A Corte entendeu que como a ofensa se deu em entrevista divulgada
na imprensa, equipara-se essa manifestação a um ato externo à Casa e que, no
caso, a fala do Deputado não tinha, na visão da Corte, relação com o mandato
NOÇÕES
GERAIS
b. Atos praticados fora da Casa Legislativa

i. Regra

STF Pet 5.243 - Os atos praticados em local distinto escapam à proteção da


imunidade, quando as manifestações não guardem pertinência, por um nexo
de causalidade, com o desempenho das funções do mandato parlamentar

ii. Exceção

STF Pet 5.243 - As manifestações realizadas fora do Congresso só


serão amparadas pela imunidade se forem realizadas no desempenho
do Mandato (in officio) ou em razão do mesmo (propter officium)
STF – RE 210.917 - A garantia constitucional da imunidade parlamentar material
também estende o seu manto protetor (1) às entrevistas jornalísticas, (2) à
transmissão, para a imprensa, do conteúdo de pronunciamentos ou de relatórios
produzidos nas Casas Legislativas (3) manifestações em redes sociais

B. Da quebra de decoro parlamentar

Apesar de não responder civil e penalmente, o parlamentar poderá


responder politicamente perante sua Casa Legislativa por QUEBRA DE
DECORO PARLAMENTAR, podendo, inclusive, sofrer a cassação do mandato


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12 - PODER LEGISLATIVO - 8
12 - PODER LEGISLATIVO - 8

Imunidade Formal em relação à Prisão

Art. 14, §2º - Desde a expedição do diploma , os membros da Assembleia


Legislativa não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.
Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Assembleia Legislativa,
para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão

A. Previsão na CE O diploma é o documento expedido pela Justiça Eleitoral que reconhece a


validade de sua eleição, sem o qual não poderá tomar posse no seu cargo

B. Objeto da Imunidade

a. Regra O Parlamentar, desde a expedição do Diploma, NÃO poderá ser preso

b. Exceções - Hipóteses em que a prisão do Parlamentar é possível

i. Flagrante de crime inafiançável

Não é possível a prisão preventiva ou temporária de Deputado Estadual,


Deputado Federal ou Senador porque a única prisão cautelar que o art.
I. Considerações 53, § 2º da CF/88 admite é a prisão em flagrante de crime inafiançável

II. Dos procedimentos a serem observados com a prisão em flagrante

Os autos serão remetidos dentro de 24 (vinte e quatro) horas à Casa respectiva

NOÇÕES O voto NÃO é mais SECRETO, como era antes da EC 35/01


GERAIS
A Casa, pelo voto ABERTO da maioria de seus membros, resolverá sobre a prisão

Se a Casa NÃO autorizar a formação de culpa, o Congressista será imediatamente


posto em liberdade, INDEPENDENTEMENTE DA GRAVIDADE DA CONDUTA

Origem no III. Da mesma regra quando da aplicação de outras medidas cautelares


Direito inglês -
Freedom from
arrest STF - ADI 5.526 - O Poder Judiciário dispõe de competência para impor, por
autoridade própria , as medidas cautelares a que se refere o art. 319 do CPP. Caso isso
ocorra, será encaminhada à Casa respectiva, para os fins a que se refere art. 53, § 2º, da
CF, a decisão que houver aplicado medida cautelar sempre que a execução desta
impossibilitar direta ou indiretamente o exercício regular do mandato legislativo

ii. Condenação por sentença penal condenatória transitada em julgado

Essa é a situação em que qualquer pessoa no Brasil pode ser presa

Com a expedição do Diploma, a prisão NÃO poderá mais


C. Dos Crimes praticados ser determinada, senão depois do trânsito em julgado
antes da Diplomação

Após o fim do mandato os Ex- parlamentares perdem essa


prerrogativa, ficando sujeitos a todas as medidas penais, sem
exceção, inclusive prisões temporárias e preventivas

D. O caso dos crimes STF - ADI 1.828-MC - É inconstitucional preceito previsto em


praticados após o Constituição Estadual que outorga a ex-parlamentares a imunidade do
fim do mandato Deputado Estadual à prisão e o seu foro por prerrogativa de função,
por Ex Deputados além de vedar, em relação aos mesmos antigos mandatários, qualquer
restrição de caráter policial quanto à inviolabilidade pessoal e patrimonial

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13 - PODER LEGISLATIVO - 9
 13 - PODER LEGISLATIVO - 9

Imunidade Formal em relação ao Prosseguimento do Processo

A. Previsão na CE

Art. 14, § 3º - Recebida a denúncia contra Deputado, por crime


ocorrido após a diplomação, o Tribunal de Justiça dará ciência
à Assembleia Legislativa que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros,
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação

B. Momento a partir do qual os


congressitas adquirem essa Imunidade

Desde a EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA pela justiça Eleitoral

C. Objeto da Imunidade

a. Se o crime foi cometido ANTES DA DIPLOMAÇÃO ,


NOÇÕES o processo NÃO poderá ser sustado
GERAIS

STF - AC 700-AgR - Isso se aplica, inclusive, em relação aos crimes


cometidos no Mandato Anterior, cujos processos só podem ser
sustados durante a legislatura em que os crimes foram praticados

Antes da decisão proferida na AP 937, os processos


relativos a crimes cometidos antes da Diplomação, por
causa da prerrogativa de foro, eram encaminhados para o
TJ-SP. A partir desta decisão, eles continuam no órgão
originário, já que agora o foro no TJ-SP só se aplica ao fatos
que ocorrerem durante o mandato, e em função do cargo.

b. Se o crime for praticado APÓS A DIPLOMAÇÃO é possível que a


ALESP suste a tramitação do processo contra os Deputados

Hoje, o TJ-SP NÃO precisa de autorização para iniciar o processo


contra os Congressistas. Antes da EC 35/01, para que o TJ-SP pudesse
processar um parlamentar era necessária a autorização da Casa
respectiva - Licença Prévia. No entanto, apesar de não precisar mais
da licença, a tramitação do processo poderá ser sustada pela ALESP


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14 - PODER LEGISLATIVO - 10
 14 - PODER LEGISLATIVO - 10

Imunidade Formal em relação ao Prosseguimento do Processo

Procedimento para sustação conforme previsto na CE

a. Art. 14, § 3º - Do Recebimento da Denúncia pelo TJ-SP

Recebida a denúncia contra Deputado, por crime


ocorrido após a diplomação, o Tribunal de Justiça
dará ciência à Assembleia Legislativa

b. Art. 14, § 3º - Possibilidade de Sustação da Ação

Por iniciativa de partido político nela representado


e pelo voto da maioria de seus membros, poderá,
até a decisão final, sustar o andamento da ação
Só estes possuem legitimidade para, em qualquer prazo, desde
NOÇÕES
GERAIS
que antes da decisão final do TJ-SP, propor a sustação da ação

c. Art. 14, § 4º - Prazo limite para apreciação, pela


Casa, do pedido de sustação do andamento da
ação feito por partido político da Casa

O pedido de sustação será apreciado pela Assembleia


Legislativa no prazo improrrogável de 45 dias do seu
recebimento pela Mesa Diretora

d. Art. 14, § 5º - Influência da sustação


da ação sobre o Prazo Prescricional

A sustação do processo suspende a


prescrição , enquanto durar o mandato

Significa que, findo o MANDATO, o processo, em


regra, será encaminhado para a Justiça Comum e a
prescrição voltará a correr contra os parlamentares


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15 - PODER LEGISLATIVO - 11
15 - PODER LEGISLATIVO - 11

Foro por Prerrogativa de Função no TJ-SP

A. Definição

Consiste na garantia de os parlamentares serem julgados originariamente no


TJ-SP quando da prática de crimes comuns relacionados com o mandato

B. Previsão na CE

Art. 14, § 1º - Os Deputados, desde a expedição do diploma, serão


submetidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça

C. Natureza dos crimes que estão sujeitos ao foro especial

A prerrogativa de foro refere-se, apenas, a causas de natureza penal. Os


congressistas NÃO possuem prerrogativa de foro em relação às ações de
natureza civil. Nestes casos serão julgados na Justiça Comum a ação
popular, a ação de improbidade administrativa, as ações civil públicas, etc

A locução crimes comuns , no entendimento do STF, alcança todas as


modalidades de infrações penais, inclusive os crimes dolosos contra a vida
e alcançando, até mesmo, as próprias contravenções penais (Novelino)

NOÇÕES
GERAIS D. Considerações sobre o período de cometimento do crime

a. Crimes Cometidos antes da Diplomação


IMPORTANTÍSSIMO -
Por analogia se aplica
Não há mais foro para Deputados. Antes da AP 937, os aos Deputados
processos contra essas autoridades "subiam" para o TJ-SP Estaduais, com a
diferença que o foro
b. Desde a DIPLOMAÇÃO até fim do Mandato deles é o TJ-SP

STF AP 937 - Mudança de entendimento do STF em 2017 - Mutação Constitucional


- Deputados Federais e senadores somente devem responder a processos criminais no
STF se os fatos imputados a eles ocorrerem durante o mandato, e em função do
cargo. Nos demais casos, será julgado como qualquer outra pessoa

STF AP 568 - Findo o mandato sem o julgamento pelo STF, os autos serão, em regra
encaminhados à Justiça Comum para prosseguimento da ação. No entanto, se já
tiver sido finalizada a instrução no STF, a competência da Corte será mantida

c. Crimes cometidos após o encerramento do Mandato

STF - Súmula 451 - A competência especial por prerrogativa de função NÃO se


estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional
STF - ADI 1.828-MC - É inconstitucional preceito previsto em Constituição Estadual que
outorga a ex-parlamentares a imunidade do Deputado Estadual à prisão e o seu foro por
prerrogativa de função , além de vedar, em relação aos mesmos antigos mandatários,
qualquer restrição de caráter policial quanto à inviolabilidade pessoal e patrimonial

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16 - PODER LEGISLATIVO - 12
16 - PODER LEGISLATIVO - 12

Regras sobre o Foro por Prerrogativa de Função


(aplicação por analogia no âmbito estadual)

a. Da extensão do foro aos suplentes

STF – Inq (AgR) 2.421 - A prerrogativa de foro conferida aos membros


do Congresso Nacional somente se estenderá ao respectivo suplente
no caso de efetivo exercício da atividade parlamentar . Nesta
hipótese, havendo o retorno do titular do cargo, o suplente perde o
direito de ser investigado, processado e julgado no STF (Novelino)

b. Crimes praticados em concurso com


pessoas que NÃO são congressistas

STF, Inq. 1.107 - Via de regra, devido aos princípios da continência


ou conexão , o corréu será julgado pelo STF juntamente com o
parlamentar, havendo, portanto, atração de foro

NOÇÕES STF - Súmula 704 - NÃO viola as garantias do juiz natural,


GERAIS
da ampla defesa e do devido processo legal a atração por
continência ou conexão do processo do corréu ao foro por
prerrogativa de função de um dos denunciados

NO ENTANTO, se a Casa respectiva suste o processo contra o


congressista, isso NÃO aproveitará ao corréu. Nesse caso, o processo
será desmembrado e o corréu deverá ser julgado pela justiça comum

c. Competência do STF para autorizar diligências contra parlamentares

STF Rcl 511 - O STF, sendo o juiz natural dos membros do


Congresso Nacional nos processos penais condenatórios , é o
único órgão judiciário competente para ordenar toda e qualquer
providência necessária à obtenção de dados probatórios
essenciais à demonstração de alegada prática delituosa, inclusive a
decretação da quebra de sigilo bancário dos congressistas

STF – Pet 3.825 QO/MT - A Polícia Federal NÃO está autorizada a abrir,
sem autorização do STF, inquérito policial para apurar a conduta de
parlamentares federais ou do próprio Presidente da República

STF - Inq 2.411 - A autoridade policial NÃO pode, sequer, indiciar


o agente político sem autorização do foro especial - STF

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17 - PODER LEGISLATIVO - 13
17 - PODER LEGISLATIVO - 13

Outras garantias dos Parlamentares

A. Incorporação às Forças Armadas

Art. 17, § 7º - A incorporação às Forças Armadas de Deputados


e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra,
dependerá de prévia licença da Casa respectiva

B. Da Subsistência das Imunidades durante o Estado de Sítio

Art. 14, § 8º As imunidades de Deputados subsistirão durante o


estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de
2/3 dos membros da Casa respectiva , nos casos de atos
praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
incompatíveis com a execução da medida.

C. Da Desobrigação de testemunhar

NOÇÕES
GERAIS Art.17, § 6º - Os Deputados e Senadores
NÃO serão obrigados a testemunhar sobre :

informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato


As pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações

D. Dos subsídios dos Deputados e da declaração de bens

a. Da fixação dos subsídios

Art. 18 - O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei


de iniciativa da Assembleia Legislativa , na razão de, no
máximo, 75% daquele estabelecido, em espécie, para os
Deputados Federais, observado o que dispõem os artigos 39, §
4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da Constituição Federal

b. Da declaração pública de bens

Art. 18, Parágrafo único - Os Deputados farão declaração


pública de bens, no ato da posse e no término do mandato

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18 - PODER LEGISLATIVO - 14
18 - PODER LEGISLATIVO - 14

1. Dos Afastamentos do Poder Legislativo

A. Da previsão na CF

Art. 17 - Não perderá o mandato o Deputado

Art. 17, § 3º - Nesses casos o Parlamentar poderá


optar pela remuneração do mandato PARLAMENTAR

i. Ministro de Estado
ii. Governador de Território
I - investido no cargo de iii. Secretário de Estado, do Distrito Federal,
de Território, de Prefeitura de Capital
iv. Chefe de missão diplomática temporária

II - licenciado pela respectiva Casa

i. Por motivo de doença


ii. Para tratar, sem remuneração , de interesse particular desde que, neste
caso, o afastamento não ultrapasse 120 dias por sessão legislativa

B. Segundo o STF, a licença parlamentar para ocupar


outros cargos tem as seguintes implicações

NOÇÕES As imunidades material e formais são suspendidas


GERAIS
STF MS - 25.579 - O afastamento para o exercício de cargo no Poder
Executivo NÃO impede a instauração de processo disciplinar devido a quebra
de Decoro Parlamentar. Exige-se que, mesmo afastado do exercício do cargo,
o congressista mantenha o Decoro Parlamentar, sob pena de perda do cargo

2. Dos Suplentes

A. Da convocação dos suplentes

Art. 17, § 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga , de investidura em


funções previstas no inciso I acima ou de licença superior a 120 (cento e vinte) dias.

STF MS 34.777 - Nas hipóteses de renúncia e afastamento de parlamentar,


deve ser empossado no cargo eletivo, como suplente, o candidato mais votado
na lista da coligação, e não do partido a que pertence o parlamentar eleito
STF – Inq. (AgR) 2.453 - As imunidades NÃO são estendidas
aos suplentes, EXCETO quando no efetivo exercício da função,
por exemplo, substituindo Deputado doente

B. Da nova eleição no caso de NÃO haver suplente

Art. 56, § 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente,


far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de
15 (quinze) meses para o término do mandato

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

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19 - PODER LEGISLATIVO - 15
19 - PODER LEGISLATIVO - 15

Das incompatibilidades

a. Definição

São vedações ao exercício de determinadas atividades ou ao exercício


simultâneo de certos cargos, funções ou empregos públicos remunerados com
o objetivo de manter sua independência no exercício da função parlamentar

Os suplentes NÃO se submetem a essas incompatibilidades,


EXCETO quando substituírem o titular do mandato

Art. 16, I e § 2º - Caso desobedeça alguma dessas restrições,


o parlamentar poderá ter seu mandato cassado ou extinto

b. Hipóteses

Art. 16 - Os Deputados NÃO poderão

Incompatibilidade Contratual

a) firmar ou manter contrato, SALVO quando o


contrato obedecer a cláusulas uniformes , com

NOÇÕES i. pessoa jurídica de direito público


GERAIS
ii. autarquia
I - desde a
expedição iii. empresa pública
do diploma
iv. sociedade de economia mista ou
v. empresa concessionária de serviço público

Incompatibilidade Funcional

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado ,


inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum" (cargos em
comissão), nas entidades constantes da alínea anterior

Incompatibilidade Profissional

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa


que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica
de direito público, ou nela exercer função remunerada

Incompatibilidade Funcional

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis


II - desde "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a"
a posse
Incompatibilidade Profissional

c) patrocinar causa em que seja interessada


qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a"

Incompatibilidade Política

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo

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20 - PODER LEGISLATIVO - 16
20 - PODER LEGISLATIVO - 16

Das hipóteses em que o Parlamentar poderá perder o cargo - MAPA 1

Das situações que dependem de decisão da respectiva Casa - Natureza Constitutiva

a. Da previsão na CE

Art. 16 - Perderá o mandato o Deputado

I - que infringir qualquer das incompatibilidades estabelecidas no artigo anterior

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar

Art. 16, § 1º - É incompatível com o decoro parlamentar ,


além dos casos definidos no regimento interno

i. o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional


ii. a percepção de vantagens indevidas
STF MS 24.458 - O Supremo Tribunal Federal entende que a Constituição consagra o
princípio da unidade da legislatura , segundo o qual, uma vez encerrada a legislatura,
pelo transcurso do período de quatro anos, encerram-se automaticamente os
processos e trabalhos realizados durante sua vigência. Com isso, as Comissões
Parlamentares de Inquérito instauradas em dada legislatura automaticamente são
extintas ao se atingir seu termo final. Do mesmo modo, os projetos de lei em trâmite
na Casa devem ser arquivados ao final da legislatura, salvo aqueles especificamente
NOÇÕES ressalvados no regimento interno da Casa, que não são afetados pelo transcurso do
GERAIS quadriênio legislativo. Entretanto, o princípio em apreço não impede a instauração
de processo administrativo-disciplinar, com vistas à cassação do mandato
parlamentar, em virtude de falta de decoro parlamentar praticada na legislatura
anterior. Desse modo, estará sujeito a processo disciplinar, do qual poderá resultar a
perda do mandato atual, aquele que já era titular de mandato na legislatura
antecedente e nela se conduziu de forma contrária ao decoro parlamentar.
STF - MS 25579 - O parlamentar, investido temporária e precariamente no
cargo de Ministro de Estado, por não ter perdido a condição de
parlamentar, sujeita-se a processo disciplinar perante a respectiva casa
legislativas se praticar ato que configure quebra de decoro parlamentar
STF - MS 25.647 - Por tratar-se de ato disciplinar de competência privativa da Casa
Legislativa respectiva (interna corporis), NÃO competirá ao Poder Judiciário decidir
sobre o mérito da tipicidade da conduta do parlamentar nas previsões regimentais
caracterizadoras da falta de decoro parlamentar ou mesmo sobre o acerto da decisão,
desde que garantido o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado

STF AP 996 - A perda do mandato nos casos de condenação criminal transitada em


julgado, em se tratando de deputados e senadores, regrada pelo art. 55, § 2º, da Lei Maior,
não é automática. Depende de decisão da respectiva Casa, nos termos do art. 55, § 2º

b. Procedimento para CASSAÇÃO do mandato

Art. 16, § 2º Nesses casos , a perda do mandato será decidida pela Assembleia Legislativa,
por votação nominal e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou
de partido político representado no Legislativo , assegurada ampla defesa.

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21 - PODER LEGISLATIVO - 17

21 - PODER LEGISLATIVO - 17

1. Das hipóteses em que o Parlamentar poderá perder o cargo - MAPA 2

Das situações que dependem de declaração


da respectiva Casa - Natureza Declaratória

a. Da previsão na CE

Art. 16 - Perderá o mandato o Deputado

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa,


à terça-parte (1/3) das sessões ordinárias, salvo licença
ou missão autorizada pela Assembleia Legislativa

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral,


nos casos previstos nesta Constituição
NOÇÕES
GERAIS b. Procedimento para EXTINÇÃO do mandato

Art. 16, § 3º - A perda será declarada pela Mesa , de ofício ou mediante


provocação de qualquer dos membros da Assembleia Legislativa ou de
partido político nela representado , assegurada ampla defesa

2. Da renúncia do cargo por parlamentar submetido a processo que vise ou


possa levá-lo à perda do mandato - Previsão na Constituição Federal

Art. 55, § 4º - A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa


levar à perda do mandato terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais

A renúncia fica sujeita à condição suspensiva , só produzindo efeitos se a decisão


final NÃO concluir pela perda do mandato (Art. 1º, Decreto Legislativo n. 16/1994)
LC 64/1990 - Art. 1º, I, b - Se o membro do Congresso perder o mandato por
infringência dos incisos I e II do art. 55 da CF, ficará inelegível para as eleições
que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual
foram eleitos e nos 8 anos subseqüentes ao término da legislatura

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22 - PODER LEGISLATIVO - 18
22 - PODER LEGISLATIVO - 18

Das competências da ALESP que serão tratadas por Lei e


que, portanto, dependem da Sanção do Governador

Artigo 19 - Compete à Assembleia Legislativa, com a


sanção do Governador, dispor sobre todas as matérias
de competência do Estado, e especialmente sobre:

I - sistema tributário estadual, instituição de impostos,


taxas, contribuições de melhoria e contribuição social;

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento


anual, operações de crédito, dívida pública e empréstimos
externos, a qualquer título, pelo Poder Executivo;

III - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e


funções públicas, observado o que estabelece o artigo 47, XIX, “b”

Art. 47 - Compete privativamente ao Governador

Esse é o Decreto Autônomo


NOÇÕES
GERAIS XIX - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração


estadual, quando não implicar aumento de despesa,
nem criação ou extinção de órgãos públicos
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos

IV - autorização para a alienação de bens imóveis do Estado ou


a cessão de direitos reais a eles relativos, bem como o
recebimento, pelo Estado, de doações com encargo, não se
considerando como tal a simples destinação específica do bem;

V - autorização para cessão ou para concessão de uso de bens


imóveis do Estado para particulares, dispensado o consentimento
nos casos de permissão e autorização de uso, outorgada a título
precário, para atendimento de sua destinação específica;

VI - criação e extinção de Secretarias de


Estado e órgãos da administração pública

VII - bens do domínio do Estado e proteção do patrimônio público;

VIII - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público,


da Defensoria Pública e da Procuradoria Geral do Estado;

IX - normas de direito financeiro

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

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23 - PODER LEGISLATIVO - 19
23 - PODER LEGISLATIVO - 19

Das competências exclusivas da ALESP que serão tratadas


por Decreto Legislativo ou Resolução e que, portanto,
independem da Sanção do Governador (Artigo 20)

I - eleger a Mesa e constituir as Comissões;

II - elaborar seu Regimento Interno;

III - dispor sobre a organização de sua Secretaria, funcionamento, polícia,


criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus
serviços e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

IV - dar posse ao Governador e ao Vice-Governador eleitos e


conceder-lhes licença para ausentar-se do Estado, por mais de 15 dias;

V - apresentar projeto de lei para fixar, para cada exercício


financeiro, os subsídios do Governador, do Vice-Governador,
dos Secretários de Estado e dos Deputados Estaduais;

VI - tomar e julgar, anualmente , as contas prestadas pela Mesa da


Assembleia Legislativa, pelo Governador e pelo Presidente do Tribunal de
Justiça, respectivamente, do Poder Legislativo, do Poder Executivo e do Poder
Judiciário, e apreciar os relatórios sobre a execução dos Planos de Governo;
NOÇÕES
GERAIS
STF ADI 849 - Na verdade quem julga as contas da
Mesa da ALESP é o Tribunal de Contas do Estado

XXVI - apreciar, anualmente, as contas do Tribunal de Contas.

VII - decidir, quando for o caso, sobre intervenção estadual em Município;

VIII - autorizar o Governador a efetuar ou contrair


empréstimos, salvo com Município do Estado, suas
entidades descentralizadas e órgãos ou entidades federais;

IX - sustar os atos normativos do Poder Executivo


que exorbitem do poder regulamentar;

X - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo,


inclusive os da administração descentralizada;

XI - escolher dois terços (4 membros) dos membros do Tribunal


de Contas do Estado, após arguição em sessão pública

XII - aprovar previamente, após argüição em sessão pública, a


escolha dos titulares dos cargos de Conselheiros do Tribunal de
Contas, indicados pelo Governador do Estado (3 membros);

XIII - suspender, no todo ou em parte, a execução de lei ou ato normativo


declarado inconstitucional em decisão irrecorrível do Tribunal de Justiça;

Continua no próximo mapa

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

29
24
24- -PODER
PODER LEGISLATIVO - 20
LEGISLATIVO - 20

Das competências exclusivas da ALESP que serão tratadas


por Decreto Legislativo ou Resolução e que, portanto,
independem da Sanção do Governador (Artigo 20)

XIV - convocar Secretários de Estado, dirigentes, diretores e


Superintendentes de órgãos da administração pública indireta e fundacional
e Reitores das universidades públicas estaduais para prestar, pessoalmente,
informações sobre assuntos previamente determinados, no prazo de trinta
dias, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificativa;

XV - convocar o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado e o Defensor


Público- Geral, para prestar informações sobre assuntos previamente determinados, no
prazo de 30 dias , sujeitando-se às penas da lei, na ausência sem justificativa;

XVI - requisitar informações dos Secretários de Estado, dirigentes, diretores e


superintendentes de órgãos da administração pública indireta e fundacional, do
Procurador-Geral de Justiça, dos Reitores das universidades públicas estaduais e dos
diretores de Agência Reguladora sobre assunto relacionado com sua pasta ou
instituição, importando crime de responsabilidade não só a recusa ou o não
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como o fornecimento de informações falsas

XVII - declarar a perda do mandato do Governador;

XVIII - autorizar referendo e convocar plebiscito,


exceto nos casos previstos nesta Constituição;
NOÇÕES
GERAIS XIX - autorizar ou aprovar convênios, acordos ou contratos de que
resultem para o Estado encargos não previstos na lei orçamentária;

XX - mudar temporariamente sua sede;

XXI - zelar pela preservação de sua competência legislativa


em face da atribuição normativa de outros Poderes;

XXII - solicitar intervenção federal, se necessário,


para assegurar o livre exercício de suas funções;

XXIII - destituir o Procurador-Geral de Justiça, por


deliberação da maioria absoluta de seus membros;

XXIV - solicitar ao Governador, na forma do Regimento Interno, informações


sobre atos de sua competência privativa, bem como ao Presidente do Tribunal
de Justiça, informações de natureza eminentemente administrativa

XXV - receber a denúncia e promover o respectivo processo, no caso de crime


de responsabilidade do Governador do Estado - Dispositivo Inconstitucional

STF - SV 46 - A definição dos crimes de responsabilidade e o


estabelecimento das respectivas normas de processo e
julgamento são da competência legislativa privativa da União.
A Lei do Impeacheament (1.079/50) define que o órgão que julgará
o Governador por crime de responsabilidade é um tribunal especial
composto por Deputados e Desembargadores. Lembre-se, por
outro lado, que o foro do Governador no crime comum é no STJ

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

30
QUESTÕES DE PROVA – MAPAS 5 A 24 05. (FCC/2012) Considere a seguinte situação hipoté-
tica: João foi eleito membro da Mesa da Assem-
02. (VUNESP/2018) Considerando o disposto na bleia Legislativa do Estado de São Paulo para o
Constituição do Estado de São Paulo, assinale biênio 2010/2011. Ao final do exercício, João pre-
a alternativa correta a respeito da inviolabili- tendeu sua recondução ao mesmo cargo na elei-
dade dos Deputados Estaduais. ção imediatamente subsequente. Nos termos da
Constituição do Estado de São Paulo, é
(A) Os Deputados são invioláveis por quais-
quer de suas opiniões, palavras e votos, (A) permitida, em qualquer hipótese, a recon-
exceto no âmbito penal. dução para o mesmo cargo.
(B) Os Deputados, desde a expedição do diplo- (B) permitida apenas uma recondução para o
ma, serão submetidos a julgamento peran- mesmo cargo, desde que na eleição ime-
te o Superior Tribunal de Justiça. diatamente subsequente.
(C) Os Deputados não serão obrigados a tes- (C) vedada a recondução para o mesmo car-
temunhar sobre informações recebidas ou go em qualquer hipótese, e não apenas na
prestadas em razão do exercício do mandato. eleição imediatamente subsequente.
(D) Desde a eleição, os membros da Assem- (D) permitida, por duas vezes subsequentes, a
bleia Legislativa não poderão ser presos, recondução para o mesmo cargo.
salvo em flagrante de crime inafiançável. (E) vedada a recondução para o mesmo cargo
(E) As imunidades dos Deputados não subsis- na eleição imediatamente subsequente.
tirão durante o Estado de Sítio ou em caso
de decretação de calamidade pública. 06. (FCC/2012) Conforme dispõe a Constituição do
Estado de São Paulo, a Assembleia Legislativa
03. (FCC/2012) Determinada Comissão da Assem- funcionará em sessões públicas, presente, nas
bleia Legislativa do Estado de São Paulo con- sessões deliberativas, pelo menos
vocou Secretário de Estado para prestar pes-
soalmente, no prazo de trinta dias, informações (A) um quinto de seus membros e, nas sessões
sobre assunto previamente determinado. Con- exclusivamente de debates, pelo menos
soante previsto na Constituição do Estado de um décimo de seus membros.
São Paulo, a ausência injustificada do Secretário (B) um quinto de seus membros e, nas sessões
exclusivamente de debates, pelo menos
(A) importará infração disciplinar passível de um oitavo de seus membros.
suspensão de até quinze dias. (C) um quarto de seus membros e, nas sessões
(B) importará crime de responsabilidade. exclusivamente de debates, pelo menos
(C) importará crime comum. um oitavo de seus membros.
(D) não acarretará qualquer consequência. (D) metade de seus membros e, nas sessões
(E) importará contravenção penal. exclusivamente de debates, pelo menos
um décimo de seus membros.
04. (FCC/2012) Nos termos da Constituição do Es- (E) um quarto de seus membros e, nas sessões
tado de São Paulo, no que concerne às Comis- exclusivamente de debates, pelo menos
sões Parlamentares de Inquérito, é INCORRETO um décimo de seus membros.
afirmar que
07. (FCC/2012) Nos termos da Constituição do Es-
(A) serão criadas mediante requerimento de um tado de São Paulo, com relação ao Poder Legis-
quinto dos membros da Assembleia Legislativa. lativo, é correto afirmar que
(B) terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros pre- (A) na sessão legislativa extraordinária, não se
vistos no Regimento Interno. admite que a Assembleia Legislativa delibe-
(C) se destinam à apuração de fato determinado. re sobre tema diverso do qual foi convocada.
(D) serão criadas por prazo certo. (B) o Poder Legislativo é exercido pela Assem-
(E) terão suas conclusões, quando for o caso, bleia Legislativa, constituída de Deputados,
encaminhadas aos órgãos competentes do eleitos e investidos na forma da legislação
Estado para que promovam a responsabili- federal, para uma legislatura de oito anos.
dade civil e criminal de quem de direito. (C) a convocação extraordinária da Assembleia
Legislativa poderá ser feita pelo Governa-
dor tão somente em caso de urgência.

31
(D) a Assembleia Legislativa reunir-se-á, em competência, previamente determinados,
sessão legislativa anual, independente- no prazo de quinze dias, sujeitando-se,
mente de convocação, de 1° de fevereiro a 30 pelo não comparecimento sem justificação
de junho e de 1° de agosto a 15 de dezembro. adequada, às penas da lei.
(E) salvo disposição constitucional em contrá- (D) convocar o Defensor Público Geral para
rio, as deliberações da Assembleia Legis- prestar informações a respeito de assuntos
lativa e de suas Comissões serão tomadas relacionados com a respectiva área, sendo
por maioria de votos, presente a maioria dispensável que sejam previamente fixados.
relativa de seus membros. (E) convocar representantes de empresa re-
sultante de sociedade desestatizada para
08. (FCC/2012) Nos termos da Constituição do Es- prestar informações sobre assuntos de
tado de São Paulo, a Assembleia Legislativa sua área de competência, previamente de-
terá Comissões permanentes e temporárias, terminados, no prazo de quinze dias, sujei-
na forma e com atribuições previstas no Regi- tando-se, pelo não comparecimento sem
mento Interno. Às comissões, em razão da ma- adequada justificação, às penas da lei.
téria de sua competência, cabe:
10. (FCC/2013) Camila, Sofia e Expedito são De-
I – acompanhar execução orçamentária. putados da Assembleia Legislativa do Estado
II – realizar audiências públicas dentro ou fora de São Paulo. Camila foi investida na função
da sede do Poder Legislativo. de Ministra de Estado; Sofia foi investida na
III – Iconvocar o Defensor Público Geral, para função de Secretária de Estado e Expedito foi
prestar informações a respeito de assuntos investido na função de Prefeito da capital do
previamente fixados, relacionados com a Estado de São Paulo. Nestes casos, segundo a
respectiva área. Constituição do Estado de São Paulo,
IV – fiscalizar e apreciar programas de obras,
planos estaduais, regionais e setoriais de de- (A) somente Expedito, perderá o mandato
senvolvimento e, sobre eles, emitir parecer. de Deputado.
(B) Camila, Sofia e Expedito, perderão o man-
Está correto o que se afirma em dato de Deputado.
(C) Camila, Sofia e Expedito, não perderão o
(A) I e II, apenas. mandato de Deputado.
(B) I, III e IV, apenas. (D) somente Sofia perderá o mandato de Deputada.
(C) I, II, III e IV. (E) somente Camila e Expedito, perderão o
(D) III, apenas. mandato de Deputado.
(E) II e IV, apenas
11. (FCC/2013) Com relação à Organização do Po-
09. (FCC/2010) Em atenção à Constituição do Esta- der Legislativo, considere:
do de São Paulo, a Assembleia Legislativa terá
Comissões permanentes e temporárias, na for- I – A Assembleia Legislativa funcionará em ses-
ma e com as atribuições previstas no Regimen- sões públicas, presente, nas sessões delibera-
to Interno, sendo que às comissões, em razão tivas, pelo menos um quarto de seus membros
da matéria de sua competência, cabe e, nas sessões exclusivamente de debates,
pelo menos um oitavo de seus membros.
(A) discutir e votar projetos de lei que dispensa- II – Os membros da Mesa e seus substitutos serão
rem, na forma do Regimento Interno, a com- eleitos para um mandato de dois anos, sendo
petência do Plenário, salvo se houver, para que a eleição far-se-á, em primeiro escrutínio,
decisão deste, requerimento de um décimo pela maioria absoluta da Assembleia Legislativa.
dos membros da Assembleia Legislativa. III – ISalvo disposição constitucional em contrá-
(B) convocar Secretário de Estado para prestar rio, as deliberações da Assembleia Legislati-
pessoalmente, no prazo de quinze dias, infor- va e de suas Comissões serão tomadas por
mações sobre assunto previamente determi- maioria de votos, presente a maioria absolu-
nado, importando crime de responsabilidade ta de seus membros.
a ausência sem justificação adequada. IV – É vedada a existência de Comissões Temporá-
(C) convocar dirigentes de fundações insti- rias na Assembleia Legislativa, sendo prevista
tuídas pelo Poder Público para prestar in-
formações sobre assuntos de área de sua

32
constitucionalmente somente a existência de
Comissões Permanentes, na forma e com as
atribuições previstas no Regimento Interno.

Nos termos da Constituição do Estado de São


Paulo é correto o que se afirma APENAS em

(A) I, II e III.
(B) I e IV.
(C) II e III.
(D) I e II.
(E) III e IV.

12. (FCC/2010) Compete, exclusivamente, à As-


sembleia Legislativa do Estado de São Paulo a
iniciativa de leis que disponham, dentre outras
matérias, sobre

(A) criação, incorporação, fusão e desmem-


bramento de Municípios; e sobre regras de
criação, organização e supressão de distri-
tos nos Municípios.
(B) criação e extinção de cargos, funções ou
empregos públicos na administração direta
e autárquica, bem como sobre a fixação da
respectiva remuneração.
(C) regime jurídico, provimento de cargos, es-
tabilidade e aposentadoria dos servidores
públicos do Estado.
(D) criação, alteração ou supressão de cartó-
rios notariais e de registros públicos.
(E) regime jurídico, provimento de cargos, pro-
moções, estabilidade, remuneração, refor-
ma e transferência para inatividade de mi-
litares, bem como fixação ou alteração do
efetivo da Polícia Militar.

33
25
25--DO
DOPROCESSO
PROCESSOLEGISLATIVO -1 -1
LEGISLATIVO

O processo legislativo consiste nas regras procedimentais,


1. Da Definição de constitucionalmente previstas, para a elaboração das espécies
Processo Legislativo normativas , regras estas a serem criteriosamente observadas
pelos “atores” envolvidos no processo (Pedro Lenza)

O Poder Legislativo NÃO detém o monopólio da função normativa das


normas primarias (normas com força de lei previstas expressamente
2. Das normas
da CF) , pois existem outras destas fontes normativas que são criadas
primárias
diretamente sem a intervenção do Poder Legislativa, tais como os
Decretos Autônomos, os Regimentos Internos dos tribunais, dentre outras

3. Do objeto do Processo Legislativo do Estado de SP

Artigo 21 - O processo legislativo compreende a elaboração de:

Por meio dessa normas realizam-se as alterações na Constituição


I - emendas à Federal, devendo-se sempre observar as limitações ao poder de reforma
Constituição

Essas leis são utilizadas para disciplinar os assuntos para os quais a CE


expressamente exige a criação dessa norma. Fundamentalmente a Lei Complementar
terá o mesmo Processo Legislativo de uma Lei Ordinária, com a diferença que deverá
ser aprovada pela MAIORIA ABSOLUTA dos membros de cada Casa, ao passo que a
Lei Ordinária poderá ser aprovada pela MAIORIA SIMPLES (RELATIVA)

NÃO há hierarquia entre as Lei Complementares e Ordinárias. As


hipóteses de regulamentação por meio de lei complementar
NOÇÕES estão taxativamente previstas na Constituição Estadual
II - leis
GERAIS
complementares Embora leis complementares não sejam consideradas inconstitucionais pelo
simples fato de veicularem matéria reservada a leis ordinárias, os dispositivos
desse tipo de lei que não tratem de assunto próprio de lei complementar
ficam sujeitos a modificações posteriores promovidas por lei ordinária

São as normas criadas conjuntamente pelos Poderes Legislativo e Executivo.


O primeiro atuará na discussão e votação dos projetos de lei que lhe forem
apresentados e o segundo sancionando ou vetando esses projetos
III - leis ordinárias

O decreto legislativo é espécie normativa primária, de hierarquia legal, integrante do processo


IV - decretos legislativo, privativa da ALESP, para o trato de matérias de sua competência exclusiva.
legislativos

São normas expedidas pela ALESP para tratar, geralmente, de assuntos de interesse
interno. Por exemplo, o Regimento da ALESP é uma Resolução da ALESP
Artigo 27 - O Regimento Interno da Assembleia Legislativa disciplinará os casos de
V - resoluções. decreto legislativo e de resolução cuja elaboração, redação, alteração e consolidação
serão feitas com observância das mesmas normas técnicas relativas às leis.

4. Da possibilidade de os Estados terem Medidas Provisórias e Leis Delegadas

STF ADI 2.391 - É possível a existência de MP estadual ou Lei Delegada Estadual , desde que haja
previsão no texto da constituição estadual e desde que sejam observados os princípios e limitações
impostos pela CF. Também, de acordo com a Corte, é possível a existência de MP municipal , desde que
prevista a possibilidade expressamente na Constituição do Estado e na Lei Orgânica do Município

5. Da observância obrigatória das regras do Processo Legislativo Federal no âmbito Estadual

STF - RE 583.231 - (...) é pacífico o entendimento de que as regras básicas do


processo legislativo da União são de observância obrigatória pelos Estados, por sua
implicação com o princípio fundamental da separação e independência dos Poderes

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26 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 2
26 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 2
1. Da classificação do Processo Legislativo

A lei é elaborada pelo próprio governante, sem


a. Autocrático participação popular de qualquer tipo

b. Direto O próprio povo, diretamente, realiza a discussão e votação das leis


A. Quanto às formas de
organização política
Os cidadãos escolhem representantes e lhes conferem
c. Indireta ou poderes para a elaboração das espécies normativas,
Adotado no Brasil
Representativa obedecendo o procedimento previsto na Constituição

Destina-se à elaboração das Leis Ordinárias. Neste caso NÃO há prazos rígidos para
a conclusão das diversas fases que o compõem, sendo, portanto, o mais extenso
dos tipos de Processo legislativo. Este será o primeiro a ser estudado por ser o mais
a. Ordinário complexo. Depois os demais processos para a criação das demais normas

Neste caso, seguem-se as mesmas regras do processo ordinário, com a diferença


b. Sumário que existem prazos para que a Casa legislativa delibere sobre o assunto
B. Quanto ao
rito e prazos Dispensa a apreciação do projeto de lei ordinária pelo Plenário da Câmara ou do
c. Abreviado Senado, considerando-se aprovado se for aceito pelas Comissões de cada Casa.

Esse tipo de procedimento é o utilizado para a elaboração das


demais espécies normativas, tais como Emendas à Constituição,
d. Especiais Leis Complementares Medidas Provisórias, leis Delegadas, etc

É a competência outorgada a determinada autoridade ou órgão para a


apresentação de projeto de lei sobre matérias diversas. Essa
competência é atribuída pelo texto constitucional ao Governador, aos
Deputados, às Comissões da ALESP e ao cidadãos por meio de
iniciativa popular . Importante é destacar que essa iniciativa NÃO É
IRRESTRITA, pois há na CF assuntos cujo iniciativa só poderá ser
a. Geral exercida por determinados órgãos ou autoridades (Iniciativa Privativa)
NOÇÕES
GERAIS Algumas leis são de iniciativa privativa de determinadas pessoas, só
b. Privativa podendo o processo legislativo ser deflagrado por elas, sob pena de
(Reservada se configurar vício formal de iniciativa, caracterizador da
A. Iniciativa ou Exclusiva) inconstitucionalidade do referido ato normativo. É INDELEGÁVEL

A Constituição exigie que um determinado projeto de lei seja


apresentado em um prazo determinada. É o que ocorre, por
exemplo, com os projetos de leis que instituem o plano
c. Vinculada plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais

Caracteriza-se como uma forma direta de exercício do poder sem o


intermédio de representantes, através de apresentação de projeto
2. Fases do d. Popular de lei, dando-se início ao processo legislativo de formação da lei
Processo
Legislativo a. Deliberação Parlamentar i. Discussão e Votação

i. Sanção, no caso de aquiescência do chefe


B. Constitutiva do poder executivo com o projeto de lei
b. Deliberação Executiva ii. Veto, no caso de o chefe do poder
executivo discordar do projeto de lei

a. Promulgação

Este ato incide sobre o ato normativo acabado, ou seja, sobre aquele
que já passou por todas as outras etapas do Processo Legislativo e
está apto a inovar o ordenamento jurídico. Em suma, promulgar
significa atestar a existência da norma e sua executoriedade

C. Complementar b. Publicação

É o ato por meio do qual os que devem cumprir o ato normativo


são informados da existência da norma e de seu conteúdo. Esse
ato geralmente consiste na inserção do texto promulgado no
Diário Oficial para que se torne de conhecimento público

35
27 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 3
27 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 3

1. Objeto do Processo Legislativo Ordinário

Por meio deste processo são elaboradas as leis Ordinárias,


que são marcadas pela GENERALIDADE E ABSTRAÇÃO.

As regras aplicáveis às Leis Ordinárias são praticamente as


mesmas aplicáveis às Leis Complementares. As únicas diferenças
são que a LC é aprovada por Maioria Absoluta (distinção
formal) e os assuntos que devem ser tratados por LC são
expressamente previstos na CF (distinção material)

Importante

As matérias reservadas a Lei Complementar NÃO poderão


ser tratadas por Leis Ordinárias, Medidas Provisórias, Leis
Delegadas, ou qualquer outra espécie normativa
Fenômeno da Recepção: As leis ordinárias anteriores à CF 88 que
regulamentem matéria reservada pela nova ordem à lei
complementar, desde que estivessem em vigor no momento da
promulgação da nova Constituição e fossem com ela materialmente
NOÇÕES compatíveis, foramm recepcionadas com o status de Lei
GERAIS Complementar, como por exemplo o Código Tributário Nacional,
lei formalmente ordinária e materialmente complementar

2. Das fases do Processo Legislativo Ordinário

Esse tipo de processo divide-se em três fases:


Iniciativa, Constitutiva e Complementar

3. Dos legitimados para apresentar projetos


de Lei Ordinária ou Complementar

Artigo 24 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a


qualquer membro ou Comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador
do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao Procurador-Geral de Justiça e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

A doutrina também reconhece ao TCE e à Defensoria


Pública o exercício desse tipo de iniciativa para projetos
de leis relativos a seus cargos, serviços e funções.

Veja que a CE não faz distinção se a matéria é de iniciativa


geral, privativa ou concorrente. Isso será feito adiante

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28 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 4
28 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 4

Da Iniciativa dos projetos de Lei

A. Popular

a. Previsão na CF

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal


e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos
termos da lei, mediante, Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular
Somente o CIDADÃO pode participar na Iniciativa Popular, que poderá ser
proposta tanto no que tange às leis complementares como às leis ordinárias.
No âmbito federal NÃO cabe iniciativa popular para Emenda à Constituição, mas no
âmbito estadual ou municipal poderá prever-se essa possibilidade segundo o STF

b. Requisitos nas diversas esferas políticas

i. Federal

CF Art. 61, § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara
dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% (um por cento) do
eleitorado nacional , distribuído pelo menos por 5 (cinco) Estados, com não
menos de 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um deles

ii. Estadual

I. Previsão na CF

Art. 27, § 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

NOÇÕES II. Regras específicas na CE-SP sobre o exercício direto da soberania da população de SP
GERAIS

i. Iniciativa popular

Art 24 - 1 - a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação de


projeto de lei subscrito por, no mínimo, cinco décimos de unidade por cento
do eleitorado do Estado, assegurada a defesa do projeto, por representante
dos respectivos responsáveis, perante as Comissões pelas quais tramitar;
Art 24 - 5 - não serão suscetíveis de
iniciativa popular matérias de iniciativa Ver próximo mapa relativo
exclusiva, definidas nesta Constituição às iniciativas exclusivas

Art 24 - 2 - 1% do eleitorado do Estado poderá requerer à


Art. 20 ii. Referendo Assembleia Legislativa a realização de referendo sobre lei;
Compete à
ALESP Art 24 - 3 - as questões relevantes aos destinos do Estado poderão ser
autorizar submetidas a plebiscito, quando pelo menos 1% do eleitorado o requerer
referendo e
iii. Plebiscito ao Tribunal Regional Eleitoral, ouvida a Assembleia Legislativa;
convocar
plebiscito
Art 24 - 4 - o eleitorado referido nos itens anteriores deverá estar distribuído em,
pelo menos, 5 dentre os 15 maiores Municípios com não menos que dois
iv. Outras décimos de unidade por cento de eleitores em cada um deles ;
regras
gerais Art 24 - 6 - o Tribunal Regional Eleitoral, observada a
legislação federal pertinente, providenciará a consulta
popular prevista nos itens 2 e 3, no prazo de 60 dias.

iii. Municipal

CF Art 29, XIII - A Lei orgânica deverá dispor sobre iniciativa popular de
projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros,
através de manifestação de, pelo menos, 5% (cinco por cento) do eleitorado

B. Continuação no próximo mapa ...

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

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29 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 5
29 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 5

Das Iniciativas Exclusivas

A. Do Governador

a. Da previsão na CE-SP

Art. 24, §2º - Compete, exclusivamente, ao Governador do


Estado a iniciativa das leis que disponham sobre:

1 - criação e extinção de cargos, funções ou empregos públicos na administração


direta e autárquica, bem como a fixação da respectiva remuneração;

Essa competência do Govenador refere-se, apenas, aos servidores do Executivo. Os


demais poderes é que têm as iniciativa para propor projetos de lei sobre seus servidores

2 - criação e extinção das Secretarias de Estado e órgãos da


administração pública, observado o disposto no artigo 47, XIX

i. Dos Decretos Autônomos

Art. 47,XIX – É competência privativa do Governador dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não


implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos
NOÇÕES
GERAIS b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos

ii. Da criação de órgãos por iniciativa do Executivo

STF ADI 5.293 - Se por um lado é de competência exclusiva do chefe do Executivo


a iniciativa para iniciar leis de criação e/ou extinção de órgãos da administração
pública, por outro, nada impede que Deputados apresentem emendas para
especificação de quais cuidados médicos, entre aqueles já contemplados nos
padrões nacionais de atendimento da rede pública de saúde, devem ser garantidos
pelo órgão de saúde cuja criação é solicitada do projeto de lei do Governador
STF ADI 3.792 - É incostitucional lei que cria atribuições para as Secretarias
de Estado, por vício na iniciativa, que é exclusiva do Governador

3 - organização da Procuradoria Geral do Estado e da Defensoria


Pública do Estado, observadas as normas gerais da União;

4 - servidores públicos do Estado, seu regime jurídico,


provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;

Esse é o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de SP

5 - militares, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,


estabilidade, remuneração, reforma e transferência para inatividade,
bem como fixação ou alteração do efetivo da Polícia Militar

6 - criação, alteração ou supressão de cartórios notariais e de registros públicos.

B. Continua no próximo Mapa

38
30 -- DO
30 DO PROCESSO
PROCESSOLEGISLATIVO
LEGISLATIVO- 6- 6

Das Iniciativas Exclusivas

A. Do Governador

a. Da inconstitucionalidade absoluta
por desrespeito à iniciativa privativa

STF ADI 2.867 - A sanção do projeto de lei pelo


Governador não convalida o vício de
inconstitucionalidade resultante da usurpação do poder
de iniciativa. Por outras palavras, se, por exemplo, um
Deputado apresentar um projeto de iniciativa exclusiva
do Governador, nem a sanção do Governador poderá
sanar esse vício na iniciativa do projeto

b. Da independência entre os Poderes


NOÇÕES
GERAIS
STF - ADI 546 - Tratando-se de projeto de lei de iniciativa
privativa do chefe do Poder Executivo, NÃO pode o Poder
Legislativo assinar-lhe prazo para o exercício dessa
prerrogativa. No entanto, a Omissão do PR pode ser
constestada por ADI por omissão ou mandado de injunção

c. Da solicitação de URGÊNCIA em
projetos da iniciativa do Governador

Artigo 26 - O Governador poderá solicitar que os projetos


de sua iniciativa tramitem em regime de urgência.

Parágrafo único - Se a Assembléia Legislativa não


deliberar em até 45 dias, o projeto será incluído
na ordem do dia até que se ultime sua votação

B. Continua no próximo Mapa

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31 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 7
31 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 7

Das Iniciativas Exclusivas

A. Da Assembleia Legislativa

Art. 24, §1º - Compete, exclusivamente, à Assembleia


Legislativa a iniciativa das leis que disponham sobre:

1 - criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios;


2 - regras de criação, organização e supressão de distritos nos Municípios.
3 - subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado
4 - declaração de utilidade pública de entidades de direito privado

B. Do Tribunal de Justiça

Art. 24, §4º - Compete, exclusivamente, ao Tribunal


de Justiça a iniciativa das leis que disponham sobre:

1 - criação e extinção de cargos e a remuneração dos seus


serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados,
bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos
juízes, incluído o Tribunal de Justiça Militar
2 - organização e divisão judiciárias, bem como criação,
NOÇÕES alteração ou supressão de ofícios e cartórios judiciários
GERAIS
Artigo 70 - Compete privativamente ao Tribunal de Justiça, por
deliberação de seu Órgão Especial, propor à Assembleia Legislativa,
observado o disposto no artigo 169 da Constituição Federal:

I - a alteração do número de seus membros e


dos membros do Tribunal de Justiça Militar
II - a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos
seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem
vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus
membros e dos juízes, incluído o Tribunal de Justiça Militar
III - a criação ou a extinção do Tribunal de Justiça Militar
IV - a alteração da organização e da divisão judiciária.

C. Dos Tribunais de Contas

Apesar de não expressamente previsto, o STF firmou o entendimento de que


o Corte de Contas detém a iniciativa privativa de lei que estabeleça sua lei
orgânica, suas atribuições e competências, seus cargos e serviços, por força
do art. 73 cc art. 96, II da CF. Ao TCU também é extendido o poder de
inicitativa de lei de organização do MP que atua junto ao tribunal

Em decorrência do art. 75 (Simetria aos Tribunais de Contas Estaduais), as


mesmas regras são aplicáveis aos demais Tribunais de Contas do Brasil

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32 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 8
32 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 8

Das Iniciativas Exclusivas

A. Do Ministério Público

Criação, Extinção e Remuneração de cargos

Art. 127, § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e


administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder
Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares , provendo-os
por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os
planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.

Da Organização, Atribuições e Estatuto

Art. 128, § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja


iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais , estabelecerão
a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público

Em relação ao MPU, há iniciativa concorrente entre o Presidente da


República e o PGR para iniciar o projeto sobre a ORGANIZAÇÃO do MPU.

B. Da Defensoria Pública

a. Estatuto da Defensoria Pública, Criação, extinção


e remuneração/subsídios de seus cargos
NOÇÕES
GERAIS
O Art. 134, § 3º e § 4º da CF, acrescido pela EC 80/2014 outorgou
à Defensoria Pública a competência para apresentar projetos de lei
sobre a criação, extinção e remuneração dos seus cargos

b. Da organização da DPU

O art. 61, § 1º, II, "d" reserva ao Presidente da República a iniciativa para
propor projeto de lei sobre a organização da DPU. No entanto, o § 4º do art.
134 outorga a todas as Defensorias Públicas as mesmas prerrogativas atribuídas
ao Poder Judiciário. Diante disso, parte considerável da doutrina entende que,
pelo critério cronológico, com o advento do mencionado parágrafo, restou
derrogado tacitamente a competência do Presidente da República, restando
assegurado à DPU a iniciativa de lei para dispor sobre sua organização

STF - ADI 5.296 MC - A EC 80/2014 é de origem parlamentar. Perante o STF


foi questionada sua constitucionalidade alegando que o assunto nela tratado
(organização da DPU) é de competência privativa do Presidente da República.
Alegou-se, portanto, que a Emenda deveria ser declarada inconstitucional,
uma vez que só o Presidente da República poderia apresentá-la. No entanto, o
STF entendeu que é possível, por emenda à Constituição Federal, tratar-se de
qualquer assunto por emenda à CF, mesmo que seja de competência privativa

CUIDADO: No âmbito estadual o entendimento do STF é diferente, ou


seja, as Constituições Estaduais NÃO podem tratar de assuntos que são,
por simetria, de competência privativa de algum órgão ou autoridade.
Ou seja, emendas às Constituições estaduais sem observância da
reserva de iniciativa do chefe do Poder Executivo são inconstitucionais

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41
33--DO
33 DOPROCESSO
PROCESSO LEGISLATIVO
LEGISLATIVO -9 -9

Da fase Constitutiva: Deliberação Parlamentar

A. Considerações Iniciais

STF - ADI 3.682 - O modelo de processo legislativo estabelecido pela Constituição não
contempla a aprovação por decurso de prazo. Ou seja, a vigente Constituição aboliu do
ordenamento jurídico a figura do "decurso de prazo" que permitia a aprovação de projetos
pela simples expiração do prazo previsto para sua análise. NÃO há, portanto, a possibilidade
de o Poder Legislativo aprovar tacitamente, por decurso de prazo, projetos de lei no Brasil

No entanto, o STF admite que a inertia deliberandi das Casas Legislativas pode ser objeto da ação
direta de inconstitucionalidade por omissão . Dessa forma, pode o STF reconhecer a mora do
legislador em deliberar sobre a questão, declarando, assim, a inconstitucionalidade por omissão

B. Etapas da Deliberação Parlamentar

i. Nas Comissões Temáticas de cada Casa Legislativa


a. Discussão ii. No Plenário de cada Casa Legislativa

b. Apresentação de Emendas

i. Considerações iniciais

Nessa fase os Deputados e Comissões poderão apresentar emendas aos projetos que tramitam na Casa
NOÇÕES
GERAIS ii. Das emendas parlamentares aos projetos de iniciativa privativa

I. Daquelas que visam aumentar a despesa prevista no projeto

Art. 24, § 5º - NÃO será admitido aumento da despesa prevista

nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador, ressalvado, nas Lei de


1. Previsão Diretrizes Orçamentárias (LDO) e ns Leis Orçamentárias (LOA )
nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da
Assembleia Legislativa, do Poder Judiciário e do Ministério Público

Se o Governador apresentar um projeto de aumento das remunerações de


servidores em 10%, não pode ser apresentada emenda que pretenda dar um
2. Exemplo aumento de 15%, pois isso implicaria em aumento de despesa

II. Das regras para emendas em projetos de iniciativa privativa

STF - ADI 3.114 - As normas constitucionais de processo legislativo não


impossibilitam, em regra, a modificação, por meio de emendas parlamentares, dos
projetos de lei enviados pelo chefe do Poder Executivo no exercício de sua
iniciativa privativa . Mas as emendas parlamentares devem observar duas regras:

a) são proibidas as emendas que veiculam matérias diferentes das versadas


no projeto de lei, sob o risco de desfigurá-lo (Contrabando Legislativo)
b) são proibidas as emendas aos projetos de lei de iniciativa do
Governador que implicarem aumento de despesa pública , ressalvado o
disposto no § 3º e no § 4º do art. 166 (Emendas à LDO e à LOA)

Continua no próximo mapa


c. Votação

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34 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 10
34 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 10

1. Da fase Constitutiva: Deliberação Parlamentar

Etapas da Deliberação Parlamentar

Votação

a. Da quantidade de votos necessária para aprovar o projeto

Art. 10, §1º - Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações


da Assembleia Legislativa e de suas Comissões serão tomadas por
i. Leis Ordinárias maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

Artigo 23 - As leis complementares serão aprovadas pela


maioria absoluta dos membros da Assembleia Legislativa ,
ii. Leis Complementares observados os demais termos da votação das leis ordinárias.

b. Consequências da votação
Ver próximo mapa

Se o projeto for rejeitado, ele deverá ser arquivado

Artigo 29 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente


Do princípio da poderá ser renovada, na mesma sessão legislativa, mediante proposta
Irrepetibilidade Relativa da maioria absoluta dos membros da Assembleia Legislativa.

Se for aprovado, ele será enviado para Sanção do Governador

Artigo 28 - Aprovado o projeto de lei, na forma regimental,


será ele enviado ao Governador para SANÇÃO ou VETO

NOÇÕES 2. Da fase Constitutiva: Deliberação Executiva


GERAIS

A sanção é a concordância do Governador com o projeto que lhe foi


enviado pea ALESP. É por meio da sanção que um projeto de lei se
transforma numa lei. As Emendas à CF, as leis delegadas, os Decretos
A. Sanção legislativos e as Resoluções não precisam de sanção para sua aprovação

a. Tipos de Sanção
Deve ser realizado dentro de 15 dias úteis do recebimento

Artigo 28 - Aprovado o projeto de lei, na forma regimental, será ele


i. Expressa enviado ao Governador que, aquiescendo, o sancionará e promulgará.

Artigo 28, §4º - Decorrido o prazo ( 15 dias útei) em silêncio,


considerar-se-á sancionado o projeto, sendo obrigatória a sua promulgação
ii. Tácita pelo Presidente da Assembleia Legislativa no prazo de dez dias.

b. Do requisito para sanção de projeto que aumenta despesa

Artigo 25 - Nenhum projeto de lei que implique a criação ou o aumento


de despesa pública será sancionado sem que dele conste a indicação dos
recursos disponíveis, próprios para atender aos novos encargos.

Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica a créditos extraordinários.

c. Jurisprudência - IMPORTANTÍSSIMO

STF - ADI 2.867 - A sanção do projeto de lei NÃO convalida o vício de


inconstitucionalidade resultante da usurpação do poder de iniciativa. A ulterior aquiescência
do chefe do Poder Executivo, mediante sanção do projeto de lei, ainda quando dele seja a
prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical da inconstitucionalidade.

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B. Veto

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ADENDO – ASSUNTOS QUE EXIGEM LEI COMPLEMENTAR
ADENDO - ASSUNTOS QUE EXIGEM LEI COMPLEMENTAR

Dos principais assuntos para os quais a CE-SP exige Lei Complementar

1. Art. 23, Parágrafo único - Para os fins deste artigo, consideram-se complementares:

1 - a Lei de Organização Judiciária; Iniciativa TJ-SP

2 - a Lei Orgânica do
Ministério Público; Iniciativa - Procurador Geral de Justiça

3 - a Lei Orgânica da
Procuradoria Geral do Estado; Iniciativa - Governador

4 - a Lei Orgânica da Iniciativa - Defensor Público Geral,


Defensoria Pública; apesar de a CE-SP falar Governador

5 - a Lei Orgânica da Polícia Civil; Iniciativa - Governador

6 - a Lei Orgânica da Polícia Militar; Iniciativa - Governador

7 - a Lei Orgânica do Tribunal de Contas; Iniciativa - TCE-SP

8 - a Lei Orgânica das Entidades Descentralizadas;


NOÇÕES 9 - a Lei Orgânica do Fisco Estadual; Iniciativa - Governador
GERAIS

10 - os Estatutos dos
Servidores Civis e dos Militares; Iniciativa - Governador

11 - o Código de Educação;

12 - o Código de Saúde;

13 - o Código de Saneamento Básico;

14 - o Código de Proteção ao Meio Ambiente;

15 - o Código Estadual de Proteção contra Incêndios e Emergências;

16 - a Lei sobre Normas Técnicas de Elaboração Legislativa;

17 - a Lei que institui regiões metropolitanas,


aglomerações urbanas e microrregiões;

18 - a Lei que impuser requisitos para a criação, a


incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios ou
para a sua classificação como estância de qualquer natureza.

2. Art. 38, Parágrafo único - O Vice-Governador, além de outras


atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o
Governador, sempre que por ele convocado para missões especiais.

3. Artigo 76 - Compete, outrossim, ao Tribunal de Justiça,


processar e julgar, originariamente ou em grau de recurso, as
demais causas que lhe forem atribuídas por lei complementar.

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35 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 11
35 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 11

Da fase Constitutiva: Deliberação Executiva

B. Veto
Importante: Caso um projeto tenha parte rejeitada e parte
sancionada, a parte sancionada poderá ser promulgada
A. Do Procedimento enquanto a vetada deverá voltar à ALESP para ser apreciada

a. Rejeição no todo ou em parte do projeto pelo Governador

Art. 28 §1º - Se o Governador julgar o projeto, no todo ou em parte ,


inconstitucional ou contrário ao interesse público , veta-lo-á, total ou parcialmente,
dentro de 15 dias úteis, contados da data do recebimento, comunicando, dentro de
48 horas, ao Presidente da Assembleia Legislativa, o motivo do veto.

veto
jurídico O PL é considerado inconstitucional
i. Quanto ao
motivo do veto veto
político O PL é considerado contrário ao interesse público
Classificação
do Veto Total Todo o projeto é rejeitado

ii. Quanto a Apenas parte do projeto é rejeitado


seu alcance
Parcial Art. 28, § 2º O veto parcial deverá
abranger, por inteiro, o artigo, o
parágrafo, o inciso, o item ou alínea.
Art. 28, §3º - Sendo negada a sanção, as razões do veto serão comunicadas ao
Presidente da Assembleia Legislativa e publicadas se em época de recesso parlamentar

NOÇÕES
Art. 28, §5º - A Assembleia Legislativa deliberará sobre a matéria vetada,
GERAIS em único turno de votação e discussão, no prazo de 30 dias de seu
b. Da apreciação recebimento , considerando-se aprovada (rejeição do veto) quando
do veto pela obtiver o voto favorável da maioria absoluta de seus membros.
ALESP Art. 28, §6º - Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no § 5º, o
veto será incluído na ordem do dia da sessão imediata, até sua votação final.

c. Da rejeição ou i. Caso o veto seja mantido , o projeto será arquivado,


manutenção do aplicando-se o princípio da irrepetibilidade relativa
veto pela ALESP ii. Art. 28, §7º - Se o veto for rejeitado , será o
projeto enviado para promulgação, ao Governador

NÃO HÁ VETO TÁCITO. Se o Govermador não se


a. Expresso manifestar em 15 dias úteis, ocorrerá o SANÇÃO TÁCITA

O veto é um procedimento formal pois deverá


b. Formal ser escrito, assim como as razões do veto

O Governador tem que informar os motivos do veto na


c. Motivado sua mensagem enviada ao Presidente do Senado Federal
B. Outras
Características d. Supressivo Ou seja, só pode retirar dispositivos, jamais acrescentar
do Veto
e. Superável ou relativo O veto pode ser rejeitado pela ALESP

O Governador NÃO pode voltar a trás após a


f. Irretratável comunicação ao Presidente da ALESP

g. Insuscetível de Por ser um ato político, com fundamento constitucional, NÃO


apreciação judicial cabe apreciação do judiciário sobre o veto do Governador

h. Pode incidir sobre texto adotado Ou seja, o Governador pode


pelo Próprio Chefe do Executivo vetar projetos de sua iniciativa

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36 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 12
36 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 12

1. Considerações Iniciais

Essa fase não compreende propriamente o processo de elaboração da lei,


pois a lei já existe após a sanção do Governador ou rejeição do veto pela
ALESP. O que ocorre nessa fase é a declaração da existência dessa lei
(promulgação) e comunicação à sociedade de sua existência (publicação).

2. Etapas da Fase Complementar

A. Promulgação

a. Definição

Promulgar significa introduzir a nova lei no ordenamento jurídico


brasileiro. Ou seja, significa reconhece-la como válida e ordenar seu
cumprimento por todos. Em suma, a lei nasce com a sanção ou
rejeição do veto, mas tem sua existência declarada pela promulgação

b. Autoridade Competente para Promulgar

i. Leis Ordinárias ou Complementares

NOÇÕES Regra Governador


GERAIS

Art. 28, §8º - Se, na hipótese de rejeição do veto


pela ALESP, a lei não for promulgada dentro de
48 horas pelo Governador, o Presidente da
Assembleia Legislativa promulgará e, se este não
o fizer, em igual prazo, caberá ao Primeiro
Exceção Vice-Presidente fazê-lo.

ii. Decretos Legislativos Presidente da ALESP

iii. Resoluções Legislativas Presidente da ALESP

iv. Emendas à Constituição Mesa da ALESP

B. Publicação

Publicar significa dar conhecimento a


a. Definição todos sobre a existência da nova lei

b. Observações

A publicação é pressuposto de eficácia da lei. Ou seja, sem a publicação a


lei NÃO pode entrar em vigor e produzir efeitos no mundo jurídico
A diferença entre a promulgação e a publicação é que a promulgação é um
ato, ao passo que a publicação é a notícia desse ato dirigida à sociedade

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ADENDO - FLUXO DO PROCESSO LEGISLATIVO DAS LEIS

ADENDO – FLUXO DO PROCESSO LEGISLATIVO DAS LEIS





Publicação

Geral ou privativa Promulgação

Se Sancionar Expressamente

Iniciativa ALESP Se aprovar


Governador (Prazo para
deliberação: 15 dias úteis)
Se permanecer em silêncio

Se vetar
Sanção Tácita (15 Dias úteis)
Se rejeitar
Comunicação ao Presidente
da ALESP no prazo de 48 hs
Governador (Promulgação)

Arquiva-se. Sessão da ALESP a ser realizada no


Aplica-se o Princípio Se mantiver o veto prazo de 30 dias a contar do Se não fizer em 48 Hs
da Irrepetibilidade recebimento da mensagem de veto

Presidente da ALESP (Promulgação)

Se rejeitar o veto

Se não fizer em 48 Hs

Vice-Presidente da ALESP (Promulgação)




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37 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 13
37 - DO PROCESSO LEGISLATIVO - 13

Processo Legislativo das Emendas à Constituição de São Paulo

a. INICIATIVA

Artigo 22 - A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Assembleia Legislativa;


II - do Governador do Estado;
III - de mais de um terço das Câmaras Municipais do Estado, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros;
IV - de cidadãos, mediante iniciativa popular
assinada, no mínimo, por um por cento dos eleitores.

STF ADI 825 - Embora a Constituição Federal não autorize proposta de iniciativa
popular para emendas ao próprio texto, mas apenas para normas
infraconstitucionais, não há impedimento para que as Constituições estaduais
prevejam a possibilidade, ampliando a competência constante da carta federal.

b. DELIBERAÇÃO

Artigo 22, §2º - A proposta será discutida e votada em dois turnos,


considerando-se aprovada quando obtiver, em ambas as votações, o voto
favorável de três quintos dos membros da Assembleia Legislativa.
NOÇÕES
GERAIS
c. PROMULGAÇÃO

Art. 22, §3º - A emenda à Constituição será promulgada pela Mesa


da Assembleia Legislativa, com o respectivo número de ordem.
As PEC NÃO se submetem a sanção ou veto do Governador

d. REAPRECIAÇÃO DE PEC - Princípio da irrepetibilidade ABSOLUTA

Art. 22, §4º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada


não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

CUIDADO: É possível a reapreciação de Projeto de Lei na


mesma Sessão Legislativa - irrepetibilidade RELATIVA

Artigo 29 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente


poderá ser renovada, na mesma sessão legislativa, mediante proposta
da maioria absoluta dos membros da Assembleia Legislativa.

e. Das limitações circunstanciais

Art. 22, §1º - A Constituição não poderá ser emendada


na vigência de estado de defesa ou de estado de sítio.

CUIDADO: CF Art. 64, § 1º A Constituição Federal não poderá ser emendada na


vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

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QUESTÕES DE PROVA – MAPAS 25 A 37

13. (FCC/2013) A Constituição do Estado de São


Paulo poderá, dentre outras hipóteses, ser
emendada mediante proposta

(A) de cidadãos, mediante iniciativa popular


assinada, no mínimo, por 1% dos eleitores.
(B) de dois terços, no mínimo, dos membros da
Assembleia Legislativa.
(C) de, no mínimo, metade das Câmaras Munici-
pais do Estado, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria absoluta de seus membros.
(D) do Vice-Governador do Estado.
(E) de, no mínimo, dois terços das Câmaras
Municipais do Estado, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria absoluta de
seus membros.

14. (VUNESP/2013) Uma emenda à Constituição do


Estado poderá ser proposta

(A) por mais de um terço das Câmaras Municipais


do Estado, manifestando-se, cada uma delas,
pela maioria relativa de seus membros.
(B) pelo Presidente da Assembleia Legislativa.
(C) por cidadãos, mediante iniciativa popular assina-
da, no mínimo, por dois por cento dos eleitores.
(D) por dois terços, no mínimo, dos membros
da Assembleia Legislativa.
(E) pelo Vice-Governador do Estado

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38 - DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 1
38 - DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 1
1. A relação entre os Tribunais de Contas e o Poder Legislativo

STF - ADIMC 4.190 - Cabe enfatizar, neste ponto, uma vez mais, na linha da jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal que inexiste qualquer vínculo de subordinação institucional
dos Tribunais de Contas ao respectivo Poder Legislativo , eis que esses órgãos que auxiliam
o Congresso Nacional, as Assembléias Legislativas, a Câmara Legislativa do Distrito Federal e
as Câmaras Municipais possuem, por expressa outorga constitucional, autonomia que
lhes assegura o autogoverno, dispondo, ainda, os membros que os integram, de
prerrogativas próprias, como os predicamentos inerentes à magistratura. Revela-se
inteiramente falsa e completamente destituída de fundamento constitucional a idéia, de
todo equivocada, de que os Tribunais de Contas seriam meros órgãos auxiliares do
Poder Legislativo. Na realidade, os Tribunais de Contas ostentam posição eminente na
estrutura constitucional brasileira, não se achando subordinados, por qualquer vínculo de
ordem hierárquica, ao Poder Legislativo, de que não são órgãos delegatários nem organismos
de mero assessoramento técnico, como o reconhecem autorizadíssimos doutrinadores

STF - ADI 4.418 - As Cortes de Contas do país gozam das prerrogativas da autonomia
e do autogoverno, o que inclui, essencialmente, a iniciativa reservada para instaurar
processo legislativo que pretenda alterar sua organização e seu funcionamento

2. Das prerrogativas dos Tribunais do Judiciário atribuídas aos Tribunais de Contas

São dadas aos tribunais de contas as mesmas garantias dos tribunais do Poder
Judiciário, ou seja, autonomia administrativa e financeira (Art. 73 e 93)

3. O Ministério Público junto aos Tribunais de Contas

Não confunda este Ministério Público que atua junto às Cortes de Contas, também
NOÇÕES denominado de MP especial, com o Ministério Público Comum, composto pelo MPU e MPE's
GERAIS
Compete aos MP especiais promover e fiscalizar o cumprimento e a guarda da Constituição
e das Leis, no que se refere à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial de competência do Tribunal de Contas, bem como a defesa da ordem jurídica,
do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, requerendo as
medidas de interesse da justiça, da administração e do erário. Assim, tais instituições
despontam como agentes imprescindíveis para a execução do Controle Externo no Brasil.
Trata-se de modelo jurídico heterônomo estabelecido pela própria Carta Federal que possui
estrutura própria de maneira a assegurar a mais ampla autonomia a seus integrantes

STF - ADI 789 - O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União NÃO dispõe de
fisionomia institucional própria e, não obstante as expressivas garantias de ordem subjetiva
concedidas aos seus Procuradores pela própria Constituição (art. 130), encontra-se
consolidado na 'intimidade estrutural' dessa Corte de Contas, que se acha investida –
'até mesmo em função do poder de autogoverno que lhe confere a Carta Política (art.
73, caput, in fine)' – da prerrogativa de fazer instaurar o processo legislativo
concernente à sua organização, à sua estruturação interna, à definição do seu quadro de
pessoal e à criação dos cargos respectivos. (...) A especificidade do Ministério Público que
atua perante o TCU, e cuja existência se projeta num domínio institucional
absolutamente diverso daquele em que se insere o Ministério Publico da União, faz com
que a regulação de sua organização, a discriminação de suas atribuições e a definição de
seu estatuto sejam passíveis de veiculação mediante simples lei ordinária, eis que a
edição de lei complementar é reclamada, no que concerne ao Parquet, tão somente para a
disciplinação normativa do Ministério Público comum (CF, art. 128, § 5º). A cláusula de
garantia inscrita no art. 130 da Constituição NÃO se reveste de conteúdo
orgânico-institucional. Acha-se vocacionada, no âmbito de sua destinação tutelar, a proteger
os membros do Ministério Público especial no relevante desempenho de suas funções perante
os Tribunais de Contas. Esse preceito da Lei Fundamental da República submete os
integrantes do MP junto aos Tribunais de Contas ao mesmo estatuto jurídico que rege,
no que concerne a direitos, vedações e forma de investidura no cargo, os membros do
Ministério Público comum. Os membros do MP especial possuem plena independência
de atuação perante os poderes do Estado, a começar pela Corte junto à qual oficiam

50
3939- -DO
DOTRIBUNAL DECONTAS
TRIBUNAL DE CONTASDO
DO ESTADO
ESTADO DEDE
SÃOSÃO PAULO
PAULO -2 -2

1. Do Controle Externo e Interno em SP

a. Da abrangência

i. Artigo 32 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,


operacional e patrimonial do Estado, das entidades da administração
direta e indireta e das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder
Público, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
de subvenções e renúncia de receitas, será exercida

i. pela Assembleia Legislativa, mediante controle externo


ii. pelo sistema de controle interno de cada Poder.

b. Do Dever de prestar contas

Art. 32, Parágrafo único - Prestará contas qualquer pessoa


física ou jurídica, de direito público ou de direito privado que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens
e valores públicos ou pelos quais o Estado responda, ou que,
em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Visão
Geral c. De uma peculiaridade em São Paulo

A CF veda que o MUNICÍPIOS criem seus próprios


Tribunais de Contas. Mas existem duas exceções no
Brasil. As cidades de SP e RJ têm seus próprios TCM

Artigo 151 - O Tribunal de Contas do Município de São Paulo será


composto por cinco Conselheiros e obedecerá, no que couber, aos
princípios da Constituição Federal e desta Constituição.

Parágrafo único - Aplicam-se aos Conselheiros do Tribunal


de Contas do Município de São Paulo as normas pertinentes
aos Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.

2. Do envio de demonstrativo das atividades à


ALESP e da prestação de contas à ALESP

Art. 35, §3º - O Tribunal encaminhará à Assembleia Legislativa,


trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.

Artigo 36 - O Tribunal de Contas prestará suas contas,


anualmente, à Assembleia Legislativa, no prazo de
sessenta dias, a contar da abertura da sessão legislativa.

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40 - DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 3
40 - DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 3

Informações sobre o TCE-SP e seus membros

A. Do número de Conselheiros, sede e jurisdição

Artigo 31 - O Tribunal de Contas do Estado, integrado por 7 Conselheiros , tem sede na


Capital do Estado, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território estadual,
exercendo, no que couber, as atribuições previstas no artigo 96 da Constituição Federal.

Art. 31, §1º - Os Conselheiros do Tribunal serão nomeados


dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:

1 - mais de trinta e cinco e menos de


sessenta e cinco anos de idade;
B. Dos requisitos
2 - idoneidade moral e reputação ilibada;
dos Conselheiros
3 - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,
econômicos e financeiros ou de administração pública;
4 - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade
profissional que exija conhecimentos mencionados no item anterior.

Art. 31, §2º - Os Conselheiros do Tribunal serão


escolhidos na seguinte ordem, sucessivamente:

1 - dois terços pela Assembleia Legislativa


2 - um terço pelo Governador do Estado, com aprovação
NOÇÕES pela Assembleia Legislativa, observadas as regras contidas
C. Da escolha dos
GERAIS no inciso I do § 2º do artigo 73 da Constituição Federal.
Conselheiros
STF Súmula 653 - No Tribunal de Contas Estadual, composto por
sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembléia
Legislativa e três pelo chefe do Poder Executivo estadual,
cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre
membros do Ministério Público, e um terceiro a sua livre escolha.

D. Das equiparação dos Conselheiros aos Desembargadores do TJDFT

Art. 31, §3º - Os Conselheiros terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos e subsídios dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e
pensão, as normas constantes do artigo 40 da Constituição Federal e do artigo 126 desta Constituição

E. Das prerrogativas do substitutos de Conselheiros

Art. 31, §4º - Os Conselheiros, nas suas faltas e impedimentos, serão substituídos na forma
determinada em lei, depois de aprovados os substitutos, pela Assembleia Legislativa.

Na verdade, seguindo o modelo da CF, esses Conselheiros


devem ser aprovados em concurso público

Art. 31, §5º - Os Substitutos de Conselheiros, quando no efetivo exercício da


substituição, terão as mesmas garantias e impedimentos do titular.

F. Da declaração pública de bens

Art. 31, §6º - Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado farão declaração


pública de bens, no ato da posse e no término do exercício do cargo.

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41 - DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 4
41 - DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 4

Das competências do TCE-SP

Artigo 33 - O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, será


exercido com auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador do


Estado, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
sessenta dias, a contar do seu recebimento;

Quem JULGA as contas do GOVERNADOR é a ALESP

CUIDADO: Quem JULGA as contas TCE-SP também é a ALESP


O TCE-SP julga as outras contas, inclusive da ALESP

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,


bens e valores públicos da administração direta e autarquias, empresas
públicas e sociedades de economia mista, incluídas as fundações instituídas
ou mantidas pelo Poder Público estadual, e as contas daqueles que derem
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário;

STF ADI 3.715 - No julgamento das contas de responsáveis por


NOÇÕES
GERAIS haveres públicos, a competência é exclusiva dos Tribunais de
Contas, não cabendo recurso nem ao Legislativo, nem ao Judiciário,
salvo nulidade por irregularidade formal grave ou manifesta
ilegalidade caso em que poderá haver a interferência do
Judiciário, cabendo-lhe tão somente verificar se os aspectos formais
foram observados e se os direitos individuais foram preservados

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade IMPORTANTÍSSIMO

a. dos atos de admissão de pessoal , a qualquer título, na


administração direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão
b. bem como a das concessões de aposentadorias,
reformas e pensões , ressalvadas as melhorias posteriores
que não alterem o fundamento legal do ato concessório ;

STF - Súmula Vinculante nº 3 - Nos processos perante o TCU


asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão
puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que
beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do
ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão

IV - avaliar a execução das metas previstas no plano


plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no orçamento anual

Continua no próximo bloco

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

53
42 - DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 5
42 - DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - 5

Das competências do TCE-SP

Artigo 33 - O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, será


exercido com auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete:

V - realizar, por iniciativa própria, da Assembleia Legislativa, de comissão técnica ou


de inquérito, inspeções e auditoria de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, do Ministério Público e demais entidades referidas no inciso II;

Artigo 34 - A Comissão a que se refere o artigo 33, inciso V, diante de indícios de


despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados
ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental
responsável que, no prazo de 5 dias, preste os esclarecimentos necessários.

§1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados esses,


insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento
conclusivo sobre a matéria, no prazo de 30 dias
§2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se
julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à
economia pública, proporá à Assembleia Legislativa sua sustação.

VI - fiscalizar as aplicações estaduais em empresas de cujo capital social o Estado


participe de forma direta ou indireta, nos termos do respectivo ato constitutivo;
NOÇÕES VII - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados ao Estado e pelo
GERAIS
Estado, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres;

VIII - prestar as informações solicitadas pela Assembleia Legislativa ou por


comissão técnica sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

IX - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou


irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

XII - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados;

XIII - emitir parecer sobre a prestação anual de contas da administração


financeira dos Municípios, exceto a dos que tiverem Tribunal próprio;

XIV - comunicar à Assembleia Legislativa qualquer irregularidade verificada nas


contas ou na gestão públicas, enviando-lhe cópia dos respectivos documentos.

X - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências


necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada a ilegalidade;

XI - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,


comunicando a decisão à Assembleia Legislativa;
CUIDADO - Art. 33, § 1º No caso de contrato , o ato de sustação
será adotado diretamente pela Assembleia Legislativa que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis.

Art. 33, §2º - Se a Assembleia Legislativa ou o Poder


Executivo, no prazo de 90 dias, não efetivar as medidas
previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito

54
43
43--DO
DOTRIBUNAL
TRIBUNALDE
DECONTAS
CONTASDODO
ESTADO DEDE
ESTADO SÃO PAULO
SÃO -6 -6
PAULO

Das outras formas de controle da coisa pública

A. Do Controle Interno de cada Poder

a. Das competências

Artigo 35 - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão,


de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas


no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos do Estado;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados


quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração estadual, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de direito privado;
NOÇÕES
GERAIS III - exercer o controle sobre o deferimento de vantagens e a
forma de calcular qualquer parcela integrante do subsídio,
vencimento ou salário de seus membros ou servidores

IV - exercer o controle das operações de crédito, avais e


garantias, bem como dos direitos e haveres do Estado;

V - apoiar o controle externo, no


exercício de sua missão institucional

b. Das responsabilidades dos titulares do controle interno

Art. 35, §1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao


tomarem conhecimento de qualquer irregularidade,
ilegalidade, ou ofensa aos princípios do artigo 37 da
Constituição Federal, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas do Estado, sob pena de responsabilidade solidária.

B. Do controle social

Art. 35, §2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou


entidade sindical é parte legítima para, na forma da lei, denunciar
irregularidades ao Tribunal de Contas ou à Assembleia Legislativa.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

55
QUESTÕES DE PROVA – MAPAS 38 A 43 autorização. Nesse quadro, a referida Comis-
são do TCE solicitou ao MP que esclarecesse
15. (VUNESP/2018) A respeito do Tribunal de Con- esse dispêndio de valores, mas a resposta do
tas do Estado, a Constituição Bandeirante es- órgão foi considerada insuficiente. Assim, com
tabelece que os seus Conselheiros base na Constituição do Estado de São Paulo, a
conduta da comissão deve ser a seguinte:
(A) serão escolhidos dentre cidadãos com mais de
trinta e menos de sessenta e cinco anos de idade. (A) remeterá cópias do respectivo procedi-
(B) para serem nomeados devem possuir, mento administrativo para apuração pe-
dentre outros requisitos, notórios conhe- rante o Poder Judiciário.
cimentos jurídicos, contábeis, econômicos (B) deverá recomendar ao MP que seja ratifi-
e financeiros ou de Administração Pública. cada a despesa por meio de autorização da
(C) terão as mesmas garantias, prerrogativas, autoridade competente.
impedimentos, vencimentos e vantagens (C) deverá sustar o ato que ordenou a despesa
dos Deputados Estaduais. e determinar ao responsável o imediato re-
(D) serão substituídos nas suas faltas e impedi- embolso ao erário.
mentos, na forma determinada em lei, depois (D) aplicará multa ao MP no montante de duas vezes
de aprovados os substitutos, pelo Governador. o valor dispendido sem a devida autorização.
(E) farão declaração pública de bens, no ato da (E) solicitará ao TCE pronunciamento conclusi-
posse e a cada dois anos, até o término do vo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
exercício do cargo.
18. (VUNESP/2018) Segundo a Constituição do Es-
16. (VUNESP/2017) Nos moldes da Constituição do tado de São Paulo, os Poderes Legislativo, Exe-
Estado de São Paulo, com relação às contas do cutivo e Judiciário manterão, de forma integra-
próprio Tribunal de Contas do Estado, o texto da, sistema de controle interno, sobre o qual é
dispõe que correto afirmar:

(A) as suas contas ficarão à disposição para o (A) ao tomarem conhecimento de qualquer irre-
exame de qualquer cidadão ou autoridade gularidade, ilegalidade, ou ofensa aos prin-
pelo prazo de 60 dias por ano, que pode- cípios de legalidade, impessoalidade, mora-
rão pedir esclarecimentos sobre eventuais lidade, publicidade e eficiência, previstos no
despesas a elas relacionadas. artigo 37 da Constituição Federal, dela da-
(B) as suas contas serão examinadas por uma rão ciência ao Tribunal de Contas do Estado,
comissão especial do próprio Tribunal de sob pena de responsabilidade solidária.
Contas, presidida pelo Conselheiro mais (B) são legitimados para propor ação de in-
antigo, que, anualmente, deverá emitir pa- constitucionalidade de lei ou ato normativo
recer sobre a sua regularidade, com pleno estaduais ou municipais, contestados em
acesso a qualquer cidadão. face da Constituição do Estado de São Pau-
(C) o Tribunal prestará suas contas, anualmente, lo ou por omissão de medida necessária
à Assembleia Legislativa, no prazo de 60 dias, para tornar efetiva norma ou princípio des-
a contar da abertura da sessão legislativa. ta Constituição, no âmbito de seu interesse.
(D) as contas deverão ser encaminhadas à Pre- (C) não há de se falar em forma integrada de
sidência do Tribunal de Justiça do Estado sistema de controle interno, conceito in-
até o último dia útil de janeiro de cada ano. constitucional, por ferir o princípio da se-
(E) o Tribunal fica dispensado de apresentá-las, de- paração dos Poderes e a competência do
vendo fazê-lo, porém, quando solicitado pelo Mi- Tribunal de Contas do Estado.
nistério Público ou pela Assembleia Legislativa. (D) podem convocar a qualquer momento o
Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-
17. (VUNESP/2019) Analise a seguinte hipótese: -Geral do Estado e o Defensor Público-Ge-
o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo ral para prestar informações a respeito de
(TCE), por meio de uma Comissão de Auditoria, assuntos previamente fixados, relaciona-
constatou que o Ministério Público (MP) efe- dos com a respectiva área.
tuou investimento substancial de recursos fi- (E) deverão avaliar as metas previstas no pla-
nanceiros no aperfeiçoamento de sua estrutu- no plurianual, nas diretrizes orçamentárias
ra funcional. Todavia, essa despesa não estava e no orçamento anual por meio de inspe-
programada pelo órgão e foi feita sem a devida ções e auditorias de natureza contábil, fi-

56
nanceira, orçamentária, operacional e pa- das cabíveis.
trimonial, nas unidades administrativas. (C) pelo Tribunal de Contas do Estado, que so-
licitará, de imediato, à Assembleia Legisla-
19. (FCC/2015) De acordo com a Constituição do tiva, as medidas cabíveis.
Estado de São Paulo, o Tribunal de Contas do (D) pela Assembleia Legislativa, que solicitará,
Estado de São Paulo deverá apreciar as contas no prazo improrrogável de 120 dias, ao Po-
prestadas pelo Governador do Estado der Executivo, as medidas cabíveis.
(E) pelo Tribunal de Contas do Estado, que so-
(A) anualmente, no prazo de sessenta dias, a licitará, no prazo improrrogável de 90 dias,
contar do seu recebimento. ao Poder Executivo, as medidas cabíveis.
(B) anualmente, no prazo de cento e oitenta
dias, a contar do seu recebimento.
(C) semestralmente, no prazo de trinta dias, a
contar do seu recebimento.
(D) anualmente, no prazo de cento e vinte dias,
a contar do seu recebimento.
(E) semestralmente, não havendo prazo má-
ximo estipulado pela referida Constituição.

20. (FCC/2015) Considere as seguintes atribuições:

I – Avaliar a execução das metas previstas no


plano plurianual, nas diretrizes orçamentá-
rias e no orçamento anual.
II – Fiscalizar as aplicações estaduais em em-
presas de cujo capital social o Estado partici-
pe de forma direta ou indireta, nos termos do
respectivo ato constitutivo.
III – Assinar prazo para que o órgão ou entidade
adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada a ilegalidade.
IV – Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos
repassados ao Estado e pelo Estado, me-
diante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres.

De acordo com a Constituição do Estado de São


Paulo, o controle externo, a cargo da Assem-
bleia Legislativa, será exercido com o auxilio do
Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete,
dentre outras, as atribuições

(A) I e IV, apenas.


(B) I, II e III, apenas.
(C) I, III e IV, apenas.
(D) II, III e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.

21. (FCC/2012) No caso de contrato, o ato de sus-


tação será adotado diretamente

(A) pelo Tribunal de Contas do Estado, que so-


licitará, de imediato, ao Poder Executivo, as
medidas cabíveis.
(B) pela Assembleia Legislativa, que solicitará,
de imediato, ao Poder Executivo, as medi-

57
44-- PODER
44 PODEREXECUTIVO
EXECUTIVO- 1- 1

Do Exercício do Poder Executivo

A. Regra

Artigo 37 - O Poder Executivo é exercido pelo Governador do Estado, eleito


para um mandato de quatro anos, podendo ser reeleito para um único período
subsequente, na forma estabelecida na Constituição Federal.

Observação sobre a atuação do Vice-Governador - Art. 38, Parágrafo único O


Vice-Governador, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar,
auxiliará o Governador, sempre que por ele convocado para missões especiais.

B. Exceções

a. Impedimento ou vacância do Governador

i. substituirá o Governador em caso de impedimento

São circunstâncias temporárias em que o Governador está


Art. 38. impedido de exercer o cargo, como por exemplo uma viagem
O Vice-Governador
ii. suceder-lhe-á no caso de vaga.

O Vice terminará o mandato do Governador (Mandato Tampão)


e poderá ter apenas mais um mandato consecutivo

b. Impedimento ou vacância do Governador E do Vice-Governador -


NOÇÕES DUPLA AUSÊNCIA OU VACÂNCIA (Art. 40 e 41 da CE-SP)
GERAIS

MANDATO - 4 ANOS

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano

Vagando os cargos de Vagando os


Governador e cargos no último
Vice-Governador (nos 3 ano do mandato,
primeiros anos do serão
mandato), far-se-á sucessivamente
eleição 90 dias depois de chamados ao
aberta a última vaga. Governo o
Presidente da
ALESP ou do
TJ-SP, os quais
Depois de aberta a última vaga,
TERMINARÃO o
são chamados sucessivamente o
mandato em vigor
Presidente da ALESP ou do TJ-SP
que exercerá temporariamente o
cargo até os novos Governador e
Vice-Governadores serem eleitos
nas eleições diretas

Os novos Governadores e
Vice-Governador deverão
completar o período de governo
restante (Mandato Tampão)

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

58
45 - PODER EXECUTIVO - 2
45 - PODER EXECUTIVO - 2

DO GOVERNADOR E DO VICE-GOVERNADOR

A. Da Eleição do Governador e Vice-Governador

i. Do modo e data da Eleição - 1º Turno

Artigo 39 - A eleição do Governador e do Vice-Governador


realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno

Será considerado eleito Governador em primeiro turno o


candidato que, registrado por partido político, obtiver a MAIORIA
ABSOLUTA de votos, não computados os em branco e os nulos.

ii. Do modo e data da Eleição - 2º Turno

Art. 39 - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta no primeiro turno, faz-se nova
eleição, no último domingo de outubro, em segundo turno, na qual concorrem os dois
candidatos mais votados, sendo considerado eleito o que obtiver a maioria dos votos válidos.

B. Da Posse

a. Da Data da Posse e outras formalidades

Artigo 43 - O Governador e o Vice-Governador tomarão posse perante a


Assembleia Legislativa, prestando compromisso de cumprir e fazer
cumprir a Constituição Federal e a do Estado e de observar as leis.
NOÇÕES
GERAIS
Parágrafo único - Se, decorridos dez dias da data fixada para a
posse, o Governador ou o Vice-Governador, salvo motivo de força
maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
Artigo 46 - O Governador e o Vice-Governador deverão, no ato da
posse e no término do mandato , fazer declaração pública de bens.

C. Da ausência do Estado por período superior a 15 dias

Artigo 44 - O Governador e o Vice-Governador não poderão,


sem licença da Assembleia Legislativa, ausentar-se do Estado
por período superior a 15 dias, sob pena de perda do cargo.

Parágrafo único - O pedido de licença, amplamente motivado, indicará,


especialmente, as razões da viagem, o roteiro e a previsão de gastos.

D. Do local de residência Artigo 45 - O Governador deverá residir na Capital do Estado.

E. Do exercício exclusivo do mandato

Artigo 42 - Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na


administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
público e observado o disposto no artigo 38, I, IV e V, da Constituição Federal.

Isso significa que se o Governador for nomeado em concurso ele


pode tomar posse mas, durante o mandato, ficará afastado do
cargo, e só poderá exercer as funções após o fim do mandato

PROFESSOR ISMAEL NORONHA


59
46 - PODER EXECUTIVO - 3
46 - PODER EXECUTIVO - 3

Das atribuições do Governador

Artigo 47 - Compete privativamente ao Governador,


além de outras atribuições previstas nesta Constituição:

a. Funções como Chefe da Administração


e do Governo de São Paulo

I - representar o Estado nas suas relações


jurídicas, políticas e administrativas;

Parágrafo único - Essa representação poderá ser delegada


por lei, de iniciativa do Governador, a outra autoridade.
VI - nomear e exonerar livremente os Secretários de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado,
a direção superior da administração estadual;
V - prover os cargos públicos do Estado, com as
restrições da Constituição Federal e desta
Constituição, na forma pela qual a lei estabelecer;
VIII - decretar e fazer executar intervenção nos Municípios,
NOÇÕES na forma da Constituição Federal e desta Constituição;
GERAIS
IX - prestar contas da administração do Estado à
Assembleia Legislativa, na forma desta Constituição;
X - apresentar à Assembleia Legislativa, na sua sessão
inaugural, mensagem sobre a situação do Estado,
solicitando medidas de interesse do Governo;
XII - fixar ou alterar, por decreto, os quadros,
vencimentos e vantagens do pessoal das fundações
instituídas ou mantidas pelo Estado, nos termos da lei
(Inconstitucinoal - isso só pode ser feito por lei)
XIII - indicar diretores de sociedade de
economia mista e empresas públicas;
XIV - praticar os demais atos de administração,
nos limites da competência do Executivo;
XV - subscrever ou adquirir ações, realizar ou aumentar
capital, desde que haja recursos hábeis, de sociedade de
economia mista ou de empresa pública, bem como dispor,
a qualquer título, no todo ou em parte, de ações ou capital
que tenha subscrito, adquirido, realizado ou aumentado,
mediante autorização da Assembleia Legislativa;
XVI - delegar, por decreto, a autoridade do Executivo, funções
administrativas que não sejam de sua exclusiva competência;

b. Continua no próximo mapa

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

60
47
47-- PODER EXECUTIVO
PODER EXECUTIVO - 4- 4

Das atribuições do Governador

Artigo 47 - Compete privativamente ao Governador,


além de outras atribuições previstas nesta Constituição:

a. Funções relativas ao Processo Legislativo

XI - iniciar o processo legislativo, na forma e


nos casos previstos nesta Constituição;

XVII - enviar à Assembleia Legislativa projetos de lei


relativos ao plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamento anual, dívida pública e operações de crédito;
XVIII - enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei sobre
o regime de concessão ou permissão de serviços públicos;
III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
NOÇÕES como, no prazo nelas estabelecido, não inferior a trinta
GERAIS nem superior a cento e oitenta dias, expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução, ressalvados os
casos em que, nesse prazo, houver interposição de ação
direta de inconstitucionalidade contra a lei publicada
IV - vetar projetos de lei, total ou parcialmente

b. Edição de decretos

i. Comuns (regulamenta lei)


ii. Autônomos (força de lei)

XIX - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração


estadual, quando não implicar aumento de despesa,
nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

61
48
48-- PODER
PODEREXECUTIVO
EXECUTIVO -- 5
5

DA RESPONSABILIDADE DO GOVERNADOR

A. Considerações Iniciais

Os art. 48 a 50 da CE-SP que tratam da responsabilidade do


Governdador foram considerados INCOSNTITUCIONAIS pelo
STF, pois esse assunto é de competência legislativa da União

STF SV 46 - A definição dos crimes de responsabilidade e o


estabelecimento das respectivas normas de processo e
julgamento são da competência legislativa privativa da União.
STF ADI 4.190 - O Estado-membro não dispõe de competência
para instituir, mesmo em sua própria Constituição, cláusulas
tipificadoras de crimes de responsabilidade

Esses assuntos devem ser tratados devem ser tratados em lei


nacional especial (Lei 1.079/1950 - Lei do Impeachment)

B. Da indevida simetria com as regras de responsabilidade


aplicáveis ao Presidente da República

a. Considerações iniciais
NOÇÕES
GERAIS
Em praticamente todas as Constituições dos Estados e na Lei
Orgânica do DF, as regras de responsabilidade que os Estados queria
adotar para seus Governadores eram as mesmas previstas na CF para
o Presidente. No entanto, como dito acima, o STF entende que os
Estados não têm competência para isso e, portanto, o STF construiu
uma jurisprudência aplicável aos Governadores, como se segue

b. Foro por prerrogativa de função

Presidente da República

i. Crime Comum STF

ii. Crime de Responsabilidade SENADO

Governador

i. Crime Comum STJ

Tribunal Especial composto por 5


Deputados e 5
ii. Crime de Responsabilidade Desembargadores (Lei 1.079/50)

c. Continua no próximo bloco

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

62
49 - PODER EXECUTIVO - 6
49 - PODER EXECUTIVO - 6

DA RESPONSABILIDADE DO GOVERNADOR

B. Da indevida simetria com as regras de responsabilidade


aplicáveis ao Presidente da República

a. Da Licença Prévia

i. Presidente da República

O Presidente só poderá ser julgado no STF ou no SENADO após


autorização (licença) de 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados

ii. Governador

STF ADI 5.540 - Não há necessidade de prévia autorização de 2/3


da Assembleia Legislativa para o recebimento de denúncia ou queixa
e instauração de ação penal contra Governador de Estado, por crime
comum, cabendo ao STJ, no ato de recebimento ou no curso do
processo, dispor, fundamentadamente, sobre a aplicação de
medidas cautelares penais, inclusive afastamento do cargo.

NOÇÕES
b. Do afastamento cautelar
GERAIS

i. Presidente da República

Art. 86, § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:

I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia


ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a
instauração do processo pelo Senado Federal.
Art. 86, § 2º Se, decorrido o prazo de 180 dias, o julgamento
não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente,
sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.

ii. Governador

STF ADI 4.798 - Tendo em vista que as Constituições Estaduais não


podem estabelecer a chamada “licença prévia”, também não podem elas
autorizar o afastamento automático do Governador de suas funções
quando recebida a denúncia ou a queixa-crime pelo Superior
Tribunal de Justiça. O afastamento, se necessário, será decidido pelo STJ

c. Continua no próximo bloco

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

63
50- -PODER
50 PODER EXECUTIVO
EXECUTIVO - 7- 7

DA RESPONSABILIDADE DO GOVERNADOR

C. Da indevida simetria com as regras de responsabilidade aplicáveis ao Presidente da República

a. Da prisão

Art. 86, § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas


infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
i. Presidente
da República O Presidente NÃO pode ser preso cautelarmente,
mas apenas após o trânsito em julgado

ii. Governador

STF ADI 978 - O Estado-membro, ainda que em norma constante de sua própria Constituição, não
dispõe de competência para outorgar ao governador a prerrogativa extraordinária da imunidade à
prisão em flagrante, à prisão preventiva e à prisão temporária, pois a disciplinação dessas
modalidades de prisão cautelar submete-se, com exclusividade, ao poder normativo da União
Federal, por efeito de expressa reserva constitucional de competência definida pela Carta da
República. A norma constante da Constituição estadual – que impede a prisão do governador de
Estado antes de sua condenação penal definitiva – não se reveste de validade jurídica e,
consequentemente, não pode subsistir em face de sua evidente incompatibilidade com o texto da CF

b. Da responsabilização por atos estranhos ao Mandato

i. Presidente da República
NOÇÕES
GERAIS
Art. 86, § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato , não
pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

STF HC 83.154 - O que o art. 86, § 4º, confere ao presidente da República não é imunidade penal,
mas imunidade temporária à persecução penal : nele não se prescreve que o presidente é
irresponsável por crimes não funcionais praticados no curso do mandato, mas apenas que, por
tais crimes, não poderá ser responsabilizado, enquanto não cesse a investidura na presidência.

STF Inq 672 - A norma consubstanciada no art. 86, § 4º, da Constituição, reclama e
impõe, em função de seu caráter excepcional, exegese estrita, do que deriva a sua
inaplicabilidade a situações jurídicas de ordem extrapenal. O presidente da República
não dispõe de imunidade, quer em face de ações judiciais que visem a definir-lhe a
responsabilidade civil, quer em função de processos instaurados por suposta prática de
infrações político-administrativas, quer, ainda, em virtude de procedimentos destinados a
apurar, para efeitos estritamente fiscais, a sua responsabilidade tributária
STF Inq 672 - O chefe de Estado, nos ilícitos penais praticados in officio ou cometidos propter
officium, poderá, ainda que vigente o mandato presidencial, sofrer a persecutio criminis,
desde que obtida, previamente, a necessária autorização da Câmara dos Deputados.O chefe
de Estado, nos ilícitos penais praticados in officio ou cometidos propter officium,
poderá, ainda que vigente o mandato presidencial, sofrer a persecutio criminis, desde
que obtida, previamente, a necessária autorização da Câmara dos Deputados.

ii. Governador

STF ADI 978 - Os Estados-membros não podem reproduzir em suas próprias constituições o
conteúdo normativo dos preceitos inscritos no art. 86, §§ 3º e 4º, da Carta Federal, pois as
prerrogativas contempladas nesses preceitos da Lei Fundamental – por serem unicamente compatíveis
com a condição institucional de chefe de Estado – são apenas extensíveis ao presidente da República.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

64
51 - PODER EXECUTIVO - 8
51 - PODER EXECUTIVO - 8

Dos Secretários de Estado

a. Dos requisitos para o cargo

Artigo 51 - Os Secretários de Estado serão escolhidos entre brasileiros


maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

b. Da declaração pública de bens na posse e término do exercício do cargo

Artigo 53 - Os Secretários farão declaração pública de bens, no ato da posse e no


término do exercício do cargo, e terão os mesmos impedimentos estabelecidos
nesta Constituição para os Deputados, enquanto permanecerem em suas funções.

c. Da responsabilidade pelos atos praticados

Artigo 52 - Os Secretários de Estado, auxiliares diretos e da confiança do Governador,


serão responsáveis pelos atos que praticarem ou referendarem no exercício do cargo,
bem como por retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.

§1º - Os Secretários de Estado responderão, no prazo de 30 dias, os requerimentos


de informação formulados por Deputados e encaminhados pelo Presidente da
Assembleia após apreciação da Mesa, reputando-se não praticado o ato de seu ofício
sempre que a resposta for elaborada em desrespeito ao parlamentar ou ao Poder
NOÇÕES
Legislativo, ou que deixar de referir-se especificamente a cada questionamento feito
GERAIS
§2º - Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, os Secretários de Estado respondem
pelos atos dos dirigentes, diretores e superintendentes de órgãos da administração
pública direta, indireta e fundacional a eles diretamente subordinados ou vinculados.
§3º - Aos diretores de Agência Reguladora aplica-se o disposto no § 1º deste artigo.

d. Do comparecimento às Comissões da ALESP

Artigo 52-A - Caberá a cada Secretário de Estado, semestralmente, comparecer perante a


Comissão Permanente da Assembleia Legislativa a que estejam afetas as atribuições de
sua Pasta, para prestação de contas do andamento da gestão, bem como demonstrar e
avaliar o desenvolvimento de ações, programas e metas da Secretaria correspondente

§1º - Aplica-se o disposto no "caput" deste artigo aos Diretores de Agências Reguladoras
§2º - Aplicam-se aos procedimentos previstos neste artigo, no que couber,
aqueles já disciplinados em Regimento Interno do Poder Legislativo.
§3º - O comparecimento do Secretário de Estado, com a finalidade de apresentar,
quadrimestralmente, perante Comissão Permanente do Poder Legislativo, a
demonstração e a avaliação do cumprimento das metas fiscais por parte do Poder
Executivo suprirá a obrigatoriedade constante do "caput" deste artigo.
§4º - No caso das Universidades Públicas Estaduais e da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, incumbe,
respectivamente, aos próprios Reitores e ao Presidente, efetivar,
anualmente e no que couber, o disposto no "caput" deste artigo.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

65
QUESTÕES DE PROVA – MAPAS 44 A 51 rios de Estado.
(C) Prover os cargos públicos do Município.
22. (VUNESP/2019) Nos termos da Constituição do (D) Solicitar à União a expedição de decretos
Estado de São Paulo, em caso de impedimento do para a execução de leis.
Governador e do Vice-Governador, serão sucessi- (E) Averiguar a nomeação dos dirigentes de
vamente chamados ao exercício da Governança autarquias pelo Município.

(A) o Presidente da Assembleia Legislativa e o 26. (CKM/2018) Segundo a Constituição do Estado


Presidente do Tribunal de Justiça. de São Paulo, considerando o Poder Executivo,
(B) o Secretário-Chefe da Casa Militar e o Pre- pode-se afirmar quanto ao Governador e ao
sidente da Assembleia Legislativa. Vice-Governador do Estado:
(C) o Procurador-Geral do Estado e o Presiden-
te do Tribunal de Justiça. (A) Em caso de impedimento ou vacância dos
(D) o Secretário-Chefe da Casa Civil e o Presi- respectivos cargos, serão sucessivamente
dente da Assembleia Legislativa chamados ao exercício da Governança o
(E) o Procurador-Geral da Justiça e o Presiden- Presidente da Assembleia Legislativa e o
te do Tribunal de Justiça. Presidente do Tribunal de Justiça.
(B) Mantém-se o mandato do Governador,
23. (VUNESP/2011) A Constituição do Estado de mesmo ao assumir outro cargo ou função
São Paulo, no tocante às atribuições, estabele- na administração pública direta ou indire-
ce a competência privativa do Governador para ta, inclusive quando se tratar de posse em
a prática de determinados atos. Dentre estes, virtude de concurso público.
verifica-se a possibilidade de delegação a ou- (C) Independentemente do motivo, podem to-
tra autoridade em relação ao ato de mar posse perante a Assembleia Legislati-
va no prazo de até trinta dias após a data
(A) indicar diretores de sociedade de economia fixada para a posse.
mista e empresas públicas. (D) Podem ausentar-se do Estado pelo período
(B) enviar à Assembleia Legislativa projetos de de quinze dias a quarenta e cinco dias.
lei relativos ao plano plurianual, diretrizes (E) Devem fazer declaração pública de bens
orçamentárias, orçamento anual, dívida somente no término do mandato.
pública e operações de crédito.
(C) representar o Estado nas suas relações ju- 27. (FCC/2010) Em relação ao Poder Executivo do
rídicas, políticas e administrativas. Estado é INCORRETO afirmar:
(D) nomear e exonerar os dirigentes de autar-
quias, observadas as condições estabeleci- (A) O Governador deverá residir na Capital do Estado.
das na Constituição Estadual. (B) Vagando os cargos de Governador e Vice-
(E) nomear e exonerar livremente os Secretá- -Governador, far-se-á eleição noventa dias
rios de Estado. depois de aberta a última vaga.
(C) Em caso de impedimento do Governador e
24. (VUNESP/2011) A eleição de Governador e de Vi- do Vice-Governador, serão sucessivamen-
ce-Governador realizar-se-á, em primeiro turno, te chamados ao exercício da Governança o
Presidente do Tribunal de Justiça e o Presi-
(A) no dia 31 de outubro. dente da Assembleia Legislativa.
(B) no dia 15 de novembro. (D) Se, decorridos dez dias da data fixada para a
(C) no dia 31 de novembro. posse, o Governador ou o Vice-Governador,
(D) no primeiro domingo de outubro. salvo motivo de força maior, não tiver assumi-
(E) noventa dias antes do término do mandato do o cargo, este será declarado vago.
de seus antecessores. (E) O Governador e o Vice-Governador não po-
derão, sem licença da Assembleia Legis-
25. (CKM/2018) Em consonância com a Constitui- lativa, ausentar-se do Estado, por período
ção do Estado de São Paulo, compete privati- superior a quinze dias, sob pena de perda
vamente ao Governador, dentre outras, o ex- do cargo.
posto na alternativa:

(A) Representar a União nas suas relações jurídicas.


(B) Nomear e exonerar livremente os Secretá-

66
52 52 - DO
- DO PODER
PODER JUDICIÁRIO
JUDICIÁRIO -1 -1
Ver próximos mapas
Organograma da Justiça de São Paulo

Justiça Comum Justiça Militar

Ver
Outros órgãos da Justiça Especial e Órgãos sem natureza Tribunal de Justiça Militar
próximos
mapas Justiça Comum de pequenas causas jurisdicional (2ª Instância)

Tribunal de Justiça Turmas de Justiça de Paz Auditorias Militares


(2ª Instância) Recursos (1ª Instância)
NOÇÕES (2ª Instância)
GERAIS

Tribunais Juízes de Direito Juízes de Direito Conselhos de Justiça


do Júri (1ª Instância) Juizados Juizados de
Especiais Pequenas Causas
(1ª Instância) (1ª Instância)
Artigo 89 - A Justiça de Paz compõe-se de
Competência para cidadãos remunerados, eleitos pelo voto
julgar os crimes direto, universal e secreto, com mandato
dolosos contra a vida de quatro anos, e tem competência para,
na forma da lei, celebrar casamentos,
Artigo 87 - Os Juizados Especiais das Causas Cíveis de Menor
verificar, de ofício ou em face de
Complexidade e das Infrações Penais de Menor Potencial Ofensivo
impugnação apresentada, o processo de
terão sua composição e competência definidas em lei, obedecidos
Artigo 85 - Os juízes de Direito integram a carreira da Magistratura habilitação e exercer atribuições
os princípios previstos no artigo 98, I, da Constituição Federal.
e exercem a jurisdição comum estadual de primeiro grau, nas conciliatórias, sem caráter jurisdicional,
comarcas e juízos, segundo a competência determinada por lei. além de outras previstas na legislação.

Artigo 86 - O Tribunal de Justiça, através de seu Órgão Especial, designará Artigo 88 - A lei disporá sobre a criação, funcionamento e processo dos Juizados
juízes de entrância especial com competência exclusiva para questões agrárias. de Pequenas Causas a que se refere o artigo 24, X, da Constituição Federal.

Artigo 84 - As Turmas de Recursos são formadas por juízes de direito titulares da


§1º - A designação prevista neste artigo só pode ser revogada a pedido do
mais elevada entrância de Primeiro Grau, na Capital ou no Interior, observada a sua
juiz ou por deliberação da maioria absoluta do órgão especial.
sede, nos termos da resolução do Tribunal de Justiça, que designará seus integrantes,
os quais poderão ser dispensados, quando necessário, do serviço de suas varas.
§2º - No exercício dessa jurisdição, o juiz deverá, sempre que necessário
à eficiente prestação jurisdicional, deslocar-se até o local do litígio.

§1º - As Turmas de Recursos constituem-se em órgão de segunda instância,


§3º - O Tribunal de Justiça organizará a infraestrutura humana
cuja competência é vinculada aos Juizados Especiais e de Pequenas Causas.
e material necessária ao exercício dessa atividade jurisdicional.

§2º - A designação prevista neste artigo deverá ocorrer antes da


Artigo 59 - A Magistratura é estruturada em carreira, observados os distribuição dos processos de competência da Turma de Recursos.
princípios, garantias, prerrogativas e vedações estabelecidas na
Constituição Federal, nesta Constituição e no Estatuto da Magistratura.

As comarcas correspondem a parte do território do Estado sobre o qual


Parágrafo único - O benefício da pensão por morte deve obedecer o o Juiz tem jurisdição. Ela pode ser de entrância INICIAL, INTERMEDIÁRIA
princípio do artigo 40, § 7º, da Constituição Federal. ou FINAL. Não confunda INSTÂNCIA (todos os juízes são da 1ª instância)
com ENTRÂNCIA que é a classificação administrativa da Comarca.
Artigo 67 - As comarcas do Estado serão classificadas em
entrâncias, nos termos da Lei de Organização Judiciária.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA


67
53 - DO PODER JUDICIÁRIO - 2
53 - DO PODER JUDICIÁRIO - 2

Do tribunal de Justiça de São Paulo

O número de Desembargadores é
Da composição (Art. 63 + 73) fixado na Lei de Organização
Judiciária, de iniciativa do TJ-SP

A. Dos membros que são juízes de carreira

a. 4/5 da Composição é preenchida por juízes de carreira pelos seguintes critérios:

i. Metade por ANTIGUIDADE

Quando surgir vaga a ser preenchida por este critério, o juiz mais antigo da
última entrância terá o direito de se tornar Desembargador. Na apuração de
antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de 2/3 de seus membros, conforme procedimento próprio, e
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação

ii. Metade por MERECIMENTO

A aferição do merecimento é feita levando-se em conta o desempenho e critérios


objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência
e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento
Quando surgir vaga a ser preenchida por este critério, apenas os
juízes da última entrância, que tenham pelo menos 2 anos de
NOÇÕES exercício nessa entrância e que façam parte da primeira quinta parte
GERAIS
da lista de antiguidade é que poderão concorrer a essa promoção

Dentre esses, o Tribunal formará uma lista TRÍPLICE,


sendo escolhido Desembargador o mais votado
Será obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes
consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento

B. Dos membros que são provenientes do Ministério Público


do Estado e da Advocacia - QUINTO CONSTITUCIONAL

a. 1/5 da Composição é preenchida da seguinte maneira:

i. Metade por membros, do Ministério Público Estadual, com mais de 10 anos de carreira
ii. Metade por advogados de notório saber jurídico e de reputação
ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional

b. Do procedimento para preenchimento das vagas do QUINTO CONSTITUCIONAL

Após o surgimento da vaga destinada ao MPE ou à OAB, o Presidente do Tribunal


comunicará o respectivo órgão (Ministério Público ou Seção Estadual da Ordem
dos Advogados do Brasil, respectivamente), o qual formará uma lista SÊXTUPLA
com candidatos que cumpram os requisitos supracitados. Enviado ao TJ-SP,
dentre os nomes indicados, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça formará
lista TRÍPLICE, encaminhando-a ao Governador do Estado que, nos 20 dias
subsequentes, escolherá um de seus integrantes para o cargo e o nomeará.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

68
54 - DO PODER JUDICIÁRIO - 3
54 - DO PODER JUDICIÁRIO - 3

Do tribunal de Justiça de São Paulo

A. Do Órgão Especial (Art. 60)

Art. 93, XI nos tribunais com número superior a 25


a. Da previsão na CF julgadores, poderá ser constituído órgão especial

b. Do número de membros

No mínimo 11 e no máximo de 25. Cada


i. Na Constituição Federal Tribunal pode escolher respeitando os limites

ii. No TJ-SP O Órgão Especial do TJ-SP tem 25 membros

c. Da composição Na prática é assim: Presidente do TJSP, 12


dos mais antigos e 12 eleitos pelo Pleno

Metade será composta dentre os membros mais antigos da Corte


i. Na CF
Metade será eleita pelo Tribunal Pleno da Corte

Artigo 61 - O acesso dos Desembargadores ao Órgão Especial, respeitadas


a situação existente e a representação do quinto constitucional, dar-se-á
pelos critérios de antiguidade e eleição, alternadamente.

ii. Na CE-SP Parágrafo único - Pelo primeiro critério, a vaga será preenchida
pelo Desembargador mais antigo, salvo recusa oportunamente
manifestada. Pelo segundo, serão elegíveis pelo Tribunal Pleno.

NOÇÕES d. Da Competência
GERAIS

Exercerá as atribuições administrativas e jurisdicionais de competência


do Tribunal Pleno que lhe forem delegadas, inclusive para uniformizar a
i. Geral jurisprudência divergente entre suas Seções e entre estas e o Plenário

CF Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou


dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
ii. Específica inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

B. Do Conselho Superior da Magistratura

Artigo 62 - O Presidente e o 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça e o Corregedor


Geral da Justiça, eleitos, a cada biênio, pela totalidade dos Desembargadores, dentre
os integrantes do órgão especial, comporão o Conselho Superior da Magistratura.

§1º - Haverá um Vice-Corregedor-Geral da Justiça, para desempenhar


funções, em caráter itinerante, em todo o território do Estado.
§2º - Cada Seção do Tribunal de Justiça será presidida por um Vice-Presidente.

C. Das Câmaras Regionais e da Justiça itinerante

Artigo 71-A - O Tribunal de Justiça poderá funcionar de forma descentralizada, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Parágrafo único - O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização


de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

69
55 --DO
55 DOPODER
PODERJUDICIÁRIO
JUDICIÁRIO
- 4- 4

Do tribunal de Justiça de São Paulo

Das Competências do Tribunal de Justiça

A. Legislativas - projetos de lei de iniciativa do TJ-SP

Artigo 70 - Compete privativamente ao Tribunal de Justiça, por deliberação de seu Órgão Especial,
propor à Assembleia Legislativa, observado o disposto no artigo 169 da Constituição Federal:

I - a alteração do número de seus membros e dos membros do Tribunal de Justiça Militar


II - a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do
subsídio de seus membros e dos juízes, incluído o Tribunal de Justiça Militar;
III - a criação ou a extinção do Tribunal de Justiça Militar
V - a alteração da organização e da divisão judiciária.

Art. 72 - A Lei de Organização Judiciária poderá criar cargos de Juiz de Direito


Substituto em Segundo Grau, a serem classificados em quadro próprio, na mais
elevada entrância do primeiro grau e providos mediante concurso de remoção.

§1º - A designação será feita pelo Tribunal de Justiça para substituir seus membros ou
nele auxiliar, quando o acúmulo de feitos evidenciar a necessidade de sua atuação
§2º - Em nenhuma hipótese haverá redistribuição ou
passagem de processos, salvo para o voto do revisor.
NOÇÕES
GERAIS B. Administrativas

Artigo 69 - Compete privativamente ao Tribunal de Justiça:

I - pela totalidade de seus membros, eleger os órgãos diretivos, na forma de seu regimento interno
I - pelos seus órgãos específicos:

a) elaborar seu regimento interno, com observância das normas de processo


e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares, velando
pelo exercício da respectiva atividade correcional;
c) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
membros, e aos servidores que lhes forem subordinados;
d) prover, por concurso público de provas, ou provas e títulos, ressalvado o disposto no
Em vez de parágrafo único do artigo 169 da Constituição Federal, os cargos de servidores que integram
2/3 a CF
seus quadros, exceto os de confiança, assim definidos em lei, que serão providos livremente.
exige Maioria
Absoluta (Art. Artigo 64 - As decisões administrativas dos Tribunais de segundo grau serão motivadas e
93, VIII). Além tomadas em sessão pública, sendo as de caráter disciplinar tomadas por voto da
disso, essas
maioria absoluta dos membros do Tribunal de Justiça, ou de seu Órgão Especial, salvo
sanções
nos casos de remoção, disponibilidade e aposentadoria de magistrado, por interesse
também
podem ser público, que dependerão de voto de 2/3 dos membros, assegurada ampla defesa.
aplicadas
Artigo 77 - Compete, ademais, ao Tribunal de Justiça, por seus órgãos específicos, exercer
pelo CNJ
controle sobre atos e serviços auxiliares da justiça, abrangidos os notariais e os de registro.
Art. 73, Parágrafo único - O Tribunal de Justiça exercerá, em matéria administrativa
de interesse geral do Poder Judiciário, direção e disciplina da Justiça do Estado.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

70
56 - DO PODER JUDICIÁRIO - 5
56 - DO PODER JUDICIÁRIO - 5

Do tribunal de Justiça de São Paulo

Das Competências Jurisdicionais do Tribunal de Justiça

Artigo 74 - Compete ao Tribunal de Justiça, além das atribuições


previstas nesta Constituição, processar e julgar originariamente:

a. o Vice-Governador
b. os Secretários de Estado
c. os Deputados Estaduais

I - nas infrações penais comuns d. o Procurador-Geral de Justiça


e. o Procurador-Geral do Estado
STF ADI 2.553 - As Constituições Estaduais
não podem extender foro a outras autoridades f. o Defensor Público-Geral
além daquelas previstas na CF, por exemplo
procuradores e defensores públicos g. os Prefeitos Municipais

a. os juízes do Tribunal de Justiça Militar


II - nas infrações penais b. os juízes de Direito e os juízes de Direito do juízo militar
comuns e nos crimes de
responsabilidade c. os membros do Ministério Público, exceto
o Procurador-Geral de Justiça (STJ)
d. o Delegado-Geral da Polícia Civil e o
Comandante-Geral da Polícia Militar
III - os mandados de segurança e os “habeas data” contra atos do Governador, da Mesa e
da Presidência da Assembleia, do próprio Tribunal ou de algum de seus membros, dos
Presidentes dos Tribunais de Contas do Estado e do Município de São Paulo, do
Procurador-Geral de Justiça, do Prefeito e do Presidente da Câmara Municipal da Capital;
IV - os “habeas corpus”, nos processos cujos recursos forem de sua competência ou quando o
NOÇÕES coator ou paciente for autoridade diretamente sujeita a sua jurisdição, ressalvada a competência
GERAIS do Tribunal de Justiça Militar, nos processos cujos recursos forem de sua competência;
V - os mandados de injunção, quando a inexistência de norma regulamentadora
estadual ou municipal, de qualquer dos Poderes, inclusive da administração
indireta, torne inviável o exercício de direitos assegurados nesta Constituição;
VI - a representação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou
municipal, contestados em face desta Constituição, o pedido de intervenção em Município
e ação de inconstitucionalidade por omissão, em face de preceito desta Constituição;
VII - as ações rescisórias de seus julgados e as revisões criminais nos processos de sua competência;
VIII - Revogado.
IX - os conflitos de atribuição entre as autoridades administrativas e judiciárias do Estado;
X - a reclamação para garantia da autoridade de suas decisões;
XI - a representação de inconstitucionalidade de lei ou ato ADI ou ADI por omissão
normativo municipal, contestados em face da Constituição (ver próximo mapa)

Artigo 76 - Compete, outrossim, ao Tribunal de Justiça, processar e julgar, originariamente


ou em grau de recurso , as demais causas que lhe forem atribuídas por lei complementar.

§1º - Cabe-lhe, também, a execução de sentença nas causas de sua competência


originária, facultada, em qualquer fase do processo, a delegação de atribuições.
§2º - Cabe-lhe, ainda, processar e julgar os recursos relativos às causas que a
lei especificar, entre aquelas não reservadas à competência privativa do
Tribunal de Justiça Militar ou dos órgãos recursais dos Juizados Especiais.

I - provocar a intervenção da União no Estado para


garantir o livre exercício do Poder Judiciário, nos
Artigo 75 - Compete, também, termos desta Constituição e da Constituição Federal;
ao Tribunal de Justiça:
II - requisitar a intervenção do Estado em
Município, nas hipóteses previstas em lei.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

71
57
57 -- DO PODER
PODERJUDICIÁRIO
JUDICIÁRIO- 6- 6

Da Declaração de Inconstitucionalidade e da Ação Direta de Inconstitucionalidade

A. Do controle de constitucionalidade realizado nos Estados

Esse ocorre no julgamento exclusivamente pelo TJ das ADI ou ADI por omissão
Art. 125, § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação
de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais
a. Concentrado
ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a
ou abstrato
atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
Art. 90, §5º - Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou de
seu órgão especial poderá o Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo estadual ou municipal, como objeto de ação direta.

Esse ocorre no julgamento de outras ações em que a inconstitucinoalidade


de uma norma é levantada como incidental no processo. É difuso pois esse
controle pode ser feito por qualquer órgão do judiciário
b. Difuso ou
concreto Art. 90, §6º - Nas declarações incidentais, a decisão dos Tribunais
dar-se-á pelo órgão jurisdicional colegiado competente para exame da
matéria (Precisa de maioria absoluta do Pleno ou órgão especial)

B. Daqueles que podem propor a ADI ou ADI-Omissão

Artigo 90 - São partes legítimas para propor ação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
estaduais ou municipais, contestados em face desta Constituição ou por omissão de medida
necessária para tornar efetiva norma ou princípio desta Constituição, no âmbito de seu interesse:

NOÇÕES
GERAIS I - o Governador do Estado e a Mesa da Assembleia Legislativa;
II - o Prefeito e a Mesa da Câmara Municipal;
III - o Procurador-Geral de Justiça;
IV - o Conselho da Seção Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil;
V - as entidades sindicais ou de classe, de atuação estadual ou
municipal, demonstrando seu interesse jurídico no caso;
VI - os partidos políticos com representação na Assembleia Legislativa, ou,
em se tratando de lei ou ato normativo municipais, na respectiva Câmara.

C. Da atuação do Procurador Art. 90, §1º - O Procurador-Geral de Justiça será sempre


Geral de Justiça ouvido nas ações diretas de inconstitucionalidade

Art. 90, §2º - Quando o Tribunal apreciar a inconstitucionalidade,


D. Da atuação do Procurador em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o
Geral do Estado (Advogado Procurador-Geral do Estado, a quem caberá defender, no que
Geral do Estado) couber, o ato ou o texto impugnado.

E. Dos efeitos da decisão que reconhece a OMISSÃO INCONSTUTUCIONAL

Art.90, §4º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão


de medida para tornar efetiva norma desta Constituição

a. a decisão será comunicada ao Poder competente para a adoção das providências


necessárias à prática do ato que lhe compete ou início do processo legislativo ou
b. em se tratando de órgão administrativo, para a sua
ação em trinta dias, sob pena de responsabilidade

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

72
58 - DO PODER JUDICIÁRIO - 7
58 - DO PODER JUDICIÁRIO - 7

Da Justiça Militar

A. Dos órgãos da Justiça Militar

Artigo 79-A - A Justiça Militar do Estado será constituída

a. em 2ª Instância pelo Tribunal de Justiça Militar


Juízes de Direito
b. em 1ª Instância pelos
Conselhos de Justiça

B. Da composição do TJ Militar

Artigo 80 - O Tribunal de Justiça Militar do Estado, com jurisdição em


todo o território estadual e com sede na Capital, compor-se-á de 7
juízes, divididos em duas câmaras , nomeados em conformidade com
as normas da Seção I deste Capítulo e respeitado o artigo 94 da
Constituição Federal (QUINTO CONSTITUCIONAL) , sendo

NOÇÕES a. 4 militares Coronéis da ativa da Polícia Militar do Estado


GERAIS
1 vaga para o MP-SP
QUINTO CONSTITUCIONAL
1 vaga para a OAB-SP
1 vaga para juiz da auditoria militar

Art. 82, Parágrafo único - Os juízes de Direito do


b. 3 civis juízo militar serão promovidos ao Tribunal de Justiça
Militar nas vagas de juízes civis, observado o disposto
nos artigos 93, III e 94 da Constituição Federal.

CF - Art. 93, III - Alternância entre


ANTIGUIDADE e MERECIMENTO
CF 94 - QUINTO CONSTITUCIONAL

C. Da equiparação de direitos, vantagens e proibições entre


os membros da Justiça Militar e os da Justiça Comum

Artigo 82 - Os juízes do Tribunal de Justiça Militar e os juízes de


Direito do juízo militar gozam dos mesmos direitos, vantagens e
subsídios e sujeitam-se às mesmas proibições dos Desembargadores
do Tribunal de Justiça e dos juízes de Direito, respectivamente.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

73
59 - DO PODER JUDICIÁRIO - 8
59 - DO PODER JUDICIÁRIO - 8

Da Justiça Militar

A. Das competências da Justiça Militar

Artigo 79-B - Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os


militares do Estado (PM), nos crimes militares definidos em lei e as ações
judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do
júri quando a vítima for civil, cabendo ainda decidir sobre a perda do
posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.

B. Das competências da 1ª instância

Art. 81, §2º - Compete aos juízes de Direito do juízo militar processar e julgar,
singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais
contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a
presidência do juiz de Direito, processar e julgar os demais crimes militares.

A Justiça Militar SÓ JULGA os membros da PM quando praticarem crimes


militares. Se praticarem crimes comuns, serão julgados na Justiça Comum

i. Contra Regra - Juiz


Civis Exceção - Crimes dolosos contra a
NOÇÕES Crimes vida de civis - Tribunal do Jurí
GERAIS
Militares
ii. Contra Conselhos de Justiça, inclusive se for
Militares crime doloso contra a vida de militar

Os juízes também têm competência monocrática para


julgar as ações judiciais contra atos disciplinares MILITARES

C. Das competências do Tribunal de Justiça Militar

Artigo 81 - Compete ao Tribunal de Justiça Militar processar e julgar:

I - originariamente, o Chefe da Casa Militar, o Comandante-Geral da Polícia


Militar, nos crimes militares definidos em lei, os mandados de segurança e os
“habeas corpus”, nos processos cujos recursos forem de sua competência ou
quando o coator ou coagido estiverem diretamente sujeitos a sua jurisdição
e às revisões criminais de seus julgados e das Auditorias Militares;
II - em grau de recurso, os policiais militares, nos crimes militares
definidos em lei, observado o disposto no artigo 79-B

§1º - Compete ainda ao Tribunal exercer a correição geral sobre as


atividades de Polícia Judiciária Militar, bem como decidir sobre a perda
do posto e da patente dos Oficiais e da graduação das praças.

§3º - Os serviços de correição permanente sobre as atividades de


Polícia Judiciária Militar e do Presídio Militar serão realizados pelo
juiz de Direito do juízo militar designado pelo Tribunal.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

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60 - DO PODER JUDICIÁRIO - 9
60 - DO PODER JUDICIÁRIO - 9

Outros assuntos relacionados ao Poder Judiciário

A. Da autonomia financeira e administrativa

Artigo 55 - Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia financeira e administrativa.

Parágrafo único - São assegurados, na forma do artigo 99 da Constituição Federal, ao


Poder Judiciário, recursos suficientes para manutenção, expansão e aperfeiçoamento
de suas atividades jurisdicionais, visando ao acesso de todos à Justiça.

Artigo 56 - Dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei
de diretrizes orçamentárias, o Tribunal de Justiça, pelo seu Órgão Especial, elaborará
proposta orçamentária do Poder Judiciário, encaminhando-a, por intermédio de seu
Presidente, ao Poder Executivo, para inclusão no projeto de lei orçamentária.

Artigo 65 - Aos órgãos do Poder Judiciário do Estado competem a administração e uso


dos imóveis e instalações forenses, podendo ser autorizada parte desse uso a órgãos
diversos, no interesse do serviço judiciário, como dispuser o Tribunal de Justiça,
asseguradas salas privativas, condignas e permanentes aos advogados e membros do
Ministério Público e da Defensoria Pública, sob a administração das respectivas entidades.

B. Competências administrativas do Presidente do TJ-SP

Artigo 58 - Ao Tribunal de Justiça, mediante ato de seu Presidente, compete


nomear, promover, remover, aposentar e colocar em disponibilidade os juízes
de sua Jurisdição, ressalvado o disposto no artigo 62, exercendo, pelos seus
NOÇÕES órgãos competentes, as demais atribuições previstas nesta Constituição
GERAIS

Parágrafo único - Caberá ainda ao Presidente do Tribunal de Justiça, observadas


as disponibilidades orçamentárias, indeferir as férias de quaisquer de seus
membros por necessidade de serviço, ou determinar a reassunção imediata de
magistrado no exercício de seu cargo, cabendo a este, nas hipóteses aqui previstas,
o direito à correspondente indenização das férias no mês subsequente ao
indeferimento, ou a anotação para gozo oportuno, a requerimento do interessado.

C. Da atividade notarial e registral (cartórios)

Artigo 68 - O ingresso na atividade notarial e registral, tanto de titular como de


preposto, depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que
qualquer serventia fique vaga sem abertura de concurso por mais de seis meses.

Parágrafo único - Compete ao Poder Judiciário a realização do concurso de


que trata este artigo, observadas as normas da legislação estadual vigente.

D. Regra específica sobre os processos cíveis já findos

Artigo 66 - Os processos cíveis já findos em que houver acordo ou satisfação


total da pretensão não constarão das certidões expedidas pelos Cartórios dos
Distribuidores, salvo se houver autorização da autoridade judicial competente.

Parágrafo único - As certidões relativas aos atos de que cuida este


artigo serão expedidas com isenção de custos e emolumentos,
quando se trate de interessado que declare insuficiência de recursos.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

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QUESTÕES DE PROVA – MAPAS 52 A 60 e julgar originariamente, o Chefe da Casa Militar
nos crimes comuns e de responsabilidade.
28. (DIRECTA/2013) Analise as assertivas abaixo
de acordo com o disposto na Constituição do 30. (VUNESP/2019) Conforme a Constituição do
Estado de São Paulo. Estado de São Paulo, a elaboração da proposta
orçamentária do Poder Judiciário Estadual e o
I – Compete ao Tribunal de Justiça, além das seu devido encaminhamento ao Poder Executi-
atribuições previstas nesta Constituição, vo são da competência, respectivamente,
processar e julgar originariamente, nas in-
frações penais comuns, o Vice-Governador, (A) da Assessoria da Presidência e do Correge-
os Secretários de Estado, os Deputados Es- dor-Geral do Tribunal.
taduais, o Procurador-Geral de Justiça, o Pro- (B) do órgão especial e do Presidente do Tribunal.
curador-Geral do Estado, o Defensor Público (C) do Departamento de Contabilidade e do
Geral e os Prefeitos Municipais. Conselho-Geral da Magistratura.
II – Compete ao Tribunal de Justiça, além das atri- (D) do Tribunal Pleno e do 1° Vice-Presidente do
buições previstas nesta Constituição, pro- Tribunal.
cessar e julgar originariamente, os manda- (E) do Conselho-Geral da Magistratura e do
dos de segurança e os “habeas data” contra Presidente do Tribunal.
atos dos Presidentes dos Tribunais de Contas
do Estado e do Município de São Paulo, do 31. (VUNESP/2016) Com relação ao disposto na
Procurador-Geral de Justiça, do Prefeito e do Constituição do Estado de São Paulo em rela-
Presidente da Câmara Municipal da Capital. ção à Justiça Militar estadual, assinale a alter-
III – O Prefeito e a Mesa da Câmara Municipal são nativa correta.
partes legítimas para propor ação de incons-
titucionalidade de lei ou ato normativo esta- (A) Compete ao Tribunal de Justiça Militar
duais ou municipais, contestados em face a exercer a correição geral sobre as ativida-
Constituição do Estado de São Paulo. des de Polícia Judiciária Militar, sendo que
os serviços de correição permanente sobre
(A) as assertivas I e II estão corretas. as atividades do Presídio Militar serão re-
(B) as assertivas II e III estão corretas. alizados pelo representante do Ministério
(C) as assertivas I e III estão corretas. Público estadual designado pelo Tribunal.
(D) todas as assertivas estão corretas. (B) Compete aos juízes de direito do juízo
militar processar e julgar, singularmente,
29. (VUNESP/2016) Assinale a alternativa correta no as ações judiciais contra atos disciplina-
tocante às previsões da Constituição do Estado de res praticados pelo Comandante Geral da
São Paulo sobre a Justiça Militar Estadual. Polícia Militar.
(C) Compete ao Tribunal de Justiça Militar pro-
(A) Um quinto dos lugares do Tribunal de Jus- cessar e julgar originalmente nas infrações
tiça Militar será composto de advogados penais comuns e nos crimes de responsabili-
e de membros do Ministério Público, de dade o Comandante- -Geral da Polícia Militar.
notório saber jurídico e reputação ilibada, (D) Compete ao Tribunal de Justiça Militar a ini-
com mais de 5 (cinco) anos de efetiva ativi- ciativa de leis que disponham sobre a cria-
dade profissional ou na carreira. ção e extinção de cargos e a remuneração
(B) Os juízes de Direito do juízo militar serão dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
promovidos ao Tribunal de Justiça Militar lhes forem vinculados, bem como a fixação
nas vagas de juízes civis. do subsídio de seus membros e dos juízes.
(C) Compete ao Tribunal de Justiça processar (E) O Tribunal de Justiça Militar do Estado com-
e julgar originariamente nas infrações pe- por-se-á de sete juízes, divididos em duas
nais comuns e militares, excetuando-se os câmaras, sendo quatro militares Coronéis
crimes de responsabilidade, os juízes de da reserva da Polícia Militar do Estado e
Direito do juízo militar. três civis.
(D) O Tribunal de Justiça Militar do Estado, com
jurisdição em todo o território estadual e 32. (FCC/2015) No tocante ao Tribunal de Justiça do
com sede na Capital, compor-se-á de 9 (no- Estado de São Paulo, segundo as normas pre-
vjuízes, divididos em três câmaras. vistas na Constituição do Estado de São Paulo
(E) Compete ao Tribunal de Justiça Militar processar é INCORRETO afirmar que

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(A) o referido Tribunal possui competência, 34. (FCC/2010) Em relação ao Poder Judiciário, a
além de outras atribuições, para processar Constituição Estadual estabelece, dentre ou-
e julgar originariamente nas infrações pe- tras hipóteses, que
nais comuns, o Vice-Governador, os Secre-
tários de Estado, os Deputados Estaduais, o (A) os conflitos de atribuição entre as autori-
Procurador-Geral de Justiça, o Procurador- dades administrativas e judiciárias do Es-
-Geral do Estado, o Defensor Público-Geral tado serão processados e julgados origina-
e os Prefeitos Municipais. riamente pelo Tribunal de Justiça.
(B) haverá um Órgão Especial, com vinte e cin- (B) o Presidente do Tribunal de Justiça não in-
co Desembargadores, para o exercício das correrá em crime de responsabilidade se,
atribuições administrativas e jurisdicionais ainda que por ato comissivo ou omissivo,
de competência do Tribunal Pleno, inclusive retardar ou tentar frustrar a liquidação re-
para uniformizar a jurisprudência divergente gular de precatório.
entre suas Seções e entre estas e o Plenário. (C) o acesso dos Desembargadores ao Órgão
(C) um quinto de seus lugares será composto Especial, à Presidência das Câmaras e à
de advogados e de membros do Ministério representação do quinto constitucional
Público, de notório saber jurídico e reputa- dar-se-á pelos critérios de merecimento e
ção ilibada, com mais de dez anos de efetiva eleição, alternadamente.
atividade profissional ou na carreira, indi- (D) o ingresso na atividade notarial, como titu-
cados em lista sêxtupla, pela Seção Esta- lar, depende de concurso público de provas
dual da Ordem dos Advogados do Brasil ou e títulos, salvo de preposto, não se permi-
pelo Ministério Público, conforme a classe tindo que fique vaga sem abertura de con-
a que pertencer o cargo a ser provido. curso por mais de doze meses.
(D) o acesso dos Desembargadores ao Órgão Es- (E) as decisões disciplinares dos Tribunais se-
pecial, respeitadas a situação existente e a re- rão motivadas e tomadas em sessão públi-
presentação do quinto constitucional, dar-se- ca, por voto da maioria simples dos seus
-á exclusivamente pelo critério de antiguidade. membros, salvo nos casos de decisões ad-
(E) o referido Tribunal possui competência, ministrativas, que dependerão de voto de
além de outras atribuições, para processar dois terços.
e julgar originariamente os mandados de
injunção, quando a inexistência de norma
regulamentadora estadual ou municipal,
de qualquer dos Poderes, inclusive da Ad-
ministração indireta, torne inviável o exer-
cício de direitos assegurados pela Consti-
tuição do Estado de São Paulo.

33. (FCC/2013) Considere as seguintes situações


hipotéticas: Mikaela é Vice-Governadora do
Estado de São Paulo; Anibal é o Defensor Pú-
blico-Geral da Defensoria Pública do Estado de
São Paulo; Jorge é o Procurador Geral de Justiça
do Estado de São Paulo e Matias é o Governa-
dor do Estado de São Paulo. De acordo com a
Constituição do Estado de São Paulo, compe-
te ao Tribunal de Justiça do referido Estado,
dentre outras atribuições, processar e julgar
originariamente, nas infrações penais comuns,
APENAS

(A) Anibal, Jorge e Matias.


(B) Mikaela, Jorge e Matias.
(C) Anibal e Jorge.
(D) Mikaela e Matias.
(E) Mikaela, Anibal e Jorge.

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61 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 1
61 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 1

1. Das Funções Essenciais à Justiça na CF

a. Considerações Preliminares

O art. 2º da CF afirma: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o


Legislativo, o Executivo e o Judiciário . Apesar de estarem previstas no Título da Constituição
Federal que trata da Organização dos Poderes (Título IV), as Instituições Essenciais à Justiça
previstas no Capítulo IV deste Título NÃO fazem parte de nenhum dos poderes , sendo,
portanto, instituições autônomas que desempenham suas funções junto ao Poder Judiciário,
com exceção da AGU e Procuradorias Estaduais, que são órgãos do Executivo

b. Da capacidade processual das instituições essenciais à Justiça

Ao Poder Judiciário foi outorgada a missão de limitar a atuação dos poderes Executivo e
Legislativo dentro das fronteiras constitucionais, podendo, por exemplo, anular atos do
Executivo ou considerar inconstitucionais as normas emanadas do Legislativo. Por isso, e com o
objetivo de limitar a atuação deste poder, a CF estabeleceu como regra a sua NÃO atuação de
ofício, isto é, por iniciativa própria, exigindo a provocação de outras instituições. Nesse
contexto, as Funções Essenciais à Justiça demonstram sua importancia, no sentido de
provocar o Poder Judiciário para aplicar a lei, ora em favor do Estado (Advocacia Pública),
ora em favor das população (Ministério Público, Advocacia Privada e Defensoria Pública)

STF - HC 97.969 - O Poder Judiciário tem por característica central a estática ou o


não-agir por impulso próprio (ne procedat iudex ex officio). Age por provocação
das partes, do que decorre ser próprio do Direito Positivo este ponto de fragilidade:
quem diz o que seja ‘de Direito’ não o diz senão a partir de impulso externo

2. Das Instituições Essenciais à Justiça em SÃO PAULO

NOÇÕES
GERAIS a. O Ministério Público (Parquet) Art 91 ao 97

Exerce a advocacia da sociedade , sendo encarregado da defesa da ordem jurídica, do


regime democrático e dos interesses difusos, sociais e individuais indisponíveis (Novelino)

b. A Procuradoria Geral do Estado (Advocacia Pública) Art. 98 ao 102

Exercida pela Advocacia-Geral da União e pelos Procuradores dos


Estados e do Distrito Federal, responsáveis pela representação
judicial e a consultoria jurídica dos entes políticos

c. A Defensoria Pública Art. 103

Incumbi-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático,


fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados

d. A Advocacia Privada
Art. 104 ao 109

É exercida pelos advogados inscritos na OAB em favor de terceiros que


tenham alguma demanda que exija a intervenção do Poder Judiciário

e. Do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana Não previsto na CF

Artigo 110 - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana será criado por
lei com a finalidade de investigar as violações de direitos humanos no território do Estado, de
encaminhar as denúncias a quem de direito e de propor soluções gerais a esses problemas.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA


78
62 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 2
62 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 2

Do Ministério Público

A. Dos objetivos do Ministério Público

Art. 127 - O Ministério Público é instituição permanente, essencial


à função jurisdicional do Estado , incumbindo-lhe a defesa:

Deve zelar pelo fiel cumprimento das leis


A. da ordem jurídica

Deve zelar pela conservação e


aperfeiçoamento da democracia brasileira
B. do regime democrático

C. dos interesses sociais e individuais indisponíveis

a. Dos interesses sociais (coletivos em sentido amplo) - Todos estes são defendidos pelo MP

STF - RE 163.231 - Interesses difusos são aqueles que abrangem número


indeterminado de pessoas unidas pelas mesmas circunstâncias de fato
i. Difusos São exemplos de direitos difusos a proteção da comunidade indígena,
da criança e do adolescente, das pessoas portadoras de deficiência

STF - RE 163.231 - Interesses coletivos são aqueles pertencentes a


grupos, categorias ou classes de pessoas determináveis, ligadas entre
si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base. A
indeterminidade é a característica fundamental dos interesses difusos
e a determinidade a daqueles interesses que envolvem os coletivos

ii. Coletivos São exemplos de direitos coletivos em sentido estrito aumento ilegal das
(coletivos em prestações de um consórcio: o aumento não será mais ou menos ilegal
NOÇÕES
GERAIS sentido estrito) para um ou outro consorciado; os direitos dos alunos de certa escola de
terem a mesma qualidade de ensino em determinado curso; a ilegalidade
do aumento abusivo das mensalidades escolares, relativamente aos
alunos já matriculados; o aumento abusivo das mensalidades de planos
de saúde, relativamente aos contratantes que já firmaram contratos

Os direitos individuais homogêneos (direitos acidentalmente coletivos) são aqueles


que decorrem de uma origem comum, possuem transindividualidade instrumental
ou artificial, os seus titulares são pessoas determinadas e o seu objeto é divisível e
admite reparabilidade direta, ou seja, fruição e recomposição individual
São exemplos de situações que envolvem direitos individuais homogêneos
os compradores de carros de um lote com o mesmo defeito de fabricação (a
iii. Homogêneos ligação entre eles, pessoas determinadas, não decorre de uma relação
jurídica, mas, em última análise, do fato de terem adquirido o mesmo
produto com defeito de série); o caso de uma explosão do Shopping de
Osasco, em que inúmeras vítimas sofreram danos; danos sofridos em razão
do descumprimento de obrigação contratual relativamente a muitas pessoas

b. Dos direitos individuais:

São direitos indisponíveis aqueles em relação aos quais


os seus titulares não têm qualquer poder de disposição,
pois nascem, desenvolvem-se e extinguem-se
i. Indisponíveis - Em regra independentemente da vontade dos titulares (Erick Moura)
são defendidos pelo MP
A legitimidade do Ministério Público para atuar na defesa dos
interesses individuais indisponíveis persiste mesmo quando a
ação visa à tutela de pessoa individualmente considerada

Os interesses individuais disponíveis somente podem ser


ii. Disponíveis - Em
tutelados pelo Ministério Público no âmbito coletivo, a defesa
regra NÃO são
dos indisponíveis pode se dar tanto no âmbito individual (CF,
defendidos pelo MP
art. 127) quanto no coletivo (CF, art. 129, III) (Novelino)

PROFESSOR ISMAEL NORONHA


79
63 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 3
63 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 3

Do Ministério Público

2ª Instância Procuradores (atuam perante os órgãos do TJ-SP)


a. Dos membros
do MPE Promotor de Justiça
1ª Instância
Promotor de Justiça Substituto (cargo inicial da carreira)

b. Do Procurador Geral de Justiça

i. Da Nomeação e Posse

CF Art. 128, § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e


Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei
respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral , que será nomeado pelo Chefe
do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

CE-SP Art. 94, §1º - Decorrido o prazo previsto em lei, sem nomeação
do Procurador-Geral de Justiça, será investido no cargo o integrante
mais votado da lista tríplice prevista no inciso II deste artigo.
CE-SP Art. 94, §2º - O Procurador-Geral de Justiça fará declaração
pública de bens, no ato da posse e no término do mandato.

ii. Da Destituição antes do término do mandato

CF Art. 128, § 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito


NOÇÕES Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria
GERAIS
absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.

c. Do ingresso na Carreira

Artigo 94, I, a) ingresso na carreira mediante concurso público de provas e


títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
sua realização , exigindo-se, do bacharel em direito, no mínimo, três anos de
atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação

d. Da promoção na Carreira

Art. 94, I, b) A promoção será voluntária, por antiguidade e merecimento,


alternadamente, de entrância a entrância, e da entrância mais elevada para
o cargo de Procurador de Justiça, aplicando-se, por assemelhação, o
disposto no artigo 93, III, da Constituição Federal (regras dos juízes)

e. Da escala de subsídios

Art. 94, I, c) Os subsídios devem ser fixados com diferença não excedente a 10% de
uma para outra entrância, e da entrância mais elevada para o cargo de
Procurador-Geral de Justiça , cujo subsídio, em espécie, a qualquer título, não poderá
ultrapassar o subsídio do Desembargador do TJ, que é o Teto do Estado (Art. 115, XII)

f. Da aposentadoria e pensão

Seguem as mesmas regras aplicadas aos servidores (Art. 40 da CF)

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80
64
64--DAS
DASFUNÇÕES
FUNÇÕESESSENCIAIS À JUSTIÇA
ESSENCIAIS -4 -4
À JUSTIÇA

Do Ministério Público

a. Das Garantias dos membros

Artigo 95 - Os membros do Ministério


Público têm as seguintes garantias:

I - vitaliciedade, após dois anos de exercício ,


não podendo perder o cargo senão por
sentença judicial transitada em julgado
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria
absoluta de seus membros, assegurada a ampla defesa
III - irredutibilidade de subsídio, observado, quanto à
remuneração, o disposto na Constituição Federal

NOÇÕES
GERAIS b. Das proibições

Artigo 96 - Os membros do Ministério Público


sujeitam-se, entre outras, às seguintes proibições:

I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,


honorários, percentagens ou custas processuais;
II - exercer a advocacia;
III - participar de sociedade comercial, na forma da lei;
IV - exercer, ainda que em disponibilidade,
qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério, se houver compatibilidade de horário;
V - exercer atividade político-partidária;
VI - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas
ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei
VII - exercer a advocacia no juízo ou tribunal perante o
qual atuava, antes de decorridos três anos do afastamento
do cargo por aposentadoria ou exoneração.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

81
65 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 5
65 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 5

Do Ministério Público - Dos princípios institucionais

Art. 91, parágrafo único - São princípios institucionais do Ministério Público a:

A. Unidade

Os membros do Parquet devem ser considerados como integrantes de uma só instituição,


subordinados administrativamente a uma só chefia. Daí decorre que a manifestação de
a. Definição qualquer membro vale como posicionamento de todo o Ministério Público

STF - Rcl 7.245 - O postulado da unidade institucional (que também se estende ao


Ministério Público dos Estados-membros) reveste-se de natureza constitucional (CF,
art. 127, § 1°), a significar que o Ministério Público estadual NÃO é representado –
muito menos chefiado – pelo Sr. procurador-geral da República (e, sim, pelo
Procurador-Geral de Justiça) , eis que é plena a autonomia do Parquet local em face do
eminente chefe do MPU. Mostra-se fundamental insistir na asserção de que o Ministério
Público dos Estados-membros NÃO está vinculado nem subordinado, no plano
processual, administrativo e/ou institucional, a chefia do MPU, o que lhe confere ampla
b. Observações possibilidade de postular, autonomamente, em sede de reclamação, perante o STF

B. Indivisibilidade

Uma vez que os membros do MP NÃO se vinculam aos processos em que atuam,
podem, a qualquer tempo, serem substituídos de acordo com as regras legais, sem
nenhum prejuízo para o processo. Por outras palavras, os atos processuais devem ser
a. Definição atribuídos ao Ministério Público enquanto instituição e NÃO ao agente que os praticou

C. Independência funcional

NOÇÕES Esse princípio aplica-se tanto à instituição quanto aos seus membros. Em relação à
GERAIS instituição significa que o MP NÃO se subordina a qualquer dos poderes. Em relação ao
a. Definição membros significa que eles deverão se submeter apenas à CF, às leis e à própria consciência

A subordinação dos membros em relação às chefias é meramente administrativa, e NÃO de


ordem funcional. As recomendações emanadas dos órgãos superiores, quando relacionadas
ao exercício de sua atividade processual, NÃO possuem caráter vinculante (Novelino)
A independência também permite que o membro do parquet que oficia perante
tribunal de segunda instância possa recorrer de decisão neste proferida, mesmo
que o acórdão coincida com o que haja preconizado o integrante do Ministério
b. Observações
Público com atuação em primeiro grau de jurisdição (Paulo Branco)
Art. 85, II da CF - São crimes de responsabilidade os atos do
Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal
e, especialmente, contra o livre exercício do Ministério Público ...

Princípio do Promotor Natural

Decorrente dos princípios da independência funcional e da inamovibilidade, o princípio do


promotor natural, o qual impõe que o critério de designação de um membro do MP para atuar
a. Definição em uma causa seja baseado em critérios abstratos e predeterminados , estabelecidos em lei

STF - HC 67.759 - O postulado do promotor natural, que se revela imanente ao sistema


constitucional brasileiro, repele, a partir da vedação de designações casuísticas efetuadas
pela chefia da instituição, a figura do acusador (promotor) de exceção . Esse princípio
consagra uma garantia de ordem jurídica, destinada tanto a proteger o membro do
Ministério Público , na medida em que lhe assegura o exercício pleno e independente do seu
ofício, quanto a tutelar a própria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver
atuando, em quaisquer causas, apenas o promotor cuja intervenção se justifique a partir de
critérios abstratos e predeterminados, estabelecidos em lei. A matriz constitucional desse
princípio assenta-se nas cláusulas da independência funcional e da inamovibilidade dos
membros da instituição. O postulado do promotor natural limita, por isso mesmo, o
poder do procurador-geral que, embora expressão visível da unidade institucional, NÃO
b. Observações deve exercer a chefia do Ministério Público de modo hegemônico e incontrastável

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

82
66 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 6
66 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 6

Do Ministério Público

a. Das competências do MPE-SP

Artigo 97 - Incumbe ao Ministério Público, além de outras funções:

I - exercer a fiscalização dos estabelecimentos prisionais e


dos que abriguem idosos, menores, incapazes ou portadores
de deficiências, sem prejuízo da correição judicial;
II - deliberar sobre sua participação em organismos estatais de
defesa do meio ambiente, do consumidor, de política penal e
penitenciária e outros afetos a sua área de atuação;
III - receber petições, reclamações, representações ou queixas de
qualquer pessoa ou entidade representativa de classe, por
desrespeito aos direitos assegurados na Constituição Federal e
nesta Constituição, as quais serão encaminhadas a quem de
direito, e respondidas no prazo improrrogável de 30 dias.
Parágrafo único - Para promover o inquérito civil e os
NOÇÕES procedimentos administrativos de sua competência, o Ministério
GERAIS Público poderá, nos termos de sua lei complementar:

1 - requisitar dos órgãos da administração direta ou


indireta, os meios necessários à sua conclusão;
2 - propor à autoridade administrativa competente
a instauração de sindicância para a apuração de
falta disciplinar ou ilícito administrativo.

No art. 129 da CF existem outras competências

b. Da competência dos MPE para atuarem


diretamente nos tribunais superiores

STF - Rcl 15.028 - O MPE possui legitimidade ativa para propor


reclamação diretamente ao STF em caso de desrespeito a súmula
vinculante, sem que seja necessária a intervenção do PGR

STF - RE 985.392 - Os Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito


Federal têm legitimidade para propor e atuar em recursos e meios de
impugnação de decisões judiciais em trâmite no STF e no STJ, oriundos
de processos de sua atribuição, sem prejuízo da atuação do MPF.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

83
67 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 7
67 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 7

Do Ministério Público

a. Das leis complementares de interesse do MPE

Artigo 92 - Ao Ministério Público é assegurada autonomia administrativa


e funcional, cabendo-lhe, na forma de sua lei complementar:

I - praticar atos próprios de gestão;


II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional do pessoal ativo e inativo da
carreira e dos serviços auxiliares, organizados em quadros próprios;
III - adquirir bens e serviços e efetuar a respectiva contabilização;
IV- propor à Assembleia Legislativa a criação e a extinção de seus cargos e serviços auxiliares,
bem como a fixação dos subsídios de seus membros, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e no artigo 169 da Constituição Federal;
V - prover os cargos iniciais de carreira e dos serviços auxiliares, bem como
nos casos de promoção, remoção e demais formas de provimento derivado;
VI - organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das Promotorias de Justiça;
VII - compor os órgãos da Administração Superior;
VIII - elaborar seus regimentos internos;
IX - exercer outras competências dela decorrentes.
§1º - O Ministério Público instalará as Promotorias de Justiça
e serviços auxiliares em prédios sob sua administração.
§2º - As decisões do Ministério Público, fundadas em sua autonomia funcional e
administrativa, obedecidas as formalidades legais, têm eficácia plena e executoriedade
NOÇÕES
GERAIS
imediata, ressalvada a competência constitucional dos Poderes do Estado.

Artigo 94 - Lei complementar, cuja iniciativa é facultada


ao Procurador-Geral de Justiça, disporá sobre:

I, II e III já mencionados em mapas anteriores


IV - controle externo da atividade policial;
V - procedimentos administrativos de sua competência;
VI - regime jurídico dos membros do Ministério Público, integrantes
de quadro especial, que oficiam junto aos Tribunais de Contas;
VII - demais matérias necessárias ao cumprimento de seus fins institucionais.

b. Do exercício da autonomia financeira

Artigo 93 - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, encaminhando-a, por intermédio do
Procurador-Geral de Justiça, ao Poder Executivo, para inclusão no projeto de lei orçamentária.

§1º - Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias próprias e globais do Ministério


Público serão entregues, na forma de duodécimos, sem vinculação a qualquer tipo de despesa.
§2º - Os recursos próprios, não originários do Tesouro Estadual, serão utilizados
em programas vinculados aos fins da Instituição, vedada outra destinação.
§3º - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Ministério Público,
quanto à legalidade, legitimidade e economicidade, aplicação de dotações e recursos próprios e renúncia
de receitas, será exercida pela Assembleia Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno estabelecido na sua lei complementar e, no que couber, no artigo 35 desta Constituição.

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68 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 8
68 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 8

Da Procuradoria Geral do Estado

A. Considerações Iniciais

Consagrada sob a denominação de advocacia pública pela Constituição de 1988, a


advocacia do Estado é exercida por órgãos encarregados da representação judicial e
extrajudicial dos entes estatais na defesa de seus interesses. Na defesa dos
interesses do Estado são desempenhadas atividades preventivas e postulatórias.
As primeiras , realizadas por meio de consultoria e assessoramento jurídico,
consistem na orientação da Administração Pública em sua atuação, a fim de evitar a
prática de atos ilegais; as segundas consistem na representação judicial exercida em
defesa dos interesses do ente ao qual o advogado de Estado se vincula (Novelino)

No âmbito Federal, a Advocacia Pública caberá à Advocacia Geral da União e Procuradorias


vinculadas. No âmbito Estadual, Distrital e Municipal, às respectivas procuradorias

B. Dos objetivos da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo

Artigo 98 - A Procuradoria Geral do Estado é instituição de natureza permanente,


essencial à administração da justiça e à Administração Pública Estadual, vinculada
diretamente ao Governador , responsável pela advocacia do Estado, sendo
orientada pelos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público.

C. Das regras relativas aos Procuradores do Estado

i. Do ingresso na carreira
NOÇÕES
GERAIS

CF Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em


carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos , com
a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a
representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.

ii. Da direção superior da PGE

Artigo 100 - A direção superior da Procuradoria Geral do Estado compete


ao Procurador-Geral do Estado, responsável pela orientação jurídica e
administrativa da instituição, ao Conselho da Procuradoria Geral do Estado
e à Corregedoria-Geral do Estado, na forma da respectiva Lei Orgânica.

Parágrafo único - O Procurador-Geral do Estado será nomeado pelo


Governador, em comissão, entre os Procuradores que integram a carreira e terá
tratamento, prerrogativas e representação de Secretário de Estado, devendo
apresentar declaração pública de bens, no ato da posse e de sua exoneração

iii. Das Garantias dos procuradores (são as mesmas dos servidores públicos)

Art. 98, § 3º - Estabilidade após 3 anos de efetivo exercício, mediante avaliação de


desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias
Irredutibilidade dos Subsídios
CUIDADO: Eles NÃO tem INAMOVIBILIDADE. Essa garantia é,
apenas, para Juizes, Membros do MP e Defensores Públicos

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85
69 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 9
69 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 9

Da Procuradoria Geral do Estado

a. Da Lei Orgânica da PGE

Art. 98, §1º - Lei orgânica da Procuradoria Geral do Estado disciplinará


sua competência e a dos órgãos que a compõem e disporá sobre o
regime jurídico dos integrantes da carreira de Procurador do Estado

Art. 23, Parágrafo único, 3 - Compete ao Governador do Estado a


iniciativa de Lei Complementar para fixar a Lei Orgânica da PGE

b. Das competências da PGE

Artigo 99 - São funções institucionais da Procuradoria Geral do Estado:

I - representar judicial e extrajudicialmente o Estado e suas autarquias,


inclusive as de regime especial, exceto as universidades públicas estaduais
II - exercer as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder
Executivo e das entidades autárquicas a que se refere o inciso anterior;

CUIDADO: A Consultoria e Assessoramento é só para o PODER


EXECUTIVO. Os outros Poderes tem seus próprios Consultores
II - representar a Fazenda do Estado perante o Tribunal de Contas;
IV - exercer as funções de consultoria jurídica e
NOÇÕES
de fiscalização da Junta Comercial do Estado;
GERAIS
V - prestar assessoramento jurídico e técnico-legislativo ao Governador do Estado;
VI - promover a inscrição, o controle e a cobrança da dívida ativa estadual;
VII - propor ação civil pública representando o Estado;
VIII - prestar assistência jurídica aos Municípios, na forma da lei;
IX - realizar procedimentos administrativos, inclusive
disciplinares, não regulados por lei especial
X - exercer outras funções que lhe forem conferidas por lei.

c. Dos órgãos vinculados à PGE

Artigo 101 - Vinculam-se à Procuradoria Geral do Estado, para fins de atuação uniforme e
coordenada, os órgãos jurídicos das universidades públicas estaduais, das empresas
públicas, das sociedades de economia mista sob controle do Estado, pela sua Administração
centralizada ou descentralizada, e das fundações por ele instituídas ou mantidas.

Parágrafo único - As atividades de representação judicial, consultoria e


assessoramento jurídico das universidades públicas estaduais poderão
ser realizadas ou supervisionadas, total ou parcialmente, pela
Procuradoria Geral do Estado, na forma a ser estabelecida em convênio

d. Da prerrogativa perante os outros órgãos administrativos

Artigo 102 - As autoridades e servidores da Administração Estadual ficam obrigados a


atender às requisições de certidões, informações, autos de processo administrativo,
documentos e diligências formuladas pela Procuradoria Geral do Estado, na forma da lei.

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70 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 10
70 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - 10

Da Defensoria Pública

a. Do dever do Estado em prestar assistência jurídica integral aos necessitados

CF Art. 5º, LXXIV - O Estado prestará assistência jurídica integral


e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos

CF Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do
regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos
direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos
direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados,
na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal

STF - ADI 3.965 - É inconstitucional lei estaduais que incluam as


defensorias públicas estaduais na estrutura administrativa dos
respectivos estados de forma subordinada aos Governadores

b. Dos membros da Carreira

CF Art. 134, Os cargos da carreira são providos, na classe


inicial, mediante concurso público de provas e títulos

c. Das Garantias dos membros

i. Estabilidade após 3 anos de efetivo exercício


NOÇÕES
GERAIS ii. Irredutibilidade dos Subsídios

iii. Inamovibilidade

Essa garantia é, apenas, para Juizes, Membros do MP e Defensores Públicos

d. Da Lei Orgânica da DPE

Art. 103, §1º - Lei Orgânica disporá sobre a estrutura, funcionamento e


competência da Defensoria Pública, observado o disposto na Constituição
Federal e nas normas gerais prescritas por lei complementar federal.

Art. 23, parágrafo único, 4 - Apesar de a CE-SP prever que compete ao


Governador do Estado a iniciativa de Lei Complementar para propor a Lei
Orgânica da DPE, essa atribuição hoje pertence ao Defensor Público Geral,
pois a Defensoria Pública, à semelhança do MPE, é órgão independente

e. Da Autonomia administrativa e financeira da DPE

Art. 103, §2º - À Defensoria Pública é assegurada autonomia


funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e
subordinação ao disposto no artigo 99, § 2º, da Constituição Federal.

f. Dos princípios institucionais da DPE (mesmos do MPE)

Art. 134, § 4º - São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a


indivisibilidade e a independência funcional , aplicando-se também, no que couber,
o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal

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7171 - DAS
- DAS FUNÇÕES
FUNÇÕES ESSENCIAIS
ESSENCIAIS À JUSTIÇA
À JUSTIÇA - 11 - 11

Da Advocacia

a. Das garantias do Advogado no exercício da profissão

Artigo 104 - O advogado é indispensável à


administração da justiça e, nos termos da lei, inviolável
por seus atos e manifestações, no exercício da profissão.

STF - RMS 26.975 - A jurisprudência do STF está alinhada no


sentido de que o advogado tem imunidade profissional, não
constituindo injúria e difamação qualquer manifestação de
sua parte no exercício dessa atividade, em juízo ou fora dele,
sem prejuízo de sanções disciplinares perante a OAB
STF - ADI 1.127 - A imunidade profissional do advogado não
compreende o desacato , pois conflita com a autoridade do
magistrado na condução da atividade jurisdicional

Artigo 106 - Os membros do Poder Judiciário, as


autoridades e os servidores do Estado zelarão para que os
direitos e prerrogativas dos advogados sejam respeitados,
sob pena de responsabilização na forma da lei.
NOÇÕES
GERAIS
b. Da imprescindibilidade do advogado nos feitos judiciais

Art. 104, Parágrafo único - É obrigatório o patrocínio das partes por


advogados, em qualquer juízo ou tribunal, inclusive nos juizados de
menores, nos juizados previstos nos incisos VIII e IX do artigo 54 e
junto às turmas de recursos, ressalvadas as exceções legais.

MAS CUIDADO: STF SV 5 - A falta de defesa técnica por advogado


no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

c. Das instalações destinadas aos advogados

Artigo 105 - O Poder Executivo manterá, no sistema


prisional e nos distritos policiais, instalações destinadas
ao contato privado do advogado com o cliente preso.

d. Das correições (fiscalizações) nos cartórios


judiciais (órgãos da justiça de SP)

Artigo 108 - As atividades correicionais nos Cartórios Judiciais


contarão, necessariamente, com a presença de um representante
da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo

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88
QUESTÕES DE PROVA – MAPAS 61 A 71 (E) administrará, autonomamente, seus pró-
prios recursos orçamentários, e os não
35. (FCC/2010) Quanto ao Ministério Público, considere: originários do Tesouro Estadual serão utili-
zados livremente pela Instituição de forma
I – São princípios institucionais do Ministério desvinculada de qualquer destinação.
Público a unidade, a indivisibilidade e a inde-
pendência funcional. 37. (FCC/2013) É função institucional da Procura-
II – As decisões do Ministério Público, fundadas doria Geral do Estado, nos termos da Constitui-
em sua autonomia administrativa, não têm ção paulista,
eficácia plena e executoriedade imediata,
ressalvada a competência funcional limitada (A) realizar procedimentos administrativos,
aos Poderes do Estado. inclusive disciplinares, regulados ou não
III – ISeus membros gozam de inamovibilidade, por lei especial.
salvo por motivo de interesse público, me- (B) promover a inscrição, o controle e a co-
diante decisão do Procurador-Geral de Justi- brança da dívida ativa estadual.
ça, assegurada a ampla defesa. (C) requisitar certidões, informações, autos de
IV – Os membros do Ministério Público sujeitam- processo administrativo e documentos, es-
-se, entre outras vedações, à proibição de tando os servidores obrigados a seu aten-
exercer, ainda que em disponibilidade, qual- dimento, exceto os que ocupem cargo em
quer outra função pública, salvo uma de ma- comissão ou exerçam função de confiança.
gistério, se houver compatibilidade de horário. (D) exercer o controle externo da atividade po-
V – O ingresso na carreira se dará mediante con- licial, nos termos de lei complementar, de
curso público de provas e títulos, assegurada iniciativa facultada ao Procurador Geral.
a participação da Magistratura em sua rea- (E) exercer a orientação jurídica e a defesa dos
lização, exigindose, no mínimo, dois anos de necessitados, em todos os graus, na forma
conclusão do curso de bacharelado em Direito. de sua Lei Orgânica.

Está correto o que se afirma APENAS em 38. (FCC/2013) Segundo a Constituição do Estado
de São Paulo, à Defensoria Pública
(A) I, III e V.
(B) I e IV. (A) é assegurada apenas autonomia administrativa.
(C) II e III. (B) é assegurada apenas autonomia funcional.
(D) II, IV e V. (C) é assegurada autonomiafuncionale administrativa.
(E) IV e V. (D) não é assegurada nenhuma autonomia sendo
um órgão vinculado à Procuradoria do Estado.
36. (VUNESP/2018) A Constituição do Estado de São (E) não é assegurada nenhuma autonomia sen-
Paulo estabelece que o Ministério Público Estadual do um órgão vinculado ao Tribunal de Justiça.

(A) é instituição auxiliar da Justiça, incumbin-


do-lhe a defesa da ordem jurídica, do regi-
me democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis.
(B) tem como seus princípios institucionais a irre-
dutibilidade de subsídios, a inamovibilidade e a
independência funcional de seus membros.
(C) goza de autonomia funcional e administra-
tiva e suas decisões têm eficácia plena e
executoriedade imediata,e essas prevale-
cerão sobre a competência constitucional
dos Poderes do Estado.
(D) elaborará sua proposta orçamentária den-
tro dos limites estabelecidos na Lei de Di-
retrizes Orçamentárias, encaminhando-a,
por intermédio do Procurador-Geral de Jus-
tiça, ao Poder Executivo, para inclusão no
projeto de lei orçamentária.

89
72 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 1
72 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 1

Considerações Gerais sobre a Administração Pública

a. Dos entes da Administração Pública

i. Poder Executivo
ii. Poder Legislativa
iii. Poder Judiciário
i. Administração Direta
iv. Ministério Público
v. Defensoria Pública
vi. Tribunal de Contas

i. Autarquias
Ver próximo Adendo
ii. Fundações
ii. Administração Indireta
iii. Empresas Públicas
iv. Sociedades de Economia Mistas

b. Dos princípios da Administração Pública

Artigo 111 - A administração pública direta, indireta ou fundacional,


de qualquer dos Poderes do Estado, obedecerá aos princípios de
NOÇÕES
GERAIS

A CF no Art. 37 só prevê expressamente esses 5 princípios

a. legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência (LIMPE)


b. finalidade, razoabilidade, interesse público, motivação (FRIM)

c. Da moralidade na Administração Pública

Lei da Ficha Limpa, por exemplo

Artigo 111-A - É vedada a nomeação de pessoas que se enquadram nas


condições de inelegibilidade nos termos da legislação federal para os cargos de

a. Secretário de Estado e Secretário-Adjunto


b. Procurador-Geral de Justiça (MPE) e Procurador-Geral do Estado (PGE)
c. Defensor Público-Geral
d. Superintendentes e Diretores de órgãos da administração pública
indireta, fundacional, de agências reguladoras e autarquias
e. Delegado-Geral de Polícia
f. Reitores das universidades públicas estaduais
g. para todos os cargos de livre provimento dos
poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado

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90
ADENDO - DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS SOBRE OS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA
ADENDO – DISPOSIÇÕES ESPECÍFICASADMINISTRAÇÃO
SOBRE OS ÓRGÃOSPÚBLICA
E ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Regras gerais sobre os órgãos e entidades da Administração Pública

a. Sobre a criação das entidades da Administração Indireta

i. ser criada autarquia


Art. 37, XIX - somente ii. ser autorizada a instituição de empresa pública,
a. Previsão
por lei específica poderá de sociedade de economia mista e de
na CF
fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação

Art. 115, XXI - a criação, transformação, fusão, cisão, incorporação,


privatização ou extinção das sociedades de economia mista, autarquias, fundações
e empresas públicas depende de prévia aprovação da Assembleia Legislativa;
b. Previsão
na CE-SP Art. 115, XXII - depende de autorização legislativa, em cada caso, a
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior,
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

b. Da declaração pública de bens dos dirigentes das Entidades da Administração indireta

Art. 115, XXIV - é obrigatória a declaração pública de bens, antes da posse e


depois do desligamento, de todo o dirigente de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia e fundação instituída ou mantida pelo Poder Público

c. Da representação dos servidores e empregados nas entidades da Administração pública

NOÇÕES
GERAIS
Art. 115, XXIII - Fica instituída a obrigatoriedade de um Diretor Representante e de
um Conselho de Representantes, eleitos pelos servidores e empregados públicos, nas
autarquias, sociedades de economia mista e fundações instituídas ou mantidas pelo
Poder Público, cabendo à lei definir os limites de sua competência e atuação

d. Da obrigatoriedade de criação das Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Art. 115, XXV - os órgãos da administração direta e indireta ficam obrigados a


constituir Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - e, quando assim o
exigirem suas atividades, Comissão de Controle Ambiental, visando à proteção da vida,
do meio ambiente e das condições de trabalho dos seus servidores, na forma da lei

e. Do apoio de órgãos e entidades ao Ministério Público

Art. 115, XXIX - a administração pública direta e indireta, as universidades públicas e as entidades
de pesquisa técnica e científica oficiais ou subvencionadas pelo Estado prestarão ao Ministério
Público o apoio especializado ao desempenho das funções da Curadoria de Proteção de Acidentes
do Trabalho, da Curadoria de Defesa do Meio Ambiente e de outros interesses coletivos e difusos

f. Da Administração Fazendária de SP

Art. 115, XX - a administração fazendária e seus agentes fiscais de rendas, aos quais compete
exercer, privativamente, a fiscalização de tributos estaduais, terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

Art. 115, XX-A - a administração tributária, atividade essencial ao funcionamento do


Estado, exercida por servidores de carreiras específicas, terá recursos prioritários para a
realização de suas atividades e atuará de forma integrada com as administrações
tributárias da União, de outros Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive com
o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

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ADENDO
ADENDO - DA–RESPONSABILIDADE
DA RESPONSABILIDADE CIVIL
CIVIL DO DO ESTADO
ESTADO

DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO

A. Da previsão na CE-SP

Art. 115, §4º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de
serviços públicos, responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

B. Considerações
Para o STJ, na omissão a responsabilidade
a. Da responsabilidade Objetiva do Estado do Estado é SUBJETIVA. Essa decisão do
STF é a mais recente

STF RE 841.526 - A responsabilidade civil estatal, segundo a CF/1988, em seu art. 37, § 6º,
subsume-se à teoria do risco administrativo, tanto para as condutas estatais comissivas quanto
para as omissivas , posto rejeitada a teoria do risco integral. A omissão do Estado reclama nexo
de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima nos casos em que o poder público
ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para impedir o resultado danoso

A responsabilidade é chamada de OBJETIVA pois o Estado deverá indenizar o


terceiro, mesmo no caso de seu agente não ter praticado o ato com dolo ou culpa.

ATENUANTE DA RESPONSABILIDADE: Culpa concorrente da vítima.

i. Culpa exclusiva da vítima;


ii. Caso fortuito ou força maior;
EXCLUDENTE DA RESPONSABILIDADE:
iii. Evento produzido exclusivamente
NOÇÕES por terceiros (inclui-se multidões).
GERAIS

b. Das pessoas jurídicas submetidas a essa responsabilidade pelos


dados que seus agentes, NESSA QUALIDADE, causarem a terceiros

i. Pessoas jurídicas de direito público

Toda a Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas de Direito Público

ii. Pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviços públicos

Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, prestadoras de Serviço


Público (SABESP, por exemplo) e Concessionárias de Serviço Público

c. Do polo passivo da ação

STF RE 1.027.633 - A ação por danos causado por agente público deve ser ajuizada contra o Estado
ou a pessoa jurídica de direito privada prestadora de serviço público sendo parte ilegítima passiva o
autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

d. Da ação regressiva contra o agente público no caso de ter agido com DOLO ou CULPA

Para que o agente público causador do dano seja obrigado a indenizar as pessoas
jurídicas pelo valor pago a terceiros, é necessário que se demonstre o dolo ou
pelo menos a culpa, já que sua responsabilidade perante o Estado é SUBJETIVA

Artigo 131 - O Estado responsabilizará os seus servidores por alcance e outros danos
causados à administração, ou por pagamentos efetuados em desacordo com as
normas legais, sujeitando-os ao sequestro e perdimento dos bens, nos termos da lei.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

92
73 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 2
73 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 2

Considerações Gerais sobre a Administração Pública

a. Da publicidade na Administração Pública

i. Das regras sobre a publicidade pública

Art. 115, §1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas
da administração pública direta, indireta, fundações e órgãos controlados pelo
Poder Público deverá ter caráter educacional, informativo e de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos e imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

ii. Da abrangência territorial da publicidade

Art. 115, §2º - É vedada ao Poder Público, direta ou indiretamente, a publicidade


de qualquer natureza fora do território do Estado, para fins de propaganda
governamental, exceto às empresas que enfrentam concorrência de mercado
e divulgação destinada a promover o turismo estadual

iii. Da publicação referente à situações dos


cargos e funções da Administração Pública

NOÇÕES
Art. 115, §5º - As entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
GERAIS instituídas ou mantidas pelo Poder Público, o Ministério Público, bem como os Poderes
Legislativo e Judiciário, publicarão, até o dia 30 de abril de cada ano, seu quadro de
cargos e funções, preenchidos e vagos, referentes ao exercício anterior.

iv. Da publicação dos atos administrativos de efeitos externos


como requisito de eficácia dos atos administrativos

Artigo 112 - As leis e atos administrativos externos deverão ser publicados


no órgão oficial do Estado, para que produzam os seus efeitos regulares.
A publicação dos atos não normativos poderá ser resumida.

Por exemplo a sua nomeação, quando for publicada, como


não tem caráter normativo, pode ser feita de forma resumida

b. Da razoabilidade e eficiência na Administração Pública

Artigo 113 - A lei deverá fixar prazos para a prática dos atos
administrativos e estabelecer recursos adequados à sua
revisão, indicando seus efeitos e forma de processamento

Artigo 114 - A administração é obrigada a fornecer a qualquer cidadão, para a


defesa de seus direitos e esclarecimentos de situações de seu interesse pessoal,
no prazo máximo de 10 dias úteis, certidão de atos, contratos, decisões ou
pareceres, sob pena de responsabilidade da autoridade ou servidor que negar
ou retardar a sua expedição. No mesmo prazo deverá atender às requisições
judiciais, se outro não for fixado pela autoridade judiciária

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93
74 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 3
74 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 3

Considerações Gerais sobre os Servidores Públicos - Dos Agentes Públicos

São aqueles que exercem atividades típicas de Estado,


como os Ministros de Estado e Secretários de Estado

A. Agentes Hely Lopes Meirelles também considera como agentes políticos


Políticos aqueles que exercem, com alto grau de autonomia, parcelas da
soberania do Estado, como juízes e membros do Ministério Público

B. Servidores Públicos Civis (sentido genérico ou amplo)

a. Servidores civis

Esses são aqueles que passaram em concurso público e ocupam um cargo de provimento
i. Ocupantes efetivo. Eles são regidos por regime estatutário previsto em lei específica de cada ente.
de cargos
Efetivos Eles ocuparão cargos no Poder Executivo, Poder Legislativo, no
Poder Judiciário, no Tribunal de Contas, na Defensoria Pública,
no Ministério Público, nas Autarquias e nas Fundações Públicas

Os cargos em comissão, destinados exclusivamente às atribuições de


direção, chefia e assessoramento , são de livre nomeação e exoneração
pela autoridade competente (não precisa de aprovação em concurso
ii. Ocupantes público). Um percentual fixando na lei de cada ente federativo deverá ser,
de cargo em obrigatoriamente, provido por servidor público efetivo e o restante poderá
Comissão ser providos por terceiros sem vínculos com a Administração Pública

Aqueles que trabalham nas Empresas Públicas e Sociedades


b. Empregados
de Economia Mista e ocupam empregos públicos. Esses se
Públicos
NOÇÕES submetem à Consolidação das leis Trabalhistas - CLT
GERAIS
c. Servidores Temporários

CF Art. 37, IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado,


para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público

Esses servidores exercem função pública, mas sem ocupar cargo ou emprego público.
Eles são submetidos a um regime especial de contratação, conforme legislação
própria do ente contratante e e vinculam-se ao Regime Geral de Previdência
STF ADI 3.662 - São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF, a autorização legislativa genérica
para contratação temporária e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias
STF - Rcl 4.872 - As contratações temporárias para suprir os serviços públicos
estão no âmbito de relação jurídico-administrativa, sendo competente para
dirimir os conflitos a Justiça comum e não a Justiça do Trabalho

C. Militares

a. Considerações São regidos por legislação específica, diferente da aplicada aos


preliminares servidores civis, e têm os subsídios pagos pelos cofres públicos

i. Federais Os integrantes das Forças Armadas: Marinha, Exército e Aeronáutica


b. Tipos
ii. Estaduais Os integrantes das Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares

D. Particulares em São aqueles que prestam serviços ao Estado, mas sem vínculo de trabalho,
colaboração com com ou sem remuneração. São exemplos os titulares de serviços notariais, os
o Poder Publico jurados no tribunal do júri e os convocados para prestar serviço eleitoral

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94
75--DA
75 DAADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PÚBLICA - 4- 4

Considerações Gerais sobre os Servidores Públicos

a. Da previsão do Regime Jurídico na CF

Artigo 124 - Os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações
instituídas ou mantidas pelo Poder Público terão regime jurídico único e planos de carreira.

CF Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito


de sua competência, regime jurídico único (RJU) e planos de carreira para os
servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

A redação original da Constituição Federal de 98 estabelecia o regime jurídico único, que


significa a adoção de um único regime estatutário ou trabalhista para reger a relação do Estado
com seus servidores. Com o advento da EC n° 19/98, foi abolida a exigência do regime jurídico único,
podendo o Estado decidir livremente qual o regime jurídico que regeria as relações com seus
servidores, criando cargos ou empregos públicos, ressalvadas as carreiras em que a própria Carta
Magna previu a obrigatoriedade da adoção do regime estatutário para os seus integrantes, como nos
casos dos membros da Magistratura, do Ministério Público, da Advocacia-Geral da União, dos Tribunais
de Contas, das carreiras policiais e diplomáticas. Esse cenário foi novamente alterado com o
julgamento pelo STF da cautelar, na ADI 2.135, em 02/08/2007, que considerou inconstitucional
a EC n° 19/98, no tocante à extinção da obrigatoriedade do regime jurídico único. (...) Dessa
forma, ficou, em sede cautelar, afastada a nova redação do caput do art. 39, retomando-se a redação
original do texto constitucional, que estabelecia o regime jurídico único. (...) O STF já entendeu que o
servidor não tem direito adquirido a regime jurídico , podendo o Estado modificá-lo unilateralmente
ou transformá-lo em celetista, entretanto, caso o vínculo seja contratual ou celetista, o Estado não
poderá obrigar o servidor a adotar o novo regime. Será uma questão de opção que ocorrerá sem
solução de continuidade. Portanto, caso uma lei venha a transformar determinados empregos e cargos
NOÇÕES públicos a mudança do regime jurídico trabalhista para o estatutário não será contado da data de
INICIAIS publicação da lei, mas da data em o servidor expressamente optar pela mudança, que poderá ser
demonstrada por meio da apresentação da opção constante da carteira de trabalho (JusPodivm)

b. Da Situação do Estado de São Paulo

Todos os servidores civis de SP estão sujeitos ao RJU estabelecido na lei 10.261, DE 28 DE OUTUBRO DE 1968

Essa lei é de iniciativa exclusiva do Governador, e, apesar de ter sido editada como Lei
Ordinária, tem status de Lei complementar, uma vez que a CE-SP (Art. 23, parágrafo
único, 10) diz que o Estatutos dos Servidores Civis e dos Militares deve ser tratado por Lei
Complementar. Por outras palavras, ela foi recepcionada como Lei Complementar

c. Dos Cargos em Comissão e Das Funções de Confiança

Art. 115, V - as funções de confiança e os cargos em comissão


i. Semelhanças destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento

Art. 115, V - As funções de confiança são exercidas


exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo

ii. Diferenças Art. 115, V - Os cargos em comissão são preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei. O
restante pode ser ocupado por pessoas que não são servidoras públicas

d. Daqueles que podem ocupar os cargos, os empregos e desempenhar as funções públicas

Art. 115, I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis

i. aos brasileiros que preenchem os requisitos estabelecidos em lei


ii. assim como aos estrangeiros, na forma da lei

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76 -76DA ADMINISTRAÇÃO
- DA PÚBLICA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 5- 5

Considerações Gerais sobre os Servidores Públicos

Das regras sobre Concurso Público (continua no próximo mapa)

a. Da finalidade do Concurso

STF - RE 658.026 - A imposição constitucional da obrigatoriedade do concurso


público tem como objetivo resguardar o cumprimento de princípios constitucionais,
entre eles os da impessoalidade e igualdade, garantindo igualdade de competição
ao concorrentes, e da eficiência, ao possibilitar que a Administração Pública
selecione os mais capazes para fazer parte dos quadros públicos

b. Da exigência do concurso público

i. Regra Geral

Art.115, II - a investidura em cargo ou emprego


público depende de aprovação prévia

STF SV 43 - É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao


servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido
Foi com base nisso que o STF considerou inconstitucionais, por exemplo, a ascensão e a
transferência, formas de provimento previstas na Lei 8.112. A ascensão permitia que um
NOÇÕES
GERAIS
Técnico passasse a ocupar um cargo de Analista sem concurso. A transferência, por sua
vez, é a passagem do servidor estável de cargo efetivo para outro de igual denominação,
pertencente a quadro de pessoal diverso, de órgão ou instituição do mesmo Poder

Para a investidura em cargos em comissão NÃO é


ii. Exceção 1 necessária a prévia aprovação em concurso público

Art. 115, X - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado,


iii. Exceção 2 para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público

c. Da reserva de vagas para pessoas com deficiência

Art. 115, IX - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para os
portadores de deficiências, garantindo as adaptações necessárias para a sua
participação nos concursos públicos e definirá os critérios de sua admissão

d. Do prazo de validade do concurso

Art. 115, III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos , prorrogável uma
vez, por igual período . A nomeação do candidato aprovado obedecerá à ordem de classificação

e. Dos tipos de Concurso

O concurso público é de provas ou de provas e títulos

Concurso de Provas - A classificação final no concurso


é determinada apenas pelas notas nas provas
Concurso de Provas e Títulos - A classificação final no concurso é determinada pelas notas
nas provas e pelas notas dos títulos, tais como mestrado, doutorado, pós-graduação, etc

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

96
77 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 6
77 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 6

Considerações Gerais sobre os Servidores Públicos

Das regras sobre Concurso Público

a. Da realização de novo concurso (C2) estando ainda o primeiro (C1) no período de validade

Art. 115, IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, o


aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados, para assumir cargo ou emprego na carreira

VALIDADE C1
Veja que em 2018,
enquanto C1 ainda estava
válido, a administração
fez outro concurso (C2).
Prazo inicial Prorrogação Em 2018 os dois
concursos estavam
vigendo, mas os
aprovados em C1
2015 2016 2017 2018 deveriam ser nomeados
com prioridade em
relação aos aprovados
VALIDADE C2 em C2. Após 2018, só C2
estará vigendo, e só
poderão ser convocados
os aprovados em C2
- Prazo inicial

NOÇÕES
GERAIS - - 2018 2019

b. Da idade máxima para concurso

i. Da previsão na CE-SP

Art. 115, XXVII - é vedada a estipulação de limite de idade para ingresso por
concurso público na administração direta, empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia e fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público,
respeitando-se apenas o limite constitucional para aposentadoria compulsória

ii. Da Jurisprudência do STF

STF Súmula 683 - O limite de idade para a inscrição em concurso público


só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
Então veja que, de acordo com o STF, é possível a exigência de idade máxima quando
as atividades do cargos exigirem, como por exemplo, os concursos para polícia

c. Das consequências de as regras relativas aos concursos não serem observadas

Art. 115, §3º - A inobservância do disposto nos incisos II, III e IV deste artigo implicará
a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

Assim, se, por exemplo, uma pessoa for nomeada para ocupar cargo público sem
ter sido aprovada em concurso, sua nomeação será declarada nula.

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97
78 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 7
78 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 7

Considerações Gerais sobre os Servidores Públicos

Das regras relativas à remuneração dos servidores

a. Da fixação das remunerações e demais vantagens pagas aos servidores

Cada poder tem competência privativa para apresentar projetos de lei para
fixação e alteração da remuneração dos seus respectivos servidores

Artigo 128 - As vantagens de qualquer natureza só poderão


ser instituídas por lei e quando atendam efetivamente ao
interesse público e às exigências do serviço.

b. Da isonomia de vencimentos entre os Poderes

Art. 115, XIV - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder


Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo
Art. 124, §1º - A lei assegurará aos servidores da administração direta isonomia de
vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder,
ou entre servidores dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário , ressalvadas as
vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

Art. 124, §2º - No caso do parágrafo anterior, não haverá alteração


nos vencimentos dos demais cargos da carreira a que pertence
NOÇÕES aquele cujos vencimentos foram alterados por força da isonomia
GERAIS

c. Da relação entre a maior e menor remuneração pagas pelo Estado

Art. 124, §4º - Lei estadual poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
artigo 37, XI, da Constituição Federal e no artigo 115, XII, desta Constituição.

d. Da irredutibilidade dos subsídios e vencimentos

Art. 115, XVII - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e


empregos públicos são irredutíveis, observado o disposto na Constituição Federal;

e. Da atualização devido ao pagamento em atraso

Artigo 116 - Os vencimentos, vantagens ou qualquer parcela


remuneratória, pagos com atraso, deverão ser corrigidos
monetariamente, de acordo com os índices oficiais aplicáveis à espécie.

f. Da vedação à vinculação e à equiparação entre espécies remuneratórias

Art. 115, XV - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer


espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal
do serviço público, observado o disposto na Constituição Federal

Exemplo: É proibido, por exemplo, fixar-se a remuneração de


técnicos na base de 50% da remuneração de analistas. Isso
significaria vincular a remuneração dos técnicos à dos analistas

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79
79--DA
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA -8-8

Considerações Gerais sobre os Servidores Públicos

Das regras relativas à remuneração dos servidores

a. Do adicional por tempo de serviço e da


sexta-parte (acréscimo de 1/6 no vencimento)

Artigo 129 - Ao servidor público estadual é assegurado

i. o percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido


no mínimo por quinquênio, e vedada a sua limitação,
ii. bem como a sexta-parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte
anos de efetivo exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos
os efeitos, observado o disposto no artigo 115, XVI, desta Constituição.

b. Da vedação ao efeito repique ou repicão

Art. 115, XVI - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público


não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
acréscimos ulteriores sob o mesmo título ou idêntico fundamento

NOÇÕES
GERAIS Isso significa que todas as vantagens futuras que o servidor receber
devem incidir sobre o seu VENCIMENTO BÁSICO. Imagine que sua
remuneração seja composta pelas seguintes parcelas: Vencimento
Básico - R$ 5.000 e Vantagem Permanente - R$ 2.000
Imagine que o órgão em que você trabalha concede um adicional
de qualificação de 10% a quem fizer um mestrado. Caso você faça
este mestrado, você terá direito ao adicional, o qual incidirá sobre
os R$ 5.000 (vencimento básico) e não sobre os R$ 7.000 (sua
remuneração). Seu adicional será, portanto, de R$ 500,00

c. Da incorporação de gratificações

Artigo 133 - O servidor, com mais de cinco anos de efetivo


exercício , que tenha exercido ou venha a exercer cargo ou função
que lhe proporcione remuneração superior à do cargo de que seja
titular, ou função para a qual foi admitido, incorporará um décimo
dessa diferença, por ano, até o limite de dez décimos

O servidor com mais de 05 (cinco) anos de efetivo exercício no Serviço


Público Estadual (quer seja ininterrupto, quer seja intercalado), que
tenha exercido ou venha a exercer cargo/função que lhe proporcione
remuneração superior à do cargo/função base, incorporará 1/10 dessa
diferença, por ano, até o limite de dez décimos. A incorporação
ocorrerá na base, ou seja, no cargo efetivo ou na função-atividade ou,
ainda, no cargo em comissão se não tiver vínculo efetivo.

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80 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 9
80 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 9

Considerações Gerais sobre os Servidores Públicos

Das regras relativas à remuneração dos servidores

a. Da revisão geral anual para conter os efeitos da inflação

Art. 115, XI - a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos, sem
distinção de índices entre servidores públicos civis e militares, far-se-á sempre na
mesma data e por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso

b. Do teto Remuneratório

i. Das duas possibilidades previstas na CF

i. Teto por Poder - Art. 37, XI Opção vigente em São Paulo

Teto do Executivo Subsídio mensal do Governador

Teto do Legislativo subsídio dos Deputados Estaduais

Teto do Judiciário, aplicável este subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,


limite aos membros do Ministério limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
Público, aos Procuradores e aos centésimos por cento (90,25%) do subsídio mensal,
Defensores Públicos em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal

NOÇÕES ii. Teto Único - Art. 37, § 12


GERAIS Esse pode ser o teto único

Art.115, §8º - Para os fins do disposto no inciso XII deste artigo e no inciso XI do
artigo 37 da Constituição Federal, poderá ser fixado no âmbito do Estado, mediante
emenda à presente Constituição, como limite único, o subsídio mensal dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais.

Isso já foi tentando por meio da Emenda à Constituição de São Paulo EC 46/2015.
No entanto, o TJ-SP a considerou inconstitucinoal pois foi apresentada por
Deputados. A Corte entendeu que só poderia ter sido apresentada pelo
Governador, já que trata de regra relativa ao regime estatutário dos servidores

ii. Da proibição relativa quanto à redução da remuneração dos servidores

Art. 115, XIII - até que se atinja o teto, é vedada a redução de salários que implique a
supressão das vantagens de caráter individual, adquiridas em razão de tempo de serviço,
previstas no artigo 129 desta Constituição. Atingido o referido limite, a redução se aplicará
independentemente da natureza das vantagens auferidas pelo servidor;

iii. Das parcelas compreendidas no Teto

Art. 115, XII - Só serão computadas em conta as parcelas de natureza


remuneratória, tais como: a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, os
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza
Art. 115, §7º - Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios as parcelas
de caráter indenizatório previstas em lei, como diárias, ajuda, auxílio alimentação, etc

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100
81 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 10
81 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 10

Considerações Gerais sobre os Servidores Públicos

A. Da acumulação remunerada de cargos públicos

Art. 115, XVIII - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos

a. Regra Art. 115, XIX - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público;

Art. 115, XVIII - Se houver compatibilidade de


horários poderá ocorrer as seguintes acumulações

a) de dois cargos de professor;


b. Exceção b) de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas

B. Da observância do teto constitucional por quem acumula cargos públicos

STF - RE 602.043 - Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação


de cargos, empregos e funções, a observância do Teto Constitucional pressupõe
consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do
teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público

Exemplo: O Teto remuneratório federal é o subsídio dos Ministros do STF. Imaginemos


que este valor seja de R$ 30.000. Isso significa que, em regra, nenhum servidor pode
receber acima deste valor. Imagine agora um médico federal que acumula licitamente 2
NOÇÕES cargos públicos e em cada um ele receba R$ 20.000. Veja que para obediência ao teto os
GERAIS
valores recebidos NÃO SÃO SOMADOS . Na verdade, o que se deve verificar é se, em cada
caso, o teto é obedecido. Veja que em relação a cada cargo SEPARADAMENTE ele recebe
menos de 30.000, o que significa, portanto, que ele está obedecendo o teto em cada
cargo. Assim, ele poderá receber os R$ 40.000, apesar de a soma ser superior ao teto

C. Do recebimento de proventos de aposentadoria com outras parcelas

Art. 115, §6º - É vedada a percepção simultânea de proventos de


a. Regra aposentadoria com a remuneração de cargo, emprego ou função pública

Art. 115, §6º - É possível a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com

i. os cargos acumuláveis na forma desta Constituição

Exemplo: Um servidor que acumulava dois cargos de professor pode receber as


duas aposentadorias. O que é acumulável na ativa, também será na inatividade

ii. os cargos eletivos

b. Exceção
Um servidor aposentado pode se candidatar a um cargo
eletivo e, se eleito, continua recebendo sua aposentadoria
e poderá, também receber o subsídio do mandato eletivo

iii. os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Um servidor aposentado pode ser chamado para ser chefe de


alguma repartição. Assim, ele poderá continuar recebendo sua
aposentadoria e, ainda, o valor do cargo em comissão

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

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82
82 -- DA
DA ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PÚBLICA - 11- 11

Considerações Gerais sobre os Servidores Públicos

Direitos diversos

a. Direitos trabalhistas extendidos aos servidores

Art. 124, §3º - Aplica-se aos servidores a civis do Estado o disposto no artigo 7º, IV, VI, VII,
VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX da Constituição Federal.

CF, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,


além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

IV - salário mínimo
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
para os que percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
XII - salário-família pago em razão do dependente do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
NOÇÕES
GERAIS
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior,
no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego
e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

b. Da inamovibilidade temporária

Art. 115, VII - o servidor e empregado público gozarão de estabilidade no cargo ou emprego

desde o registro de sua candidatura para o


exercício de cargo de representação sindical até um ano após o término do mandato, se eleito,
ou no caso previsto no inciso XXIII deste artigo salvo se cometer falta grave definida em lei;

c. Do direito à greve

Art. 115, VIII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

102
83 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 12
83 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 12

Considerações Gerais sobre os Servidores Públicos

Direitos diversos

a. Da Estabilidade

Artigo 127 - Aplica-se aos servidores públicos estaduais, para efeito de


estabilidade, o disposto no artigo 41 da Constituição Federal.

i. Da aquisição da Estabilidade

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
Art. 41, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

ii. Das garantias decorrentes da Estabilidade

Art. 41, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado


NOÇÕES
GERAIS II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho,
na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa

b. Da readaptação

Art. 115, XXVI - ao servidor público que tiver sua capacidade de trabalho reduzida
em decorrência de acidente de trabalho ou doença do trabalho será garantida a
transferência para locais ou atividades compatíveis com sua situação

c. Da Reintegração

Artigo 136 - O servidor público civil demitido por ato administrativo, se


absolvido pela Justiça, na ação referente ao ato que deu causa à demissão,
será reintegrado ao serviço público, com todos os direitos adquiridos.

d. Da remoção para acompanhar cônjuge

Artigo 130 - Ao servidor será assegurado o direito de remoção


para igual cargo ou função, no lugar de residência do cônjuge, se
este também for servidor e houver vaga, nos termos da lei.

Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se também ao servidor


cônjuge de titular de mandato eletivo estadual ou municipal.

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103
84 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 13
84 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 13

Considerações Gerais sobre os Servidores Públicos

A. Do exercício de mandato eletivo por servidores

Qualquer servidor, inclusive em estágio probatório poderá concorrer aos cargos


a. Considerações Gerais
eletivos e, se eleito, será, em regra, ser afastado para exercer o mandato

b. Das regras sobre os mandatos eletivos

CF - Art. 38 Ao servidor efetivo investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:

Regra sobre o afastamento

Ele SEMPRE será afastado do cargo para


exercer com exclusividade o mandato eletivo
I – tratando-se de
mandato federal, Da regras sobre a remuneração
estadual ou distrital

Ele SEMPRE receberá o subsídio do MANDATO para o qual foi eleito

Regra sobre o afastamento

Ele SEMPRE será afastado do cargo para exercer com exclusividade o mandato eletivo
II – investido
no mandato Da regras sobre a remuneração
de prefeito
Ele PODERÁ escolher entre a remuneração como servidor ou o subsídio de Prefeito

Se houver compatibilidade de horários ele NÃO será afastado,


NOÇÕES Regra sobre o e poderá exercer as duas atividades concomitantemente
GERAIS
afastamento Se NÃO houver compatibilidade de horário será afastado do
cargo para exercer com exclusividade o mandato eletivo
III – investido
no mandato Se houver compatibilidade de horários PODERÁ receber o
de vereador Da regras sobre subsídio de vereador e a remuneração de seu cargo como servidor
a remuneração Se NÃO houver compatibilidade de horário , aplica-se a mesma
regra do Prefeito, ou seja, ele poderá escolher qual parcela receberá

Artigo 134 - O servidor, durante o exercício do mandato de vereador, será inamovível.

c. Da contagem do tempo de mandato como tempo de efetivo exercício

CF Art. 38, IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento
Art. 125, §2º - O tempo de mandato eletivo será computado para fins de aposentadoria especial.

d. Das contribuições previdenciárias a serem realizadas durante o exercício do mandato

CF Art 38, V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de


afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.

Exemplo: Imagine um servidor que ganha R$ 10.000 e é eleito Deputado Distrital, cujo subsídio é de R$ 25.000.
Neste caso, ele receberá 25.000 mas continuará contribuindo para a previdência dos servidores sobre os 10.000,
pois ele deve contribuir sobre o valor que ele estaria recebendo caso estivesse trabalhando no seu cargo

B. Do exercício de mandato em sindicato

Art. 125, §1º - Fica assegurado ao servidor público, eleito para ocupar cargo em
sindicato de categoria, o direito de afastar-se de suas funções, durante o tempo em
que durar o mandato, recebendo seus vencimentos e vantagens, nos termos da lei.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

104
85 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 14
85 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 14

Considerações Gerais sobre os Servidores Públicos

Disposições especiais sobre os servidores Militares

a. Dos servidores militares de SP

Artigo 138 - São servidores públicos militares


estaduais os integrantes da Polícia Militar do Estado.

Diferente da maioria dos Estados, onde a PM e o Corpo de Bombeiros


são instituições distintas, em SP o CBM esta inserido na OM

Art. 139, §3º - A Polícia Militar, integrada pelo Corpo


de Bombeiros é força auxiliar, reserva do Exército

b. Das regras aplicáveis aos servidores militares

Art. 138, §1º - Aplica-se, no que couber, aos servidores a que se


refere este artigo, o disposto no artigo 42 da Constituição Federal

c. Da aplicação subsidiária das regras dos servidores civis aos militares

NOÇÕES
GERAIS
Art. 138, §2º - Naquilo que não colidir com a legislação específica, aplica-se
aos servidores mencionados neste artigo o disposto na seção anterior.

d. Da reintegração do militar

Art. 138, §3º - O servidor público militar demitido por ato administrativo, se
absolvido pela Justiça, na ação referente ao ato que deu causa à demissão,
será reintegrado à Corporação com todos os direitos restabelecidos.

e. Da perda do posto e da patente dos Oficiais (vitaliciedade dos Oficiais da PM)

Art. 138, §4º - O oficial da Polícia Militar só perderá o posto e a


patente se for julgado indigno do Oficialato ou com ele
incompatível, por decisão do Tribunal de Justiça Militar do Estado.
Art. 138, §5º - O oficial condenado na Justiça comum ou militar à pena
privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em
julgado, será submetido ao julgamento previsto no parágrafo anterior.

f. Da transferência para reserva ou reforma

Art. 138, §6º - O direito do servidor militar de ser transferido para a reserva
ou ser reformado será assegurado, ainda que respondendo a inquérito ou
processo em qualquer jurisdição, nos casos previstos em lei específica.

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105
86 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 15
86 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 15

Das Obras, Serviços Públicos, Compras e Alienações

a. Da Licitação como regra para a contração de serviços, compras e alienações

As ressalvas estão previstas na Lei 8.666/93

Artigo 117 - Ressalvados os casos especificados na legislação , as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública ,
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta,
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica
e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações

Artigo 121 - Órgãos competentes publicarão, com a periodicidade necessária, os preços médios
de mercado de bens e serviços, os quais servirão de base para as licitações realizadas pela
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público.

b. Da proibição de contratação de determinadas empresas

Art. 117, Parágrafo único - É vedada à administração pública direta e indireta, inclusive
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, a contratação de serviços e obras
de empresas que não atendam às normas relativas à saúde e segurança no trabalho.

c. Das informações exigidas quando da licitação de serviços

Artigo 118 - As licitações de obras e serviços públicos deverão ser precedidas da indicação do
NOÇÕES local onde serão executados e do respectivo projeto técnico completo, que permita a definição
GERAIS
precisa de seu objeto e previsão de recursos orçamentários, sob pena de invalidade da licitação.

Parágrafo único - Na elaboração do projeto mencionado neste artigo, deverão ser


atendidas as exigências de proteção do patrimônio histórico-cultural e do meio
ambiente, observando-se o disposto no § 2º do artigo 192 desta Constituição.

d. Das regras aplicáveis aos serviços concedidos ou permitidos

Artigo 119 - Os serviços concedidos ou permitidos ficarão sempre sujeitos à


regulamentação e fiscalização do Poder Público e poderão ser retomados quando
não atendam satisfatoriamente aos seus fins ou às condições do contrato.

Parágrafo único - Os serviços de que trata este artigo não serão subsidiados
pelo Poder Público, em qualquer medida, quando prestados por particulares.

Artigo 120 - Os serviços públicos serão remunerados por tarifa previamente


fixada pelo órgão executivo competente, na forma que a lei estabelecer.

e. Da forma de prestação de serviços públicos, de natureza industrial ou domiciliar

Artigo 122 - Os serviços públicos, de natureza industrial ou


domiciliar, serão prestados aos usuários por métodos que visem à
melhor qualidade e maior eficiência e à modicidade das tarifas.

Parágrafo único - Cabe ao Estado explorar diretamente, ou mediante concessão,


na forma da lei, os serviços de gás canalizado em seu território, incluído o
fornecimento direto a partir de gasodutos de transporte, de maneira a atender às
necessidades dos setores industrial, domiciliar, comercial, automotivo e outros.

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

106
QUESTÕES DE PROVA – MAPAS 72 A 86 42. (VUNESP/2019) Nos termos da Constituição do
Estado de São Paulo, para a organização da ad-
39. (VUNESP/2018) A Constituição do Estado de ministração pública direta e indireta, inclusive
São Paulo prevê expressamente um princípio as fundações instituídas ou mantidas por qual-
pelo qual pode ser exigida proporcionalidade quer dos Poderes do Estado, é obrigatório o
entre os meios de que se utilize a Administra- cumprimento, entre outras, da seguinte norma:
ção e os fins que ela tem que alcançar. Consi-
dera-se, ainda, que essa proporcionalidade (A) autoriza-se a estipulação de limite de ida-
deve ser medida não pelos critérios pessoais de para ingresso por concurso público na
do administrador, mas segundo padrões co- administração direta, sendo obrigatória
muns na sociedade em que vive; e não pode nas empresas públicas.
ser medida diante dos termos frios da lei, mas (B) o prazo de validade do concurso público
diante do caso concreto. O conceito ora enun- será de até quatro anos, prorrogável uma
ciado refere-se ao princípio vez, por igual período.
(C) é obrigatória a declaração pública de bens,
(A) da finalidade. antes da posse, sendo facultativa depois
(B) da eficiência. do desligamento.
(C) da motivação. (D) o direito de greve será exercido nos termos
(D) do interesse público. e nos limites definidos em lei específica.
(E) da razoabilidade. (E) a proibição de acumular estende-se a em-
pregos e funções, mas não abrange autar-
40. (CKM/2018) Segundo a Constituição do Estado quias e fundações.
de São Paulo, no que tange à Organização do
Estado e à Administração Pública, assinale a 43. (VUNESP/2011) Para a organização da adminis-
alternativa correta. tração pública direta e indireta, inclusive das
fundações instituídas ou mantidas por qualquer
(A) A produção dos efeitos regulares de leis e dos Poderes do Estado, determina a Constitui-
atos administrativos externos independe ção do Estado de São Paulo a obrigatoriedade do
de publicação em órgão oficial do Estado. cumprimento de determinadas normas, dentre
(B) Os princípios de motivação e interesse público as quais a que consta da seguinte alternativa:
aplicam-se apenas à administração indireta.
(C) A prática dos atos administrativos inde- (A) Os cargos, empregos e funções públicas são
pende da fixação de prazos. acessíveis aos brasileiros que preenchem
(D) As requisições judiciais devem ser atendidas os requisitos estabelecidos em lei, assim
no prazo máximo de dez dias úteis, se outro como aos estrangeiros, na forma da lei.
não for fixado pela autoridade judiciária. (B) A investidura em cargo ou emprego público de-
(E) A publicação dos atos não normativos não pende de aprovação prévia, em concurso pú-
pode ser resumida. blico de provas ou de provas e títulos, inclusive
para as nomeações para cargo em comissão.
41. (VUNESP/2019) A Constituição do Estado de (C) O prazo de validade do concurso público
São Paulo assegura ao servidor o direito de re- será de até três anos, prorrogável uma vez,
moção para igual cargo ou função, no lugar de por igual período.
residência do cônjuge (D) O direito de greve será exercido nos termos
e nos limites definidos em instrução nor-
(A) se este também for servidor estadual, ha- mativa estadual.
vendo ou não vaga, nos termos da lei. (E) É vedada a acumulação remunerada de cargos
(B) se este também for servidor municipal, ha- públicos, exceto quando houver compatibili-
vendo ou não vaga, nos termos da lei. dade de horários, a acumulação de três cargos
(C) se este também for servidor e houver vaga, ou empregos privativos de profissionais de
nos termos da lei. saúde, com profissões regulamentadas.
(D) apenas se este for titular de mandato ele-
tivo municipal. 44. (MS CONCURSOS/2018) Torna-se vedada a acu-
(E) apenas se este for titular de mandato ele- mulação remunerada de cargos públicos, exceto
tivo estadual. quando houver compatibilidade de horários:

107
1) De dois cargos de professor. atender às requisições judiciais, se outro não for
2) De um cargo de professor com outro técnico fixado pela autoridade judiciária.
ou científico.
(A) vinte e quatro horas
3) De dois cargos ou empregos privativos de
(B) dez dias úteis
profissionais de saúde, com profissões re-
(C) quinze dias
gulamentadas.
(D) um mês
4) De dois cargos de diretor de escola.
(E) um semestre

É correto afirmar:
47. (MS CONCURSOS/2018) À luz da Constituição do
Estado de São Paulo, Título III – Capítulo I – Da Ad-
(A) Todos os itens estão corretos.
ministração Pública, responda à próxima questão:
(B) Apenas 1 e 2 estão incorretos.
(C) O único item correto é o 3.
Segundo o art. 112, as leis e atos administrati-
(D) Apenas 2, 3 e 4 estão corretos.
vos externos, para que produzam seus efeitos
(E) Apenas o item 4 está incorreto.
regulares, deverão ser:
45. (MS CONCURSOS/2018) Para a organização da
(A) Anunciados na imprensa municipal.
administração pública direta e indireta, inclu-
(B) Anexados ao código de leis do estado.
sive as fundações instituídas ou mantidas por
(C) Publicados no órgão oficial do Estado.
qualquer dos Poderes do Estado é obrigatório
(D) Assinados pelo Secretário Público.
o cumprimento de certas normas.
(E) Expedidos dentro de três dias úteis.
Acerca disso, julgue os itens com C (certo) ou E
48. (MS CONCURSOS/2018) De acordo com o art.
(errado) e assinale a alternativa correta.
111 – A, é vedada a nomeação de pessoas que
se enquadrem nas condições de:
( ) A investidura em cargo ou emprego público
depende de aprovação posterior, em concurso
(A) Legibilidade nos termos da legislação mu-
público de provas ou de provas e títulos, ressalva-
nicipal para o cargo de Secretário de Estado.
das as nomeações para cargo em comissões, de-
(B) Inelegibilidade nos termos da legislação
clarado em lei, de livre nomeação e exoneração.
federal para o cargo de Secretário-Adjunto.
( ) O prazo de validade do concurso público
(C) Legibilidade nos termos da legislação mu-
será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
nicipal para o cargo de inspetor escolar.
igual período.
(D) Inelegibilidade nos termos da legislação federal
( ) A nomeação do candidato aprovado obede-
para o cargo de reitor de universidade particular.
cerá à ordem de classificação.
(E) Legibilidade nos termos da legislação esta-
( ) Durante o prazo prorrogável previsto no edital
dual para o cargo de prefeito.
de convocação, o aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado
49. (FCC/2017) Ao tratar sobre os servidores públi-
com prioridade sobre novos concursados para
cos civis, a Constituição do Estado de São Paulo
assumir cargo ou emprego, na carreira.
apregoa que

(A) C–E–C–E
(A) fica assegurado ao servidor público efeti-
(B) E–C–C–E
vo, eleito para ocupar cargo em sindicato
(C) C–C–C–C
de categoria, o direito de se afastar das
(D) E–C–C–C
funções, durante o tempo de duração do
(E) C–C–E–C
mandato, recebendo seus vencimentos e
vantagens, na forma da lei.
46. (MS CONCURSOS/2018) A administração é obri-
(B) os servidores públicos efetivos serão aposen-
gada a fornecer a qualquer cidadão, para a defe-
tados por invalidez compulsória aos setenta
sa de seus direitos e esclarecimentos de situa-
anos de idade, com provimentos integrais.
ções de seu interesse pessoal, no prazo máximo
(C) é vedada, para qualquer caso, a adoção de
de__________, certidão de atos, contratos, de-
requisitos e critérios diferenciados para a
cisões ou pareceres, sob pena de responsabili-
concessão de aposentadoria a servidores
dade de autoridade ou servidor que negar ou re-
públicos efetivos.
tardar a sua expedição. No mesmo prazo deverá
(D) os requisitos de tempo e idade de contri-

108
buição previstos regularmente para apo- gistério fixando, como um dos requisitos de in-
sentadoria voluntária serão reduzidos em gresso, que os candidatos não podem ter idade
10 anos para o professor que comprove superior a 35 anos. Nesse caso, em observân-
exclusivamente tempo de efetivo exercício cia ao disposto na Constituição do Estado de
das funções de magistério na educação in- São Paulo, é correto afirmar que a fixação de
fantil e no ensino fundamental e médio. idade máxima no edital se afigurará
(E) o servidor, com mais de cinco anos de efe-
tivo exercício, que tenha exercido ou venha (A) inconstitucional, uma vez que o limite má-
a exercer cargo ou função que lhe propor- ximo de idade para ingresso por concurso
cione remuneração superior à do cargo de público é de 55 anos.
que seja titular, ou função para a qual foi (B) constitucional, ainda que não exista lei res-
admitido, incorporará 1/3 dessa diferença, paldando a limitação, uma vez que a fixa-
por ano, até o limite de 2/3. ção da idade limite de 35 anos se justifica
em função da natureza das atribuições do
50. (VUNESP/2019) Com a finalidade de permitir a cargo, sendo considerada razoável.
definição precisa de seu objeto e a previsão de (C) inconstitucional, pois é vedada a estipulação
recursos orçamentários, a Constituição do Es- de idade para ingresso por concurso público,
tado de São Paulo estabelece que as licitações salvo se imposta com observação ao limite
de obras e serviços públicos deverão, sob pena constitucional de aposentadoria compulsória.
de invalidade, ser precedidas (D) constitucional, ainda que não exista lei res-
paldando a limitação, pois é permitido à
(A) da indicação do local onde serão executados Administração Pública, de acordo com os
e do respectivo projeto técnico completo. interesses públicos, estabelecer idade mí-
(B) de publicação e divulgação ampla do edital nima e máxima para os concursos.
e quais subsídios serão oferecidos pelo po- (E) inconstitucional, já que apenas se permite a
der público. imposição de limite máximo de idade para
(C) de definição do gestor do respectivo con- aqueles que tenham atingido 60 anos de idade
trato e qual deverá ser a garantia a ser ofe-
recida pelo contratado. 53. (FCC/2017) Considere:
(D) da definição exata do preço do objeto lici-
tado e os recursos que serão dispendidos I – O princípio da finalidade não está expresso
com a contratação. na Constituição do Estado de São Paulo, vez
(E) de indicação dos recursos a serem utiliza- que seu significado relaciona-se ao princípio
dos no seu pagamento e que toda contra- da impessoalidade, este sim expressamente
tação se dará pelo melhor preço. consignado no citado texto constitucional.
II – Os princípios que regem a atuação da Admi-
51. (CKM/2018) Com base na Constituição do nistração pública, previstos na Constituição do
Estado de São Paulo, pode-se afirmar que Estado de São Paulo, não se destinam à Admi-
o(servidor(público(civil: nistração pública indireta ou fundacional, vez
que esta possui normas e princípios próprios,
(A) Pode receber vantagens de qualquer natu- em decorrência de suas peculiaridades.
reza, conforme suas necessidades. III – IO princípio denominado interesse público
(B) Não tem direito à adicional por tempo de tem importância fulcral na atuação adminis-
serviço. trativa, vez que vincula a autoridade admi-
(C) Será inamovível durante o exercício do nistrativa em toda sua atuação, e correspon-
mandato de vereador. de a princípio expresso da Constituição do
(D) Não pode ser removido para igual cargo ou Estado de São Paulo.
função, no lugar de residência do cônjuge.
(E) Quando gestante, não poderá, a qualquer Nos termos da Constituição do Estado de São
título, solicitar a mudança de função. Paulo, está correto o que consta APENAS em

52. (FCC/2017) Considere uma situação hipotética (A) I e II.


em que a Secretaria da Educação do Estado de (B) I e III.
São Paulo decida promover concurso público, (C) III.
em nível estadual, para o provimento de vagas (D) I.
ao cargo de Diretor de Escola do Quadro de Ma- (E) II e III.

109
54. (FCC/2012) A Administração Pública Direta e III – IOs servidores da administração pública di-
Indireta, inclusive as fundações instituídas ou reta, das autarquias e das fundações insti-
mantidas por quaisquer dos Poderes do Esta- tuídas ou mantidas pelo Poder Público terão
do, de acordo com o artigo 115 da Constituição regime jurídico único e planos de carreira.
do Estado de São Paulo, dentre outras, deve IV – O tempo de mandato eletivo será computado
cumprir a seguinte norma: para fins de aposentadoria especial.

(A) a criação, transformação, fusão, cisão, incor- Está correto o que se afirma APENAS em
poração, privatização ou extinção das socie-
dades de economia mista, autarquias, funda- (A) I, III e IV.
ções e empresas públicas depende de prévia (B) I, II e IV.
aprovação da Assembleia Legislativa. (C) II, III e IV.
(B) o servidor e empregado público gozarão de (D) I e III.
estabilidade no cargo ou emprego desde o (E) II e III.
registro de sua candidatura para o exercí-
cio de cargo de representação sindical até 56. (VUNESP/2013) Determina a Constituição do
02 anos após o término do mandato, se Estado de São Paulo que é vedada a acumu-
eleito, salvo se cometer falta grave previs- lação remunerada de cargos públicos, exceto
ta em lei. quando houver compatibilidade de horários, de
(C) a administração fazendária e seus agentes
fiscais de renda, aos quais compete privati- (A) um cargo de professor com outro técnico
vamente exercer a fiscalização de tributos ou científico.
estaduais, terão, dentro de suas áreas de (B) três cargos de professor.
competência e jurisdição, precedência so- (C) três cargos de profissional da saúde, com
bre os demais setores, na forma da lei. profissões regulamentadas.
(D) a investidura em cargos ou emprego públi- (D) um cargo técnico com outro emprego pri-
co depende de aprovação prévia em con- vativo de profissional da saúde.
curso público de provas e títulos acessíveis, (E) um cargo de professor com dois de técnico.
exclusivamente, aos brasileiros que preen-
cham os requisitos estabelecidos pela lei. 57. (VUNESP/2013) Conforme estabelece a Consti-
(E) a lei fixará o limite máximo e a relação de tuição do Estado de São Paulo, a criação, trans-
valores entre a maior e menor remuneração formação, fusão, cisão, incorporação, privati-
dos servidores públicos, observados, como zação ou extinção das sociedades de economia
limites máximos, no âmbito dos Poderes Le- mista, fundações e empresas públicas depen-
gislativo, Executivo e Judiciário, bem como dem de prévia
do Ministério Público os valores recebidos
como remuneração a qualquer título. (A) autorização do Governador do Estado.
(B) aprovação do Governador do Estado.
55. (FCC/2012) Considere as seguintes assertivas (C) autorização de, no mínimo, um terço dos
a respeito dos servidores públicos, segundo a membros da Assembleia Legislativa.
Constituição do Estado de São Paulo: (D) aprovação da Assembleia Legislativa.
(E) autorização de lei federal.
I – Ao servidor público titular de cargo efetivo do
Estado será contado, como efetivo exercício, 58. (VUNESP/2015) A Constituição do Estado de São
para efeito de aposentadoria e disponibili- Paulo, na seção que trata de obras, serviços pú-
dade, o tempo de contribuição decorrente de blicos, compras e alienações, determina que
serviço prestado em cartório não oficializa-
do, mediante certidão expedida pela Corre- (A) os órgãos competentes publicarão, com a
gedoria-Geral da Justiça. periodicidade necessária, os preços médios
II – Ao servidor será assegurado o direito de re- de mercado de bens e serviços, os quais
moção para igual cargo ou função, no lugar servirão de base para as licitações reali-
de residência do cônjuge, se este também zadas pela Administração direta e indireta,
for servidor e houver vaga, nos termos da lei, inclusive fundações instituídas ou manti-
com exceção do servidor cônjuge de titular das pelo Poder Público.
de mandato eletivo estadual. (B) cabe ao Estado explorar diretamente, ou
mediante concessão, permissão, ou auto-

110
rização, os serviços de gás canalizado em da concessão ou da permissão.
seu território, incluído o fornecimento dire- (B) ficarão sujeitos apenas quanto à fiscaliza-
to a partir de gasodutos de transporte. ção do Poder Público, vez que tais serviços
(C) as licitações de obras e serviços públicos não serão subsidiados pelo Poder Público,
deverão ser precedidas da indicação públi- quando prestados por particulares.
ca do local onde serão executados e da res- (C) ficarão sujeitos apenas quanto à regula-
pectiva pesquisa de preços, que permita a mentação do Poder Público, vez que tais
definição precisa de seu objeto e valor, sob serviços não serão subsidiados pelo Poder
pena de invalidade da licitação. Público, quando prestados por particulares.
(D) a lei não poderá prever tratamento preferen- (D) ficarão sempre sujeitos à regulamentação
cial a empresa brasileira de capital nacional, e fiscalização do Poder Público e poderão
na aquisição de bens e serviços pela Adminis- ser retomados, quando não atendam satis-
tração direta e indireta, inclusive fundações fatoriamente aos seus fins ou às condições
instituídas ou mantidas pelo Poder Público. do contrato
(E) os serviços públicos serão remunerados (E) não ficarão sujeitos à regulamentação e
por tarifa previamente fixada, na forma fiscalização do Poder Público, mas poderão
que a Constituição do Estado de São Paulo ser retomados, na hipótese de não atende-
estabelece, mediante processo legislativo rem aos fins ou às condições do contrato
regular na Assembleia Legislativa.
61. (VUNESP/2013) Ao Servidor Público do Estado
59. (VUNESP/2013) Quanto ao regime jurídico dos ser-
vidores públicos, assinale a alternativa correta. (A) da administração direta, a lei assegura-
rá isonomia de vencimentos para cargos
(A) A lei assegurará aos servidores da admi- de atribuições iguais ou assemelhados do
nistração direta isonomia de vencimentos mesmo Poder, incluindo as vantagens de
para cargos de atribuições iguais ou asse- caráter individual.
melhados do mesmo Poder, incluindo-se (B) ocupante, exclusivamente, de cargo em co-
as vantagens de caráter individual e as re- missão declarado em lei de livre nomeação
lativas à natureza ou ao local de trabalho. e exoneração, não se aplica o regime geral
(B) O Estado responsabilizará os seus servido- de previdência social.
res por alcance e outros danos causados à (C) será assegurado o direito de remoção para
Administração, ou por pagamentos efetu- igual cargo ou função, no lugar de residên-
ados em desacordo com as normas legais, cia do cônjuge, se este também for servidor
sujeitando-os ao sequestro e perdimento e houver vaga, nos termos da lei.
dos bens, nos termos da lei (D) da administração direta, a lei assegura-
(C) A lei assegurará aos servidores da admi- rá isonomia de vencimentos para cargos
nistração direta proporcionalidade de sub- de atribuições iguais ou assemelhados do
sídios entre servidores dos Poderes Legis- mesmo Poder ou não, incluindo as vanta-
lativo, Executivo e Judiciário. gens relativas ao local de trabalho.
(D) Os servidores da administração pública di- (E) titular de cargo efetivo não será contado,
reta, das autarquias e das fundações insti- como efetivo exercício, o tempo de contri-
tuídas ou mantidas pelo Poder Público te- buição decorrente de serviço prestado em
rão regimes jurídicos específicos, a critério cartório não oficializado.
de cada carreira
(E) As vantagens de qualquer natureza pode- 62. (FCC/2012) A Constituição do Estado de São Pau-
rão ser instituídas por decreto do Governa- lo estabelece, para autarquias, sociedades de
dor do Estado e quando atendam efetiva- economia mista e fundações instituídas ou man-
mente ao interesse público e às exigências tidas pelo Poder Público, a obrigatoriedade de:
do serviço
I – que todo dirigente efetue declaração pública de
60. (VUNESP/2013) Os serviços públicos concedi- bens, no prazo de trinta dias após a sua posse e
dos ou permitidos depois de seu desligamento da entidade.
II – eleição de um Diretor Representante e de um
(A) ficarão sujeitos à regulamentação e fisca- Conselho de Representantes, pelos servido-
lização do Poder Público, mas não poderão res e empregados públicos, cabendo à lei de-
ser retomados antes do término do prazo finir os limites de sua competência e atuação.

111
III – Iconstituir Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes – CIPA – e, quando assim o exigi-
rem suas atividades, Comissão de Controle
Ambiental, visando à proteção da vida, do
meio ambiente e das condições de trabalho
dos seus servidores, na forma da lei.

Está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) I, apenas.
(C) II, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) II e III, apenas.

63. (FCC/2012) Considere as seguintes afirmações


sobre a disciplina da matéria relativa a obras e
serviços públicos na Constituição do Estado de
São Paulo:

I – As licitações de obras e serviços públicos deve-


rão ser precedidas da indicação do local onde
serão executados e do respectivo projeto téc-
nico completo, em cuja elaboração deverão ser
atendidas as exigências de proteção do patri-
mônio histórico-cultural e do meio ambiente.
II – Deverão ser publicados, com a periodicida-
de necessária, os preços médios de mercado
de bens e serviços, os quais servirão de base
para as licitações realizadas pela adminis-
tração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas ou mantidas pelo Poder Público.
III – IÉ vedada à administração pública direta e
indireta, inclusive fundações instituídas ou
mantidas pelo Poder Público, a contratação
de serviços e obras de empresas que não
atendam às normas relativas à saúde e se-
gurança no trabalho.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.

112
GABARITO

QUESTÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

GABARITO C C B A E C A C A C

QUESTÃO 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

GABARITO A A A A B C E A A E

QUESTÃO 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

GABARITO B A C D B A C D B B

QUESTÃO 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

GABARITO B D E A B D B C E D

QUESTÃO 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

GABARITO C D A E B B C B A A

QUESTÃO 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

GABARITO C C C A A A D A B D

QUESTÃO 61 62 63

GABARITO C E E
114

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