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EXAME DE ORDEM
DIREITO
CIVIL
Capítulo 01
Olá, aluno!
Bem-vindo ao estudo para o Exame de Ordem. Preparamos todo esse material para você não
só com muito carinho, mas também com muita métrica e especificidade, garantindo que você
terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de forma inteligente.
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins de
entender como cada Banca e cada Carreira costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal,
queremos que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento,
pois o tempo é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo
sempre!
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou
comentários, entre em contato através do email pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para
a gente!
1
Acreditamos que com esses recursos você estará munido com tudo que precisa para alcançar
a sua aprovação de maneira eficaz. Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que
um objetivo para o CERS, trata-se de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para
o estudo da disciplina.
Bons estudos
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SOBRE ESTA DISCIPLINA
Daremos início ao estudo da disciplina de Direito Civil. Como bem sabido, a FGV separa sete
questões para essa matéria na primeira fase da OAB. Ou seja, por ser matéria de altíssima
relevância, o seu estudo é primordial.
Dessa forma, este material busca fornecer ao aluno um conhecimento amplo e suficiente,
conforme os temas costumam ser cobrados, então, ao final dos capítulos, serão colacionadas
questões para treinamento, sempre priorizando aos concursos da área.
Vale acrescentar, por fim, que, como se constatará ao longo dos capítulos, os Examinadores do
Exame de Ordem, vem cobrando a disciplina de modo abrangente. Deste modo, em que pese
alguns temas sejam mais recorrentes, nenhum capítulo deste material deve ser negligenciado.
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RECORRÊNCIA DA DISCIPLINA
Como dito, sabemos que estudar de forma direcionada, com base nos assuntos objetivamente
mais recorrentes, é essencial. Afinal, uma separação planejada pode fazer toda diferença.
Pensando nisso, através de estudo realizado pelo nosso setor de inteligência com base nas
Sucessão
testamentária e
disposições de última
vontade Pessoa natural e
Sucessão legítima 13% Direitos da
13% personalidade
13%
Teoria do Contrato
13%
Contratos em espécie
Regimes de Bens e 13%
outros Direitos
Patrimoniais nas
relações familiares
13% Direitos Reais
25%
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TEMAS RECORRÊNCIA
Direitos Reais
Teoria do Contrato
Contratos em Espécie
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Assim, os assuntos de Direito Civil estão distribuídos da seguinte forma:
CAPÍTULOS
6
SOBRE ESTE CAPÍTULO
A parte Geral do Código Civil é um assunto que é de média relevância no Exame de Ordem,
tendo sido cobrado 4 vezes nos últimos 3 anos. Assim, não devemos deixar esse conteúdo
para lá, não é mesmo?
Aqui, a banca costuma seguir o seu padrão: Apresentar um caso hipotético, pelo qual a resposta
é respaldada na legislação vigente. Por isso, recomendamos a leitura atenta da letra seca da lei,
acompanhada de alguma doutrina à sua escolha.
Vamos juntos!
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SUMÁRIO
Capítulo 1 ................................................................................................................................................ 11
8
3.4.4 Extinção de Personalidade da Pessoa Natural........................................................................................ 32
4.8.1 Conceito................................................................................................................................................................... 57
4.8.2 Características........................................................................................................................................................ 58
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4.8.3 Constituição ........................................................................................................................................................... 58
GABARITO ............................................................................................................................................... 77
JURISPRUDÊNCIA................................................................................................................................... 83
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DIREITO CIVIL
Capítulo 1
O Código civil de 1916 era bastante conservador, sobretudo nas regras sobre a família,
pois havia em seu conteúdo certa rejeição quanto aos aspectos sociais, abordava-se
principalmente sobre as relações privadas. Além disso, seus preceitos foram escritos com excesso
de abstração.
constitucional.
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os negócios jurídicos, a família, obrigações e contratos, a propriedade e demais direitos reais,
ser compatibilizado com o texto constitucional, sem, contudo, alterar a substância normativa de
antes, surgindo o Código Civil de 2002.
geral e a interpretação do Código Civil com base nos princípios, fundamentos e normas
O Código Civil de 2002 foi criado com o objetivo de superar o modelo trazido pelo
Código de 1916, baseado na “Era dos Direitos” e que buscava um direito que pudesse
solucionar cada situação jurídica possível, com preocupação de viés individualista.
(diretrizes):
Eticidade: que tem como corolário o princípio da boa-fé objetiva, estabelece que as
relações jurídicas devem ser pautadas pela ética e pela lealdade. As partes devem
1
Art. 113 do CC: “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”.
12
função de controle (art. 187, do CC)2, função de integração/prestação (art. 422,
do CC)3.
Sociabilidade: superação do modelo individualista nas relações, de modo que todas
elas devem ser voltadas aos pilares do convívio comum, prevalecendo os valores
coletivos aos individuais e respeitando-se os direitos fundamentais dos seres
humanos.
Operabilidade: é a simplificação do Direito Civil. Todas as situações devem possuir
uma solução e as normas devem ser viáveis, de fácil operabilidade, como as cláusulas
abertas, que possibilitam uma ampliação do conteúdo da norma, a fim de serem
aplicadas aos casos apresentados. O direito, pois, não é mais a norma fechada,
aplicada exatamente ao caso descrito pela lei, mas disciplina de interpretação, que
concede ao aplicador da lei o poder de interpretar a norma mais adequada à situação
Code de France de 1804: Revolução Francesa, divisão entre Direito Público e Privado,
onde estava um, não poderia estar o outro. O Código Civil da Alemanha o BGB, em
2
Art. 187 do CC: “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”.
3
Art. 422 do CC: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os
princípios de probidade e boa-fé”.
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instituto do Direito Civil à luz da Constituição (eficácia irradiante). Já a Publicização
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2. Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro
A LINDB4 preocupa-se com a própria norma jurídica, sendo essa o seu o objeto de
estudo. Assim, dirige-se a todos os ramos do direito, salvo naquilo que for regulado de forma
país, instituídas especialmente para definir se a determinado caso se aplicará a lei local ou a lei
de um Estado estrangeiro).
A lei passa a vigorar no território brasileiro, quando não possui vacatio legis determinada,
no prazo de 45 dias após a sua publicação.
Nos Estados estrangeiros, passa a vigorar após três meses depois de oficialmente
Se após a publicação de uma lei, antes de esta entrar em vigor, acontecer uma nova
A lei posterior revoga a anterior, quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível, ou quando regule inteiramente a matéria que tratava a lei anterior.
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2.3 Repristinação
2.4 Revogação
A lei será revogada por outra, valendo, no direito brasileiro, o princípio da continuidade,
salvo no caso de leis temporárias, pois já são criadas para vigorarem em certo período de
tempo.
mas esta é uma presunção relativa. A regra é a vedação à alegação do Erro de Direito, mais
comum no âmbito do Direito Penal.
No entanto, no Direito Civil, o art. 1561, do CC/2002, previu o casamento putativo. Outro
exemplo é o art. 139, III, do CC/2002, que prevê o erro de direito como um vício de vontade.
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Analogia: colmatação de uma situação não prevista em lei, através de outra já
prevista.
Analogia legis: é a comparação entre uma situação não tratada em lei com
outra tratada em lei específica.
Analogia juris: é a comparação entre uma situação não prevista em lei, com o
sistema jurídico como um todo.
Costumes: secundum legem (com previsão na lei, por isso não é integração), contra
honestamente.
A lei em vigor possui efeito imediato e geral, respeitando o ato jurídico perfeito, o direito
efetuou o ato.
Direito adquirido: consideram-se adquiridos os direitos que o titular, ou alguém por
ele, possa exercer imediatamente.
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Regra de Direito Intertemporal (art. 2.035, do CC):
Situações específicas:
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Contratos: o lugar do contrato é o de residência do proponente.
A Lei 13.655/2018 veio para adicionar alguns dispositivos legais à redação original da LINDB,
trazendo normas sobre segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito
público.
vetado.
A interpretação dos arts. 20 a 30, portanto, deve ser a de que eles se aplicam para temas
Tais regras não se aplicam, portanto, para temas de direito privado. Apesar disso,
importante ficar atento à tal alteração para fins de prova, para não ser pego de surpresa! ;)
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NOVIDADE LEGISLATIVA: DECRETO Nº 9.830, DE 10 DE JUNHO DE 2019 - Regulamenta o disposto nos art. 20 ao
art. 30 do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, que institui a Lei de Introdução às normas do Direito
brasileiro: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d9830.htm
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3. Pessoa Natural e Direitos da Personalidade
nas palavras de Orlando Gomes “é o pressuposto dos demais direitos”. Sendo assim, toda
Portanto, trata-se de atributo conferido ao ser humano, pelo que se garante a qualidade
de sujeito de direitos, de onde provêm todos os direitos e obrigações a que se submete o
considerada uma proteção fundamental, através dos direitos da personalidade, que são
irrenunciáveis, inalienáveis e intransmissíveis.
Nesse sentido, dispõe o artigo 1º do Código Civil: “Art. 1º. Toda pessoa é capaz de
direitos e deveres na ordem civil.”
Existem várias teorias que versam sobre o início da personalidade, dentre as quais a
natalista e a conceptualista.
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A natalista diz que a personalidade se inicia no momento do nascimento com vida,
Existe, ainda, uma terceira corrente que é a Teoria Condicional, que defende que o
nascituro tem determinados direitos, sujeitos a uma condição suspensiva: o nascimento com
vida.
O nascituro teria apenas uma personalidade formal, o que lhe permitiria gozar de direitos
caso não haja nascimento com vida, sendo que a condicional garante os direitos, mas desde
que haja o nascimento com vida.
Perceba que a lei resguardou os direitos do nascituro (do feto, embrião que está dentro
do ventre da mãe e que ainda vai nascer). Ele não é pessoa, entretanto embora não tenha
personalidade jurídica material, o mesmo possui expectativa do direito da personalidade (que
estão em via de formação, que ainda não se aperfeiçoaram, que só irão se formar após o
nascimento com vida), ou o que se chama de personalidade jurídica formal. Portanto, o nascituro
Lembrando que para o direito civil nascer com vida é respirar. Ou seja, se ficar
comprovado que a criança respirou, nem que seja por um curto lapso temporal, houve
personalidade.
Natimorto é o feto que nasceu, mas não respirou. Logo ele nunca possuiu personalidade.
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Enunciado n.º 1 da I Jornada de Direito Civil: “A proteção que o Código defere ao nascituro
alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem
e sepultura”.
3.2 Domicílio
lugar onde a pessoa é habitualmente encontrada) com ânimo definitivo (elemento subjetivo: é
a intenção de permanência, de se estabelecer em um determinado local).
ela se encontra. Por exemplo, se uma pessoa viajar para o Rio de Janeiro e lá permanecer
durante o final de semana, nesse período o Rio de Janeiro será a sua residência.
6
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.
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3.3 Capacidade
A Lei 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) trouxe uma inegável evolução
para a promoção da dignidade humana em diversos aspectos. Com relação à capacidade,
promoveu expressiva alteração ao conferir plena capacidade aos sujeitos com deficiência, para
que exerçam todos os atos da vida civil. Assim, apenas são considerados absolutamente
incapazes os menores de 16 anos, conforme previsão do artigo 3º. Com relação aos
Art. 6º. A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I – casar-se e constituir união estável;
II – exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III – exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações
adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
IV – conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V – exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando,
em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
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CAPACIDADE DE DIREITO + CAPACIDADE DE FATO = CAPACIDADE PLENA.
personalidade, mas gozam de capacidade jurídica, que é a possibilidade de defender seus direitos
em juízo.
Art. 84, do Estatuto da PCD: A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a
lei.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão
apoiada.
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva
extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o
menor tempo possível.
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao
Juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.
Art. 1.783-A , do CC/02: A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa
com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha
vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão
sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para
que possa exercer sua capacidade.
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§ 1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os
apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido
e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito
ã vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar.
§ 2o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada,
com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste
artigo.
§ 3o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz,
assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá
pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.
§ 4o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem
restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado.
§ 5o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que
os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função
em relação ao apoiado.
§ 6o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo
divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz,
ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.
§ 7o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as
obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia
ao Ministério Público ou ao juiz.
§ 8o Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa
apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio.
§ 9o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em
processo de tomada de decisão apoiada.
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de
tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado ã manifestação do
juiz sobre a matéria.
§ 11. Aplicam-se ã tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes
à prestação de contas na curatela.”
A incapacidade só pode ser de fato, pois toda pessoa tem capacidade de direito.
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3.4 Incapacidade
A incapacidade consiste na restrição legal para determinados atos da vida civil. Todas
as incapacidades estão previstas em lei, sendo assim a capacidade da pessoa natural é a regra,
Ocorre quando uma pessoa fica totalmente proibida de exercer por si só o direito, ou
seja, a pessoa natural tem direitos, mas não possui a capacidade de fato ou de exercício, porque
sozinha não poderá praticar atos da vida civil, ela precisará para tanto estar representada.
A incapacidade absoluta está prevista no artigo 3º do CC: “Art. 3º. São absolutamente
(ou seja, possuem ausência “total” de discernimento), perante a lei, os menores de 16 anos.
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Será nulo qualquer ato praticado pelo absolutamente incapaz que não estiver devidamente
representado.
IV. Os pródigos.
O pródigo é aquele que desordenadamente gasta, acaba com seu patrimônio, ficando na
miséria. Ele só é relativamente incapaz quando houver sentença que o reconheça como
pródigo. Sendo assim, com a sua interdição, ele será privado exclusivamente, dos atos que
possam comprometer seu patrimônio, não podendo, sem a assistência de seu curador (artigo
1.767, V do CC), alienar, emprestar, dar quitação, transigir, hipotecar, agir em juízo e praticar,
em geral, atos que não sejam de mera administração (artigo 1.782 do CC).
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O parágrafo único do artigo 4º trata dos índios. A capacidade dos indígenas será
regulada por legislação especial. Ou seja, o índio tem seus direitos regulados pela FUNAI (artigo
109 da CF).
Pode ser anulável o ato praticado pelo relativamente incapaz que não esteja devidamente
assistido.
A velhice não é causa de incapacidade, o senil é capaz. A demência é que pode gerar
incapacidade.
O surdo-mudo também é capaz, portanto ele pode fazer testamento, praticar atos da
vida civil. Se ele não compreender nada é que pode ser considerado incapaz e não o simples
A regra é que a menoridade cessa aos 18 (dezoito) anos completos, quando a pessoa
fica habilitada a prática de todos os atos da vida civil.
Pelo casamento;
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Pelo exercício de emprego público efetivo; 7
desde que, em função deles, o menor com 16 (dezesseis) anos completos tenha
economia própria.
3.4.3.1 Voluntária/judicial
Concedida por ambos os pais, ou de um deles, na falta do outro, desde que o menor
tenha 16 anos ou mais. Poderá ser autorizada por escritura pública8, que independe de
homologação judicial. Também poderá ser concedida pelo juiz, quando houver discordância
dos pais acerca da autorização do ato, que é irrevogável. Assim, o magistrado analisará, no
caso concreto, qual é o maior benefício ao infante.
Quando o menor estiver sob tutela, a emancipação apenas poderá ser concedida por
autorização judicial. Na emancipação judicial, há um procedimento de jurisdição voluntária.
Enunciado nº 397/CJF: Art. 5º. A emancipação por concessão dos pais ou por sentença do juiz
7
Vide questão 04
8
Vide Questão 01
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Contudo, o menor de 18 anos, ainda que emancipado, não pode ser responsabilizado
3.4.3.2 Casamento
A idade núbil é de 16 anos, conforme artigo 1.517, do Código Civil, salvo no caso de
gravidez, hipótese excepcional em que o menor poderá casar antes de atingir a idade núbil
da lei no tempo.
A Lei nº 1.318/2018 alterou o CC/02 neste ponto. De modo que, atualmente, não existe
mais possibilidade de casamento entre menor de 16 anos. Vamos analisar com calma: A
redação anterior do art. 1.520 do CC era a seguinte:
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou
a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em
caso de gravidez.
Veja que, pela literalidade da lei, havia duas hipóteses excepcionais em que seria
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de pessoa menor de 16 anos (abaixo da idade núbil): em caso de gravidez. Eis o novo dispositivo
legal:
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a
idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
1.318/2018)
Fica superado, portanto, o enunciado 329 da Jornada de Direito Civil.
divórcio. Se o casamento for declarado nulo, não prevalece a emancipação, pois esta também
será invalidada, ressalvando-se a hipótese de casamento putativo, em que o menor estava de
boa-fé.
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Já a emancipação é a cessação da incapacidade de fato, ou seja, o sujeito continua
A emancipação não gera a maioridade, portanto, um jovem de 16 anos que foi emancipado
Depois que uma pessoa é emancipada ela não poderá voltar ao seu estado anterior de
incapacidade. A emancipação uma vez concedida é irrevogável, não volta atrás. É, também,
definitiva, a pessoa não pode desistir dela. Sendo assim, mesmo que haja viuvez, separação ou
Entretanto, se houver alguma falha na condição exigida por lei nos casos de
se, depois da cerimônia, que a autorização que a lei exige dos pais era falsa, haverá nulidade
do ato. O casamento não aconteceu para o direito, então, por consequência, a emancipação
também não.
O término da personalidade da pessoa natural ocorre com a morte, que deve ser
devidamente registrada em registro público. Porém, em alguns casos, é difícil precisar se a morte
de fato ocorreu, por exemplo, no caso de pessoas desaparecidas (ausentes).
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Observe o que dispõe o artigo 6º do CC: “Art. 6º. A existência da pessoa natural termina
com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura
de sucessão definitiva”.
No caso da morte ficta, pode ocorrer sem processo de ausência (art. 7º do CC) ou com
9
art. 7º do CC – “Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: (I) - se for extremamente
provável a morte de quem estava em perigo de vida; (II) - se alguém, desaparecido em campanha ou feito
prisioneiro, não for encontrado até 2 Anos após o término da guerra
10
Vide questão 03
33
A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de
Com processo de ausência: Ocorre quando uma pessoa desaparece sem estar
em risco de vida.
A ausência será declarada quando alguém desaparecer sem deixar notícias, se não deixar
representante ou procurador para administrar seus bens. Deixando mandatário, também será
decretada a ausência se este não quiser ou não puder continuar exercendo as funções.
A declaração será feita judicialmente, ouvido o Ministério Público, ato em que o juiz
nomeará curador.
A curadoria dos bens do ausente se inicia a partir de uma petição inicial de qualquer
interessado ou do MP, na situação acima explicada.
34
o 2ª FASE DE DECLARAÇÃO DA SUCESSÃO PROVISÓRIA: abre-se
oferecendo uma garantia (essa fase dura 10 anos, a não ser que o ausente
tenha mais de 80 anos, nesse caso considera-se 5 anos).11
A sentença que autoriza a sucessão provisória só produz efeitos 180 dias após sua
publicação, mas, com o seu trânsito em julgado, abre-se o testamento e o inventário, como se
o ausente fosse falecido. Se, após 30 dias do trânsito em julgados, não aparecerem interessados
ou herdeiro, para requer a abertura do inventário, os bens do ausente serão considerados
herança jacente.
Garantia pignoratícia ou hipotecária: deverão prestar os herdeiros que não foram cônjuge,
ascendente ou descente do ausente, para se imitirem na posse dos bens.
rendimentos dos bens que lhe cabe. Os demais sucessores deverão capitalizar metade desses
frutos e rendimentos, de acordo com o MP e prestando contas anuais ao juiz.
anos.
3.4.4.1 Comoriência
aferir quem morreu primeiro. Nesse caso, se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma
11
Vide Questão 02
35
ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-
outras.
Não. Apenas na mesma ocasião, não precisa nem que seja do mesmo modo. A comoriência é
Personalidade estão para o Direito Privado (Código Civil). Eles possuem conotação
extrapatrimonial, são direitos que integram a condição essencial da pessoa, como pressupostos
a terceiros) e irrenunciáveis (o titular deles não pode abrir mão, não pode renunciar), não
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. É o que preceitua o artigo 11 do CC.
36
Exceção: doação de órgãos, transexual que muda de sexo, são situações excepcionais
A tutela específica pode ser: inibitória, com a aplicação de uma pena de multa no caso
de descumprimento da tutela específica; sub-rogatória, quando o juiz manda fazer uma coisa
específica; remoção do ilícito, quando se determina a retirada de alguma publicação pejorativa
em site, por exemplo. A tutela específica pode ser aplicada de ofício pelo juiz.
causados.
Para o STJ, basta a violação a um direito da personalidade, para que se configure o dano
moral, ou seja, caracterização objetiva, prova in re ipsa.
Observe o que afirma o artigo 12 do CC: “Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça,
Súmula 37, do STJ: São cumuláveis as indenizações por dano moral e dano material oriundos
do mesmo fato.
Súmula 387, do STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
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Dano moral contratual: o STJ vem afirmando que, apesar de a violação de um
contrato, por si só, não gerar dano moral, ela pode refletir uma violação da dignidade
de uma das partes, como no caso do Plano de Saúde que nega cobertura.
Dano moral coletivo: é a violação dos direitos da personalidade de um grupo
massificado, sendo prescindível a demonstração de dor, sofrimento ou angústia, para
restar caracterizado este tipo de dano. Ex.: violação de direito ambiental, de direito
do consumidor.
Danos sociais: são violações à tranquilidade e ao nível de vida da sociedade, através
envolvendo pessoa morta cabe aos familiares do morto (cônjuge, parentes em linha
reta ou colateral até o quarto grau). Portanto, o parágrafo único do art. 12 permite
que essas pessoas possam ingressar com medida judicial representando o morto.
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• cônjuge
• ascendentes
• descendentes
P.U, ART. 12 • colaterais
• cônjuge
• ascendentes
P.U, ART. 20 • descendentes
O Código Civil protege o corpo vivo (art. 13 do CC) e o corpo morto (art. 14 do CC).
O art. 13 do CC estabelece que salvo por exigência médica, é defeso (proibido) o ato
de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física,
ou contrariar os bons costumes.
partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador
de continuar vivendo sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento
de suas aptidões vitais e saúde mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável, e
Hipóteses proibitivas
Já o artigo 14 do CC trata da tutela post mortem do corpo: “Art. 14. É válida, com
Hipóteses permissiva
Esse tema encontra-se previsto no artigo 15 do CC: “Art. 15. Ninguém pode ser
cirúrgica, sabendo de todos os riscos que estão envolvidos. No entanto, caso seja necessário o
tratamento médico ou cirúrgico, sob o risco de morte do paciente caso não seja feito, prevalece
à vontade do médico.
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No que tange ao direito à vida x opção religiosa, os tribunais pátrios têm decidido que entre
salvar uma vida e respeitar suas escolhas, o bem da vida é muito maior, portanto ele deve ser
preservado. Só será considerada a opção religiosa da pessoa, se houver outros meios viáveis
Conforme preceitua o art. 16 do CC: “Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele
exponha o indivíduo ao desprezo público, ainda que não haja intenção difamadora.
onde não precisa provar o prejuízo, bastando provar o ilícito. Portanto, configurado o dano,
“Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou
representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção
difamatória.”
“Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
”
41
Por fim, é importante salientar que, em regra, o nome é inalterável (Princípio da
ponderável e desde que haja concordância do último (Lei Clodovil – n.º 11.924/2009).
42
proibida a inclusão, ainda que sigilosa, da expressão “transexual”, do sexo biológico
ou dos motivos das modificações registrais. 12
Caso se trate de morto ou ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o
cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Proibição:
Exceções:
polícia;
Manutenção da ordem pública;
12
http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C3%ADcias/Transexuais-
t%C3%AAm-direito-%C3%A0-altera%C3%A7%C3%A3o-do-registro-civil-sem-realiza%C3%A7%C3%A3o-de-cirurgia
13
STJ. 3ª Turma. REsp 1.304.718 SP, Rel. Min. Paulo Tarso Severino, julgado em 18/12/2014.
43
O enunciado 275 da IV Jornada de Direito Civil inclui também o companheiro entre os
autorizados à defesa do morto: “O rol dos legitimados de que tratam os artigos 12, parágrafo
econômicos ou empresariais.”
disciplinando a proteção de dados pessoais (cuida do tratamento dos dados pessoais, da forma
como os dados pessoais dos indivíduos podem ser armazenados por pessoas físicas ou jurídicas,
empresárias ou não).
44
45
4. Pessoa jurídica
É toda entidade dotada de personalidade, ou seja, assim como a pessoa física, pode
Pode ser entendida, ainda, como uma reunião de bens (patrimônio) afetados (fundações),
ou como uma reunião de pessoas sem fins econômicos (associações) ou com fins econômicos
(sociedades). Por sua vez, a reunião de pessoas com fins econômicos pode ter fins lucrativos
(sociedade empresária) ou fins não lucrativos (sociedade simples).
Teoria adotada pelo CC/02: Teoria da realidade técnica (Saleilles): a pessoa jurídica teria uma
existência objetiva e dimensão social, mas a sua personificação seria fruto da técnica do direito.
CC). Além disso, a pessoa jurídica pode sofrer dano moral (Súmula 227 do STJ).
46
É considerado domicílio da pessoa jurídica o local onde se encontra a sua sede; onde
constitutivo.
Conforme prevê o art. 41 do CC, são pessoas jurídicas de direito público interno:
A União;
Os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
Os Municípios;
As autarquias, inclusive as associações públicas;
externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito
internacional público.
47
Ou seja, são regulamentadas pelo Direito Internacional.
I. As associações;
II. As sociedades;
III. As fundações.
As organizações religiosas (igrejas), que são PJ de Direito Privado, podem ser livremente
48
A existência da pessoa jurídica de direito privado começa com a sua inscrição no
Decai em três anos o direito de anular constituição de pessoa jurídica de direito privado.
Existem no mundo dos fatos, porém não são pessoas físicas nem jurídicas. Ex: as
sociedades de fato, espólio, massa falida, condomínio, herança jacente ou vacante, família.
Todas as decisões tomadas pelo administrador dentro dos poderes estatutários serão
vinculantes para a Pessoa Jurídica.
deliberar o quórum para que sejam tomadas as decisões. Se o estatuto for omisso, as decisões
serão tomadas por maioria simples (maioria dos votos dos presentes).
anuláveis. Decai em três anos o direito de anular as decisões quando violarem a lei ou estatuto,
ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
Caso ocorra destituição dos administradores (eles forem expulsos) o juiz, a requerimento
de qualquer interessado, nomeará um administrador provisório.
49
4.6 Desconsideração da Personalidade jurídica
Todas as vezes que a Pessoa Jurídica for utilizada para encobrir atividades ilícitas, sua
personalidade deve ser afastada (desconsiderada), com o objetivo de atacar os bens dos sócios
ou administradores. Eles respondem com seus bens particulares pelas dívidas assumidas pela
Pessoa Jurídica.
desconsideração de sua personalidade jurídica para abranger o patrimônio dos sócios com o
objetivo de saldar as dívidas da empresa.
Conforme citado, há dois dispositivos legais clássicos que abrangem o instituto, mas
50
desconsiderada a personalidade jurídica no caso de abuso da personalidade, sempre que
Destacamos que, em abril de 2019, foi editada a medida provisória 881/19, que teve por
objetivo instituir a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, estabelecer garantias de livre
51
No que tange à desconsideração da personalidade jurídica, para que a medida da
Brasileiro:
Antes:
Depois:
52
Dentre as alterações, destaca-se:
jurídica tão somente quanto ao sócio ou administrador que, direta ou indiretamente, for
beneficiado pelo abuso, o que há tempos defendo, para que o instituto não seja utilizado de
forma desproporcional e desmedida, atingindo pessoa natural que não tenha praticado o ato
tido como abusivo.
para que a categoria seja aplicada, quebrando-se a autonomia da pessoa jurídica perante seus
sócios e administradores e responsabilizando-se os últimos por dívidas da primeira.
Sobre a confusão patrimonial, são parâmetros propostos pela MP para que fique
caracterizada a ausência de separação de fato entre os patrimônios da pessoa jurídica e de seus
14
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI301612,41046-
A+MP+88119+liberdade+economica+e+as+alteracoes+do+Codigo+Civil
53
contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e c) outros atos de
descumprimento da autonomia patrimonial. Sobre a primeira previsão, sugiro que seja retirada
a palavra “repetitivo”, pois a confusão patrimonial pode estar configurada por um único
cumprimento obrigacional da pessoa jurídica em relação aos seus membros, pois, por um ato
isolado, é possível realizar um total esvaziamento patrimonial com o intuito de prejudicar
credores.
Quanto ao § 4º do art. 50, “a mera existência de grupo econômico sem a presença dos
pressupostos do art. 50 do Código Civil e houver prejuízo para os credores até o limite
transferido entre as sociedades”.
Não se pode negar que a norma proposta traz uma obviedade, qual seja a necessidade
de se observar os requisitos legais para a desconsideração da personalidade jurídica aplicada
entre empresas que mantêm alguma ligação, especialmente quanto a fraudes praticadas para
prejudicar seus credores.
do art. 50, nota-se, mais uma vez, uma valorização do elemento subjetivo para a
desconsideração, ao prever que não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a
54
4.6.2 Modalidades de desconsideração da personalidade jurídica
Seguindo, o CDC adota a teoria menor, que não exige prova de fraude ou abuso de
direito para que desconsidere a personalidade jurídica da sociedade. Para referida teoria, basta
que o credor demonstre a inexistência de bens da pessoa jurídica para saldar a dívida para a
aplicação do instituto.
obrigações.
desconsideração da personalidade jurídica denominada inversa para alcançar bens de sócio que
se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros”.
na pessoa jurídica da qual é sócio. Em tais circunstâncias, pode o juiz desconsiderar a autonomia
patrimonial da pessoa jurídica, alcançando bens que estão em seu próprio nome, entretanto,
para responder por dívidas que não são suas e sim de um ou mais de seus sócios.
Com o advento do Novo Código de Processo Civil, tal hipótese passou a ser prevista no
seu art. 133, §2º.
55
empresa controladora. Nestes casos, poderá ser determinada a desconsideração da
personalidade da empresa controlada com o objetivo de atingir o patrimônio da
controladora. A doutrina utiliza o termo “levantar o véu” da empresa controlada,
como forma de expor a fraude gerada pela empresa controladora.
Expansiva: é possível estender os efeitos da desconsideração da personalidade
jurídica aos ‘sócios ocultos’ para responsabilizar aquele indivíduo que coloca sua
empresa em nome de um terceiro ou para alcançar empresas de um mesmo grupo
econômico.
proteção da boa-fé.
Ex.: citação da pessoa jurídica na pessoa do gerente ou do empregado que aparente ter poderes
de receber a citação.
irão responder, ou seja, ele transfere bens particulares dele para a Pessoa Jurídica.
56
Judicial: por decisão do juiz, decorre dos casos de dissolução previstos em lei ou no
estatuto, principalmente quando a sociedade se desviar dos fins para os quais foi
constituída. Ex: em caso de falência.
funcionamento, quando a PJ pratica atos nocivos ou contrários aos seus fins. Ex: o
MEC em relação a algumas faculdades.
Cancelamento da Inscrição da PJ
4.8 Associações
4.8.1 Conceito
Consiste numa reunião de pessoas, sem fins econômicos, ou seja, não se pode distribuir
dividendos entre os associados, caso contrário existiria um desvio de finalidade, deixando de ser
uma associação para se tornar uma sociedade.
A relação que se deve ter em uma associação não é entre os associados e sim entre o
associado e a associação (Pessoa Jurídica).
57
4.8.2 Características
A associação até pode obter lucro, no entanto, este lucro deverá ser reinvestido na própria
entidade. A associação não pode ter o lucro como finalidade essencial e nem o distribuís
4.8.3 Constituição
no artigo 54 do CC (vide) estão enumerados os requisitos obrigatórios que devem constar nos
estatutos de toda e qualquer associação. Outras disposições podem ser acrescentadas porém
O artigo 55 do CC diz que os associados devem ter iguais direitos, ou seja, eles estão, a
priori, em pé de igualdade para com a associação. Dessa forma, em regra, toda associação deve
garantir os direitos mínimos aos associados, sendo as vantagens medida excepcional a algumas
categorias.
58
Em regra, a qualidade de associado não se transmite nem entre vivos (cessão), nem por
causa morte (herança), salvo se o estatuto não dispuser o contrário. É o que nos informa o
artigo 56 do CC (vide).
Uma vez admitido o associado, a sua exclusão somente será possível por justa causa,
obedecido o estatuto.
Destituir os administradores;
Alterar o estatuto.
Por fim, cumpre mencionar o que ocorre com o patrimônio de uma associação quando
ela for dissolvida. O remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o
caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à
entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos
associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
4.9 Fundações
59
O candidato deve atentar às hipóteses previstas no rol do parágrafo único, do artigo 62,
que estabelece os fins pelo qual poderão ser constituídas fundações, pois é recorrentemente
cobrado em prova.
Observe o que nos diz o artigo 62 do CC: “Art. 62. Para criar uma fundação, o seu
instituidor fará (obrigatório), por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens
livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser (facultado), a maneira de
administrá-la.
Assistência social;
Cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
Educação;
Saúde;
Segurança alimentar e nutricional;
Defesa preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
Pesquisa cientifica, desenvolvimento tecnológico, modernização de sistemas de
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos;
Promoção da ética,
Da cidadania, da democracia, e dos direitos humanos;
Atividades religiosas.
Dotação: é a separação de um patrimônio, que pode ser: por escritura pública (em
vida), por testamento (para depois da morte do fundador). A dotação deve trazer
uma relação de bens livres e desembaraçados; também deve trazer a especificação
do fim.
60
Elaboração do Estatuto: serve para lançar as bases da fundação, sua organização,
estrutura. O estatuto pode ser realizado pelo fundador ou por pessoa que ele
credenciar para tanto. Toda vez que o fundador delegar a incumbência para outra
pessoa, o estatuto deve ser concluído no prazo assinado pelo fundador, pois se ele
não estabelecer prazo algum será de 180 dias. Se o prazo transcorrer sem o
aperfeiçoamento do estatuto, a incumbência passa para o Ministério Público.
Aprovação por órgão do Ministério Público.
Se o Ministério Público não aprovar o estatuto, será cabível o suprimento judicial, ou seja, o
interessado vai à justiça e pede para o juiz suprir a denegação do Ministério Público.
constituir a fundação:
“Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão,
se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se
proponha a fim igual ou semelhante.“
4.9.3 Fiscalização
Que seja deliberado por dois terços dos competentes para gerir e representar a
entidade.
Que não contrarie o fim.
Aprovação do MP (em 45 dias).
Esses requisitos encontram-se dispostos no artigo 67 do CC.
61
Cumpre esclarecer que se a alteração não for aprovada por unanimidade, a minoria
Ocorre quando seu fim se torna ilícito, impossível ou inútil, ou ainda, quando se vence
o prazo de sua duração.
15
Vide Questão 05
62
QUADRO SINÓTICO
63
Território brasileiro: 45 dias após a sua publicação.
Estados estrangeiros: três meses depois de oficialmente publicada, quando
admitida.
Se após a publicação de uma lei, antes de esta entrar em vigor, acontecer uma
VIGÊNCIA DAS NORMAS nova publicação, para correção, o prazo começará a correr a partir desta
publicação.
Se a lei já estiver em vigor, a correção será considerada como LEI NOVA.
64
Analogia, costumes e princípios gerais do direito.
Integração = colmatação.
Essa é uma ordem hierárquica, preferencial.
1) Analogia: colmatação de uma situação não prevista em lei, através de
outra já prevista.
a) Analogia legis: é a comparação entre uma situação não tratada em lei
com outra tratada em lei específica.
b) Analogia juris: é a comparação entre uma situação não prevista em
TÉCNICAS DE
lei, com o sistema jurídico como um todo.
INTEGRAÇÃO DA LEI
2) Costumes: secundum legem (com previsão na lei, por isso não é
integração), contra legem, praeter legem (este é o mecanismo de
integração da norma).
3) Princípios gerais: não lesar a ninguém, dar a cada um o que é seu, viver
honestamente.
NORMA
A lei em vigor possui efeito imediato e geral, respeitando o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
65
Territorialidade é a regra geral, mas é mitigada, pois, em alguns casos, admite-
se a aplicação da legislação estrangeira, ou a legislação brasileira em país
estrangeiro .
APLICAÇÃO DA NORMA
ATENÇÃO: Estatuto Pessoal: Lei do domicílio da pessoa (não é onde nasceu).
NO ESPAÇO Cuida da personalidade, nome, capacidade e direito de família.
Situações específicas:
Bens imóveis: lei do lugar onde estiverem situados.
Bens móveis e penhor: lei do domicílio do titular.
Contratos: o lugar do contrato é o de residência do proponente.
Lei sucessória mais favorável: no caso de falecimento de estrangeiro que deixa
herdeiro brasileiro, aplica-se a lei sucessória mais favorável ao herdeiro
brasileiro.
PESSOA NATURAL
Teoria natalista: personalidade se inicia no momento do nascimento com vida,
portanto o nascituro possui mera expectativa de direito.
66
CAPACIDADE DE
FATO =
CAPACIDADE
PLENA
Emancipação
67
Ficta ou presumida: quando não existe corpo.
Porém, será presumida a morte quando:
Aos ausentes, quando a lei autorizar a abertura da sucessão definitiva;
For extremamente provável a morte, quando a pessoa estava em situação
de perigo;
No caso de desaparecido ou prisioneiro, se a pessoa não for encontrada
até dois anos, após o término da guerra.
No caso da morte ficta, pode ocorrer sem processo de ausência (art. 7º do CC) ou
EXTINÇÃO DA
com processo de ausência (arts. 22 a 39 do CC).
PERSONALIDADE Sem processo de ausência:
Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
Ex: por exemplo, uma pessoa viajava em um avião e este caiu em alto mar,
sem que se pudesse encontrar sobreviventes.
Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra.
DIREITOS DA PERSONALIDADE
Intransmissíveis (não podem ser transmitidos a terceiros) e irrenunciáveis
(o titular deles não pode abrir mão, não pode renunciar), não podendo o
seu exercício sofrer limitação voluntária.
Genéricos, extrapatrimoniais, absolutos, inalienáveis, indisponíveis,
CARACTERÍSTICAS imprescritíveis, necessários, essenciais e preeminentes.
DA PERSONALIDADE
Repressiva: busca interromper a lesão e conceder uma indenização pelos
prejuízos causados.
68
Atos de disposição do próprio corpo
Tratamento médico
DIREITOS DA
Direito ao nome
PERSONALIDADE
Direito à imagem
PREVISTOS NO CÓDIGO Direito à privacidade
CIVIL
PESSOA JURÍDICA
Agrupamento de pessoas (universitas personarum) ou de um patrimônio com
destinação específica (universitas bonorum).
INÍCIO DA PESSOA Começa com a inscrição do ato constitutivo no Cartório de Registro Civil das Pessoas
Jurídicas (registro), conforme nos informa o art. 45 do CC.
JURÍDICA
A Desconsideração da Personalidade Jurídica (disregard doctrine) é instituto, com
natureza constitutiva que visa a criar nova situação jurídica, com a finalidade de
impedir que os sócios, administradores, gerentes e/ou representantes legais,
acobertados pela independência pessoal e patrimonial entre pessoa jurídica e os
entes que a compunham, pratiquem abusos, atividades escusas e fraudulentas.
DESCONSIDERAÇÃO
Direta: desconsiderada a personalidade jurídica no caso de abuso da personalidade,
DA sempre que caracterizar desvio de finalidade ou confusão patrimonial.
PERSONALIDADE Inversa: o devedor principal é o sócio e será desconsiderada a sua personalidade
JURÍDICA para ampliar ao complexo patrimonial da pessoa jurídica a qual figura como
sócio, sempre que se constatar que o sócio transferiu seu patrimônio pessoal para
a sociedade com a finalidade de frustrar os direitos de seus credores.
69
Expansiva: é possível estender os efeitos da desconsideração da personalidade
jurídica aos ‘sócios ocultos’ para responsabilizar aquele indivíduo que coloca sua
empresa em nome de um terceiro ou para alcançar empresas de um mesmo grupo
econômico.
70
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
XXXI EOU – FGV - 2020: Márcia, adolescente com 17 anos de idade, sempre demonstrou uma
maturidade muito superior à sua faixa etária. Seu maior objetivo profissional é o de tornar-se
professora de História e, por isso, decidiu criar um canal em uma plataforma on-line, na qual
publica vídeos com aulas por ela própria elaboradas sobre conteúdos históricos.
publicidade. Embora ainda não tenha obtido nenhum lucro com o canal, Márcia está animada
com a perspectiva de conseguir custear seus estudos na Faculdade de História se conseguir
firmar alguns desses contratos. Para facilitar as atividades da jovem, seus pais decidiram
emancipá-la, o que permitirá que celebre negócios com futuros patrocinadores com mais
agilidade.
Sobre o ato de emancipação de Márcia por seus pais, assinale a afirmativa correta.
a) Depende de homologação judicial, tendo em vista o alto grau de exposição que a adolescente
tem na internet.
b) Não tem requisitos formais específicos, podendo ser concedida por instrumento particular.
Pessoas Naturais.
d) É nulo, pois ela apenas poderia ser emancipada caso já contasse com economia própria, o
71
Comentário:
A questão em apreço trata sobre a capacidade. De acordo com o parágrafo único do art. 5º do
CC, Cessará, para os menores a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o
menor tiver dezesseis anos completos;
Questão 2
XXIX EOU – FGV - 2019: Gumercindo, 77 anos de idade, vinha sofrendo os efeitos do Mal de
Alzheimer, que, embora não atingissem sua saúde física, perturbavam sua memória. Durante
uma distração de seu enfermeiro, conseguiu evadir-se da casa em que residia. A despeito dos
esforços de seus familiares, ele nunca foi encontrado, e já se passaram nove anos do seu
desaparecimento. Agora, seus parentes lidam com as dificuldades relativas à administração e
disposição do seu patrimônio.
Assinale a opção que indica o que os parentes devem fazer para receberem a propriedade dos
bens de Gumercindo.
a) Somente com a localização do corpo de Gumercindo será possível a decretação de sua morte
e a transferência da propriedade dos bens para os herdeiros.
b) Eles devem requerer a declaração de ausência, com nomeação de curador dos bens, e, após
um ano, a sucessão provisória; a sucessão definitiva, com transferência da propriedade dos bens,
só poderá ocorrer depois de dez anos de passada em julgado a sentença que concede a abertura
da sucessão provisória.
72
c) Eles devem requerer a sucessão definitiva do ausente, pois ele já teria mais de oitenta anos
d) Eles devem requerer que seja declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, por
Comentário:
A questão em apreço trata do ausente. Nos moldes do art. 38 do CC, Pode-se requerer a
sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta 80 anos de idade, e que
A sucessão provisória pode ter seu fim antecipado pela prova da morte, quando houver
provável condição de morte real, que foi estabelecida no artigo acima transcrito. Perceba
que o prazo de cinco anos não vincula a declaração de ausência nem ao desaparecimento,
Questão 3
XX EOU – FGV - 2016: Cristiano, piloto comercial, está casado com Rebeca. Em um dia de forte
neblina, ele não consegue controlar o avião que pilotava e a aeronave, com 200 pessoas a
bordo, desaparece dos radares da torre de controle pouco antes do tempo previsto para a sua
aterrissagem. Depois de vários dias de busca, apenas 10 passageiros foram resgatados, todos
em estado crítico. Findas as buscas, como Cristiano não estava no rol de sobreviventes e seu
corpo não fora encontrado, Rebeca decide procurar um advogado para saber como deverá
73
a) A esposa deverá ingressar com uma demanda judicial pedindo a decretação de ausência de
Cristiano, a fim de que o juiz, em um momento posterior do processo, possa declarar a sua
morte presumida.
b) A esposa não poderá requerer a declaração de morte presumida de Cristiano, uma vez que
apenas o Ministério Público detém legitimidade para tal pedido.
autoridades competentes.
d) A sentença que declarar a morte presumida de Cristiano não deverá fixar a data provável de
seu falecimento, contando-se, como data da morte, a data da publicação da sentença no meio
oficial.
Comentário:
De acordo com o art. 7ºdo CC, pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de
ausência:
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida
prévia decretação de ausência, pois extremamente provável a morte de que estava em perigo
de vida, uma vez que esgotadas as buscas e averiguações por parte das autoridades
competentes.
74
Questão 4
XX EOU – FGV – 2016 (Bahia): Pedro, em dezembro de 2011, aos 16 anos, se formou no ensino
médio. Em agosto de 2012, ainda com 16 anos, começou estágio voluntário em uma companhia
local. Em janeiro de 2013, já com 17 anos, foi morar com sua namorada. Em julho de 2013,
ainda com 17 anos, após ter sido aprovado e nomeado em um concurso público, Pedro entrou
em exercício no respectivo emprego público.
Tendo por base o disposto no Código Civil, assinale a opção que indica a data em que cessou
a incapacidade de Pedro.
a) Dezembro de 2011.
b) Agosto de 2012.
c) Janeiro de 2013.
d) Julho de 2013.
Comentário:
Logo, em julho de 2013, após ser aprovado e nomeado em concurso público, ou seja,
Questão 5
XIX EOU – FGV - 2016: Júlia, casada com José sob o regime da comunhão universal de bens e
mãe de dois filhos, Ana e João, fez testamento no qual destinava metade da parte disponível
de seus bens à constituição de uma fundação de amparo a mulheres vítimas de violência
75
obstétrica. Aberta a sucessão, verificou-se que os bens destinados à constituição da fundação
eram insuficientes para cumprir a finalidade pretendida por Júlia, que, por sua vez, nada
estipulou em seu testamento caso se apresentasse a hipótese de insuficiência de bens.
a) A disposição testamentária será nula e os bens serão distribuídos integralmente entre Ana e
João.
b) O testamento será nulo e os bens serão integralmente divididos entre José, Ana e João.
c) Os bens de Júlia serão incorporados à outra fundação que tenha propósito igual ou
semelhante ao amparo de mulheres vítimas de violência obstétrica.
Comentário:
outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha
76
GABARITO
Questão 1 - C
Questão 2 - C
Questão 3 - C
Questão 4 - D
Questão 5 - C
77
QUESTÃO DESAFIO
78
GABARITO QUESTÃO DESAFIO
entes, em particular, para serem titulares de uma situação jurídica. Legitimação é a aptidão
para a prática de determinados atos jurídicos, uma espécie de capacidade especial exigida
em certas situações.
Capacidade
Pablo Stolze leciona que adquirida a personalidade jurídica, toda pessoa passa a ser capaz de
direitos e obrigações. Possui, portanto, capacidade de direito ou de gozo. Todo ser humano
tem, assim, capacidade de direito, pelo fato de que a personalidade jurídica é atributo inerente
à sua condição. Marcos Bernardes De Mello prefere utilizar a expressão capacidade jurídica para
caracterizar a “aptidão que o ordenamento jurídico atribui às pessoas, em geral, e a certos entes,
com a personalidade, porque toda pessoa é capaz de direitos. Ninguém pode ser totalmente
privado dessa espécie de capacidade”. E mais adiante: “A capacidade de fato condiciona-se à
capacidade de direito. Não se pode exercer um direito sem ser capaz de adquiri-lo. Uma não
se concebe, portanto, sem a outra. Mas a recíproca não é verdadeira. Pode-se ter capacidade
de direito, sem capacidade de fato; adquirir o direito e não poder exercê-lo por si. A
impossibilidade do exercício é, tecnicamente, incapacidade”.
Legitimação
Capacidade não se confunde com legitimação. Esta é a aptidão para a prática de determinados
atos jurídicos, uma espécie de capacidade especial exigida em certas situações. Assim, por
79
exemplo, o ascendente é genericamente capaz, mas só estará legitimado a vender a um
serem incapazes, como por exemplo, o tutor, proibido de adquirir bens do tutelado (CC, art.
1.749, I); o casado, exceto no regime de separação absoluta de bens, de alienar imóveis sem a
outorga do outro cônjuge (art. 1.647); os tutores ou curadores de dar em comodato os bens
confiados a sua guarda sem autorização especial (art. 580) etc.
80
LEGISLAÇÃO COMPILADA
LINDB: integralmente;
Ausência
Pessoa Jurídica
Domicílio
Direitos da personalidade
Pessoa Jurídica
81
Súmula 227, STJ
A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
82
JURISPRUDÊNCIA
I) O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero
no registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá
exercer tal faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa;
II) Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo 'transgênero';
III) Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a expedição de
certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial;
IV) Efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento
do interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos públicos
ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.631.329-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 24/10/2017 (Info 614).
O STJ fixou o seguinte entendimento:
A Súmula 403 do STJ é inaplicável às hipóteses de divulgação de imagem vinculada a fato histórico de
repercussão social.
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de
pessoa com fins econômicos ou comerciais.
83
Caso concreto: a TV Record exibiu reportagem sobre o assassinato da atriz Daniela Perez, tendo realizado, inclusive,
uma entrevista com Guilherme de Pádua, condenado pelo homicídio. Foram exibidas, sem prévia autorização da
família, fotos da vítima Daniela. O STJ entendeu que, como havia relevância nacional na reportagem, não se
aplica a Súmula 403 do STJ, não havendo direito à indenização.
O STJ não concordou. A representação cênica de episódio histórico em obra audiovisual biográfica não depende
da concessão de prévia autorização de terceiros ali representados como coadjuvantes.
O STF, no julgamento da ADI 4.815/DF, afirmou que é inexigível a autorização de pessoa biografada relativamente
a obras biográficas literárias ou audiovisuais bem como desnecessária a autorização de pessoas nelas retratadas
como coadjuvantes. A Súmula 403/STJ é inaplicável às hipóteses de representação da imagem de pessoa como
coadjuvante em obra biográfica audiovisual que tem por objeto a história profissional de terceiro. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.454.016-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/12/2017
84
Informativo 627, STJ:
É inadmissível a homologação de acordo extrajudicial de retificação de registro civil de menor em juízo sem a
observância dos requisitos e procedimento legalmente instituído para essa finalidade. Ex: Sandro namorava Letícia,
que ficou grávida. Ao nascer a criança, Sandro a registrou como sua filha. Alguns anos depois, por meio de um
exame de DNA feito em uma clínica particular, descobre-se que o pai biológico da menor é, na verdade, João.
Diante disso, o pai registral, o pai biológico e a criança, representada por sua mãe, celebraram um acordo
extrajudicial de anulação de assento civil. Por intermédio deste instrumento, as referidas partes acordaram que
haveria a retificação do registro civil da menor para que houvesse a substituição do nome de seu pai registral pelo
pai biológico. As partes ingressam com pedido para que o juiz homologasse esse acordo. O pedido deverá ser
negado. STJ. 3ª Turma. REsp 1698717-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/06/2018
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estabelecido por provedores de aplicação de busca na internet entre o nome de prejudicado, utilizado como critério
exclusivo de busca, e a notícia apontada nos resultados. O rompimento do referido vínculo sem a exclusão da
notícia compatibiliza também os interesses individual do titular dos dados pessoais e coletivo de acesso à
informação, na medida em que viabiliza a localização das notícias àqueles que direcionem sua pesquisa fornecendo
argumentos de pesquisa relacionados ao fato noticiado, mas não àqueles que buscam exclusivamente pelos dados
pessoais do indivíduo protegido. STJ. 3ª Turma. REsp 1.660.168-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 08/05/2018
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(lucro da intervenção). Para a configuração do enriquecimento sem causa por intervenção, não se faz imprescindível
a existência de deslocamento patrimonial, com o empobrecimento do titular do direito violado, bastando a
demonstração de que houve enriquecimento do interventor. O critério mais adequado para se fazer a quantificação
do lucro da intervenção é o do enriquecimento patrimonial (lucro patrimonial). A quantificação do lucro da
intervenção deverá ser feita por meio de perícia realizada na fase de liquidação de sentença, devendo o perito
observar os seguintes critérios: a) apuração do quantum debeatur com base no denominado lucro patrimonial; b)
delimitação do cálculo ao período no qual se verificou a indevida intervenção no direito de imagem da autora; c)
aferição do grau de contribuição de cada uma das partes e d) distribuição do lucro obtido com a intervenção
proporcionalmente à contribuição de cada partícipe da relação jurídica. STJ. 3ª Turma.REsp 1.698.701-RJ, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 02/10/2018
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Pessoa Jurídica
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MAPA MENTAL
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTE, Márcio André Lopes – VADE MECUM DE JURISPRUDÊNCIA DIZER O DIREITO. Juspodvim. 2017.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral do Direito. V. 1. 2018. Saraiva: São Paulo.
TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único – 8. ed. rev, atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2018.
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