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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

ATO INFRACIONAL

Livro Eletrônico
FABIANA BORGES

Graduada e pós-graduada pela Universidade


de Franca. Advogada. Professora de cursinhos.
Professora do curso de Direito e supervisora de
Atividade Complementar do Centro Universi-
tário do Planalto. Professora do curso de Direito
do UniCEUB.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Ato Infracional
Prof. Fabiana Borges

Ato Infracional............................................................................................5
1. Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei............................5
1.1. Dos Direitos Individuais.........................................................................8
1.2. Das Garantias Processuais.................................................................... 10
1.3. Das Medidas Socioeducativas................................................................ 12
1.4. Da Remissão...................................................................................... 28
2. Da Apuração do Ato Infracional................................................................ 30
2.1. Fase Policial........................................................................................ 31
2.2. Fase de Atuação do Ministério Público.................................................... 32
2.3. Fase Judicial....................................................................................... 34
3. Dos Crimes Praticados contra Criança e Adolescente................................... 37
Resumo.................................................................................................... 43
Questões de Concurso................................................................................ 49
Gabarito................................................................................................... 73
Gabarito Comentado.................................................................................. 74

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Ato Infracional
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Apresentação

Prezado(a) aluno(a), ótimo dia!!

Encaminho-lhes a apostila de n. 03, uma vez que este conteúdo, dentro da

disciplina do Estatuto da Criança e do Adolescente, é o de maior incidência. Nesta

apostila abordei temas como: Direitos e garantias do adolescente em conflito com

a lei e em cumprimento de medida socioeducativa, ação socioeducativa, crimes

contra a criança e o adolescente.

A maioria das questões inseridas neste material é da FGV, de provas anteriores

da OAB, contudo, para que conseguisse inserir quantidade satisfatória de questões,

abordando amplamente o conteúdo, peguei também questões de outras bancas.

Melhor pecar pelo excesso do que pela falta de questões específicas, não, é?

No mais, continuo por aqui, na SUPER TORCIDA por você!!!

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Ato Infracional
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ATO INFRACIONAL
1. Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com
a Lei
Inicialmente importante apresentar a você algumas diferenças quanto a condu-

ta de pode a criança ou o adolescente cometer, que se configura como ato infracio-

nal análogo a crime.

Em que pese já tenha definido conceito de criança e de adolescentes nas apos-

tilas anteriores, importante retomar tais conceitos, portanto, segundo o artigo 2º.

Do Estatuto: “Considera-se CRIANÇA, para os efeitos desta Lei, A PESSOA ATÉ

DOZE ANOS DE IDADE INCOMPLETOS, e ADOLESCENTE aquela ENTRE DOZE

E DEZOITO ANOS DE IDADE”, pessoas que são, inimputáveis.

Distinção imprescindível para a temática que será abordada neste capítulo.

Quando a pessoa comete algum ilícito de cunho penal, que tenha até 18 anos in-

completos, a aplicação da lei será o Estatuto da Criança e do Adolescente, e não o

Código Penal Brasileiro. De modo que se uma criança (até 12 anos incompletos),

a ele não poderá ser aplicada medida socioeducativa, somente medida protetiva.

E ao adolescente (Entre 12 e 18 anos incompletos), poderá ser aplicado medi-

da socioeducativa. Feita essa breve diferenciação, crucial para compreensão deste

tema. Por último importantíssimo ressaltar que se o ato aconteceu por pessoa an-

tes de completar 18 anos de idade, em caráter EXCEPCIONALÍSSIMO aplicar-se-

-á o Estatuto da Criança e do Adolescente, a quem tenha até 21 anos, conforme

estabelecido no artigo 2º, parágrafo único do Estatuo:

Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre
dezoito e vinte e um anos de idade.

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Vale ficar de olho no esquema:

Pessoa em conflito com a Lei


Idade Conduta Qual Lei aplicar? Qual medida?
Até 12 anos incom- Ato infracional Estatuto da 0criança e Medida Protetiva.
pletos? do Adolescente Art. 105, Estatuto.
Até 18 anos incom- Ato infracional Estatuto da criança e Medida sócio educa-
pletos do adolescente tiva.
Art. 104, Estatuto
Entre 18 e 21 anos Caráter excepcional

Atenção a Súmula:

Súmula n. 605, STJ:
“A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infra-
cional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na
liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.”
(Súmula 605, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/03/2018, DJe 19/03/2018)

Questão 1    (FGV/DPE-DF/ANALISTA – ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA/2014) Leandro

e Leonardo são irmãos e têm, respectivamente, 9 e 13 anos de idade. É correto

afirmar que, juridicamente:

a) Leandro, em virtude da idade, não pratica atos infracionais.

b) Leonardo, em virtude da idade, não pratica atos infracionais.

c) Leandro e Leonardo, em virtude da idade, não praticam atos infracionais.

d) Leandro e Leonardo praticam atos infracionais, mas estão sujeitos a medidas distintas.

e) Leandro e Leonardo praticam atos infracionais e estão sujeitos às mesmas medidas.

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Letra d.

Leandro tem 9 anos de idade, portanto a teor do 2º. Do Estatuto, é CRIANÇA, e o

mesmo artigo determina que Leonardo, 13 anos é ADOLESCENTE.

De modo que preconiza o artigo 105 do Estatuto que ato infracional praticado por

criança poderão receber medidas PROTETIVAS no artigo 101, e por sua vez o

artigo do Estatuto, quando o adolescente praticar ato infracional caberão MEDIDAS

SOCIOEDUCATIVAS.

Contudo, brevemente, vale saber o processo legislativo histórico no Brasil, da

lei que se refere à proteção e a aplicabilidade ao adolescente quando este comete

ato infracional.

Hoje como dito na apostila inicial a criança e o adolescente está debaixo da pro-

teção integral, contudo nem sempre foi assim.

O primeiro momento da legislação referente ao direito infracional no Brasil surgiu

no início do século XIX e foi até o início do século XX, neste momento o tratamento

penal voltado a crianças e adolescentes era igual ao aplicado para os adultos, en-

tretanto menores que tinham entre 07 e 18 anos possuíam direito a diminuição de

1/3 da pena, e o caráter da pena era retributivo.

Em 1927, com a vigência do Código Mello Matos surgiu a doutrina da situação

irregular, o que foi mantido pelo Código de Menores (1979) que durou até 1990

com a vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente. O Código de Mello Matos

e o Código de Menores tinha por preocupação o tratamento dado de forma igual

para menores e maiores, mas o menor era ainda OBJETO e não sujeito de direitos.

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Somente com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente é que surgiu a

DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL, que tem dois pilares: reconhecimento do

adolescente como pessoa em desenvolvimento e do princípio do melhor interesse.

Essencialmente através dessa doutrina houve grande impacto no remodelamento

da lei e justamente a partir desta mudança que inicia nosso estudo

Vale ressaltar que os menores de 18 anos são INIMPUTÁVEIS, contudo, são

sujeitos às medidas previstas no Estatuto da Criança e do adolescente (art. 104,

Estatuto).

O adolescente que estiver em conflito com a Lei, no cometimento de ato infra-

cional, que é definido analogamente como crime ou contravenção penal – previstos

no Código Penal e na Lei de Contravenções Penais, estará sujeito ao Estatuto e não

ao Código Penal, de modo que a esses adolescentes, a norma garante alguns direitos

individuais, o que veremos na sequência.

Vale anotar que a Lei n. 12.594, de 18 de janeiro de 2012, foi sancionada criando

a SINASE, que é o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.

1.1. Dos Direitos Individuais

Liberdade

A liberdade é bem maior, portanto para que o adolescente seja privado de sua

liberdade é preciso que se tenha: FLAGRANTE DE ATO INFRACIONAL ou OR-

DEM ESCRITA E FUNDAMENTADA DA AUTORIDADE COMPETENTE, situação

em que o adolescente tem de ser informado sobre a identificação dos respon-

sáveis pela sua apreensão e de ser informado sobre seus direitos e ainda a

apreensão gera o dever de informar incontinenti a autoridade competente,

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a família do aprendido ou pessoa por ele indicada, dentro deste contexto deve
ser, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE, a possibilidade de liberação imediata.
O Código de Processo Penal estabelece em seu artigo 302 o que é considerado
flagrante delito:

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa,
em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam
presumir ser ele autor da infração.

E quando a preensão decorrer de ordem judicial será nas seguintes hipóteses:


• oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de
apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou
manutenção da internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.
Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá man-
dado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a
efetiva apresentação (art. 184, § 3º, Estatuto);
• para cumprimento de medida socioeducativa de internação, se o adolescente
estivesse em liberdade durante processo;
• para retorno de cumprimento de medida de internação.

Anote aí: o adolescente é APREENDIDO, não preso!!!

A prisão (apreensão) preventiva é ÚLTIMO RECURSO e deve ser PELO ME-


NOR TEMPO POSSÍVEL. Ademais, o adolescente será separado de adultos,

e receberá cuidado, proteção e toda assistência.

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1.2. Das Garantias Processuais

Como dito, no cometimento de ato infracional, aplicar-se-ão as regras previstas

no Estatuto da Criança e do Adolescente, e de FORMA SUBSIDIÁRIA, o Código

de Processo Penal, de modo que TODAS AS GARANTIAS processuais destinadas ao

ADULTO, também serão aplicadas ao adolescente.

A Convenção sobre direitos da Criança na ONU que foi promulgada pelo Decreto

n. 99.710/1990 exalta diversas garantias ao adolescente que pratique ato infracional.

Algumas delas são: presunção de inocência, direito a informação, celeridade do

processo, assistência jurídica integral, confrontar-se com vítima e testemunha,

duplo grau de jurisdição, respeito a vida privada, adoção de medidas sem que haja

necessidade de processo judicial, esta última para refutar estigmas.

O devido processo legal é IMPRESCINDÍVEL, a teor do artigo 110 do Estatuto.

Importante anotar que o procedimento para apurar ato infracional é PROCEDI-

MENTO JUDICIAL, DE NATUREZA CONTENCIOSA, com eventual IMPOSIÇÃO

DE MEDIDA de responsabilização do adolescente.

Sobre o tema o Superior Tribunal de Justiça (STJ) editou a seguinte súmula:

Súmula n. 342, STJ: Nos procedimentos para a aplicação de medida socio-


educativa, é NULA a desistência de outras provas em face da confissão do
adolescente.

A tutela jurisdicional, denominada “diferenciada” e “socioeducativa”, têm dentre

suas características, existem que merecem destaque: INSTRUMENTALIDADE e

a PRECARIEDADE.

A INSTRUMENTALIDADE determina que a tutela consista em instrumento de

defesa social e educação do adolescente. E a PRECARIEDADE, por sua vez,

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estabelece à provisoriedade das medidas jurídicas adotadas, de modo que cumprida

sua finalidade, esgotada está a finalidade da tutela.

Por sua vez o artigo 111 do Estatuto prevê as garantias processuais de forma

específica, ou seja, voltada para o adolescente, veja:

São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:


I – pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou
meio equivalente;
II – igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas
e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
III – defesa técnica por advogado;
IV – assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V – direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI – direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do
procedimento.

Ao adolescente que for submetido ao cumprimento de medida socioeducativa, con-

forme artigo 49 da SINASE deverá ter respeitados os seguintes direitos individuais:

• ser acompanhado por seus pais ou responsável e por seu defensor, em qual-

quer fase do procedimento administrativo ou judicial;

• ser incluído em programa de meio aberto quando inexistir vaga para o

cumprimento de medida de privação da liberdade, exceto nos casos de ato

infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa, quando o

adolescente deverá ser internado em Unidade mais próxima de seu local de

residência;

• ser respeitado em sua personalidade, intimidade, liberdade de pensamento

e religião e em todos os direitos não expressamente limitados na sentença;

• peticionar, por escrito ou verbalmente, diretamente a qualquer autoridade

ou órgão público, devendo, obrigatoriamente, ser respondido em até 15

(quinze) dias;

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• ser informado, inclusive por escrito, das normas de organização e funciona-

mento do programa de atendimento e também das previsões de natureza

disciplinar;

• receber, sempre que solicitar, informações sobre a evolução de seu plano

individual, participando, obrigatoriamente, de sua elaboração e, se for o caso,

reavaliação;

• receber assistência integral à sua saúde, conforme o disposto no art. 60 desta

Lei; e

• ter atendimento garantido em creche e pré-escola aos filhos de 0 (zero) a

5 (cinco) anos.

Ao adolescente que comete ato infracional é possível que sejam aplicadas medidas

socioeducativas. Na sequência veremos cada uma delas com suas respectivas

características.

1.3. Das Medidas Socioeducativas

O Estatuto deve aplicar tais medidas considerando a condição do adolescente

de estar em formação, e ainda a doutrina da proteção integral, trouxe em seu bojo,

rol Taxativo de medidas socioeducativas que poderão ser aplicadas ao adolescente

quando do cometimento do ato infracional, pela autoridade competente. Veja o

entendimento do Supremo Tribunal Federal1 sobre o tema:

As medidas previstas no ECA têm caráter educativo, preventivo e protetor, não podendo
o Estado ficar impedido de aplicá-las.
[HC 98.381, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 20-10-2009, 1ª T, DJE de 20-11-2009.]

1
Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=2029> Acesso em: 1º
nov. 2019.

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Entretanto tais medidas têm aspecto pedagógico.

A teor do artigo 35 da Lei n. 12.594/2012 (SINASE) a execução das medidas

socioeducativas deve ser regida pelos princípios:

• legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do

que o conferido ao adulto;

• excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de medidas, favore-

cendo-se meios de autocomposição de conflitos;

• prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e, sempre que pos-

sível, atendam às necessidades das vítimas;

• brevidade da medida em resposta ao ato cometido, em especial o respeito ao

que dispõe o art. 122 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da

Criança e do Adolescente);

• individualização, considerando-se a idade, capacidades e circunstâncias pes-

soais do adolescente;

• mínima intervenção, restrita ao necessário para a realização dos objetivos da

medida;

• não discriminação do adolescente, notadamente em razão de etnia, gênero,

nacionalidade, classe social, orientação religiosa, política ou sexual, ou asso-

ciação ou pertencimento a qualquer minoria ou status; e

• fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no processo socioedu-

cativo.

Há uma classificação das medidas socioeducativas elaborada por FLÁVIO AMÉ-

RICO FRASSETO,2 que vale reprodução diante da super qualidade da classifica-

ção. Veja:
2
Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/biblioteca/NovasAquisicoes/2011-07/900821/sumario.pdf>
Acesso em 01 Nov 2019

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CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS


Quanto à severidade:
Meio aberto: o adolescente permanece junto à comunidade;
Meio fechado: o adolescente permanece institucionalizado;
Meio semiaberto: há um misto, em que por um período o adolescente permanece institucionali-
zado, enquanto em outro permanece junto a família;
Normalmente, essa nomenclatura é substituída por outra, segundo a qual as medidas são res-
tritivas de liberdade ou em meio aberto.
Quanto a forma de cumprimento:
Por tarefa: a medida estará cumprida se o adolescente desempenhar determinada tarefa.
Exemplo: prestação de serviço a comunidade.
Por desempenho: haverá necessidade de suprimento de necessidades pedagógicas, sendo que o
projeto poderá ser redefinido no transcorrer de seu cumprimento; Ex.: Liberdade assistida.
Quanto a duração:

De duração instantânea: não se prolonga no tempo. Exemplo: advertência;


De duração continuada: prolonga-se no tempo;
Tempo mínimo:
Determinado: liberdade assistida.
Indeterminado: Prestação de serviço a comunidade;
Tempo máximo:
Legal: a lei fixa o tempo máximo – internação;
Judicial: internação-sanção, em que o juiz fixa seu prazo máximo, muito embora tenha o limite
de três meses.
Quanto ao gerenciamento da medida:
Gerenciamento judicial: é o próprio poder judiciário quem gerencia: exemplo: obrigação de
reparar o dano;
Gerenciamento pelo Executivo Municipal: liberdade assistida e prestação de serviços à comuni-
dade;
Gerenciamento pelo executivo estadual: internação e semiliberdade.

Antes de adentrar em cada medida importante registrar que a medida aplicada

tem de levar em conta três elementos: a CAPACIDADE DO ADOLESCENTE DE

CUMPRI-LA, AS CIRCUNSTÂNCIAS e a GRAVIDADE DA INFRAÇÃO.

E que em hipótese alguma e sob pretexto algum será admitida a prestação

de trabalho forçado. E  por fim deve ser observado que quando se tratar de

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adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tra-

tamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.

Feitas essas considerações, vejamos as medidas protetivas de forma pormeno-

rizada:

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente


poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:

I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semi-liberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

A medida socioeducativa é uma medida jurídica a ser aplicada em procedimento

adequado ao adolescente, autor do ato infracional, exclusivamente pelo juiz. Ob-

serve o teor da Súmula n. 108 do Supremo Tribunal de Justiça.3

A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato


infracional, É DA COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO JUIZ.

3
Disponível em: <http://byrata.blogspot.com/2006/03/velho-paiol.html> Acesso em 30 Out de 2019

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O parágrafo 2º do artigo 1º da Lei n. 12.594/2012 estabelece os objetivos que

devem ser observados ao aplicar medida socioeducativa ao adolescente. Os obje-

tivos são:

• a responsabilização do adolescente quanto às consequências lesivas do ato

infracional, sempre que possível incentivando a sua reparação;

• a integração social do adolescente e a garantia de seus direitos individuais e

sociais, por meio do cumprimento de seu plano individual de atendimento; e

• a desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença

como parâmetro máximo de privação de liberdade ou restrição de direitos,

observados os limites previstos em lei.

O programa de atendimento a organização e funcionamento tem de ter as con-

dições necessárias para o cumprimento das medidas socioeducativas. Por unidade

é a base física necessária para a organização e o funcionamento do programa de

atendimento.

E ainda, por entidade de atendimento a pessoa jurídica de direito público ou

privado que instala e mantém a unidade e os recursos humanos e materiais neces-

sários ao desenvolvimento de programas de atendimento.

Retomando as medidas socioeducativas, estudar cada uma de forma individua-

lizada.

1.3.1. Da Advertência

Sobre a medida socioeducativa de advertência o Estatuto apresenta a definição

da advertência, em seu artigo 115: “A advertência consistirá em admoestação ver-

bal, que será reduzida a termo e assinada”.

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A advertência (ADV), portanto simples repreensão verbal, que se esgota em si,

entretanto devem ser observados os seguintes requisitos:

• prova de materialidade da autoria do ato infracional;

• desnecessidade do acompanhamento posterior do adolescente;

• admoestação verbal conduzida pelo Juiz da Infância e da Juventude;

• redução a termo da advertência.

1.3.2. Da obrigação de reparar o dano

Medida que visa compensar a vítima pelo dano sofrido, através de restituição do

bem, do ressarcimento em pecúnia ou outras formas, conforme previsão do artigo

116 do Estatuto:

Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá de-


terminar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do
dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída
por outra adequada.

A obrigação de repara o dano (ORD), tem por características:

• prova de autoria e materialidade da infração;

• gerenciamento realizado pelo próprio judiciário

• extinção da medida se dá pela reparação efetiva do dano, motivo pelo que se

denomina medida por tarefa e não pelo desempenho.

1.3.3. Da prestação de serviços à comunidade (PSC)

Tal medida encontra respaldo no artigo 117 do Estatuto, veja:

A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de in-


teresse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais,

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hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas


comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, de-
vendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados,
domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola
ou à jornada normal de trabalho.

A medida de serviços a comunidade exige a conjunção dos seguintes requisitos:

• apuração da materialidade e da autoria de ato infracional, mediante sentença,

salvo no caso de remissão;

• possibilidade física e mental para a realização das tarefas;

• abertura de processo e execução de medida, com expedição de guia de

execução;

• acompanhamento por entidade de atendimento responsável pela execução do

respectivo programa, com remessa de relatório: a entidade de atendimento

(governamental ou não);

• período inferior a 6 meses, à proporção máxima de oito horas por semanas.

1.3.4. Da Liberdade Assistida

Tal medida tem seu fundamento e suas regras nos artigos 118 e 119 do Estatuto:

Art. 118. A  liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais
adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá
ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.
§  2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competen-
te, a realização dos seguintes encargos, entre outros:
I  – promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e
inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência
social;

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II – supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente, promoven-


do, inclusive, sua matrícula;
III – diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no
mercado de trabalho;
IV – apresentar relatório do caso.

A medida de Liberdade Assistida tem como requisitos:

• acompanhamento por entidade de atendimento, responsável pela execução

da respectiva medida com remessa de relatórios. Dentro dessa medida, é

possível:

− promover socialmente o adolescente e sua família;

− supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente;

− diligências no sentido da profissionalização do adolescente e sua inserção

no mercado de trabalho;

− apresentar relatórios do caso;

• prazo mínimo de 6 meses e máximo de três anos.

Nas medidas de prestação de serviços a comunidade (PSC) e de liberdade

assistida (L.A), segundo o artigo 13 da Lei n. 12.594/2012, a direção desses dois

programas deverá:

• selecionar e credenciar orientadores, designando-os, caso a caso, para acom-

panhar e avaliar o cumprimento da medida;

• receber o adolescente e seus pais ou responsável e orientá-los sobre a finali-

dade da medida e a organização e funcionamento do programa;

• encaminhar o adolescente para o orientador credenciado;

• supervisionar o desenvolvimento da medida; e

• avaliar, com o orientador, a evolução do cumprimento da medida e, se

necessário, propor à autoridade judiciária sua substituição, suspensão ou

extinção.

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O rol desses orientadores credenciados deverá ser comunicado a cada 6 meses

à autoridade judiciária e ao Ministério Público.

Ainda, compete a direção de tais programas credenciar entidades assistenciais,

hospitais, escolas ou outros estabelecimentos congêneres, bem como os progra-

mas comunitários ou governamentais, de acordo com o perfil do socioeducando e

o ambiente no qual a medida será cumprida, todavia poderá o Ministério Público

impugnar o credenciamento, ou a autoridade judiciária considerá-lo inadequado,

instaurará incidente de impugnação, com a aplicação subsidiária do procedimento

de apuração de irregularidade em entidade de atendimento regulamentado na Lei

n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), devendo

citar o dirigente do programa e a direção da entidade ou órgão credenciado.

1.3.5. Medida de Semiliberdade

A medida de semiliberdade é mais gravosa, vez que o adolescente será cerce-

ado em sua liberdade, contudo é privação parcial. Justamente por ser privativa de

liberdade devem ser observados os princípios: BREVIDADE, EXCEPCIONALIDADE

e RESPEITO A CONDIÇÃO DE PESSOA EM DESENVOLVIMENTO.

Pode ser aplicada por sentença na ação socioeducativa, ou como forma de tran-

sição da internação para o meio aberto. Vale registrar que NÃO PODE SER APLI-

CADA EM CUMULAÇÃO À REMISSÃO.

Seu respaldo legal está no artigo 120, do Estatuto, no seguinte teor:

O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de


transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, indepen-
dentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que pos-
sível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as dispo-
sições relativas à internação.

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A medida de semiliberdade exige os seguintes requisitos:

• apuração de materialidade e da autoria, mediante sentença, não podendo ser

aplicada em cumulação à remissão;

• sujeição de prazo indeterminado, dentro do limite de 3 anos;

• aplicação do princípio da incompletude institucional;

• manutenção de atividades externas, nisto consiste esta medida.

1.3.6. Da Internação

A internação é medida excepcional, gravosa, vez que restringe o adolescente

de liberdade, portanto sujeita aos princípios de: brevidade, excepcionalidade

e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, conforme

previsto no artigo 121 do Estatuto. Sobre tal medida vale observar os apontamentos

do Defensor Público Federal Dr. Pedro Coelho4 diante de decisão do Superior Tribunal

de Justiça:

Excepcionalidade da Medida de Segurança da Internação. HC 125016/SP, red.


orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 15.3.2016. (HC-
125016).
O ato de internação do menor é medida a ser deliberada em caráter de excepcionali-
dade, especificamente quando atendidos os requisitos do artigo 122 do ECA. Assim,
deveremos estar diante de (i) ato infracional cometido mediante grave ameaça ou vio-
lência a pessoa; (ii) reiteração no cometimento de outras infrações graves e/ou (iii) por
descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. Conside-
rando que a internação é medida dotada de caráter de excepcionalidade, o magistrado
deverá fundamentar concretamente, apontando as razões concretas pela a sua adoção
em cada caso.

A internação é considerada a medida mais grave em relação a todas as demais

medidas, conforme previsão do artigo 42, § 3º, da Lei da SINASE.

4
Disponível em: <https://blog.ebeji.com.br/07-importantes-temas-sobre-eca-no-stf-e-stj-20162017/>
Acesso em: 1º nov 2019.

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Seu fundamento legal está previsto dos artigos 121 ao 125 do Estatuto e devem

ser observados os seguintes requisitos:

• apuração de autoria e materialidade, mediante sentença;

• não pode ser aplicada em cumulação com remissão;

• é vedada sua aplicação com fundamento exclusivo na confissão do adolescente,

a teor a Súmula n. 342, STJ;

• possibilidade física e mental do adolescente;

• somente será aplicada se não existir outra medida adequada à ressocialização;

• somente ser aplicada nas hipóteses previstas em lei (taxativamente)

• será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica

da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário;

• medida de internação no máximo 3 anos, atingindo esse limite o adolescente

deverá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade

assistida;

• a liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade;

• em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial,

ouvido o Ministério Público;

• em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida

adequada.

Vale a leitura de decisão do Supremo Tribunal Federal5:

O ECA e a jurisprudência do STF consideram o ato infracional cometido


mediante grave ameaça e violência a pessoa como sendo passível de aplicação
da medida de internação. Na espécie, a fundamentação da decisão proferida
pelo Juízo da Infância e da Juventude demonstra não ocorrer constrangimento

5
Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=2029> Acesso em: 1º
nov. 2019.

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ilegal, única hipótese que autorizaria a concessão da ordem, pois a internação


imposta ao paciente, além de atender às garantias constitucionais da ampla
defesa, do contraditório, do devido processo legal e da excepcionalidade, res-
peitou a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento ao destacar a gra-
vidade do ato infracional e os elementos de prova que justificaram a opção do
magistrado pela medida extrema.
[HC 97.183, rel. min. Cármen Lúcia, j. 28-4-2009, 1ª T, DJE de 22-5-2009.]
= RHC 104.144, rel. min. Luiz Fux, j. 14-6-2011, 1ª T, DJE de 9-8-2011.

Diante das especificidades da medida, é preciso abordar o tema de forma mais

pormenorizada.

Quanto as modalidades de internação existem 03 modalidades previstas no Es-

tatuto, vale registrar o quadro de Luciano Alves Rossato, Paulo Eduardo Lépore e

Rogério Sanches Cunha6, com algumas alterações, a saber:

Modalidades de internação
Modalidades de Internação Características Fundamento legal
Internação Provisória Decretada pelo magistrado, Art. 108, Estatuto.
no processo de conhecimento,
antes da sentença.
Prazo limitado a 45 dias.
Internação com prazo indeter- Decretada pelo magistrado, Art. 122, I, e II, Estatuto
minado em sentença proferida no pro-
cesso de conhecimento.
Prazo máximo de 3 anos.
Internação com prazo deter- Decretada pelo magistrado Art. 122, III, Estatuto
minado, denominada também em processo de execução,
Internação Sanção em razão de descumprimento
de medida anteriormente
imposta. Tem prazo máximo
de 3 meses

6
ROSSATO. Luciano Alves; LÉPORE. Paulo Eduardo; CUNHA. Rogério Sanches. Estatuto da Criança e do Ado-
lescente.11ª. Ed. São Paulo: Saraiva jur, 2019, p.401.

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A medida de internação SOMENTE SERÁ APLICÁVEL nas hipóteses do artigo 122

do Estatuto:

A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
Obs.: Neste caso, ATÉ 03 MESES.

Por fim, ainda sobre a medida de internação, o artigo 124 do Estatuto determina

direitos ao adolescente privado de sua liberdade, veja:

DIREITOS DO ADOLESCENTE PRIVADO DE LIBERDADE (ART. 124)


Entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público
Peticionar diretamente a qualquer autoridade;
Avistar-se reservadamente com seu defensor
Ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
Ser tratado com respeito e dignidade;
Permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao Domicílio de
seus pais ou responsável;
Receber visitas, ao menos, semanalmente;
Corresponder-se com seus familiares e amigos;
Ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
Habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
Receber escolarização e profissionalização;
Realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
Ter acesso aos meios de comunicação social;
Receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje
Manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los,
recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade
Receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida
em sociedade.
Observações:
Nenhum caso haverá incomunicabilidade;
A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais
ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos
interesses do adolescente.
É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe
adotar as medidas adequadas de contenção e segurança

No caso de medida de internação, esta poderá ser desafiada por Habeas Corpus.

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Questão 2    (FGV/TJ-AM/JUIZ/2013) Assinale a alternativa que indica medidas so-

cioeducativas aplicáveis ao adolescente pela prática de ato infracional

a) Obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade

assistida e colocação em família substituta.

b) Advertência, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade e coloca-

ção em família substituta.

c) Advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade

e internação em estabelecimento educacional.

d) Liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade, internação em esta-

belecimento educacional e incomunicabilidade.

e) Advertência, multa, prestação de serviços à comunidade e incomunicabilidade.

Letra c.

As assertivas “a” e “b” estão ERRADAS porque falam que a prática de ato infracio-

nal pelo adolescente pode gerar medida socioeducativa de colocação em família

substituta, todavia o artigo 101, IX, Estatuto, afirma que colocação em família

substituta é MEDIDA PROTETIVA.

As assertivas “d” e “e” estão erradas porque a INCOMUNICABILIDADE É PROIBIDA,

conforme previsão do artigo 124, §1º. Do Estatuto.

E claro, que a assertiva “c” está CORRETA, conforme expressa previsão do artigo

112 do Estatuto:

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Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao ado-


lescente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semi-liberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
[...].

Ainda dentro da temática de restrição de liberdade do adolescente, vale obser-

var o seguinte julgado do Supremo Tribunal Federal7:

O art. 120 da Lei 8.069/1990 garante a realização de atividades externas inde-


pendentemente de autorização judicial. O Estado tem o dever de assegurar à
criança e ao adolescente o direito à convivência familiar (art. 227, caput, da
Constituição do Brasil). O objetivo maior da Lei 8.069/1990 é a proteção inte-
gral à criança e ao adolescente, aí compreendida a participação na vida fami-
liar e comunitária. Restrições a essas garantias somente são possíveis em situ-
ações extremas, decretadas com cautela em decisões fundamentadas, o que
no caso não se dá. Ordem parcialmente concedida para permitir ao paciente a
realização de atividades externas e visitas à família sem a imposição de qual-
quer condição pelo juízo da Vara da Infância e Juventude.
[HC 98.518, rel. min. Eros Grau, j. 25-5-2010, 2ª T, DJE de 18-6-2010.]

Súmula n. 492 do STJ –


O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigato-
riamente à imposição de medida socioeducativa de internação do ado-
lescente.
(Julgado em 08/08/2012, DJe 13/08/2012)

7
Disponível em: < http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=2029> Acesso em 01
Nov 2019.

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Para inscrição de programas de regime de semiliberdade ou internação, devem


ser observados requisitos específicos, conforme determinação do artigo 15 da
Lei n. 12.594/2012 (SINASE):
• a comprovação da existência de estabelecimento educacional com instalações
adequadas e em conformidade com as normas de referência;
• a previsão do processo e dos requisitos para a escolha do dirigente;
• a apresentação das atividades de natureza coletiva;
• a definição das estratégias para a gestão de conflitos, vedada a previsão de
isolamento cautelar, exceto nos casos previstos no § 2º do art. 49 desta Lei; e
• a previsão de regime disciplinar nos termos do art. 72 desta Lei.

As normas de referência da estrutura física de onde o adolescente será inter-


nado DEVEM ser COMPATÍVEIS com o SINASE (art. 16 da Lei n. 12.594/2012).
E ainda, é vedada a edificação de unidades socioeducacionais em espaços
contíguos, anexos, ou de qualquer outra forma integrados a estabelecimentos
penais.
A direção da unidade adotará, em caráter excepcional, MEDIDAS PARA PRO-
TEÇÃO DO INTERNO EM CASOS DE RISCO À SUA INTEGRIDADE FÍSICA, À SUA
VIDA, OU À DE OUTREM, comunicando, de imediato, seu defensor e o Minis-
tério Público.
O artigo 17 da Lei n. 12.594/2012 estabelece que para o exercício da função de
dirigente de programa de atendimento em regime de semiliberdade ou de internação,
além dos requisitos específicos previstos no respectivo programa de atendimento,
é necessário:
• formação de nível superior compatível com a natureza da função;
• comprovada experiência no trabalho com adolescentes de, no mínimo, 2 (dois)
anos; e
• reputação ilibada.

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Quando o adolescente estiver em medida de internação terá direito a visitas


do cônjuge, companheiro, pais ou responsáveis, parentes, filhos e amigos a ado-
lescente a quem foi aplicada medida socioeducativa de internação observará dias
e horários próprios definidos pela direção do programa de atendimento, conforme
previsão dos artigos 67 e 69 da SINASE.
Se for casado ou viver em união estável também terá direito a visita íntima
(Art. 68 SINASE). Neste caso, o visitante será identificado e registrado pela direção
do programa de atendimento, que emitirá documento de identificação, pessoal e
intransferível, específico para a realização da visita íntima.
Sobre a execução de medida socioeducativa, estas deverão ser avaliadas, mini-
mamente esta avaliação tem por objetivo:
• verificar a situação do adolescente após cumprimento da medida socioeduca-
tiva, tomando por base suas perspectivas educacionais, sociais, profissionais
e familiares; e
• verificar reincidência de prática de ato infracional.

As medidas socioeducativas de liberdade assistida, de semiliberdade e de inter-


nação deverão ser reavaliadas no máximo a cada 6 (seis) meses, podendo
a autoridade judiciária, se necessário, designar audiência, no prazo máximo de 10
(dez) dias, cientificando o defensor, o Ministério Público, a direção do programa de
atendimento, o adolescente e seus pais ou responsável, conforme disposto no artigo
42 da Lei n. 12.594/2012 (SINASE).

1.4. Da Remissão

Segundo os autores Luciano Rossato,8 Paulo Eduardo Lépore e Rogério Sanches

definem a concessão da remissão da seguinte forma:

8
ROSSATO. Luciano Alves; LÉPORE. Paulo Eduardo. CUNHA. Rogério Sanches. Estatuto da criança e do ado-
lescente Lei no. 8069/90. 11ª. Ed. Saraiva Jus. São Paulo-SP 2019

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Adoção de procedimento diferenciado daquele ordinariamente previsto para apuração


dos atos infracionais. Por meio da remissão. São mitigados os efeitos negativos da
continuidade do procedimento, que importaria no comparecimento do adolescente e de
seus pais a todos os seus atos.

O instituto da remissão está albergado, no Estatuto, no artigo 126, que prevê:

Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o repre-


sentante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão
do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social,
bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato
infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade ju-
diciária importará na suspensão ou extinção do processo.

Relevante salientar que a remissão não implica necessariamente a com-

provação de responsabilidade, nem prevalece para efeitos de antecedentes,

todavia pode incluir, eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas

em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a internação, a teor do

artigo 127, do Estatuto. Inclusive, se aplicado medida, esta poderá ser revista judi-

cialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu

representante legal, ou do Ministério Público.

Extraem-se do artigo 126 duas espécies de remissão, conforme o momento em

que é concedida ao adolescente. Assim ela poderá ser pré-processual, deno-

minada também como ministerial, que será ofertada pelo Ministério Público e

homologada pelo magistrado. Neste caso o adolescente e seu representante legal,

deverão previamente consentir.

E a denominada processual ou judicial, que ocorre quando o procedimento

já tiver iniciado, e neste caso, a remissão implicará a extinção ou suspensão do

processo.

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A doutrina de autores como Luciano Rossato,9 Paulo Eduardo Lépore e Rogério


Sanches, classifica remissão ainda como própria ou imprópria.
A própria implica em perdão puro e simples, e a imprópria, por sua vez, impli-
cará cumulação com medida socioeducativa.
Sobre a extinção da medida socioeducativa o artigo 46 da lei da SINASE,

estabelece:

A medida socioeducativa será declarada extinta:


I – pela morte do adolescente;
II – pela realização de sua finalidade;
III – pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cumprida em regime fechado
ou semiaberto, em execução provisória ou definitiva;
IV – pela condição de doença grave, que torne o adolescente incapaz de submeter-se
ao cumprimento da medida; e
V – nas demais hipóteses previstas em lei.

2. Da Apuração do Ato Infracional


Como já dito exaustivamente, o Estatuto é norma voltada especificamente para
crianças e adolescente, considerando a fase de desenvolvimento de tais pessoas,
de modo que no que tange a apuração do ato infracional tal norma estabeleceu rito
processual próprio para apuração de ato infracional e este rito é composto por três
fases distintas:

Vejamos cada fase de forma pormenorizada.


9
ROSSATO. Luciano Alves; LÉPORE. Paulo Eduardo. CUNHA. Rogério Sanches. Estatuto da criança e do ado-
lescente Lei no. 8069/90. 11ª. Ed. Saraiva Jus. São Paulo-SP 2019

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2.1. Fase Policial

A fase policial iniciará com a APREENSÃO em flagrante do autor do ato infra-

cional (art. 172 do Estatuto), que será encaminhado a sede policial, especializada,

quando houver, para a lavratura do auto. Todavia se o mesmo for apreendido por

decisão judicial, será desde logo, encaminhado à autoridade judiciária (art. 171).

O parágrafo único do artigo 172 do Estatuto prevê:

Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e em se


tratando de ato infracional praticado em coautoria com maior, prevalecerá a atribuição
da repartição especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso,
encaminhará o adulto à repartição policial própria.

Prevê o artigo 173 do Estatuto que se o flagrante de ato infracional for cometido

mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo

do disposto nos artigos 106 e 107, deverá:

I – lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;


II – apreender o produto e os instrumentos da infração;
III  – requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e
autoria da infração.

Todavia, o Estatuto determina em seu artigo 174 que se comparecer qualquer

dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade

policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao

representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro

dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão

social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segu-

rança pessoal ou manutenção da ordem pública.

Na hipótese de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo,

o adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia de auto

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de apreensão ou boletim de ocorrência, sendo impossível a apresentação imediata,


a autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará a
apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
E ainda, nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresen-
tação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial especializada,
o adolescente aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a
maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo de 24 horas.
Não sendo flagrante, tal fase iniciará após registro de ocorrência que poderá ser
feito por qualquer pessoa, que tenha conhecimento do ilícito.

2.2. Fase de Atuação do Ministério Público

Inicialmente importante ressaltar que a defesa e o Ministério Público INTER-


VIRÃO, sob pena de NULIDADE do procedimento judicial de execução de medida
socioeducativa, conforme determinação do artigo 36 da Lei n. 12.594/2012.
Após as diligências policiais e autuação do boletim de ocorrência, o adolescente
será apresentado ao Ministério Público, que deverá proceder conforme previsão do
artigo 179 do Estatuto:

Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à


vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente
autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente,
procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou
responsável, vítima e testemunhas.
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público
notificará os pais ou responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar
o concurso das polícias civil e militar.

Diante do narrado acima, o representante do Ministério Público PODERÁ:


• promover o arquivamento dos autos;
• conceder a remissão;

• representar à autoridade judiciária para aplicação de medida socioeducativa.

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Vale o visualizar o esquema abaixo:

Na hipótese de arquivamento dos autos ou de concessão de remissão, os autos


SERÃO CONCLUSOS À AUTORIDADE JUDICIAL PARA HOMOLOGAÇÃO, em
seguida, se for o caso a autoridade determinará, conforme o caso, o cumprimento
da medida.
Se, a autoridade judiciária discordar remeterá os autos ao PROCURADOR-GERAL
DE JUSTIÇA, e este OFERECERÁ REPRESENTAÇÃO, e designará outro membro do
Ministério Público para apresentá-la, OU, ratificará o arquivamento ou a remissão,
que só então a autoridade judiciária estará obrigada a homologar.

Observe o esquema:

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Ato Infracional
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Na hipótese de o Ministério Público oferecer representação para aplicação de

medida socioeducativa, esta será encaminhada, por petição, com classificação do

ato infracional a autoridade judiciária com a proposta de instauração do procedi-

mento para a aplicação da respectiva medida.

Vale registrar que a representação independe de prova pré-constituída da

autoria e materialidade.

O procedimento tem de ser concluído no prazo máximo e improrrogável de

45 dias.

2.3. Fase Judicial

Após a representação do Ministério Público a autoridade judicial, esta designará

audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação

ou manutenção da internação, que não poderá ser cumprida em estabelecimento

prisional.

Neste contexto algumas regras previstas no Estatuto devem ser observadas:

A • O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor

R da representação, e notificados a comparecer à audiência, acompa-

T. nhados de advogado;
• Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judici-
1
ária dará curador especial ao adolescente;
8 • Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá
4 mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do

feito, até a efetiva apresentação;


• Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação,

sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável;

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Sobre a manutenção ou decretação da medida de internação, é imperioso que

as regras do Estatuto sejam observadas:

A • Não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional;

R • Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no

T. art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a

localidade mais próxima;


• Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará
1
sua remoção em repartição policial, desde que em seção isolada dos
8
adultos e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar
5
o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.

Contudo sobre a medida de internação vale leitura dos apontamentos do Defensor

Público Federal Dr. Pedro Coelho10:

Relativização da regra do artigo 49, II do SINASE (Sistema Nacional de Atendimento


Socioeducativo). HC 338.517–SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015, DJe
5/2/2016.
O simples fato de não haver vaga para o cumprimento de medida de privação
da liberdade em unidade próxima da residência do adolescente infrator não
impõe a sua inclusão em programa de meio aberto, devendo-se considerar o que
foi verificado durante o processo de apuração da prática do ato infracional, bem como
os relatórios técnicos profissionais. Assim, de acordo com o STJ, a previsão contida no
inciso II do art. 49 não pode ser aplicada indistintamente ou sem qualquer critério. A re-
gra tanto do artigo 49, II do SINASE, como também do artigo 124, VI do ECA devem
ser aplicadas de acordo com o caso concreto, observando-se as situações específicas
do adolescente, do ato infracional praticado, bem como do relatório técnico e/ou plano
individual de atendimento.

Ainda sobre a medida de internação ou semiliberdade, a INTIMAÇÃO da sen-

tença será feita:


10
Disponível em: <https://blog.ebeji.com.br/07-importantes-temas-sobre-eca-no-stf-e-stj-20162017/>.
Acesso em: 1º nov. 2019.

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• ao adolescente e ao seu defensor, quando não for encontrado o adoles-

cente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. Quando a inti-

mação cair na pessoa do a adolescente deverá este manifestar se deseja ou

não recorrer da sentença.

Todavia quando outra medida for aplicada, a intimação será UNICAMENTE na

pessoa do defensor.

Referente à audiência, quando do comparecimento do adolescente com os pais

ou responsáveis, a autoridade judiciária procederá a oitiva do adolescente e PODE-

RÁ solicitar opinião de profissional qualificado.

Como dito alhures, é necessária a presença do advogado (art. 133 da CF/1988),

e o Estatuto reforça o preceito constitucional determinando as seguintes condutas:

• se o adolescente não possuir advogado constituído, nomeará defensor, desig-

nando, desde logo, audiência em continuação;

• o advogado constituído ou o defensor nomeado, na audiência da apresenta-

ção, NO PRAZO DE TRÊS DIAS CONTADO DA AUDIÊNCIA DE APRESEN-

TAÇÃO, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas;

No caso da audiência de continuação, a autoridade ouvirá as testemunhas

arroladas na representação e na defesa prévia, juntado o relatório da equipe

interprofissional, será dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao

defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável

por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão

(art. 186, § 4º, do Estatuto).

Se o adolescente, quando devidamente notificado, não comparecer INJUSTIFI-

CADAMENTE à audiência de apresentação, a  AUTORIDADE JUDICIÁRIA designará

nova data, DETERMINANDO SUA CONDUÇÃO COERCITIVA (art. 187, Estatuto).

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Ainda sobre a apuração de ato infracional vale registrar súmula do Superior Tri-

bunal de Justiça, que diz sobre a questão prescricional:

Súmula n. 338
A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.

3. Dos Crimes Praticados contra Criança e Adolescente.

O Estatuto da criança e do adolescente destina um capítulo para tratar desta

temática, sejam crimes praticados por AÇÃO ou OMISSÃO, e sem excluir o disposto

na lei penal, ou seja, Código Penal.

De antemão, de suma importância registrar que os crimes tipificados no Estatuto

da criança e adolescente são de AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA, de com-

petência do Ministério Público conforme previsto na Constituição Federal de 1988:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

Dizer que a ação é incondicionada significa que a iniciativa pública INDEPEN-

DENTE da expressão da vontade da vítima para que o fato delituoso seja proces-

sado e julgado.

Como se trata de crimes é necessário à transcrição de cada tipo de crime, o que

se fará na sequência:

O artigo 228 do Estatuto prevê sobre omissão do registro de atividades ou do

fornecimento da declaração de nascimento:

Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde


de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referi-
dos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por

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ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do


parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

O artigo 229, por sua vez, estabelece sobre a omissão de identificação do neo-

nato e da parturiente ou de realização de exames necessários:

Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de


gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto,
bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

Como dito alhures, a medida de internação, que restringe o direito de liberdade

do adolescente, é reconhecida como medida excepcional, que só pode ocorrer em

caso de flagrante ou por ordem escrita da autoridade judiciária competente, no

caso de inobservância a este comando, o Estatuto tipifica como crime, conforme o

artigo 230:

Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem


estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judici-
ária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observân-
cia das formalidades legais.

Ainda sobre a apreensão da criança ou adolescente, a autoridade policial, deve

comunicar a autoridade judiciária competente, à família ou á pessoa que o menor

indicar, sob pena de incidir no crime tipificado no artigo 231 do Estatuto:

Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adoles-


cente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do
apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

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Ainda neste sentido, o artigo 234 preconiza:

Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de


criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Também o artigo 235 do mesmo diploma legal estabelece sanção a autoridade

que deixar de observar o prazo para colocar o adolescente em liberdade, observe:

Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente pri-


vado de liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

A proteção constitucional voltada a criança e ao adolescente é denominada

doutrina da proteção integral, de modo que o Estatuto cria diversos mecanismos

legais para aplicar sanção quando tais proteções são desrespeitadas, no que tange

a submissão da criança ou do adolescente a vexame ou constrangimento, o artigo

232 do Estatuto prevê:

Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade guarda ou vigilância a vexame ou


a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Para que se exerça efetivamente a proteção integral a criança e ao adolescente,

o legislador criou organismos que atuam a favor de tais pessoas, o ato de embara-

çar, a ação de tais organismos, é considerado crime pelo Estatuto. Veja:

Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho


Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

A criança, ao nascer, está, em regra, debaixo do poder familiar, o que fora

narrado na primeira apostila, em situações justificadas e excepcionais, tais crianças

e adolescentes podem ser colocados debaixo de guarda, ou então família substituta,

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tudo no afã de proteção de tais pessoas, caso haja violação para o exercício de

guarda, o Estatuto tipifica como crime, note:

Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em
virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.

Se a intenção do agente for entregar filho ou pupilo mediante paga, a sanção é

majorada, veja:

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga


ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recom-
pensa.

E ainda, se a intenção é o envio da criança ou do adolescente para o exterior,

o que caracteriza tráfico internacional da criança ou do adolescente a sanção ainda

é majorada:

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou


adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de
obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena - reclusão,
de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

No que toca ao direito de imagem, a exposição, pornografia, no ano de 2008 fo-

ram inseridos no Estatuto diversos artigos refutando tais comportamentos, a saber:

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio,
cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1 o Incorre nas mesmas penas quem agência, facilita, recruta, coage, ou de qualquer
modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput
deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.

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§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:


I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro
grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem,
a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha
cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por
qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia,
vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo
criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: I – assegura os meios ou serviços para o arma-
zenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo.
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando o
responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar
o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou ou-
tra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo
criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o ma-
terial a que se refere o caput deste artigo.

O parágrafo 2º. Prevê excludente de ilicitude:

§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às


autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A
e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades ins-
titucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes
referidos neste parágrafo
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço
prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.

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§ 3º As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter sob sigilo o material
ilícito referido.
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito
ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo
ou qualquer outra forma de representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre nas mes-
mas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por
qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput
deste artigo.

Sobre fotografar e armazenar fotografia de criança e adolescente, o  Superior

Tribunal de Justiça se manifestou no REsp 1.543.267-SC sobre tipificação dos

crimes previstos nos artigos 240 e 241-B do Estatuto, narrado por Pedro Coelho,

defensor Público Federal:11

Tipificação dos Crimes previstos nos artigos 240 e 241-B do ECA.REsp


1.543.267-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 3/12/2015,
DJe 16/2/2016.
Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em poses
nitidamente sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cober-
tos por peças de roupas, e incontroversa finalidade sexual e libidinosa, ade-
quam-se, respectivamente, aos tipos do art. 240 e 241-B do ECA. Segundo
a doutrina especializada, os  tipos penais plasmados no ECA devem
sofrer interpretação a partir do viés de maior proteção da criança e do
adolescente (art. 6º do ECA), razão pela qual o conceito de pornogra-
fia infanto-juvenil pode abarcar hipóteses em que não haja a exibição
explícita do órgão sexual da criança e do adolescente.

11
Disponível em: <https://blog.ebeji.com.br/07-importantes-temas-sobre-eca-no-stf-e-stj-20162017/>.
Acesso em: 1º nov. 2019.

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RESUMO
Inicialmente, é preciso relembrar definição de criança e de adolescente, e quais

medidas se aplicam no caso de cometimento de ato infracional por tais pessoas.

Veja o quadro:

Pessoa em conflito com a Lei


Idade Conduta Qual Lei aplicar? Qual medida?
Até 12 anos incom- Ato infracional Estatuto da 0criança e Medida Protetiva.
pletos? do Adolescente Art. 105, Estatuto.
Até 18 anos incom- Ato infracional Estatuto da criança e Medida sócio educa-
pletos do adolescente tiva.
Art. 104, Estatuto
Entre 18 e 21 anos Caráter excepcional

• Lembrando que os menores de 18 anos são INIMPUTÁVEIS.

• Evolução da legislação brasileira voltada ao menor de idade:

− 1927: Código de Mello Matos – doutrina da situação irregular

− 1979: Código de Menores – manteve doutrina da situação irregular

− 1990: Estatuto da Criança e do Adolescente – Doutrina da proteção integral.

• Direitos individuais:

− Liberdade.

• Garantia Processual:

− Aplicação inicialmente o Estatuto da Criança e do Adolescente.

− Aplicação subsidiária: Estatuto da Criança e do Adolescente.

− Presunção de inocência.

− Direito a informação.

− Celeridade do processo.

− Assistência jurídica integral.

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− Confronto com vítima e testemunha.

− Duplo grau de jurisdição.

− Respeito a vida privada.

− Adoção de medidas em que haja necessidade de processo judicial.

− Devido processo legal.

− Tutela jurisdicional diferenciada e socioeducativa, que tem por características:

instrumentalidade e precariedade.

• Das medidas socioeducativas:

− advertência;

− obrigação de reparar o dano;

− prestação de serviço à comunidade;

− liberdade assistida;

− inserção em regime de semiliberdade

− internação em estabelecimento educacional.

 Obs.: A medida aplicada tem de levar em conta três elementos: a CAPACIDADE

DO ADOLESCENTE DE CUMPRI-LA, AS CIRCUNSTÂNCIAS e a GRAVIDADE

DA INFRAÇÃO.

• Da remissão

− Possibilidade de procedimento diferenciado daquele ordinariamente previsto

para apuração de ato infracional.

− Não implica necessariamente a comprovação de responsabilidade.

− Não prevalece para efeitos de antecedente.

− Pode incluir a aplicação de medidas socioeducativas previstas em lei,

EXCETO: SEMILIBERDADE E INTERNAÇÃO.

− Pode ser revista a qualquer tempo.

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− Existem duas espécies de remissão, a pré-processual e a processual.

− Existem ainda a denominada própria e a imprópria.

• Da apuração de ato infracional

− São três fases: a policial, a da atuação do Ministério Público e a fase judicial:

− Após a fase policial, será a atuação do Ministério Público:

• A representação independe de prova pré-constituída da autoria e

materialidade.

• E então após a participação do Ministério Público competirá a autoridade

Judiciária atuar:

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− O procedimento tem de ser concluído no prazo máximo e improrrogável

de 45 dias.

• Dos crimes praticados CONTRA criança e adolescente

− Os crimes tipificados no Estatuto da criança e adolescente são de AÇÃO

PÚBLICA INCONDICIONADA.

− A tipificação de cada crime cometido contra criança está no Estatuto, a se-

guinte teor:

Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde


de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referi-
dos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por
ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do
parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto,
bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Ato Infracional
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Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem


estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judici-
ária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observân-
cia das formalidades legais.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adoles-
cente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do
apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de
criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente pri-
vado de liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade guarda ou vigilância a vexame ou
a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de
lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.
Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente
para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena - reclusão,
de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.
Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de
sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agência, facilita, recruta, coage, ou de qualquer
modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput
deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;

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Ato Infracional
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III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro


grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem,
a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento
Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança
ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: I – assegura os meios ou serviços para o arma-
zenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo.
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando o
responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar
o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.
Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o ma-
terial a que se refere o caput deste artigo.
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às
autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A
e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades ins-
titucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes
referidos neste parágrafo.
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço
prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
§ 3º As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter sob sigilo o material
ilícito referido.
Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou por-
nográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou
qualquer outra forma de representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre nas mes-
mas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por
qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput
deste artigo.

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Ato Infracional
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (FGV- OAB XXXI) O adolescente João, com 16 anos completos, foi

apreendido em flagrante quando praticava ato infracional análogo ao crime de

furto. Devidamente conduzido o processo, de forma hígida, ele foi sentenciado ao

cumprimento de medida socioeducativa de 1 ano, em regime de semiliberdade.

Sobre as medidas socioeducativas aplicadas a João, assinale a afirmativa correta.

a) A medida de liberdade assistida será fixada pelo prazo máximo de 6 meses,

sendo que, ao final de tal período, caso João não se revele suficientemente resso-

cializado, a medida será convolada em internação.

b) A medida aplicada foi equivocada, pois deveria ter sido, necessariamente, de-

terminada a internação de João.

c) No regime de semiliberdade, João poderia sair da instituição para ocupações

rotineiras de trabalho e estudo, sem necessidade de autorização judicial.

d) A medida aplicada foi equivocada, pois não poderia, pelo fato análogo ao furto,

ter a si aplicada medida diversa da liberdade assistida.

Questão 2    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXX/PRIMEIRA FASE/2019)

Pedro, 16 anos, foi apreendido em flagrante quando subtraía um aparelho de som

de uma loja. Questionado sobre sua família, disse não ter absolutamente nenhum

familiar conhecido. Encaminhado à autoridade competente, foi-lhe designado

defensor dativo, diante da completa carência de pessoas que por ele pudessem

responder.

Após a prática dos atos iniciais, Pedro requereu ao juiz a substituição do seu defensor

por um advogado conhecido, por não ter se sentido bem assistido tecnicamente,

não confiando no representante originariamente designado.

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Ato Infracional
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Com base nessa narrativa, assinale a afirmativa correta.

a) É direito do adolescente ter seu defensor substituído por outro de sua preferência,

uma vez que não deposita confiança no que lhe foi designado.

b) A defesa técnica deve permanecer incumbida ao defensor atualmente designado,

pois não é facultado ao adolescente optar por sua substituição.

c) O processo deve ser suspenso, adiando-se os atos até que seja solucionada a

questão da representação do adolescente.

d) A substituição somente deverá ser realizada se evidenciada imperícia técnica,

não podendo a mera preferência do adolescente ser motivo para a substituição.

Questão 3    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXIX/PRIMEIRA

FASE/2019) Gabriel, adolescente com 17 anos de idade, entrou armado em uma

loja de conveniência na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, exigindo que o ope-

rador de caixa entregasse todo o dinheiro que ali existisse. Um dos clientes da loja,

policial civil em folga, reagiu ao assalto, atirando em Gabriel, mas não acertando.

Assustado, Gabriel empreendeu fuga, correndo em direção a Betim, comarca limí-

trofe a Belo Horizonte e onde residem seus pais, lá sendo capturado por policiais

que se encontravam em uma viatura.

Sobre o caso, assinale a opção que indica quem será competente para as medidas

judiciais necessárias, inclusive a eventual estipulação de medida socioeducativa,

desconsiderando qualquer fator de conexão, continência ou prevenção.

a) O Juiz da Infância e da Juventude da comarca de Belo Horizonte, ou o juiz que

exerce essa função, por ser a capital do estado.

b) O Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, da comarca

de Belo Horizonte, por ser o foro onde ocorreu o ato infracional cometido por Gabriel.

c) O Juiz Criminal da comarca de Betim, por ser onde residem os pais do adolescente.

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d) O Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, da comarca

de Betim, por ser onde residem os pais do adolescente.

Questão 4    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/XXVII/PRIMEIRA

FASE/2018) Joaquim, adolescente com 15 anos de idade, sofre repetidas agres-

sões verbais por parte de seu pai, José, pessoa rude que nunca se conformou com

o fato de Joaquim não se identificar com seu sexo biológico. Os atentados verbais

chegaram ao ponto de lançar Joaquim em estado de depressão profunda, inclusive

sendo essa clinicamente diagnosticada.

Constatada a realidade dos fatos acima narrados, assinale a afirmativa correta.

a) Os fatos descritos revelam circunstância de mero desajuste de convívio familiar,

não despertando relevância criminal ou de tutela de direitos individuais do adoles-

cente, refugindo do alcance da Lei n. 8.069/90 (ECA).

b) O juízo competente poderá determinar o afastamento de José da residência em

que vive com Joaquim, como medida cautelar para evitar o agravamento do dano

psicológico do adolescente, podendo, inclusive, fixar pensão alimentícia provisória

para o suporte de Joaquim.

c) O juiz poderá afastar cautelarmente José da moradia comum com Joaquim, sem

que isso implique juízo definitivo de valor sobre os fatos – razão pela qual não é

viável a estipulação de alimentos ao adolescente, eis que irreversíveis.

d) A situação descrita não revela motivação legalmente reconhecida como sufi-

ciente a determinar o afastamento de José da moradia comum, recomendando

somente o aconselhamento educacional do pai.

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Ato Infracional
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Questão 5    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXVI/PRIMEIRA FASE/2018)

Em cumprimento de mandado de busca e apreensão do Juízo Criminal, policiais

encontraram fotografias de adolescentes vestidas, em posições sexuais, com foco

nos órgãos genitais, armazenadas no computador de um artista inglês. O advogado

do artista, em sua defesa, alega a ausência de cena pornográfica, uma vez que as

adolescentes não estavam nuas, e que a finalidade do armazenamento seria para

comunicar às autoridades competentes.

Considerando o crime de posse de material pornográfico, previsto no Art. 241-B do

ECA, merecem prosperar os argumentos da defesa?

a) Sim, pois, para caracterização da pornografia, as adolescentes teriam que estar

nuas.

b) Não, uma vez que bastava afirmar que as fotos são de adolescentes, e não de

crianças.

c) Sim, uma vez que a finalidade do artista era apenas a de comunicar o fato às

autoridades competentes.

d) Não, pois a finalidade pornográfica restou demonstrada, e o artista não faz jus

a excludente de tipicidade.

Questão 6    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXII/PRIMEIRA FASE/2017)

Mariano, 59 anos de idade, possuía em sua residência 302 vídeos e fotografias com

cenas de sexo explícito envolvendo adolescentes. Descobertos os fatos, foi de-

nunciado pela prática de 302 crimes do Art. 241-B da Lei n. 8.069/90 (“Adquirir,

possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de

registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança

ou adolescente”), em concurso material, sendo descrito que possuía o material

proibido. Os adolescentes das imagens não foram localizados. Encerrada a instrução

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e confirmados os fatos, o Ministério Público pugnou pela condenação nos termos da

denúncia. Em sede de alegações finais, diante da confissão do acusado e sendo a

prova inquestionável, sob o ponto de vista técnico, o advogado de Mariano deverá

pleitear

a) a absolvição de Mariano, tendo em vista que ele não participava de nenhuma

das cenas de sexo explícito envolvendo adolescente.

b) o reconhecimento de crime único do Art. 241-B da Lei n. 8.069/1990.

c) o reconhecimento do concurso formal de crimes entre os 302 delitos praticados.

d) a extinção da punibilidade do acusado, em razão do desinteresse dos adolescentes

em ver Mariano processado.

Questão 7    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXII/PRIMEIRA

FASE/2017) João, maior, e sua namorada Lara, com 14 anos de idade, são captu-

rados pela polícia logo após praticarem crime de roubo, majorado pelo emprego de

arma de fogo. O Juízo da Infância e da Juventude aplicou a medida socioeducativa

de internação para Lara, ressaltando que a adolescente já sofrera a medida de

semiliberdade pela prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico de drogas.

O Juízo Criminal condenou João pelo crime de roubo em concurso com corrupção

de menores. João apela da condenação pelo crime de corrupção de menores, sob o


argumento de Lara não ser mais uma criança, bem como alegando que ela já está
corrompida. Com base no caso apresentado, assiste razão à defesa de João?
a) Não, pois é irrelevante o fato de Lara já ter sofrido medida socioeducativa.
b) Não, pois Lara ainda é uma criança.
c) Sim, já que o crime de corrupção de menores exige que o menor não esteja
corrompido.

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d) Sim, visto que no crime de corrupção de menores, a vítima tem que ser uma
criança.

Questão 8    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XX/PRIMEIRA FASE/REA-


PLICAÇÃO – SALVADOR/BA/2016) O adolescente X cometeu ato infracional equi-
parado a crime de roubo, mediante grave ameaça à pessoa. Apreendido com a
observância dos estreitos e regulares critérios normativos estabelecidos pelo
sistema jurídico, apurou-se que o jovem havia cometido um ato infracional anterior
equiparável ao crime de apropriação indébita.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) É incabível a aplicação de medida de internação, o  que é autorizado apenas
em caso de reiteração no cometimento de outras faltas anteriores ou simultâneas,
igualmente graves.
b) É aplicável apenas a medida de regime de semiliberdade em razão da prática de
ato infracional mediante grave ameaça à pessoa.
c) É aplicável a medida de internação em razão da prática de ato infracional
mediante grave ameaça à pessoa, mesmo não sendo hipótese de reiteração da
conduta idêntica por parte do adolescente.
d) É incabível a aplicação de medida de internação, haja vista que essa somente
poderia se dar em caso de descumprimento reiterado de injustificável medida
imposta em momento anterior ao adolescente.

Questão 9    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XIX/PRIMEIRA FASE/2016)

O adolescente F, 16 anos, filho de Pedro, foi surpreendido por seu pai enquanto

falava pela internet com Fábio, 30 anos, que o induzia à prática de ato tipificado

como infração penal. Pedro informou imediatamente o ocorrido à autoridade policial,

que instaurou a persecução penal cabível.

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Ato Infracional
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No caso narrado, ao induzir o adolescente F à prática de ato tipificado como infração

penal, a conduta de Fábio

a) configura crime nos termos do ECA, ainda que realizada por meio eletrônico e que

não venha a ser provada a corrupção do adolescente, por se tratar de delito formal.

b) não configura crime nos termos do ECA, pois a mera indução sem a prática do

ato pelo adolescente configura infração administrativa, já que se trata de delito

material.

c) configura infração penal, tipificada na Lei de Contravenções Penais, mas a

materialidade do crime com a prova da corrupção do adolescente é imprescindível

à condenação do réu em observância ao princípio do favor rei.

d) não configura crime nos termos estabelecidos pelo ECA, posto que inexiste tipi-

ficação se o ato for praticado por meio eletrônico, não havendo de se aplicar ana-

logia em malam partem.

Questão 10    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XVII/PRIMEIRA

FASE/2015) O adolescente N. ficou conhecido no bairro onde mora por praticar

roubos e furtos e ter a suposta habilidade de nunca ter sido apreendido. Certa

noite, N. saiu com o propósito de praticar novos atos de subtração de coisa alheia.

Diante da reação de uma vítima a quem ameaçava, N. disparou sua arma de fogo,

levando a vítima a óbito. N. não conseguiu fugir, sendo apreendido por policiais que

passavam pelo local, no momento em que praticava o ato infracional.

Sobre o caso narrado, assinale a opção correta.

a) A medida de internação não terá cabimento contra N., uma vez que somente

poderá ser aplicada em caso de reincidência no cometimento de infrações graves.

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b) Mesmo estando privado de liberdade, N. poderá entrevistar-se pessoalmente

com o representante do Ministério Público, mas não terá direito a peticionar direta-

mente a este ou a qualquer autoridade que seja.

c) A medida de internação de N. é cabível por se tratar de ato infracional praticado

com ameaça e violência contra pessoa, mesmo que não seja caso de reincidência.

d) Caso N. seja condenado por sentença ao cumprimento de medida de interna-

ção, e somente nesse caso, tornam-se obrigatórias as intimações do seu defen-

sor e dos pais ou responsáveis, mesmo que o adolescente tenha sido intimado

pessoalmente.

Questão 11    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO VII/PRIMEIRA FASE/2012)

Joana tem 16 anos e está internada no Educandário Celeste, na cidade de Pitió,

por ato infracional equiparado ao crime de tráfico de entorpecentes. O Estatuto da

Criança e do Adolescente regula situações dessa natureza, consignando direitos

do adolescente privado de liberdade. Diante das disposições aplicáveis ao caso de

Joana, é correto afirmar que:

a) Joana tem direito à visitação, que deve ser respeitado na frequência mínima

semanal, e não poderá ser suspenso sob pena de violação das garantias fundamentais

do adolescente internado.

b) é expressamente garantido o direito de Joana se corresponder com seus fami-

liares e amigos, mas é vedada a possibilidade de avistar-se reservadamente com

seu defensor.

c) a autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, exceto de

pais e responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade

aos interesses do adolescente.

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d) as visitas dos pais de Joana poderão ser suspensas temporariamente, mas em

tal situação permanece o seu direito de continuar internada na mesma localidade

ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais.

Questão 12    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXX/PRIMEIRA FASE/2019)

Roberta produziu, em seu computador, vídeo de animação em que se percebe a

simulação de atos pornográficos entre crianças. O  vídeo não mostra nenhuma

imagem reconhecível, nenhuma pessoa identificável, mas apresenta, inequivoca-

mente, figuras de crianças, e bem jovens.

Sobre o fato apresentado, sob a perspectiva do Estatuto da Criança e do Adolescente,

assinale a afirmativa correta.

a) Não é ilícito penal: o crime ocorre quando se simula a atividade pornográfica

com imagens reais de crianças.

b) É crime, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a conduta típica de

simular a participação de criança ou adolescente em cena pornográfica por meio de

qualquer forma de representação visual.

c) É crime se houver a divulgação pública do filme, pois a mera produção de filme

envolvendo simulacro de imagem de criança ou adolescente em situação pornográfica

não é reprovada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

d) Não é ilícito penal, pois a animação somente se afigura como simulação sufi-

cientemente apta a despertar a reprovabilidade criminal se reproduzir a imagem

real de alguma criança diretamente identificável.

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Ato Infracional
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Questão 13    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XV/TIPO 1/2014) José,

tutor da criança Z, soube que Juarez vem oferecendo recompensa àqueles que

lhe entregam crianças ou adolescentes em caráter definitivo. Entusiasmado com a

quantia oferecida, José promete entregar a criança exatamente dez dias após o iní-

cio da negociação. José contou aos seus vizinhos que não queria mais “ter trabalho

com o menino”. Indignada, Marieta, vizinha de José, comunicou imediatamente o

fato à autoridade policial, que conseguiu impedir a entrega da criança Z a Juarez.

Nesse caso, à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa

correta

a) A promessa de entrega de Z, por si só, já configura infração penal, do mesmo

modo que o seria em caso de efetiva entrega da criança.

b) Somente a efetiva entrega da criança mediante paga ou recompensa configuraria

a prática de infração penal tanto para quem entrega quanto para quem oferece o

valor pecuniário.

c) Tratar-se-ia de infração penal somente se a criança Z fosse filho de José, sendo

a figura do tutor atípica para esse tipo de infração penal, não se podendo aplicar

analogia para a configuração de crime

d) Somente incorre na pena pela prática de infração penal o sujeito que oferece a

paga ou recompensa, sendo atípica para o responsável legal a mera promessa de

entrega da criança.

Questão 14    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO X/PRIMEIRA FASE/2013)

Com relação à internação, observado o que prevê o Estatuto da Criança e do

Adolescente, assinale a afirmativa correta.

a) Deve obedecer ao período determinado de um ano e meio, prorrogável por igual

período, para atos infracionais praticados com emprego de violência.

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Ato Infracional
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b) Deve obedecer ao período determinado de um ano, prorrogável por igual perío-

do, para atos infracionais praticados sem emprego de violência.

c) Não comporta período determinado e não pode ultrapassar o máximo de três

anos, independente do emprego ou não de violência no ato infracional praticado.

d) Não pode ultrapassar o período máximo de três anos, quando o adolescente

deverá ser colocado em liberdade com o dever de reparar o dano no caso de ato

infracional com reflexos patrimoniais.

Questão 15    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM II/PRIMEIRA FASE/2007) Acerca

do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assinale a opção correta.

a) Os crimes definidos no ECA são de ação pública condicionada.

b) A internação, antes da sentença, pode ser determinada por prazo máximo de

65 dias.

c) O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação

compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de

confrontação, havendo dúvida fundada.

d) Não é assegurado ao adolescente infrator o direito de solicitar a presença de

seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.

Questão 16    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO VI/PRIMEIRA FASE/2012)

Considerando os princípios norteadores do Estatuto da Criança e do Adolescente,

a prática de atos infracionais fica sujeita a medidas que têm objetivos socioeducativos.

Nesse sentido, é correto afirmar que:

a) se Aroldo, que tem 11 anos, subtrair para si coisa alheia pertencente a uma creche,

deverá cumprir medida socioeducativa de prestação de serviços comunitários, por

período não superior a um ano.

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b) a obrigação de reparar o dano causado pelo ato infracional não é considerada

medida socioeducativa, tendo em vista que o adolescente não pode ser responsa-

bilizado civilmente.

c) o acolhimento institucional e a colocação em família substituta podem ser

aplicados como medidas protetivas ou socioeducativas, a depender das características

dos atos infracionais praticados.

d) a internação, como uma das medidas socioeducativas previstas pelo ECA, não

poderá exceder o período máximo de três anos, e a liberação será compulsória aos

21 anos de idade.

Questão 17    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO IV/PRIMEIRA FASE/2011)

No tocante às normas contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto

afirmar que:

a) a medida socioeducativa de internação aplicada em razão do descumprimento

reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta ao adolescente infrator

não poderá ser superior a três meses.

b) o adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será imediatamente

encaminhado ao Juiz de Direito em exercício na Vara da Infância e Juventude, que

decidirá sobre a necessidade ou não de seu acautelamento provisório.

c) a concessão da remissão, que prescinde da homologação da Autoridade Judi-

ciária, é medida que o membro do Ministério Público atribuído poderá adotar no

processamento de ato infracional.

d) ao ato infracional praticado por crianças corresponderão as seguintes medidas

socioeducativas: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à

comunidade, liberdade assistida e inserção em regime de semiliberdade.

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Questão 18    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM II/PRIMEIRA FASE/2008) Acerca

dos direitos individuais previstos no ECA, assinale a opção correta.

a) Nenhum adolescente será privado de sua liberdade, senão em flagrante de ato

infracional, por determinação judicial, ou para averiguação, por ordem de autori-

dade policial.

b) A internação antes da sentença, ocorrida durante o procedimento de apuração

do ato infracional, não tem prazo máximo preestabelecido, contudo o juiz deve

justificar a demora excessiva, sob pena de constrangimento ilegal.

c) Excetuando-se as hipóteses de dúvida fundamentada, o adolescente civilmente

identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos oficiais.

d) A internação antes da sentença, ao contrário do que ocorre com a prisão cautelar,

prevista no processo penal, dispensa fundamentação em face das peculiaridades do

procedimento de apuração do ato infracional e das condições especiais de desen-

volvimento do adolescente.

Questão 19    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM III/PRIMEIRA FASE/2009) Acerca

do ECA, assinale a opção correta.

a) Nos casos de ato infracional, a competência jurisdicional, em regra, será deter-

minada pelo domicílio dos pais ou responsável pelo adolescente.

b) O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser

conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, sob pena

de responsabilidade.

c) A representação feita pelo MP em face de adolescente dependerá de prova

pré-constituída da autoria e materialidade do ato infracional.

d) O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encami-

nhado à autoridade policial competente, para oitiva e qualificação.

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Questão 20    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM III/PRIMEIRA FASE/2009) À luz do


ECA, assinale a opção correta.
a) A internação constitui medida privativa de liberdade e, dada essa condição, não
é permitida ao adolescente interno a realização de atividades externas, como
trabalho e estudo.
b) A medida de internação poderá ser aplicada, ainda que haja outra medida
adequada, se o MP assim requerer.
c) Poderá ser decretada a incomunicabilidade do adolescente, a critério da autori-
dade competente, quando ele praticar atos reiterados de indisciplina.
d) Em caso de internação, a autoridade judiciária poderá suspender temporaria-
mente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e
fundados de prejudicialidade aos interesses do adolescente.

Questão 21    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM II/PRIMEIRA FASE/2009) Conside-


rando o ECA, assinale a opção correta.
a) Na interpretação do ECA, devem ser considerados os fins sociais a que o es-
tatuto se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, bem como a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas
em desenvolvimento.
b) O adolescente civilmente identificado não pode ser submetido à identificação
compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, nem mesmo para efeito
de confrontação, havendo dúvida fundada.
c) Entre as medidas socioeducativas que podem ser aplicadas ao adolescente,
estão a prestação de serviços à comunidade e a substituição de internação em
estabelecimento educacional por multa.
d) A medida aplicada por força de remissão não pode ser revista judicialmente, sob

pena de ofensa à coisa julgada.

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Questão 22    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM III/PRIMEIRA FASE/2010) Em


relação às medidas socioeducativas previstas no ECA, assinale a opção correta.
a) As medidas socioeducativas de semiliberdade e de internação por prazo inde-
terminado não podem ser incluídas na remissão, sendo admissível sua aplicação
somente após a instrução processual em sede de sentença de mérito.
b) A obrigação de reparar o dano à vítima não constitui medida socioeducativa.
c) A medida socioeducativa de prestação de serviços à comunidade pode ser aplicada
pelo prazo de até um ano.
d) A advertência somente pode ser aplicada se houver provas suficientes da autoria
e da materialidade da infração.

Questão 23    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO III/PRIMEIRA FASE/2011)


Considerando a prática de ato infracional por criança ou adolescente, é correto
afirmar que
a) a prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas
de interesse geral, por período não excedente a 1 (um) ano, em entidades assis-
tenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em
programas comunitários ou governamentais.
b) em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá
determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarci-
mento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
c) a internação, por constituir medida privativa de liberdade do menor, não poderá
exceder o período de 5 (cinco) anos.
d) entre as garantias processuais garantidas ao adolescente encontra-se o direito
de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedi-
mento. Contudo, não poderá o menor ser ouvido pessoalmente pela autoridade

competente, devendo em todo o caso ser assistido pelos genitores.

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Questão 24    (VUNESP/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR/2014) É crime


previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, sem prejuízo do disposto na
legislação penal:
a) impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar
ou representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei.
b) privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão
em flagrante de ato infracional, sem que exista ordem escrita da autoridade judiciária
competente.
c) prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, ainda que não
condicionado a pagamento ou recompensa.
d) deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adoles-
cente de fazer imediata comunicação ao Ministério Público.
e) privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão,
ainda que em flagrante de ato infracional.

Questão 25    (VUNESP/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA/AVALIADOR/2014) Verificada


a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente
a seguinte medida:
a) liberdade assistida fixada pelo prazo mínimo de três meses.
b) prestação de serviços comunitários, que devem ser cumpridos durante jornada
mínima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis.
c) internação em estabelecimento prisional, sendo vedada a realização de ativida-
des externas.
d) advertência que consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo
e assinada.
e) regime de semiliberdade, possibilitada a realização de atividades externas, des-

de que precedida de autorização judicial.

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Questão 26    (IDIB/PREFEITURA DE PETROLINA-PE/GUARDA CIVIL/2019) Acerca

dos crimes no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990), assinale

a alternativa correta:

a) Não é crime simular a participação de adolescente em cena de sexo explícito por

meio de modificação de fotografia.

b) Não é crime vender fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de

sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

c) Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) para quem agencia, facilita, recruta,

coage ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente

em cena de sexo explícito ou pornográfica.

d) Pune-se com pena de multa e de reclusão aquele que produzir, reproduzir,

dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou

pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

e) Trata-se de crimes de ação penal pública condicionada, sujeita à representação

da vítima.

Questão 27    (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO-RJ/PREFEITURA DE RIO DE

JANEIRO-RJ/AGENTE EDUCADOR/2019) A medida socioeducativa privativa de

liberdade não poderá exceder o prazo máximo de:

a) 6 meses.

b) 1 ano.

c) 2 anos.

d) 3 anos.

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Questão 28    (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO-RJ/PREFEITURA DE RIO DE

JANEIRO-RJ/AGENTE EDUCADOR/2019) Dentre as medidas socioeducativas que

podem ser aplicadas ao adolescente pela prática de ato infracional, inclui-se a:

a) internação em estabelecimento educacional acrescido de aplicação de multa.

b) advertência aos pais ou responsáveis e acompanhamento psicológico.

c) advertência, multa ou detenção.

d) prestação de serviços à comunidade.

Questão 29    (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO-RJ/PREFEITURA DE RIO DE

JANEIRO-RJ/AGENTE EDUCADOR/2019) Segundo o ECA (Lei n. 8.069/1990),

é direito do adolescente privado de liberdade:

a) visitar sua família toda semana.

b) receber visitas íntimas semanalmente.

c) permanecer internado na mesma localidade onde foi cometido o ato infracional.

d) ser informado de sua situação processual, sempre que solicitar.

Questão 30    (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO-RJ/PREFEITURA DE RIO DE

JANEIRO-RJ/AGENTE EDUCADOR/2019) Aquele que submeter criança ou ado-

lescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento

terá a seguinte pena:

a) detenção de seis meses a dois anos.

b) multa de dois salários mínimos.

c) detenção de seis meses.

d) multa de até quatro salários mínimos.

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Questão 31    (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO-RJ/PREFEITURA DE RIO DE

JANEIRO-RJ/AGENTE EDUCADOR/2019) O prazo máximo para o término do

procedimento de apuração de ato infracional praticado por adolescente, estando o

mesmo internado provisoriamente, é de:

a) 30 dias.

b) 30 dias prorrogáveis por mais 30.

c) 45 dias.

d) 60 dias.

Questão 32    (FUNCERN/PREFEITURA DE SÍTIO NOVO-RN/ASSISTENTE SOCIAL/2018)

A professora Marilene, observando o comportamento do seu aluno João Paulo, de

10 anos, constatou que o discente vem sofrendo maus-tratos, e que o possível

autor da agressão é o seu próprio pai. Diante de tal situação, a professora informou

à direção da escola, que, por sua vez, comunicou ao Conselho Tutelar. De acordo

com o Artigo 130, do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, “verificada a

hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou respon-

sáveis, o juiz poderá determinar como medida cautelar”

a) o afastamento do agressor da moradia comum.

b) a suspensão ou destituição do poder familiar.

c) a integração em uma família substituta.

d) o acolhimento familiar ou institucional.

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Questão 33    (FUNCERN/PREFEITURA DE SÍTIO NOVO-RN/GUARDA MUNICIPAL/2018)

Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça

à pessoa, a autoridade policial deverá

a) apreender o produto e os instrumentos da infração.

b) lavrar auto de apreensão, ouvidas tão somente as testemunhas, não cabendo a

oitiva do adolescente por ser de menor idade.

c) lavrar auto de apreensão, ouvidos tão somente o adolescente e a vítima.

d) requisitar, às custas do adolescente, os exames necessários à comprovação da

materialidade da infração.

Questão 34    (ND/OAB-DF/EXAME DE ORDEM III/PRIMEIRA FASE/2006) No que

concerne aos procedimentos penais afetos à Justiça da Infância (Lei n. 8.069/1990),

assinale a alternativa INCORRETA:

a) nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato

infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.

b) o adolescente direito à identificação dos responsáveis pela sua preensão, de-

vendo ser informado acerca de seus direitos.

c) a apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão

incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreen-

dido ou à pessoa por ele indicada.

d) examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de

internação imediata, em respeito à condição peculiar da pessoa em desenvolvimento.

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Ato Infracional
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Questão 35    (FGV/CÂMARA DE SALVADOR-BA) Alexandre tem 17 anos e cometeu

um ato infracional que teve como consequência a privação de sua liberdade.

Nessa situação, Alexandre:

a) deve ressarcir as custas de sua internação mediante prestação de serviços

comunitários.

b) é obrigado a vestir o uniforme utilizado na unidade de internação.

c) ficará incomunicável até que sua sentença seja exarada.

d) responde como adulto, pois está perto de completar a maioridade legal.

e) tem o direito de peticionar diretamente a qualquer autoridade.

Questão 36    (FGV/MPE-AL) Douglas, 16 anos, foi surpreendido portando grande

quantidade de drogas e uma quantia em dinheiro, durante incursão policial em sua

comunidade. Apurou-se que Douglas abandonou os estudos no 6º ano do Ensino

Fundamental e iniciou o uso de drogas quando tinha 12 anos. Sobre o caso narrado,

em consonância com a legislação vigente, assinale a afirmativa correta.

a) O tráfico de drogas é considerado crime hediondo e Douglas cumprirá pena em

unidade prisional convencional.

b) Douglas, considerando a sanção da lei que reduziu a maioridade penal, tornou-se

imputável e responderá pelo seu delito.

c) Douglas é inimputável por ser dependente químico e cumprirá a medida em

hospital de custódia e tratamento psiquiátrico.

d) Douglas deverá cumprir a medida de internação em entidade de acolhimento

institucional que disponha de recursos para sua recuperação.

e) A medida socioeducativa a ser aplicada a Douglas deverá ser cumulada com

medidas de proteção como tratamento e escolaridade.

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Questão 37    (FGV/OAB) Em cumprimento de mandado de busca e apreensão do

Juízo Criminal, policiais encontraram fotografias de adolescentes vestidas, em

posições sexuais, com foco nos órgãos genitais, armazenadas no computador de

um artista inglês. O advogado do artista, em sua defesa, alega a ausência de cena

pornográfica, uma vez que as adolescentes não estavam nuas, e que a finalidade

do armazenamento seria para comunicar às autoridades competentes. Conside-

rando o crime de posse de material pornográfico, previsto no Art. 241-B do ECA,

merecem prosperar os argumentos da defesa?

a) Sim, pois, para caracterização da pornografia, as  adolescentes teriam que

estar nuas.

b) Não, uma vez que bastava afirmar que as fotos são de adolescentes, e não de

crianças.

c) Sim, uma vez que a finalidade do artista era apenas a de comunicar o fato às

autoridades competentes.

d) Não, pois a finalidade pornográfica restou demonstrada, e o artista não faz jus

a excludente de tipicidade.

Questão 38    (MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2012) Na apuração de

Ato Infracional, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990) esta-

belece formas de remissão. Dentre elas, a concedida:

a) pelo Juiz, como forma de suspensão ou extinção do processo e a concedida pelo

Ministério Público, como forma de exclusão do processo.

b) somente pelo Ministério Público, como forma de extinção do processo, e homo-

logada pelo Juiz.

c) somente pelo Juiz, como forma de exclusão, suspensão ou extinção do proces-

so, ouvindo-se previamente o Ministério Público.

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d) pelo Juiz, como forma de suspensão do processo, e a concedida pelo Ministério

Público, como forma de extinção do processo.

e) somente pelo Ministério Público, como forma de exclusão do processo, indepen-

dentemente de homologação do Juiz.

Questão 39    (CESPE/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2011) Assinale a opção correta

com referência à apuração de ato infracional atribuído a adolescente.

a) Oferecida a representação, a autoridade judiciária poderá rejeitá-la.

b) A representação terá razão de ser quando o parquet entender que o adolescente,

pelo ato infracional que praticou, deva submeter-se a medida socioeducativa.

c) O adolescente apreendido por força de ordem judicial deverá ser, desde logo,

encaminhado à autoridade policial competente.

d) Comparecendo ao estabelecimento policial um dos pais, o tutor ou, então,

o guardião de adolescente que esteja ali apreendido, a autoridade policial é obrigada

a liberar, sem exceção, o menor, visto que não é produtivo que ele, amparado pelo

direito à convivência familiar, se distancie de sua família.

e) O MP poderá conceder a remissão em qualquer fase do processo.

Questão 40    (FEPESE/PGE-SC/DEFENSOR PÚBLICO/2012) Sobre a prática de ato

infracional, prescreve o Estatuto da Criança e do Adolescente:

1. São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos.

2. Em razão de sua menoridade, o adolescente não tem direito à identificação dos

responsáveis pela sua apreensão.

3. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de

60 dias.

4. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.

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5. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas socioeducativas.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.

b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 5.

c) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.

d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.

e) São corretas apenas as afirmativas 3, 4 e 5.

Questão 41    (CESPE/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2015) De acordo

com as disposições do ECA, assinale a opção correta a respeito da responsabilização

das crianças e dos adolescentes em razão do cometimento de atos infracionais.

a) Compete ao MP conceder a remissão como forma de exclusão do processo; no

entanto, se não concordar com a remissão, o juiz deverá remeter os autos ao

procurador-geral de justiça.

b) No caso de ato infracional de natureza leve, será aplicada medida de proteção

substitutiva às medidas socioeducativas, razão por que a representação para o

início do procedimento de apuração poderá ser feita pelo conselho tutelar.

c) Para efeito de processamento do ato infracional, a criança ou o adolescente,

ainda que tenha sido civilmente identificado, deverá ser submetido a identificação

especial.

d) As crianças com deficiência não podem ser responsabilizadas pelo cometimento

de atos infracionais, sendo possível aplicar-lhes medidas de proteção em substituição

a medidas socioeducativas.

e) A medida socioeducativa de internação comporta prazo determinado não superior

a três anos, devendo o juiz considerar, na sentença, o fato de ter havido, ou não,

reiteração no cometimento de infrações graves.

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GABARITO
1. c 25. d

2. a 26. d

3. b 27. d

4. b 28. d

5. d 29. d

6. b 30. a

7. a 31. c

8. c 32. a

9. a 33. a

10. c 34. d

11. d 35. e

12. b 36. e

13. a 37. d

14. c 38. a

15. c 39. b

16. d 40. a

17. a 41. a

18. c

19. b

20. d

21. a

22. b

23. b

24. a

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    O adolescente João, com 16 anos completos, foi apreendido em fla-

grante quando praticava ato infracional análogo ao crime de furto. Devidamente

conduzido o processo, de forma hígida, ele foi sentenciado ao cumprimento de

medida socioeducativa de 1 ano, em regime de semiliberdade.

Sobre as medidas socioeducativas aplicadas a João, assinale a afirmativa correta.

a) A medida de liberdade assistida será fixada pelo prazo máximo de 6 meses,

sendo que, ao final de tal período, caso João não se revele suficientemente resso-

cializado, a medida será convolada em internação.

b) A medida aplicada foi equivocada, pois deveria ter sido, necessariamente, de-

terminada a internação de João.

c) No regime de semiliberdade, João poderia sair da instituição para ocupações

rotineiras de trabalho e estudo, sem necessidade de autorização judicial.

d) A medida aplicada foi equivocada, pois não poderia, pelo fato análogo ao furto,

ter a si aplicada medida diversa da liberdade assistida.

Letra c.

A assertiva C está CORRETA a teor do artigo 120 do Estatuto da Criança e do

Adolescente que prevê:

“O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma

de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,

INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL”.

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A assertiva A está ERRADA, pois disposta de forma contrária ao artigo 118, §2º.,

do Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê:

“A liberdade assistida será fixada pelo PRAZO MÍNIMO de seis meses, podendo

a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra me-

dida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor”.

A assertiva B está ERRADA, vez que a internação é medida excepcional a ser

aplicada ao menor quando do cometimento de ato infracional, conforme fundamen-

to no artigo 121 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que determina:

“A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de

brevidade, EXCEPCIONALIDADE e respeito à condição peculiar de pessoa em

desenvolvimento”.

Ademais, o artigo 122 do mesmo diploma legal, estabelece os requisitos que devem

ser observados para aplicação da medida da internação, nos seguintes termos:

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a
pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
§ 1º. O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser supe-
rior a três meses.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida

adequada.

A assertiva D está ERRADA, pois diante do caso concreto, o magistrado tem a

faculdade de aplicar a medida socioeducativa, que achar mais adequada.

Neste sentido, o artigo 112, caput, do Estatuto da Criança e do Adolescente preco-

niza:

Verificada a prática de ato infracional, A AUTORIDADE COMPETENTE PODERÁ

aplicar ao adolescente as seguintes medidas:

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Ato Infracional
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[...]
§ 1º. A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la,
as circunstâncias e a gravidade da infração.

Questão 2    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXX/PRIMEIRA FASE/2019)

Pedro, 16 anos, foi apreendido em flagrante quando subtraía um aparelho de som

de uma loja. Questionado sobre sua família, disse não ter absolutamente nenhum

familiar conhecido. Encaminhado à autoridade competente, foi-lhe designado defen-

sor dativo, diante da completa carência de pessoas que por ele pudessem responder.

Após a prática dos atos iniciais, Pedro requereu ao juiz a substituição do seu defen-

sor por um advogado conhecido, por não ter se sentido bem assistido tecnicamen-

te, não confiando no representante originariamente designado.

Com base nessa narrativa, assinale a afirmativa correta.

a) É direito do adolescente ter seu defensor substituído por outro de sua preferên-

cia, uma vez que não deposita confiança no que lhe foi designado.

b) A defesa técnica deve permanecer incumbida ao defensor atualmente designa-

do, pois não é facultado ao adolescente optar por sua substituição.

c) O processo deve ser suspenso, adiando-se os atos até que seja solucionada a

questão da representação do adolescente.

d) A substituição somente deverá ser realizada se evidenciada imperícia técnica,

não podendo a mera preferência do adolescente ser motivo para a substituição.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Ato Infracional
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Letra a.

O artigo 207, § 1º, do Estatuto prevê:

Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito
de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência

Razão pela qual a assertiva “a” está CORRETA.

Questão 3    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXIX/PRIMEIRA

FASE/2019) Gabriel, adolescente com 17 anos de idade, entrou armado em uma

loja de conveniência na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, exigindo que o

operador de caixa entregasse todo o dinheiro que ali existisse. Um dos clientes da

loja, policial civil em folga, reagiu ao assalto, atirando em Gabriel, mas não acertando.

Assustado, Gabriel empreendeu fuga, correndo em direção a Betim, comarca limí-

trofe a Belo Horizonte e onde residem seus pais, lá sendo capturado por policiais

que se encontravam em uma viatura.

Sobre o caso, assinale a opção que indica quem será competente para as medidas

judiciais necessárias, inclusive a eventual estipulação de medida socioeducativa,

desconsiderando qualquer fator de conexão, continência ou prevenção.

a) O Juiz da Infância e da Juventude da comarca de Belo Horizonte, ou o juiz que

exerce essa função, por ser a capital do estado.

b) O Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, da comarca

de Belo Horizonte, por ser o foro onde ocorreu o ato infracional cometido por Gabriel.

c) O Juiz Criminal da comarca de Betim, por ser onde residem os pais do adolescente.

d) O Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, da comarca

de Betim, por ser onde residem os pais do adolescente.

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Ato Infracional
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Letra b.

Como o fato ocorreu na cidade de Belo Horizonte, tem de ser observado o artigo

147 do Estatuto que prevê:

A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o Juiz


que exerce essa função, na forma da Lei de Organização Judiciária local.
§1º Nos casos de ato infracional, será sempre competente a autoridade do lugar
da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.

Questão 4    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/XXVII/PRIMEIRA

FASE/2018) Joaquim, adolescente com 15 anos de idade, sofre repetidas agressões

verbais por parte de seu pai, José, pessoa rude que nunca se conformou com o fato

de Joaquim não se identificar com seu sexo biológico. Os atentados verbais chegaram

ao ponto de lançar Joaquim em estado de depressão profunda, inclusive sendo essa

clinicamente diagnosticada.

Constatada a realidade dos fatos acima narrados, assinale a afirmativa correta.

a) Os fatos descritos revelam circunstância de mero desajuste de convívio familiar,

não despertando relevância criminal ou de tutela de direitos individuais do adoles-

cente, refugindo do alcance da Lei n. 8.069/1990 (ECA).

b) O juízo competente poderá determinar o afastamento de José da residência em

que vive com Joaquim, como medida cautelar para evitar o agravamento do dano

psicológico do adolescente, podendo, inclusive, fixar pensão alimentícia provisória

para o suporte de Joaquim.

c) O juiz poderá afastar cautelarmente José da moradia comum com Joaquim, sem

que isso implique juízo definitivo de valor sobre os fatos – razão pela qual não é

viável a estipulação de alimentos ao adolescente, eis que irreversíveis.

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d) A situação descrita não revela motivação legalmente reconhecida como sufi-

ciente a determinar o afastamento de José da moradia comum, recomendando

somente o aconselhamento educacional do pai.

Letra b.

A situação vivenciada por Joaquim encontra amparo no artigo 130 do Estatuto:

Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou


responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afas-
tamento do agressor da moradia comum. Da medida cautelar constará ainda a fixação
provisória de alimentos.

Razão que justifica a assertiva “b” estar CORRETA.

Questão 5    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXVI/PRIMEIRA FASE/2018)

Em cumprimento de mandado de busca e apreensão do Juízo Criminal, policiais

encontraram fotografias de adolescentes vestidas, em posições sexuais, com foco

nos órgãos genitais, armazenadas no computador de um artista inglês. O advogado

do artista, em sua defesa, alega a ausência de cena pornográfica, uma vez que as

adolescentes não estavam nuas, e que a finalidade do armazenamento seria para

comunicar às autoridades competentes.

Considerando o crime de posse de material pornográfico, previsto no Art. 241-B do

ECA, merecem prosperar os argumentos da defesa?

a) Sim, pois, para caracterização da pornografia, as  adolescentes teriam que

estar nuas.

b) Não, uma vez que bastava afirmar que as fotos são de adolescentes, e não de

crianças.

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c) Sim, uma vez que a finalidade do artista era apenas a de comunicar o fato às

autoridades competentes.

d) Não, pois a finalidade pornográfica restou demonstrada, e o artista não faz jus

a excludente de tipicidade.

Letra d.

A conduta do artista se enquadra na previsão do artigo –B do Estatuto que estabelece:

Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente.

O tipo não determina que as fotos tenham de ser com a criança ou adolescente NUA.

E mesmo que ele afirmasse que sua intenção seria comunicar às autoridades com-

petentes, ele não se enquadra nas excludentes de ilicitude do artigo 241-B:

§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às


autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A
e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades ins-
titucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes
referidos neste parágrafo;
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço
prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.

Questão 6    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXII/PRIMEIRA FASE/2017)

Mariano, 59 anos de idade, possuía em sua residência 302 vídeos e fotografias

com cenas de sexo explícito envolvendo adolescentes. Descobertos os fatos, foi

denunciado pela prática de 302 crimes do Art. 241-B da Lei n. 8.069/90 (“Adquirir,

possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de re-

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Ato Infracional
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gistro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou

adolescente”), em concurso material, sendo descrito que possuía o material proi-

bido. Os adolescentes das imagens não foram localizados. Encerrada a instrução e

confirmados os fatos, o Ministério Público pugnou pela condenação nos termos da

denúncia. Em sede de alegações finais, diante da confissão do acusado e sendo a

prova inquestionável, sob o ponto de vista técnico, o advogado de Mariano deverá

pleitear

a) a absolvição de Mariano, tendo em vista que ele não participava de nenhuma

das cenas de sexo explícito envolvendo adolescente.

b) o reconhecimento de crime único do Art. 241-B da Lei n. 8.069/1990.

c) o reconhecimento do concurso formal de crimes entre os 302 delitos praticados.

d) a extinção da punibilidade do acusado, em razão do desinteresse dos adolescen-

tes em ver Mariano processado.

Letra b.

A assertiva “b” está CORRETA, conforme previsão legal.


O artigo 241-B do Estatuto estabelece como crime único, uma vez que Mariano

tinha mais de um vídeo, todavia no mesmo contexto, o que configura crime único,

veja o artigo:

Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa

Questão 7    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXII/PRIMEIRA FASE/2017)

João, maior, e sua namorada Lara, com 14 anos de idade, são capturados pela polícia

logo após praticarem crime de roubo, majorado pelo emprego de arma de fogo.

O Juízo da Infância e da Juventude aplicou a medida socioeducativa de internação

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Ato Infracional
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para Lara, ressaltando que a adolescente já sofrera a medida de semiliberdade pela

prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico de drogas. O Juízo Criminal

condenou João pelo crime de roubo em concurso com corrupção de menores. João

apela da condenação pelo crime de corrupção de menores, sob o argumento de

Lara não ser mais uma criança, bem como alegando que ela já está corrompida.

Com base no caso apresentado, assiste razão à defesa de João?

a) Não, pois é irrelevante o fato de Lara já ter sofrido medida socioeducativa.

b) Não, pois Lara ainda é uma criança.

c) Sim, já que o crime de corrupção de menores exige que o menor não esteja

corrompido.

d) Sim, visto que no crime de corrupção de menores, a vítima tem que ser uma

criança.

Letra a.

É importante frisar que Lara tem 14 anos, portanto é adolescente conforme previsto

no artigo 2º do Estatuto e em nada pesa o fato de Lara já ter sofrido medida

socioeducativa.

Questão 8    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – XX/PRIMEIRA FASE/

REAPLICAÇÃO – SALVADOR-BA/2016) O adolescente X cometeu ato infracional

equiparado a crime de roubo, mediante grave ameaça à pessoa. Apreendido com

a observância dos estreitos e regulares critérios normativos estabelecidos pelo

sistema jurídico, apurou-se que o jovem havia cometido um ato infracional anterior

equiparável ao crime de apropriação indébita.

Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.

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Ato Infracional
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a) É incabível a aplicação de medida de internação, o  que é autorizado apenas

em caso de reiteração no cometimento de outras faltas anteriores ou simultâneas,

igualmente graves.

b) É aplicável apenas a medida de regime de semiliberdade em razão da prática de

ato infracional mediante grave ameaça à pessoa.

c) É aplicável a medida de internação em razão da prática de ato infracional me-

diante grave ameaça à pessoa, mesmo não sendo hipótese de reiteração da condu-

ta idêntica por parte do adolescente.

d) É incabível a aplicação de medida de internação, haja vista que essa somente

poderia se dar em caso de descumprimento reiterado de injustificável medida

imposta em momento anterior ao adolescente.

Letra c.

A assertiva “c” está exatamente conforme previsto no Estatuto, artigo 122:

A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


I  – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a
pessoa;

Questão 9    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XIX/ PRIMEIRA FASE/2016)

O adolescente F, 16 anos, filho de Pedro, foi surpreendido por seu pai enquanto

falava pela internet com Fábio, 30 anos, que o induzia à prática de ato tipificado

como infração penal. Pedro informou imediatamente o ocorrido à autoridade policial,

que instaurou a persecução penal cabível.

No caso narrado, ao induzir o adolescente F à prática de ato tipificado como infração

penal, a conduta de Fábio

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Ato Infracional
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a) configura crime nos termos do ECA, ainda que realizada por meio eletrônico e

que não venha a ser provada a corrupção do adolescente, por se tratar de delito

formal.

b) não configura crime nos termos do ECA, pois a mera indução sem a prática do

ato pelo adolescente configura infração administrativa, já que se trata de delito

material.

c) configura infração penal, tipificada na Lei de Contravenções Penais, mas a ma-

terialidade do crime com a prova da corrupção do adolescente é imprescindível à

condenação do réu em observância ao princípio do favor rei.

d) não configura crime nos termos estabelecidos pelo ECA, posto que inexiste tipi-

ficação se o ato for praticado por meio eletrônico, não havendo de se aplicar ana-

logia em malam partem.

Letra a.

A Súmula n. 500 do Superior Tribunal de Justiça prevê:

A configuração do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do


Adolescente independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar
de delito formal.

O delito formal independe se o adolescente praticou ou não o crime que foi induzido.

Ainda o artigo 244-B DO ESTATUTO tipifica como crime:

Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando


infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali ti-
pificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da
internet.

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Questão 10    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO /PRIMEIRA FASE/2015)

O adolescente N. ficou conhecido no bairro onde mora por praticar roubos e furtos

e ter a suposta habilidade de nunca ter sido apreendido. Certa noite, N. saiu com

o propósito de praticar novos atos de subtração de coisa alheia. Diante da reação

de uma vítima a quem ameaçava, N. disparou sua arma de fogo, levando a vítima

a óbito. N. não conseguiu fugir, sendo apreendido por policiais que passavam pelo

local, no momento em que praticava o ato infracional.

Sobre o caso narrado, assinale a opção correta.

a) A medida de internação não terá cabimento contra N., uma vez que somente

poderá ser aplicada em caso de reincidência no cometimento de infrações graves.

b) Mesmo estando privado de liberdade, N. poderá entrevistar-se pessoalmente

com o representante do Ministério Público, mas não terá direito a peticionar direta-

mente a este ou a qualquer autoridade que seja.

c) A medida de internação de N. é cabível por se tratar de ato infracional praticado

com ameaça e violência contra pessoa, mesmo que não seja caso de reincidência.

d) Caso N. seja condenado por sentença ao cumprimento de medida de internação,

e somente nesse caso, tornam-se obrigatórias as intimações do seu defensor e dos

pais ou responsáveis, mesmo que o adolescente tenha sido intimado pessoalmente.

Letra c.

A assertiva “c” está CORRETA, uma vez que sua previsão está literal como o artigo

122 do Estatuto:

A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a
pessoa,

Diante de tal fundamento as demais respostas encontram-se refutadas.

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Questão 11    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO VII/PRIMEIRA FASE/2012)

Joana tem 16 anos e está internada no Educandário Celeste, na cidade de Pitió,

por ato infracional equiparado ao crime de tráfico de entorpecentes. O Estatuto da

Criança e do Adolescente regula situações dessa natureza, consignando direitos

do adolescente privado de liberdade. Diante das disposições aplicáveis ao caso de

Joana, é correto afirmar que:

a) Joana tem direito à visitação, que deve ser respeitado na frequência mínima

semanal, e não poderá ser suspenso sob pena de violação das garantias fundamen-

tais do adolescente internado.

b) é expressamente garantido o direito de Joana se corresponder com seus fami-

liares e amigos, mas é vedada a possibilidade de avistar-se reservadamente com

seu defensor.

c) a autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, exceto de

pais e responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade

aos interesses do adolescente.

d) as visitas dos pais de Joana poderão ser suspensas temporariamente, mas em

tal situação permanece o seu direito de continuar internada na mesma localidade

ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais.

Letra d.

a) Errada. O artigo 124, § 2º, do Estatuto prevê que:

A AUTORIDADE JUDICIÁRIA PODERÁ SUSPENDER TEMPORARIAMENTE A VISITA, IN-


CLUSIVE DE PAIS OU RESPONSÁVEL, se existirem motivos sérios e fundados de sua
prejudicialidade aos interesses do adolescente.

b) Errada. O artigo 124, III, do Estatuto prevê:

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:

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[...]
III – AVISTAR-SE RESERVADAMENTE COM SEU DEFENSOR;

c) Errada. O artigo 124, § 2º, do Estatuto prevê que:

A AUTORIDADE JUDICIÁRIA PODERÁ SUSPENDER TEMPORARIAMENTE A VISITA, IN-


CLUSIVE DE PAIS OU RESPONSÁVEL, se existirem motivos sérios e fundados de sua
prejudicialidade aos interesses do adolescente.

Questão 12    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXX/PRIMEIRA FASE/2019)

Roberta produziu, em seu computador, vídeo de animação em que se percebe a

simulação de atos pornográficos entre crianças. O  vídeo não mostra nenhuma

imagem reconhecível, nenhuma pessoa identificável, mas apresenta, inequivoca-

mente, figuras de crianças, e bem jovens.

Sobre o fato apresentado, sob a perspectiva do Estatuto da Criança e do Adoles-

cente, assinale a afirmativa correta.

a) Não é ilícito penal: o crime ocorre quando se simula a atividade pornográfica

com imagens reais de crianças.

b) É crime, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a conduta típica de

simular a participação de criança ou adolescente em cena pornográfica por meio de

qualquer forma de representação visual.

c) É crime se houver a divulgação pública do filme, pois a mera produção de filme


envolvendo simulacro de imagem de criança ou adolescente em situação pornográ-

fica não é reprovada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

d) Não é ilícito penal, pois a animação somente se afigura como simulação sufi-

cientemente apta a despertar a reprovabilidade criminal se reproduzir a imagem

real de alguma criança diretamente identificável.

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Letra b.

A conduta de Roberta está tipifica no Estatuto como crime em espécie, veja o artigo

241-C:

Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou por-


nográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou
qualquer outra forma de representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa

Diante de tal fundamento legal, as demais assertivas estão ERRADAS.

Questão 13    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – XV/TIPO 1/2014) José,


tutor da criança Z, soube que Juarez vem oferecendo recompensa àqueles que
lhe entregam crianças ou adolescentes em caráter definitivo. Entusiasmado com a
quantia oferecida, José promete entregar a criança exatamente dez dias após o iní-
cio da negociação. José contou aos seus vizinhos que não queria mais “ter trabalho
com o menino”. Indignada, Marieta, vizinha de José, comunicou imediatamente o
fato à autoridade policial, que conseguiu impedir a entrega da criança Z a Juarez.
Nesse caso, à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa
correta

a) A promessa de entrega de Z, por si só, já configura infração penal, do mesmo

modo que o seria em caso de efetiva entrega da criança.

b) Somente a efetiva entrega da criança mediante paga ou recompensa configuraria

a prática de infração penal tanto para quem entrega quanto para quem oferece o

valor pecuniário.

c) Tratar-se-ia de infração penal somente se a criança Z fosse filho de José, sendo

a figura do tutor atípica para esse tipo de infração penal, não se podendo aplicar

analogia para a configuração de crime.

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d) Somente incorre na pena pela prática de infração penal o sujeito que oferece a

paga ou recompensa, sendo atípica para o responsável legal a mera promessa de

entrega da criança.

Letra a.

José, prometendo entregar a criança a Juarez incide no tipo previsto no art. 238 do

Estatuto:

Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou


recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recom-
pensa.

Diante do artigo 238, as demais questões e tornam ERRADAS.

Questão 14    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – X/PRIMEIRA FASE/2013)

Com relação à internação, observado o que prevê o Estatuto da Criança e do

Adolescente, assinale a afirmativa correta.

a) Deve obedecer ao período determinado de um ano e meio, prorrogável por igual

período, para atos infracionais praticados com emprego de violência.

b) Deve obedecer ao período determinado de um ano, prorrogável por igual perío-

do, para atos infracionais praticados sem emprego de violência.

c) Não comporta período determinado e não pode ultrapassar o máximo de três

anos, independente do emprego ou não de violência no ato infracional praticado.

d) Não pode ultrapassar o período máximo de três anos, quando o adolescente

deverá ser colocado em liberdade com o dever de reparar o dano no caso de ato

infracional com reflexos patrimoniais.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Ato Infracional
Prof. Fabiana Borges

Letra c.

A internação é a medida mais gravosa a ser aplicada ao adolescente, de modo que o

legislador teve alguns cuidados ao estabelecê-la, vejamos o artigo 121 do Estatuto:

A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevida-


de, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reava-
liada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses
§  3º EM NENHUMA HIPÓTESE O PERÍODO MÁXIMO DE INTERNAÇÃO EXCEDERÁ A
TRÊS ANOS.

a) Errada.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reava-
liada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses

b) Errada.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reava-
liada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses

d) Errada. Difere do estabelecido no § 4º do artigo 121 do Estatuto:

Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado,


colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida.

Questão 15    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM II/PRIMEIRA FASE/2007) Acerca

do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assinale a opção correta.

a) Os crimes definidos no ECA são de ação pública condicionada.

b) A internação, antes da sentença, pode ser determinada por prazo máximo de

65 dias.

c) O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação

compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de

confrontação, havendo dúvida fundada.

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Ato Infracional
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d) Não é assegurado ao adolescente infrator o direito de solicitar a presença de

seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.

Letra c.

a) Errada. A teor do artigo 227, os  crimes definidos no Estatuto são de AÇÃO

PÚBLICA INCONDICIONADA, veja o disposto na lei:

Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.

b) Errada. O prazo citado está em desconformidade com o artigo 108 do Estatuto:

A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de


quarenta e cinco dias.

d) Errada. É DIREITO do adolescente solicitar a presença dos pais ou responsável,

como disposto no artigo 111:

São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:


[...]
VI – DIREITO DE SOLICITAR A PRESENÇA DE SEUS PAIS OU RESPONSÁVEL EM
QUALQUER FASE DO PROCEDIMENTO.

Questão 16    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – VI/PRIMEIRA FASE/2012)

Considerando os princípios norteadores do Estatuto da Criança e do Adolescente,

a prática de atos infracionais fica sujeita a medidas que têm objetivos socioeducativos.

Nesse sentido, é correto afirmar que:

a) se Aroldo, que tem 11 anos, subtrair para si coisa alheia pertencente a uma creche,

deverá cumprir medida socioeducativa de prestação de serviços comunitários, por

período não superior a um ano.

b) a obrigação de reparar o dano causado pelo ato infracional não é considerada

medida socioeducativa, tendo em vista que o adolescente não pode ser responsa-

bilizado civilmente.

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Ato Infracional
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c) o acolhimento institucional e a colocação em família substituta podem ser

aplicados como medidas protetivas ou socioeducativas, a depender das características

dos atos infracionais praticados.

d) a internação, como uma das medidas socioeducativas previstas pelo ECA, não

poderá exceder o período máximo de três anos, e a liberação será compulsória aos

21 anos de idade.

Letra d.

a) Errada. Segundo o artigo 2º do Estatuto, Aroldo é criança, e, ainda que cometa

ato infracional, criança jamais cumprirá medida socioeducativa, tão somente medi-

das protetivas, conforme previsto no artigo 105 do Estatuto:

Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.

b) Errada. O artigo 112 do Estatuto apresenta rol taxativo das medidas protetivas:

Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao ado-


lescente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;

De modo que obrigação de reparar o dano não se enquadra no citado rol, portanto

NÃO É MEDIDA SOCIOEDUCATIVA.

c) Errada. Acolhimento institucional e a colocação em família substituta não são for-

mas de medidas socioeducativas, conforme rol descrito no artigo 112, inserido acima.

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Ato Infracional
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Questão 17    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO IV/PRIMEIRA FASE/2011)

No tocante às normas contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto

afirmar que:

a) a medida socioeducativa de internação aplicada em razão do descumprimento

reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta ao adolescente infrator

não poderá ser superior a três meses.

b) o adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será imediatamente

encaminhado ao Juiz de Direito em exercício na Vara da Infância e Juventude, que

decidirá sobre a necessidade ou não de seu acautelamento provisório.

c) a concessão da remissão, que prescinde da homologação da Autoridade Judi-

ciária, é medida que o membro do Ministério Público atribuído poderá adotar no

processamento de ato infracional.

d) ao ato infracional praticado por crianças corresponderão as seguintes medidas

socioeducativas: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à

comunidade, liberdade assistida e inserção em regime de semiliberdade.

Letra a.

b) Errada. Difere do disposto no art. 172 do Estatuto:

O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminha-


do à autoridade policial competente.

c) Errada. Está disposto no art. 181 do Estatuto:

Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do


Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos,
os autos serão conclusos à autoridade judiciária para homologação.

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Ato Infracional
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Nesta assertiva, é importante lembrar que o verbo PRESCINDIR significa: não ter

necessidade de!!!

d) Errada. Ainda que criança, cometa ato infracional, criança jamais cumprirá

medida socioeducativa, tão somente medidas protetivas, conforme previsto no

artigo 105 do Estatuto:

Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.

Questão 18    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM II/PRIMEIRA FASE/2008) Acerca

dos direitos individuais previstos no ECA, assinale a opção correta.

a) Nenhum adolescente será privado de sua liberdade, senão em flagrante de ato

infracional, por determinação judicial, ou para averiguação, por ordem de autori-

dade policial.

b) A internação antes da sentença, ocorrida durante o procedimento de apuração

do ato infracional, não tem prazo máximo preestabelecido, contudo o juiz deve jus-

tificar a demora excessiva, sob pena de constrangimento ilegal.

c) Excetuando-se as hipóteses de dúvida fundamentada, o adolescente civilmente

identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos oficiais.

d) A internação antes da sentença, ao contrário do que ocorre com a prisão caute-

lar, prevista no processo penal, dispensa fundamentação em face das peculiarida-

des do procedimento de apuração do ato infracional e das condições especiais de

desenvolvimento do adolescente.

Letra c.

a) Errada. Prevê o artigo 106:

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Ato Infracional
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Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracio-
nal ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente

E não para averiguação, por ordem de autoridade policial, descrito na assertiva.

b) Errada. O artigo 108 do Estatuto:

A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de


quarenta e cinco dias

E a assertiva fala que não há prazo preestabelecido.

d
 ) Errada. Diz que a internação antes da sentença dispensa fundamentação, todavia,

o artigo 108 do Estatuto:

A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta
e cinco dias.
Parágrafo único. A DECISÃO DEVERÁ SER FUNDAMENTADA e basear-se em indícios
suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

Questão 19    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM III/PRIMEIRA FASE/2009) Acerca

do ECA, assinale a opção correta.

a) Nos casos de ato infracional, a competência jurisdicional, em regra, será deter-

minada pelo domicílio dos pais ou responsável pelo adolescente.

b) O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser con-

duzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, sob pena de

responsabilidade.

c) A representação feita pelo MP em face de adolescente dependerá de prova pré-

-constituída da autoria e materialidade do ato infracional.

d) O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encami-

nhado à autoridade policial competente, para oitiva e qualificação.

Letra b.

a) Errada. O artigo 147 do Estatuto determina:

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Ato Infracional
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A competência será determinada:


[...]
§ 1º. NOS CASOS DE ATO INFRACIONAL, SERÁ COMPETENTE A AUTORIDADE
DO LUGAR DA AÇÃO OU OMISSÃO, observadas as regras de conexão, continência e
prevenção.

c
 ) Errada. O disposto na assertiva difere do Estatuto, em seu artigo 182:

Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o arquiva-
mento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, pro-
pondo a instauração de procedimento para aplicação da medida socioeducativa que se
afigurar a mais adequada.
[...]
§ 2º A REPRESENTAÇÃO INDEPENDE DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA DA AUTO-
RIA E MATERIALIDADE.

d) Errada. O adolescente quando apreendido por força de ordem judicial será,

desde logo, encaminhado à autoridade judiciária, e não a autoridade policial

como descrito na assertiva.

Questão 20    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM III/PRIMEIRA FASE/2009) À luz do

ECA, assinale a opção correta.

a) A internação constitui medida privativa de liberdade e, dada essa condição, não

é permitida ao adolescente interno a realização de atividades externas, como

trabalho e estudo.

b) A medida de internação poderá ser aplicada, ainda que haja outra medida

adequada, se o MP assim requerer.


c) Poderá ser decretada a incomunicabilidade do adolescente, a critério da autoridade

competente, quando ele praticar atos reiterados de indisciplina.

d) Em caso de internação, a autoridade judiciária poderá suspender temporaria-

mente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e

fundados de prejudicialidade aos interesses do adolescente.

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Ato Infracional
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Letra d.

a) Errada. Ao adolescente que esteja em medida socioeducativa de internação,

poderá realizar atividades externas, conforme previsto no artigo 121 do Estatuto:

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios


de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvol-
vimento.
§ 1º SERÁ PERMITIDA A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES EXTERNAS, A CRITÉRIO
DA EQUIPE TÉCNICA DA ENTIDADE, SALVO EXPRESSA DETERMINAÇÃO JUDI-
CIAL EM CONTRÁRIO.

b) Errada. A internação medida socioeducativa a ser observada, de modo que

havendo outras medidas adequadas, estas deverão ser observadas, conforme dis-

posto no artigo 122, § 2º, do Estatuto:

EM NENHUMA HIPÓTESE SERÁ APLICADA A INTERNAÇÃO, HAVENDO OUTRA


MEDIDA ADEQUADA.

c) Errada. É VEDADA a incomunicabilidade, conforme previsto no artigo 124, § 1º,

do Estatuto:

Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.

Questão 21    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM II/PRIMEIRA FASE/2009) Conside-


rando o ECA, assinale a opção correta.
a) Na interpretação do ECA, devem ser considerados os fins sociais a que o es-
tatuto se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, bem como a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas
em desenvolvimento.
b) O adolescente civilmente identificado não pode ser submetido à identificação
compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, nem mesmo para efeito
de confrontação, havendo dúvida fundada.

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c) Entre as medidas socioeducativas que podem ser aplicadas ao adolescente,


estão a prestação de serviços à comunidade e a substituição de internação em

estabelecimento educacional por multa.

d) A medida aplicada por força de remissão não pode ser revista judicialmente, sob

pena de ofensa à coisa julgada.

Letra a.

b) Errada. Viola o disposto no artigo 109 do Estatuto:

O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória


pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, SALVO PARA EFEITO DE CONFRON-
TAÇÃO, HAVENDO DÚVIDA FUNDADA.

c) Errada. O artigo 112 do Estatuto apresenta rol taxativo das medidas socioedu-

cativas:

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá apli-


car ao adolescente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;

Dentre tais previsões não consta o que fora inserido na assertiva “c”, ou seja, subs-

tituição de internação em estabelecimento educacional por multa.

d) Errada. Afirma que a REMISSÃO não pode ser revista, contudo, o artigo 128 do

Estatuto prevê exatamente o contrário:

A medida aplicada por força DA REMISSÃO PODERÁ SER REVISTA JUDICIALMENTE,


A QUALQUER TEMPO, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu represen-
tante legal, ou do Ministério Público.

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Questão 22    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM III/PRIMEIRA FASE/2010) Em relação

às medidas socioeducativas previstas no ECA, assinale a opção correta.

a) As medidas socioeducativas de semiliberdade e de internação por prazo inde-

terminado não podem ser incluídas na remissão, sendo admissível sua aplicação

somente após a instrução processual em sede de sentença de mérito.

b) A obrigação de reparar o dano à vítima não constitui medida socioeducativa.

c) A medida socioeducativa de prestação de serviços à comunidade pode ser

aplicada pelo prazo de até um ano.

d) A advertência somente pode ser aplicada se houver provas suficientes da autoria

e da materialidade da infração.

Letra a.

b) Errada. Reparar o dano é uma das previsões do artigo 12 como medida socio-

educativa.

c) Errada. A prestação de serviço por ser aplicada por até 6 meses e não 1 ano

como transcrito no artigo.

De forma que o artigo 117 do Estatuto prevê:

A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de in-


teresse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais,
hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas
comunitários ou governamentais.

d) Errada. A medida socioeducativa de advertência é justamente a única medida

que não precisa de prova da materialidade e indícios suficiente da autoria. Veja o

artigo 112 do Estatuto:

Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao ado-


lescente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;

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IV – liberdade assistida;


V – inserção em regime de semi-liberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;

E, por fim, o artigo 114 do mesmo diploma legal:

A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a exis-


tência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a
hipótese de remissão, nos termos do art. 127.

Questão 23    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – III/PRIMEIRA FASE/2011)

Considerando a prática de ato infracional por criança ou adolescente, é correto

afirmar que
a) a prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas

de interesse geral, por período não excedente a 1 (um) ano, em entidades assis-

tenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em

programas comunitários ou governamentais.

b) em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá

determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarci-

mento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.

c) a internação, por constituir medida privativa de liberdade do menor, não poderá


exceder o período de 5 (cinco) anos.

d) entre as garantias processuais garantidas ao adolescente encontra-se o direito

de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedi-

mento. Contudo, não poderá o menor ser ouvido pessoalmente pela autoridade

competente, devendo em todo o caso ser assistido pelos genitores.

Letra b.

a) Errada. Em razão do prazo de 01 ano que foi inserido, o que contraria o artigo

117 do Estatuto:

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A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de inte-


resse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais,
hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas
comunitários ou governamentais.

c) Errada. Uma vez que o prazo máximo de internação é de 3 anos, e não 5 como

dito no exercício. Veja o artigo 121, § 3º, do Estatuto:

Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.

d) Errada. Viola o artigo 111, incisos V e VI, do Estatuto:

São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:


[...]
V – DIREITO DE SER OUVIDO PESSOALMENTE PELA AUTORIDADE COMPETENTE;
VI – direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do
procedimento.

Questão 24    (VUNESP/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR/2014) É crime

previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, sem prejuízo do disposto na

legislação penal:

a) impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar

ou representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei.

b) privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão

em flagrante de ato infracional, sem que exista ordem escrita da autoridade judi-

ciária competente.

c) prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, ainda que não

condicionado a pagamento ou recompensa.

d) deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adoles-

cente de fazer imediata comunicação ao Ministério Público.

e) privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão,

ainda que em flagrante de ato infracional.

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Letra a.

A assertiva “a” encontra abrigo no artigo 236 do Estatuto:

Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou


representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei.

b) Errada. A frase inserida suprimiu a expressão: “em flagrante de ato infracional”,

previsto no artigo 236, “b”, do Estatuto:

privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão em


flagrante de ato infracional, sem que exista ordem escrita da autoridade judiciária
competente.

d) Errada. Difere do artigo 231 do Estatuto:

Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de


fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do
apreendido ou à pessoa por ele indicada.

e) Errada. A assertiva “e” foi disposta de forma diferente do previsto no artigo 230

do Estatuto:

Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem


estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autorida-
de judiciária competente.

Questão 25    (VUNESP/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR/2014) Verificada

a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente

a seguinte medida:

a) liberdade assistida fixada pelo prazo mínimo de três meses.

b) prestação de serviços comunitários, que devem ser cumpridos durante jornada

mínima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis.

c) internação em estabelecimento prisional, sendo vedada a realização de atividades

externas.

d) advertência que consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo

e assinada.

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e) regime de semiliberdade, possibilitada a realização de atividades externas, desde

que precedida de autorização judicial.

Letra d.

a) Errada. O prazo mínimo previsto no artigo 118, § 2º, do Estatuto, é de 6

meses, veja:

Art. 118. A  liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais
adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
[...]
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.

b) Errada. Colocado de forma diferente do artigo 117 do Estatuto:

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas


gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades
assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em
programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, de-
vendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados,
domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola
ou à jornada normal de trabalho.

c) Errada. Jamais o adolescente será internado em sistema prisional, dessa forma,

o artigo 123 do Estatuto prevê:

A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em


local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por
critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.

e) Errada. Afirma que a realização de atividades externas depende de autorização

judicial, de forma contrária do artigo 120 do Estatuto:

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O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de


transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, INDE-
PENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL.

Questão 26    (IDIB/PREFEITURA DE PETROLINA-PE/GUARDA CIVIL/2019) Acerca

dos crimes no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990), assinale

a alternativa correta:

a) Não é crime simular a participação de adolescente em cena de sexo explícito por

meio de modificação de fotografia.

b) Não é crime vender fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de

sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

c) Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) para quem agencia, facilita, recruta,

coage ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente

em cena de sexo explícito ou pornográfica.

d) Pune-se com pena de multa e de reclusão aquele que produzir, reproduzir,

dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou

pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

e) Trata-se de crimes de ação penal pública condicionada, sujeita à representação

da vítima.

Letra d.

a) Errada. Afirma que a conduta descrita não é crime, TODAVIA, o  Capítulo 1,

seção II, do Estatuto estabelece dos crimes em espécie, e  de forma específica,

o artigo 240 preconiza:

Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de
sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente.
[...]

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Ato Infracional
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§ 1 o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de
qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas ce-
nas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.

b) Errada. Afirma que não é crime vender fotografia contenha cena de sexo

explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente, de forma diferente do

artigo 241 do Estatuto:

Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena
de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

c) Errada. O aumento de pena que o Estatuto prevê é conforme o artigo 240, § 2º:

Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:


I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro
grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem,
a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.

e) Errada. O artigo 227 do Estatuto prevê:

Os crimes definidos nesta Lei são de AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA.

Questão 27    (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO-RJ/PREFEITURA DE RIO DE

JANEIRO-RJ/AGENTE EDUCADOR/2019) A medida socioeducativa privativa de

liberdade não poderá exceder o prazo máximo de:

a) 6 meses.

b) 1 ano.

c) 2 anos.

d) 3 anos.

Letra d.

Prevê o artigo 121, § 3º, do Estatuto:

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Ato Infracional
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A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,


excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
[...]
§ 3º EM NENHUMA HIPÓTESE O PERÍODO MÁXIMO DE INTERNAÇÃO EXCEDERÁ
A TRÊS ANOS.

Diante do artigo acima exposto, todas as demais assertivas estão ERRADAS, por

falta de fundamento legal.

Questão 28    (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO-RJ/PREFEITURA DE RIO DE

JANEIRO-RJ/AGENTE EDUCADOR/2019) Dentre as medidas socioeducativas que

podem ser aplicadas ao adolescente pela prática de ato infracional, inclui-se a:

a) internação em estabelecimento educacional acrescido de aplicação de multa.

b) advertência aos pais ou responsáveis e acompanhamento psicológico.

c) advertência, multa ou detenção.

d) prestação de serviços à comunidade.

Letra d.

O artigo 112 prevê em ROL TAXATIVO as possibilidades de medidas socioeducati-

vas, nos seguintes termos:

Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao ado-


lescente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;

Em razão do exposto no artigo acima, todas as demais assertivas estão ERRADAS

por falta de previsão legal.

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Ato Infracional
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Questão 29    (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO-RJ/PREFEITURA DE RIO DE

JANEIRO-RJ/AGENTE EDUCADOR/2019) Segundo o ECA (Lei n. 8.069/1990),

é direito do adolescente privado de liberdade:

a) visitar sua família toda semana.

b) receber visitas íntimas semanalmente.

c) permanecer internado na mesma localidade onde foi cometido o ato infracional.

d) ser informado de sua situação processual, sempre que solicitar.

Letra d.

O artigo 124 do Estatuto prevê os direitos para o adolescente quando este estiver

privado de sua liberdade, nos seguintes termos.

São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:

[...]
IV – ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada.

Tal inciso faz com que a assertiva D esteja CORRETA.

[...]
VI – permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio
de seus pais ou responsável;

Diante desse inciso a ASSERTIVA C está ERRADA.

[...]
VII – receber visitas, ao menos, semanalmente;

Esse inciso faz com que a assertiva A esteja ERRADA, porque o adolescente RECEBE

VISITAS, e não vai visitar.

A assertiva “b” está ERRADA, porque afirma que o adolescente terá visitas íntimas

semanalmente, todavia a Lei 12594/2012 – SINASE, quem determina sobre

visitas íntimas, não afirma que será semanalmente. Note o artigo da Lei

12594/2012:

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Ato Infracional
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Art. 68. É ASSEGURADO AO ADOLESCENTE CASADO OU QUE VIVA, COMPROVA-


DAMENTE, EM UNIÃO ESTÁVEL O DIREITO À VISITA ÍNTIMA.

Questão 30    (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO-RJ/PREFEITURA DE RIO DE

JANEIRO-RJ/AGENTE EDUCADOR/2019) Aquele que submeter criança ou ado-

lescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento

terá a seguinte pena:

a) detenção de seis meses a dois anos.

b) multa de dois salários mínimos.

c) detenção de seis meses.

d) multa de até quatro salários mínimos.

Letra a.

A assertiva “a” está CORRETA, porque encontra guarida no artigo 232 do Estatuto:

Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou


a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Deste modo diante destas assertivas as demais estão ERRADAS.

Questão 31    (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO-RJ/PREFEITURA DE RIO DE

JANEIRO-RJ/AGENTE EDUCADOR/2019) O prazo máximo para o término do

procedimento de apuração de ato infracional praticado por adolescente, estando o

mesmo internado provisoriamente, é de:

a) 30 dias.

b) 30 dias prorrogáveis por mais 30.

c) 45 dias.

d) 60 dias.

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Ato Infracional
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Letra c.

Preconiza o artigo 183 que o prazo máximo e improrrogável para a conclusão

do procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente, será de

quarenta e cinco dias. Diante de tal artigo as demais assertivas estão ERRADAS.

Questão 32    (FUNCERN/PREFEITURA DE SÍTIO NOVO-RN/ASSISTENTE SO-

CIAL/2018) A professora Marilene, observando o comportamento do seu aluno

João Paulo, de 10 anos, constatou que o discente vem sofrendo maus-tratos, e que

o possível autor da agressão é o seu próprio pai. Diante de tal situação, a professora

informou à direção da escola, que, por sua vez, comunicou ao Conselho Tutelar. De

acordo com o artigo 130, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “verificada

a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou

responsáveis, o juiz poderá determinar como medida cautelar”

a) o afastamento do agressor da moradia comum.

b) a suspensão ou destituição do poder familiar.

c) a integração em uma família substituta.

d) o acolhimento familiar ou institucional.

Letra a.

Diante do caso narrado, o Estatuto prevê o afastamento do agressor da moradia

comum, veja o artigo:

Art. 130, do Estatuto: Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual


impostos pelos pais ou responsável, a  autoridade judiciária poderá determinar,
como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.

Diante do artigo apresentado somente a assertiva “a” está CORRETA e as demais

ERRADAS.

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Ato Infracional
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Questão 33    (FUNCERN/PREFEITURA DE SÍTIO NOVO-RN/GUARDA MUNICI-

PAL/2018) Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou

grave ameaça à pessoa, a autoridade policial deverá

a) apreender o produto e os instrumentos da infração.

b) lavrar auto de apreensão, ouvidas tão somente as testemunhas, não cabendo a

oitiva do adolescente por ser de menor idade.

c) lavrar auto de apreensão, ouvidos tão somente o adolescente e a vítima.

d) requisitar, às custas do adolescente, os exames necessários à comprovação da

materialidade da infração.

Letra a.

A assertiva “b” está ERRADA vez que o artigo 173, I, do Estatuto diz:

Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça a


pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único,
e 107, deverá:
I – lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente.

E a assertiva diz que serão ouvidas tão somente testemunhas.

Questão 34    (ND/OAB-DF/EXAME DE ORDEM III/PRIMEIRA FASE/2006) No que


concerne aos procedimentos penais afetos à Justiça da Infância (Lei n. 8.069/1990),
assinale a alternativa INCORRETA:
a) nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato in-
fracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente;
b) o adolescente direito à identificação dos responsáveis pela sua preensão, de-
vendo ser informado acerca de seus direitos;

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Ato Infracional
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c) a apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão


incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreen-
dido ou à pessoa por ele indicada;
d) examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de
internação imediata, em respeito à condição peculiar da pessoa em desenvolvimento.

Letra d.
A única assertiva INCORRETA é a “d”, uma vez que está disposto de forma diferente

ao artigo 107 do Estatuto, veja:

Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido


serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apre-
endido ou à pessoa por ele indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, A POSSI-
BILIDADE DE LIBERAÇÃO IMEDIATA.

Portanto, a citada Lei determina possibilidade de LIBERAÇÃO IMEDIATA e não de

INTERNAÇÃO.

As demais ASSERTIVAS estão em perfeita harmonia com o Estatuto da Criança e

Adolescente.

Questão 35    (FGV/CÂMARA DE SALVADOR-BA) Alexandre tem 17 anos e cometeu

um ato infracional que teve como consequência a privação de sua liberdade.

Nessa situação, Alexandre:

a) deve ressarcir as custas de sua internação mediante prestação de serviços

comunitários.

b) é obrigado a vestir o uniforme utilizado na unidade de internação.

c) ficará incomunicável até que sua sentença seja exarada.

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d) responde como adulto, pois está perto de completar a maioridade legal.

e) tem o direito de peticionar diretamente a qualquer autoridade.

Letra e.

A assertiva “e” está CORRETA porque encontra amparo no artigo 124 do Estatuto:

São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:


[...]
II – peticionar diretamente a qualquer autoridade;

c) Errada. Está disposto de forma contrária ao Estatuto, no artigo 124, § 1º: “Em

nenhum caso haverá incomunicabilidade”.

d
 ) Errada. ALEXANDRE tem 17 anos, portanto, segundo o artigo 2º do Estatuto é

adolescente, e responderá segundo as regras do Estatuto da Criança e do Adolescente.

a) e b) Erradas. Por violarem os direitos do adolescente e por não terem emba-

samento legal.

Questão 36    (FGV/MPE-AL) Douglas, 16 anos, foi surpreendido portando grande

quantidade de drogas e uma quantia em dinheiro, durante incursão policial em sua

comunidade. Apurou-se que Douglas abandonou os estudos no 6º ano do Ensino

Fundamental e iniciou o uso de drogas quando tinha 12 anos. Sobre o caso narrado,

em consonância com a legislação vigente, assinale a afirmativa correta.

a) O tráfico de drogas é considerado crime hediondo e Douglas cumprirá pena em

unidade prisional convencional.

b) Douglas, considerando a sanção da lei que reduziu a maioridade penal, tornou-se

imputável e responderá pelo seu delito.

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c) Douglas é inimputável por ser dependente químico e cumprirá a medida em

hospital de custódia e tratamento psiquiátrico.

d) Douglas deverá cumprir a medida de internação em entidade de acolhimento

institucional que disponha de recursos para sua recuperação.

e) A medida socioeducativa a ser aplicada a Douglas deverá ser cumulada com

medidas de proteção como tratamento e escolaridade.

Letra e.

Questão 37    (FGV/OAB) Em cumprimento de mandado de busca e apreensão do

Juízo Criminal, policiais encontraram fotografias de adolescentes vestidas, em

posições sexuais, com foco nos órgãos genitais, armazenadas no computador de


um artista inglês. O advogado do artista, em sua defesa, alega a ausência de cena
pornográfica, uma vez que as adolescentes não estavam nuas, e que a finalidade
do armazenamento seria para comunicar às autoridades competentes. Conside-
rando o crime de posse de material pornográfico, previsto no Art. 241-B do ECA,
merecem prosperar os argumentos da defesa?
a) Sim, pois, para caracterização da pornografia, as adolescentes teriam que estar
nuas.
b) Não, uma vez que bastava afirmar que as fotos são de adolescentes, e não de
crianças.
c) Sim, uma vez que a finalidade do artista era apenas a de comunicar o fato às
autoridades competentes.
d) Não, pois a finalidade pornográfica restou demonstrada, e o artista não faz jus
a excludente de tipicidade.

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Letra d

A assertiva “d” está em perfeita consonância com o artigo 241-B do Estatuto:

Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma
de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente: Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comu-
nicar às autoridades competentes, quando a comunicação for feita por agente público
no exercício de suas funções.

Como o artista ARMAZENOU em fotografias de adolescentes vestidas, em posi-


ções sexuais, com foco em seus órgãos genitais.

Questão 38    (MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2012) Na apuração de


Ato Infracional, o  Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990)

estabelece formas de remissão. Dentre elas, a concedida:

a) pelo Juiz, como forma de suspensão ou extinção do processo e a concedida pelo

Ministério Público, como forma de exclusão do processo.

b) somente pelo Ministério Público, como forma de extinção do processo, e homo-

logada pelo Juiz.

c) somente pelo Juiz, como forma de exclusão, suspensão ou extinção do processo,

ouvindo-se previamente o Ministério Público.

d) pelo Juiz, como forma de suspensão do processo, e a concedida pelo Ministério

Público, como forma de extinção do processo.

e) somente pelo Ministério Público, como forma de exclusão do processo, indepen-

dentemente de homologação do Juiz.

Letra a.

b) e e) Erradas. Afirmam que somente o Ministério Público pode conceder a re-

missão, todavia, o art. 126, parágrafo único, do Estatuto prevê:

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Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária impor-


tará na suspensão ou extinção do processo.

c) Errada. Afirma que somente o juiz poderá conceder a remissão, todavia o artigo

126 do Estatuto prevê:

Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o represen-


tante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão
do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social,
bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato
infracional.

d
 ) Errada. Afirma que a remissão concedida pelo Juiz tem o condão de SUSPENDER

o processo, todavia, o parágrafo único do artigo 126 do Estatuto, prevê:

Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária importará


na suspensão ou extinção do processo.

Questão 39    (CESPE/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2011) Assinale a opção

correta com referência à apuração de ato infracional atribuído a adolescente.

a) Oferecida a representação, a autoridade judiciária poderá rejeitá-la.

b) A representação terá razão de ser quando o parquet entender que o adolescente,

pelo ato infracional que praticou, deva submeter-se a medida socioeducativa.

c) O adolescente apreendido por força de ordem judicial deverá ser, desde logo,

encaminhado à autoridade policial competente.

d) Comparecendo ao estabelecimento policial um dos pais, o tutor ou, então,

o guardião de adolescente que esteja ali apreendido, a autoridade policial é obrigada

a liberar, sem exceção, o menor, visto que não é produtivo que ele, amparado pelo

direito à convivência familiar, se distancie de sua família.

e) O MP poderá conceder a remissão em qualquer fase do processo.

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Letra b.

a) Errada. O artigo dispõe de forma diferente do que fora inserido, note:

Oferecida a representação, a  autoridade judiciária designará audiência de


apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manu-
tenção da internação, observado o disposto no artigo 108 e parágrafo.

c) Errada. Na hipótese narrada, deve o adolescente ser encaminhado a AUTORI-

DADE JUDICIÁRIA, conforme previsto no artigo 171 do Estatuto.

d) Errada. Está diferente do disposto no artigo 174 do Estatuto:

Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente li-


berado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua
apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossí-
vel, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional
e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para
garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.

e) Errada. O artigo 188: A remissão, como forma de extinção ou suspensão do

processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença,

e não a qualquer fase do processo como colocado na assertiva, por tal motivo está

ERRADA.

Questão 40    (FEPESE/PGE-SC/DEFENSOR PÚBLICO/2012) Sobre a prática de ato

infracional, prescreve o Estatuto da Criança e do Adolescente:

1. São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos.

2. Em razão de sua menoridade, o adolescente não tem direito à identificação dos

responsáveis pela sua apreensão.

3. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de

60 dias.

4. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.

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5. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas socioeduca-

tivas.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.

b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 5.

c) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.

d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.

e) São corretas apenas as afirmativas 3, 4 e 5.

Letra a.

2. Errado, uma vez que o adolescente tem direito a identificação dos responsáveis

pela sua apreensão conforme previsto no artigo 106, parágrafo único, do Estatuto.

3. Errado, porque o art. 108 do Estatuto prevê o prazo máximo de 45 dias.

5. Errado, porque à criança só é admitida pelo Estatuto aplicação de medida pro-

tetiva prevista no artigo 101.

Questão 41    (CESPE/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2015) De acordo

com as disposições do ECA, assinale a opção correta a respeito da responsabilização

das crianças e dos adolescentes em razão do cometimento de atos infracionais.

a) Compete ao MP conceder a remissão como forma de exclusão do processo; no

entanto, se não concordar com a remissão, o juiz deverá remeter os autos ao

procurador-geral de justiça.

b) No caso de ato infracional de natureza leve, será aplicada medida de proteção

substitutiva às medidas socioeducativas, razão por que a representação para o início

do procedimento de apuração poderá ser feita pelo conselho tutelar.

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c) Para efeito de processamento do ato infracional, a criança ou o adolescente, ainda

que tenha sido civilmente identificado, deverá ser submetido a identificação especial.

d) As crianças com deficiência não podem ser responsabilizadas pelo cometimento

de atos infracionais, sendo possível aplicar-lhes medidas de proteção em substituição

a medidas socioeducativas.

e) A medida socioeducativa de internação comporta prazo determinado não superior

a três anos, devendo o juiz considerar, na sentença, o fato de ter havido, ou não,

reiteração no cometimento de infrações graves.

Letra a.

a) Certa. A assertiva “a” está CORRETA, porque está em consonância com o artigo

181, § 2º:

Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de


Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará
outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou
a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.

b) Errada. A assertiva “b” está ERRADA, uma vez que viola o art. 148 do Estatuto:

A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:


I – conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de
ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;

c) Errada. Assertiva “c” está em desconformidade com o artigo 109 do Estatuto:

O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação com-


pulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confron-
tação, havendo dúvida fundada.

d) Errado. A assertiva “d” está ERRADA, uma vez que criança JAMAIS será subme-

tida a medida socioeducativa. Deve ser observado o artigo 2º do Estatuto:

Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incom-
pletos [...]

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Ato Infracional
Prof. Fabiana Borges

Depois o artigo 105:

Ao ato infracional praticado por criança corresponderão às medidas previstas no


art. 101.

O artigo 101 do Estatuto por sua vez se refere a medidas de proteção.

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